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Bragança Paulista Sexta 4 Janeiro 2013 Nº 673 - ano XI [email protected] 11 4032-3919 jornal do meio

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Edição 04.01.2013

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B r a g a n ç a P a u l i s t a

Sexta4 Janeiro 2013

Nº 673 - ano [email protected]

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O dia 6 de janeiro marca o “Dia de Reis” na linguagem do catolicismo popular do

Brasil. Existem ainda, aqui e ali, as celebrações do “Reisado”. Junto com o espírito religioso soma-se o caldo de tradições populares. A celebração dos Reis Magos tem suas raízes nos dados que o evangelho de Mateus (2,1-12) nos deixou. É oportuno sempre recordar que os evangelistas não tiveram a intenção de escrever biografi a ou história de Jesus. Nem mesmo a intenção “jornalística” sobre acontecimentos. A intencionalidade dos evangelistas foi a de passar à Igreja do seu tempo e dos tempos futuros uma proclamação de fé que fundamentasse a adesão a Jesus Cristo e a continuidade da sua missão de anunciar o Reino de Deus. Deve-se, portanto, sempre estar atento à lição que o texto evangélico apresenta. O que estaria subjacente à narrativa da visita dos magos? Ao menos duas intuições estão presen-tes: quem reconhece Jesus são não judeus. São pagãos. E suas oferendas

são muito mais que coisas materiais. São o reconhecimento de Jesus como Senhor (ouro), como Deus (incenso) e como Homem (mirra). O texto do evangelho coloca uma das grandes questões vividas pela Igreja dos primei-ros séculos. Um dos grandes desafi os vividos pela Igreja que nascia era a aceitação de cristãos que não viessem do judaísmo. Na mentalidade dos cris-tãos judeus isso não cabia. Como é que pessoas e povos que tinham costumes condenados pela Torá (A Bíblia judaica) podiam participar do mesmo caminhar religioso? Uma possível saída seria, para os pagãos, assumirem valores e posturas judaicas para serem aceitos nas comunidades cristãs. Os pagãos, por sua vez, não entendiam porque deveriam assumir valores judaicos se a sua conversão era para Jesus Cristo. Esta controvérsia desembocou no concílio de Jerusalém (Atos dos Apóstolos, 15). È neste contexto que os evangelhos foram escritos. Mateus dá a sua resposta mostrando, até de forma provocadora, que são os pagãos

que se mexem, em primeiro lugar, para encontrar Jesus, o Messias prometido. E o fazem com grandes sacrifícios. E são eles, os pagãos, a fazer a primeira profissão de fé no Cristo Senhor, verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Há, ainda, um detalhe. Os magos são pessoas qualifi cadas. São sábios astró-logos. Na Antiguidade a Astrologia era uma das ciências mais apreciadas. Nos aspectos físicos pelo auxílio dado a caminhar de forma segura para as metas de viagem, conhecimento das variações do tempo, etc. Por outro lado havia toda a parte das previsões que, alimentadas pelo sentimento religioso, manifestavam o desejo dos deuses e a realização dos destinos do mundo e das pessoas. Mateus, ao colocar a presença dos magos, mostra que são pagãos de qualidade a procurar e a adorar Jesus Cristo. Com isto oferece, aos cristãos de sua época e aos que viriam depois, um quadro referencial consistente para a profi ssão de Fé. E faz superar a análise simplória de um fato narrado para

ser entendido literalmente. Ajudam a perceber isso os presentes. O texto fala que os magos abriram seus cofres e ofereceram ouro, incenso e mirra. Não teriam viajado tanto e trazido cofres com pouca coisa. O que teria signifi cado o ouro para a pobre família de José? Sabe-se que era carpinteiro e assim viveu... A oferta de incenso soaria como uma blasfêmia. Não se ofertava incenso para pessoas. Quem fazia isso era condenado severamente pela lei judaica. Como fi caria isso em relação a uma criancinha? Por fi m a mirra. Era um unguento usado, prin-cipalmente, na preparação dos corpos a serem sepultados. Ora, oferecer isso a um nenê!... Percebe-se claramente que há outra intenção - e muito mais abrangente - na apresentação do epi-sódio dos magos. A mensagem que fi ca para os cristãos do nosso tempo é a de dar continuidade à profi ssão de fé dos magos. Confessando Jesus como Senhor, Deus e Homem, os cristãos se comprometem com a sua missão. Porque a fé não é uma simples

declaração. É e deve ser sempre Vida!E os magos, afi nal, quem são? Segundo velhas tradições eram três. Um da Ásia, um da África e um da Europa. Um amarelo, um negro, um branco. Chamavam-se Gaspar, Melquior e Baltasar. Depois que visitaram Jesus viveram até os 120 anos. Um dia se encontraram numa cidade da Turquia para celebrar o Natal. Nesse dia morre-ram. E seus corpos estão sepultados na catedral de Colônia, Alemanha. O mais importante e totalmente verdadeiro, porém, é que os magos representam as pessoas do mundo inteiro que se deixam guiar pela mensagem de paz e amor de Jesus Cristo!

mons. GioVanni baresse

Jornal do MeioRua Santa Clara, 730Centro - Bragança Pta.Tel/Fax: (11) 4032-3919

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Diretor Responsável:Carlos Henrique Picarelli

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As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da

direção deste orgão.

As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS

Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente.

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EXPEDIENTE

para pensar

Ouro, incenso e mirra?

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As férias trazem, muitas vezes, estragos em nossa rotina de uma alimentação saudável e exercício físico. O melhor é planejar as refeições com antecedência para

evitar excessos e ajustar algumas sessões de exercício. Desta forma, evitamos o ganhar quilos indesejáveis e desfrutamos de umas férias sem culpa.Vamos descansar com a saúde em dia? Hoje na coluna Delícias 1001 apresento receitas práticas, rápidas e deliciosas.

Rocambole de salaminhoAdoro esse rocambole. Com poucos ingredientes, nem ovo vai na receita. Ajuda a cozinheira desprevenida! Desta vez foi de salaminho, mas você pode usar o que tiver na sua geladeira.Faço sempre em casa, salva qualquer pressa.

Para a massa: 30g de fermento biológico fresco ou 1 saquinho do fer-mento em pó250ml de água morna½ kg trigo1 xícara de óleoDesmanche o fermento na água morna. Adicione o trigo e o óleo e amasse muito bem, até que a massa fique bem macia.Divida a massa em 3 partes e deixe descansar coberta com plástico.Enquanto isso, faça o recheio:*2 tomates grandes picados finamente*1 cebola bem picada *sal*orégano*pimenta*1 colher de óleoMisture tudo como uma salada.Abra a massa como se fosse uma pizza e espalhe uma parte (1/3) do vinagrete, desprezando o caldo que formou. Por cima, coloque fatias de muçarela e o salaminho e enrole como um rocambole. Repita o mesmo com as outras porções de massa. Numa assadeira bem grande cabem os três rolos, lado a lado.Espere crescer antes de assar.Pincele por cima com 1 gema batida misturada com 1 colher (rasa) de manteiga derretida.Leve ao forno (180C) até dourar.O recheio pode ser diverso: atum, sardinha, presunto, verduras, frango...

Lanche na ciabataMais que um lanche, uma excelente ideia para petisco ou para uma refeição rápida, leve e completa.Pode ser assim:pão ciabatta (ou outro se você não encontrar)ricota temperada com ervas

rúcula rasgada grosseiramentetomate em rodelasmuçarela de búfala em fatias grossasazeite e sal a gostoSimples assim.Vai um pedaço aí?

Pão de forma caseiro“Manhêêê, tô com fome!” Quem nunca passou por isso?Abri minha geladeira e não encontrei nada pronto. Só ingre-dientes.Então decidi fazer esse pão de forma que é rápido, simples e delicioso, quente ou frio.É claro que aqui atacamos quente mesmo, não deu tempo de deixá- lo esfriar. Comer com requeijão, geleia ou man-teiga derretendo é ‘tudibom’!Bati no liquidificador:2 ovos2 tabletes de fermento fleischmann3 copos de leite morno2 colheres (sopa) de açúcar½ copo de óleo½ colher de salMisturei numa vasilha com 1 kg de farinha de trigo, até desgrudar das mãos. Deixei a massa ainda bem fofa. Não coloque trigo demais, senão o pão fica duro e solado!Untei duas formas para bolo inglês com óleo e acomodei cada pão dentro. Deixei crescer um pouco, pincelei com uma gema. Assei em forno 180º C por 25-30 min.Rendimento: 2 pães

DeborahDeborah Martin Salaroli, amante da culinária e a tem como passatempo por influência da avó paterna desde criança. Desde abril de 2010, é criadora e autora do blog www.delicias1001.com.br recheado somente de receitas testadas e aprovadas.Alguma sugestão ou dúvida? Mande um e-mail para [email protected]

Queridos amigosTenho o prazer de divulgar o ‘nascimento’ do “Delícias 1001 - Gastronomia criativa, eventos especiais”, que tem como idéia inovar, com novos pratos e opções de serviço criados a partir da culinária habitual, mesclando sabores, aromas e apresentação inusitada. Opção ideal para quem deseja reunir e surpreender pessoas com praticidade e elegância, em cardápios personalizados, cada evento é elaborado de acordo com seu perfil, suge-rindo um menu criativo e sofisticado, ousado e saudável.Para organizar um evento com comidinhas dife-rentes em casa, é só me chamar (99401.7003).

Por deborah martin salaroli

receitas práticasPara o verão,

Rocambole napolitano

pão de forma

lanche com ciabata

Fotos: Delícias 1001

Delícias 1001

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Esculpir o corpo perfeito para muitos é uma questão de prazer ou estética. Para a atleta Wagna Vargas Savietto é a realização de

um sonho, o de se profissionalizar em um esporte ainda pouco conhecido: o body fitness, uma das diversas categorias do fisiculturismo. Campeã Brasileira pela IFBB na categoria Figure até 1,63 em 2012, Wagna começou a competir em 2009, ano em que foi Campeã Paulista. Em 2010 e 2011 foi vice-campeã brasileira na mesma categoria, até que em 2012 conseguiu o título. Para quem está pouco familiarizado, a primeira coisa que a atleta explica é que a prática difere do fisioculturismo mais tradicional. “As categorias são mais suaves. A intenção é mostrar que treina, mas não mostrar muito volume”, fala. Além dos treinos específicos, a atleta de body fitness precisa ser feminina e ter presença de palco, saber se apresentar aos jurados. Tudo contará pontos, cabelo, unhas, maquiagem, beleza facial, simpatia, delica-deza, além da escolha correta do biquíni e maiô. “Precisa cuidar do cabelo e da pele e estar sempre bonita nas apresentações, dentro do padrão exigido”, fala. Quem participa desse tipo de competição tem que apresentar músculos bem definidos e corpo deline-ado, mas, como disse Wagna, sem muito volume. “O que vai contar é a harmonização do conjunto”, explica. Como em uma competição de Miss, tudo deve ser muito bem analisado antes da apresen-tação aos jurados. “Na seletiva usamos um biquíni neutro”, conta. “Depois são duas apresentação, com um biquíni mais simples e um mais trabalhado”, diz. O modo de se apresentar também conta. O conhecimento da rotina de poses na hora da exi-bição aos juízes pode contribuir ou comprometer a competição. A atleta deve saber como apresentar o corpo da melhor forma possível. Como cada competidor tem características corporais próprias, a apresentação torna-se única, pois a maneira como realiza as poses reflete na exibição como uma assinatura. “Algumas pessoas ainda acham estranho o corpo da mulher musculoso. Quando estou em época de competição, sofro um pouco com isso, mas não dou bola”, afirma. “Sou segura e sei que o que eu faço é um esporte saudável. Me dedico para isso”, diz.

CompetiçõesWagna começou a treinar há dez anos, pois se achava magra e queria ganhar corpo. Incenti-vada pelo namorado Junior Duarte, descobriu o gosto e aptidão pela musculação até que, em 2009 começou a participar das competições de Body Fitness, na época com a treinadora Dani Fonseca. Atualmente o treinador de Wagna é Ricardo Pannain, especializado em atletas de body bulding, amadores e profissionais da IFBB – Federação Internacional de Body Bulding e Fitness. O grande desejo de Wagna é se profis-sionalizar e, assim, poder se dedicar exclusiva-mente aos treinos e competições. “Esse não é

um esporte popular, então o patrocínio é ainda mais difícil”, fala. Para ela, as oportunidades mais rápidas de se tornar profissional podem vir de duas maneiras: ficar em 1º lugar em duas competições seguidas ou receber o título Overall, que é a competição entre as campeãs de cada categoria. Como ela conquistou o título em 2012, já se classificou automaticamente para as demais competições. “Ainda sou atleta amadora, então tenho que participar de mais competições para conseguir índice para me tornar profissional”, explica, dizendo que essa é a maneira mais provável para que uma atleta

consiga se profissionalizar. “Ainda existe um grande tabu em ralação a esse esporte, as pessoas não entendem muito bem, então acaba sendo bem mais difícil do que já é para conseguir patrocínio”. Para um atleta amador competir sem patrocínio é muito mais complicado, porque tudo sai do próprio bolso e muitas das competições são fora do país. Se profissionalizar

não significa apenas sair do amadorismo, mas também não ter mais que se preocupar em con-seguir dinheiro para as competições, o que se torna um grande alívio. Outra dificuldade das competições internacionais é o padrão estético de cada lugar. De acordo com Wagna, no Brasil e na Europa as atletas têm que mostrar mais força. Já nos Estados Unidos o padrão é sem musculatura nenhuma. “De uma competição para outra a atleta tem que mudar o corpo para poder ter chance na hora de competir, tem que se adequar a cada padrão”. “Quem vai treinar nos EUA teve que queimar a musculatura, tem que praticar balé ou yoga nos treinos”, conta.

TreinoDe acordo com Wagna, os treinos intensos co-meçam três meses antes da competição. Nessa época ela se dedica exclusivamente a moldar o corpo. “A maior dificuldade é a alimentação”, diz. “Se respondo bem à dieta meu técnico e meu nutricionista liberam alguma coisa”, fala. Em épocas normais o peso de Wagna é de 64 kg, já em época de competição, cai para 54 kg. “As pessoas não vêem todo o processo então assustam e não entendem muito bem”, diz. “Me dedico para um momento específico, para me apresentar ao árbitros, não vou acabar tudo por causa de um pedaço de pizza”, fala. “É tudo visual, a intenção é mostrar o melhor possível para os juízes, toda a preparação é por aquele motivo, é para aquele momento”, avalia. “Mas hoje as pessoas estão entendendo melhor, acompanha, incentivam, cobram”, fala. “Quando me vêem com um doce já falam, mas aí explico que não treino o tempo todo”, brinca. A próxima competição de Wagna será no Rio de Janeiro, em abril, na interncional Arnold Classic Brazil 2013, com a participação dos fisiculturistas mais importantes da IFBB.

colaboração shel almeida

Algumas pessoas ainda acham estranho o corpo da mulher

musculoso. Quando estou em época de competição, sofro um

pouco com isso, mas não dou bola. Sou segura e sei, que o que

eu faço, é um esporte saudável. Me dedico para isso

Wagna Vargas

Wagna é a atual Campeã Brasileira de Body Fitness na categoria Figure até 1,63,a mais disputada

A próximo competição de Wagna é a internacional Arnold Classic Brazil 2013, no Rio de Janeiro. Sonho da atleta é se profissionalizar

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No mês passado, o Ministério da Saúde anunciou que vai diminuir de 18 para 16 anos a idade mínima para a realização

de cirurgias de redução de estômago pelo SUS. O procedimento é indicado para pacientes de até 65 anos que tenham obesidade mórbida. Cerca de 21% dos brasileiros que têm entre dez e 19 anos estão acima do peso. Há 40 anos, o percentual era de 3,5%. Foi a partir desse crescimento e de uma consulta a profissionais envolvidos no tratamento contra a obesidade que o ministério baseou a portaria que deve entrar em vigor em janeiro de 2013. Entre 2003 e 2011, foram realizadas quase 80 mil cirurgias bariátricas, como elas são chamadas (a bariatria é o ramo da medicina que estuda a obesidade), em hospitais brasileiros públicos e privados. Desse total, o percentual de adolescentes mal chega a 5%. Isso tem razão de ser. A cirurgia é um recurso pouco recomendado para essa faixa etária. A redução de estômago é uma intervenção brusca. Os métodos mais empregados são a aplicação de um anel de silicone ajustável que, quando inflado, diminui a capacidade de armazena-mento do órgão e o grampeamento de parte do estômago. A recuperação é lenta. “Do dia para a noite você é obrigado a se alimentar em quantidades mínimas até que o corpo se acostume com a nova realidade”, diz Ricardo Cohen, cirurgião e pesquisador do hospital Oswaldo Cruz, de São Paulo. “É preciso muito preparo físico e psicológico para enfrentar as transformações.” Cohen, que já atendeu a mais de 5.000 pacientes com o problema, diz ter feito a operação em menos de uma dúzia de adolescentes. A redução é um recurso usado “depois do in-sucesso de todas as tentativas de tratamento”, explica o médico Almino Ramos, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica.

Bullying Os dois especialistas alertam para um aspecto errado e recorrente a respeito do tema. A cirurgia bariátrica não é um corretivo estético. Almino Ramos explica: “O que tentamos é ajudar pessoas que tem sérias complicações decorrentes da obesidade mórbida e tiveram a vida prejudicada por isso”. Por complicações, entendam-se diabetes, hipertensão, apneia do sono, artrose e até problemas de pele. “Nessa fase da vida, quando estão mais expostos ao bullying por causa dos quilos a mais, ado-lescentes podem ser levados a crer que tudo se

resolverá com a redução de estômago”, diz Cohen. Não é assim. Médicos apostam sempre em um tratamento multidisciplinar que envolve nutricionistas, psicólogos e fisioterapeutas. Os objetivos são a reeducação alimentar do paciente e o estímulo à prática de esportes. Ou seja, a velha receita para evitar sobrepeso e ter mais saúde. Segundo dizem os especialistas, o maior desa-fio é tirar os jovens da frente do computado e dos seus quartos para mostrar que vale a pena comer mais saudavelmente e praticar alguma atividade física. “Sob o risco de se transforma-rem em pessoas doentes se não focarem nisso”, alerta Ramos.

Calvário Para os adolescentes que a partir do ano que vem poderão procurar o SUS para realizar a cirurgia, as notícias não são boas. A estrutura do sistema único de saúde está longe de atender a demanda pelo procedimento. A demora na fila de espera pode ir de 4 a 12 anos, a depender do caso. Um jovem de 16 anos, por exemplo, pode acabar sendo operado já na idade adulta, aos 28. Na rede privada, uma cirurgia bariátrica custa em média R$ 10 mil. O que é obesidade mórbida? É o acúmulo de gordura corporal, levando a um aumento de peso superior a 25% do peso ideal. A morbidade é todo o tipo de complicação provocada por determinada doença que põe em risco a saúde do paciente Como saber se você é obeso: Divida o seu peso (em quilos) pela altura (em centímetros) ao quadrado. Resultados supe-riores a 35 indicam obesidade. A partir de 40, obesidade mórbida *Fonte: Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica Sobrepeso infantil é tema de documentário Entrou em cartaz na sexta-feira (16) o docu-mentário “Muito Além do Peso”. O filme da diretora Estela Renner discute a questão da obesidade infantil, tanto no Brasil quanto em outros países, e mostra que cresce o número de crianças acima do peso. Depoimento ‘A obesidade me fez perder parte da adoles-cência’ Eu fui uma criança magra e os meus pais não enxergavam isso como algo saudável. Cheguei a tomar complementos vitamínicos para engordar um pouco. Na maior parte do tempo, eles nunca fizeram muito efeito. A partir dos 13 anos, comecei a engordar radicalmente. De início, isso não me assustava nem à mi-

nha família, pois achávamos que era normal da fase de crescimento e eu logo voltaria à minha forma. Não foi o que aconteceu. Eu me tornei um obeso e perdi grande parte da adolescência, privado de fazer tudo que um jovem da minha idade é capaz, como se divertir, namorar e fazer esportes. A única coisa que não parei foi de estudar. Sofri bullying por causa do sobrepeso, mas nunca me abalei. Quando a gente é obeso, tem baixa auto-estima e por isso nunca tomei a iniciativa de conquistar alguém. Sofri mais por causa disso. As coisas complicaram quando surgiram problemas de saúde decorrentes da obesidade, como pressão alta e excesso

de gordura no fígado. Em 2010, cansado de fazer dietas que não surtiam efeito, iniciei um tratamento contra a obesidade e, no fim, foi sugerida a cirurgia de redução do estômago. Fiz a cirurgia há um mês, quando estava pe-sando 150 quilos. Já perdi 15 quilos e estou muito animado com a nova vida. Agora que vou levar uma vida normal, pretendo realizar um grande sonho: fazer faculdade de gastronomia. É algo que eu sempre quis, mas, por ser gordo, achava que as pessoas teriam preconceito ou pensariam que eu estaria ali só para comer. Eu me sinto livre e mais feliz. DANIEL VICK, 18, é estudante e vive em São Paulo

por rodriGo leVino/folhaPress

Dieta forçada Suar na academia pode até ajudar a perder alguns quilos, mas as últimas pesquisas mostram

que é impossível emagrecer de verdade sem mudar o estilo de alimentação

ilustração Guilherme D’arezzo

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O último round da disputa científica entre dieta e exercício físico (qual emagrece mais?) foi vencido pela mudança alimentar. Atividade física até ajuda a perder uns quilos, mas quem

está acima do peso --48,5% da população brasileira, segundo o Ministério da Saúde-- precisa fechar a boca para ter resultado, de acordo com pesquisas recentes. Uma delas, publicada em outubro último no periódico “Obesity Reviews”, analisou os resultados de 15 trabalhos. Todos mediram o efeito de atividades físicas, como caminhada ou corrida, em pessoas que não fizeram mudanças na dieta. As conclusões não animam. Na maioria dos estudos (que envol-veram 657 pessoas e duraram de três a 64 semanas), a perda de peso foi menor do que a esperada. “Algumas pessoas conseguem emagrecer bastante, mas, em geral, a prática de atividade física resulta em uma perda de apenas dois ou três quilos”, disse à Folha Timothy Church, um dos coordena-dores do trabalho. Ele é médico do Centro Pennington de Pesquisa Biomédica, em Louisiana (EUA). Compensação Se toda atividade física causa queima energética e se para ema-grecer basta ter um saldo negativo (gastar mais do que ingerir), por que a conta nem sempre fecha? O trabalho de Church levanta algumas hipóteses. Segundo a principal delas, quem faz exercício acaba compensando a perda de calorias comendo mais. Isso aconteceu em pelo menos dois artigos analisados. “Não sabemos por que isso ocorre, estamos estudando melhor agora”, afirma. Para o médico do exercício Marcelo Leitão, da Sociedade Brasileira de Medicina do do Exercício e do Esporte, é comum as pessoas superestimarem os efeitos da atividade física. “As pessoas têm uma noção errada de que se fazem exercícios podem comer o que quiserem. Se você fizer uma hora de ativida-de e depois tomar uma cervejinha, já recuperou o que perdeu.” Para gastar 500 calorias (meta diária de quem quer perder meio quilo por semana) é preciso fazer uma hora de atividade de alto impacto, como uma aula de “jump”. O esforço pode ir embora em dois pedaços de pizza. “Uma hora de caminhada por dia muda indicadores de saúde, mas não necessariamente faz perder peso”, acrescenta Leitão. Fazendo as contas “É muito mais fácil cortar calorias do que gastar. As dietas, em geral, são supercalóricas”, afirma Julio Tirapegui, bioquímico e pesquisador da Universidade de São Paulo. Uma pessoa com sobrepeso pode consumir mais de 3.000 calorias por dia e um obeso chega a 5.000, segundo o médico argenti-no Máximo Ravenna, autor de “A Teia de Aranha Alimentar” (Guarda-Chuva, 264 págs., R$ 38). “Não tem como compensar isso com exercício. Tem que reduzir pelo menos 40% da ingestão de alimentos.” Outro ponto a considerar é que o gasto de energia resultante do exercício não é exato: varia segundo o condicionamento físico e as características pessoais (altura, peso, idade). Na dieta, dá para fazer as contas com precisão e cortar calorias. Foi calculando tudo que colocava para dentro que Lucélia Bispo, 27, auxiliar administrativa, perdeu 23 quilos em cinco meses, sem exercício. Ela fez uma dieta de pontos de um site especializado. “Não deixava passar nada, anotava até uma bala”, diz ela, que antes já tinha feito regime, sem sucesso. “Sempre dá aquela impressão de que não vamos poder comer ne-nhuma besteira. Mas aprendi que se for um pouquinho, tudo pode.” O recorde de Lucélia foi ter perdido 2,3 kg em apenas uma semana. Depois de emagrecer bastante, ela passou a fazer uma dieta de manutenção. Hoje está com 71 kg. “Só agora vou fazer academia, porque fiquei com um pouco de flacidez.” impossível não é É claro que quem pratica exercícios com regularidade e foge da armadilha da compensação alimentar consegue perder peso. Na cabeça do psiquiatra Volnei Costa, 31, nunca passou a ideia de fazer regime: “Gosto muito de comer”. Quando viu que precisava emagrecer, manteve o cardápio e começou a treinar pesado seis vezes por semana, alternando musculação e exercícios aeróbicos. Em seis meses eliminou oito quilos --passou de 79 kg para 71 kg. Hoje está com 76 kg. “Ganhei massa muscular”, diz. Abandonar o sedentarismo também foi decisivo para a designer Camilla Pires, 23. Com 21 anos e 85 quilos, ela começou a nadar. A atividade motivou mudanças no cardápio. “Passei a pensar mais no que comia. Estava fazendo muito esforço, não podia desperdiçar.” Por um ano, ela juntou a fórmula dos sonhos dos especialistas: adotou uma “ alimentação saudável” e se mexeu mais. Além da natação, passou a correr. Perdeu 24 quilos. “Para mim, o que fez a diferença foi o exercício, mas também parei de comer compul-sivamente “, conta. O pesquisador americano Timothy Church, apesar das ressalvas, admite que, com a atividade física, o emagrecimento fica mais fácil. E até dá a receita: 150 minutos de caminhada rápida e 2 dias de treinamento com pesos (20 minutos por dia) por semana. Para Franz Burini, professor da Unesp e médico da academia Reebok Sport Club, não existe atividade física ideal. “O melhor

exercício é aquele que é feito”, afirma. E não precisa passar uma hora na academia para ter resultado. “Ser fisicamente ativo é se mexer mais todo o tempo. Tem pessoas que treinam uma hora e ficam paradas as outras 23.” “Emagrecimento sem exercício é insustentável’, diz o trei-nador Atalla O treinador físico Marcio Atalla, que atualmente tenta conver-ter o ex-jogador de futebol Ronaldo aos exercícios, foi enfático ao responder à questão “o que emagrece mais?”: “É óbvio que o maior problema da obesidade é o sedentarismo. A alimentação tornou-se importante porque hoje o gasto calórico médio da população é ridículo.” Segundo ele, regimes sem atividade física são insustentáveis e, a longo prazo, acabam em efeito sanfona. “A dieta, sozinha, vai naufragar sempre. Quando você faz só a restrição alimentar, tem que comer cada vez menos para continuar perdendo peso. Com o emagrecimento, o metabolismo vai caindo [ficando mais lento]”, afirma. Segundo Atalla, isso ocorre porque fazendo só dieta a pessoa perde, além de gordura, massa magra (músculo), tecido que, em repouso, gasta mais energia do que a gordura.”Quando a pessoa para de emagrecer, o metabolismo está mais baixo e ela volta a engordar com a mesma quantidade de alimento que ingeria antes.” Esse, porém, é um ponto controverso. O pesquisador americano Timothy Church, por exemplo, argumenta que o maior efeito do exercício não é aumentar o metabolismo, e sim queimar calorias durante a prática. “Não há erro em dizer que o exercício é determinante para manter o peso depois de emagrecer, mas o mecanismo exato de como isso acontece ainda não é compreendido pela ciência”, diz o médico. Os especialistas concordam no seguinte ponto: pessoas que ema-grecem sem se exercitar perdem músculo. Esse seria um ‘contra’ de aderir apenas à dieta. Mas não se sabe o quanto de massa magra é perdida, explica o endocrinologista Bruno Geloneze, do laboratório de investigação em metabolismo e diabetes da Universidade Estadual de Campinas. “Depende da genética, do tipo de exercício. Mesmo assim, a maior parte do peso perdido é gordura”, diz. Mais massa magra De acordo com Geloneze, mais importante do que perder peso é mudar a composição corporal. “Emagrecer é diminuir a quantidade de gordura no corpo, não só perder quilos”, explica. Quem treina pode até ganhar uns quilos porque há um ganho de músculo, que é mais pesado que a gordura. Para Atalla, os ganhos da atividade física para a saúde são mais certos e mais importantes do que a diminuição de um número no manequim. “Não existe alimentação que faça você ter os ganhos de saúde car-diovascular que o exercício traz. É mais interessante um gordinho ativo do que um magro sedentário”, compara. Dois estudos publicados em setembro comprovaram que o condi-cionamento físico conta mais que o peso para a saúde cardiovas-cular. Uma das pesquisas analisou dados de 43 mil americanos e descobriu que os obesos ativos tinham um menor risco de morte e indicadores de saúde semelhantes aos de pessoas magras. O trabalho foi publicado no “European Heart Journal”. Fome depois do treino ‘é mito’, diz médico A fome depois do exercício é muito mais cultural do que fisiológi-ca, segundo o médico do esporte Marcelo Leitão. “A não ser que a pessoa tenha feito jejum antes, uma hora de exercício não vai esgotar os estoques de energia do corpo. As pessoas têm reservas, principalmente quem precisa perder peso”, diz ele. Para o médico, a culpa pela sensação de fome pós-treino é da dieta desorganizada. É o que também pensa a nutricionista Luciana Rossi, professora do Centro Universitário São Camilo. “Não é algo fisiológico. Depois da atividade física, o sangue vai para os músculos [não fica no estômago]”, afirma. Ela é contra dietas restritivas --principalmente associadas à prática de exercícios. A nutricionista Heloisa Guarita, especialista em esporte, faz coro. “Dá para emagrecer mantendo uma ingestão normal de calorias [de acordo com as necessidades diárias] e aumentando a prática de exercício.” Para driblar a fome pós-treino é indicado comer antes e depois da atividade, de acordo com Rossi. Uma hora antes de treinar escolha carboidratos leves, como três biscoitos integrais, um suco de fruta ou uma banana. Depois, faça um lanche com carboidrato e proteína: uma ou duas fatias de pão integral, uma fatia de um embutido leve (peito de peru) e queijo. “É interessante comer proteína depois do treino porque ajuda a ganhar massa magra. E, quando a pessoa tiver fome, não será incontrolável”, diz Rossi. Fracionar a alimentação é uma dica que serve mesmo para quem não faz academia. Além disso, é bom aumentar o consumo de vegetais (cinco porções por dia) e de frutas (três por dia) e trocar carboidratos refinados por integrais. Esses truques aumentam a sensação de saciedade. Dietas com menos de 1.200 calorias não devem ser feitas, de acordo com a nutricionista Camila Gracia, do HCor. “É difícil conseguir a quantidade ideal de nutrientes com tão poucas calorias. Em geral, fazemos uma redução de 500 a 700 calorias, dependendo de quanto a pessoa come e de quanto gasta.”

Suar na academia pode até ajudar a perder alguns quilos, mas as últimas pesquisas mostram que é im-possível emagrecer de verdade sem mudar o estilo de alimentação

Por JUliana Vines / folhaPress

Malhar ou fechar a boca?

comportamento

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Trabalhos recentes vêm abandonando a “história dos vencedores” para se dedicar ao estudo de sujeitos que

não deram certo: personagens subalternos, de segundo escalão, frustrados. É nesse conjunto que se inscreve “O Triunfo do Fracasso”, o novo livro de Maria Lúcia Garcia Pallares-Burke, pesquisadora rigorosa da obra de Gilberto Freyre. Dessa vez, a autora tira da obscuridade um pensador pouco visitado entre nós: Rüdiger Bilden, jovem alemão que se muda para os Estados Unidos pouco antes da Primeira Guerra. Entra em Columbia em 1917 e lá estabe-lece contatos com o antropólogo F. Boas e Freyre. Com essa chave na mão, a autora vai atrás de cartas, ensaios, fotos e registros de colegas e familiares. O resultado é um texto que esgrima parco material com criatividade e traça uma bio-grafia dessa geração que passou por duas Grandes Guerras, lutos coletivos e processos acelerados de diáspora. Bilden não sofreu diretamente com a guerra, mas delineou percurso no mínimo singular. Erudito, com interesses em linguística e

história -que iam do período helenístico à história russa ou americana-, era fluente em português, inglês, francês, alemão e holandês, arranhando italiano, espanhol e dinamarquês. Com a institucionalização dos estudos em América Latina e Brasil, Bilden lançou-se na pesquisa “da influência da escravidão no desenvolvimento do Brasil”: terreno virgem a explorar. Começava então sua aventura tropical, que duraria de dezembro de 1925 a abril de 1927. Chega em Belém; visita o Recife e se dirige ao Rio. Por lá, conhece parte da intelectualidade local -Bertha Lutz, M. Fleiuss, Roquette Pinto, Carneiro Leão, antes de rumar para Minas Gerais. Mas gosta mesmo é de São Paulo, local “de gente viril, vigorosa e ativa”. Antes de partir, informou-se sobre tema que lhe fora recomendado pelo mestre Boas: a questão das raças e da miscigenação. Quando Bilden retornou aos EUA, seu tra-balho já tinha até título -”Slavery as a Factor in Brazilian History”- mas nunca ganhou ponto final. Conhece-se apenas artigo de 1929, “Brazil, Laboratory of Civilization”,

que prometia estudo inovador. O fato é que, anos antes de Freyre, Bil-den destacava o futuro “de equalização social e fusão de elementos étnicos” esperado no país. A partir de então, Bilden se reinventaria como professor, mediador e ativista no ambiente do Tennessee e na “Renascença do Harlem”. Maria Lúcia passa à história dos EUA du-rante a Guerra de 1939; analisa as novas ondas de racismo e escrutina o novo projeto de Bilden: compreender “a amizade entre EUA, Brasil e Caribe”. O ambiente, porém, era outro, com o aumento da segregação racial e uma nova agenda dos direitos civis. A pesquisadora perde o paradeiro de Bilden a partir de 1956 até sua morte, 24 anos depois. Acertada é a saída de mudar de registro e passar a perguntar sobre o sis-temático “desreconhecimento” de Freyre por aquele que havia definido como seu maior interlocutor nos EUA. Na mesma proporção em que cresce a fama de Freyre, o mestre de Apipucos se recria como discípulo de Boas e esquece

do “amigo alemão”. Boas não lembraria do aluno brasileiro; já Freyre, nas futuras edições de seus livros, cortaria elogios e referências ao amigo Bilden. São, porém, claras as afinidades entre os dois pensadores quando se pensa no papel da mestiçagem e da escravidão na história brasileira. Quem tiver dúvidas, leia o ensaio inédito de Bilden no apêndice desse excelente “O Triunfo do Fracasso”. A biografia é um gênero difícil. Fazemos da vida um destino coerente e premeditado. Maria Lúcia escapa da receita fácil e tece uma história que inverte jogos de luz e sombra. Freyre surge um pouco acinzen-tado no retrato.

LILIA MORITZ SCHWARCZ é antropóloga e historiadora, professora titular da USP e autora de “O Espetáculo das Raças” (Com-panhia das Letras), entre outros.

O triunfo do fracasso Autora Maria Lúcia Garcia Pallares-burke Editora unesp Quanto R$ 55 (424 págs.)

por lilia moritZ sChWarCZ / folhaPress

“O Triunfo do Fracasso” Livro resgata pensador escondido por Freyre

antenado

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Foi com muita alegria que fotografei o casamento

desse lindo e querido casal: Elaine e Amauri. Duas

pessoas especiais que conheci e tive o prazer de

fazer parte da realização deste sonho dos dois.

O making of da Elaine aconteceu no Art’n Noivas

do meu amigo Lulu que, com sua equipe, deixou

Elaine linda de noiva.

A cerimônia aconteceu na Igreja Comunidade da

Graça lindamente decorada para o Grande Dia

dos dois. Pastor Milton presidiu a cerimônia e

com o dom da oratória conseguiu atingir todos

os presentes de forma emocionante. O casal fez

seus votos num tom muito intimista e depois

trocaram as alianças num clima muito romântico

sob os olhares emocionados dos pais. Lindo de

ver! Depois dos cumprimentos dos pais e padri-

nhos o casal saiu pelo corredor ovacionado pelos

convidados. Tudo com muita alegria. Depois

aproveitamos para dar uma voltinha com o casal

para fotografar e fazer o primeiro brinde de casa-

dos. Na sequencia seguimos até a vizinha cidade

de Extrema onde os convidados ofereceram uma

belíssima festa. Foi uma noite maravilhosa com

muito bom gosto e uma contagiante alegria que

fez a festa invadir madrugada à dentro. O casal

aproveitou até o último momento da festa e foi

um dos últimos a ir embora. Mais um dia muito

especial que guardo com muito carinho.

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No Brasil, a Mercedes-Benz Classe C tem uma função essencial: ser um objeto de desejo para a classe media-alta. Tanto é que, as três versões disponíveis do

sedã no país exercem atração numa proporção inversa ao valor estampado na tabela de preços. A de entrada, a C180 e seus R$ 115.900, é a que mais vende. A seguinte, a C200, que custa R$ 158.900, vende bem menos. A de topo, C250, que sai a salgados R$ 208.500, é praticamente um carro de showroom. No balanço entre preço, sofisticação, potência e equipamentos, a C200 Avantgarde é a que melhor atende às solitações de quem quer uma Mercedes, mas sem se encalacrar (muito) por isso. Na soma, com cada versão fazendo uma função específica.São quase 400 vendas mensais, que mantive-ram o sedã da Mercedes à frente na lista dos modelos de luxo mais vendidos no Brasil – ul-trapassando, inclusive, o impressionante Land Rover Evoque. Esse posicionamento do Classe C se deve muito à reestilização de meia-vida promovida pela montadora no meio do ano passado, feita após uma queda de quase 40% nas vendas mundiais do modelo. As pesquisas indicaram que a principal causa era a impressão dos potenciais consumidores de que o sedã estava “simples demais”. Isso explica o face--lift, que afetou pouquíssimo o exterior, mas foi considerado pela marca “o mais profundo já promovido em um habitáculo”. Mudaram totalmente o painel, os comandos, o volante e todos os revestimentos, além de algumas melhorias técnicas.No caso da C200, o acabamento interno é em alumínio escovado e traz ainda teto solar e faróis bi-xenon. Além disso, tem itens como ar-condicionado automático, luzes de led, controles de estabilidade e tração, seis airbags, ABS, rodas de liga leve de 17 polegadas e sistema de entretenimento com tela de 3 polegadas. O propulsor das três versões é basicamente o mesmo: um 1.8 turbo com injeção direta de gasolina gerenciado por um câmbio automático de 7 marchas. O que muda são as calibrações e o tamanho de turbo e intercooler. Na C180, turbo e intercooler são pequenos e ele desenvolve 156 cv e 25,5 kgfm de torque. Na top, a C250, turbo e intercooler são de maior capacidade, o que resulta em 204 cv e 31,6 kgfm. Na C200, intercooler é o da C180 e o turbo é o da C250. E gera 184 cv de potência e 27,5 kgfm. Bons números para um modelo que pretende unir

elegância e vigor em boas doses. Sem sobras ou faltas.

Ponto a pontoDesempenho – O funcionamento do motor 1.8 turbo da C200 impressiona pela suavi-dade e competência. O torque máximo de 27,5 kgfm fica disponível no longo regime de 1.800 a 4.600 rpm e dá grande agilidade para o sedã. Tanto é que o zero a 100 km/h é feito em 7,8 segundos, boa marca para um carro de 1.505 kg. A transmissão também agrada, com trocas rápidas e realizadas nos momentos certos. Nota 9.Estabilidade – A C200 encara uma sequência de curvas sem se abalar. A boa distribuição de peso, aliada à tração traseira e à ótima rigidez torcional do conjunto, faz da Classe C um carro extremamente agradável. E mesmo quando se extrapola o limite de equilíbrio do carro, os sistemas eletrônicos mantêm o sedã sempre na trajetória desejada. Nota 9.Interatividade – O convívio com a Classe C não tem mistérios. Tudo está à mão e nos lugares “naturais”. Apenas o rádio tem fun-cionamento um tanto confuso, a princípio. Também complica o fato de todas as hastes que se projetam da coluna de direção ficarem do lado esquerdo, como os controles de seta e do cruise control. Nota 7.Consumo – O InMetro não fez medições para o sedã da Mercedes. O computador de bordo marcou média de 9,1 km/l em trajeto misto. Nota 7. Tecnologia – Dentre os sedãs médios das marcas premium alemães, o Classe C é o mais antigo. Isso se mostrava no anterior, principal-mente antes do face-lift do ano passado. Hoje, a cabine consegue ficar de acordo com o que há de moderno no mercado. O motor é potente, suave e econômico e a lista de equipamentos é recheada. Nota 8.Conforto – O Classe C é um veículo com rodar dos mais suaves. A suspensão é independente do tipo multilink atrás e fornece ótima dose de absorção de impactos. Os bancos de couro são confortáveis e “abraçam” os ocupantes. O espaço interno é o esperado de um sedã mé-dio. Ele leva quatro pessoas com boa dose de conforto, mas nada muito além disso. Nota 8.Habitabilidade – O porta-malas leva bons 475 litros. Entretanto, tem braços que invadem a área das bagagens. Os vãos de entrada e saída são bons, como na maioria dos sedãs de porte

semelhante. Como o console é cheio de coman-dos, não há muito espaço para porta-trecos. Só dentro do apoio de braço central que dá para guardar itens como carteira e celular. Nota 7.Acabamento – Outro elemento que evoluiu com a reestilização do ano passado. O painel agora exibe uma vistosa peça de alumínio que adiciona ainda mais requinte a mistura. Os encaixes são precisos e a escolha de materiais segue a mesma linha. Só na parte inferior do painel, na área próxima as pernas do motorista que existe plástico rígido. No segmento, é dos melhores. Nota 9.Design – A função do Classe C não é ser carro de playboy. E o design responde bem à expecta-tiva de quem quer um carro de linhas clássicas e elegantes. Nota 8.Custo/beneficio – Frente aos principais concorrentes, a C200 não é cara. O Audi A4 equivalente supera o preço da Mercedes por causa dos inúmeros opcionais e a BMW só vende a nova geração da Série 3 em versões mais potentes. Nota 7.Total – O Mercedes-Benz C200 somou 79 pontos de 100 pontos possíveis.

Impressões ao dirigirA Classe C é a porta de entrada ao universo de sedãs Mercedes-Benz. E já no primeiro contato mostra que cumpre bem a tarefa de dar uma parcela do que a marca alemã é capaz de fazer. O acabamento agrada bastante e mostra grande evolução por causa do face-lift sofrido no ano passado. O aplique de alumínio no painel é o destaque. O espaço interno também é bom e suficiente para quatro pessoas. Como em muitos carros de luxo atuais, o espaço para um quinto ocupante é ligeiramente sacrificado. O melhor é dar lugar ao descansa-braço.Em movimento. A C200 se mostra muito amigável. A suspensão – do tipo multilink na traseira – se comporta exemplarmente, com extrema suavidade. Absorve as imperfeições com muita competência e torna o rodar do carro muito confortável. O desempenho do motor chega a surpreender. Não apenas pelo ânimo que os 184 cv conseguem dar a um carro de 1.505 kg, mas também pela suavidade com que ele roda. Mesmo em giros elevados, o seda é silencioso e quase sem vibrações. Além dos 184 cv, o farto torque de 27,5 kgfm disponível em larga faixa dão grande agilidade na cidade. Mas é em um trajeto sinuoso que o

Classe C mostra a sua melhor faceta. O carro é bem construído e é dotado de ótima rigidez torcional. A tração traseira ajuda e o sedã quase não sai de controle.Ficha técnicaMercedes-Benz C200 Turbo Avantgarde Motor: A gasolina, dianteiro, longitudinal, 1.796 cm³, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro, turbo com intercooler e comando duplo variável de válvulas no cabeçote. Injeção direta de combustível e acelerador eletrônico.Transmissão: Câmbio automático com sete marchas à frente e uma a ré. Tração traseira. Oferece controle eletrônico de tração.Potência máxima: 184 cv a 5.250 rpm.Aceleração de zero a 100 km/h: 7,8 segundos.Velocidade máxima: 235 km/h.Torque máximo: 27,5 kgfm entre 1.800 e 4.600 rpm.Diâmetro e curso: 82 mm X 85 mm. Taxa de compressão: 9,8:1.Suspensão: Dianteira independente do tipo mul-tilink, com molas helicoidais e amortecedores de rigidez variável. Traseira independente do tipo multilink com amortecedores de rigidez variável. Oferece controle eletrônico de estabilidade e suspensão adaptativa eletrônica.Freios: Discos ventilados na frente e sólidos atrás. Oferece ABS e EBD.Pneus: 225/45 R17.Carroceria: Sedã em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,58 metros de comprimento, 1,77 m de largura, 1,44 m de altura e 2,76 m de entre-eixos. Oferece airbags frontais, laterais dianteiros, do tipo cortina e apoio de cabeça ativo.Peso: 1.505 kg em ordem de marcha.Capacidade do porta-malas: 475 litros.Tanque de combustível: 59 litros.Produção: Bremen, Alemanha.Lançamento: 2007. Reestilização: 2011.Itens de série: Ar-condicionado automátcio bizona, ABS, EBD, BAS, airbags frontais, laterais e de cortina, banco do motorista com regulagem elétrica, sistema keyless, controle de estabilidade e de tração, direção hidráulica, faróis de neblina, rádio/CD/MP3/USB/AUX/Bluetooth, contro-lador de velocidade de cruzeiro, sistema start/stop, assistente de partida em aclives, faróis de xenônio, rodas de liga-leve em 17 polegadas, sensores de estacionamento, crepus-cular e de chuva.Preço: R$ 158.900.

por rodriGo maChado/aUto Press

veículos

Fotos: JorGe roDriGues JorGe/carta z Notícias

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por aUGUsto Paladino/aUtoPress

automotivasNotícias

Expansão calculada - O novo EcoSport está no rumo dos Estados Unidos e Europa. Mas no caminho, o jipinho vai chegando a mercados

emergentes, como América Latina e Sudeste Asiático. O mais recente país a receber o modelo é a Colômbia, que receberá as versões S e Freestyle sempre com motor 2.0, de 138 cv abastecido apenas com gasolina em suas 30 concessionárias Ford distribuídas pelo país. Por lá, o modelo vai custar o equivalente a R$ 54.611 para a mais simples e R$ 60.422 para a topo. As duas custam cerca de 5% a menos que as versões semelhantes vendidas por aqui. No entanto, os colombianos também não contam com itens oferecidos no Brasil, como airbags laterais e de cortina ou bancos em couro. Nem como opcional.Pequeno voador - A Volkswagen revelou na Europa as versões definitivas do Polo WRC. Os modelos são os mais potentes até hoje na linha do compacto alemão que está uma geração na frente do produzido no Brasil e firmam a presença da marca nas competições de rali. O Polo WRC pronto para as pistas usa um pequeno 1.6 preparado para render mais de 300 cv e ganhou uma carroceria com partes em fibra de carbono e kevlar, além de todo o aparato que faz dele um carro de competição. Já a versão de rua, a R WRC, coloca no hatch o mesmo propulsor do Golf GTI europeu. O 2.0 litros TSI foi trabalhado para render 223 cv, capazes de levar o modelo de zero a 100 km/h em 6,4 segundos e à máxima de 241 km/h. Ele, no entanto, terá a produção limitada a 2.500 unidades.Faltou energia - A Jaguar cancelou o projeto do C-X75, o super cupê que vinha sendo planejado desde 2010, quando foi apresentado pela primeira vez no Salão de Paris daquele

ano. O momento parece errado para lançarmos um carro de 1 milhão de libras cerca de R$ 3,4 milhões, reconhece Adrian Hallmark, diretor de operações globais da Jaguar. O supercarro usaria um pequeno motor de 1.6 litro turbo, associado a outros dois elétricos, para produzir cerca de 800 cv com baixo consumo de combustível e emissões de poluentes. O chassi ainda era de fibra de carbono e foi desenvolvido em parceria com a escuderia de Fórmula 1 Williams. Pelo menos, 60% das evoluções aplicadas ao C-X75 deverão ser vistas em breve em futuros Jaguar.Preferência nacional - O levantamento realizado pela Confederação Nacional das Empresas de Seguro, a CNSEG, apontou que o Volkswagen Gol foi o carro mais roubado do Brasil em 2012. Foram 39.086 Gols roubados, quase 17% do total de 233.159 pessoas que tiveram seus carros subtraídos durante esse ano. O segundo colocado é o Fiat Uno, que corresponde por menos da metade dos furtos do campeão. Fiat Palio e os Chevrolet Corsa e Celta completam a lista dos cinco mais visados.Clone francês - Depois do lançamento do DS5 para o mercado de luxo, a Citroën está estudando importar o crossover C4 Aircross para o Brasil. O modelo, feito em parceria com a Mitsubishi, deve chegar para brigar no patamar onde o irmão japonês ASX está. O visual, no entanto, lembra mais outros modelos franceses, com a grade estreita e os filetes de luzes diurnas na vertical. Na Europa, ele usa motores modestos, com potências de no máximo 150 cv extraídos de um 1.8 diesel. Por aqui, o mais provável é que chegue com o va-lente 1.6 THP de 165 cv e câmbio automático de seis marchas.

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