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Bragança Paulista Sexta 8 Março 2013 Nº 682 - ano XI [email protected] 11 4032-3919 jornal do meio

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Edição 08.03.2013

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B r a g a n ç a P a u l i s t a

Sexta8 Março 2013

Nº 682 - ano [email protected]

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Faz oito anos, em abril de 2005, escrevia sobre a eleição do Papa Bento XVI. Várias

abordagens o apontavam como conservador (até ultraconservador, segundo alguns). Baseadas nesta característica apontavam o temor de um retrocesso no caminhar da Igreja. Uma espécie de hibernação. De perda do tempo da história. De que a Igreja se tornasse re-trógrada. À época servi-me dos textos de alguns textos bíblicos para refletir. Eu vou retomá-los, assim como alguns pontos do que escrevi naquele ano porque, de no-vo, está em pauta se o novo Papa será conservador ou progressista. Com a chave de leitura que ser conservador é ruim e ser progres-sista é bom! A leitura dos Atos dos Apóstolos (6,1-7) recorda um dos problemas vividos pela Igreja dos primeiros tempos: o descuido com as viúvas dos judeus de educação e costumes gregos suscitou desen-contros, reclamações, mal estar. Os apóstolos escolheram alguns colaboradores para corrigir e não permitir diferenças e acepção de pessoas. Este trecho serviu para meditar e recordar que a Igreja de Jesus Cristo foi querida para

ser portadora da Salvação, anun-ciadora da Boa Nova. Ela não é a salvação. Ela é servidora para a construção do Reino de Deus. Alerta o trecho bíblico que não se pode esquecer a dimensão hu-mana da Igreja. E que ela, Igreja, deve buscar a solução para que a fraternidade seja vivida. Outro texto fundamental para entender o que a Igreja é está no capítulo 15, também dos Atos. Nele está a narrativa do primeiro concílio da Igreja, o concílio de Jerusalém. Convocado para resolver a questão que os cristãos judeus desperta-ram: queriam que os cristãos de outras nações, ao assumirem o cristianismo, também assumis-sem usos e costumes judaicos. São Paulo se insurge contra isso. Durante a assembleia, diz o texto: “Tornando-se acesa a discussão, levantou-se Pedro...” (15,7). A leitura da primeira carta de Pedro (2,4-9) recorda que a Igreja é fundada em Jesus Cristo, como pedra angular: sustenta a construção e é pedra de tropeço para os que não o querem. Pedra de tropeço no sentido que bater nela leva à queda. O que mantém em pé é fundar-se nela. O evangelho (João 14,1-12) recorda

aos apóstolos e discípulos que Jesus Cristo é Caminho, Verdade e Vida. E para chegar às moradas do Pai é seguir o mesmo caminho de Jesus. Um caminho de Páscoa. De doação da vida. Uma projeção de eternidade que se materializa nas muitas moradas que a Igreja propõe como formas de doação da própria vida a todos os que se convertem a Jesus Cristo e formam a sua Igreja. Nesta perspectiva a Igreja deve ser fiel a si mesma. Conservadora da Fé. E o sucessor de Pedro deve zelar para que a fé não seja corrompida. Nem a Igreja se afaste do seu Senhor. Querer minimizar, mimetizar, diluir as exigências do Evangelho e pregar uma “verdade” que não é a de Je-sus Cristo é sair do Caminho, da Verdade e perder a Vida. O que se pode e se deve discutir (e trabalhar para isso) é que a Igreja busque sempre uma linguagem atual para fazer sua mensagem entendida e mais aderente à realidade. Ao Magistério da Igreja cabe, com o auxílio dos diversos campos do saber, ir abrindo o leque da com-preensão do Evangelho para que a mensagem possa ser entendida. Defensora, como deve ser, dos va-

lores que Deus plantou e planta no coração de cada ser humano, sua preocupação deve ser fazer, cada vez mais clara, a radical exigência evangélica da conversão a Jesus Cristo. A Missão da Igreja não é adoçar o Evangelho. Para torná--lo menos exigente. A Missão da Igreja, como anunciadora do sonho de Deus, é acolher, abraçar, acari-nhar e mostrar a cada ser humano o Amor de Deus e o que se deve fazer para vivê-lo. Como a Igreja é peregrina, leva as marcas dos nossos passos. Do nosso cansaço, dos nossos desânimos, dos nossos pecados. Da nossa dificuldade de, muitas vezes, compreender situações e de dar soluções mais adequadas. Mas isso não nos é estranho. Basta ver o caminhar de nossas famílias. O nosso ca-minhar como sociedade. Para mim fica claro que é necessário conservar o fundamental e abrir--se às novas realidades. Neste sentido ser progressista significa perceber a necessidade do anún-cio de um valor vital e torná-lo compreensível. E oferecê-lo como proposta de vida. Progressista não é quem joga fora os valores que nortearam a vida. É quem

busca neles a inspiração para novos passos. Os cristãos de-vem ser conservadores naquilo que é o tesouro da fé. Formado pela Palavra de Deus e pela vida vivida da Igreja. As verdades fundamentais (dogmas) serão sempre perenes. Poderá mudar sua compreensão e sua explicita-ção, mas o fundamento não. No que concerne à Tradição ela é e será formada pelo aprendizado ao longo da vida. O avanço do conhecimento humano ajudará a compreender a resposta a ser dada a cada época. Penso em voltar ao assunto abordando a questão dos dogmas e da Tradição. Do que não muda e do que pode mudar no ensino do Magistério da Igreja. Até breve.

por Mons. Giovanni Baresse

Jornal do MeioRua Santa Clara, 730Centro - Bragança Pta.Tel/Fax: (11) 4032-3919

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Diretor Responsável:Carlos Henrique Picarelli

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As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da

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As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS

Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente.

Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.

ExpEdiEntE

para pensar

ou progressista?Papa conservador

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Por JULiana CUnHa /FoLHaPress

Sentimental demais O amor está longe de ser a solução para o fim do sofrimento humano. Pelo menos aquele amor romântico de filmes e novelas.

Quem defende essa ideia é o filósofo Simon May, professor do King’s College, em Londres, e autor de “Amor - Uma História”, lançado aqui no fim do ano passado. Para ele, o sentimento está supervalorizado: ocupou o espaço deixado pela religião e se tornou o novo deus do Ocidente. “Somos todos fanáticos. Exigimos que nos-so sentimento seja eterno e incondicional e camuflamos sua natureza condicional e efêmera. É a mais nova tentativa humana de roubar um poder divino”, disse, em en-trevista à Folha (leia mais à pág. 4). De acordo com o filósofo, a religião do amor incondicional é reforçada pela cultura. Ele cita filmes em que um dos personagens não quer saber de namorar e só pensa na carreira. No final, ele sempre descobre que sem uma paixão sua vida não será completa. Tanta pressão em cima de um sentimen-to frágil e humano, para o autor, termina em frustração coletiva. “Nada humano é verdadeiramente incondicional, eterno e completamente bom. Essa é uma for-ma de amor que só Deus pode ter. Esse entendimento gera expectativas altas, que relacionamentos cotidianos não são capazes de suprir.” O mesmo defende o filósofo alemão Richard David Precht, autor de “Amor - Um Sen-timento Desordenado”. “O papel de nos aceitar por inteiro, com todos os nossos defeitos e limitações, cabia a Deus. Hoje buscamos alguém que possa cumprir essa função e ainda dormir conosco. É realmente pedir demais”, diz.

Romantismo No livro, Simon May traça um histórico das diferentes concepções de amor ao longo da história e atribui ao romantismo do século 19 a culpa pela supervalorização do sentimento. Segundo ele, desde então, enquanto a socie-dade mudou, a idealização do sentimento continua como no passado. Inovações como a liberação sexual, a pílula e a luta pelos direitos dos gays só possibilitaram que mais pessoas passassem a perseguir o amor ideal ao incluir homossexuais e divorciados no jogo. A psicanalista Regina Navarro Lins tam-bém pesquisou a história do sentimento, mas chegou a uma conclusão diferente. “O amor romântico está com os dias contados. Domina filmes e novelas, mas está saindo de cena na vida real”, afirma ela, que em 2012 publicou “O Livro do Amor”, obra em dois volumes. Para a psicanalista, o futuro aponta para o “poliamor” e para formas menos conven-cionais que o casamento. “As pessoas estão mais individualistas, buscam sua própria satisfação. Isso irrita os conservadores, mas aumenta as chances de cada um ser

feliz”, diz. Navarro Lins, no entanto, concorda com Simon May ao considerar o amor romântico irreal. “Você conhece uma pessoa, atribui a ela características que ela não possui e passa a vida infernizando a criatura, que-rendo que ela seja como você imaginou”, diz a psicanalista. A troca de exigências gera um “rancor matrimonial”, uma sensação de que o par-ceiro nos enganou ao não cumprir nossas expectativas. Simon May não acredita que a solução seja dar menos importância ao sentimento, mas rever os conceitos. “Precisamos mu-dar nossas expectativas, não reduzi-las.

É preciso abandonar a ideia de que amor implica em intimidade incondicional, be-nevolência e altruísmo. Para mim, amor é algo completamente condicional. Ele só existe enquanto a outra pessoa parece dar sentido à nossa existência.” Na teoria O Livro do Amor - vols. 1 e 2 Regina Navarro Lins Editora BestSeller Quanto R$ 30 cada volume (362 págs. cada) Em um panorama do amor da pré-história à atualidade, a autora destrincha temas como o papel da mulher, fidelidade, monogamia e homossexualidade. Amor - Uma História

Simon May Editora Zahar Quanto R$ 60 (376 págs.) O livro traça um histórico do amor basea-do na visão de pensadores como Spinoza, Ovídio e Rousseau. Para o autor, buscamos um modelo de amor que não corresponde à realidade atual. Amor - Um Sentimento Desordenado Richard David Precht Editora Casa da Palavra Quanto R$ 45 (319 págs.) Escrito por um filósofo e jornalista alemão, explica o amor segundo a ciência, a história e a filosofia. Para Precht, o amor passou a substituir a religião.

comportamento

Para filósofo britânico, é preciso rever os conceitos sobre o amor romântico, hoje tão valorizado que chega a ocupar o lugar da religião no mundo ocidental

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Mais do que um dia de comemorações, o 8 de março precisa ser entendido como um dia para reflexões. Por mais direitos que as mulheres tenham con-

quistado, ainda faltam muitos outros, o que nos mostra que o desejo de igualdade plena entre os sexos é fator que precisa continuar a ser debatido. Mesmo a mulher trabalhando fora, ainda é considerada a dona do lar, aquela que carrega a responsabilidade de cuidar da casa, dos filhos e do marido. E é por esse mes-mo motivo que muitos empregadores ainda consideram “justo” que o salário da mulher seja menor do que o do homem. “Homens se focam integralmente ao trabalho, mulheres não, pois dedicam boa parte de sua energia aos assuntos domésticos” é uma resposta muito comum para essa questão. Outros podem argumentar que foi a própria mulher que pediu por isso ao entrar no mercado de trabalho, ou que os homens não dariam conta de fazer tudo o que as mulheres fazem. No entanto é necessário refletir o seguinte: se as mulheres podem cuidar da casa e trabalhar fora porque os homens não podem fazer o mesmo? A grande dificuldade nessa questão não são os fatores práticos. Qualquer pessoa é capaz de aprender a varrer, lavar louça, arrumar a cama, colocar a roupa no varal, cozinhar, trocar fralda. A dificuldade aqui é vencer a barreira do sexismo, aquela que divi-de o mundo em “coisas de homem” e “coisas de mulher”, começando pelas publicidades, que focam a venda de produtos de limpeza para o público feminino e a de cerveja para o público masculino. É verdade que a mais recente geração de maridos têm se esforçado e entendido melhor o que é a cuidar da casa e dos filhos. Mas, mesmo assim, a maioria das pessoas – homens e mulheres - ainda vê o trabalho doméstico realizado pelo homem como “ajuda”, quando na verdade o que deveria acontecer é a divisão de tarefas. Se ambos moram na mesma casa, ambos po-dem dividir os afazeres, sem sobrecarregar ninguém. São questões simples que fariam muita diferença no dia-a-dia se fossem levadas em consideração.

Papel da mulherO papel da mulher deve ser aquele que ela própria quiser, e não um pré-estabelecido e imposto pela sociedade. Se o homem tem o poder e o direito de fazer escolhas referentes ao próprio destino, a mulher deve poder fazer o mesmo. Isso é igualdade. E é por isso que queremos que o dia 8 de março seja lembrado. Em muitas matérias, o Jornal do Meio fez referência a mulheres que se destacam em áreas predominantemente masculinas. Isso demonstra como as mulheres têm buscado espaço e não se acomodam mais no papel que lhes foi imposto. Já contamos a história de mulheres que são instrutoras de auto-escola, borracheira, torcedoras e comentarista de futebol, atleta de body fitness, grafiteira, cantora e baterista de rock, motorista de ônibus, entre outras. Todas elas têm em comum o fato de terem quebrado barreiras. E também de terem sofrido algum tipo de preconceito por ser mulher, o que mostra que por mais direitos que tenhamos conquistado o respeito ainda é algo a ser batalhado dia-riamente. O cotidiano de qualquer mulher é provar que suas capacidades vão além do que é considerado feminino. As cobranças atingem constantemente as mulheres na vida profissional, na vida doméstica, na aparência, na sexualidade. A mulher não é ensinada a ter domínio sobre próprio corpo. Ao contrário, é criada para não se mostrar, não “chamar a atenção”, a sentir vergonha do sexo. Mesmo a diferença natural entre homens e mulheres,

a gravidez, não é de seu próprio domínio. São pouquíssimas as mulheres que conseguem ser protagonistas plenas do próprio parto. Talvez por isso a saúde da mulher continua sendo a algo a ser desmitificado.

SaúdeÉ a partir da primeira menstruação que a menina passa a ser mulher. É aí que começam as preocupações sobre virgindade e gravidez, trazendo a sexualidade para o centro da questão. No entanto, antes disso é necessário ter em mente que, nesse momento, o corpo da menina começa um processo de transfor-mação que continuará pela vida toda, até a menopausa. Mas nesse momento, a saúde não é a preocupação principal. São poucas as famílias que levam a filha ao ginecologista assim que ela menstrua. Muitas se ofendem só de pensar na possibilidade. Esse tipo de pensamento ainda existe porque muitas pessoas continuam a acreditar que levar a filha ao ginecologista é dar permissão para começar a tomar pílula anticoncepcional e a fazer sexo. Levar a filha ao ginecologista é ensiná-la a entender o próprio corpo e a própria saúde, é ensiná-la a pensar primeiro em si. E isso serve para as mães também. As mulheres são tão acostumadas a cuidar da família que se esquecem de cuidar de si mes-mas. No final de 2012 foi realizada mais uma edição da campanha de prevenção ao câncer de mama chamada Outubro Rosa. O Jornal do Meio conversou, na época, com o médico mastologista Dr. Anastasio Barrettini Junior. O que ele revelou foi que, 80% das mulheres bragantinas descobrem a doença quando ela já está em estado avançado e as chances de cura são mínimas. Ou seja: as mulheres bragantinas não estariam cuidando como deveriam da própria saúde. Uma pesquisa realizada para um fórum de debates sobre a mulher brasileira confirma: a brasileira é negligente com a própria saúde. Entre as causas de morte mais comuns da po-pulação feminina brasileira as doenças cardiovasculares ficam em primeiro lugar, representando 55%. O câncer de mama, que poderia ser detectado com exames preventivos, vem logo após. De acordo com a pesquisa, ao ignorar o funcionamento do próprio corpo, as mulheres se expõem aos problemas cardiovasculares. Nas mu-lheres as doenças cardíacas têm sintomas específicos, como a dor gastrointestinal. Por falta de informação a respeito, se automedicam e não procuram o médico a tempo. Ainda segundo a pesquisa, o estresse tem papel importante em rela-ção à saúde feminina, contribuindo para o surgimento de várias doenças. Alguns fatores como a má alimentação, poucas horas de sono e sedentarismo em conjunto com o esforço para conciliar os múltiplos papéis esperados de uma mulher – cuida-dos com a casa, criação de filhos, carreira e relacionamentos – fazem com a mulher esteja mais propensa ao estresse e as do-enças relacionadas a ele. Os responsáveis pela pesquisa apontam que o ideal seria administrar melhor o tempo e incluir na rotina momentos para fazer as refeições com calma, dormir bem, realizar atividades físicas e buscar descontração. E é nesse ponto que voltamos à questão da divisão de tarefas. A mulher é sobrecarregada por afazeres que refletem diretamente em sua saúde. Neste 8 de março esperamos que a iniciativa da mulher comece de fato e que isso tenha início pela consciência do próprio corpo. Que a mulher use a simbologia da data como presente para si e procure cuidar melhor da própria saúde.

colaboração sHeL aLMeiDa

Mesmo trabalhando fora, mulher ainda é considerada a dona do lar, aquela que carrega a responsabilidade de cuidar da casa, dos filhos e do marido

Falta de conhecimento sobre o próprio corpo expõe mulheres a maior risco de doenças cardiovasculares.

Ao tentar conciliar os múltiplos papéis esperados dela, mulher acaba mais propensa ao estresse

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Sorriso harmônicoFoi-se o tempo em que para se ter um sorriso estético e harmônico os dentes necessitariam estar

todos bem brancos e alinhados. Atu-almente, o conceito de estética vem se transformando. Hoje a estética procura analisar o indivíduo como um todo e “adaptar” restaurações e próteses de acordo com a harmonia de sua face e de seu temperamento. Procuramos, desta forma, aliar estética com naturalidade. Em alguns casos lan-çamos mão de próteses personalizadas que irão conter dentes com manchas mais escurecidas, dentes mal posicio-nados, espaços entre um dente e outro (diastema) e assim por diante a fim de deixarmos o mais natural e imperceptível possível a prótese.O avanço de materiais cada vez mais estéticos como as porcelanas nos per-mitem, hoje em dia, lançarmos mão de uma gama interminável de efeitos para que consigamos a naturalidade que o caso exige.E tudo isso tem início na primeira con-sulta, onde o paciente tem sua arcada moldada, onde se obtém um modelo de estudo, e fotografada de diversos ângulos para que o cirurgião-dentista possa estudar as melhores opções pa-

ra aquele caso em específico. Com os modelos em mãos podemos fazer um enceramento diagnóstico, que funciona como uma prévia de resultado final, e este é transportado para a boca do pa-ciente através de uma resina especial. Desta forma, o paciente irá visualizar o resultado final a ser alcançado assim como o cirurgião-dentista conseguirá identificar todas as limitações que o caso oferece.Com o enceramento diagnóstico podemos modificar todo o sorriso do paciente sem a necessidade de nenhuma alteração “definitiva” em sua boca, oferecendo a ele diversas opções de tratamento assim como seus resultados finais.Pode-se notar que o correto planejamen-to vai garantir um resultado altamente estético e por consequência uma maior naturalidade.Na foto abaixo, temos um exemplo de um moldelo de estudo com o enceramento diagnóstico realizado, transmitindo ao paciente o resultado final das restaurações e a naturalidade que iremos conseguir!

Dr. André Henrique PossebomCRO/SP 94.138Especialista em Dentística Restauradora eEstética Dental

inForMe PUBLiCitário

Seu sorriso COM saúde

Dra. Luciana Leme Martins KabbabeCRO/SP 80.173Dra. Mariana Martins Ramos LemeCRO/SP 82.984Dra. Maria Fátima Martins ClaroCRO/SP 18.374Dr. Luis Fernando Ferrari BellasalmaCRO/SP 37.320 Dr. André Henrique PossebomCRO/SP 94.138

Dra. Juliana Marcondes ReisCRO/SP 70.526Dra. Helen Cristina R. RibeiroCRO/SP 83.113 DR. Luis Alexandre ThomazCRO/SP 42.905

Praça Raul Leme, 200 – salas 45/46/49 Edifício Centro Liberal. Telefones: 11 4034 – 4430 ou 11 4034 – 1984

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antenado

Volume reúne todos os contos publicados em livro pelo autor que criou uma rica estilização do dialeto urbano

por roDoLFo LUCena/FoLHaPress

Entendendo a boemia João Antônio (1937-1996) emba-lado para grã-fino, de capa dura que merduncho nenhum jamais vai ler?

É inevitável imaginar o que pensaria o autor de “Malagueta, Perus e Bacanaço” (1963) ao sopesar a edição de seus “Con-tos Reunidos”. Obcecado pelas palavras, provavelmente não queimaria muita cachola acerca da plasticidade do invólucro, pois, autocrítico como era, “tanto com o estilo como com os sentimentos”, aborrecia-se ao reler os próprios textos. Em um dos inéditos compilados no livro (que inicialmente faria parte de “Abraçado ao Meu Rancor”), o escritor paulista afirma que “não é qualquer texto de nossa lavra que nos enche os olhos ou o coração [] Um miligrama de ternura é só um miligrama. Não é nenhuma fonte”. Seja como for, a reunião da obra ficcional de João Antônio é feito inestimável para resgatar e compreender malandros e demais românticos de certa boemia pertencente ao passado de cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, cenários da maioria dos contos do autor. O livro é enriquecido pelo excelente perfil biobibliográfico assinado por Rodrigo La-cerda (responsável pelo resgate de João Antônio em sua passagem pela Cosac Naify como editor, na década passada), além de fortuna crítica a reunir artigos de Antonio Candido, Tânia Macedo, Jorge Amado, Paulo Rónai e Alfredo Bosi.

Língua desbastada Criador de uma “língua geral” (no dizer de Candido) de rica estilização do dialeto urbano da marginália do período, João Antônio radicalizou sua pesquisa filológica de “bas-fond”, tornando mais rarefeitos a cada livro seus enredos autobiográficos. Em prol do ritmo da frase curta, enviesando pela crônica, siderou-se por uma língua a ser desbastada, em vez de enriquecida. Tamanho excesso, entretanto, permitiu a seus sucedâneos escreverem atualmente num registro mais próximo ao português falado no Brasil. Lacerda, em sua apresentação, reflete sobre o anseio não realizado de João Antônio de construir uma “saga”, expressado em carta de 1965 a Ilka Brunhilde Laurito. Conclui que a estrutura mais complexa do romance deveria ter sido o passo adiante a ser dado. Na carta, porém, João Antônio alega que “no romance, ou antes, num romance, não cabe fazer o que pretendo”. Talvez o espasmo fosse a forma possível para ele, justamente o caráter episódico represen-tado neste “Contos Reunidos”. Joca reiners terron é autor de “Do Fundo do Poço se Vê a Lua” (Companhia das Letras), entre outros.Contos reunidos Autor João Antônio Editora Cosac Naify Quanto R$ 99 (608 págs.) Avaliação ótimo

O escritor João Antonio (1937-96)

Foto: RepRodução

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A indústria de multas A Revolução Industrial, que teve início no século XVIII na Inglater-ra, promoveu a substituição do trabalho humano pelo trabalho

das máquinas e revolucionou os limites da capacidade da produção permitindo que produzíssemos uma infinidade novos produtos a uma velocidade que não po-deria sequer ser imaginada. Novas formas de organização das plantas produtivas foram idealizadas e dentre as mais famosas temos o taylorismo, o fordismo e, mais recentemente, o toyotismo. E dentro deste novo universo produtivo um dos produtos mais importantes foi o automóvel. Este se tornou uma das ban-deiras da capacidade produtiva industrial e se consolidou como um elemento de sonhos de consumo das pessoas que direta e indiretamente dependem das indústrias. Sim, pois toda indústria precisa de seus trabalhadores, consumidores e matéria prima, enfim um conjunto de ações é exigido para que ela funcione. Aqui, a

administração da indústria é fundamental uma vez que a boa gerência pode significar um ganho enorme para ela. Além disso, o automóvel traz consigo uma marca de poder e de status social incrível. Automóveis cada vez mais velozes e bonitos surgem a cada ano no mercado alimen-tando os sonhos de consumo de milhões de pessoas elevando-as a patamares mais altos quanto mais novo, moderno e carro for o modelo escolhido. Entretanto, com o automóvel temos uma mudança no comportamento social, pois se tenho status social, se tenho velocidade aos meus pés, por que deveria me conter frente a regras de trânsito? Por exemplo, por que devo respeitar as linhas demar-catórias de fluxo pintadas nas ruas e avenidas? Por que devo respeitar as faixas de pedestres e os acessos para as pessoas com deficiência? Por que devo respeitar os semáforos sem as câmeras de controle de fluxo e de velocidade? Por que não correr quando estou atrasado e todos pretendem

me atrasar ainda mais? Ou seja, as pessoas cumprem no trânsito o papel de maus funcionários e alimentam a tão famige-rada indústria de multas oferecendo-lhe sua matéria prima. E para controlar seus maus funcionários, aproveitar a matéria prima disponível e garantir um aumento na produção a indústria de multas utiliza de expedientes como os radares móveis, que complementam o trabalho de controle dos radares fixos e dos agentes de trânsito.É estranho que as pessoas que desres-peitam regras básicas de trânsito como, por exemplo, os limites de velocidade sintam-se lesadas quando são multadas por radares móveis a 80 km/h quando a velocidade máxima é de 60 km/h, pois a velocidade em toda a avenida é de 60 e não 80 km/h. Há ainda o desrespeito nas faixas de pedestres, nas vagas para os idosos, no estacionamento de carros sobre as calçadas e todos os que são multados se sentem injustiçados mesmo promovendo um show de abusos e de

irresponsabilidades. Isso sem contar o número altíssimo de pessoas que dirigem sem o cinto de segurança ou falando nos telefones celulares.No entanto, os responsáveis pelo trânsito também carregam vícios e não administram corretamente a situação. Inúmeras vezes os odiados, mas necessários, radares mó-veis eram colocados em áreas de transição de velocidade de 60 para 40 km/h; alguns agentes de trânsito por desatenção e não por fala de conhecimento da lei, param sobre as faixas de pedestres; além da falta clara de uma ideia de educação no trân-sito, que parece estar sendo idealizada. É, parece que elementos existem para supormos que em Bragança Paulista existe uma indústria de multas e que todos os envolvidos se empenham bastante para que ela cresça cada vez mais.

Pedro Marcelo Galasso – cientista polí-tico, professor e escritor. E-mail: [email protected]

Por PeDro MarCeLo GaLasso

Reflexão e Práxis

Pastel de vóTenho sempre na lembrança o ca-rinho e amor com que minhas avós transmitiam sua sabedoria para a família. Suas mãos habilidosas

preparavam delícias que ainda marcam a memória de todos! Pois para mim foi e é assim. Hoje trago uma receita da vó Jandyra, avó materna, uma cozinheira de primeira, com suas comidas inesquecíveis. Muitas de suas receitas eram de olho, não tinham muita medida, ia colocando um pouquinho disso um tantinho daquilo, fazendo com que todos nós da família nos sentíssemos tão bem vindos quanto seus convidados.Lembrando um pouco os tempos de criança, a vó Jandyra preparava sempre, sem ‘titubear’, pastéis para o lanche da família. Os 5 filhos, nora, genros e netos tinham o hábito de “bater o ponto” na casa dela todo final de tarde. E ela, sem-pre tão solícita, oferecia algo para comer como os famosos pastéis; todos nós nos esbaldávamos de tanto comer.Receita barata, fácil e deliciosa!Comprar massa de pastel fora, na paste-laria? ‘Never more’!

Comecei preparando o recheio, que deve esfriar antes da montagem dos pastéis. Fiz assim: Refoguei em 2 colheres de óleo 250g de carne moída de primeira sem tempero algum. Depois de bem soltinha, acrescentei ½ cebola ralada, 1 dentinho

de alho amassado, sal e pimenta do rei-no e fritei mais um pouco. Juntei cheiro verde picadinho e 1 ovo cozido e misturei bem. Reservei.Para a massa caseira, amassei 2 xícaras de trigo com 1 ovo, 1 colher (sopa) de óleo , 1 colher de pinga (aguardente, cachaça, cana, bagaceira, 51, mé -> qualquer um serve) e ½ xícara de salmora (água com sal) quente. Se precisar, coloque um pouquinho a mais trigo, até a massa se soltar das mãos. A massa fica bem lisinha e elástica.Passei no cilindro devagar, em pedaços, até afinar bem. Recheei com uma porção de carne e dei meu toque com uma colherada de requeijão cremoso. Cortei com a carretilha, como dita o costume.Fritei em óleo quente e parti pro abraço.Quanta saudade! Como é bom relembrar!!!Rendimento: 50 pasteizinhos (pequenos) prá lá de gostosos...

DeborahDeborah Martin Salaroli, amante da culinária e a tem como passatempo por influência da avó paterna desde criança. Desde abril de 2010, é criadora e autora do blog www.delicias1001.com.br recheado somente de receitas testadas e aprovadas.Alguma sugestão ou dúvida? Mande um e-mail para [email protected]

Por DeBoraH Martin saLaroLiFotos: delícias 1001

Pastel

Delícias 1001

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Foi com imenso prazer que

fotografei essa menininha linda

chamada Maria Clara. Ela é filha

da Bruna e do Ademir. Uma

gracinha de criança e muito

bem humorada. A cerimônia

aconteceu na Igreja da Vila

Maria. Os padrinhos da Maria

Clara foi o casal Camila e Ademar

que não paravam de paparicar

a pequenina. A cerimônia foi

linda e todos acompanharam

com muita emoção. Depois da

cerimônia, os amigos e familiares

disputavam para carregar a linda

Maria Clara e ela, generosamente,

aproveitava o carinho de todos.

Mais um dia muito especial na

minha carreira.

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É muito comum as pessoas desejarem alguma coisa e se deixarem levar pela ansiedade de resolver um problema ou

adquirir alguma coisa que almejam o quanto antes.Uma receita infalível para que você não caia nas armadilhas que nos atacam dia a dia por propagandas, telemarketing ou vendedores:Quando alguém lhe oferece algo mui-to mais barato, a primeira atitude é perguntar o porquê daquilo ser muito mais barato, e em seguida questionar o seguinte :Este produto acompanha nota fiscal?Tem termo de garantia?É original ou paralelo?Agindo desta forma voce deixará o vendedor desconfortável em tentar esconder os motivos de uma oferta tão mais barata que as outras no mercado. Dificilmente decidimos comprar alguma coisa sem antes pesquisar o que há de melhor sobre aquele produto ou servi-ço, pois todos nós queremos comprar o melhor pelo menor preço. Nesta hora nos tornamos alvos fáceis e prediletos daqueles que contam com a nossa ansiedade e desejo de econo-mizar e nesse momento, eles omitem informações sobre o produto ou servi-ço e lhe oferecem somente o que nós desejamos ouvir .Uma vez foi perguntado a Onássis, um dos homens mais ricos do planeta, o que ele faria se lhe dessem Cem mil

dólares. Imediatamente ele respondeu que investiria Dez mil dólares em al-gum produto ou serviço e Noventa mil dólares, ele investiria em propaganda deste produto ou serviço.Hoje você entra na internet e compra tudo o que quiser, desde bolinha de gude até avião. Mas o interessante é que 90% dos sites não tem telefone de contato, endereço da sede, ou alguma forma de localizar a empresa, caso você tenha algum problema.Também não é diferente no ramo da segurança, em relação à propaganda, pois está se tornando comum, aqui mesmo em Bragança, propagandas impactantes e vultuosas, mas que não informam nem endereço e muito menos telefone fixo da cidade .Uma das técnicas que você poderá uti-lizar, na hora de contratar ou comprar, é perguntar imediatamente quais são os serviços ou características a que você não terá direito, para poder pagar tão mais barato.Vamos tirar como exemplo a compra de uma geladeira:Ela pode ser muito barata, mas tem alto consumo de energia.Só com o tempo você vai descobrir que o barato está saindo muito caro.E com as ofertas de segurança não é nada diferente, pois normalmente se esconde tudo que os equipamentos não fazem e os serviços que não prestam ao cliente.Vivemos num País em que só é fiscalizado

quem é registrado para atuar em seu segmento, e quem não é, vai atuando e contando com a “sorte” de viver num País onde parece ser mais importante levar vantagem e ser esperto.Uma vez, um empresário disse o seguinte:Sempre procuro o que é mais caro e aperto até conseguir diminuir o valor, mas sempre terei a segurança de contar com tudo que a Lei me protege, caso eu não seja atendido satisfatoriamente ou precisar reclamar meus direitos. Até mesmo porque, na frente de um juiz, eu sou o leigo e o vendedor é o conhecedor. Em todos os segmentos de comércio vimos observando que cada vez está mais difícil trabalhar dentro dos parâmetros da lei e com qualidade diferenciada, pois a informalidade sufoca, marginaliza e reduz os preços dos produtos e serviços a níveis dificílimos de competir.Quando fui diretor do SPC (serviço de Proteção ao Crédito em Bragança Paulista - na Câmara de Dirigentes Lojistas, nos deparamos com um comer-ciante estabelecido em loja no centro da Cidade, no ramo de cd`s e dvd´s, sofrendo barbaridade pela presença de camelô com barraquinha de cd e dvd na calçada em frente à sua loja.Simplesmente não dá para ele com-petir com um camelô, que não paga aluguel, impostos, funcionários, água, luz, telefone.Podemos pensar “que se dane”, o impor-tante é que consegui comprar barato.

Mas esquecemos que, em primeiro lugar, estamos correndo o risco de até sermos receptadores, estamos cola-borando fortemente para que amanhã nossos filhos e ou o filho dos outros não tenham mais empregos.O fato é que precisamos readquirir nosso padrão de exigência, pois parece que tudo está se nivelando por baixo:Educação, saúde, segurança, políticos, serviços, produtos e o que parece ter valor é levar vantagem, mentir, omitir, se dar bem, calotear, não cumprir, in-ventar desculpas, não assumir.Para escapar de ser enganado em qualquer situação, SEJA EXIGENTE E BRIGUE PELO MELHOR COM O MENOR CUSTO POSSÍVEL, mas não se deixe levar pelos olhos ou pela ansiedade.Até a próxima!

Valmir Aristides, consultor de segurança e fundador da Eco Sistema Eletrônico Ltda- Empresa especializada em tecno-logias e soluções em segurança.Formado em Eletrônica, tendo atuado na área técnica nas Empresas IBM--International Business Machines e ITT-International Telegraphs & Teleco-munications, foi o Fundador-Presidente da REB-PM - Rede de Emergência Bragantina na Polícia Militar e atuou por 2 anos como Diretor do SPC – Ser-viço de Proteção ao Crédito na Câmara de Dirigentes Lojistas de Bragança Paulista (CDL).

Por vaLMir aristiDes

não ser enganadoA arte de comprar e

olho vivo - dicas de segurança

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Pode-se dizer que o Punto andou em direção à racionalidade de um ano para cá. O modelo da Fiat sempre

brigou no segmento de compactos supe-riores, que reúne modelos bem acabados e com bom nível de equipamentos, mas sem apresentar um custo/benefício muito atraente. Mas, desde a reestilização que a linha sofreu no meio do ano passado, o hatch se tornou uma compra muito mais sensata. E a versão Essence é a que melhor evidencia isso. Em 2011 custava R$ 47.350 e atingia R$ 62.180 quando completa. Hoje é mais equipada de fábrica, mas parte de R$ 42.590 e chega a R$ 55.712 quando armada� ao máximo.O melhor custo/benefício do Punto foi ra-pidamente reconhecido e absorvido pelo mercado. Tanto é que as vendas saltaram depois do face-lift. Se antes ficavam na média de 2.700 exemplares mensais, hoje já batem quase nas 5 mil unidades. Desas forma, o modelo da Fiat lidera com folgas o seu segmento, à frente de Citroën C3, Ford New Fiesta, Chevrolet Sonic e do veterano Volkswagen Polo � que, em 2002, inaugurou o nicho de compactos superiores nacionais. Mas as alterações realizadas pela Fiat no ano passado não se restringiram à rearrumação dos preços. As versões também foram atu-alizadas. A Essence 1.8 desapareceu. Agora, a linha está bem mais organizada. A de en-trada é a Attractive 1.4, a intermediária é a Essence 1.6, a esportivada é a Sporting 1.8 e o real esportivo é o T-Jet 1.4 Turbo. Ou seja, cada motor com uma versão. Mais simples, impossível.Em termos de alterações estéticas, as prin-cipais foram destinadas ao interior. A cabine ganhou apliques de plástico emborrachado semelhantes aos usados no Bravo. O painel de instrumentos também é novo e é rodeado por dois círculos pronunciados que parecem copos. Do lado de fora, as mudanças foram mais pontuais. Na frente, o hatch ganhou a identidade da Fiat por aqui com direito ao bigodinho do 500. O para-choque também é novo e conta com um grande aplique de plástico preto que abriga as luzes de dire-ção nas extremidades. De lado, tudo igual apenas as rodas são diferentes. Atrás, mais sutilezas. As lanternas ganharam luzes de led e o para-choque combina com o da frente, com um grande pedaço sem pintura, com revestimento em plástico preto. O visual, por sinal, é derivado do Punto Evo, vendido na Europa entre 2009 e 2012, mas que não agradou muito por lá. Em termos mecânicos, a única mudança foi no câmbio automatizado Dualogic. Ele ganhou a atualização mais recente e ainda recebeu a alcunha Plus�. Na prática, ele adicionou duas funções importantes. A primeira é a creeping�, que faz o carro andar assim que se tira o pé do freio � como nos modelos com câmbio automático. A outra, o impronunciável auto-up shift abort�, serve para impedir que o sistema troque de marcha quando o moto-rista está acelerando o máximo possível. No resto, o motor 1.6 16V continua a desenvolver 115/117 cv a 5.500 rpm e torque máximo de 16,2/16,8 kgfm a 4.500 giros. Conjunto capaz de levar o carro de zero a 100 km/h em 10,3 segundos e à velocidade máxima de 184 km/h.

Em termos de equipamentos, o Punto tam-bém está melhor recheado. O Essence já vem de fábrica com ar-condicionado, direção hidráulica, trio elétrico, faróis de neblina, chave canivete com telecomando, airbag duplo e freios com ABS. A lista de opcionais adiciona itens como rádio/CD/MP3/USB/Bluetooth, sensor de estacionamento traseiro e teto solar elétrico. Tudo isso por R$ 42.590. O câmbio automatizado Dualogic Plus adi-ciona R$ 2.285 à conta e ainda mais R$ 292 pelas charmosas borboletas para trocas de marcha manuais no volante.

Ponto a pontoDesempenho - Existe potência e torque suficientes no motor 1.6 16V para dar um comportamento interessante ao Punto Es-sence. O problema é que a força do propulsor parece só surgir em giros médios. Abaixo de 2.500 giros o desempenho é muito murcho� e realmente deixa a desejar. Só quando se passa dessa marca que o carro responde com mais vitalidade e entrega o desempenho esperado de um compacto com motor 1.6. O câmbio Dualogic teve evoluções notáveis desde a sua primeira aparição, mas ainda dá trancos demais nas trocas de marcha. Nota 7.Estabilidade - O Punto é um dos carros mais equilibrados de sua categoria. A plataforma deixa o compacto bem assentado no chão e a suspensão com calibração intermediária controla as adernações da carroceria. Os pneus não são os mais indicados para uma tocada mais ousada, mas dão conta do re-cado. Nota 8.Interatividade - A versão testada contava inclusive com borboletas atrás do volante para trocas de marcha. Além disso, o Dualogic Plus se mostrou um câmbio muito mais amigável, principalmente na hora de estacionar graças à função creeping. No resto, destaque para o excelente volante de couro que, além de bem acabado, tem ótima pegada. O rádio também é interessante, cheio de funções, mas com funcionamento simples. Nota 8.Consumo O InMetro só testou uma versão do Punto, o Attractive 1.4. O computador de bordo do Essence marcou média de 7,9 km/l de etanol em consumo misto. Nota 7.Tecnologia - O motor do Punto é recente, mas oferece desempenho apenas satisfa-tório. A transmissão automatizada ganhou atualizações e melhorou, mas ainda não está ideal. A versão Essence vem bem equipada de fábrica, com direito a airbag duplo, ABS, ar-condicionado, direção hidráulica e trio elétrico. Nota 7.Conforto - Espaço interno não é o forte de nenhum compacto. E o Punto não foge a regra. Há lugar para quatro adultos com conforto, mas nada muito além disso. Os bancos não tem revestimento de couro, mas contam com uma espuma com densidade correta que segura bem os corpos nas cur-vas. A suspensão é competente na tarefa de suavizar a buraqueira das cidades. Nota 7.Habitabilidade. Os projetistas do painel do Punto não são muito chegados a porta--objetos. Existe apenas um porta-copos na frente da alavanca de câmbio que pode receber itens pessoais. O compartimento acima das saídas de ar é pouco prático. O

porta-malas leva 280 litros, bem de acordo com o segmento. Nota 6.Acabamento - É a principal evolução do Punto na reestilização do meio do ano passado. O painel ganhou um grande aplique de material emborrachado na parte central e melhorou drasticamente o aspecto geral do interior do compacto. O volante com revestimento em couro item opcional também se destaca. Nota 8.Design - O face-lift de 2012 foi discreto no exterior do Punto. Mudaram para-choques dianteiro e traseiro, lanterna e outros pequenos detalhes. Foi uma espécie de rejuvenescida ligeira em um visual que já agradava. Nota 7.Custo/beneficio - A versão Essence é a com o melhor custo/benefício da gama do Pun-to. Agrega um motor 1.6 com desempenho interessante a uma lista de equipamentos completa, por um preço de R$ 42.590. Na lista de opcionais, itens como sistema de entretenimento e sensor de estacionamento traseiro são os mais importantes. O câmbio Dualogic aumenta R$ 2.285 à conta inicial de R$ 42.590 e adiciona uma dose de conforto. Na concorrência de compactos superiores, os únicos que tem transmissão automática ou automatizada são o Chevrolet Sonic, o Citroën C3 e o Volkswagen Polo I-Motion, ambos consideravelmente mais caros que o Punto. Nota 8.aTotal - O Fiat Punto Essence Dualogic Plus somou 73 pontos em 100 possíveis.

Impressões ao dirigirSedução em detalhesÉ preciso um par de olhos treinados para notar as diferenças externas do novo Punto em relação ao anterior. As modificações real-mente foram pequenas, apenas o suficiente para dar algum ar de novidade ao carro. O mesmo não se pode dizer do interior. O traba-lho da Fiat no acabamento de seu compacto é realmente notável. O aplique de plástico emborrachado na parte central do painel lembra muito o do Bravo, modelo maior na linha da fabricante italiana. O resto acompanha a boa sensação inclusive o belo volante que tem ótima pegada. A cabine bonita e bem acabada é importante em um segmento que a percepção de qualidade impera.Em movimento, é fácil perceber que a Fiat praticamente não alterou a mecânica do Punto. O que significa que o comportamento dinâmico se manteve para o bom e para o mal. O motor 1.6 16V continua preguiçoso em rotações baixas. É preciso paciência para levá-lo a giros médios e altos quando ele, de fato, mostra um desempenho animador.Já o equilíbrio em curvas se manteve. O Punto sempre foi um carro bem acertado em termos de suspensão e a reestilização não mudou isso. É claro que não chega a ser um esportivo, mas está longe de ser um carro molenga, avesso às estradas sinuosas. O conforto ao rodar também foi preservado O conjunto de suspensão absorve com bastante competência as imperfeições das estradas.A grande mudança ficou restrita ao câmbio automatizado Dualogic. E a adição do Plus ao fim do nome realmente se justifica. Não é que ele se tornou uma transmissão agradável de ser utilizada no dia-a-dia, mas quando

se compara com as primeiras gerações do Dualogic, é uma evolução e tanto. As trocas continuam bruscas, com trancos, mas fica-ram minimamente mais suaves. O uso em baixas velocidades, na hora de estacionar, por exemplo, está bem melhor. A função creeping conserta uma falha clássica dos carros equi-pados com a transmissão, que eram difíceis de estacionar � principalmente em ladeiras. Nas estradas, quando a opção é por uma tocada mais ousada, as borboletas atrás do volante ajudam e conseguem imprimir uma sensação maior de esportividade ao hatch.

Ficha técnicaFiat Punto Essence 1.6 16V Dualogic PlusMotor: Gasolina e etanol, dianteiro, trans-versal, 1.598 cm³, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro. Comando simples de válvulas no cabeçote. Injeção eletrônica multiponto e acelerador eletrônico.Transmissão: Câmbio automatizado de cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira.Potência máxima: 115 cv com gasolina e 117 cv com etanol a 5.500 mil rpm.Aceleração 0-100 km/h: 10,5 segundos com gasolina 10,3 s com etanol.Velocidade máxima: 181 km/h com gasolina e 184 km/h com etanol.Torque máximo: 16,2 kgfm com gasolina e 16,8 kgfm com etanol a 4.500 rpm.Diâmetro e curso: 77 mm X 85,8 mm. Taxa de compressão: 10,5:1.Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, com braços oscilantes fixa-dos em subchassi, com molas helicoidais, amortecedores hidráulicos pressurizados e barra estabilizadora. Traseira com rodas semi-independentes, com barra de torção, barra estabilizadora integrada e amortece-dores hidráulicos pressurizados. Não oferece controle de estabilidade.Pneus: 195/55 R15.Freios: Discos ventilados na frente e tambores atrás. Oferece ABS com EDB.Carroceria: Hatch em monobloco, com quatro portas e cinco lugares. 4,06 metros de comprimento, 1,68 m de largura, 1,49 m de altura e 2,51 m de entre-eixos. Oferece airbags frontais de série.Peso: 1.210 kg.Capacidade do porta-malas: 280 litros. Tanque de combustível: 60 litros.Produção: Betim, Brasil.Lançamento no Brasil da versão: 2012.Itens de série: Ar-condicionado, apoios de cabeça com regulavem de altura, banco do motorista com regulagem de altura, chave canivete com telecomando, computador de bordo, direção hidráulica, faróis de neblina, airbag duplo, freios com ABS e EBD e trio elétrico.Preço: R$ 42.590.Opcionais: Banco traseiro bipartido, câmbio Dualogic Plus, rádio/CD/MP3/USB/Bluetoo-th, sensor de estacionamento traseiro, teto solar, retrovisor interno eletrocrômico, sensor de chuva e luminosidade, borboletas para trocas manuais de marcha atrás do volante, cruise control e volante de couro com comandos do rádio.Preço completo: R$ 55.712.

por roDriGo MaCHaDo/aUto Press

Fotos: pedRo paulo FigueiRedo/caRta Z Notícias

veículosveículos

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por aUGUsto PaLaDino/aUtoPress

Na reta da chegada – O Mini Paceman, ver-são cupê do Countryman, já tem data para chegar ao Brasil. O modelo estará disponível no país no final de maio, inicialmente apenas

na versão Cooper S, que tem preço estimado entre R$ 140 mil e R$ 150 mil. A previsão de chegada da versão ALL4 – com tração integral – é para o final do segundo semestre deste ano, e a apimentada John Cooper Works, com motor de 218 cv, só para 2014. O Mini Paceman tem motor 1.6 turbo de 186 cv de potência acoplado a uma transmissão automática de seis velocidades com borboletas no volante. O conjunto faz o modelo cumprir o zero a 100 km/h em 7,5 segundos e atingir a máxima de 212 km/h.Boa pinta – A Kia aproveitou o Salão de Chicago, que foi realizado na primeira quinzena de fevereiro, para lançar a nova geração do Cerato hatch, chamado de Forte nos Estados Unidos. Assim como praticamente todos os lançamentos recentes da marca, o médio fi-cou com um visual muito mais harmônico e esportivo. Destaque também para a lista de motores que agora inclui um 2.0 com injeção direta de 173 cv e um 1.6 turbo de 201 cv. Os câmbios, tanto manual quanto automático, são de seis marchas. Não há previsão para a chegada do Cerato hatch ao mercado brasileiro. Tipo “olho de sogra” – A Volkswagen abriu a má-quina do tempo e fez uma viagem com o Fusca. A marca alemã revelou uma edição especial chamada GSR – Gelb Schwarzer Renner, ou “corredor preto e amarelo” – que faz alusão a modelos existentes nos anos 70. O GSR ganha a pintura característica na nova versão do hatch da marca alemã. O motor é o 2.0 TFSI, mas com 213 cv, 13 a mais. A transmissão pode ser uma manual de seis velocidades e a auto-matizada de dupla embreagem DSG. O Beetle GSR vem com o pacote R-Line, que dá um toque mais esportivo ao carro e inclui novos para-choques e

rodas de 19 polegadas “Tornado”. O interior acom-panha as cores da carroceria. A versão especial só terá 3.500 unidades – devidamente numeradas por uma plaquinha no volante – e o preço será anunciado perto do lançamento oficial do carro.Breve nas ruas – A Citroën vai usar o Salão de Genebra, que acontece no começo de março, para apresentar o conceito que vai dar origem à nova geração do C4 Picasso. A julgar pelo protótipo, o desenho vai ser bastante “modernoso”, com faróis divididos em duas seções e grande área envidraçada. A minivan vai ser baseada na plataforma modular EMP2 e tem 4,43 metros de comprimento, 1,83 m de largura e 1,61 m de altura. Outro ponto positivo é a emissão de CO2: apenas 98 g/km.Fim do caminho – O Fisker Karma não vai completar nem dois anos de venda. A marca norte-americana anunciou que vai encerrar a produção do sedã em breve devido a problemas com o fornecedor de baterias. A empresa que vendia o equipamento até então, a A123 Systems, declarou falência em outubro. Assim, o prin-cipal elemento do sedã elétrico – que ainda conta com um motor a gasolina que recarrega as baterias – fica em falta. Além disso, alguns recalls do Karma no ano passado prejudicaram a saúde financeira da Fisker, que procura parceiros para aliviar suas contas.SOS Malibu – O novo Malibu mal começou a ser vendido no mercado norte-americano e a Chevrolet já pensa em uma maneira de deixar o carro mais atraente para os consumidores locais. É que as vendas do sedã médio grande nos Estados Unidos não estão nos níveis que a marca esperava. O novo Malibu conseguiu vender apenas 3,3% a mais que o seu antecessor, enquanto o mercado como um todo subiu 13,5% no ano. Pesa também o fato de os concorrentes passarem por uma fase boa, caso de Toyota Camry – líder do segmento –, Volkswagen Passat e Ford Fusion.

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