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Trabalhos realizados pelos alunos do 6ºC, após a leitura do livro "O burro Eleutério e o lobo selvagem" de Pedro Bessa.
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Trabalho realizado por:
Catarina Vieira nº 6 - 6ºC
Gonçalo Costa nº 13 - 6ºC
Rodrigo Ferreira nº 26 - 6ºC
Neste trabalho vamos falar sobre:
. O autor e a ilustradora
. Onde se localiza a história
. Características das gentes
-O Autor Da História
-A ilustradora da história
-A história da Albânia
-Características das Gentes
O Autor Da História
Pedro Bessa nasceu na cidade do Porto, em 1969, tendo
dedicado metade da sua vida ao jornalismo. Começou, com
apenas dezoito anos, na Rádio Comercial, passando por algumas
das principais redacções do País, entre as quais as da Agência
Lusa e dos jornais O Primeiro de Janeiro e O Comércio do Porto.
Foi, ainda, colaborador da RTP e Correio da Manhã.
Actualmente, exerce actividade na área da assessoria de
comunicação. O Burro Eleutério e o Lobo Selvagem assinala a
estreia na escrita literária.
A ilustradora da história
Cláudia Rocha nasceu em Vagos, 1972. Terminou o Curso
de Artes Plásticas Pintura na Faculdade de Belas-Artes da
Universidade do Porto em 1997. Nesse mesmo ano foi
bolseira na Staatlihe der Kunst, na cidade de Karlsruhe, na
Alemanha, onde estudou Pintura na classe do Prof.
Kaminsky e Escultura na classe do Prof. Stefan Balkenhol.
Concluiu em 2000 a Pós Graduação em Museologia na FLUP
e o Curso de Piano no Conservatório do Porto. Em 2007,
iniciou o Mestrado em Docência em Artes Visuais e em
2008 concluiu a Pós-Graduação em Educação Especial.
Dedica-se desde 1998, ao ensino das Artes em instituições
públicas e privadas. Do seu currículo constam várias
exposições individuais e coletivas de pintura e escultura,
edições de arte, e vários prémios na área da Música e Artes
Plásticas.
A história da Albânia
Fig.1:Bandeira oficial da Albânia Fig.2: A verde é Albânia
A Albânia localiza-se no Sudeste europeu, fronteiras com o mar
Adriático e o mar Jónico, entre a Grécia e o Estado da Sérvia e o
Montenegro. A Albânia tem uma área total de vinte e oito mil
setecentos e quarenta e oito quilómetros quadrados. Este país
tem um clima temperado e agradável, com Invernos chuvosos e
Verões quentes e secos; o interior do território é mais fresco e
húmido. Tem um relevo montanhoso com pequenas planícies ao
longo de toda a costa. Este sofre de catástrofes naturais como
por Ex: sismos intensos, tsunamis que ocorrem ao longo da costa
Sudoeste; períodos de seca. A moeda deles é o LEK.
Características das Gentes
A roupa dos albaneses é feita de lã dos carneiros das montanhas
e ornada com rendas de fio de ouro. A maioria albanesa no
Kosovo procura a independência da Jugoslávia, os albaneses na
antiga república da Macedónia sentem-se discriminados na
educação, no emprego e no Governo. A agricultura da Albânia
absorve grande parte da mão-de-obra. O território fica
«aninhado» nos Balcãs. Tirana a capital da Albânia possui
magníficas praças para passear. A Albânia é um dos países mais
montanhosos da Europa.
Ler para Crescer
“O burro Eleutério e o lobo selvagem” de Pedro Bessa
QUEM É????
1 -
a esperteza nã
2 Bom companheiro, o melhor de todos, ajuda o pastor e a cuidar de todos.
3 É malhada e come erva, gosta de pastar com a sua manada.
4 ão se metam com ele, pois tem
uns grandes dentes.
5
6
Respostas
1 Burro
2 Cão
3 Vaca
4 Lobo
5 Galinha
6 - Porco
Turma 6º C Joana - nº - 17
Rafaela nº 22
Acróstico
GALINHA QUE
ANDAVA SEMPRE A CHATEAR
LÁ ESTAVA A DAR CONSELHOS AO BURRO ELEUTÉRIO COM A
INTENÇÂO DE O AJUDAR.
NO ENTANTO O BURRO NÃO OUVIA E
HOUVE UM DIA, EM QUE
ANDAVA A GALINHA A PASSEAR E
LOGO UM HUMANO
A AGARRA PARA A SERVIR DE ARROZ DE CABIDELA.
UM DIA O BURRO ELEUTÉRIO DESCOBRIU, E
RECORDOU O QUE A GALINHA LHE DIZIA.
INCONSCIENTEMENTE COMEÇOU A CHORAR.
NUNCA MAIS A ESQUECEU E UM
DIA CONHECEU A SUA BISNETA,
A GALINHA EFIGÉNIA
Turma 6ºC:
ALEXANDRE Nº2
ANDRÉ Nº3
FABIO Nº9
JOEL Nº19
VITOR Nº2
Eleutério e o lobo selvagem”
(Guião para dramatização da obra)
Texto de Pedro Bessa
Ilustrações de Cláudia Rocha
I
Eleutério era um velho burro, farto das canseiras e dos trabalhos
forçados a que havia sido condenado praticamente desde que tinha
nascido. Vivia numa aldeia junto às montanhas e longe iam os tempos
em que olhava para a floresta e suspirava:
- Ai, quem me dera ser veloz e correr montanha acima! – dizia
Eleutério, sonhando com a liberdade e a descoberta de novos mundos,
para lá das montanhas.
Na verdade, Eleutério desejava estar bem longe dos homens que
o açoitavam sempre que lhe passava pela cabeça aquela mania de
burro rebelde e teimava em não dar nem mais um passo. Nem para a
frente, nem para trás.
- Anda burro maldito! – ordenava o dono, enquanto lhe aplicava
umas boas vergastadas.
Mas Eleutério era jovem e resistia. Resistia sempre até ao último
momento, quando as lágrimas começavam a ameaçar correr-lhe pelo
focinho abaixo.
Do galinheiro, a galinha Laurinda gritava:
- Não sejas burro, burro d’um raio. Qualquer dia o homem dá-te a
comer aos porcos e aí eu quero ver…
Era uma boa amiga a Laurinda. Sempre com ar de quem vivia
atarefada, dava conselhos, que o burro Eleutério nunca ouvia.
Acabavam sempre a discutir, mas, bem lá no fundo, Eleutério gostava
dela.
- Julgas que estás a salvo nesse galinheiro. Sem nada para fazer,
só comer e dormir, mas um dia acabas no tacho. Ouve o que te digo,
Laurinda. Esses aí não gostam de ninguém. Só nos dão de comer
porque precisam de nós. De mim para trabalhar e de ti para a
cabidela.
Laurinda ia aos arames. Ralhava com Eleutério; dizia que ali
estavam bem melhor do que na floresta, longe de predadores.
Terminava a discussão sempre da mesma forma:
- Merecias que um lobo te levasse, para veres o pouco que vale a
liberdade.
Eleutério ficava irritado, mas no dia em que a galinha Laurinda
virou cabidela chorou um mês inteiro pela amiga. Era um misto de
remorsos e, também, a frustração da resignação. No fundo, sabia que
tinha poucas possibilidades de um dia conhecer as montanhas.
Os anos passaram-se e o burro Eleutério foi ficando velho. A
resistência aos trabalhos forçados foi amainando e a rebeldia
desapareceu.
- És jovem. Também já fui como tu, sonhador. Mas, os anos dão-
nos sabedoria e acalmam os instintos. Um dia isso passa-te… - dizia
Eleutério à jovem Efigénia, a galinha bisneta de Laurinda e que todos os
dias engendrava um novo plano de fuga para ir ter às montanhas com
o seu príncipe encantado, um jovem e robusto falcão que um dia por
ali pousou.
II
Lá no alto, todas as noites, vinham os uivos da montanha, que
punham o galinheiro em alvoroço, mas que já passavam despercebidos
aos ouvidos do velho burro Eleutério, cada vez mais surdo e cansado.
Certo dia, os animais da aldeia acordaram sobressaltados com o
alvoroço dos humanos. A confusão foi geral e apanhou de surpresa o
próprio galinheiro, pois até então nunca nenhum galo se havia
esquecido da hora do despertar.
Os homens tinham acordado mais cedo do que os animais,
alertados pela notícia que corria de casa em casa.
Foi o cão de guarda Anacleto quem trouxe a novidade.
- Os humanos saíram para a caça e capturaram um lobo.
Acabam de o trazer para a aldeia.
O ar solene com que deu a notícia, bem ao jeito da autoridade
que detinha e gostava de evidenciar, pôs os animais da quinta em
sobressalto.
- Mas ele está vivo? Tens a certeza? – perguntava o porco
Pinóquio, sempre orgulhosamente convencido de que o seu nariz era
longo e pontiagudo, tal e qual o do boneco de pau com que brincava
o menino Paulinho, o único humano simpático da quinta.
- Absoluta. Eu próprio o farejei com este meu nariz que os homens
jamais haverão de comer…
Anacleto nunca resistia a dizer piadas que irritavam os habitantes
do galinheiro e da pocilga, mas desta vez, ninguém pareceu
incomodado pois a notícia do lobo era preocupação suficiente.
O porco Pinóquio voltou à carga.
- E se o trazem para a quinta? Ou se o soltam na aldeia? Ou se ele
foge? Estamos todos em perigo! Isto ainda vai acabar em desgraça…
O ar assustado dos animais contrastava com a indiferença do
velho burro Eleutério e a impertinência da galinha Efigénia.
- Que seja jeitoso. Antes um lobo selvagem, robusto e de dente
afiado, do que morrer na boca de um cão capataz, com a mania que
é guarda, mas que leva tareia do dono todos os dias.
O diálogo ia agitado quando o cão Anacleto levantou as orelhas
e apontou o nariz para o céu, como se algo estivesse para acontecer.
- O que se passa senhor Anacleto? – perguntou o porco Pinóquio,
imitando o gesto do cão de guarda, mas sem conseguir distinguir os
odores que lhe entravam pelas narinas.
- Cheira-me a lobo. Ele vem a caminho. E ouço os humanos a
aproximarem-se.
III
As suspeitas revelaram-se verdadeiras. Os homens da aldeia
entraram na quinta, carregando uma gaiola bem mais pequena do
que o próprio lobo, mas com ele lá dentro, vá-se lá saber como!
Homens e mulheres reuniram-se na casa principal e, como quem
não quer saber da coisa, o cão Anacleto aproveitou a porta
entreaberta para entrar e deitar-se, com as orelhas bem atentas à
conversa.
- Um jardim zoológico! Vou fazer um zoo na minha quinta. Já
temos um lobo, amanhã apanharemos uma cobra, depois um javali,
quem sabe um veado ou uma tarântula…
Anacleto não queria acreditar no que ouvia. Um zoo? Ali ? Assim,
sem mais nem menos?!
- E como vais tratar dos animais? Onde é que os vais colocar?
Como vais dar-lhes de comer? – perguntava um dos homens presentes
na reunião.
- Eles não precisam de espaço.
Faço umas jaulas e ponho-os lá. Quanto à comida, logo se verá.
O cão Anacleto não quis ouvir mais. Levantou-se e saiu
apressado, levando as notícias aos animais da quinta.
- Um zoo? – perguntou a vaca Flávia, ainda atordoada com a
novidade.
- Hum, cheira-me a esturro! – exclamou o porco Pinóquio.
Mas não havia volta a dar. O dia correu agitado, com o dono da
quinta atarefado a construir a primeira jaula do futuro zoo.
A lua já espreitava quando do galinheiro foi avistado, pela
primeira vez, o lobo. O espanto adensou-se com aquilo que galinhas e
galos tinham à frente dos olhos.
- Tens a certeza de que aquilo é um lobo? – perguntou Efigénia
ao cão Anacleto.
- Garantido. É meu primo afastado. O meu nariz não engana.
A verdade é que ninguém esperava que um lobo pudesse estar
tão assustado, com um ar tão indefeso. Nem parecia selvagem!
- Estará ferido? – gritou, da pocilga, o porco Pinóquio.
- Não. Garantidamente - respondeu o cão Anacleto
- Está com muito medo, amigos. Muito medo.
Todos olharam para o velho burro Eleutério, num silêncio que
pedia mais explicações.
- Imagina, cão Anacleto, que o nosso dono te levava da aldeia e
abandonava-te à beira da estrada. Sozinho. Terias medo, ficarias
desorientado, triste. Muito, muito assustado. Que nem esse pobre lobo.
Anacleto sacudiu todo o corpo com força e teve a tentação de
esconder a cauda entre as patas traseiras, como quando adivinhava as
vergastadas do dono.
Era tarde e todos foram dormir, preocupados com o novo vizinho
e essa ideia ridícula de um zoo na quinta.
IV
Os dias seguintes passaram-se sem grandes novidades. O lobo
permanecia muito quieto. Passava horas sentado, encostado a um dos
cantos da jaula. Com ar assustado, mesmo quando lhe levavam a
escassa comida.
Ao fim de dez dias, a agitação voltou à quinta. O cão de guarda
Anacleto estava nervoso. Nunca ninguém o tinha visto assim.
- O que se passa senhor Anacleto? – perguntavam os animais da
quinta. Mas, como resposta, recebiam apenas palavras imperceptíveis.
Até que, ia a tarde já longa, o cão Anacleto dirigiu-se ao burro
Eleutério.
- Meu velho, tenho uma coisa importante para te dizer. Mas, não
sei como. É algo terrível.
- Hum! Desembucha. Sou velho, já não há notícias terríveis que me
possam apanhar de surpresa. Além disso, passei o dia todo a trabalhar.
Estou cansado.
- Burro Eleutério Sabes que te admiro muito. Foste um trabalhador
incansável ao longo destes anos. Ainda me lembro quando era
cachorro e tu, já crescido, brincavas comigo. Davas-me turras e eu
caía…
O cão Anacleto vertia as primeiras lágrimas que Eleutério lhe vira
na vida, deixando o velho burro preocupado.
O que se passa? Não me digas que vais embora? O nosso dono
vendeu-te, é isso?
- Quem me dera… É muito pior.
Por esta altura, já os animais da quinta, que pouco antes se
preparavam para recolher, estavam junto dos dois.
- Fala cão d’um raio! – disparou a galinha Efigénia.
Foi então que o cão de guarda Anacleto revelou o que o
inquietava.
- Meu querido e velho amigo burro. Ouvi dizer que hoje te vão
entregar ao lobo. O nosso dono diz que já não trabalhas como dantes.
Chama-te inútil e decidiu que serás comida para o lobo. Daqui a pouco
vem aqui para te levar para a jaula.
Os animais da quinta ficaram em silêncio, enquanto o velho burro
Eleutério teve de se deitar, abalado com a notícia e por uma tontura
que mais pareceu virar o mundo de pernas para o ar.
- Tens a certeza do que dizes? – perguntou o burro.
- Infelizmente, sim.
- Isto é inaceitável. O que podemos fazer? – gritou a galinha
Efigénia.
- Nada, meus amigos. Chegou a minha hora – disse o burro
Eleutério.
V
A noite já ia bem escura quando Eleutério entrou na jaula e deu
de focinho, pela primeira vez, com o lobo. Entrou a medo, mas pouco
resistiu. Fitou os olhos do predador e esperou o ataque.
Ali ao lado, o cão de guarda Anacleto, a galinha Efigénia, a vaca
Flávia e o porco Pinóquio, assim como todos os outros animais da
quinta, olhavam expectantes…
O velho burro Eleutério mantinha-se em pé, fitando os olhos
rasgados e castanhos do lobo. E este, também em pé, sem que um
único pêlo se mexesse, olhava, ameaçador.
- Aqui me tens lobo. Despacha isto rápido que estou velho e
cansado, não tenho tempo para esperas.
O lobo, porém, permanecia inerte.
- Ai, ai, ai, ai, ai – murmurava ao longe o porco Pinóquio.
Até que o lobo disparou:
- Não estás com medo? Eu sou um lobo, tenho fome e tu estás
aqui à minha mercê.
- Não, meu amigo. Esta é a lei da natureza. Tu és o predador e eu
sou a presa. Contra isso nada há a fazer, até porque, sinceramente, já
não tenho vida para lutas.
- Dá-lhe um coice, burro d’um raio! – gritou a galinha Efigénia.
- A expressão trouxe à memória do burro Eleutério a sua velha
amiga Laurinda. E, subitamente, os seus olhos ficaram húmidos, o que
não passou despercebido ao lobo, já impaciente.
- Vais chorar?!
O velho burro ficou estranhamente sem jeito. Não fosse burro e
dir-se-ia que tinha corado.
- Parece que sim. São as saudades.
O lobo ficou confuso. Pela primeira vez, uma presa não dava luta,
não fugia. Limitava-se a ficar ali, olhando os seus olhos como se
observasse algo muito para além das paredes daquela jaula.
- O que estás a ver burro velho? Para onde estás a olhar? Estás
hipnotizado? – perguntou o lobo, cada vez mais incomodado com a
situação.
- Vejo a vida meu amigo.
O lobo perdeu a fome. Ficou a olhar para o velho burro
completamente confuso e deitou-se, perante o espanto de todos os
animais da quinta que adivinhavam ver o seu amigo Eleutério
devorado.
Lobo e burro permaneceram em silêncio e assim passaram a
noite.
VI
Na manhã seguinte, pela primeira vez desde que há memória, os
galos da quinta não cantaram. Esqueceram-se de fazê-lo ao avistarem,
pasmados, o que se passava na jaula. Com as asas acordaram a
galinha Efigénia e todos permaneceram com os bicos abertos de
espanto.
Na pocilga, Pinóquio acordou com os raios de sol a iluminarem-
lhe os olhos e estranhou o silêncio. Levantou-se, mirou o nariz no espelho
de lama e, quando levantou a cabeça, não quis acreditar.
O mesmo se passou com a vaca Flávia e todos os animais da
quinta.
Foi então que o cão de guarda Anacleto saiu de casa numa
correria louca, perfeitamente esbaforido, pronto a dar uma
descompostura aos machos do galinheiro pela falha no despertar, que
deixou os donos entregues ao sono horas a mais.
Quando se preparava para iniciar a sua demonstração de
autoridade, travou a fundo e a velocidade que levava fê-lo dar uma
cambalhota. Recomposto ficou em pé, com os olhos fixos na jaula e o
coração quase parado.
O espanto era generalizado e estendeu-se aos donos da quinta,
que foram chamar os restantes habitantes da aldeia. De repente, eram
dezenas à volta da jaula. Em silêncio.
Até que o pequeno menino Paulinho, que havia furado pelo meio
das pernas dos adultos, com o seu boneco de pau nas mãos, não
resistiu à aragem da manhã e lançou um espirro.
O velho burro Eleutério e o lobo acordaram, deparando com as
dezenas de olhos que os observavam do lado de fora da jaula.
Afinal, a razão de tal espanto era não só o burro ainda estar vivo,
mas o lobo ter dormido enroscado entre as quatro patas do velho
Eleutério. Os dois ficaram amigos! Partilhavam a minúscula jaula que
havia sido construída para albergar o primeiro animal do futuro jardim
zoológico da aldeia.
O velho burro Eleutério ficou a saber, nas suas longas conversas
com o lobo, que os animais selvagens não têm nome.
- Somos selvagens, não precisamos de nomes como vocês,
domésticos – explicou o lobo, perante um Eleutério que ouviu
atentamente, durante horas a fio, como é a vida na floresta.
Os sonhos de jovem do velho burro transformaram-se em
realidade e o Eleutério pôde viajar, através dos relatos do lobo, pelas
montanhas fora. Ficou a conhecer cada árvore, cada rio, cada flor
daquele mundo que desconhecia, mas sempre quis visitar.
VII
Os dois acabariam por virar notícia de jornal em todo o mundo,
graças à amizade que entre eles nasceu e ao facto de permanecerem
fechados naquela pequena jaula, privados da vida na natureza.
Eleutério e o lobo nunca o souberam, mas milhares de pessoas
mobilizaram-se para que eles fossem libertados, lutando contra a
teimosia do dono que sonhava ter animais presos e esfomeados.
- E depois o selvagem é o lobo – protestava a galinha Efigénia
sempre que escapava da faca que a transformaria em petisco.
Ao fim de algumas semanas, graças aos esforços de muitos
humanos solidários e do próprio governo dos homens, o velho burro
Eleutério foi libertado e voltou para junto dos seus amigos. Já não
precisava de trabalhar e passou o resto dos seus dias contando aos
outros como são os rios, as flores e as árvores para lá das montanhas.
Quanto ao lobo, teve que esperar mais alguns dias, mas acabou,
também ele, por regressar à floresta, levando consigo as lições do novo
amigo e a certeza de que a sua felicidade estaria longe dos humanos.
Desde então, os animais da quinta passaram a ouvir com prazer,
todas as noites o uivo do lobo.
Trabalho realizado por: Frederico; Norma; Fernando; Rahim;
Daniela; Gonçalo Moreira; Guilherme Dores; Bruna e Adriana – 6ºC