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CMRJ – LÍNGUA PORTUGUESA – 2012 6º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL NOTA DE AULA – 12 ALUNO NR___________NOME:_________________________________ TURMA:______ Acesse sempre o nosso blog: http:// cmrj6ano.blogspot.com Lendas brasileiras Texto I As lágrimas de Potira http://migre.me/5oV9v 1 . . . 5 . . . . 10 . . . . Muito antes de os brancos atingirem os sertões de Goiás, em busca de pedras preciosas, existiam por aquelas partes do Brasil muitas tribos indígenas, vivendo em paz ou em guerra e segundo suas crenças e hábitos. Numa dessas tribos, que por muito tempo manteve a harmonia com seus vizinhos, viviam Potira, menina contemplada por Tupã com a formosura das flores, e Itagibá, jovem forte e valente. Era costume na tribo as mulheres se casarem cedo e os homens assim que se tornassem guerreiros. Quando Potira chegou à idade do casamento, Itagibá adquiriu sua condição de guerreiro. Não havia como negar que se amavam e que tinham escolhido um ao outro. Embora outros jovens quisessem o amor da indiazinha, nenhum ainda possuía a condição exigida para as bodas, de modo que não houve disputa, e Potira e Itagibá se uniram com muita festa.

6por12 Lágrrimas de Potira

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LÁGRIMAS DE POTIRA

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Page 1: 6por12 Lágrrimas de Potira

CMRJ – LÍNGUA PORTUGUESA – 2012 6º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL NOTA DE AULA – 12

ALUNO NR___________NOME:_________________________________ TURMA:______Acesse sempre o nosso blog:

http://cmrj6ano.blogspot.com

Lendas brasileiras

Texto IAs lágrimas de Potira

http://migre.me/5oV9v

1...5....

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Muito antes de os brancos atingirem os sertões de Goiás, em busca de pedras preciosas, existiam por aquelas partes do Brasil muitas tribos indígenas, vivendo em paz ou em guerra e segundo suas crenças e hábitos.

Numa dessas tribos, que por muito tempo manteve a harmonia com seus vizinhos, viviam Potira, menina contemplada por Tupã com a formosura das flores, e Itagibá, jovem forte e valente.

Era costume na tribo as mulheres se casarem cedo e os homens assim que se tornassem guerreiros. Quando Potira chegou à idade do casamento, Itagibá adquiriu sua condição de guerreiro. Não havia como negar que se amavam e que tinham escolhido um ao outro. Embora outros jovens quisessem o amor da indiazinha, nenhum ainda possuía a condição exigida para as bodas, de modo que não houve disputa, e Potira e Itagibá se uniram com muita festa.

Corria o tempo tranquilamente, sem que nada perturbasse a vida do apaixonado casal. Os curtos períodos de separação, quando Itagibá saía com os demais para caçar, tornavam os dois ainda mais unidos. Era admirável a alegria do reencontro!

Um dia, no entanto, o território da tribo foi invadido por vizinhos cobiçosos, devido à abundante caça que ali havia, e Itagibá teve que partir com os outros homens para a guerra.

Potira ficou contemplando as canoas que desciam rio abaixo, levando sua gente em armas, sem saber exatamente o que sentia, além da tristeza de se separar de seu amado por um tempo não previsto. Não chorou como as mulheres mais velhas, talvez porque nunca houvesse visto ou vivido o que sucede numa guerra.

Mas todas as tardes ia sentar-se à beira do rio, numa espera paciente e calma. Alheia aos afazeres de suas irmãs e à algazarra constante das crianças, ficava atenta, querendo ouvir o som de um remo batendo na água e ver uma canoa despontar na curva do rio, trazendo de volta seu amado.

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Somente retornava à taba quando o sol se punha e depois de olhar uma última vez, tentando distinguir no entardecer o perfil de Itagibá.

Foram muitas tardes iguais, com a dor da saudade aumentando pouco a pouco. Até que o canto da araponga ressoou na floresta, desta vez não para anunciar a chuva mas para prenunciar que Itagibá não voltaria, pois tinha morrido na batalha.

E pela primeira vez Potira chorou. Sem dizer palavra, como não haveria de fazer nunca mais, ficou à beira do rio para o resto de sua vida, soluçando tristemente. E as lágrimas que desciam pelo seu rosto sem cessar foram-se tornando sólidas e brilhantes no ar, antes de submergir na água e bater no cascalho do fundo.

Dizem que Tupã, condoído com tanto sofrimento, transformou suas lágrimas em diamantes, para perpetuar a lembrança daquele amor.

Contos e lendas de amor. São Paulo: Ática, 1994. p.21-24.

1. Para entender melhor o sentido de algumas palavras do texto, reescreva as frases abaixo, substituindo os termos em destaque por palavras ou expressões sinônimas.

a) “Embora outros jovens quisessem o amor da indiazinha, nenhum ainda possuía a condição exigida para as bodas (...)”

b) “Um dia, no entanto, o território da tribo foi invadido por vizinhos cobiçosos (...)”

c) “(...) talvez porque nunca houvesse visto ou vivido o que sucede numa guerra.”

d) “Alheia aos afazeres de suas irmãs (...)”

e) “Até que o canto da araponga ressoou na floresta (...)”

f) “Dizem que Tupã, condoído com tanto sofrimento, transformou suas lágrimas em diamantes, para perpetuar a lembrança daquele amor.”

2. Observe os elementos desse texto e responda às questões a seguir:

a) Que tipo de narrador há no texto?

b) Quais são as personagens principais da lenda?

c) Determine as características da relação entre Potira e Itagibá.

d) Em que lugar os fatos ocorrem?

3. Por que Potira não chorou quando os inimigos da tribo levaram Itagibá?

4. Com suas palavras, explique o que fazia Potira após ficar sozinha.

5. Em que momento Potira finalmente chorou?

6. O que fez Tupã para perpetuar a lembrança de um amor tão profundo?

Você acabou de ler a lenda de Potira em forma de prosa. Agora leia, na próxima página, a mesma história numa versão em versos. Este é um poema sob a forma de um repente nordestino. O “repente” é uma modalidade popular de poesia, cantado por violeiros. Ele obedece às regras de um tipo de estrofe chamado martelo alagoano, composto por dez versos, cuja última linha, obrigatoriamente, termina com a expressão martelo alagoano.

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Texto II

Potira

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Dois amantes viviam a sonharbem felizes curtiam sua terramas um dia chegou a triste guerrae o casal teve que se separar.O guerreiro partiu para lutarmuito triste pois não era seu planoa esposa ficou em desenganocoração apertado de sofreresperando o amado aparecerpra cantar um martelo alagoano.

Prometeu que jamais ia choraresperando o regresso do amadoe seu pranto1 no peito estagnado2

só com a morte iria derramar.Todo dia Potira ia olharSe seu índio surgia, mesmo insano3

mas o rio revelava seu enganoe Potira voltava para a aldeiapra sonhar sob a luz da lua cheiae cantar seu martelo alagoano.

Essa índia sofreu e esperouo regresso do índio tão queridoquando soube da morte do maridotodo pranto que tinha derramou.Lá na beira do rio ela ficou a chorar seu destino tão tiranomas Tupã o bondoso soberanotransformou suas lágrimas brilhantesem milhões e milhões de diamantese o seu pranto em martelo alagoano.

(Garanhuns, Valdeck de. Mitos e lendas brasileiros em prosa e verso recontados por Valdeck de Garanhuns. Série Folia Popular, 1ª ed., São Paulo: Moderna, 2007.)

(Imagem retirada de <http://redescobrindoaalfabetizacao.blogspot.com/2009/08/lenda-dos-diamantes.html>. Acesso em 10/10/2011.)

7. Marque a alternativa em que os fatos apresentados no poema que você acabou de ler estejam dispostos em ordem cronológica.

I. Potira olhava ao longe diariamente.II. Tupã valorizou o sofrimento de Potira.III. O índio exerceu a sua função de

guerreiro.IV. O guerreiro e Potira se divertiam com

frequência.

V. Potira tem o seu coração estraçalhado.a) V, III, V, I, II.b) III, IV, I, II, V.c) IV, I, III, V, II.d) I, IV, III, II, V.e) III, I, II, IV, V.

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8. No verso 4, “e o casal teve que se separar”, a expressão sublinhada indica

a) desejo.b) vontade.c) obrigação.d) continuidade.e) possibilidade.

9. Alguns termos são utilizados para retomar palavras já mencionadas no texto e, assim, evitar a repetição desnecessária. Nos versos de 15 a 17, “Todo dia Potira ia olhar / Se seu índio surgia, mesmo insano / mas o rio revelava o seu engano”, a palavra sublinhada retoma o seguinte termo:

a) Potira.b) índio.c) insano.d) rio.e) engano.

10. Pelo que você leu no poema, só não se pode afirmar que

a) a guerra é um FATO e a morte do índio, uma CONSEQUÊNCIA desse fato.b) a morte do índio é um FATO e a guerra, a CAUSA desse fato.c) a separação do casal é um FATO e as lágrimas de Potira, a CONSEQUÊNCIA desse fato.d) a guerra é um FATO e o sofrimento de Potira, a CONSEQUÊNCIA desse fato.e) a morte do guerreiro é um FATO e o amor de Potira, a CAUSA desse fato.

11. Marque a opção em que a substituição do termo sublinhado pelo que está indicado em seguida altera o sentido da frase.

a) “a esposa ficou em desengano / coração apertado de sofrer” (versos 7 e 8) - desilusão.b) “mas o rio revelava seu engano/ e Potira voltava para a aldeia” (versos 17 e 18) - encobria.c) “Essa índia sofreu e esperou / o regresso do índio tão querido” (versos 21 e 22) - volta.d) “Lá na beira do rio ela ficou / a chorar o seu destino tão tirano” (versos 25 e 26) - cruel.e) “mas Tupã o bondoso soberano/transformou suas lágrimas brilhantes” (versos 27 e 28) - deus.

12. Nas duas versões da lenda de Potira, identificamos fatos mágicos, de um mundo imaginário. Que elementos históricos, porém, revelam a realidade no texto?

Texto IIIAlém da imaginação

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Desde muito, muito tempo atrás, os homens criam histórias para tentar compreender as coisas ao seu redor. Por que a Lua possui quatro fases? Como surgiu o guaraná? Se hoje temos o Google para tirar nossas dúvidas, eles contavam apenas com a própria imaginação. E assim nasceram lendas, transmitidas de pai para filho por gerações, até os tempos atuais.

No Brasil, houve uma grande mistura de lendas dos índios, que já viviam aqui, com outras africanas e europeias, trazidas pelos escravos e colonizadores. Alguns personagens ficaram mais conhecidos, como a Cuca e o Saci Pererê, principalmente por sua divulgação por sua divulgação na obra de Monteiro Lobato. Mas existem muitas outras, como o Carbúnculo e o Uirapuru (...)

A. S. Franchini, autor do livro As 100 melhores lendas do folclore brasileiro, explica que as lendas brasileiras têm um papel parecido com o da mitologia na Grécia Antiga, pois são uma forma de interpretar o mundo. Há milhares de anos, por exemplo, quando uma chuva alagava toda a

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cidade, os gregos acreditavam que era um castigo dos deuses, chateados com as atitudes dos homens na Terra.

As lendas brasileiras são, de certo modo, a nossa mitologia, já que lidam com divindades indígenas e com mitos que falam da nossa nacionalidade. Todas lidam com os mesmos temas, comuns a todas as raças e povos, como amor, morte, sobrevivência, ambição, generosidade — explica Franchini.

Se você já escutou mais de uma versão sobre uma lenda, não se assuste. Essa é, inclusive, uma de suas características. Por serem transmitidas oralmente, elas assumem diferentes formas de acordo com a época e o lugar.

— Isso não só é natural e inevitável, como vital para a sobrevivência das lendas — diz o autor.

(Texto adaptado de MELLO, André. Globinho, O Globo, sábado 11 de junho de 2011, p.4 e 5).

13. De acordo com o texto Além da imaginação, “Desde muito, muito tempo atrás, os homens criam histórias para tentar compreender as coisas ao seu redor.” (linhas 1-2). Com base nessa afirmação, pode-se dizer que, em Potira, há a explicação para o surgimentoa) da dor.b) do choro.c) da guerra.d) do diamante.e) do sacrifício.

Texto IVO marido da Mãe d’Água

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Era uma vez um moço pescador muito destemido e bom que lutava com as maiores dificuldades para viver. Ultimamente o vento mudava e quase não havia peixe. Passava horas e horas na praia, com a pindaíba na mão e os peixes fugiam dele como o diabo da cruz. O rapaz estava mesmo desanimado e dormia com fome o mais das vezes.

Numa noite de luar estava ele querendo pescar e o peixe escapulindo depois de comer a isca. A noite foi avançando, avançando, o luar ficando alvo como a prata e caindo mesmo a friagem. O rapaz não queria voltar para sua casinha sem levar nem que fosse um peixinho para matar a fome.

Já ia ficando desanimado quando começou a ouvir vozes cantando tão bonito que era de encantar. As vozes cantando foram chegando para mais perto, mais perto, e rapaz principiou a olhar em redor para ver quem estava cantando daquele jeito. Numa ponta de pedra apareceu uma moça bonita como um anjo do céu, cabelos louros, olhos azuis e branca como uma estrangeira. Ficou com o corpo meio fora d'água cantando, cantando, os cabelos espalhados, brilhando como ouro.

O pescador ficou todo arrepiado, mas criou coragem e disse:– Que desejais de um cristão, alma penada?A moça respondeu: – Não sou alma penada, cristão! Sou a mãe-d'água Nunca uma pessoa me perguntou alguma

coisa e sempre eu dei, e jamais me ofereceram auxilio. Tens coragem?– Tenho, declarou o rapaz.– Queres pegar peixe?– Quero! – Pois sacode o anzol onde eu estou. Deve vir todas as noites até quarto-minguante e só

pescar de meia-noite até o quebrar-da-barra. Abanou a mão e mergulhou, sumindo-se. O rapaz fez o que ela tinha aconselhado e pegou tanto peixe que amanheceu o dia e não

pudera carregar tudo para casa.Nunca mais viu a mãe-d'água, mas, no tempo da lua, vinha pescar e foi ficando mais aliviado

da pobreza. Os meses iam passando e ele ficando com saudade daquela formosura. Uma noite de luar, estando na pesca, ouviu o canto da mãe-d'água e largando tudo correu na confrontação da cantiga. Quando a mãe-d'água botou as mãos em cima da pedra o rapaz chegou para junto e assim que ela se calou, o pescador agradeceu o benefício recebido e perguntou como pagaria tanta

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bondade.– Quer casar comigo? – disse a mãe-d'água.O rapaz nem titubeou:– Quero muito!Mãe-d'água deu uma risada e continuou:– Então vamos casar. Na noite de quinta para. sexta-feira, na outra lua, venha me buscar.

Traga roupa para mim. Só traga roupa de cor branca, azul ou verde. Veja que não venha alfinete, agulha ou coisa alguma que seja de ferro. Só tenho uma condição para fazer. Nunca arrenegue nem dos entes que vivem no mar. Promete?

O rapaz que estava enamorado por demais, prometeu e deixou a mãe-d'água que desapareceu nas ondas e até sumir.

Na noite citada o pescador compareceu ao lugar, trazendo roupa branca, sem alfinete agulha ou coisa que fosse de ferro. Antes do galo cantar, a mãe-d'água saiu do mar. O rapaz estava com um lençol bem grande, todo aberto. A mãe-d'água era uma moça tão bonita que os olhos do rapaz ficaram incendiados. Enrolou-a no lençol e foi para casa com ela.

Viveram como Deus com os Santos. A casa ficou beleza de arrumada, com um-tudo, roupa, mobília, dinheiro, comida, água, nada faltava. O rapaz ficou rico da noite para o dia. O povo vivia assombrado com aquela felicidade que parecia um milagre.

Passou-se um ano, dois anos, três anos. O rapaz gostava muito da mãe-d'água, mas de umas coisas ia se aborrecendo A moça não tinha falta mas, na noite de quinta para a sexta-feira sendo luar, ficava até o quebrar da barra na janela olhando o mar. Às vezes cantando baixinho, que fazia saudade até às pedras e aos bichos do mato. Às vezes chorava devagarinho. O rapaz tratava de consolar a mulher, mas, com correr dos tempos, acabou ficando enjoado daquela penitência e principiou .a discutir com ela.

– Deixe essa janela, mulher! Venha dormir! Deixe de fazer assombração!A mãe-d'água nem respondia, chorando, cantando e suspirando, na sina que Deus lhe dera. Todo mês sucedia o mesmo. O rapaz ia ficando de mal a pior.– Venha logo dormir, mulher presepeira! Que quizila idiota é essa? Largue essa mania de

cantiga e choro virada para o mar! Você é gente ou é peixe?E como a mulher já possuía em casa, deu para procurar vadiações do lado de fora, chegando

tarde. A mãe-d'água recebia-o bem, não se queixando de nada e tudo ia correndo com satisfação e agrado da parte dela.

Numa noite o rapaz foi a um baile e ficou a noite inteira dançando, animado como se fosse solteiro. Nem se lembrava da beleza que esperava por ele em casa.

Só voltou de manhã e foi logo gritando pelo café, leite, bolos e mais coisas para comer. A mãe-d'água, com paciência, começou fazendo mais-que-depressa o que ele dissera, mas não vinha na rapidez do corisco.

O mal-agradecido, sentando-se numa cadeira, de cara franzida, não tendo o que dizer, começou a resmungar:

– Bem feito! Quem me mandou casar com mulher do mar em vez de gente da terra? Bem feito. É tudo misterioso, cheio de histórias. Coisas do mar... hi... eu te arrenego!

Logo que disse essas palavras, a mãe-d'água deu um gemido comprido e ficou da cor da cal da parede. Levantou as duas mãos e as águas do mar avançaram como um castigo, numa onda grande coberta de espuma roncando como bicho feroz. O rapaz, morrendo de medo, deu uma carreira de veado, subindo um monte perto da casa. Lá de cima se virou para ver. Casa, varanda, cercado, animais, tudo desaparecera. No lugar estava uma lagoa muito calma, pegada a um braço de mar. Ao longe ouviu uma cantiga triste, triste como quem está se despedindo do mundo.

Nunca mais viu a mãe-d'água.

CASCUDO, Luís Câmara. O marido da mãe d’água e a princesa e o gigante. São Paulo: Global, 2007.

14. Vamos usar o dicionário para entender melhor algumas palavras usadas no texto?a) Pindaíba (l. 3)

b) Alvo (l. 6)

c) Enamorado (l. 6)

d) Friagem (l. 6)

e) Quebrar da barra (l. 22 e 51)

f) Confrontação (l. 28) g) Titubear (l. 33)

h) Arrenegar (l. 38 e 71)

i) Corisco (l. 67)

j) Presepeira (l. 58)

k) Quizila (l. 58)

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15. Observe os elementos desse texto e responda às questões a seguir:

a) Que tipo de narrador há no texto? Existe alguma semelhança ou diferença no tipo de narrador deste texto em relação ao anterior (As lágrimas de Potira)?

b) Quais são as personagens principais dessa lenda?

c) Determine as características da relação existente entre as personagens principais.

d) Em que lugar os fatos ocorrem?

e) Identifique uma passagem de discurso direto e outra de discurso indireto.

16. Qual foi a condição imposta por Mãe d’água para casar-se com o rapaz?

17. Com suas palavras, explique o que fazia Mãe d’água à janela todo mês?

18. Na lenda “O marido da mãe d’água”, identificamos fatos mágicos, de um mundo imaginário. Cite três desses elementos.

Texto VBumba-meu-boi ironiza as relações raciais

O que representa o bumba-meu-boi?

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Era uma vez uma escrava chamada Catirina que estava grávida e teve um desejo atroz de comer língua de boi. Seu marido, Nego Chico, não queria matar uma rês do patrão. Mas Catirina disse que perderia o nenê se não comesse. Nego Chico matou o melhor boi do fazendeiro, que se enfureceu e mandou os índios darem uma tremenda surra de toalha no escravo. Aplicado o castigo, chegam curandeiros indígenas que receitam estranhos remédios ao infeliz — como cheirar o rabo do animal morto e dar três pulinhos. De quebra, ressuscitam o boi (lembre-se, isso é um mito). No final, o culpado é perdoado e todo mundo comemora.

Esta é a história contada na festa do bumba-meu-boi, em geral celebrada em junho. Ninguém sabe muito bem quando surgiu, mas espalhou-se pelo Norte e Nordeste. "O primeiro registro é uma notícia de jornal do Recife, de 1840", conta a antropóloga Maria Michol de Carvalho, pesquisadora do folclore em São Luís, no Maranhão, onde o evento é mais importante do que o Carnaval. No século XIX, só escravos celebravam e o tom da festa era caricato, ironizando os senhores e criticando a desigualdade das relações raciais. Por isso, chegou a ser proibida. Hoje, é reconhecida como uma das mais interessantes expressões culturais brasileiras.

Superinteressante, São Paulo, n.1, ano 12, p.22, jan. 1998.

19. Observe as duas lendas em prosa (textos I e IV) e a lenda em poema (texto II) que você leu e este texto sobre o Bumba-meu-boi (texto V) e o “Além da imaginação” (texto III).

a) Que diferenças há na forma, isto é, eles pertencem a um mesmo gênero textual? Justifique.b) Com que objetivo os textos III e V foram escritos?

20. O que significa dizer que “o tom da festa era caricato” (Texto V, l. 12)?

21. Transcreva do texto um trecho em discurso direto.

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Você se surpreendeu com a beleza e a riqueza do nosso folclore?Então, continue esta jornada e descubra muito mais sobre a sua, a nossa cultura!

Os sites abaixo foram verificados em julho de 2011. Neles – e em outros que vocês poderão descobrir –, haverá uma riqueza de informações sobre o Folclore Brasileiro. Aproveite para convidar a sua família para participar dessas descobertas. A internet pode muito bem ser utilizada para fazer-nos crescer enquanto pessoas, através do acesso a novos conhecimentos. Mas não se esqueça: não abra sites proibidos para menores de idade, não baixe programas sem a supervisão de um adulto e, principalmente, não coloque informações pessoais (idade, endereço, telefone etc.) em sites de relacionamentos como Orkut, Facebook, Twitter, por exemplo, ou em bate-papos no MSN. Só exponha fotos pessoais com a autorização de seus responsáveis. Preserve-se. A Internet é excelente se bem usada.

O Folclore Nacional: http://www.suapesquisa.com/folclorebrasileiro/ Mitos e Lendas ilustradas do Folclore Brasileiro: http://sitededicas.uol.com.br/cfolc.htm

Manifestações folclóricas: http://o2o2.vilabol.uol.com.br/

Museu do Folclore: http://www.folclore.adm.br/folclore.html

Folclore nas regiões brasileiras: http://www.abrasoffa.org.br/folclore/histmen.htm

Jangada Brasil: http://www.jangadabrasil.org/

Wikipédia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Folclore_brasileiro

Câmara Cascudo: www.memoriaviva.com.br/cascudo

Centro Nacional do Folclore (salas em 360º): www.cnfcp.gov.br

Tropeiros da Borborema: http://tropeirosdaborborema.com.br/?page_id=17

Mundurukando (site do escritor indígena Daniel Munduruku): http://danielmunduruku.blogspot.com.br/

Para quem gosta de ler e deseja conhecer ainda mais o folclore nacional, seguem algumas indicações bibliográficas: 

AZEVEDO, Ricardo. Cultura da Terra. São Paulo: Moderna. 2008. CASCUDO, Câmara. Lendas brasileiras. 3 ed. Rio de janeiro: Ediouro, 2000.

CASCUDO, Câmara. Contos tradicionais do Brasil. 11 ed. Rio de janeiro: Ediouro, 1998.

CASCUDO, Câmara. Dicionário do Folclore Brasileiro. 3 ed. Rio de janeiro: Edições de Ouro, 1972.

SALERNO, Silvana. Viagem pelo Brasil em 52 Histórias. São Paulo: Cia. Das Letrinhas, 2010.

XAVIER, Marcelo. Crendices e superstições. Coleção O Folclore do Mestre André. Belo Horizonte: Formato Editorial, 2001.

XAVIER, Marcelo. Festas. Coleção O Folclore do Mestre André. Belo Horizonte: Formato Editorial, 2000.

XAVIER, Marcelo. Mitos. Coleção O Folclore do Mestre André. Belo Horizonte: Formato Editorial, 1997.