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Março de 2014 - ANO IX Nº 70 | CRC PR nº 004346/0-7 Mais de 70% das empresas são abertas por oportunidade Dados revelados pelo Sebrae a partir da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) mostram que de cada 100 brasileiros que começam um negócio próprio no Brasil, 71 são motivados por uma oportunidade de negócios e não pela necessidade. Esse é o melhor índice já registrado desde o início do levantamento, há 12 anos. Em 2002, apenas 42% das pessoas abriam uma empresa por identificar demanda no mercado, enquanto os demais tinham o empreendedorismo como única opção, por não encontrar alternativas no mercado de trabalho. Na avaliação do presidente do Sebrae, Luiz Barretto, os resultados indicam a vitalidade do empreendedorismo no país mesmo em um período de pleno emprego. “A perspectiva é de que os pequenos negócios continuem em uma trajetória de crescimento, já que o mercado interno brasileiro ainda oferece muitas oportunidades de negócios, seja para a classe média, em expansão, seja para segmentos específicos de mercado”, avalia. Os microempreendedores individuais (MEI), microempresas e pequenas empresas – aqueles que faturam até R$ 3,6 milhões por ano – representam 99% das empresas brasileiras e mais de 8,3 milhões de Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ). Ter seu próprio negócio é um dos três principais sonhos do brasileiro, atrás apenas de comprar a casa própria e viajar pelo Brasil. Fazer carreira em uma empresa vem em oitavo lugar entre os desejos dos entrevistados. “Sonhar é tão fundamental quanto se planejar. A maioria dos entrevistados afirma não ter medo de fracassar, o que é positivo, mas, para ter sucesso, o empreendedor também precisa investir na sua capacitação e buscar um diferencial para seus produtos e serviços”, pondera o presidente do Sebrae. Na percepção do brasileiro, 84% consideram que abrir sua própria empresa é uma opção desejável de carreira. Para Sandro Vieira, diretor presidente o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP), também chama a atenção o fato do brasileiro estar mais atento às oportunidades do ambiente. “O percentual da população que afirma perceber oportunidades de negócio para os próximos seis meses nas proximidades onde vive subiu de 41,2%, em 2002, para 50 %, em 2013, com média de 45,1% no período." Além de um grande mercado consumidor e dos avanços na legislação – em especial a redução de impostos do regime Supersimples –, um dos fatores que mais fortalece o empreendedorismo no país é o aumento da escolaridade: quase metade dos novos empreendedores tem pelo menos o segundo grau completo. Entre os novos empresários que estão cursando ou já completaram o Ensino Superior, 92% iniciaram o negócio por oportunidade. “O perfil do empreendedor brasileiro é hoje mais escolarizado e também mais jovem”, destaca o presidente do Sebrae. De acordo com a pesquisa, 50% dos donos de negócios com até três anos e meio de atividade têm entre 18 e 34 anos, enquanto nas empresas que estão há mais tempo no mercado apenas 25% são dessa faixa etária. A GEM A pesquisa GEM, uma iniciativa da London Business School e Babson College, é feita em 68 países, cobrindo 75% da população global e 89% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial. No Brasil, ela é patrocinada pelo Sebrae e realizada pelo IBQP, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Foram entrevistadas 10 mil pessoas de 18 a 64 anos, de todas as regiões, e 85 especialistas em empreendedorismo. Entre os ouvidos pela GEM estão desde pessoas que estão se preparando para iniciar um empreendimento até os que já estão estabelecidos no mercado. (Agência Sebrae)

70% das empresas são abertas por oportunidade · pessoas abriam uma empresa por identificar demanda no mercado, enquanto os demais tinham o empreendedorismo ... Sandro Vieira, diretor

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Março de 2014 - ANO IX

Nº 70 | CRC PR nº 004346/0-7

Mais de 70% das empresas são abertas por oportunidadeDados revelados pelo Sebrae a partir da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) mostram que de cada 100 brasileiros que começam um negócio próprio no Brasil, 71 são motivados por uma oportunidade de negócios e não pela necessidade. Esse é o melhor índice já registrado desde o início do levantamento, há 12 anos. Em 2002, apenas 42% das pessoas abriam uma empresa por identificar demanda no mercado, enquanto os demais tinham o empreendedorismo como única opção, por não encontrar alternativas no mercado de trabalho.Na avaliação do presidente do Sebrae, Luiz Barretto, os resultados indicam a vitalidade do empreendedorismo no país mesmo em um período de pleno emprego. “A perspectiva é de que os pequenos negócios continuem em uma trajetória de crescimento, já que o mercado interno brasileiro ainda oferece muitas oportunidades de negócios, seja para a classe média, em expansão, seja para segmentos específicos de mercado”, avalia. Os microempreendedores individuais (MEI), microempresas e pequenas empresas – aqueles que faturam até R$ 3,6 milhões por ano – representam 99% das empresas brasileiras e mais de 8,3 milhões de Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ).Ter seu próprio negócio é um dos três principais sonhos do brasileiro, atrás apenas de comprar a casa própria e viajar pelo Brasil. Fazer carreira em uma empresa vem em oitavo lugar entre os desejos dos entrevistados. “Sonhar é tão fundamental quanto se planejar. A maioria dos entrevistados afirma não ter medo de fracassar, o que é positivo, mas, para ter sucesso, o empreendedor também precisa investir na sua capacitação e buscar um diferencial para seus produtos e serviços”, pondera o presidente do Sebrae.Na percepção do brasileiro, 84% consideram que abrir sua própria empresa é uma opção desejável de carreira. Para Sandro Vieira, diretor presidente o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP), também chama a atenção o fato do brasileiro estar mais atento às oportunidades do ambiente. “O percentual da população que afirma perceber oportunidades de negócio para os próximos seis meses nas proximidades onde vive subiu de 41,2%, em 2002, para 50 %, em 2013, com média de 45,1% no período."Além de um grande mercado consumidor e dos avanços na legislação – em especial a redução de impostos do regime Supersimples –, um dos fatores que mais fortalece o empreendedorismo no país é o aumento da escolaridade:

quase metade dos novos empreendedores tem pelo menos o segundo grau completo. Entre os novos empresários que estão cursando ou já completaram o Ensino Superior, 92% iniciaram o negócio por oportunidade. “O perfil do empreendedor brasileiro é hoje mais escolarizado e também mais jovem”, destaca o presidente do Sebrae. De acordo com a pesquisa, 50% dos donos de negócios com até três anos e meio de atividade têm entre 18 e 34 anos, enquanto nas empresas que estão há mais tempo no mercado apenas 25% são dessa faixa etária.A GEMA pesquisa GEM, uma iniciativa da London Business School e Babson College, é feita em 68 países, cobrindo 75% da população global e 89% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial. No Brasil, ela é patrocinada pelo Sebrae e realizada pelo IBQP, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Foram entrevistadas 10 mil pessoas de 18 a 64 anos, de todas as regiões, e 85 especialistas em empreendedorismo. Entre os ouvidos pela GEM estão desde pessoas que estão se preparando para iniciar um empreendimento até os que já estão estabelecidos no mercado. (Agência Sebrae)

- URBANUS DECORAÇÕES LTDA

- SELEÇÃO MONJOLEIRO LTDA

- VOLNEY APARECIDO TIBES - ME

- MATHIAS E FALEIRO LTDA

- CS&TSXC COM DE CONFECCÕES LTDA - FILIAL

- CLEONICE GRASSI GARCIA - PEIXARIA

De cada dez mulheres empreendedoras no Brasil, sete atuam nos setores de Comércio e Serviços. Um estudo realizado pelo Sebrae mostra que essa concentração não ocorre entre os homens, que se dividem de forma mais equilibrada entre todos os setores. Do total de mulheres donas de micro e pequenas empresas no Brasil, 38% estão no Comércio e 33% nos Serviços.“As características dos empreendedores são semelhantes em homens e mulheres: proatividade, ousadia, aceitação de risco. Mas é fundamental escolher atividades com as quais se tenha afinidade, por isso vemos a presença feminina mais forte nas empresas que ligadas à beleza e alimentação, por exemplo”, aponta o presidente do Sebrae, Luiz Barretto.As atividades mais procuradas pelas mulheres ao abrir uma empresa são as de cabelereiro e manicure, seguidas pelo ramo de bares e lanchonetes. No comércio, elas estão mais presentes nas vendas ambulantes, de acessórios de vestuário, alimentos e bebidas. Na indústria estão 20% das empreendedoras, a maioria delas envolvida no ramo de vestuário, como a fabricação de roupas sob medida. (Agência Sebrae)

As famílias e empresas iniciaram o ano pagando taxas de juros mais altas. De acordo com dados do Banco Central (BC), divulgados dia (27), a taxa para as famílias ficou em 39,9% ao ano, em janeiro, com aumento de 1,9 ponto percentual em relação a dezembro (38% ao ano). Essa foi a segunda alta seguida nessa taxa média.De dezembro para janeiro, a taxa para as empresas subiu 1,4 ponto percentual para 22,8% ao ano. Essas taxas cobradas das famílias e empresas são do crédito com recursos livres, em que os juros e destinação de recursos são livremente definidas pelos bancos e clientes.A inadimplência, considerados atrasos superiores a 90 dias, do crédito livre caiu 0,1 ponto percentual para 6,6%, em janeiro, no caso das famílias. A inadimplência das empresas subiu 0,1 ponto percentual, de dezembro para janeiro, para 3,2%.No caso do crédito com recursos direcionados (empréstimos com regras definidas pelo governo, destinados, basicamente, aos setores habitacional, rural e de infraestrutura), a taxa subiu 0,4 ponto percentual para as famílias (7,7% ao ano) e 0,3 ponto percentual para as pessoas jurídicas (8% ao ano). A inadimplência ficou estável tanto para empresas (0,4%) quanto para as famílias (1,6%).O saldo das operações de crédito do sistema financeiro, incluídos recursos livres e direcionados, chegou a R$ 2,717 trilhões, com expansão de 0,1% no mês de 14,8% em 12 meses encerrados em janeiro. (Agência Brasil)

O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) voltou a perder força, em fevereiro, com variação

de 0,38% ante 0,48%, em janeiro. Porém, ficou acima da taxa registrada em igual mês do ano

passado (0,29%) e atingiu no acumulado de 12 meses alta de 5,76%, índice utilizado como base

de cálculo em renovações de contratos de aluguel. Em janeiro, o IGP-M acumulado

alcançou 5,66%. Nesse primeiro bimestre, o índice está em 0,87%.

A apuração feita pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas

(FGV) indica decréscimos nos três componentes da taxa. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) teve alta de 0,27% ante 0,31%; o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) passou de 0,87%

para 0,7% e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) atingiu 0,44% ante 0,7%.

Entre as contribuições para a redução no ritmo de alta do IGP-M está a queda de 0,43% no grupo matérias-primas brutas que mede as

oscilações de itens no setor atacadista entre os quais ascommodities, produtos com cotação no mercado internacional, caso do minério de ferro (de 1,98% para 0,73%) e da soja em grão (de -

5,38% para -6,38%). Também houve recuo no preço das aves (de 0,24% para -3,49%).

Em sentido oposto, aumentaram os preços do leite in natura (de -6,84% para -0,9%); da laranja (de 4,16% para 12,48%) e do trigo em grão (de -

2,85% para -0,71%).

Mulheres preferem serviços e comércio para empreender

Índice do aluguel atinge 5,76% em fevereiro

Banco Central: famílias já pagam juros mais altos

Ao fazer a defesa da Medida Provisória 627/2013, o subsecretário de Fiscalização da Receita Federal, Lágaro Jung Martins, disse que a proposta do Executivo está em sintonia com práticas mundiais e vai desestimular a migração de renda do Brasil para países com baixa ou nenhuma tributação. O representante do Fisco foi um dos convidados da audiência pública realizada na tarde desta quarta-feira (26) pela comissão mista formada para analisar a MP que promove alterações em normas contábeis e tributárias, afetando diretamente empresas com negócios no exterior.O subsecretário disse que é preciso ter cuidado para não se criar situações mais vantajosas para quem opera fora em relação às empresas que atuam no país.– Buscamos um tratamento isonômico a quem tem investimentos fora e dentro do país. Não podemos ter uma situação de assimetria em que eu crio uma situação mais vantajosa de tributação fora do Brasil, pois incentivaria, com isso, um movimento de empresas para o exterior, causando desemprego aqui – argumentou.O subsecretário deu exemplos de grandes companhias que conseguem pagam menos tributos, como a Apple, que encontrou maneiras legais de alocar 70% de seu lucro fora dos Estados Unidos, gerando uma evasão fiscal, em 2012, de US$ 9 bilhões.Conforme Iágaro Martins, a globalização tornou as economias mais integradas e contribuiu para o surgimento de uma "patologia", que é o planejamento tributário internacional abusivo, cada vez mais comum.– Tal planejamento tem feito com que os países, não só o Brasil, sejam prejudicados com queda da arrecadação e enfraquecimento da integridade do sistema tributário mundial. É algo parecido com o que a gente vê no Brasil hoje com a guerra fiscal do ICMS – comparou.ApreensãoO representante do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Nelson Zafra, disse que a MP "veio a calhar" e era esperada há seis anos pela classe contabilista; porém, mostrou preocupação com a dificuldade dos profissionais para se adaptarem às novas regras.– Não podemos esquecer que as micro, pequenas e médias

Para subsecretário da Receita, MP 627 ajuda a preservar empregos no Brasil

empresas são maioria neste país e não têm estrutura e condições para atender a este novo padrão, diferentemente do que ocorre com as grandes e as companhias de capital aberto – argumentou Zafra, que também sugeriu a redução dos valores de algumas multas propostas no texto inicial do governo.Outro que defendeu a redução das multas foi o representante da Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF), Carlos Pelá. Ele considerou positiva a simplificação dos processos de apuração e recolhimentos de tributos apresentados pela MP.– A simplificação reduz a margem de erro e ajuda no planejamento, o que é positivo até para o diálogo com a Receita, além de eliminar o potencial de contencioso – afirmou.

PrazosEsta foi a segunda audiência pública da comissão mista para debater a MP 627/13, enviada ao Congresso em novembro passado. O relator, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), voltou a afirmar que continuará fazendo ajustes no texto de seu relatório, com a meta de votá-lo na comissão em março. A proposição já recebeu 513 emendas desde que chegou ao

ParlamentoA MP promove mudanças na tributação sobre os lucros auferidos por pessoa física residente no Brasil em países estrangeiros; uniformiza parte da legislação contábil e fiscal com normas internacionais e altera a tributação de empresas brasileiras com filiais no exterior.O prazo de validade da medida provisória já foi prorrogado por 60 dias, a partir de 12 de fevereiro. Segundo a Constituição, desde a publicação, a medida provisória tem força de lei, mas perde a eficácia se não for convertida no prazo de 60 dias, prorrogável uma vez por igual período.Também participaram da audiência desta quarta-feira o coordenador do Comitê Jurídico e Tributário da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (ABDIB), Marcelo Baeta, e os advogados André Martins de Andrade e Andrea Bazzo Lauletta. (Agência Senado)

2010 a 2014

0,46 0,94 0,65 0,94 4,02

0,28 0,40 0,69 0,40 5,49

0,60 0,48 0,60 0,48 5,52

0,54 0,55 0,92 0,55 5,77

0,54 0,63 0,72 0,63 5,58

0,75 0,83 0,81 10,56 7,42

NOV JAN DEZ NO ANO U. 12 M.

SALÁRIO MÍNIMO DE 1994 A 2014

01.01.13

2014 01.01.14 724,00

FONTE

IPC/FIPE

IGP/DI

IGP/M

IPCA

INPC/IBGE

TAXA SELIC

FAIXA DE ATÉ TAXA DESCONTO

1 0,00 1.787,73 0,00% 0,00

2 1.787,78 2.679,29 7,50% 134,08

3 2.679,30 3.572,43 15,00% 335,03

4 3.572,44 4.463,81 22,50% 602,96

5 4.463,82 999.999,99 27,50% 826,15

DESCONTO POR DEPENDENTE R$ 179,71

FAIXAS DE ATÉ TAXA

1 0,00 1.317,07 8,00%

2 1.317,08 2.195,12 9,00%

3 2.195,13 4.390,24 11,00%

até R$ 682,50 = R$ 35,00

de R$ 382,51 a R$ 1.025,81 = R$ 24,66