71-Foh 210_ Como Trabalhar a Sexualidade Em Sala de Aula

Tema:

Como trabalhar sexualidade em sala de aula e na Escola

Professor: Evilasio dos S. Silva

Como trabalhar sexualidade em sala de aula e na escola

A SEXUALIDADE HUMANA

A sexualidade aparece ao ser humano como uma realidade assaz misteriosa que, desde os tempos mais remotos, mergulha num fundo mítico. Na multiplicidade das dimensões que lhe são inerentes, três dimensões aparecem particularmente relevantes, oferecendo deste modo um ponto de partida para uma reflexão geral sobre a sexualidade:


• a) A força cosmo-vital;

• b) O sagrado;

• c) A presença humana.


A FORÇA COSMO-VITAL

Como fenômeno cosmo-vital a sexualidade está ligada à geração de novos seres vivos. Ela é uma força instintiva graças à qual a vida perecível se perpetua e se desenvolve. Faz homem e mulher participar na força reprodutiva e criativa do mundo da vida


O SAGRADO

A reprodução sexual humana reveste-se de uma conotação sagrada, em virtude da sua proximidade com o mistério da origem de todos os seres vivos.


A PRESENÇA HUMANA

Na medida em que não se identifica pura e simplesmente com a reprodução, a sexualidade especificamente humana introduz parâmetros novos de vivência e de compreensão para a vivência das regras sociais, morais e institucionais.


EDUCAÇÃO PARA A SEXULIDADE

A sexualidade é parte constitutiva do ser humano, está e estará presente em suas varias formas e representações nas mais diferentes áreas da experiência e existência humana, tais como, corporal, emocional, social, religiosa, moral, ética, etc.


Por educação para a sexualidade entende-se em geral a tarefa de educar outros, tarefa reservada em primeiro lugar à família e em seguida às instituições sociais.


Uma educação para a sexualidade é tão necessária quanto difícil. É necessário, contudo, empenhar-se na tarefa de educar-se e educar outros, geralmente mais jovens.


Espera-se então do educador que ele próprio seja devidamente educado e que tenha a capacidade de encontrar o tom justo para falar da sexualidade.


Dado que esta é dinâmica e coextensiva à duração inteira da existência humana, a educação e auto-educação para a sexualidade nunca pode ser considerada como acabada.


A travessia das diferentes idades da vida mostra que esta educação e auto-educação assumem contornos diferentes e exigências novas.


Mais do que em outras tarefas educativas, a educação para a sexualidade não encontra um educador perfeito ou exemplar, o que muitas vezes torna mais complexa a adoção de uma linguagem clara, serena e firme.


São educadores imperfeitos que se devem encarregar da educação para a sexualidade, isto é, num campo que torna também difícil a separação entre a teoria ensinada e as próprias vivências do educador.


Além disso, sendo em regra geral mais velho que o educando, o educador tem uma experiência mais longa da sexualidade, o que eventualmente acarreta, além de experiências gratificantes e felizes, a presença de esperanças desiludidas, de sofrimentos ou feridas ainda não sanadas, de eventuais fracassos ou mesmo de perversões não confessadas.


A TAREFA DO ESTADO COM A EDUCAÇÃO SEXUAL

Provavelmente animadas pela intenção de manterem uma neutralidade ideológica, as instâncias sociais e políticas encarregadas da programação da «educação para a sexualidade» resistem dificilmente à tentação da facilidade.


Esta consiste em restringi-la o mais possível ao ensino da anatomia e fisiologia da reprodução, assim como à descrição dos métodos contraceptivos, com um mínimo de considerações psicológicas,pretendidamente desprovidas de elementos ideológicos susceptíveis de limitar ou canalizar a liberdade do educando.


É, com efeito, um erro grave julgar que o respeito pela liberdade dos educandos exige que a educação para a sexualidade se limite às dimensões objetivas e biológicas do relacionamento sexual.


É dever do Estado zelar pela sexualidade dos indivíduos em todas as suas dimensões, sejam elas anatomo-fisiológica, afetivo-relacional ou social.


SEXUALIDADE E MATURIDADE

Na espécie humana, a capacidade procriativa ou sexualidade genital precede a maturidade psicológica; precede muitas vezes a capacidade socio-económica de fundar uma nova célula familiar.


A dificuldade de encontrar um equilíbrio na vida sexual provém do cruzamento conflitante entre a força pulsional e o sentido consciente de uma relação interpessoal.


Noutros termos, o homem não vive nem pode viver a sua sexualidade de modo exclusivamente animal. Reciprocamente a representação na vida sexual nunca é de natureza simplesmente intelectual, uma vez que se encontra investida pela força pulsional.


A sexualidade afeta todos os aspectos da pessoa humana. Diz respeito particularmente à afetividade, à capacidade de amar e de procriar e, de uma maneira mais geral, à aptidão a criar vínculos de comunhão com os outros Quando ela se engaja dentro dessas diretrizes, é capaz de frutificar indivíduos amadurecidos


A ESCOLA E A EDUCAÇÃO SEXUAL

Além da família, a escola exerce um importante papel na sexualidade da criança, orientando-a no dia-a-dia. Porém, para educar é preciso que o educador esteja preparado para tal tarefa.


A Escola precisa ensinar que educação sexual não significa apenas passar informações sobre sexo. Significa também o contato pessoa / transmissão de valores/ atitudes/comportamentos.


Os professores não devem passar orientações baseadas em informações de colegas ou na leitura de livros e revistas que só dizem a respeito do biológico sem levar em conta respeito, sentimentos e emoções.


É imprescindível atentar para o fato de que sexualidade e genitalidade são coisas distintas embora estejam intrinsecamente ligadas e devam estar incontestavelmente harmonizadas.


Trabalhar sexualidade em sala de aula não é uma tarefa restrita ao professor de biologia ou de religião, é uma missão que deve ser levada a cabo por todas as pessoas que compõem a ambiência escolar.


A escola tem a responsabilidade de formar o cidadão em todas as áreas, inclusive nas que dizem respeito à sua maturação afetivo sexual.


“Os professores encarregados de educação sexual na escola devem ter autenticidade, empatia e respeito. Se o lar está falhando neste campo, cabe à escola preencher lacunas de informações, erradicar preconceitos e possibilitar as discussões das emoções e valores” (TELES, 1992).


Esclarecer os limites também faz parte do papel do professor.


De acordo com o PCN´s - Orientação Sexual - escolas que tiveram bons resultados com a educação sexual relatam resultados como aumento do rendimento escolar, devido ao alívio de tensão e preocupação com questões da sexualidade e aumento da solidariedade e do respeito entre os alunos.


PARA REFLETIR

"A educação é aquilo que sobrevive depois que tudo o que aprendemos foi

esquecido." (Burruhs Frederic Skinner)


"A boa educação é moeda de ouro, em toda parte tem valor."

(Padre Antônio Vieira)


"O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele."

(Immanuel Kant)

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