7189708 O Caminho Do Mestre

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    O CAMINHO DO MESTRE

    O verdadeiro domnio pode ser alcanadoQuando deixamos que as coisas sigam seu prprio rumo.

    No pode ser alcanado quando interferimos.

    - Lao Tse, Tao Te Ching(Mitchell)

    Direo: OesteElemento: guaCriatura: Criaturas da guaRecurso Humano: Sabedoria

    Tipo de Meditao: SentadaEstilo de Vida: Ritmo adequadoCaminho Qudruplo: Aberto aos resultadosBlsamo de Cura: SilncioInstrumento: Varetas, ossos

    Estao: Outono

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    ESTAR ABERTO E NO PRESO AOS RESULTADOS

    O caminho do Mestre permite o acesso ao recurso humano dasabedoria, e toda cultura apresenta conceitos tradicionais e no-tradicionais de educao. Quer se trate de um sistema escolar

    estabelecido, quer seja apenas um aprendizado, o processo de aprendere ensinar universal.

    O princpio que guia o Mestre estar aberto aos resultados e nopreso a eles. O Mestre possui sabedoria, ensina confianae entende anecessidade do desapego.

    Sabedoria: Clareza, Objetividade, Discernimento, Desapego

    O Caminho do Mestre a prtica da confiana. Esta a fonte deonde brotam as qualidades da sabedoria: clareza, objetividade,

    discernimento e desapego. A sabedoria est atuando quando nosencontramos abertos a todas as opes. do estilo do Mestre usar a confiana como instrumento. Madre

    Tereza de Calcut demonstrou confiana quando disse: Sinto-me comoum lpis nas mos de Deus. Ele escreve por nosso intermdio e, emborainstrumentos imperfeitos que possamos ser, Ele escreve de maneirabelssima... Ele se digna trabalhar por nosso intermdio. Isso no maravilhoso? (Warner, Women of faith).

    Confiana: No se Deixar Abalar pela Incerteza

    As tradies xamnicas atingem a capacidade humana dasabedoria aprendendo como confiar e sentir-se vontade diante desituaes desconhecidas. Em algumas partes da frica, diz-se que oindivduo que se encontra numa condio estranha caminha no reinodas nuvens cinzentas. Durante esses perodos, considera-se tolice agir,sendo mostra de sabedoria aguardar e confiar. A confiana, no entanto,pode ser uma arte difcil de aprender.

    O arqutipo do trapaceiro, encontrado em vrias tradiesxamnicas, opera como um Mestre que choca as pessoas ao mostrar-lhes seus apegos e hbitos arraigados. Os trapaceiros tpicos usam as

    surpresas e o inesperado como formas de arrancar as pessoas de suarotina. Em seu livro Sincronicity: the science, myth, and the trickster,Allan Combs e Mark Holland descrevem essa figura:

    Na mitologia de inmeros povos, a figura mtica quepersonifca o inesperado o Trapaceiro que, como um deus,movimenta-se, aos trancos e barrancos, no ordenado mundo darealidade comum, trazendo boa e m sorte, lucros e perdas. Odeus trapaceiro universal. Entre os povos nativos americanos, conhecido como Ictinike, Coyote, Coelho e outros; o Maui paraos polinsios; o Loki das antigas tribos germnicas europias; e

    Krishna na mitologia sagrada da ndia. Mais conhecido para amaioria de ns, do Ocidente, o deus grego Hermes, que

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    representa a mais ampla e sofisticada manifestao doTrapaceiro. Homero o denomina de: Portador da Sorte. Ele tambm conhecido, em funo dos vrios paradoxos quecaracterizam tanto Hermes como outros deuses trapaceiros, comopatrono de viajantes e ladres. Ele o Guia das Almas para o

    mundo subterrneo e mensageiro dos deuses. Como todos essespapis sugerem, ele o senhor maior dos limites e transies. por meio desse domnio que ele surpreende a realidade mundanacom o inesperado e o miraculoso.

    Do irreal leva-me ao real.Da sombra leva-me luz.Da morte leva-me imortalidade.

    - Os Upanishads

    O Tema do Desapego

    O objetivo primrio do arqutipo do trapaceiro ensinar aos sereshumanos a respeito do desapego. Muitos ocidentais entendem quedesapego sinnimo de despreocupao. Do ponto de vistalingstico, no entanto, a palavra desapego mais comumente definidacomo a capacidade de nos preocuparmos profundamente a partir deuma posio objetiva. Assim, quando usamos o termo desapego,aqui, falamos de algo que voc pode definir como o contrrio deprender, como deixar seguir o rumo, manter o senso de humor. Seanalisarmos o que nos leva a perder nossos senso de humor, poderemosidentificar nossos apegos. O terreno em que mantemos nosso senso dehumor aquele do qual somos desapegados e podemos nos manterflexveis.

    Quando estamos desapegados podemos observar calmamentenossa reao diante das situaes em vez de nos deixarmos levar pornossas emoes. No confunda isso com frieza ou falta de interesse totalmente o oposto. Quando no nos deixamos levar e quandomantemos nosso senso de humor demonstramos nossa capacidade denos interessar profundamente, de forma objetiva.

    A maioria das tradies espirituais faz referencia ao tema do

    desapego. Harrison Owen, em seu livro Leadership is, resumiu-o emquatro princpios, que chama de quatro imutveis leis do esprito:Quem quer que esteja presente a pessoa certa para estar aqui; sejaquando for que comecemos, sempre o tempo certo; o que acontece anica coisa que poderia ter acontecido; quando acaba, acaba. Sob cadauma dessas premissas, quer concordemos ou no com elas, encontra-seo princpio da aceitao, no o da resignao. Seramos capazes deaceitar a experincia tal com ela , e ser criativos em relao a ela emvez de resignados ou fatalistas? A aceitao parte importante dodesapego. O sentimento de resignao sempre sinal de apego.

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    O sonho tem incio com um mestre que acredita em ti, que tepuxa, te empurra e te conduz ao prximo degrau, s vezes teaguilhioando com uma vara ponteaguda chamada verdade- Dan Rather (Van Ekeren, The speakers sourcebook)

    Perda e RitualOutra maneira de aprendermos a respeito do desapego por meio

    daperda. William Bridges, autor de Surviving corporate transition, afirmaque, fatalmente, toda perda se encaixa em uma destas seis categorias:

    1. Perda de laos2. Perda de rumo3. Perda de estrutura4. Perda de um futuro5. Perda de significado6. Perda de controle

    Todos ns j passamos por um ou mais dos tipos de perdasmencionados por Bridges, alm da perda daqueles que amamos. Cadatipo de perda uma experincia humilhante que, mais adiante, nosensina sobre a aceitao e como deixar que as coisas sigam seu rumo.

    Muitas tradies xamnicas reconhecem que o ritual ajuda aspessoas a lidar com as perdas. Comb e Holland nos recordam que: Apalavra ritual, de fato, vem de uma raiz indo-europia que significaencaixar junto. Essa raiz encontra-se relacionada a palavras comoarte, habilidade, ordenamento, tecelagem e aritmtica, todas elas

    envolvendo o encaixe de uma coisa s outras para criar ordem. Todasas sociedades apresentam rituais em honra s principais transies davida: o nascimento, a iniciao, o casamento e a morte. O ritual o atoconsciente de reconhecimento de uma mudana de vida, quandofazemos algo para honrar e dar sustentao a essa mudana, por meiode testemunhas, oferecimento de presentes, cerimnias e intenessagradas. Dessa forma, os seres humanos apiam as mudanas queexperimentam e criam uma forma de encaixar de novo as coisas.

    A morte no leva o velho, mas o maduro.- Provrbio russo (Feldman, A world treasury)

    Espritos ancestrais

    Algumas tradies natives vem os espritos ancestrais (membrosda famlia e amigos que j no vivem) como importantes mestres dodesapego porque j encararam o processo de deixar que as coisas sigamseu rumo e experimentaram o maior desconhecido a morte. Os povosindgenas acreditam que, literalmente, esses seres permanecem aonosso lado para dar-nos suporte em relao a nosso ideal e propsito devida. A maioria das tradies xamnicas acredita que os ancestraisespirituais masculinos ficam do lado direito do nosso corpo e osfemininos, do lado esquerdo. Crem que eles se dedicam a cuidar paraque tanto as geraes presentes como as futuras alcancem a realizao

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    de seus sonhos ou propsitos de vida. A antiga cano ancestraleuropia, transmitida por tradio oral, estabelece claramente de queforma nossos ancestrais podem ajudar-nos:

    Oh! Possa ser este aquele

    que dar continuidadeao bem, verdade e beleza de nossalinhagem familiar;Oh! Possa ser este aqueleque quebrar os padresfamiliares nocivosou os padresnacionais nocivos.

    Em Tragic sense of life, o filsofo basco Miguel de Unamuno nosfaz lembrar da importncia dos vnculos ancestrais e de ajuda que seencontram profundamente enraizadas em ns: Todos os meusancestrais vivem, em sua total grandeza, dentro de mim e assimcontinuaro a viver, junto comigo, em meus descendentes. Associedades nativas norte-americanas, em muitas de suas oraes, nosfazem lembrar essa conexo entre passado e presente quando dizem:Pelas geraes passadas e pelas sete geraes futuras, peo por....Muitas culturas indgenas reconhecem que cada indivduo portadorda tradio das geraes passadas e das que viro. importante ter emmente as maneiras pelas quais podemos atrair as qualidades de bom,verdadeiro e belo que trazemos como herana; e saber que a qualidade

    de nossa vida contribui para as oportunidades e desafios das geraesque viro. Quando nos surpreendemos a pensar em nossas tias e avspreferidas, que j no se encontram entre ns, podemos estar sendolembrados de tudo o que bom, verdadeiro e belo em nossa natureza.

    Muitas sociedades indgenas mantm a crena de que o espritode nossos ancestrais se faz presente para ajudar-nos a transpor oltimo umbral no processo da morte. E, porque nos ensinam comodeixar que as coisas sigam seu rumo e sobre o desapego, so eles osMestres que nos ajudam a estar preparados para experincias novas edesconhecidas, das quais a maior delas a nossa prpria morte.

    A maneira como reagimos s novas experincias com as quais nosdefrontamos diariamente pode ser uma preparao para a forma comoreagiremos ante a aproximao de nossa morte. Encaramos as novasperspectivas com curiosidade, surpresa, excitao? Ou lidamos com oinesperado e o desconhecido de maneira controladora e amedrontados?Considerando-se as ltimas manifestaes de pessoas importantes,quando se aproximavam do ltimo umbral, tem-se uma idia do quesignifica permitir que as coisas tomem seu rumo. Junpero Serra, omissionrio espanhol, via est ltima porta do seguinte modo: Agoradescansarei. As ltimas palavras de Gertrude Stein foram: Qual apergunta? Se no h perguntas, no h respostas. Goethe, perto da

    morte, disse: Mais luz (Conrad, Famous last words).

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    Se apelamos para a ajuda dos espritos ancestrais diante desituaes novas, podemos tambm faze-lo para concretizar nossosideais de vida. O poeta John Milton nos lembra, em Paradise lost, oilimitado recurso em que se constitui nossa herana e linhagem, quehonramos por meio dos espritos ancestrais: Milhes de criaturas

    espirituais caminham sobre a Terra/Invisveis, estejamos despertos ouadormecidos.... Muitas tradies xamnicas classificam os seresespirituais de Milton, ou espritos ancestrais, em trs categorias: osque so parte de nossa famlia biolgica; os no consangneos, que seunem a ns por laos de afeto; ou figuras histricas que nos serviramde inspirao. Essas sociedades consideram que os ancestraisfamiliares, por laos de sangue, tm mais poder para ajudar-nos aquebrar padres nocivos para que possamos reter o que bom,verdadeiro e belo.

    Tenho apenas trs coisas a ensinar: simplicidade,pacinciae e compaixo. este nosso maior tesouro.Simples em pensamentos e aes, retornars fontedo ser.- Lao Tse, Tao Te ChingMitchell)

    FERRAMENTAS DE PODER DO MESTRE

    As ferramentas de poder do arqutipo do Mestre incluem aobservncia do silncio, o apelo aos espritos ancestraispara a obtenode orientao e a meditao em posio sentada.

    Silncio

    Podemos dar abertura ao arqutipo do Mestre e aos espritosancestrais por meio do blsamo do silncio. Muitas tradies espirituaisreconhecem que a orientao ntima e as experincias transpessoaisvm tona durante os perodos de silncio ou longos perodos desolido. Para se ter alcance ao recurso humano da sabedoria necessrio praticar a arte de ouvir. Ou, como declarou Mark Twain:Uma idia melhor que a minha ouvir. (Harnsberger, Everyones MarkTwain).

    Dar ouvidos aos nossos prprios guias uma forma de honrarnossa sabedoria natural. Os perodos de silncio e isolamento nospermitem alcanar maior clareza, objetividade e discernimento,qualidades inerentes sabedoria. Por onde quer que busquemosorientao, tanto interior quanto externamente, estaremos sempredispostos a aprender e a ouvir.

    Fonte antiga de orientao o Livro das mutaes, chins,conhecido como o I Ching. Esse recurso, utilizando-se de alegorias danatureza, lembra-nos que, para as mudanas terem xito, devemos sercomo uma grande rvore que criou suas razes ao lado de um rio. Isto ,necessitamos equilibrar tanto a quietude (rvore enraizada) como aatividade (rio que corre), ou quietude com movimento; tambmprecisamos compreender que os perodos de silncio e de isolamento

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    so meios essenciais abertura de nossa orientao interior e plenitude de nossa alma.

    O homem inteligente est sempre aberto a novasidias. Na verdade, ele as busca.

    - Provrbios, 18:15

    Chamar pelos Espritos Ancestrais

    Durante os perodos de silncio, podemos tambm obterorientao de nossos espritos ancestrais para ajudar-nos ante osdesafios de ordem familiar. Algumas tradies xamnicas acreditam queo fato de chamarmos nossos ancestrais pelo nome atrair sua ajuda. svezes, os instrumentos musicais so usados em conjunto com osespritos ancestrais. Batidas com varetasou ossos so outra forma desolicitar ajuda ancestral; cada batida representa nosso compromisso em

    quebrar os padres nocivos familiares ou culturais. Em Jambalaya,Luisah Teish, da tradio Ioruba Lucumbi, nos lembra que: Osafricanos acreditam que aqueles que se foram antes, fizeram de ns oque somos. Da mesma forma, a reverncia aos ancestrais ocupa umimportante lugar no sistema de crenas africano...Egungun ou egun apalavra Ioruba usada para designar aquelas almas ou inteligncias quese transportaram para alm do corpo fsico.

    Podemos tambm nos recordar de nossos espritos ancestrais nodoce territrio do silncio ou das prticas contemplativas. Os ancestraispodem se fazer presentes em nossas vidas de maneira muito concreta.

    Por exemplo, se o alcoolismo tem sido um padro familiar nocivo, temosa oportunidade de aprender com os erros de nossos ancestrais ereverenci-los, optando por no permitir que esse padro familiar seperpetue em ns.

    Meditao em Posio Sentada

    Em muitas tradies espirituais, a meditao em posio sentada a postura universal para obter-se acesso ao recurso humano dasabedoria. No silncio, a pessoa que medita em posio sentadatransforma-se em testemunha imparcial e pra de julgar o que

    revelado.Transculturalmente, esse tipo de meditao o aprendizado ou

    postura receptiva que o ser humano assume, ao receber ensinamentosou instrues de qualquer tipo. Alm da instruo, muitas culturasindgenas tambm se utilizam dessa postura para a orao silenciosaou para a cuidadosa observao de revelaes ntimas.

    O arqutipo do Mestre pede que sejamos objetivos em relao aosnossos prprios processos. A meditao sentada ensina as pessoascomo esperar, ouvir e observar o que lhes revelado. O Tao Te Ching,segundo a traduo de Stephen Mitchell, diz: O verdadeiro domniopode ser alcanado quando deixamos as coisas seguir seu prpriorumo. Ele no pode ser alcanado quando interferimos. A meditaoem posio sentada nos ensina a arte da observao, em que idias e

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    imagens so liberadas to logo se revelam. Essa uma prtica dedesapego. Outras dessas prticas podem incluir cursos com exercciosde corda na selva, viagens de balsa em correntezas, escaladas demontanhas, mergulho e pesca.

    A RELAO DO MESTRE COM A NATUREZA

    O principal Mestre do desapego, no que se refere Natureza, aAv Oceano, que o mais primrio exemplo de flexibilidade ecapacidade de recuperao que ela nos oferece. Para algumas culturasnativas, a direo Oeste a morada da Av Oceano e de todas ascriaturas da gua. Na roda medicinal, essa direo aquela para a qualmuitos povos nativos se voltam em busca do poder do silncio, desabedoria e orientao ancestral. O Oeste associado ao outono, tempode armazenar e tambm de permitir que as coisas sigam seu rumo.

    As criaturas da gua e a Av Oceano revelam nossas capacidadespara colheitas abundantes e fluidez ilimitada. Somos um planetaaqutico. As culturas indgenas quase sempre vem a gua comosagrada, por sua capacidade de limpar, alimentar, curar e purificar.Essa direo nos lembra que a sabedoria, tal como a Av Oceano, sempre flexvel e raramente rgida.

    COMO O MESTRE/ LDER LATENTE SE REVELA:OS ASPECTOS SOMBRA DO ARQUTIPO DO MESTRE,A CRIANA FERIDA DO OESTE

    Padres de Posicionamento, Julgamento e Controle

    Sabedoria a capacidade que temos de aceitar tanto nossosaspectos superdesenvolvidos como os pouco desenvolvidos, sob a pticada testemunha imparcial. Quando somos capazes de dar valor tanto nossa auto-estima quanto nossa autocrtica, comeamos a alcanar afonte da sabedoria. Experimentamos o lado sombra do arqutipo doMestre quando demonstramos atitudes repletas de justificativas deposicionamento, julgamento e controle. O Mestre compreende essasatitudes, mas no se mostra indulgente em relao a elas.

    O oposto de posicionamento a flexibilidade; o outro lado dojulgamento a objetividade e o discernimento; e o oposto do controle aconfiana. Os padres de posicionamento, julgamento e controlegeralmente se baseiam no medo e sempre revelam falta de confiana. Senossa observao nos indica que expressamos em demasia essespadres, precisamos nos lembrar de que tambm trazemos conosco umenorme potencial de sabedoria que espera ser plenamente utilizado. Osque possuem senso crtico aguado podem fazer uso dessacaracterstica de maneira construtiva. Por exemplo, se tiveremfacilidade para escrever, podem dedicar-se crtica, lembrando-se deavaliar tanto o lado positivo quanto o lado negativo de um projeto.

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    Universalmente, o mal tem duas origens: o medoe a ignorncia. Amaior funo do medo alertar-nos contra algo que possa nos ferir,para que tomemos cuidado. Infelizmente, a maioria de ns se senteamedrontada em relao vrias situaes que no pedem tantasprecaues. O maior efeito do medo comprimir a energia, o que pode

    nos prejudicar tanto fsica como mentalmente e nos levar a lutar oufugir.

    Tambm causamos o mal quando, conscientemente, ignoramospessoas ou situaes. Podemos, por outro lado, causar um dano nointencional, num estado de ignorncia cega. Por exemplo, possvelque, casualmente, digamos a algum que acabamos de conhecer:Francamente, eu no entendo essas pessoas que vivem adiando ascoisas, sem saber, no entanto, que nosso novo amigo pode ser umapessoa que adia as coisas e que est tendo problemas por isso.

    De todas as plantas que cobrem a terra e seacomodam, como a penugem sobre o corpo de nossaav, tenta obter o conhecimento que pode fortalece-lona vida.- Provrbio dos Winnebagos, nativos americanos(Feldman, A word treasure).

    Confuso

    A ignorncia, s vezes, pode ser fonte de confuso; juntamentecom a dvida, o lado sombra da luz. Quando estamos confusos, melhor esperar do que agir. Porm, se as circunstncias nos obrigarema atuar, devemos buscar os pontos claros e atuar somente nessasreas.

    Discernimento a capacidade de respeitar o contexto, tempo econtedo apropriados. A pessoa que possui discernimento pergunta:Ser certo liberar este contedo, neste momento e lugar?. Quando nosachamos no lado sombra do discernimento, surpreendemo-nos sendogrosseiros, inadequados e ignorantes do contexto.

    O ciclo que engloba nosso ir e vir, no tem comeonem fim discernveis; ningum conseguiu descobrir

    ao certo a questo De onde viemos e para ondevamos.- Rubaiyat of Omar Khayyam, a partir da traduode Peter Avery e John Heath-Stubbs

    Apegos

    O posicionamento revela a presena do apego. O arqutipo doMestre exige que equilibremos nossa capacidade para que sejamos toapegados quanto desapegados. Quando nos encontramos presos aresultados que ainda viro, nossa tendncia mais no sentido de

    controlar do que confiar. Quando nos encontramos presos a algo,muitas vezes perdemos nossa objetividade de agir com acerto. Numa

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    base de desprendimento, no entanto, somos capazes de mostrarprofundo interesse a partir de um plano objetivo. importante lembrarque a sabedoria sempre flexvel e raramente rgida. medida quedesenvolvemos nossa flexibilidade aumentamos nossa capacidade deexpressar sabedoria e abrir mo de apegos.

    Por exemplo, possvel que voc se lembre de alguma ocasio emque se encontrava teimosamente aferrado sua posio em relao aum problema, quando se viu diante de opinies e perspectivas que nohavia considerado antes. De repente, voc encontra uma soluo nova e melhor. Por meio dessa compreenso voc caminhou de uma posiode apego para um plano de sabedoria flexvel.

    PROCESSOS E LEMBRETES: PRTICAS ESSENCIAS PARA ODESENVOLVIMENTO DO MESTRE INTERIOR

    1. Dedique ao menos quinze minutos por dia prtica dameditao em posio sentada. Registre sua experincia emseu dirio ou comece um dirio novo, especialmente parameditaes.

    Meditao em Posio Sentada

    Acesso ao Mestre InteriorAcesso Qualidade da Sabedoria

    Propsito

    O propsito da meditao em posio sentada reverenciar otempo sagrado. Tempo dedicado introspeco, contemplao,descoberta e venerao do sagrado ou divino.

    Postura

    Sente-se numa cadeira ou no cho com os olhos fechados e aspernas cruzadas ou estendidas. As prticas ocidentais e orientaisincorporam a postura de joelhos ou em posio de prece, que outradentre as utilizadas para a meditao em posio sentada.

    Processo

    Neste tempo e postura sagrados, voc pode solicitar orientao oumaneiras de lidar com a sabedoria tanto em situaes ntimas quantogeneralizadas.

    Na meditao em posio sentada temos a oportunidade detransformar o crtico interno em testemunha imparcial. E tambm aoportunidade de receber orientao de como conduzir sua vida comsabedoria.

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    Essa postura lhe d oportunidade de ir alm das polarizaesinternas e externas, dos paradoxos e das contradies que estiverexperimentando.

    2. Dedique alguns instantes dirios para ficar sozinho ou no doce

    territrio do silncio, a fim de ouvir seu prprio conhecimento ousabedoria. Dedique um dia inteiro por ms para permanecertotalmente em silencio.

    3. Crie alguns rituais pessoais que possam ampar-lo nastransies ou situaes de perda.

    4. Conscientemente, faa de cada dia um foco para a prtica dasabedoria. Pergunte-se: Quo objetivo posso permanecer? Soucapaz de aguardar em vez de agir quando estou confuso? Possousar de discernimento em vez de julgar? Tomarei decisessomente quando estiver claro para mim?.

    5. As ocasies de despedida ou quando vamos dormir constituemprticas dirias que nos preparam para a arte de morrer ou delidar com o desconhecido. Com essas duas prticas dirias,aprenda a confiar e a deixar que as coisas tomem seu rumo.

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    6. Dedique um espao de tempo para honrar a riqueza de suasrazes e de sua herana. Colecione fotos de seus parentesantepassados importantes. Use-as como lembretes visuais dosaspectos bom, verdadeiro e belo de sua herana.

    7. A cada ms, no dia de seu nascimento, faa alguma coisa quenunca tenha feito antes. Incorporar essa prtica mensal suavida aumenta sua capacidade de aproximar-seconscientemente do desconhecido, ao menos 12 vezes por ano.

    8. Durante este ano, quais so as limitaes que voc planejouliberar de sua natureza, para conseguir expressar maiscompletamente aquele que voc?

    A Terra o centro do UniversoA casa o centro da terraA famlia o centro da casaA pessoa o centro da famlia

    - Cano basca

    SUMRIO DO ARQUTIPO DO MESTRE

    O arqutipo do Mestre pede-nos que sejamos abertos aosresultados, mas no nos prendamos a eles. Quando expressamos o

    Mestre, desenvolvemos nossa capacidade de desapego; honramos nossaherana; tornamo-nos mais flexveis e fluidos, como a Av Oceano;demonstramos sabedoria e seus componentes de clareza, objetividade ediscernimento.

    Aspectos da Sabedoria. Clareza. Objetividade. Discernimento

    Categorias de Espritos Ancestrais. Famlia por laos de sangue

    . Famlia por afinidade e amigos

    . Figuras histrias que nos inspiram

    DOCE TERRITRIO DO SILNCIO

    As Quatro Leis Imutveis de Harrison Owen(ensinamentos sobre o desapego)

    . Quem quer que esteja presente, a pessoa certa

    . Seja quando for que comece, o tempo certo

    . O que quer que acontea, a nica coisa que poderia ter acontecido

    . Quando acaba, acaba

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    As Seis Categorias de Perdas de William Bridge. Perda de laos. Perda rumos. Perda de estrutura. Perda de futuro

    . Perda de significado. Perda de controle

    Para tudo h um tempo,Para cada coisa h um momento sob os cus;H tempo para nascerE tempo para morrer;E tempo para plantarE tempo para colher;E tempo para matar e tempo para sararTempo para demolirE tempo para construir;

    Tempo para chorar e tempo para rir;Tempo para gemer e tempo para danar;Tempo para atirar pedrasE tempo para junta-las;Tempo para abraarE tempo para apartar-se;Tempo para ganhar e tempo para perder;Tempo para guardarE tempo para jogar fora;Tempo para rasgar e tempoPara coser;

    Tempo para calar e tempo para falar;Tempo para amar e tempo para odiar;Tempo para a guerra.E tempo para a paz.

    - Eclesiastes, 3:1-8

    QUESTES

    Pense em suas respostas s questes que se seguem. Paradesenvolver o Mestre interior, formule e responda diariamente as de

    nmeros 4 e 7.

    1. Quais foram os mestres significativos de minha vida? Destes,quais foram fontes de inspirao, e quais representaramdesafios? Quais as qualidades que me atraram neles, seexistiram? O que isso revela a respeito de meu Mestre interior?Para quem voc foi mestre e qual seu mentor atual?

    2. Quais as figuras do trapaceiro que, em minha vida, ensinaram-me sobre flexibilidade e revelaram meus padres deposicionamento, julgamento e controle? Quais foram aschamadas que, algumas vezes, me despertaram? De que

    forma dei-me conta ou acordei para minhas limitaes?

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    3. Que tipos de apego encontro em minha vida pessoal, profissionale espiritual?

    4. Qual o meu nvel de tolerncia em relao ao silncio e emrelao minha capacidade de estar s? Diariamente,

    permanea em silncio por um espao de tempo. Desfrute deuma parte do dia como um tempo s seu, especial para ficarsozinho.

    5. Quais os ancestrais masculinos que foram tanto uma inspiraocomo um desafio para mim? Quais os ancestrais femininos queforam tanto uma inspirao como um desafio para mim?

    6. Qual minha capacidade de esperar para agir quando estouconfuso? Que reas de minha vida apresentam confusoatualmente?

    7. De que, presentemente, tenho medo? O que estouconscientemente ignorando?

    8. Das Quatro Leis Imutveis do Esprito de Harrison Owen, qual a mais difcil de aceitar ou praticar?

    9. Que padres familiares de negao de vida estou desejandoconscientemente quebrar e no mais levar avante?

    10.No passado e na herana de minha famlia, quais as qualidadestrazidas at aqui e que posso identificar como boas,verdadeiras e belas?

    11.Como tenho lidado com as perdas em minha vida? Das seiscategorias de perdas, com quais me defronto atualmente?

    Esta a Hora da Liderana Relembrada, se sobrevivida,Como pessoas congelando,Recolhendo a Neve Primeiro o Calafrio Depois o Entorpecimento E ento o abandono.

    - Emily Dickinson, in:Johnson, Poemas Completos de Emily Dickinson