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COMPLEXO JURIDICO DAMASIO DE JESUS FACULDADE DE DIREITO CURSO PREPARATORIO PARA EXAME DE ORDEM São Paulo, 01 de Novembro de 2011 Professor: Darlan Barroso e-mail: [email protected] twiter: @darlanbarroso Regras básicas de redação para OAB A segunda fase é técnica. Em uma primeira análise se indaga qual é a peça e posterior a isto localiza-se do direito material. Técnica é diferente de estilo. Primeira regra Objetividade ( direto ao assunto ). Segunda regra Clareza ( de forma clara para objetivando o convencimento ). Para ter clareza deve: Separar a peça em capítulos de forma organizável ( fato, direito, pedido ). Dentro de cada capítulo usar a ordem cronológica dos fatos ( do início para o final ). Uma idéia por parágrafo ( cada parágrafo de ter de 3 a 5 linha ( 5 é o ideal )). Os parágrafos devem ter conexão ( a idéia não é isolada ): termos que, ocorre que, evidentemente... O raciocínio jurídico lógico deve se analisar o fato que tem uma conseqüência jurídica. Fato ( ocorre que... ) Fundamento jurídico ( a esse respeito o artigo X diz... ) Lincar com o caso concreto ( no presente caso... )

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COMPLEXO JURIDICO DAMASIO DE JESUSFACULDADE DE DIREITO

CURSO PREPARATORIO PARA EXAME DE ORDEM

São Paulo, 01 de Novembro de 2011

Professor: Darlan Barrosoe-mail: [email protected]: @darlanbarroso

Regras básicas de redação para OAB

A segunda fase é técnica.Em uma primeira análise se indaga qual é a peça e posterior a isto localiza-se do direito material.Técnica é diferente de estilo.

Primeira regraObjetividade ( direto ao assunto ).

Segunda regraClareza ( de forma clara para objetivando o convencimento ).Para ter clareza deve:Separar a peça em capítulos de forma organizável ( fato, direito, pedido ).Dentro de cada capítulo usar a ordem cronológica dos fatos ( do início para o final ).Uma idéia por parágrafo ( cada parágrafo de ter de 3 a 5 linha ( 5 é o ideal )).Os parágrafos devem ter conexão ( a idéia não é isolada ): termos que, ocorre que, evidentemente...O raciocínio jurídico lógico deve se analisar o fato que tem uma conseqüência jurídica.

Fato ( ocorre que... )

Fundamento jurídico ( a esse respeito o artigo X diz... )

Lincar com o caso concreto ( no presente caso... )

Fazer a conclusão ( portanto o meu cliente... )

Terceira regraNão subordinação ( escrever em conformidade com o Estatuto da Advocacia, com independência ).Evitar expressões em língua estrangeira , salvo se este for o nome do instituto jurídico ( exemplo: fumus boni iuris, periculum in mora, astrent ).Não utilizar ditados populares.Tempo verbal sempre na 3ª pessoa ou oculto ( o “eu” é abolido ).Paragrafação, a peça tem de estar apresentável com o devido recuo a cada parágrafo ( 3 dedos ou o tamanho de uma tampa de caneta ).

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Existem duas maneiras de se fazer citação a lei: parafrasear ( falar com suas palavras dentro do parágrafo, sem aspas ) ou transcrever ( o artigo de forma que fique da seguinte maneira – a este respeito, neste sentido, acerca de tal termo ).Exemplo: Acerca de tal tema:“ artigo “ ( grifamos )Abreviaturas: somente se for abreviatura oficial ( INSS entre outros ).Pular linhas: entre o endereçamento e o preâmbulo ( 5 linhas ), salvo se a peça for de grande conteúdo pois desta forma pula-se apenas 1 linha entre o endereçamento e o preâmbulo e se escreve “ espaço de 5 linhas “.Entonação do discurso: expressão de absoluta certeza quando referir ao cliente ( demonstrou de forma inequívoca ), ao passo que ao se referir a outra parte deve se referir de forma duvidosa ( supostamente, afirma ele, sustenta a parte contraria... ).

Expressões não recomendadas ( não usar )

Instrumento de procuração ( o correto seria instrumento de mandato ). Procedência da ação ( o juiz julga o pedido e então o correto será procedência ou

improcedência do pedido ). Termo “através” ( o correto é “por meio de” ). Pleonasmo, repetição de palavras no mesmo parágrafo. No preâmbulo da peça não se escreve “residente à rua” e sim “residente na rua”. Modismo, “tipos assim”, “a nível de”. Gerúndio, “vou estar fazendo ( farei )”, “o mesmo” ( se troca por “ele, aquele,

aquela”), “é quando”. Foro ( competência territorial ( Foro da comarca de Campinas... ). Vara ou Juízo ( é a competência funcional ( Vara da Fazenda Pública... ). Fórum ( é o prédio onde esta instalado o juízo ).

Verbos do preâmbulo

É a parte que qualifica as partes.

Usar o verbo “propor” se for petição inicial. Usar o verbo “interpor ( opor acima )” se for para os recurso com o duplo grau

de jurisdição. Usar o verbo “opor” se for para os recursos que não há duplo grau de jurisdição (

exemplo: embargos ). Usar o verbo “impetrar” se for ações mandamentais ( mandado de segurança,

habeas corpus, habeas data ). Usar o verbo “apresentar ou oferecer” para algumas outras peças ( exemplo:

alegações finais, rol de testemunhas, contra razões ). Estrutura básica de uma peça

Primeira parteEndereçamento e a posterior espaçar com as 5 linhas para o preâmbulo.Algumas peças entre uma e outra existe a epigrafe ( processo autuado sobre o n° ... ) que ocorre sempre que se juntar a petição ao processo.

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Segunda parte Partes Qualificação Tipo de ação Fundamento jurídico da peça ( é o artigo que fundamenta a petição ).

Terceira parteCapítulos

Dos fatos ( só irá narrar o problema, copiar com as suas palavras ). Do direito ( fundamentar ). Do pedido ( providência que se espera do juiz ).

Encerramento da peçaTermos em quePede deferimento

Local e dataAdvogadoOAB n°...

Observação: quando houver erro, palavra errônea deve-se passar um traço e não colocar entre parênteses.

Peça processual

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara Criminal do Foro ou Comarca... ( se não houver referência do Foro deve se colocar ... )

5 linhas epígrafe ( processo autuado sobre o n° ...) se for peça incidental.

Nome da parte, nacionalidade..., estado civil, profissão, portador do documento de identidade RG n°... e inscrito no CPF sob o n°..., domiciliado e residente na rua..., vem por meio de seu advogado ( instrumento de mandato ( doc 1)) propor ação X ( colocar a ação ) com fundamento no artigo X ( colocar o artigo ) em face de ( nome da parte contrária bem como a qualificação completa ) pelos motivos de fato e direito a seguir expostos:

I – Dos fatosNarrar o problema e ao fim usar a expressão “ como será

demonstrado a seguir”, “no entanto será demonstrado a seguir”.

II – Do direito“A lide em questão”, “trata de”...Acerca de tal tema o artigo da lei X determina:“artigo” ( grifamos )

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“No mesmo sentido”, “no mesmo diploma legal” e parafrasear o artigo.

No presente caso... ( ligar com o caso concreto )Infere-se portanto que o autor tem direito a...

III – Do pedidoPor todo o exposto requer a vossa excelência.

Observação: pode ocorrer que em algumas peças existam outros requerimentos.

Termos em que Nesses termosPede deferimento ou Pede deferimento

Local e dataAdvogadoOAB n°...

Endereço profissional

Observação: toda peça sujeita a prazo lá no preâmbulo usa se “tempestivamente” ou seja, vem tempestivamente...

São Paulo, 03 de Novembro de 2011

Professora: Patrícia Vanzoliniwww.patriciavanzolini.comtwiter: @patvanzolini

Agenda do candidato Observar a programação de estudo Estudos dirigidos ( verificação de leitura )

Bibliografia de aula: Prática Penal 8° edição Resumo de Penal e Processo Penal – Coleção Elementos de Direito

Bibliografia de prova Vade Mecum RT Azul 3° edição Mini Vade Mecum conjugado Processo Penal, Penal, Constitucional

Fórmula técnica de desenvolvimento da peça processual

Efetuar a leitura da peça ( leitura abrangente ).Efetuar a leitura da peça pela segunda vez e fazer um esqueleto estrutural de forma raciocinada sobre o problema ( leitura qualificada ):

1. Quem é meu cliente?2. Qual o crime e a respectiva pena?3. Qual é a ação penal?

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4. Qual o rito processual?5. Se é ou não admissível o Sursi processual?6. Qual é o momento?7. Qual a peça ( conjugação entre o cliente, o rito e o momento )?8. Qual a competência ( endereçamento )?9. Quais as teses?10. Quais os pedidos?

1. Clientea) Verificar quem você está defendendo: o autor do crime ( réu ) ou a vítima

do crime ( querelante, assistente de acusação ).b) Verificar quem é a parte contrária.

2. Crime e respectiva penaVerificar qual é o crime objeto do processo ou inquérito.Se a tese for de desclassificação para outro delito você deve verificar o crime, a pena, a ação penal, o rito e o Sursi novamente.

Exemplo 1

Dano TeseDano qualificado pela violência Não houve violência e sim considerável

prejuízo a vítimaAção penal pública Ação penal privada

Exemplo 2

Dano TeseCrime de dano qualificado pelo considerável prejuízo a vítima

Não houve dano a vítima

Ação penal rivada Ação penal privadaRito sumário Rito sumaríssimo

Ao desqualificar o crime surge uma nulidade que antes não existia.

Exemplo 3

Dano TeseFurto qualificado Furto simples (durante o processo não fica

presente a qualificadora)Ação penal pública Ação penal públicaRito ordinário Rito ordinárioNão admite Sursi Admite Sursi

3. Ação penal

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Como encontrar a ação penal?a) Verificar no próprio tipo, em artigos próximos, nas disposições gerais ou finais

dos capítulos.b) Verificar se sendo o crime de ação penal pública o Ministério Público ofereceu a

denúncia no prazo legal ( 5 dias se réu preso, 15 se réu solto ( art. 41 do CPP )).c) Atenção a Súmula 714 do STF e o art. 88 da Lei 9099/95.

4. Rito processual

Rito comum ( é determinado pela pena ) Ordinário Sumário Sumaríssimo

Ritos especial ( é determinado pelo tipo do crime ) Juri Contra a honra Funcionais Propriedade imaterial Leis especiais que prevê rito especial ( ex: lei de drogas )

Como encontrar o rito?a) Verificar se a infração é de menor potencial ofensivo. Caso seja o rito é

sumaríssimo.Menor potencial ofensivo engloba as contravenções e os crimes cuja pena máxima seja menor ou igual a 2 anos.

Observação 1Causas de aumento ou diminuição de pena devem ser consideradas.

Exemplo 1Caso de calúnia contra um funcionário público.Pena 6 meses a 2 anos

Ação penal

Ação penal pública ( denúncia )

Ação penal pública incondicionada

Ação penal pública condicionada

Condicionada a representação

Condicionada a requisição do

Ministro da Justiça

Ação penal privada

Propriamente dita Subsidiária da pública

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Aumento de pena de 1/3A pena é superior a 2 anos ( 2 anos + 1/3 ) devendo a queixa será direcionada a vara comum.

Exemplo 2Tentativa de furtoPena 1 a 4 anos Diminuição de pena pela tentativa de 1/3 a 2/3.A pena é superior a 2 anos ( 4 anos - 1/3 ) devendo a queixa será direcionada a vara comum.

Observação 2O concurso de crimes deve ser considerado.

Exemplo 13 crimes em concurso ( calúnia, difamação e injúria em concurso material ( art. 69 do CP )Calúnia pena 6 meses a 2 anosDifamação 3 meses a 1 anoInjúria 1 mês a 6 meses, totalizando 3 anos e 6 meses.Portanto, a queixa crime deve ser proposta na vara comum.

Exemplo 2Crime continuado ( calúnia 2x combinado com art. 71 do CP )Qualquer uma ou a mais grave elevada de 1/6 a 2/3.Porta a pena mais o aumento de 2/3 totaliza tempo superior a 2 anos.

b) Se a infração não é de menor potencial ofensivo deve verificar se o crime se enquadra em rito especial.

Rito ( CPP ) Crime ( CP )Júri (HISA ) Arts. 101 a 124Crimes contra honra Arts. 138 a 140Crimes funcionais Arts. 312 a 325Crimes contra propriedade imaterial Art. 184

c) Verificar a pena.Se a pena máxima é maior ou igual a 4 anos o rito é ordinário.Se a pena máxima é menor a 4 anos o rito é sumário.

5. Sursi processualAplica-se para a pena mínima menor ou igual a 1 ano pouco importando o rito isto devido a sua particularidade autônoma. ObservaçãoTal qual para fixação o rito do concurso de crimes e as causas de aumento e diminuição de pena devem ser considerados, sempre se buscando a pena mínima ( Súmula 723 do STF e 243 do STJ ).

Exemplo Estelionato ( 2x combinado com art. 71 do CP )Pena de 1 a 5 anosAumento de 1/6 a 2/3Totaliza mais de 1 ano de pena.

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São Paulo, 04 de Novembro de 2011

Professor: Paulo Henriquetwiter: @ph_prof

Teses de argumentação ( ou tese de defesa )Basicamente são três teses:

1. Tese de nulidade ( art. 564 do CPP )2. Tese de extinção da punibilidade ( art. 107 do CP ) 3. Tese de mérito

Tese de méritoPossuem a denominação de:

PrincipalAquela que leva a absolvição do réu, a saber:

Teoria do crime no qual não há crime. Fato típico Antijurídico ( ilícito ) Culpável Punível

Se faltar qualquer um dos elementos não existe a possibilidade de punição acarretando em absolvição.

Falta de provasDiscute-se a insuficiência probatória e não material.

SubsidiáriaEmbora não leve a absolvição de alguma forma beneficia o cliente ( desclassificação ).Observação: pode haver nulidade posterior a desclassificação por ser decorrente de uma anterior desclassificação.

Teoria geral do crime

1. Fato típicoExige-se a conduta e deve haver tipicidade.

CondutaÉ uma ação ou omissão humana consciente e voluntária, dirigida a uma finalidade.Compreende-se em voluntária a conduta humana dirigida pela vontade, portanto tem vontade todo aquele que domina os movimentos do corpo.A coação física irresistível é a que tira a vontade. O ato reflexo é o não dominado pela pessoa não incidindo vontade e domínio do movimento do corpo ( foge ao domínio ).Somente a coação física retira completamente a vontade, se não existir vontade não existirá a conduta.A coação moral irresistível afasta a culpabilidade. O sujeito age com vontade por dominar os movimentos do corpo, contudo, esta vontade está viciada e não livre.

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Observação: apenas usa o art. 22 do CP para a coação irresistível moral. A coação física irresistível apenas possui fundamento doutrinário conjuntamente com o art. 386, III do CPP.

TipicidadePara ter tipicidade penal o fato deve ser típico em dois planos:

FormalÉ a adequação do fato a definição legal de crime.

MaterialAlém do encaixe a definição legal deve decorrer da conduta uma lesão ou ameaça relevante a o bem jurídico tutelado.Caso não haja lesão relevante ao bem jurídico o Direito Penal não pode incidir ( princípio da insignificância ) sendo o fato atípico no aspecto material.Se faltar a tipicidade forma torna-se o fato atípico. Exemplo: artigo 155 ( furto de uso ), art. 376 ( peculato de uso ).

Tipicidade pela tentativa ( art. 14, II ) Exige que se inicie a tentativa do crime. Não se consume. Não ocorra por causa alheia a vontade do agente.

Se houver a tentativa diminui-se de 1 a 2/3 a pena.

Desistência voluntária e arrependimento eficaz ( art. 15 )Se houver desistência voluntária ou arrependimento eficaz não há tentativa a ser punida por não haver causa alheia a vontade, elemento do tipo no art. 14, II.

Desistência voluntáriaO sujeito para quando poderia prosseguir na execução do crime.

Arrependimento eficazJá se esgotou a execução do crime restando apenas a prática de uma nova ação contraposta para impedir a consumação do crime ( tese de mérito principal de absolvição ).

A diferença entre o arrependimento eficaz e o posterior recai sobre o momento, no qual o arrependimento posterior é depois da consumação, não há o que se falar em tentativa haja vista o crime já estar consumado gerando tão somente uma redução de pena que varia de 1/3 a 2/3 ( tese de mérito subsidiária por redução de pena ).

Crime impossível ( art. 17 )Tem por conseqüência a atipicidade do fato. Impossível, por ser o meio absolutamente ineficaz ou o objeto é absolutamente impróprio.

Se for crime material requer além da conduta e tipicidade que haja resultado e nexo de causalidade.

Causas independentes ( concausas )Se a causa não oportunizar sozinha o evento de forma a não afetar o resultado não será ela considerada a causa da morte.

Causa absolutamente independente ( causa sozinha )Aquela que causa sozinha o resultado, por conseqüência não há nexo causal entre a conduta do agente e o evento morte. A conseqüência jurídica não gera absolvição, por

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considerar que apenas não responde pelo resultado que não causou, contudo, responde pelos atos anteriores.

Causa relativamente independente ( soma força com outras condutas )

Quando a conduta aliada a outra circunstância em somatória de forças causa a morte da pessoa.Observação: se for superveniente a conduta de acordo com o art. 13, § 1° rompe-se o nexo de causalidade.Se surgir um causa absolutamente independente não existe o nexo de causalidade respondendo o agente tão somente pela conduta anterior.Se surgir uma causa relativamente independente em regra responde pelo resultado, salvo se for superveniente a conduta.

Requer ainda para que haja fato típico o dolo e a culpa, por não ser permitido no ordenamento penal pátrio a responsabilidade objetiva.Quem afeta o fato típico é o erro de tipo.

Erro de tipo ( art. 20 )É a ignorância, o desconhecimento da existência de um elemento do tipo. Exemplo: crime de homicídio. Erra-se quanto a presença de um elemento penal que compõe o crime.Dolo é a consciência e vontade de realizar todos os elemento do tipo.Na presença de erro de tipo fica diretamente afastado o dolo.

Erro de tipo inevitável ( invencível ou escusável ) Não existe a possibilidade de evitar o erro, tornando-o desculpável, afasta-se o dolo e a culpa não havendo fato típico penal, caracterizado pela atipicidade ( tese de mérito principal ).

Erro de tipo evitável ( vencível ou inescusável ) Existe a possibilidade de evitar o erro que se realiza pela falta de cautela evidenciada na negligência, respondendo por culpa se houver expressa previsão legal, com a desclassificação da forma dolosa para culposa ( tese de mérito subsidiária ).

Quem regula o erro de tipo e as conseqüências desta relação é o art. 20, Caput do Código Penal.

2. Antijuridicidade ( ilicitude ) Estado de necessidade Legitima defesa Estrito cumprimento do dever legal Exercício regular de direito

3. CulpabilidadeSão requisito para ser culpável no qual em sua ausência não há culpabilidade, acarretando a absolvição:

Imputabilidade Afasta a imputabilidade: A idade.

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Doença mental, art. 26, Caput do CP ( absolvição imprópria, cabendo medida de segurança ).

Embriaguez acidental ( proveniente de caso fortuito ou força maior ) e completa ( art. 28, § 1° do CP ).

Se não houver um dos três fatores o agente é imputável.

Potencial consciência da ilicitudePotencial ( possibilidade ) consciência ( conhecimento ) da ilicitude ( proibição ).O erro de proibição afasta a potencial consciência da ilicitude.A conseqüência pelo art. 21 do CP pode ser:

Inevitável ( isento de pena por falta de culpabilidade, responde de forma culposa ).

Evitável ( será beneficiado pela redução de pena de 1/3 a 1/6 ( pega-se a pena do crime doloso e reduz de 1/3 a 1/6 ).

Exigibilidade de conduta diversa ( art. 22 do CP ) Coação moral irresistível. Estrita obediência hierárquica ( a ordem é ilegal mas com aparência

de legalidade ).Observação: se a ordem for legal trata-se de estrito cumprimento do dever legal.

4. PunibilidadeAfasta-se a punibilidade:

Escusas absolutóriasGera a absolvição ( tese de mérito principal ).Exemplo: art. 181 do CP, art. 348, § 2° do CP.

Questões de punibilidade normalmente entra na tese de extinção de punibilidade.Somente irá para a tese de mérito por gerar a absolvição as escusas absolutórias pelos arts. 181 e 348, § 2° do CP.

São Paulo, 07 de Novembro de 2011

Professor: Gustavo Junqueiratwiter: @projunqueira

Causas extintivas da punibilidade

São diferentes das causas de isenção de pena.Nas causas de isenção de pena o fato é típico, antijurídico, culpável mas desde logo impunível. Exemplo: art. 181 do CP e 348, § 2° do CP.Nas causas extintivas da punibilidade o crime nasce punível, mas o estado perde o poder de punir por fato superveniente.Há rol de causas extintivas no art. 107 do CP sendo ele exemplificativo:

Morte do agenteSe declarada extinta a punibilidade pela morte do agente baseada em documento falso ou inidôneo e a sentença transita em julgado existem dois posicionamentos:

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A decisão deve ser mantida por imperativo de segurança jurídica. Ainda que injusta não há meio processual para reformá-la e deve ser respeitado do direito humano a não ser julgado duas vezes pelo mesmo fato.

Pacífica no Supremo que a decisão é inexistente e por isso basta o juiz ignorar seu conteúdo e prosseguir o processo.

Observação: na prova se cair como questão deve fundamentar as duas posições, contudo, se presente na peça há de se defender apenas a primeira opção.

Abolitio crimnisÉ a norma penal que revoga tipo incriminador. Afasta todos os efeitos penais de eventual sentença condenatória.

Anistia, graça, induto Anistia

É a lei que promove o esquecimento jurídico penal de um fato. É atribuição do Congresso. Afasta todos os efeitos penais.

Graça e indultoSão formas de indulgência soberana presidencial. São vinculados por decreto. Atingem apenas o efeito principal da condenação que é a pena.A graça é individual e provocada, enquanto o indulto é coletivo e espontâneo.Observações:

Denomina-se comutação o indulto parcial. Não cabe ao poder judiciário interferir nos requisitos do indulto a pretexto de

avaliar merecimento ou justiça do perdão. A Constituição proíbe anistia e graça para crimes hediondos e equiparados. E o

indulto? Na doutrina prevalece ser possível o indulto, pois a proibição

constitucional deve ser analisada restritivamente e não cabe ao legislador ordinário restringir os poderes constitucionais da presidência.

Pacífico no Supremo ser impossível indulto, nos hediondos e equiparados. Ao proibir a graça a Constituição implicitamente proibiu o indulto e é a regulamentação imposta pela lei de crimes hediondos.

Observação: na prova se cair como questão deve fundamentar as duas posições, contudo, se presente na peça há de se defender apenas a primeira opção.

RetrataçãoRetratação é o ato de desdizer o que foi dito até o momento da sentença. Cabe retratação na calúnia, na difamação e no falso testemunho.É ato unilateral, ou seja, não depende do aceite do juiz ou do querelante.

Renúncia ao direito queixaSó é possível na ação penal privada. Pode ser exercido até o momento em que se oferece a queixa. Pode ser expresso ou tácito com a prática de ato incompatível com a vontade de processar.A renúncia é comunicável; ela se comunica a todos os ofensores.Partindo da comunicabilidade da renúncia e da indivisibilidade da ação penal privada possível conclui-se que: se a queixa é oferecida contra alguns dos ofensores conhecidos, interpreta-se que houve renúncia tácita em relação aos outros e pela comunicabilidade da renúncia todos terão extinta a punibilidade.

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Perdão do ofendidoSó é possível na ação penal privada. O momento é desde o recebimento da queixa até o trânsito em julgado da sentença.O perdão é bilateral, portanto, depende do aceite do querelado.O perdão também pode ser expresso ou tácito, e é comunicável. O aceite pode ser expresso ou tácito e o silêncio é considerado aceite tácito. O aceite não comunica.

Perdão judicialPossível em qualquer espécie de ação desde que haja expressa previsão legal como no homicídio culposo, na receptação culposa.

Autoridade arbitrária

Sempre que há direito subjetivo negado. Defende-se que há direito subjetivo sempre que presentes os requisitos previstos em lei para o seu exercício.Casos comuns:

1. A manutenção da custodia após o cumprimento da pena.2. Prisão para averiguação.3. Também é autoridade arbitraria se a pena é fixada acima do mínimo sem

fundamentação.4. Reabilitação negada.5. Desrespeito a prerrogativa do advogado de consultar o inquérito.

Nulidades

Natureza jurídica São sanções que incidem nos vícios processuais buscando impedir a pratica de ilegalidades. Provocam o desprezo do ato e sua repetição.

Princípios que regem a nulidade1. Principio da seqüencialidade ( art. 573 do CPP )

O art. 573, § 1° “ a nulidade de um ato causará a dos atos que dele dependam ou sejam conseqüentes “ObservaçãoEm contrapartida pelo princípio da conservação dos atos independentes serão mantidos aqueles que não derivam do ato anulado.

2. Princípio da instrumentalidadeNão será declarada a nulidade do ato se ele atingir o seu fim.

3. Princípio do interesse ( art. 565 do CPP )A parte não poderá argüir nulidade a que tenha dada causa ou cuja observância de formalidade só interesse a parte contrária.

4. Princípio do prejuízo ( art. 563 e 566 do CPP )Não há nulidade sem prejuízo para acusação ou defesa.

5. Princípio da restrição processual a declaração de nulidadeOs atos nulos geram efeitos até que reconhecida a nulidade. Se impossível o reconhecimento da nulidade geram efeitos indefinidamente.

Nulidades absolutas e relativas ( é uma construção doutrinária )São vários os critérios de distinção:

Nulidade absoluta

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Quando prevalece o interesse público ou ainda se desrespeito diretamente a Constituição ferindo direitos e garantias fundamentais. As nulidades absolutas não podem ser sanadas e tem prejuízo presumido.

Nulidade relativaPrevalece interesse da parte e não atingem diretamente a Constituição. Podem ser sanadas e o prejuízo deve ser demonstrado.Observação: na peça deve-se argumentar que é nulidade absoluta pois foi ferido o direito ao devido processo legal que é constitucional e mencionar que é evidente o prejuízo.

Rol de nulidades ( art. 564 do CPP )Incompetência, suspeição ou suborno do juiz. É incompetência territorial, gera nulidade relativa. Nos demais casos prevalece que a nulidade é absoluta.Falta das formas ou termos seguintes: a) a interpretação atual é que incide o art. 564, II, “a” nos casos de denúncia inepta; b) falta de exame de corpo de delito nos crimes que deixam vestígios. Se a falta de exame de corpo de delito for capaz de provocar a absolvição, o pedido absolutório tem prioridade sobre a anulação. Deve ser aplicado o art. 249, § 2° do CPC. Se o juiz pode decidir o mérito a favor da parte a quem aproveita a nulidade não deverá se pronunciar sobre a nulidade; c) na citação do réu deve lembrar que o art. 360 do CPP exige a citação do réu preso.

Observação: se o descumprimento da fórmula processual não está previsto no art. 564 deverá ser usada a fórmula genérica do art. 564, IV do CPP.

Hipóteses mais comuns de nulidades1. Sentença sem fundamentação.2. Desarquivamento de inquérito sem provas novas ( Súmula 524 do STF ).3. Desobediência ao sistema trifásico.4. Queixa oferecida sem poderes especiais ( art. 44 do CPP ).5. Desobediência ao art. 384 do CPP ( mutatio libeli ).6. Desobediência as formalidades do interrogatório ( arts. 186 e seguintes ).7. Reformatio in pejus.

São Paulo, 08 de Novembro de 2011

Professora: Patricia Vanzolini

Resposta a acusação

Cabimento ( fundamento )Art. 396 e 396 A do CPP.Vem logo após a citação.

LegitimidadePodem ser apresentados pelo réu/acusado/querelado.

CompetênciaA competência é do juiz da causa.

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PrazoO prazo são de 10 dias contados da citação.

Teses e pedidos Tese de nulidade ( anulação )

1. Ilegitimidade de parte ( art. 564, II + crime para ver a ação ).2. Falta de condição de precindibilidade ( art. 564, II, “a” + crime ).3. Incompetência ( art. 564, I + art. da competência, 69 e seguintes do

CPP ).4. Inépcia da inicial ( art. 564, IV + art. 41 ). Exemplo: denúncia

genérica.5. Falta de justa causa ( falta de prova mínima, art. 564, IV ).

Observação: dentro da resposta a acusação gera nulidade, em todas a outras possibilidades a falta de prova gera absolvição ( dos memoriais para frente ).

Extinção da punibilidade Art. 107 + art. que explica a absolvição sumária ( art. 397, IV ).

Tese de méritoGera a absolvição sumária contida no art. 397, I, II, III do CPP.

1. Excludente de atipicidade ( inciso III )2. Excludente de ilicitude ( inciso I )3. Excludente de culpabildiade (II )4. Escusas absolutórias ( inciso II )

São Paulo, 09 de Novembro de 2011

Professora: Patricia Vanzolini

Memoriais

Pode aparecer tanto no rito ordinário quanto no rito do júri.

Cabimento ( fundamento )Art. 403, § 3° do CPP, fundamentado na complexidade do feito ou no número excessivo de réus.Art. 404, parágrafo único quando houver requerimento de diligência.Instrução de julgamento:

1. Oitiva da vítima2. Oitiva da testemunha de acusação3. Oitiva da testemunha de defesa4. Acareações, reconhecimento5. Interrogatório 6. Debates7. Julgamento

Os memórias de defesa vem logo após o da acusação.

Legitimidade

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Podem ser apresentados pelo réu/acusado/querelado ou também podem ser apresentados pelo querelante. Na ação penal pública podem ser apresentado pelo assistente da acusação.

CompetênciaA competência é do juiz da causa.

PrazoO prazo são de 5 dias.

Seqüência do rito:1. Oferecimento da denúncia.2. Recebimento da denúncia.3. Citação.4. Resposta a acusação.5. Designação.6. Audiência de instrução e julgamento.7. Memoriais da acusação.8. Memoriais da defesa.9. Sentença.

Teses e pedidos Teses de nulidade ( pedido de anulação ):

1. Alegar incompetência ( nulidade ab initio, art. 564, I ).2. Alegar ilegitimidade da parte, art. 564, II.3. Alegar a falta de uma condição de procedibilidade ( falta de

representação ou requisição do Ministro da Justiça, art. 564, III, “a” ).

4. Inépcia da inicial, art. 564, IV.

|_______|_______|__________|______________|_________________|_______|___ renúncia recebimento resp. acusação prosseg. ou absolvição aud. Instrução e julgamento memoriais sentença

Observação: a falta de prova no momento da resposta a acusação gera apenas a nulidade.A falta de prova no momento dos memoriais gera sentença de absolvição.O artigo 397 somente pode ser alegado quando estiver claro. Não existe previsão de absolvição sumária por falta de prova devendo requerer a nulidade pelo art. 564, IV.Nos memoriais a falta de prova gera sentença de absolvição.A tese de falta ou justa causa de prova considera-se mutante por na resposta a acusação ensejar apenas a nulidade ao passo que nos memorais há de se requerer absolvição.A falta de exame de corpo de delito está dentro do contexto de falta de prova.No caso específico de falta de prova pela falta de perícia irá ser alegado dois pedidos a partir de um único argumento, o primeiro, o art 564, III, “b” e subsidiariamente, caso não se entenda anular o processo requer-se a absolvição pelo art. 386, II.

5. Falta de exame de corpo de delito ( art. 564, III, “b” do CPP ).Observação: estas 5 primeiras teses gera nulidade ab initio.

6. Nulidade pela falta de proposta do Sursi processual ( art. 564, IV do CPP )

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7. Nulidade na decretação da revelia a partir da revelia, devolvendo-se o prazo do Ministério Público ( art. 366 e 564, IV do CPP ).

8. Nulidade pela falta de resposta a acusação ( art. 564, IV ).

Exemplos de nulidade na audiência1. Nulidade pela ausência do réu2. Nulidade pela ausência do defensor3. Inversão na ordem das testemunhas4. Nulidade no interrogatório ( falta de advertência do direto ao silêncio

sob pena de ser nulo interrogatório; entrevista particular e reservada como advogado antes do interrogatório.

Observação: quando não estiver presente a nulidade no Código deve se usar o art. 564, IV ou o art. 5° LV da CF.

Teses de extinção:Tem-se a extinção da punibilidade consoante expressa o art. 107 do CPP, gera decisão de extinção da punibilidade.

Teses de mérito ( absolvição com fulcro no art. 386 do CPP )1. Inciso I e II desrespeito a inexistência do fato. No inciso I está

provado a inexistência do fato, no inciso II, não há prova da existência do fato.

2. Inciso III refere-se a atipicidade do fato ( fato atípico pela ausência do dolo ou culpa ).

3. Inciso IV e V desrespeito a autoria ( tese negativa de autoria ). Tese de concurso de pessoas.

4. Inciso VI são referentes a situações que excluem o crime ( excludente de ilicitude ) e situação que isenta o réu de pena ( excludente de culpabilidade ).

5. Inciso VII concerne a falta de prova, todavia a falta de prova fora contemplada em outros artigos específicos do Código de Processo Penal.

Tese subsidiária de mérito1. Tese de que o crime é mais leve ( da origem ao pedido de

desclassificação do crime A para o crime B ou do crime A qualificado para o crime A simples ). Observação: quando invocado a desclassificação deve-se reconferir todos os aspectos processuais.

2. Dosimetria da pena. Deve-se requerer a dosimetria da pena mais favorável possível.

Que seja fixada a pena base no mínimo legal. A exclusão das agravantes e o reconhecimento das atenuantes (

somente se estiver no problema ). Exclusão da causa de aumento e o reconhecimento da causa de

diminuição ( somente se for pertinente ).3. Requerer o regime mai favorável ( semi-aberto ou aberto, art. 33 do

CP ).4. Analisar a possibilidade de benefício ( pena restritiva de direito ( art.

44 do CP ) e Sursi penal ( art. 77 do CP ). Pedir que seja substituída a pena ou que se já concedido o Sursi ( um ou outro ).

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5. Pedir o valor da indenização que seja fixado o valor da indenização no patamar mínimo. Em não havendo prejuízo requer que não seja arbitrado qualquer valor a titulo de indenização em virtude da ausência de prejuízo causado pelo crime.

6. Pedir o direito de apelar em liberdade ( que seja garantido o direito de apelar em liberdade ).

São Paulo, 10 de Novembro de 2011

Professora:

Apelação

Cabimento ( fundamento )Art. 593 do CPP.Caberá apelação:

1. Inciso I refere-se as sentenças definitivas de condenação ou absolvição.Observação: inclusive as sentenças de absolvição sumária do rito ordinário ( art. 397 do CPP ) e do rito do júri ( art. 415 do CPP ).Observação: a única decisão absolutória ou condenatória que não desafia apelação é a proferida por Tribunal em processo de competência originária.

2. Inciso II são referente as decisões definitivas ou com força de definitiva, das quais não caiba Rese.

Observação: se houver decisão proferida pelo juiz da primeira instância, no processo de conhecimento verifique se há previsão expressa de Rese. Caso não haja o recurso será de apelação.Exemplo 1: decisão de impronúncia ( cabe apelação com fundamento no inciso II ).Exemplo 2: decisão que atinge a punibilidade ( cabe Rese, inciso VIII ).

3. Inciso III compreende as decisões proferidas pelo Tribunal do Júri.Observação: trata-se da sentença proferida em plenário ao final do procedimento.

Legitimidade ( apelante e apelado ) O réu/acusado/ querelado

Observação: o réu pode apelar contra sentença absolutória desde que seja para mudar o fundamento para obter efeito extrapenal, art. 386, I, IV, VI ( primeira parte ).

O Ministério Público/querelanteObservação: a acusação sempre pode apelar, tanto contra sentença absolutória quanto contra sentença condenatória para agravar a situação do réu.

Assistente de acusaçãoObservação: o assistente da acusação só pode apelar quando o Ministério Público não tiver apelado ou quando a sua apelação tiver sido parcial.Se o Ministério Público tiver recorrido o assistente poderá apenas juntar as razoes.Sobre a possibilidade de o assistente recorrer para aumentar a pena há duas posições: a primeira, majoritária, existe a possibilidade pois seu interesse é a aplicação da pena mais justa, a segunda, minoritária, não prevê tal possibilidade pois seu interesse é simplesmente a obtenção do título executivo.

Competência e prazo

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A interposição é oferecida para o juiz e o prazo é de 5 dias.As razoes são oferecidas para o Tribunal e o prazo são de 8 dias.

Pode se apresentar 3 situações: Situação 1

Estou advogando pelo apelante e o réu foi condenado.Deve se fazer duas peças: interposição endereçada ao juiz e razões dirigida ao Tribunal de Justiça.O prazo para interposição é de 5 dias bem como para as razões.

Situação 2Estou defendendo o apelante e a apelação foi interposta.Deve se fazer duas peças: pedir a juntada endereçado ao juiz e razoes dirigida ao Tribunal de Justiça.O prazo para interposição é de 8 dias para a juntada bem como o mesmo prazo para as razões.

Situação 3Estou advogando em favor do apelado.Deve se fazer duas peças: a petição de juntada endereçada ao juiz e as contra-razões interposta em 8 diasObservação: as razoes e contra razões podem ser juntadas diretamente no Tribunal se o apelante assim o requerer no ato da interposição conforme art. 600, § 4° do CPP.Observação: o prazo para o assistente da acusação não habilitado nos autos é de 15 dias. O prazo para o assistente habilitado é de 5 dias.

Teses de mérito e pedido de apelações1. Teses de nulidade ( sempre em primeiro lugar pedido de anulação ).2. Extinção da punibilidade ( pedir a declaração da extinção da punibilidade )3. Tese de mérito ( absolvição com fulcro no art. 386 ( exemplo ).4. Tese subsidiária de mérito ( usar como parâmetro a delimitada na

sentença/problema: Desclassificação Dosimetria da pena ( art. 68 do CP ) Regime da pena ( art. 55 do CP ) Benefícios ( art. 44 ou 77 do CP )

5. Pedido referente a indenização6. Pedir que seja assegurado o direito do réu de recorrer em liberdade.

Observação: se tiver notícia de que o réu esta preso deve depois da tese de mérito requerer que seja expedido o alvará de soltura e que seja garantido o direito de responder em liberdade.

Revisão criminal ( ação impugnatória )

Cabimento ( fundamento )Previsto no art. 621, I, II ou III do CPP.Deve ser proposto quando tiver uma sentença condenatória transitada em julgado.

Legitimidade Somente pode ser proposta pelo condenado por seu defensor.

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CompetênciaA competência via de regra é do próprio Tribunal que proferiu a decisão revisionanda:Vai para o Desembargador do TJ.Vai para o Ministro da presidente do STJ ou STF, TRF. A única situação que a revisão criminal sobe para outra instância é quando a decisão é de juiz de primeira instância.

PrazoA revisão pode ser proposta a qualquer tempo após o transito em julgado. Processo de conhecimento Processo de execução

|_____________________________|_____________|_____________|_____________| Pode ser pedido revisão

De acordo com a Súmula 611 do STF deve ser pedido o que for mais benéfico ao réu.

Teses e pedidos Diante do exposto requer seja julgado procedente nos termos do art. 626 do CPP:

1. Teses de nulidade ( pedido de anulação ).2. Extinção da punibilidade ( pedir a declaração da extinção da punibilidade )3. Tese de mérito ( absolvição com fulcro no art. 386 ( exemplo ).4. Tese subsidiária de mérito ( usar como parâmetro a delimitada na

sentença/problema: Desclassificação Dosimetria da pena ( art. 68 do CP ) Regime da pena ( art. 55 do CP ) Benefícios ( art. 44 ou 77 do CP )

5. Pedido para ser reconhecido o direito do revisionando a indenização por erro judiciário ( art. 630 do CPP ).

6. Pedir que seja expedido o alvará de soltura ( caso réu esteja prezo e deve ser pedido depois da tese de mérito de absolvição ).

São Paulo, 11 de Novembro de 2011

Professor: laboratório de peças

Resolução do problema 3

11. Quem é meu cliente?Josafá da Silva.

12. Qual o crime e a respectiva pena?Estelionato ( 2x (crime continuado)), art. 171 pena de 1 a 5 anos e multa.

13. Qual é a ação penal?Ação penal pública incondicionada.

14. Qual o rito processual?15. Se é ou não admissível o Sursi processual?

Não.16. Qual é o momento?17. Qual a peça ( conjugação entre o cliente, o rito e o momento )?

Resposta a acusação.18. Qual a competência ( endereçamento )?

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19. Quais as teses?20. Quais os pedidos?

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da 3ª Vara Criminal da Comarca de Cuiaba-Mato Grosso

( 5 linhas )

Josafá da Silva, já qualificado nos presentes autos, vem por meio de seu advogado que esta lhe subscreve ( instrumento de mandato incluso – doc. 1 ) apresentar a presente resposta a acusação com fundamento nos artigos 396 e 396 A do Código de Processo Penal pelos motivos de fato e de direito a seguir expostas.

I – Dos FartosJosafá da Silva, agricultor, casado, pai de dois filhos é abordado

por dois meliantes que invadem sua residência e fazem sua esposa e seus filhos de refém com o intento de haver valores pecuniários de Josafá. Ante a ameaça, Josafá passa a descontar junto ao comércio local cheques pessoais para auferir valores financeiros para que possa saciar o ímpeto dos criminosos.

II – Do direito2.1 Da atipicidade da conduta em razão do pagamento

Em que pese Josafá ter emitido os cheques de que o Ministério Público fez referência na denúncia também é verdade que Josafá fez seu pagamento diretamente as supostas vítimas antes mesmo do oferecimento da denúncia.Por sua vez da análise das Súmulas 554 do STF e 246 do STF aquele que faz o pagamento de cheques emitidos sem fundos não incorrerá em crime.

Desta feita, amoldando-se a conduta do réu aquela prevista na hipótese sumulada não incorreu o réu em crime havendo-se que apontar ser sua conduta atípica por não preenchimento de todos os elementos do tipo subjetivo.

2.2 Da exclusão de culpabilidade por coação moral irresistívelNão hipótese de não acolhimento da tese anterior há de se

verificar que Josafá só emitiu os referidos cheques sem fundo em razão da ameaça que assaltantes faziam a sua família.

Conforme dispõe o art. 22 do Código Penal “ se o fato é cometido sob coação irresistível só é punível o autor da coação. “

Desta feita, amoldando-se o fato a hipótese legal é de se concluir pela exclusão de culpabilidade do réu o que hora se pleiteia.

III – Dos pedidosDiante de todo o exposto requer seja reconhecido a atipicidade da

conduta praticada com fundamento nas Súmulas 554 e 246 do STF e por conta disto que seja o réu absolvido sumariamente com fundamento no artigo 397 do Código de Processo Penal.

Não entendendo desta forma requer seja conhecida a tese de coação moral irresistível com fundamento no artigo 22 do Código Penal e, portanto, a absolvição sumária do réu com fundamento no artigo 397, II do Código de Processo Penal.

Caso assim não seja entendido requer sejam ao final arroladas as testemunhas.

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Nesses termos,Pede deferimento.

Cuiaba, dataOAB n°...

Rol de testemunhas (1):1. Nome, endereço. 2. Nome, endereço. 3. Nome, endereço. 4. Nome, endereço. 5. Nome, endereço. 6. Nome, endereço. 7. Nome, endereço. 8. Nome, endereço.

Resolução do problema 9

1. Quem é meu cliente?José de Tal.

2. Qual o crime e a respectiva pena?Abandono imaterial, art. 244, caput cc art. 61, II, e.

3. Qual é a ação penal?Ação penal pública incondicionada.

4. Qual o rito processual?5. Se é ou não admissível o Sursi processual?

Sim.6. Qual é o momento?Art. 402 do CPP7. Qual a peça ( conjugação entre o cliente, o rito e o momento )?

Memoriais.8. Qual a competência ( endereçamento )?Circunscrição judiciária de Planaltina.9. Quais as teses?10. Quais os pedidos?

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da 5ª Vara de Família de Planaltina da Circunscrição judiciária de Planaltina

( 5 linhas ) I – Dos fatos

II – Do direito

Teses de nulidade1. Nulidade pela falta de oferecimento de Sursi processual previsto na lei

9.099/95 em seu art. 89.

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2. Nulidade pela ausência de resposta a acusação apresentada por advogado, art. 396, § 2° do CP.

3. Nulidade pela ausência de defesa, art. 261 cc 564 ambos do CPP + art. 5° LV da CF.

4. Nulidade pela ausência de interrogatório, art. 185 e 564, III do CPP + art. 5° da CF.

Teses de mérito1. Atipicidade da conduta por não preencher os elementos subjetivos ( o

elemento “deixar” não é realizado assim como o elemento “sem justa causa” pois não era pago devido a impossibilidade de fazê-lo ).

Tese de mérito subsidiáriaDosimetria da pena

1. Pena base ( art. 59 do CP ): que seja mantida no mínimo legal.2. Agravantes de atenuantes ( art. 61 e 65 do CP ): afastar a agravante do art.

61, II, “e” sob pena de bis in idem.3. Aplicar a atenuante do art. 65, I do CP.

Regime da pena4. Que seja aplicado o regime aberto nos termos do art. do CP.5. Que seja requerido a substituição da pena carcerária por pena restritiva de

direito nos termos do art. 44 da CP.6. Vale ressaltar que é possível a aplicação do Sursi penal nos termos do art.

77 do CP.7. Pede-se que não seja fixada indenização.8. Que seja garantido o direito de recorrer em liberdade.

III – Do pedidoDiante de todo o exposto requer:

1. Anulação do processo a partir da citação para que seja devolvido ao réu o prazo para apresentar a resposta à acusação.

2. Anulação desde a audiência em razão da ausência de defensor.3. Anulação desde a audiência em razão da impossibilidade do réu se manifestar

em interrogatório.4. Coso assim não entenda vossa excelência... requer seja absolvido... com

fundamento do art. 386, III do CPP.5. Para que seja mantida a pena no mínimo legal.6. Para que seja afastada a agravante...

São Paulo, 16 de Novembro de 2011

Professor: Flávio Martinswww.professorflaviomartins.com.brtwiter: @sigaoflavio

Recurso em sentido estrito

Primeira peça de interposição ( igualmente a apelação ) Segunda peça de razões da apelação

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Interposta ao juiz da causa ( a quo ) e as razões será endereçada ao Tribunal.É interposta ao juiz da causa para que ele possa fazer o juízo de retratação ( na apelação é o juízo de admissibilidade ). É obrigatório a menção ao juiz de retratação.Em 90% das hipóteses o juiz da causa é o juiz estadual ( Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara Criminal da Comarca de... ). Nos demais casos pode ser ao juiz federal ( Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ... Vara Criminal da Justiça Federal da Seção Judiciária de...).

PrazoRecurso que deve ser interposto em 5 dias com mais 2 dias para oferecer as razões.Cinco dias a contar da intimação e que novamente será intimado para no prazo de 2 dias oferecer as razões.No exame de ordem existem duas situações:

PrimeiraFazer a peça de interposição juntamente com as razões, ambas no prazo de 5 dias ( enunciado: o juiz proferiu a decisão... ).

SegundaFazer a peça de juntada juntamente com as razões, ambas no prazo de 2 dias ( enunciado: as partes já manifestaram seu inconformismo...; o recurso já foi interposto... ).

Contagem do prazo processual Primeira regra

Começa a contar no próximo dia útil a partir da intimação.Se terminar em sábado, domingo ou feriado será prorrogado para o próximo dia útil.

Cabimento do Rese ( art. 581 do CPP) Inciso I

Para segunda fase somente se o juiz rejeitar a queixa crime, pois quanto ao não recebimento da denúncia compete ao promotor.As hipóteses de rejeição da denúncia ou queixa estão previstas no art. 395 do CPP, a saber:

Inépcia da denúncia ou queixa.Observação: os requisitos da denúncia ou queixa está no artigo 41 do CPP: a) exposição minuciosa dos fatos; b) classificação do crime; c) qualificação do acusado; d) rol de testemunhas. No caso da queixa requer procuração com poderes especiais.Deve constar nesta procuração a descrição dos fatos conjuntamente com o nome do querelado, entretanto surtirá o mesmo efeito se o querelante assinar junto à queixa-crime.

Falta de pressuposto processual ( exemplo: incompetência ). Falta de condição da ação ( exemplo: ilegitimidade de parte ). Falta de justa causa ( falta de um mínimo probatório ).

Observação:Se ocorrer no Jecrim caberá Apelação e não Rese com as seguintes peculiaridades:

Fundamento no art. 82 da Lei 9.099/95. O prazo é de 10 dias pra fazer a duas peças ( interposição juntamente com as

razões ). Interposto para o juiz do Jecrim. As razões será endereçada para a Turma Recursal do Jecrim.

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Qual é o pedido desse Rese ( inciso I ) Nulidade Extinção da punibilidade Pedido específico ( exemplo: recebimento da queixa )

Inciso IISomente vale para o juiz que se declare incompetente.

Inciso IIISão elas:

Exceção de coisa julgada ( se o juiz referir acerca de o caso já ter sido julgado ). Exceção de litispendência ( sobre aquele fato já existe processo ). Exceção de legitimidade ( a parte é ilegítima ). Exceção de suspeição ( é irrecorrível ).

Inciso IVSão quatro decisões no Júri:

Pronúncia – art. ( Rese, art. 581, IV do CPP )É o encaminhamento do réu para ser julgado pelo Tribunal do Júri ( inicia a segunda fase ); requer prova da materialidade delitiva, mais indícios de autoria.

Impronúncia – art. 414 do CPP ( Apelação )Quando não há prova da materialidade ou indícios de autoria. A impronúncia só faz coisa julgada formal, portanto, surgindo novas provas o réu será processado enquanto o crime não prescrever.

Desclassificação – art. 419 do CPP ( Rese, art. 581, II do CPP )Quando se tratar de outro crime não doloso contra a vida ( exemplo: homicídio culposo, lesão corporal seguida de morte ).No caso de desclassificação o juiz remete os autos ao juízo competente.

Absolvição sumária – art. 415 do CPP ( Apelação )Na hipótese de fato atípico (III), excludente de ilicitude ( IV), excludente de culpabilidade ( II), certeza de não autoria (II), inexistência do fato (I).

São as quatro decisões que podem ocorrer na primeira fase do Júri.

Qual é o pedido desse Rese contra pronúncia ( inciso III ) Nulidade Extinção da punibilidade Pedido específico no Rese de impronúncia deve verificar a melhor ao cliente

( primeira absolvição sumária, depois impronúncia e posteriormente a desclassificação ).

Inciso VCabe Rese:

Contra as decisões relacionadas a fiança. Relaxar prisão em flagrante ( desagrada ao promotor ) Conceder liberdade provisória ( desagrada ao promotor ) Negar pedido de prisão preventiva ou revogá-la.

Com relação a fiança em quaisquer decisão do juiz cabe Rese.

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Observação: contra a decisão que nega fiança também cabe hábeas corpus ( art. 648, V do CPP ).

Inciso VI ( revogado )

Inciso VIIA decisão que decretar a quebra da fiança estará no art. 341 do CPP.A decisão que decretar a perda da fiança estará no art. 344 do CPP.Observação:Decretada a quebra da fiança perde-se metade do valor da fiança e o juiz poderá decretar a prisão preventiva ou conceder medidas cautelares.A perda da fiança se dá quando o réu é condenado e não se recolhe a prisão acarretando a perda do valor integral da fiança.

Inciso VIIISe o juiz julgar a extinção da punibilidade na absolvição sumária ( art. 397 do CPP ) caberá Apelação. Contudo, se julgar extinção da punibilidade em qualquer outro momento do processo o recurso cabível é o Rese.

Inciso IXÉ o a decisão contraposta ao inciso VIII.

Inciso XObservação:Contra decisão que nega hábeas corpus cabe outro mandamus de hábeas corpus.

Inciso XIPrevalece na doutrina que este inciso não mais se aplica, por ser ele aplicado no momento da sentença condenatória, portanto, caberá Apelação.

Inciso XIIEstá revogado pela Lei 7092/84 ( LEP ) neste caso caberá Agravo em Execução.

Inciso XIIIDecisão que julgar nulo o processo no todo ou em parte.

Inciso XIVPossui conotação administrativa.

Inciso XVSe o juiz a quo ao fazer o juízo de admissibilidade denegar a apelação caberá Rese.

Inciso XVIQuestão prejudicial é uma matéria de mérito que precisa ser julgada antes da matéria principal ( art. 92 e seguintes do CPP ).

Inciso XVIIEstá revogado pela Lei 7092/84 ( LEP ) neste caso caberá Agravo em Execução.

Inciso XVIII

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Decisão que decide incidente de falsidade.

Inciso XIXDo inciso XIX em diante todos estão revogados tacitamente.

Peça de interposição do Rese

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ...Vara Criminal da Comarca de...

( espaço de cinco linhas )

Guilherme Madeira, já qualificado nos autos do processo crime n°..., por seu advogado que esta subscreve, inconformado com a respeitável decisão que ( depende do que ocorreu: que pronunciou..., que condenou... ) vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência interpor Recurso em Sentido Estrito, com fulcro no artigo 581, (inciso) do Código de Processo Penal.

Caso Vossa Excelência mantenha a respeitável decisão, requer seja o presente recurso recebido e processado, com as inclusas razões a serem encaminhadas ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de...

Nesses termos,Pede deferimento.

Local, dataAdvogadoOAB n°....

Petição de juntada do Rese

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ...Vara Criminal da Comarca de...

( espaço de cinco linhas )

Guilherme Madeira, já qualificado nos autos do processo crime n°..., por seu advogado que esta subscreve, vem respeitosamente perante Vossa Excelência para requerer a juntada das inclusas razões do Recurso em Sentido Estrito com fulcro no artigo 588 do Código de Processo Penal.

Caso vossa Excelência mantenha a respeitável decisão, requer seja o presente recurso processado, com as inclusas razões a serem encaminhadas ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de...

Nesses termos,Pede deferimento.

Local, dataAdvogadoOAB n°...

Resolução do exercício 40

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Contra pronúncia cabe Rese.Peça de interposição juntamente com as razões.

Observação:Todos os endereçamentos da primeira fase do júri vão para o juiz da vara do júri com fundamento no art. 581, IV do CPP e sempre fazer referência ao juízo de retratação.

Teses e pedidos Nulidade ( não existe ) Extinção da punibilidade ( não existe ) Tese de mérito

Absolvição sumária – art. 415 do CPP ( não dá para pedir ). Desclassificação – art. 419 do CPP ( dá para pedir desclassificação

para lesão corporal seguida de morte conforme art. 129, § 3° do CP ). Impronúncia ( não dá para pedir )

Observação: no rito do júri somente pode invocar o art. 415 do CPP para absolvição, nos demais casos deve ser o artigo 397 do CPP.

PedidosDiante do exposto requer seja o presente recurso conhecido e provido a fim de que seja determinada a desclassificação nos termos do artigo 419 do CPP com a remessa dos autos ao juízo competente como medida de justiça.

São Paulo, 17 de Novembro de 2011

Professor: ( não compareci a aula )

Júri

Princípios constitucionaisa. Plenitude de defesa

É mais abrangente que a ampla defesa pois partindo da íntima convicção que orienta o julgamento pelo jurados permite “argumentos emocionais, sociais e político criminais”. Ela maximiza todos os sub princípios e conseqüências da ampla defesa.Exemplo: prevalece a possibilidade de tréplica ainda que sem réplica.Permite a dissolução do Conselho de Sentença se o réu estiver indefeso.

b. Sigilo das votaçõesImpõe a incomunicabilidade dos jurados. Hoje a votação se encerra no quarto voto em um mesmo sentido.

c. Soberania dos veredictosO tribunal não pode em grau de recurso reformar a decisão dos jurados.O princípio é mitigado pela possibilidade de desconsideração do julgamento ainda que só uma vez.Controversa a possibilidade de decisão absolutória em revisão criminal:

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Primeira posição, é possível decisão absolutória pois o ato constitucional a ser julgado pelos parte não pode prejudicar o ato individual a liberdade individual do réu inocente.Segunda posição, não é possível o pedido de absolvição pois violaria a soberania dos veredictos imposta na Constituição ( STJ ), posição majoritária.

d. Competência mínima para o julgamento dos crimes dolosos contra a vidaSão os crimes do artigo 121 ao 126 do CP: homicídio, infanticídio, participação, induzimento, instigação ao suicídio, aborto ( HIPA).A lei processual amplia o rol constitucional, incluindo os crimes conexos.A súmula 603 do STF esclarece que o latrocínio será de competência do juiz singular ainda que a morte seja dolosa.

Júri x prerrogativa de funçãoA súmula 721 do STF esclarece que se a competência por prerrogativa de função tiver patamar constitucional ( federal ) prevalecerá sobre o júri. Em qualquer outro caso o júri prevalecerá.

Procedimento Denúncia Recebimento do réu Citações Resposta a acusação O promotor pode replicar ( art. 409 do CPP )

Polêmica sobre a possibilidade da absolvição sumária com base no art. 397 do CPP.Primeira posição, fica afastado o art. 397 do CPP pois o momento apropriado para absolvição sumária será aquele previsto no art. 415 do CPP.Segunda posição, dada a plenitude de defesa e a redação do art. 394, § 4° do CPP deve incidir o art. 397 no procedimento do júri.

Audiência de instrução e julgamento Oitiva do ofendido Oitiva das testemunhas de acusação Oitiva das testemunhas de defesa Peritos e acareações Interrogatório Debates ( podem ser convertidos em memoriais ), por analogia ao art. 403,

§ 3°.

Decisões possíveis

Pronúncia ( art. 413 do CPP )A pronúncia deve apontar a prova da materialidade e indícios suficientes da autoria, o dispositivo legal, a qualificadora e causa de aumento de pena.Não pode haver excesso de linguagem.

Sobre o in dúbio pro societaÉ adotado pois na dúvida sobre autoria o réu deverá ser pronunciado.A lei exige prova da materialidade e indícios suficientes de autoria. Na dúvida sobre a suficiência dos indícios a pronúncia deve ser afastada, ou seja, vigora o in dúbio pro réu. É que é ônus da acusação demonstrar indícios suficientes e se não o fez seu interesse deverá sucumbir.

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ImpronúnciaAusentes provas da materialidade ou indícios suficientes de autoria.Transitado em julgado os autos serão arquivados e enquanto não for extinta a punibilidade poderá ser formulada nova acusação ante a presença de novas provas.

Absolvição sumária ( art. 415 do CPP )Hipóteses:

Provada a inexistência do fato. Provada não ser o réu autor ou partícipe. Se o fato não constitui infração penal. Demonstrada causa de exclusão de crime ou isenção de pena.

Antijuridicidade e culpabilidadeO artigo 415, parágrafo único esclarece ser inviável a absolvição sumária imprópria, salvo se for a única tese defensiva. Justificativa: se presentes outras teses defensivas o imputável tem o direito de buscar a absolvição própria em plenário.

DesclassificaçãoTem natureza de reconhecimento de incompetência, ou seja, o juiz conclui que o fato não configura crime doloso contra a vida.Conseqüência: remessa dos autos ao juiz competente.Será também possível desclassificação para crime diverso do capitulado na denúncia, mas também de competência do júri. Neste caso deverão ser aplicadas as regras da mutatio libeli ( art. 411, § 3° do CPP ) e emendatio libeli ( art. 418 CPP ).

Memoriais de Júri

CabimentoArtigo 403, § 3° do CPP combinado com art. 394, § 5° ( aplicação subsidiária ).Vem respeitosamente a Vossa Excelência apresentar memoriais com fulcro nos artigo 403, § 3° e 394, § 5° do Código de Processo Penal.

PrazoO prazo são de 5 dias.

CompetênciaJuiz da vara do júri.

LegitimidadeAmbas as partes.

Teses e pedidos

Teses PedidosNulidade AnulaçãoExtinção da punibilidade Extinção da punibilidadeMérito: tipicidade, antijuridicidade, culpabilidade, prova de inexistência do fato, prova de não colaboração

Tipicidade

Materialidade ou autoria ImpronúnciaClassificação Desclassificação

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Observação: será possível pedido de pronúncia se absolvido de forma imprópria. A imputabilidade não for a única tese defensiva.Não precisa qualificar e não há necessidade de juntar procuração.

Transitada em julgado a pronúncia os autos serão encaminhados ao juiz presidente do tribunal do júri. As partes serão intimadas para apresentar o rol de testemunhas ( 5 testemunhas ), juntar documentos e requerer diligências, findo isto o juiz presidente designará data para o plenário.

DesaforamentoHipóteses:

a. Interesse da ordem pública.b. Dúvida sobre a imparcialidade do júri.c. Segurança pessoal do acusado.d. Se o plenário não for marcado em 10 meses.

Quem pode pedir:a. As partes.b. Os assistentes ou ressalvada a última hipótese representação do juiz o

desaforamento será dirigido ao Presidente do Tribunal.LimitaçõesNão é possível pedir desaforamento durante o recurso perante a pronúncia após o plenário ( art. 427 do CPP ).

Vedação em plenárioa. Algemas ( art. 474, § 3°), proibido o uso de algemas salvo justificada

necessidade no caso concreto ( súmula vinculante 11 ).b. Durante os debates não pode ser feita referência a decisão de pronúncia

( art. 478)c. Proibido a referência do uso de algemas.d. Vedada a referência ao silêncio do acusado ou falta do interrogatório.e. Proibido leitura de documento não juntado aos autos com no mínimo de 3

dias úteis de antecedência.

Quesitos (art. 483 do CPP) Materialidade Autoria e participação Se o réu deve ser absolvido

Recurso em sentido estrito no Júri

CabimentoArtigo581, IV do CPP para sentença de pronúncia e art. 581, II do CPP para sentença de desclassificação.

PrazoO prazo são de 5 dias.

CompetênciaA interposição vai para o juiz da vara do júri e as razões para o Tribunal de Justiça.

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Teses e pedidosAs mesmas teses e pedidos dos memoriais.

Resolução do problema 44Cliente: FelicioCrime: homicídio, caput (6 a 20 anos)Ação penal: ação penal pública incondicionada.Rito: especial do júri.Sursi: não é cabível.Momento:Peça: rese, art. 581, IV.Competência:Tese: desclassificação para lesão corporal seguida de morte.Pedido: que seja conhecido e provido o presente recurso de lesão corporal seguida de morte e remetendo-se os autos ao juiz singular conforme art. 419 do CPP.

Apelação no Júri na primeira fase

CabimentoArtigo 416 juntamente com o art. 593, I do CPP para absolvição sumária e nos casos de impronúncia será o art. 416 do CPP juntamente com o art. 593, II.

Resolução do problema 47Cliente: JoãoCrime: Ação penal: ação penal pública incondicionada.Rito: especial do júri.Sursi: não é cabível.Momento: absolvição sumária.Peça: apelação, art. 416 e 593, I do CPP.Competência:Tese: legitima defesa, art. 415, parágrafo único.Pedido: em primeiro lugar requer ser reconhecido o provido o presente recurso, absolvendo o apelante com fulcro na legitima defesa revogando-se a medida de segurança.Caso Vossa Excelência assim não entenda que seja o apelante impronunciado

Apelação no Júri na segunda fase

CabimentoArtigo 593, III do CPP.

a. Nulidade posterior a pronúncia pedindo-se a anulação do julgamento.b. Sentença do juiz presidente contrária a lei ou a decisão dos jurados

(exemplo: jurado reconhece norma privilegiada e o juiz não aplica a redução).

c. Erro ou injustiça na aplicação da pena ou na medida de segurança.d. Questionamento da decisão dos jurados.

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São Paulo, 18 de Novembro de 2011

Professor:

Resolução do problema 21

Cliente: Vânia PereiraCrime: tráfico de drogas Ação penal: pública incondicionada.Rito: lei de drogas.Possibilidade de Sursi: não é cabível.Momento: defesa foi intimada.Peça processual: Apelação juntamente com a interposição.Competência: 1ª Vara Criminal da Comarca de Franco da RochaTese: erro de tipo.Pedido: atipicidade da conduta, art. 386, III do CPP e subsidiariamente aplicação do § 4° do art. 33 da Lei 11343/06; regime aberto, art. 33, II, “c” haja vista o afastamento do art. 2, § 2° da lei de crimes hediondos.; conversão da pena em restritiva de direitos; pedir regime semi-aberto; recorrer em liberdade.

Resolução do problema 33

Cliente: PetrônioCrime: roubo, art. 157, § 2°, I do CP ( 2X) c/c art. 69, caput ( pena de 4 a 10 anos + 1/3 a ½ ).Ação penal: pública incondicionada.Rito: ordinário.Possibilidade de Sursi: não é cabível.Momento:já transitou em julgado.Peça processual: Revisão CriminalCompetência: Tribunal de JustiçaNulidade:

Nulidade por ausência do réu na audiência ( art. 5° da CF – ampla defesa, art. 564, IV ).

Tese de mérito: Não tinha a intenção de assenhoramento dos carros, apenas tinha por objetivo

fugir ( atipicidade pela ausência do elemento subjetivo especial o injusto, consistente no animus de assenhoramento.

Tese subsidiária: Requere afastamento do acréscimo de ¼ pelo 5 anos pois no caso em análise não

está comprovado ser o réu reincidente haja vista a necessidade da certidão. Requerer o afastamento do aumento de 1/3 pelo emprego de arma ( 6 anos e 8

meses ). Não há prova da potencialidade lesiva pela ausência da perícia da arma. Reconhecimento da continuidade delitiva conforme art. 71 do CP aumentando-

se a pena da fração mínima ( art. 71, 1/6 da pena ).Pedido:

Anulação do processo a partir da audiência de instrução e julgamento.

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Absolvição por atipicidade, art. 386, III e 626 do CPP com a conseqüente expedição do alvará de soltura.

Subsidiariamente que seja afastado o agravante, a causa de aumento, e reconhecer o crime continuado.

Seja reconhecido o direito a indenização ( art. 630 do CPP e 75 da CF ).

São Paulo, 21 de Novembro de 2011

Professor: Gustavo Junqueira

Embargos de declaração

CabimentoArtigo 619 ( acórdão ) e 382 ( sentença ) do CPP.

ObjetivoAfastar ambigüidade, obscuridade, contradição ou omissão.Prevalece nos tribunais que se possível a interposição de embargos de declaração será ônus da parte fazê-lo devendo ser evitado o recurso pleiteando desde logo a nulidade.

ProcedimentoOs embargos deverão ser oposto por petição em peça única dirigida ao relator ou juiz. O prazo é de 2 dias e interrompe o prazo para interposição de outros recursos por aplicação analógica do artigo 538 do CPC.No Jecrim o prazo é de 5 dias e apenas suspende o prazo para outros recursos.

Embargos com fim de pré questionamento

Prevalece nos tribunais a necessidade da utilização dos embargos de declaração com objetivo de pré-questionamento. São preparatórios para a interposição de recurso especial e extraordinário.

ObjetivoO objetivo é o de provocar o exame por parte do tribunal da questão controversa destacando-a.

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ...Vara Criminal da Comarca...fundamento no art. 382 do CPP para que seja afastada a omissão e contradição e

reconhecido o privilégio.

Resolução do problema 58Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Relator do Acordão n°... do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de...

A, já qualificado nos autos do processo crime n°..., por seu advogado infra-assinado, vem pelo presente opor EMBARGOS DE DECLARAÇÃO com fulcro no artigo 619 do Código de Processo Penal pelos motivos que passa a expor.

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I – Dos Fatos

II – Do Direito

III – Do PedidoDiante o exposto requer sejam conhecidos e providos o presente

os presentes embargos de declaração para declarar o acórdão afastando a ( ambigüidade, omissão, contradição ) apontada.

Embargos de nulidade

Previsão legalArtigo 609, parágrafo único do Código de Processo Penal.Os embargos tem efeito:

Devolutivo ( restrito ao objeto da divergência ). Regressivo ( permite a retratação por parte do órgão colegiado que

proferiu o julgamento ).

Requisitos Decisão desfavorável ao réu. Órgão colegiado. Decisão majoritária proferida no julgamento de: apelação, Rese, agravo

em execução.Lembrar que não cabe em julgamento de habeas corpus e prevalece ser inviável em Revisão Criminal.

ProcedimentoSão dirigidos ao relator do acórdão embargado no prazo de 10 dias. As razões serão dirigidas ao órgão colegiado.

ComentárioA denominação embargos infringentes é apropriada se a divergência versa sobre mérito. Denomina-se embargos de nulidade se a decisão traz divergência sobre a nulidade.Como a matéria devolvida é restrita ao voto vencido é consagrado o pedido.Prevalece que as nulidades poderão ser reconhecidas ainda que não apontadas no voto vencido.

São Paulo, 21 de Novembro de 2011

Professora: Patricia Vanzolini

Carta testemunhável

CabimentoArtigo 639 do CPP.

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Apenas será usado quando houver decisão que denegar ou negar prosseguimento a Rese e a Agravo.

LegitimadoA legitimidade para carta é de qualquer das partes que tenha interposto o Rese ou o Agravo.

PrazoO prazo é de 2 dias.

Competência

Interposição Razões Recebido e processado, retratação, remetido

Apelação Juiz TJ ReRese Juiz TJ ou

TRFRe, Re, Re

Agravo Juiz TJ ou TRF

Re, Re, Re

Embargos Desembargador TJ ou TRF

Recebido e processado

Carta testemunhável

Escrivão (art. 640) TJ ou TRF

Extraído, Retratado e Remetido

Interposição

Interposição RazõesJuiz TribunalJuízo de admissibilidade Juízo de méritoSe positivo o recurso será recebido e processado

O recurso será provido

Se negativo será indeferido, negado seguimento

Se negativo será negado provimento

Se negativo para apelação cabe Rese. Se for Rese ou Agravo cabe carta testemunhável

Se negado provimento por votação não unânime cabe embargos infringentes ou nulidade. Se for negado de forma unânime cabe recurso especial ou extraordinário

Teses e pedidosAdmissibilidade do recurso.Requer seja conhecido e provido o presente recurso determinando-se o recebimento e processamento do recurso em sentido estrito ou caso já esteja suficientemente instruída a carta que seja julgado “de meritis” nos termos do art. 644 do CPP.

Resolução do problema 58

Ilustríssimo Senhor Escrivão Diretor do ...Ofício Criminal da Comarca de...

(espaço de cinco linhas)

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A, já qualificado nos autos do processo crime n°..., que lhe move B, por seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente a presença de Vossa Excelência requerer a extração de CARTA TESTEMUNHAVEL com fulcro no artigo 639 do Código de Processo Penal.

Indica para translado as seguintes peças: Decisão que motivou o recurso ( decisão que indeferiu o pedido de extinção da

punibilidade ). Certidão da respectiva intimação. O próprio Recurso em Sentido Estrito. Decisão que denegou o Recurso em Sentido Estrito. Certidão da respectiva intimação.

III – Do Pedido

Ante ao exposto requer seja recebido e processado o presente recurso e caso Vossa Excelência entenda ser mantido a respeitável decisão requer seja remetido com as inclusas razões.

Requer seja extraído a presente Carta Testemunhável e caso o Douto Magistrado entenda que deva manter a respeitável decisão que seja remetido com as inclusas razões ao Egrégio Tribunal de Justiça...

São Paulo, 22 de Novembro de 2011

Pressora: ( não compareci a aula )

São Paulo, 23 de Novembro de 2011

Professor: Paulo Henrique

Prisão em flagrante

Formalidade da prisão em flagrante Lavratura do auto de prisão em flagrante nos termos no artigo 304 do CPP. Entrega da nota de culpa conforme art. 306, § 2° do CPP. Comunicação as pessoas que a lei manda ( o juiz, o Ministério Público, a

família do preso ou pessoa por ele indicada, comunicação para defensoria pública na hipótese de o preso não informar o nome do advogado ( art. 306, § 1° do CPP )).

Teses Relaxamento de prisão em flagrante ( se houver ilegalidade ), fundamentos

no art. 5°, LXV Constituição Federal combinado com o art. 310, I do CPP. Se não couber relaxamento pede-se liberdade provisória por não estarem

presente os motivos para prisão preventiva. A liberdade provisória fundamenta-se no art. 5°, LXVI da Constituição

Federal e art. 310, III combinado com o art. 321 do CPP.

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PedidosAnte o exposto requer:O relaxamento da prisão em flagrante e a conseqüente expedição do alvará de soltura.Requer a concessão de liberdade provisória, impondo, se for o caso medida cautelar diversa da prisão conforme artigo 319 e 320 do CPP e a conseqüente expedição de alvará de soltura.

Prisão preventiva

Exigência estabelecida pela lei para sua decretação: Condição de admissibilidade ( primeiro plano )

a. Crime doloso punido com pena máxima cominada superior a 4 anos (não é admitido para crime culposo e contravenção penal).

b. Reincidente em crime doloso.c. Se o crime envolver violência doméstica ou familiar contra pessoa

presumidamente frágil (mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo e deficiente)

d. Parágrafo único, para identificação do sujeito (uma vez realizado a identificação cessa o motivo devendo ser posto em liberdade)

Requisitos – art. 312 do CPP ( segundo plano )Exige como qualquer cautelar concomitantemente a presença de fumus commissi delicti (aparência do cometimento de um delito) com indícios suficientes de autoria e prova da existência do crime.E também a presença do periculum libertatis através dos seguintes requisitos: a) garantia da ordem pública (para prevenir a prática de outro crime); b) para garantida da ordem econômica; c) por conveniência da instrução criminal (instrução significa a produção de provas regulares); d) aplicação da lei penal (quando houver risco concreto de fuga).

Requisitos – art. 319 e 320 do CPP ( terceiro plano )Como ultimo requisito deve demonstrar que é insuficiente a aplicação de medida cautelar diversa da prisão conforme art. 319 e 320 do CPP.

Com o advento da último requisito (terceiro plano) a prisão preventiva passa a ser excepcional e subsidiária em relação as medidas cautelares diversas da prisão (art. 382, § 6° do CPP).

Observação: se faltar qualquer um dos 3 planos não ensejará a prisão preventiva.

Peça de revogação da preventivaSimples petição de revogação da preventiva com fundamento no art. 316 do CPP e é endereçada para o juiz da Vara Criminal.

Teses para revogaçãoAlegar a falta de um dos três requisitos (planos).

Pedidos para revogaçãoAnte o exposto requer:Requer a revogação da prisão preventiva em primeiro plano e subsidiariamente requer a concessão de liberdade provisória como medida cautelar diversa da prisão e em

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qualquer dos casos que seja expedido alvará de soltura ou contramandado de prisão (caso já tenha decretado pelo juiz mais ainda não foi fisicamente preso).

Habeas corpus

CabimentoPossui fundamento no art. 5, LXVIII da Constituição Federal conjuntamente com o art. 647 e 648, I ao VII do CPP (é rol meramente exemplificativo).

CompetênciaÉ endereçado para quem está acima da autoridade coatora.

Se for delegado vai para o juiz. Se for juiz vai para o tribunal. Se for o tribunal vai para o STJ. Se for tribunais superiores vai para o STF. Se for Jecrim vai para o juiz presidente. Se for Turma Recursal do Jecrim vai para o Tribunal de Justiça ou

Tribunal Regional Federal.

Teses (art. 648, I) Inciso I (para tese de mérito, o fato é atípico com isto falta justa causa,

requer seu trancamento). Inciso II ao V (são devidos a prisão indevida, pede-se o relaxamento ou

liberdade provisória ou medidas cautelares diversa. Inciso VI (para tese de nulidade) Inciso VII (para tese de extinção de punibilidade)

PedidosAnte o exposto requer a concessão da ordem para... (alguma coisa, por exemplo: para a anulação do processo ab initio ou a partir de...); para a extinção da punibilidade ( para que seja declarada a extinção da punibilidade);

Observação: quando for tese de mérito o pedido é de trancamento do inquérito policial ou da ação penal (por ser ação de cognição superficial)

Recurso ordinário constitucional

CabimentoSempre caberá Recurso ordinário constitucional quando denegado habeas corpus por um tribunal.Vai ser julgado pelo STF quando for denegado pelos tribunais superiores e será interposto com fulcro no art. 102, II, “a” da Constituição Federal juntamente com a Lei 8038/90.Se for julgado pelo STJ quando for denegado pelo tribunal (segundo grau) será interposto com fundamento no art. 105, II, “a’ da Constituição Federal juntamente com a Lei 8038/90.

PrazoSerá interposto com as razões em 5 dias.

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CompetênciaSerá endereçado ao Presidente do Tribunal recorrido (o recorrido é o tribunal que denegou o habeas corpus).As razões sempre são para o tribunal competente.Exemplo: Supremo Tribunal Federal Colenda Turma Douto Procurado da República

TesesAs mesmas do habeas corpus.

PedidoRequer seja conhecido e provido para o mesmo fim do habeas corpus.

São Paulo, 24 de Novembro de 2011

Professor: Gustavo Junqueira

Prescrição

É a perda do poder de punir do estado em razão do decurso do tempo.São duas as espécies da prescrição:

Prescrição da pretensão punitiva (PPP)É a perda do poder de punir do estado que não consegue no prazo determinado em lei a certeza da culpa.

Prazo da prescrição da pretensão punitivaO prazo será encontrado na tabela do artigo 109 do Código Penal.Que pena?

1. Antes do transito em julgado da sentença condenatória para a acusação será considerada a pena máxima em abstrato.

2. Após o transito em julgado para a acusação deverá ser considerada a pena fixada no caso concreto.

Termo inicial do PPP (art. 111 do CP)1. Consumação do crime.2. Se o crime for tentado é do último ato de tentativa.3. No crime permanente e no habitual do dia que cessa a permanência

ou habitualidade.4. Nos crimes de bigamia e falsificação de registro civil é do dia em

que o fato se torna público.

Causas suspensivas (art. 116 do CP)1. Enquanto é resolvido em outro processo questão prejudicial.2. Se o réu cumpre pena no estrangeiro.3. Período de prova da suspensão condicional do processo (art. 89 da

Lei 9099/95).4. Se citado por edital o réu não comparece e não constitui advogado

(art. 366 do CPP). Nos termos da súmula 415 do STJ a suspensão do

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prazo prescricional não pode superar o prazo prescricional da pena máxima cominada.

5. Citação por rogatória até que seja cumprido.6. Suspensão do processo contra parlamentar a pedido da casa

legislativa.

Causas interruptivas da prescrição (art. 117 do CP)1. Recebimento da denúncia ou queixa.2. Pronúncia.3. Decisão confirmatória da pronúncia.4. Publicação da sentença ou acórdão condenatório recorríveis.

Pacífico entendimento que o acórdão que reforma sentença absolutória e condena o réu interrompe a prescrição.Se o acórdão apenas confirma condenação da sentença condenatória, existem duas posições:Primeira posição (prevalece no TJ): interrompe pois tem carga condenatória e pela teoria geral dos recursos não existe acórdão confirmatório.Segunda posição: não interrompe, se fosse intenção do legislador que o acórdão confirmatório interrompesse a prescrição o teria previsto expressamente como no inciso I.

Observação: em relação ao prazo prescricional os fatos praticados antes de 06 de maio de 2010 o prazo do artigo 109, VI é 2 anos.

Espécies da prescrição da pretensão punitiva

1. Prescrição em abstratoTem como critério para o cálculo do prazo prescricional a pena máxima em abstrato. Pode ocorrer a qualquer tempo.

2. Prescrição retroativaTem como critério para o cálculo do prazo prescricional a pena em concreto. Ocorre em lapso temporal anterior a condenação.Observação: aos crimes praticados a partir de 06 de maio de 2010 não é possível prescrição retroativa em lapso anterior a denúncia.

3. Prescrição superveniente (intercorrente)Tem como critério para o cálculo do prazo prescricional a pena em concret. Ocorre em lapso temporal posterior a condenação.

4. Prescrição virtual antecipada (perspectiva)É a antecipação do reconhecimento da prescrição retroativa com base na perspectiva da pena que provavelmente seria fixada. Não é aceita nos tribunais superiores conforme súmula 438 do STJ.

Prescrição da pretensão executória (PPE)É a perda do poder de punir do estado, não consegue no prazo determinado em lei tornar efetiva a pena já certa para a acusação.

Termo inicial do PPEComeça a partir do trânsito em julgado para a acusação.

Prazo

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Se já transitou em julgado pra a acusação o prazo será calculado com base na pena em concreto.

Causas suspensivasEnquanto esta preso por outro motivo (art. 116, parágrafo único).

Causas interruptivasReincidência (somente interrompe a PPE, art. 117, VI).Início ou continuação do cumprimento da pena (art. 117, V).

Prescrição executória em caso de fuga (art. 115)No caso de fuga a PPE será contada com base na pena que resta cumprir.O prazo da PPE será aumentado em 1/3 se o sujeito for reincidente.

Observações gerais sobre prescrição A prescrição da pretensão punitiva afasta todos os efeitos de eventual

condenação. A prescrição executória só afasta o efeito principal da condenação que é a pena.

São imprescritíveis o racismo e a reunião de grupos armados contra estado democrático (Lei 7170 – Lei de Segurança Nacional).

Ao menor de 21 na data do fato e maior de 70 na data da sentença o prazo prescricional será reduzido pela metade (art. 115 do CP).

No caso de concurso de crimes a prescrição deverá ser calculada sobre cada crime isoladamente (súmula 497 do STF). No crime continuado ou no concurso formal não se computa o acréscimo decorrente do concurso pra o cálculo da prescrição.

São Paulo, 28 de Novembro de 2011

Professor: Paulo Henrique

Recurso Extraordinário

CabimentoArtigo 102, III da Constituição Federal conjuntamente com a Lei 8038/90 perante o STF.São voltados para discussão de matéria de direito constitucional.

ProcedimentoArtigo 26 da Lei 8038/90.

PrazoDeve ser interposto com as razões em 15 dias endereçadas ao STF.

Recurso Especial

Cabimento

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Artigo 105, III da Constituição Federal conjuntamente com a Lei 8038/90 perante o STJ.São voltados para discussão de matéria lei federal. Se a questão é baseada em regra legal ou constitucional poderá discutir sobre este âmbito.

ProcedimentoArtigo 26 da Lei 8038/90.

PrazoDeve ser interposto com as razões em 15 dias endereçadas ao STJ.

CompetênciaSempre para o Presidente do Tribunal recorrido.

Razões do Recurso

I – Do CabimentoRequisitos específicos:

1. Indicar de forma clara o dispositivo que foi violado (estou interpondo este recurso porque foi violado o arquivo X...).

2. Fazer menção que já houve o esgotamento da chamada via recursal ordinária.

3. Já haver ocorrido o pré-questionamento (para que haja este requisito é preciso que já tenha tido apreciação judicial da violação alegada).

Se for recurso extraordinário tem de ser alegado a repercussão geral depois do tópico (Dos Fatos). Deverá ser mencionado o artigo 102, § 3° da CF (que exige a repercussão geral) juntamente com o art. 543-A, §§ 1° a 3° do CPC.Haverá repercussão geral sempre que o recurso contrariar súmula ou jurisprudência dominante no tribunal.Quando negado o recebimento do Recurso Especial e Recurso Extraordinário caberá Agravo nos Próprios Autos

II – Dos FatosIII – Do DireitoIV – Do Pedido

Agravo nos próprios autos

CabimentoArtigo 28 da Lei 8038/90.

PrazoO prazo é de 5 dias para a interposição com as razões (súmula 699 do STF).

CompetênciaA interposição vai para o mesmo tribunal que proferiu a decisão (no agravo não pode ser negado seguimento (súmula 727 do STF). Se ainda assim os negar prosseguimento

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caberá Reclamação Constitucional por usurpação de competência para o STJ (art. 105, I, F) ou STF (art. 102, I, L).

Queixa-crime

CabimentoQueixa simples (art. 30 do CPP combinado com o art. 100, § 2° do CP, mais o art. 41 e 44 do CPP).Queixa subsidiária (art. 29 do CPP combinado com o art. 100, § 2° do CP, mais o art. 41 e 44 do CPP).

CompetênciaÉ para o juiz de primeiro grau ( Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ...Vara Criminal da Comarca de...).

O que tem de ser exposto na queixa Endereçamento Preâmbulo (qualificação completa do cliente), por seu advogado que esta

subscreve (procuração com poderes especiais conforme artigo 44 do CPP), vem respeitosamente propor Queixa-crime em face de (qualificação completa do querelado/acusado).

Exposição dos fatos de forma precisa e completa com todas as suas circunstâncias (descrição completa) conforme artigo 41 do CPP. Se houver qualificadora, causa de aumento ou agravante deverá ser narrado.

Pedido Ante o exposto requer, depois de recebido e autuado a presente queixa seja o querelado citado, processado e ao final condenado como incurso no artigo X...Em condenando que se fixe o valor para reparação civil, nos termos do artigo 387, IV do CPP.Requer ainda a intimação das seguintes testemunhas:Nome, endereço. Nome, endereço. Nome, endereço.

Nesses termos,Pede deferimento.

Local, dataAdvogadoOAB n°...

Observação: se for menor de idade será o representante em pessoa que comporá a qualificação (nome da mãe ou pai)... na qualidade de representante legal do ofendido fulano de tal.Se exigido na segunda fase, ao final da peça fazer um ckeck list do artigo 41 e 44 do CPP. Juizado Especial Criminal

Primeira fase (preliminar)

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Antecede a ação penal e se divide em duas etapas: Perante a polícia (policia judicial)

Lavrará o termo circunstanciado (art. 69 da Lei 9099/95) em face do autor do fato. Perante o juiz (etapa judicial)

Chegando ao juiz é marcada a audiência preliminar. Convoca-se o autor do fato e a vítima na tentativa de conciliação da reparação civil (composição civil quanto aos danos oriundos da infração penal).Se houver acordo será este homologado pelo juiz, tendo por conseqüência, a formação de título executivo judicial para a vítima, sendo executado no cível em caso de não cumprimento do acordo.Se a vítima aceitar o acordo gerará renúncia ao direito de queixa ou de representação.Em não havendo composição civil o juiz indagará a vítima se irá requerer efetivar até que decorra o prazo decadencial de 6 meses.Em dando continuidade a representação há a possibilidade de transação penal (art. 76 da Lei 9099/95).O Ministério Público proporá a aplicação imediata de pena restritiva de direito ou pena de multa.Se houver consentimento haverá a transação penal, contudo, há necessidade de defesa técnica na orientação (art. 76, § 3° da Lei 9099/95),em sua não observância acarretará nulidade com fulcro no artigo 564, IV do CPP.Tem para o descumprimento da transação penal as seguintes conseqüências:

Converte-se em prisão. Prevalece no STF que no descumprimento o Ministério Público oferecerá a

denúncia. Não poderá ser oferecida a denúncia pois já gerou coisa julgada quando da

aplicação da pena devendo então ser executado o título executivo.Não é cabível a transação penal (art. 76, § 2°)

1. Ter sido condenado com trânsito em julgado por um crime a pena privativa de liberdade.

2. Ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de 5 anos deste benefício.3. Ter aspectos subjetivos não favoráveis.

Se restarem frustradas a composição civil e a transação penal a acusação oferece a denúncia ou queixa na audiência preliminar sendo reduzida a termo e, por conseguinte, denunciado o acusado. Posteriormente a este procedimento inicia-se a audiência de instrução e julgamento (procedimento sumaríssimo, art. 81 da Lei 9099).Aberta a audiência de instrução e julgamento a defesa apresenta a defesa preliminar antes do juiz receber a denúncia.Em seguida o juiz decide se recebe ou rejeita a denúncia ou a queixa. Em recebendo nasce a ação penal.A ação é processada e ocorre a instrução conforme o artigo 81.É aceito Memoriais de forma subsidiária.Da sentença cabe apelação em 10 dias para a turma recursal.O recurso extraordinário é cabível das decisões da turma recursal (sumula 640 do STF).O recurso especial não é cabível das decisões da turma recursal (sumula 203 do STF).

São Paulo, 29 de Novembro de 2011

Professor: Gustavo Junqueira

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Questões prejudiciais

É o antecedente lógico que condiciona a decisão do juiz (tem de ser resolvido antes do processo).As questões podem ser classificadas como:

HomogêneaSe a matéria se refere a uma questão penal como a existência de infração anterior.

HeterogêneaSe a matéria trata de assunto extra-penal como casamento ou posse. Estão previstas nos artigos 92 e 93 do CPP. São classificadas como:

a. ObrigatóriasO juiz deve suspender o processo, são relacionadas com o estado das pessoas ( vivo, morto, casado, solteiro).

b. FacultativasO juiz penal pode ou não suspender o processo. São as relacionadas a relação jurídica diversa do estado de pessoa (propriedade, exercício de cargo).

Modalidades de defesaAs defesas podem ser de mérito ou processuais.

Defesa de méritoBuscam atacar a relação jurídica que fundamenta a pretensão punitiva. A defesa de mérito pode ser:

DiretaSe o acusado negar o fato jurígeno, ou seja, aquele a partir do qual se constitui a relação.

Indireto Se o acusado neutralizar a pretensão punitiva alegando fato impeditivo, modificativo ou extintivo.

Defesa processualBuscam atacar apenas a relação jurídico-processual, podem ser:

DilatóriasSe apenas prorrogam o trâmite do processo.

PeremptóriasSe extingue o processo sem julgamento do mérito.

Exceções

As exceções em sentido técnico demanda alegação da parte e não pode ser reconhecida de ofício.As objeções tratam de matéria de ordem pública e podem ser reconhecidas de ofício.No processo penal tecnicamente não há exceções pois as matérias assim normalmente tratadas poderão ser alegadas de ofício.

Exceções em espécie Exceção de suspeição (art. 95 do CPP)

Compromete a imparcialidade do juiz. Por ferir pressuposto processual gera nulidade de todos os atos. As hipóteses de suspeição estão no artigo 254 do CPP. Lembrar que o relacionamento se refere as partes.

Procedimento

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Deve ser reconhecido de ofício. O juiz deve declinar fundamentadamente para não burlar o princípio do juiz natural e remeter os autos ao seu substituto. Se não reconhecido de ofício a suspeição as partes podem opor mediante petição com documentos e provas pertinentes. Reconhecida a suspeição o juiz encaminha os autos a outro juízo. Recusada a suspeição o juiz autua em apartado e apresenta resposta em três dias e encaminha ao Tribunal de Justiça.Não cabe recurso na exceção de suspeição.O trâmite não suspende o processo, salvo se a parte contrária reconhecer a procedência da argüição.Todos envolvidos no processo podem ser declarados suspeitos como juiz, promotor, serventuário. A autoridade de policia não pode conforme artigo 107 do CP.

Exceção de incompetência Qualquer que seja a incompetência o procedimento é idêntico (art. 108 e 109 do CPP).Poderá ser sempre reconhecida de ofício pelo juiz.A exceção no de incompetência relativa territorial deve ser oferecida no prazo da resposta a acusação.A incompetência absoluta poderá ser argüida a qualquer tempo.Ainda que aceita a incompetência territorial como relativa a prorrogação ocorre apenas para os chamados sujeitos parciais. O juiz pode reconhecer de ofício até a sentença. Vicente Greco entende que a incompetência territorial também é absoluta.

ConseqüênciaTodos os atos decisórios serão considerados nulos.Contra decisão que reconhece a incompetência cabe Rese e a que não reconhece não possui recurso, somente habeas corpus.

Cautelares assecuratórias

São elas seqüestro, hipoteca legal e arresto.

Seqüestro Bens imóveis ou moveis Origem ilícita

Ofendido, MP, juiz de oficio e Autoridade Policial

Inquérito e processo

Hipoteca legal Imóveis Origem lícita Ofendido e MP

Processo

Arresto Imóveis Origem lícita Ofendido e MP

Processo

Seqüestro (art. 125 do CPP)O seqüestro será levantado se a ação penal não for proposta em 60 dias. Não importa se os bens foram transferidos a terceiro. Se o bem for imóvel o juiz determinará a indiscriminação no cartório de registro de imóveis. O seqüestro será autuado em apartado e admitirá embargos de terceiro.

Embargos do artigo 129 do CPP São embargos de terceiro proprietário de bem não relacionado com a intervenção.

Embargos do artigo 130, II do CPP São embargos de terceiro que adquiriu o bem de origem ilícita a título oneroso com alegação de boa fé.

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Embargos do artigo 130, I do CPP São embargos do suposto infrator sob fundamento que o bem não foi adquirido como produto da suposta infração.

Observação: os embargos do artigo 130 só serão julgados após o trânsito em julgado da sentença condenatória. Os do artigo 129 a qualquer tempo.

Da decisão de seqüestro cabe apelação. O artigo 131 traz hipóteses de levantamento do seqüestro como:

Se o terceiro presta caução. Se for julgado extinta a punibilidade ou absolvido o réu por sentença definitiva.

Seqüestro do bem móvelSe o bem móvel foi adquirido com o produto do crime cabe seqüestro. No entanto, se o bem móvel foi o próprio objeto material do crime caberá busca e apreensão. Com a sentença condenatória definitiva será determinado leilão dos bens e o que não couber ao ofendido ou ao terceiro de boa fé será recolhido ao tesouro nacional.

Hipoteca legal (art. 134 do CPP)Disciplinado no artigo 134 e seguintes do CPP.A petição será instruída com provas do valor do prejuízo e estimativa do valor dos bens indicados.Se o requerido oferecer caução não será determinada a hipoteca legal.A hipoteca legal deverá ser registrada em cartório.O artigo 136 prevê o arresto prévio dos bens imóveis que busca antecipar a hipoteca legal. O “arresto prévio” será revogado se em 15 dias não for promovido o pedido de hipoteca legal.

ArrestoO arresto é subsidiário a hipoteca legal.

Incidentes de insanidade mental do acusado (art. 149 e ss)

Cabível se houver dúvida sobre a integridade mental do infrator.Pode ser na fase de inquérito, processo de conhecimento e também na execução.Se instaurado o incidente durante o processo Serpa nomeado curador e suspenso o feito.Se estiver preso, instaurado o incidente o sujeito deverá ser levado ao hospital adequado. Neste caso como o processo será suspenso os autos serão entregues ao perito no hospital.

Conseqüências da inimputabilidadeSe o sujeito era inimputável no momento do fato a falta de culpabilidade será apreciada e valorada no momento da sentença.Se a incapacidade sobreveio a infração, mas é anterior a sentença definitiva (art. 152 do CPP).O processo será suspenso por tempo indeterminado até que o sujeito se recupere. Durante a suspensão corre normalmente o prazo prescricional.

Medida de segurança

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Espécie de sanção penal de caráter curativo que tem como objetivo a cessação da periculosidade. São duas as espécies:

Detentiva (internação) Restritiva (tratamento ambulatorial)

Pelo Código Penal se a pena prevista for de reclusão a medida de segurança necessariamente será de internação. Se a pena for de detenção o juiz deverá aplicar a medida mais adequada.Francamente majoritária o entendimento dos tribunais que não importa a espécie de pena aplicada. A medida de segurança deverá ser sempre a mais adequada.

Prazo mínimoÉ de 1 a 3 anos. Findo o prazo mínimo o sujeito será submetido ao exame de cessação de periculosidade. Se persiste perigoso o exame será renovado a cada ano. Se findar a periculosidade o sujeito será liberado.

Observação: o prazo mínimo é impróprio, ou seja, poderá ser antecipado a qualquer tempo em decisão fundamentada.

Liberação da medida de segurançaSerá sempre condicional pelo prazo de 1 ano. Se nesse período o sujeito praticar ato que demonstra continuar perigoso retorna a medida. Em caso contrário, em termino do prazo extinta será a medida (art. 97 do CP).

Reabilitação

A reabilitação prevista nos artigos 93 a 95 do Código Penal e possui três objetivos:Sigilo das informações.Suspender efeitos secundários extrapenais da condenação como a perda do direito de dirigir e a perda do pátrio poder.

Requisitos (art. 94 do CP) Lapso de dois anos a partir da extinção da pena incluindo o período de

prova do sursi e do livramento. Pedido ao juiz comprovando:

Residência no país e bom comportamento público e privado nos últimos 2 anos.

Reparação do dano, salvo inimputabilidade.Da decisão de reabilitação cabe apelação, nos termos do artigo 593, II do CPP.

São Paulo, 30 de Novembro de 2011

Professora: Patrícia Vanzolini

Competência

Competência pela natureza da infração

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A competência se divide na justiça especial (trabalhista, eleitoral e militar, esta última militar federal e estadual) e a justiça comum que se subdivide em federa e estadual, ambas com vara, júri e jecrim.

Justiça do trabalhoA justiça do trabalho não tem competência criminal.

Justiça eleitoralA justiça eleitoral julga crimes eleitorais e os que lhes forem conexos.

Justiça militarA justiça militar só julga crimes militares, havendo conexão com crime comum impõe-se a separação dos processos.Os crimes dolosos contra vida praticados por militar contra civil são julgados pela justiça comum (júri) conforme artigo 125, § 4° da Constituição Federal.A justiça militar estadual também é limitada em razão da pessoa: só julga militares. Havendo concurso de pessoas o civil será julgado pela justiça comum e o militar pela justiça militar (arts. 124 e 125, § 4° da CF).

Justiça federal (art. 109 da CF)Não há de se considerar os incisos I ao III deste preceito por ter aplicação apenas no Direito Civil.

Inciso IV – crimes políticos (primeira parte)Lei 7170/2003 - Lei de Segurança Nacional, que prevê os crimes políticos.Existe a previsibilidade de recurso ordinário constitucional em relação a crime político (art. 102, II,, “a” da CF).

Inciso IV – crimes políticos (segunda parte)É de competência da justiça federal o crime em detrimento de bem, serviço ou interesse da União, suas entidades autárquicas ou empresas públicas. Exemplo: autarquia (INSS, Bacen; empresas públicas (Correios, Caixa Econômica Federal).Observação:Exclui da competência para julgamento de contravenções (Súmula 38 do STJ).Exclui a competência federal o processo e julgamento de crimes em detrimento de sociedade de economia mista (Súmula 42 do STJ).Súmula 147 do STJ.

Competência

Especial

Trabalho Eleitoral Militar

Federal

Estadual

Comum

Federal

Vara

Júri

Jecrim

Estadual

Vara

Júri

Jecrim

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Alguns crimes do Código Penal são a priori de competência federal. Exemplo: apropriação indébita previdenciária (art. 168-A do CP), descaminho (art. 334 do CP), falsidade de papel-moeda, estelionato (Súmula 73 do STJ).

Inciso V – crimes do tratado ou convençãoSão crimes previstos em tratado ou convenção internacional que tenham sido cometidos a distancia (crime que começa no Brasil e termina no exterior ou de forma contrária).

Inciso V-ACausas envolvendo direitos humanos.

Inciso VI – (primeira parte)São os crimes contra a organização do trabalho previstos nos artigos 197 a 207 do CP juntamente com o crime do artigo 149 do mesmo código.Segundo a jurisprudência tais crimes só são de competência federal quando atingirem trabalhadores em coletividade.

Inciso VI – (segunda parte)Crimes contra o sistema financeiro previstos na lei 7492/80 (crimes contra o sistema financeiro), lei 9613 (lavagem de dinheiro) e lei 8137/90.O crime de lavagem só Serpa de competência federal quando o crime antecedente for federal.Na lei 8137/90 não tem dispositivo especifico sobre competência, portanto, o crime tributário só será federal se o tributo for federal.

Inciso VIICompete a justiça federal julgar o habeas corpus em matéria criminal quando constrangimento provier de autoridade...

Inciso VIII Inciso IX

Crimes praticados a bordo de navios e aeronaves. São excluídas as contravenções.Só estão incluídos os navios e não as embarcações de pequeno porte.

Inciso XCrime de reingresso de estrangeiro expulso.

Inciso XIDisputa sobre direito indígena.Observação: não impõe a competência da justiça federal o fato de haver envolvimento de indígena como autor ou vítima do crime.

Competência em razão da função O foro por prerrogativa só perdura durante o exercício da função. A competência do júri prevalece sobre a competência por prerrogativa

prevista exclusivamente em Constituição Estadual (Súmula 721 do STF). Havendo concurso de pessoas prevalece o for de maior graduação. Quando há concurso de pessoas em crime doloso contra a vida impõe-se a

separação dos processos. Quanto a competência territorial, havendo prerrogativa de função será

sempre do tribunal ao qual o agente está vinculado. Quanto a competência de justiça, havendo prerrogativa de função em

segunda instância a competência federal deverá se respeitada (Súmula 702 do STJ).

Competência em razão do território (art. 70 ) Fixado no lugar em que o crime se consumou. Quando não sabido o lugar da ação Serpa imposta a do domicilio do réu.

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Quando desconhecido o lugar da infração, quando ao domicilio do réu ou quando o crime é cometido na divisa, ou incerto a divisa do lugar, ou ainda, em caso de crime permanente ou continuado cometido em mais de uma comarca se estabelece o crime pela prevenção.

Conexão e continência (art. 76 do CP)

ConexãoConexão sempre parte da idéia de mais de um crime, são dela espécies:

Conexão subjetivaVários crimes praticados por várias pessoas ao mesmo tempo (conexão subjetiva por simultaneidade).

Conexão subjetiva por concursoVários crimes praticados por varias pessoas em concurso, cada individuo possui uma tarefa no crime.

Conexão subjetiva por reciprocidadeVários crimes praticados por uma pessoa contra outra.

Conexão objetiva (teleológica)Vários crimes praticados para assegurar a ocultação, impunidade, vantagem ou execução do outro.

Conexão instrumental (probatória)A prova de um interfere na prova do outro.

ContinênciaA continência pode ser:

SubjetivaUm só crime pelo qual respondem várias pessoas.

ObjetivaUma só ação que dá origem a vários crimes.

Observação: estabelecida divergência de competência há de se observar a regra do artigo 78 do CPP.

São Paulo, 01 de Dezembro de 2011

Professor: Gustavo Junqueira

Lei de drogas (Lei 11343/06)

Pacifica orientação do Supremo Tribunal Federal que o artigo 28 veicula crime. Para parte da doutrina seria irrelevante penal e para outra seria contravenção penal.Nos termos do artigo 27 as penas poderão ser aplicadas alternativa e cumulativamente.As penas de prestação de serviços e medida educativa terão duração máxima de até 10 meses.Prevalece na doutrina que o prazo mínimo é de 1 dia.Em caso de descumprimento da pena o juiz deverá sucessivamente admoestar o réu e impor multa (§ 6°).

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Prevalece que usar a droga não configura o crime por falta de amparo legal e por configurar o uso alta lesão. A justificativa para punição do porte é o risco a saúde pública.

Condutas equiparadas (art. 28, § 1°)Nos termos do parágrafo primeiro equipara-se ao porte a conduta daquele que semeia, cultura e colhe, plantas destinadas a preparação de pequena quantidade de drogas para uso pessoal.Controversa a incidência do princípio da insignificância. Para alguns deve incidir, pois é principio geral de direito penal. Para outros não, pois a pequena sanção é adequada a pouca quantidade de droga.

Prescrição (art. 30)Nos termos do artigo 30 prescreve em 2 anos a conduta do artigo 28.

O artigo 28, § 2° traz os critérios que diferenciam o traficante do usuário.

Tráfico de drogas (art. 33)Trata-se de tipo misto alternativo pois a prática de mais de uma conduta no mesmo contexto configura um só crime.Na dúvida sobre o destino da droga a conduta deverá ser classificada como porte.Prevalece ser possível a condenação com base na palavra exclusiva dos policiais, no entanto, forte posição doutrinária entende que a polícia deve coletar prova e não ser prova e os policiais tem interesse em legitimar o ato da prisão.

Artigo 33, § 1°O tráfico é crime equiparado hediondo. O parágrafo primeiro prevê conduta equiparada relacionada a matéria prima, cultura e autorização de uso e lugar para o tráfico.

Artigo 33, § 2° É a colaboração ao uso, não sendo equiparado ao hediondo e cabe suspensão condicional do processo.

Artigo 33, § 3°Uso conjunto ou fornecimento eventual. Oferecer droga:

1. Eventualmente2. Sem objetivo de lucro3. Pessoa de seu relacionamento4. Para juntos consumirem

Estes requisitos são cumulativos e considera-se este crime de menor potencial ofensivo. Artigo 33, § 4°

Causa de diminuição de pena.Requisitos cumulativos:

1. Primário e com bons antecedentes2. Não se dedique a atividade criminosa, nem pertença a organização

criminosa.Presentes estes dois requisitos terá direito a diminuição.Apesar da letra da lei é possível a conversão em restritiva de direito pois o pleno do Supremo considerou inconstitucional a proibição da conversão.A diminuição de pena não afasta o caráter equiparado a hediondo, entendimento do STF e STJ.Quanto ao regime inicial prevalece no Supremo a possibilidade de fixação de regime inicial aberto, apesar do caráter equiparado a hediondo.

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Associação ao tráfico de drogas e quadrilha (art. 25)A quadrilha do artigo 288 do CP exige mais de 3 pessoas e ela precisa ser estável e permanente.A associação do art. 35 da lei de drogas bastam 2 pessoas. Apesar da letra da lei tem de ser estáveis e permanentes.O artigo 35 não é equiparado ao hediondo por falta de previsão legal.

Procedimento do porte (art. 28) Vai para o Jecrim. Na lei de drogas o sujeito tem o direito de livrar-se solto mesmo se recusar

o compromisso de comparecer em juízo. O conteúdo da proposta de transação penal será a pena prevista no art. 28.

Procedimento do tráfico de drogas (art. 28) Para prisão em flagrante e denúncia é suficiente o auto de constatação nos

termos do art. 50, §1°. Para condenação prevalece ser necessária perícia definitiva.

Prevalece na prática forense que a defesa prévia prevista no art. 55 absolve a resposta a acusação. Na doutrina muitos entendem a necessidade das duas manifestações: a defesa prévia buscando a rejeição da denúncia e a resposta a acusação para a absolvição sumária.

Crimes de trânsito

Artigo 291Na lesão culposa no trânsito há tratamento especial para as hipóteses do § 1° (embriaguez, racha, velocidade superior a permitida em 50 km/h). Neste caso fica proibido conciliação, transação, o crime se torna de ação pública incondicionada e será instaurado inquérito policial. E a competência será do Jecrim?Os tribunais prevalecem que não pois não há sentido em encaminhar ao Jecrim se afastados os institutos despenalizadores. Na doutrina defende-se que sim pois se a lei buscasse alterar a competência o teria feito expressamente.

Artigo 302 – Homicídio culposo na direção de veículo automotorO estado de embriaguez ou a prática de racha não são suficientes para concluir pelo dolo eventual ou pela culpa consciente, sendo necessário exame de cada caso concreto. O Supremo tende a reconhecer culpa na embriagues e dolo no racha.

Artigo 303 – Lesão culposaVia de regra ação penal pública condicionada. Nos casos do art. 291, § 1° será pública incondicionada.

Artigo 305 – Fuga do local do acidentePrevalece nas Cortes estaduais que o artigo 305 é inconstitucional pois viola o direito a não produzir prova em seu desfavor (Cortes de Santa Catarina, Minas Gerais e São Paulo).

Artigo 306 – Embriaguez ao volante

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Prevalece que é crime de perigo abstrato pois não exige condução anormal.Difícil a prova do álcool no sangue, pois ninguém é obrigado a produzir prova em seu desfavor. Prevalece que o bafômetro é prova suficiente mas controversa a validade da prova testemunhal

Artigo 309 – Direção sem habilitaçãoPara que tenha relevância penal é necessária condução anormal do veículo.

São Paulo, 02 de Dezembro de 2011

Professora: Patrícia Vanzolini

Revisão

Resposta a acusação Fundamento

Artigo 396 e 396-A do Código de Processo Penal. Fundamento (fundamento no júri)

Artigo 396 e 396-A do Código de Processo Penal. Teses e pedidos

1. Nulidade (pedido de anulação)As possíveis nulidades neste momento são:

Nulidade por incompetência. Nulidade por ilegitimidade. Nulidade por inépcia da denúncia ou queixa. Falta de prova mínima (art. 395).

Em todas essas hipóteses será de nulidade ab initio (somente será ab initio se estiver anulando o próprio recebimento).O artigo sobre nulidade será o art. 564 do CPP.Pode ocorrer de não ter o artigo em questão devendo somente inferir o artigo da nulidade.

2. Extinção da punibilidade Artigo 107 + o artigo (absolvição sumária nos termos do art. 397).

3. MéritoSerá restrita a atipicidade; excludente de ilicitude; excludente de culpabilidade e escusas absolutórias.Na resposta a acusação não se alega a falta de provas.Pede-se a absolvição sumária do artigo 397.Não se utiliza o artigo 386 nesta fase.

Na hipótese de resposta a acusação no júri deve esclarecer a tese de que: “embora não haja previsão expressa da possibilidade de absolvição sumária (art. 397) no rito do júri é plenamente admissível a sua aplicação por força do disposto no artigo 394, § 4° do CPP.

Após a resposta a acusação o juiz: Absolve, ou Designa audiência de instrução e julgamento

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Tanto na resposta a acusação do rito ordinário, quanto do rito do júri, pedir subsidiariamente que sejam ouvidas as testemunhas arroladas.

Memoriais

As teses são iguais para Apelação e Revisão Criminal Fundamento

Artigo 403, § 3° do Código de Processo Penal. Fundamento (fundamento no júri)

Artigo 403, § 3° c/c 394, § 5° do Código de Processo Penal. Teses dos memórias no rito ordinário

1. NulidadePedido de anulação a partir de um ato.

2. Extinção da punibilidadeDeclaração da extinção da punibilidade (somente o art. 107 do CPP).

3. Mérito Abrange toda a situação do artigo 386, na se pode pedir absolvição sumária nesta fase.Possíveis teses de mérito nesta fase:

Inexistência do fato. Ausência do fato. Negativa de autoria. Excludente de ilicitude. Excludente de culpabilidade. Escusa absolutória. Falta de prova (inciso, IV, V, VI).

No caso de falta de exame de corpo de delito antes da tese de mérito deve ser argüida a nulidade do artigo 564, III, b do CPP.

4. Tese subsidiária de méritoVai passar pelas etapas da sentença condenatória, são elas:

Alteração da classificação (pedido de desclassificação). Dosimetria da pena: pena base, atenuante e agravante, aumento e

diminuição da pena (pedir a pena base fixada no mínimo, exclusão das agravantes e das causas de aumento, reconhecimento das atenuantes e causas de diminuição de pena).

Regime (pedir o regime mais favorável, aberto ou semi-aberto). Benefícios: pena restritiva de direito (art. 74) ou sursi (art. 77) do

Código Penal (pedir a concessão do regime). Ao final dos memoriais deve se pedir que:

Não seja arbitrado qualquer valor a título de indenização em face da ausência de prejuízo para a vítima (está claro que não houve prejuízo). Ou, que seja arbitrado o valor a título de indenização no patamar mínimo, conforme art. 387 do CPP (não está claro que não houve prejuízo).

Que seja assegurado o direito do réu de recorrer em liberdade.

Observação:Na apelação os pedidos serão os mesmo (observação: no problema somente se pedirá os benefícios que estão expressos no teor do problema).

Memoriais do Júri

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Vem antes da sentença de primeira fase.Nesta fase o juiz pode:

Absolver (art. 415) Impronunciar (art. 414) Desclassificação (art. 419) Pronunciar (art. 413)

Na pronúncia o juiz vai decidir sobre a classificação, causa de aumento e qualificadoras.

Teses e pedidos1. Nulidade (pedido de anulação)

Pedir a anulação.2. Extinção da punibilidade

Deve se requerer a extinção da punibilidade.3. Mérito

Absolvição sumária (art.415)Pode pedir absolvição sumária do art. 415 quando:

Estar provada a inexistência do fato. Estar provado não ser ele autor ou partícipe do fato (excludente de ilicitude). O fato não constitui infração penal (atipicidade). Demonstrado a isenção de pena ou exclusão do crime.

Impronúncia (art.414)Pode pedir impronúncia do art. 414 quando:

Não há prova suficiente de autoria ou da materialidade do fato.

Desclassificação (art.419)Pode pedir desclassificação do art. 419 quando:

Quando for crime fora da competência do júri.

Desclassificação para outro crime da competência do júriPode haver duas situações:

Se for crime de competência do júri deve-se pedir desclassificação imprópria (diante do exposto requer seja desclassificado para o crime tal).

Se for sobre a qualificadora ou causa de aumento deve-se pedir a exclusão da causa de aumento ou da qualificadora ou a inclusão da qualificadora ou causa de aumento.

Apelação do Júri (art. 593, III)

Fundamento Artigo 593, III do Código de Processo Penal.

Teses da apelação rito do júri As teses estão vinculadas nas alíneas do artigo 593, III, a, b, c ou d do CPP.

Artigo 593, III, “a”Alegando tese de nulidade deve-se pedir a anulação do julgamento nos termos do art.

Artigo 593, III, “b”Sempre que questionar sobre as decisões dos jurados. Os jurados decidem sobre:

Existência do crime Autoria e materialidade Tipicidade e classificação do crime

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Qualificadora e privilegiadoras Causas de aumento e diminuição de pena

Os quesitos estão no art. 483 do CPP.Com isso o pedido só pode ser fundamentado no artigo 593, III, “b” pedindo-se novo julgamento nos termos do art. (tudo que envolver quesitos deve se pedir novo julgamento).

Artigo 593, III, “c”Caso o juiz não faça a aplicação correta da pena fundamentação da apelação deve ser basear na aliena “c” com o pedido de retificação nos termos do art. 593, III, § 2.Possíveis erros nessa fase:

Pena base acima do mínimo Atenuantes e agravantes Quantum das causas de aumento ou diminuição (quantidade) Concurso de crime (é decidido pelo juiz pedindo a retificação da

pena) Aplicação da pena

Na interposição deve-se colocar a alínea e no pedido um dos parágrafos em referência (§§ 1°, 2°, 3° ou 4°).

Agravo em execução

É cabível quando é combatido uma decisão do juiz da execução.É nos mesmos moldes do Rese.