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Henrique Ferreira 7843 - Técnicas de negociação e venda

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Henrique Ferreira

7843 - Técnicas de negociação e venda

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Índice

O processo comunicacional na venda .................................................................................................... 4

Bases da comunicação ............................................................................................................................ 4

Qualidades e aptidões básicas do vendedor .................................................................................. 10

A linguagem .............................................................................................................................................. 11

Técnicas de expressão ............................................................................................................................ 12

Retórica e Persuasão ............................................................................................................................... 15

Escuta ativa................................................................................................................................................. 16

Técnicas de negociação ............................................................................................................................. 19

Argumentação .......................................................................................................................................... 19

Tratamento das objeções ...................................................................................................................... 21

As perguntas ............................................................................................................................................. 24

Alternativa positiva ................................................................................................................................. 27

Apresentação do preço ......................................................................................................................... 29

Técnicas de venda ....................................................................................................................................... 32

Identificação das motivações e necessidades ............................................................................... 32

Análise e avaliação das soluções possíveis ..................................................................................... 37

A demonstração da solução ................................................................................................................ 39

A concretização ........................................................................................................................................ 41

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O processo comunicacional na venda

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O processo comunicacional na venda A comunicação é o processo de transmitir uma informação de um indivíduo para outro que

ambos entendam. Os processos de comunicação são essenciais ao homem. Permitem e

são o principal veículo, na vida em sociedade, de trocas constantes, de compromissos e

negociações entre as pessoas.

Bases da comunicação

Comunicar significa partilhar, pôr em comum, trocar. O que se partilha, no processo de

comunicação, são ideias, sentimentos e experiências.

Para que haja comunicação alguém tem que transmitir informação que, por sua vez, é

recebida e interpretada por outros.

A comunicação pressupõe dois ou mais participantes, e um dos modos de se sintetizar as

suas componentes é através do esquema de Lasswell (1948), baseado em cinco questões

fundamentais:

Quem diz? (emissor)

O quê? (mensagem)

Através de que meio? (canal)

A quem? (recetor)

Com que efeito? (impacto)

A comunicação é essencial porque passamos cerca de 70% do nosso tempo a

relacionarmo-nos com os outros.

Para existir comunicação tem que existir:

Um emissor

Uma mensagem transmitida em código

Um canal, através do qual passe a mensagem

Um recetor a quem se destine a mensagem

A descodificação da mensagem, por parte do recetor

Um sistema de confirmação da mensagem (feedback)s.

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Emissor:

É o que emite a mensagem.

O emissor para comunicar corretamente, deverá:

Organizar corretamente as suas ideias para melhor as transmitir.

Canal:

É o meio através do qual passa a mensagem.

O canal mais vulgar é o ar.

Existem outros canais; a rádio, o telefone, o computador, etc.

Mensagem:

É o conteúdo da comunicação.

Recetor:

É quem recebe a mensagem.

Para receber a mensagem de forma eficaz, deverá:

Estar atento

Descodificar corretamente a mensagem.

Questionar o emissor, caso não ouça ou compreenda corretamente a mensagem.

Feedback:

O feedback é o processo através do qual o emissor verifica se o recetor recebeu

corretamente a mensagem.

Para isso poderá:

Colocar questões acerca da sua mensagem para verificar, através das respostas do emissor,

se ela foi ou não compreendida.

Perguntar:

Fui claro?

Há dúvidas?

Poderei explicitar mais algum elemento ou mais alguma ideia?

A comunicação só é completa quando a mensagem é devidamente percebida pelo recetor,

ou seja, quando é efetuada nos dois sentidos (bilateral).

Isto pressupõe:

Que o emissor consiga exprimir exatamente o que deseja dizer

Que o recetor compreenda exatamente o que o emissor pretendia dizer-lhe e que o

demonstre pelas suas reações.

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A importância do retorno (feedback) reside no facto de ser através deste elemento que o

recetor poderá solicitar os esclarecimentos desejados, enquanto que o emissor poderá,

através dele, controlar e avaliar a sua mensagem, de acordo com as características do

recetor.

O ideal da comunicação é que a compreensão do recetor seja igual ao significado

originalmente pretendido pelo emissor. Esta meta é, no entanto, difícil de alcançar, porque

o processo de comunicação não se mantém íntegro desde o começo até ao final;

numerosas interferências podem ir surgindo a nível dos diferentes elementos e degradando

o processo.

Estas interferências, conhecidas como barreiras à comunicação, podem impedir

inteiramente uma comunicação, filtrar parte dela ou dar-lhe significado diferente.

Alguns dos aspetos a ter em consideração, situam-se a nível pessoal, do indivíduo, e têm a

ver com as suas emoções, valores e limitações.

Atendendo às nossas próprias limitações, em qualquer processo de comunicação há desde

logo uma percentagem significativa de informação que se perde: “aquilo que eu quero

dizer é diferente daquilo que o outro ouve e, por sua vez, do que retém”.

Por outro lado, o facto de emissor e recetor terem quadros de referência diferentes, faz

com que haja distorções na informação, uma vez que quem recebe a mensagem a avalia e

interpreta segundo o seu próprio quadro de valores.

Assim, é fundamental que quem transmite receba informação em retorno, para aferir da

receção e correta compreensão da mensagem.

Outro obstáculo à comunicação é a falta de um código comum, de uma linguagem com

significado semelhante para ambas as partes, sendo que, a mesma palavra, pode ter

significados diferentes para pessoas diferentes.

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Surgem também, por vezes, barreiras físicas, a nível do meio utilizado para transmissão da

mensagem, nomeadamente através de barulhos “parasitas” (por ex. ambientes ruidosos,

sussurros, etc.), que perturbam o percurso da mensagem, distorcendo a informação.

Apresentam-se seguidamente exemplos de alguns fatores que podem constituir barreiras

à comunicação:

O emissor domina mal o assunto ou tem uma preparação inadequada

Egocentrismo do emissor

Código inadequado

O recetor tem pouco interesse no assunto

Diferenças profissionais entre os comunicadores

Os comunicadores partem de diferentes suposições

Um dos comunicadores tem reações hostis ou negativas para com o outro

Pressão do tempo e do espaço

Preconceitos dos comunicadores em relação um ao outro

Competição entre interlocutores

Antecipação da resposta (não saber ouvir).

Tendo em conta o atrás exposto, podemos facilmente verificar a complexidade que envolve

o processo de comunicação, bem como os problemas que uma interpretação menos

correta das mensagens que pretendemos transmitir poderá trazer ao nosso relacionamento

com os outros.

Vejamos pois algumas pistas que nos poderão ajudar a superar os obstáculos

comunicacionais:

Procure tornar claras as suas ideias, antes de comunicar

Examine a verdadeira finalidade de cada comunicação

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Ao preparar a comunicação, quando necessário consulte os outros

Ao comunicar, tenha cuidado com o duplo sentido e com o conteúdo básico da

mensagem

Transmita apenas informação útil ao destinatário

Acompanhe atentamente o processo de comunicação que se vai estabelecendo

Na comunicação, tenha em conta o presente e o futuro

É indispensável que os seus actos corroborem a mensagem

Procure não só ser compreendido mas também ser bom ouvinte e compreender.

As necessidades de realização são as necessidades humanas mais elevadas, e que se

encontram no topo da hierarquia. São as necessidades que levam cada pessoa a tentar

realizar o seu próprio potencial e a se desenvolver continuamente como criatura humana

ao longo de toda a vida.

O que um homem pode fazer, ele deve fazer. A esta necessidade podemos chamar de

auto-realização, ou seja, a tendência de se tornar verdadeiramente o que ele é

potencialmente: de se tornar tudo que alguém pode se tornar.

Uma real realização significava realizar uma tarefa válida e ao mesmo tempo virtuosa. As

necessidades de auto-realização, somente podem ser satisfeitas por recompensas que são

dadas intrinsecamente pelas pessoas a si próprias (como o sentimento de realização).

As pessoas que procuram a auto-realização são independentes, criadoras, resistem ao

conformismo, aceitam-se a si próprias e aos outros, o que implica confiança baseada no

autoconhecimento.

Desenvolver o nosso autoconhecimento implica ir atualizando a "nossa teoria sobre nós

próprios" à medida que vamos passando por várias experiências de vida, que nos mostram

a nossa forma particular de reagir.

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O autoconhecimento é uma variável essencial nas relações interpessoais, sem o qual não

temos controlo sobre as nossas reações nem sobre o impacto que criamos no outro. A

maior fonte de autoconhecimento é o feedback (em particular, a crítica) que recebemos

dos outros sobre nós.

Se reagirmos de forma positiva, há maior probabilidade de enriquecermos o nosso

autoconhecimento.

A diferença entre boas e más vendas não está no produto, nos clientes ou na área

geográfica onde o vendedor atua mas apenas na sua atitude e na correta definição de

funções.

Para uma venda de sucesso a primeira barreira a vencer é a psicológica, o que implica

mudar a forma como o vendedor se vê a si mesmo. Essa autoavaliação baseia-se numa

série de ideias, medos, opiniões, dúvidas e valores adquiridos ao longo da vida e que

afetam tudo o que fazemos, pensamos e sentimos.

Para uma gestão de força de vendas eficaz é também essencial uma completa e correta

descrição das funções dos vendedores, designadamente dos deveres e responsabilidades

que lhe são atribuídos tendo em conta as particularidades da empresa e as especificidades

do indivíduo.

Cerca de 80 % do sucesso de um vendedor são devidos à sua atitude e só os restantes 20%

são relativos à sua aptidão técnica. Os vendedores de sucesso são pessoas confiantes.

Sabem como provocar uma compra de modo firme, mas amigável. Têm uma atitude

positiva perante a vida. É essa mentalidade vencedora que faz a diferença entre o sucesso

e o fracasso de uma venda.

Os vendedores que vendem mais 100% do que os outros não são 100% melhores, acima

de tudo eles têm uma melhor atitude. Mas como adquirir essa mentalidade vencedora? A

primeira barreira a vencer é a psicológica.

Um bom vendedor tem de começar a mudar a forma como se vê a si próprio. Essa

autoavaliação deve ser baseada no conjunto de ideias, medos, opiniões, dúvidas e valores

adquiridos ao longo da vida e que afetam tudo o que nós fazemos e sentimos.

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Qualidades e aptidões básicas do vendedor

O sucesso de qualquer profissional, seja quais forem as funções que desempenhe, depende

em larga medida, do equilíbrio que conseguir entre dois tipos de competências.

Por um lado, o profissional deve possuir competências técnicas e por outro deve

desenvolver e aperfeiçoar competências comportamentais.

Embora isto seja verdade para os profissionais de qualquer atividade, é particularmente

importante para os profissionais das vendas e do mundo dos negócios.

Estes são apenas alguns exemplos das competências comportamentais e técnicas que

importa desenvolver e aperfeiçoar.

Muitas outras existirão que são pertinentes, consoante o profissional e o negócio em

questão.

Um diretor comercial, um vendedor, um negociador deverá refletir e listar quais são as

competências técnicas e comportamentais importantes para o bom desempenho da sua

profissão e posteriormente traçar planos sobre o que deverá fazer para as adquirir, de

forma gradual e faseada, e de equilibrar dentro de si próprio todas essas competências.

domínio das técnicas e regras da

função que exerce

conhecer o produto

conhecer o mercado

conhecer a concorrência

conhecer o negócio em que

trabalha

possuir experiência numa

actividade ou sector

domínio de idiomas estrangeiros

domínio de ferramentas

informáticas

tudo o que se aprende nas escolas,

universidades, cursos, seminários,

conferências, … ;

tudo o que se aprende com a

leitura de livros e revistas técnicas

Competências

Técnicasproactividade / espírito de

iniciativa;

preocupação com o cliente

preocupação com a empresa;

cumprimento de horários;

capacidade de adequação;

espírito de colaboração;

vontade de aprender e de ensinar

rigor e exigência

esforço e dedicação

persistência

simpatia

capacidade de arriscar

… e muitas outras competências

relacionadas com a ATITUDE

Competências

Comportamentais

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A linguagem

Qualquer tipo de comunicação é servido por uma determinada linguagem, conceito

entendido, de um modo geral, enquanto comunicação de ideias, experiências e

sentimentos.

As linguagens dão inúmeras formas às mensagens, funcionam ao nível da emissão e da

receção, exercem-se por referência a um código social e são o instrumento de adaptação

do indivíduo ao grupo.

O princípio em que assenta a correção da linguagem é o rigor. A correção obtém-se

quando o uso da língua obedece às regras gramaticais dessa mesma língua

Na vida profissional, emprega-se a linguagem formal, mais neutra e adequada ao contexto.

Atenção: utilizar a linguagem formal não significa falar de modo elaborado, ao contrário,

deve-se falar de modo educado, mas simples.

Quanto ao vocabulário, deve-se ter o cuidado de empregar as palavras com exatidão. A

linguagem ideal no atendimento deve ser simples, aquela que emprega o termo mais

conhecido e o sinónimo mais comum.

Devem-se evitar os termos técnicos, restritos aos profissionais da área, mas, se sua

utilização for inevitável, deve-se explicar o sentido em seguida. Também não se usam gírias,

siglas ou termos afetuosos.

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Técnicas de expressão

Ao comunicarmos com os outros utilizamos diversos meios de expressão, quer no âmbito

da linguagem verbal (oral) quer da linguagem não-verbal (escrita, gestos, atitudes).

A comunicação oral face a face é a prática mais frequente do nosso dia-a-dia. Dada a sua

importância, são de considerar algumas recomendações que poderão facilitar a qualidade

da relação interpessoal.

De entre as técnicas de comunicação que facilitam o diálogo, podemos salientar:

Sincronia com o interlocutor, percebendo o seu estado psicológico através das suas

atitudes, do seu olhar, das suas expressões

Saber colocar-se no lugar do outro, para assim poder compreender melhor as suas

atitudes

Ajustar a mensagem ao interlocutor em questão, para que este possa descodificá-

la corretamente

Repetir o que ouve, reformulando, para confirmar se o que ouviu foi precisamente

o que o seu interlocutor pretendeu dizer.

Para que a comunicação seja eficaz e consiga atingir os objetivos pretendidos, a informação

a transmitir deve ser:

Clara - adequada ao recetor, para uma correta interpretação

Precisa - com o grau de precisão requerido em cada caso

Oportuna - dada no momento certo

Completa - dar a conhecer todos os aspetos do problema

Hierarquizada - por ordem de importância

Sintética - permitir a obtenção dos dados necessários

Necessária - permitir a tomada de decisão.

A maioria das pessoas escolhe cuidadosamente as palavras a utilizar em cada situação. Não

tendo consciência das mensagens reveladoras que o seu comportamento não-verbal

emite, não se preocupam com o seu controlo.

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Contudo, as mensagens não-verbais transmitidas através da linguagem corporal (olhos,

rosto, gestos, timbre e volume de voz, etc.) são determinantes nas relações interpessoais,

e se houver dissonância o resultado pode ser desastroso.

Sendo dificilmente manipulável, e tendo um impacte imediato, este tipo de linguagem

fornece aos interlocutores todo um conhecimento acerca do nosso comportamento,

atitudes e estado emocional, que vai influenciar a forma como vão interagir connosco.

Neste sentido, é fundamental observar e perceber as reações não-verbais, bem como

controlar a comunicação não-verbal própria, se se pretende projetar uma determinada

imagem e atitude.

Podemos identificar os sinais não-verbais mais comuns na comunicação interpessoal como

sendo:

Expressão facial

Gestos e movimentos

Postura corporal

Tom, ritmo e volume de voz

Silêncio

Associados a estes sinais, é possível identificar alguns tipos de comportamento:

Afetividade: atitudes de compreensão, proximidade, tom de voz calmo e volume

baixo, sorrisos, gestos acolhedores

Controlo / Domínio: tom de voz alto, ritmo rápido, ignorar respostas, interromper,

postura altiva, gestos enérgicos

Hostilidade: postura agressiva, tom duro de voz, gestos distantes

Submissão tom de voz suave, olhos abatidos, gestos nervosos.

As formas de expressão são cruciais para a construção de uma boa relação com o cliente.

Nestas destacamos o sorriso, a linguagem corporal, a voz e as palavras.

O Sorriso

O cliente deve ser acolhido como um amigo que viesse visitar o vendedor.

Sorrir largamente, não o sorriso forçado, facilmente percebido pelo interlocutor, mas o

sorriso amigável que quer dizer "Estou feliz de vos ver; vou tentar satisfazer-vos... " e uma

forma de descontrair o cliente que entra. Força-o a sorrir em resposta e cria um

desanuviamento físico.

O sorriso dá segurança e cria um clima favorável entre o vendedor e o cliente.

A linguagem corporal

O cliente que entra na loja sente sempre uma certa inquietação, (consciente ou não): medo

de não encontrar o que procura, medo de não ser servido ao preço mais justo.

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O ar seguro, os gestos comedidos do vendedor, dar-lhe-ão uma impressão de calma e de

segurança.

Um ar enérgico e decidido, sem poses indolentes, mas pelo contrário, costas direitas,

olhando a pessoa nos olhos sem dar uma impressão de franqueza, irão aumentar o poder

de persuasão. Importante é também o evitar de tiques inconscientes que dão um ar

hesitante e desajeitado.

A voz

A voz é igualmente um elemento importante para o sucesso da venda. É, também, através

da voz clara e segura que se consegue captar a atenção do interlocutor e transmitir

credibilidade, pelo que a voz desempenha um papel primordial.

Neste domínio devemos levar em conta os seguintes aspetos:

A velocidade

Vai determinar a rapidez ou lentidão com que se fala:

Falar com rapidez pode ser percecionado como nervosismo, ansiedade e

insegurança impossibilitando uma boa captação do exposto.

Falar devagar pode provocar tédio no interlocutor, ou mesmo que este se alheie

do que está a ser dito.

O volume

É um aspeto determinante para se estabelecer o melhor tom que vai requerer a altura da

voz, a fim de esta se apropriar ao local e ao interlocutor. Falar muito alto pode demonstrar

agressividade e falar baixo pode ser um sinal de insegurança e timidez.

O timbre

Está ligado às características físicas de cada um. Apesar de não ser fácil alterar o timbre de

voz, esta poderá permitir que a voz seja bem colocada e agradável;

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A entoação

Permite dar ênfase à voz. Deve usar-se dinâmica na comunicação e evitar falar de forma

monótona. Por um lado, a pessoa que articula as palavras com uma entoação excessiva

pode passar a impressão de ser arrogante, mas ao apresentar pouca entoação vai denotar

cansaço ou desânimo.

As palavras

Todas as palavras que possam inquietar o interlocutor devem ser completamente banidas:

acidente, risco, perigo, arrependimento, cuidado, aborrecimento...

Pelo contrário devem utilizar-se palavras de confiança: tranquilidade, segurança, beleza,

satisfação, vantagem. O cliente ficara assim certo do bem-estar que lhe vai permitir o objeto

adquirido.

Preste atenção ao utilizar

Verbos no condicional: Eu poderia ajudá-lo? (Diga: Eu posso ajudá-lo?) - Quem

gostaria de falar? (Diga: Quem deseja falar?)

Verbos no gerúndio: Vou estar verificando a situação. (Diga: Vou verificar a

situação.)

Expressões que demonstrem insegurança: Eu acho / eu penso / talvez / não tenho

certeza / etc.

Expressões e termos negativos: Não é possível / problema / difícil / dificuldade /

etc.

Diminutivos: Perguntinha / reuniãozinha / Um minutinho (Diga: Um momento).

Deve-se procurar utilizar

Expressões que transmitem confiança: Tenho certeza de... / Posso afirmar que...

Expressões que demonstrem empatia: Entendo / Compreendo / O senhor tem

razão.

Retórica e Persuasão

A Persuasão é um processo de influência social visando convencer que as nossas propostas

são razoáveis, válidas e mesmo vantajosas para o interlocutor. A persuasão exerce-se

através da comunicação, podendo ser analisada designadamente pelos seus elementos

constituintes (a fonte, a mensagem, o meio e o destinatário).

Assim, a capacidade persuasiva está associada à imagem de credibilidade da fonte, à

capacidade de argumentação, à comunicação verbal «face-a-face» e à técnica da

reformulação que permite uma atmosfera de confiança potenciadora do aprofundamento

dos pontos de vista do interlocutor.

A retórica é a arte de falar com eloquência, com o objetivo de persuadir, isto é, levar alguém

a crer, a aceitar ou a decidir fazer algo.

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A comunicação argumentativa, no sentido retórico, é uma relação intersubjetiva que

pressupõe determinadas condições, como:

A existência de uma língua comum;

O carácter persuasivo do discurso;

O recurso a estratégias de persuasão;

O recurso a técnicas psicológicas e a elementos capazes de desencadear estados

emocionais;

Utilização de imagens e/ ou sons para criar um ambiente adequado à mensagem

a transmitir e à reação a obter.

As Estratégias Discursivas mais usadas são:

Exemplos e analogias, ou seja, situações reais ou fictícias, para facilitar a

compreensão da mensagem;

Metáforas e alegorias, ou seja, apelar à imaginação para motivar e facilitar a

compreensão da mensagem;

Repetição de uma ideia, ou seja, insistir numa ideia-chave;

Alteração do tom de voz, ou seja, modular a voz e usar o tom adequado para

induzir estados emocionais;

Uso de emoções, ou seja, usar a dramatização, sedução amorosa e o jogo para

produzir emoções favoráveis;

Linguagem gestual, ou seja, comunicar através do movimento.

Ironia, ou seja, dizer o contrário daquilo que as palavras significam, alterando o tom

de voz ou sorrindo.

Escuta ativa

A preocupação do negociador não deve centrar-se, exclusivamente, no facto dos seus

argumentos serem convincentes ou não. O sucesso não dependerá apenas da sua

capacidade de argumentação mas, muito também, da forma como escuta o que se diz.

Está em causa, numa relação de comunicação, a capacidade de emitir palavras mas

também a aptidão para ouvir o interlocutor e compreender o que ele disse ou quis dizer.

Desenvolver uma escuta real, ativa, é uma das condições para a comunicação, e é mais do

que simplesmente ouvir: requer atenção, prática e é uma participação na comunicação,

porque quem escuta demonstra atenção, paciência e interesse e um espírito aberto e tudo

isso é comunicado na forma como escutamos os outros.

Provar que estamos atentos ao que o cliente nos diz gera empatia e cria uma relação mais

favorável à negociação. Se falamos, depois de ouvir, as palavras devem aludir ao que

escutámos, resumindo o que ouvimos, ou demonstrando compreensão.

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A escuta ativa encoraja o cliente/ utente a explicitar as suas necessidades, ao mesmo tempo

que dá a quem atende a certeza de estar a compreender o que ele está a dizer. De facto,

temos a tendência para ouvir o que queremos ouvir e ver o que queremos ver.

Devido a este facto, a mensagem recebida por nós é muitas vezes completamente diferente

daquela que o emissor desejava transmitir. As melhores ocasiões para recorrer à escuta

ativa são quando não estamos certos de ter compreendido o emissor ou quando é

transmitida uma mensagem fortemente emocional (uma reclamação, por exemplo).

Quando usamos a escuta ativa, estamos a enviar um sinal ao cliente de que confiamos nele,

de que damos importância às suas palavras e de que o estamos a ouvir. Isto faz com que

em troca, o cliente se sinta mais confiante e tenha prazer em estar com quem o atende.

Qualidades de um bom ouvinte:

a) Ser paciente;

b) Ter capacidade de concentração;

c) Ter foco;

d) Falar de forma positiva e animada;

e) Não fazer deduções;

f) Atentar à personalidade do interlocutor;

g) Ter cuidado com o espaço físico envolvente;

h) Agradecer.

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Técnicas de negociação

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Técnicas de negociação A negociação pode-se desenvolver, em diversos âmbitos e entre diversos interlocutores ou

partes. Ou seja, pode ser feita:

Entre partes ou de massas

Entre pessoas singulares;

Entre empresas;

Entre empresas e associações coletivas (sindicatos ou associações empresariais);

Entre associações coletivas, sendo que estas podem ter um âmbito regional,

nacional ou internacional e de direito nacional ou direito internacional.

A negociação entre pessoas coletivas singulares verifica-se na vida corrente.

Nas associações de representação coletiva, em regra a negociação tem lugar quando

envolve empresas ou associações patronais e sindicais e desenvolvem-se no âmbito de

uma atividade económica.

A negociação pode envolver por um lado os interesses diretos ou os interesses diferidos.

Quando o interesse é direto, estaremos perante a negociação em que os interessados

assumem o papel de interveniente direto.

Quando existem interesses diferidos, os interesses a defender são de terceiros,

normalmente, esta negociação é desenvolvida quando a lei atribui poderes de

representação às associações coletivas, mormente a associações sindicais.

Sempre que a negociação é desenvolvida por associações sindicais (no âmbito nacional,

europeu ou mundial), teremos o que se designa por negociação coletiva vinculada.

Em conclusão, a negociação desenvolve-se em diversos níveis, entre diferentes atores,

como seja entre particulares (pessoas singulares) e pessoas coletivas (empresas,

associações patronais e associações sindicais), neste contexto ganha particular destaque a

negociação coletiva por criar direitos e obrigações para terceiros

Argumentação

A razão primordial de uma compra é a necessidade que o produto deve satisfazer. Não

devemos nunca perder de vista do que o cliente vem à procura. Toda a argumentação

repousa neste elemento, conhecido desde o momento em que o vendedor iniciou o

diálogo com o cliente.

Depois do vendedor mostrar delicadamente um certo número de artigos ao seu cliente

deve em seguida observar as suas reações perante cada um deles; se algum lhe interessar

ele terá tendência instintiva a olha-lo, a tocá-lo, a colocar questões a seu respeito. É o

momento decisivo da ação do vendedor, que terá de argumentar corretamente para

conseguir a venda.

Dizer de um artigo que é "de boa qualidade" é muito banal e faz apelo a uma noção

abstrata que, à forca de ser utilizada em qualquer situação não quer dizer grande coisa.

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Pelo contrário, o vendedor deve indicar claramente as qualidades do artigo (solidez,

resistência...) e o seu valor pratica na vida corrente (utilidade, estética, longevidade...).

Algumas técnicas de Argumentação:

Evitar empregar logo de início o argumento mais forte

Ordenar a argumentação num sentido crescente

Alternar os elementos fortes e fracos, situando o argumento determinante no meio

ou no fim

Aplicar a repetição e a redundância dos argumentos

Eliminar exageros, os superlativos

Utilizar argumentos precisos, nítidos, coloridos

Esforçar para transformar os pontos fracos da proposta em pontos fortes. Não

recear apresentar os inconvenientes os serviço, aumentando assim a credibilidade

do agente

Evitar falar dos argumentos da concorrência, evitar denegri-la

Evocar problemas que se sabe serem as preocupações do cliente e mostrar-lhe que

se conhecem

Utilizar vocabulário simples, correto, imaginativo, sugestivo

Evitar utilizar termos técnicos que o cliente não entenderá

Citar histórias ou exemplos fruto de experiências no terreno

Ilustrar o produto por meio de imagens impressionantes e cenas sugestivas

Utilizar palavras novas e diferentes para impressionar, marcar

Fazer constantemente perguntas que apelem a respostas positivas e que certifique

que a proposta foi compreendida e aceite

Falar sempre no presente da narração

Ser otimista. Utilizar palavras alegres, joviais, anunciadoras de boas notícias e não

utilizar palavras negativas

Usar o bom humor.

Estratégias de atuação:

1. Com base na sua experiência, ou outras fontes de informação, reúna e mantenha

disponível um conjunto de factos concretos que comprovem as vantagens

associadas às dúvidas que os clientes apresentam.

2. Observe a atitude do cliente: se está realmente interessado, sente-se inseguro. Por

isso, duvida. Considere isso um sinal positivo. Reafirme a sua vantagem e

demonstre-a.

3. Utilize apenas factos que o cliente possa verificar por si próprio.

4. Nunca coloque a sua palavra contra a palavra do cliente. Em caso de persistência

de dúvida, utilize outro facto. Previamente, investigue que tipo de referência o

cliente melhor aceitaria. Se puder dê-lhe essa e não outra.

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5. Prepare cuidadosamente as demonstrações do produto. Tal como uma boa

demonstração convence à compra, uma demonstração desastrada causa má

impressão e pode arruinar o negócio.

Tratamento das objeções

Qualidade, valor, serviço e preço são os quatro elementos necessários à venda. Só que são

insuficientes. Por melhor que seja a sua proposta há sempre o risco de o cliente levantar

objeções.

Mas ao contrário do que se pensa, as objeções até podem ser positivas já que demonstram

interesse na compra. O pior cliente é o que assiste silencioso e quieto à apresentação de

um produto.

Por outro lado, as objeções podem ser úteis pois revelam as áreas em que os clientes são

mais sensíveis. Logo, em vez de reagir emocionalmente a uma eventual objeção procure

antecipar quais são e qual será a sua estratégia de resposta. Eis algumas dicas:

Apesar de haver um grande número de objeções podemos dividi-las em quatro tipos:

Tempo

A maioria dos clientes gosta de ter tempo para tomar grandes decisões, principalmente

quando envolvem dinheiro e risco. O pedido de adiamento deve ser ultrapassado com a

apresentação de vantagens da aquisição imediata.

Preço

Esta objeção levanta-se cedo no desenrolar do processo de venda. É habitual o cliente

considerar o produto caro, qualquer que seja o preço referido.

Devemos dissipar esta resistência através da demonstração da qualidade e outros

benefícios do nosso produto e não centrar a nossa apresentação no preço do produto. O

objetivo é centrar a discussão no valor do produto e não no preço.

Fonte

Este tipo de objeções surge quando há um pensamento negativo acerca do produto. O

vendedor deverá saber qual o verdadeiro problema que leva o comprador a fazer essa

objeção, levando factos que vão de encontro a esse problema.

Concorrência

Este tipo de objeção é mais frequente no contacto com clientes potenciais novos que

preferem os fornecedores atuais e não pretendem mudar. Só ultrapassaremos esta barreira

através da demonstração de benefícios adicionais ou pela descrição de um benefício que

o concorrente não apresenta.

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Em suma, trate sempre as objeções como pedidos para mais informações. Ouça com

atenção e procure contrariá-las. Aceite as recusas com gratidão e siga em frente. Não se

esqueça de que muitos problemas, não têm, de facto, solução.

Pode-se dizer que:

Quanto melhor for a apresentação do produto, menos objeções haverá.

Cerca de 70% das objeções surgem de uma apresentação mal feita e incompleta,

quando se preocupa em conhecer a verdadeira necessidade do Cliente e dar-lhe

um produto adequado.

As objeções podem ser apenas dúvidas para convencer-se da compra. O Cliente

quer que o convença da sua decisão, procura segurança.

Deve-se pensar que é melhor que se exponham todas as dúvidas e objeções, pois

pode-se sempre responder, enquanto que um cliente passivo não comenta nada.

Estratégias de atuação:

1. Avaliar se o aspeto negativo é realmente uma OBJEÇÃO, ou seja, se constitui

mesmo um sério obstáculo ao negócio. Se esse for o caso, decidir se é uma

OBJEÇÃO FALSA ou VERDADEIRA.

2. Quando o aspeto negativo referido pelo cliente é apresentado como não sendo

uma relevante limitação ao negócio, evitar cuidadosamente discutir com o cliente

e, pelo contrário, permitir-lhe que ganhe esse ponto.

3. Se a OBJEÇÃO for VERDADEIRA, ou seja, corresponder a um aspeto negativo no

caso do cliente, não segue esse facto nem se mostre intimidado. Toda a decisão é

um balanço. Compare os aspetos positivos da sua oferta com essa objeção, levando

o cliente a reduzir a importância da objeção e a descobrir consigo formas de a

minimizar na prática.

4. Se a OBJEÇÃO é FALSA, ou seja, não corresponde a real limitação mas a errada

perceção, deverá ter o maior cuidado para não implicar na sua resposta a ideia que

o cliente é pouco inteligente. Nesse caso, vencerá a objeção mas perderá o cliente.

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A OBJEÇÃO FALSA deve ser tratada com o fornecimento de informação e com o

uso da Pesquisa e Comprovar Compreensão, de modo a levar o cliente a aperceber-

se, por si próprio, que a objeção não é válida. Se isso não chegar a suceder tratará

a objeção falsa como se de uma verdadeira se tratasse.

A maior causa do falhanço nas vendas é o medo da rejeição que, muitas vezes, representa

um sinal da falta de confiança nas suas capacidades. Quem não tem uma atitude de vitória

tende a encarar a rejeição do lado pessoal.

O cliente que declina uma proposta está a rejeitar a transação e não a pessoa. Estar

consciente desse facto ajuda o vendedor a manter-se calmo, paciente e persistente: três

dos principais requisitos para uma boa venda.

Por outro lado os clientes com uma atitude negativa, cuja negociação causa frustração

pessoal, devem ser evitados. Quem compra um produto ou serviço deseja melhorar a sua

situação, resolver um problema, ou poupar dinheiro. Os pessimistas não creem que algo

possa ser melhorado, logo raramente compram.

O vendedor de sucesso consegue enfrentar as objeções dos clientes no momento e contra-

argumentar, tendo sempre o discernimento necessário para não transformar a venda numa

guerra psicológica interminável. Não teme a abordagem de venda, pois sabe que se esta

não resultar, não é a sua pessoa que é rejeitada, mas sim o seu produto ou a forma como

o escolheu apresentar.

Para ele o fracasso não é só o obstáculo, é o meio que lhe ensina o que a formação prévia

não consegue e o instrumento que lima as arestas do seu estilo de venda.

Algumas estratégias para superação do fracasso e gerar novas oportunidades:

Manter os vendedores a produzir ativamente, demonstrar apreço pelo esforço e

pelos resultados

Promover a formação adequada

Tornar o trabalho divertido

Fazer da variedade uma forma de gestão

Permitir aos vendedores fazer o maior número de escolhas

Maximizar a participação dos vendedores, fomentar o envolvimento na tomada de

decisões

Encorajar a interação e o trabalho de equipa

Encorajar a auto avaliação, ideias e sugestões

Criar um clima de apreciação

Tratar os vendedores com respeito e reconhecer a sua importância na organização.

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As perguntas

Às vezes esquece-se de algo tão elementar como o perguntar. Nalgumas ocasiões parte-

se do princípio que as necessidades dos clientes e os seus gostos ou interesses são os

mesmos que os do vendedor. Deve-se acabar com estes hábitos e Perguntar. Esta é a chave

de todo o processo de venda com êxito.

As perguntas permitem:

Evitar perdas de tempo com questões desinteressantes ou já esclarecidas no

espírito do cliente

Concentrar os esforços nas matérias que verdadeiramente interessam ao cliente

Evitar desvalorizar os serviços em áreas que, para o vendedor, serão fracos, mas

que, para o cliente, ou não lhe interessam ou são boas.

É apresentando questões que se esclarece o que o cliente pretende exatamente, criando

as condições favoráveis às respostas mais adequadas, quer na oferta de serviços como em

argumentos.

Para tomar as rédeas de uma conversa é necessário fazer perguntas diferenciadas e

estruturá-las de forma a conduzir o diálogo para os objetivos a alcançar. Uma das

estratégias é utilizar uma pergunta matriz através da qual é possível dirigir uma negociação,

tendo em atenção os gestos e movimentos do interlocutor.

Assim, para construir uma argumentação verbal é necessário:

Ter capacidade para fazer perguntas adequadas;

Dominar as técnicas para "evitar o não";

Definir estratégias mais eficazes para enfrentar situações em que o interlocutor

decide recusar;

Orientar o diálogo para uma meta concreta;

Erradicar o hábito de se exprimir por afirmações.

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Perguntar é importante, mas é necessário saber “colocar” a pergunta no momento certo, e

por forma adequada evitando o ser impertinente.

As perguntas devem ser amáveis e apresentar-se sempre como instrumento importante de

esclarecimento, como desejo sincero de ouvir a opinião do cliente, ou seja:

Visando obter esclarecimentos:

Ex:

Na sua opinião qual seria?

Acha que poderemos estar de acordo...

Considera que é importante...

Para retomar um tema:

Ex:

Importa-se que voltemos atrás?

Poderemos retomar o...,

Parece-lhe que será oportuno...

Para seguir:

Ex:

Acha que o nosso serviço de ...

Poderá satisfazer o que pretende?

Que pensa da ideia de...,

Saber perguntar exige treino e experiência. Quem sabe perguntar obtém todas as

informações que pretende, a começar pela descoberta de quais as verdadeiras

preocupações, necessidades e interesses do cliente.

Para um bom treino e saber perguntar, é conveniente ter em atenção que deve:

Formular as perguntas de forma a facilitar a resposta

Usar formas simples de perguntar, linguagem clara

Adequar a pergunta à pessoa de quem pretende a resposta

Utilizar um tom natural e amistoso

Usar a fórmula adequada à finalidade da pergunta.

Deve ter-se sempre em conta que perguntar permite:

Ultrapassar objeções

Obter informações

Analisar detalhes

Suscitar necessidades ou desejos

Mostrar consideração e respeito.

Estratégias de atuação:

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1. Observe, em cada momento, a disponibilidade do seu cliente para prestar

informações e a sua necessidade delas.

2. Se encontrar boa recetividade, ou não souber qual a atitude do cliente, pesquise

de forma aberta e direta,

Ex.:

Que tipo de contrato deseja?

3. Se o cliente desejar falar, mas é cauteloso e reticente, use pesquisa aberta mas

indireta,

Ex.:

Qual seria o tipo de contrato que poderia eventualmente aceitar?

4. Quando quiser um dado concreto use pesquisa fechada direta se pretender

informações exteriores ao seu interlocutor,

Ex.:

Quantos empregados?

Quantos metros quadrados?

e pesquisa fechada indireta, se as informações se referirem ao seu interlocutor,

Ex.:

O Sr. Poderia na próxima quinta-feira?

Ainda não teve possibilidade de....?.

5. Se pretender orientar a conversa numa determinada direção ou levar o cliente a

escolher entre dois possíveis rumos de negociação, faça pesquisa fechada direta se

se sentir seguro do terreno que pisa.

Ex.:

Parece-me que esta questão está arrumada, vamos passar à marcação de datas?

e indireta se quiser conservar a hipótese de recuo,

Ex.:

Talvez não haja muito mais a dizer sobre isto, poderíamos, por exemplo,

abordar a questão das datas?

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Alternativa positiva

É muito natural que o cliente esteja pouco interessado, ou mesmo indiferente às

características favoráveis do seu produto, uma vez que não tem, por vezes de imediato,

consciência clara das vantagens que elas proporcionam. Não adianta portanto fazer uma

apresentação detalhada e extremamente técnica do seu produto se o cliente ou não

percebe um terço, ou não está interessado.

O cliente deverá tomar conhecimento que, tal como ele, outros em situações iguais têm

problemas semelhantes e que, provavelmente, alguns já os resolveram com o seu produto

ou com um produto similar.

Assim, mais facilmente aceitará que lhe seja referida uma situação geral, integrando-o nela,

e mostrando que no dele o produto apresentado responde a essa necessidade. Esta técnica

respeita a lei de passagem do geral ao particular.

Falar-lhe simplesmente do produto não despertará o interesse do cliente. Não são as

características que o convencerão à compra, porque aquilo que realmente em que o cliente

se concentra é nos seus problemas e na necessidade que tem de os resolver. Só essa

linguagem lhe interessará.

A escolha de determinado produto deve ser vista como uma reação a uma situação que

angustia ou causa desconforto ao cliente e não porque este procedeu à descoberta de algo

maravilhoso que pode mudar a sua vida, embora muitos negociadores procurem exercitar

esta filosofia, ludibriados pela ideia que só deles depende o facto de vender ou não.

O cliente deverá ser comprador, e não será induzido a isso pela argumentação convincente

do negociador. Convença-se que o cliente raramente se deixa enganar porque desenvolveu

defesas e um espírito crítico que rastreia muitas dessas situações.

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Assim, o argumento do negociador terá de seguir a ordem normal de nascimento e

desenvolvimento de qualquer produto: deverá falar das necessidades gerais no mercado

que obrigaram à criação de soluções, mostrando em seguida que o seu produto é uma

dessas soluções.

Referir uma necessidade existente no mercado, relacionada com uma característica do seu

produto, e como outros se satisfizeram com ela. Detalhar a vantagem associada, explicando

como o seu produto satisfaz essa necessidade no caso específico do cliente.

Estratégias de atuação:

1. Estude e observe o cliente, de modo a detetar problemas que o seu produto possa

resolver bem.

2. Se não conseguir detetar um problema desse tipo, baseie-se num cliente

semelhante que conheça. Sugira que “hoje, muitos clientes como o Sr. Têm o

problema de ...”.

3. Refira-se ao seu produto como sendo o resultado da procura, isto é, existe porque

há problemas a resolver, necessidades a suprir.

4. Faça o cliente sentir que está integrado num segmento de pessoas como ele,

preocupadas com problemas semelhantes.

5. Se o cliente gostar de ser diferente, sublinhe o que diferencia o seu produto.

6. Se o cliente for conservador e gostar de integrar a corrente principal, sublinhe que

muitas outras pessoas já fizeram a opção que lhe propõe.

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Apresentação do preço

O tema do preço pode ser uma objeção e é a que dá mais medo de responder. O preço é

só um sacrifício que se faz para obter algo que se deseja.

Se surge de forma antecipada deve-se deixá-lo para o final.

Não se dá até que lhe seja pedido.

Pode ser uma demonstração de interesse. “Quanto é que tudo isto me vai custar?”

Não se deve perguntar ao Cliente quanto quer gastar, pois está-se a limitar as

possibilidades.

Não se deve julgar o Cliente pela sua aparência.

Justificar sempre tanto um preço alto como um baixo, e explicar porquê.

Só se apresenta o preço quando o Cliente pôde apreciar o interesse da Proposta.

Comparar o preço com aquele que o cliente faz dos seus produtos.

Quando o cliente pede uma redução ou uma concessão, negociar uma

contrapartida.

Precisar as vantagens do produto em comparação com o preço.

Mostrar ao cliente o que perde senão comprar.

Apresentar um preço preciso do qual se possam retirar os elementos que o

compõem.

Evitar os números redondos, são imprecisos.

Dado/Preço/Vantagem

Explica-se o produto, dá-se o preço e diz-se o que inclui, desta forma o impacto do preço

não e tão grande.

O preço médio:

Deve-se oferecer um produto de preço médio dentro da gama de produtos, ou seja, não

se deve oferecer nem o mais baixo nem o mais elevado. Sempre depois de argumentar o

dito produto.

Se o Cliente fica em silêncio devem-se oferecer produtos mais económicos. Se lhe parecer

bem, pode-se oferecer produtos de preço mais alto. Desta forma tem-se sempre uma

margem com que se pode movimentar.

Tem que se estar ciente que o Cliente às vezes tem uma ideia errada de quanto custam as

coisas ou de quanto pode gastar.

No entanto, quando se fazem orçamentos, deve-se mencionar varias categorias de preços

para dar possibilidade de escolha: um baixo, um médio e outro mais alto.

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Estratégias de atuação:

1. Observe a evolução da conversa, de modo a detetar sintomas de aceitação.

Poderão assumir a forma de comentários positivos, silêncio, ações de posse do

produto, entre outras.

2. Se considerar que o cliente já possui razões suficientes para adotar a sua oferta

resuma os aspetos positivos concordados, e apenas esses, sem fazer qualquer

referência a outros aspetos, quer positivos mas não concordados, quer objeções

não resolvidas.

3. Não refira nada de novo. Qualquer palavra a +mais, nesta fase, pode significar o

recuo do negócio à discussão.

4. Proponha uma ação que seja a continuação lógica do acordo obtido, mas cuja

realização implique a aceitação tácita desse acordo. É a esta ação, e não ao acordo,

que o cliente vai dar o seu assentimento.

5. Aguarde em silêncio a resposta do cliente, demore o tempo que demorar. Com o

seu silêncio, obrigará o cliente a manifestar explicitamente a sua decisão.

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Técnicas de venda

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Técnicas de venda Vender é a arte de saber identificar qual o cliente que poderá ter necessidade e/ou interesse

no produto que você vende, conversar com ele para perceber o que ele realmente precisa,

aconselhá-lo sobre a melhor solução para o caso dele, ajudá-lo a comprar e depois fidelizá-

lo.

Essa arte pressupõe que o vendedor possua ou desenvolva 3 Saberes e os use

adequadamente em cada situação:

Saber conquistar confiança;

Saber fazer perguntas;

Saber vender benefícios.

Antes de mais, convém ainda esclarecer que o conceito de Produto (que a empresa vende)

significa uma de três coisas ou combinações dessas coisas:

um Produto pode ser um bem tangível;

um Produto pode ser um serviço;

um Produto pode ser uma ideia ou uma informação.

Um Produto é tudo o que tem valor e pode ser vendido.

As empresas devem cada vez mais desenvolver Produtos que sejam combinações de duas

dessas coisas ou até mesmo combinações de todas elas, como forma de se diferenciarem

da sua concorrência.

Identificação das motivações e necessidades

A motivação é a força propulsora (desejo) por trás de todas as ações de um organismo. É

o processo responsável pela intensidade, direção, e persistência dos esforços de uma

pessoa para o alcance de uma determinada meta.

As pessoas são diferentes no que toca à motivação:

As necessidades variam de indivíduo para indivíduo;

Os valores sociais também são diferentes;

As capacidades para atingir objetivos, também diferem;

Os objetivos são distintos de pessoa para pessoa;

As necessidades, os valores e as capacidades variam no mesmo indivíduo conforme

o tempo.

Todo o comportamento humano é motivado. A motivação, no sentido psicológico, é a

tensão persistente que leva o indivíduo a alguma forma de comportamento visando à

satisfação de uma ou mais determinadas necessidades. Daí o conceito de Ciclo

Motivacional.

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O Ciclo Motivacional pode ser assim explicado: O organismo permanece em estado de

equilíbrio psicológico (equilíbrio de forças psicológicas), até que um estímulo o rompa e

crie uma necessidade. Essa necessidade provoca um estado de tensão em substituição ao

anterior estado de equilíbrio.

A tensão conduz a um comportamento ou ação capaz de atingir alguma forma de

satisfação daquela necessidade. Se satisfeita a necessidade, o organismo retornará ao seu

estado de equilíbrio inicial, até que outro estímulo sobrevenha. Toda a satisfação é

basicamente uma liberação de tensão, uma descarga tensional que permite o retorno ao

equilíbrio anterior.

O motivo é a razão que leva o organismo a agir; é o estado do organismo pelo qual a

energia é mobilizada e dirigida a determinados elementos do meio.

No ciclo motivacional existem geralmente três etapas: necessidade, impulso e resposta

(meta).

É a necessidade (estado de falta fisiológica ou psicológica) que origina o impulso ou pulsão.

O impulso é a força que impele a pessoa à ação, ao conjunto de comportamentos que

permitem atingir o objetivo. O impulso termina quando a meta, o objetivo, é alcançada. Se

a meta é atingida, a necessidade é satisfeita e o impulso é reduzido.

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O comportamento motivado está intimamente ligado ao funcionamento do sistema

endócrino e a diferentes estruturas do sistema nervoso.

No ciclo motivacional, a necessidade pode ser:

Satisfeita: Se a necessidade for satisfeita, deixa de ser motivadora de

comportamento, já que não causa tensão ou desconforto.

Frustrada: Neste caso a tensão provocada pelo surgimento da necessidade

encontra uma barreira ou um obstáculo, provocando agressividade,

descontentamento, tensão emocional, apatia, indiferença.

Compensada: Acontece quando a satisfação de uma outra necessidade reduz a

intensidade de uma necessidade que não pode ser satisfeita.

Na venda, após a primeira fase que é ganhar a confiança, vai-se averiguar as necessidades

do Cliente, o que está à procura, que expectativa tem, que tipo de cliente é, etc.

E indispensável obter a maior informação possível por parte do Cliente. Desta investigação

dependerá algo tão importante como a oferta do produto ou serviço que o Cliente procura.

Pode-se mesmo dizer que, se não se realiza eficazmente esta tarefa de averiguar as

necessidades, tem-se grandes dificuldades em fechar a venda, e, se a fechar, corre-se o

risco que o Cliente anule a compra pois o produto que lhe vendemos não é o que cobre

as suas necessidades e não corresponde às suas expectativas.

O Cliente pode trazer uma ideia incorreta e inadequada do que realmente deseja, daí a

importância de averiguar o que realmente quer.

A venda traduz-se num acordo de vontades e, por isso, ela é uma relação psicológica que

se estabelece entre comprador e vendedor. O serviço que se vende não é o objetivo

fundamental da venda mas apenas o meio através do qual se satisfazem necessidades.

Então o que se compra é a satisfação de necessidades e em consequência, nunca se

vendem serviços, mas a ideia de satisfação de necessidades.

Assim, a venda é um processo através do qual o vendedor convence o comprador das

vantagens que este usufrui quando compra, pela satisfação das necessidades que essa

compra lhe proporciona.

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O bom vendedor é justamente aquele que faz sentir ao comprador o desejo de usufruir

dos serviços que tem para vender, por sentir que lhe vão proporcionar uma satisfação de

necessidades.

Os clientes apresentam, de um modo geral, quatro necessidades básicas que é preciso

satisfazer, são elas:

A Necessidade de ser compreendido.

Quem escolhe um determinado serviço tem a necessidade de sentir que está a comunicar

bem. Isto é, a mensagem que transmite deverá ser corretamente interpretada. Emoção ou

barreiras linguísticas deverão ficar ultrapassadas pelo bom entendimento.

Se o cliente tiver algumas dificuldades em expressar o que deseja, o funcionário deverá ser

capaz de descodificar a mensagem do cliente, fazendo perguntas abertas e utilizando uma

linguagem positiva.

Este tipo de necessidade pode ser manifestada de várias formas, porém a mais comum, é

repetir várias vezes a mesma informação; falar devagar; falar alto; zangarem-se quando

acham que não estão a ser compreendidos; ou levarem consigo um familiar ou amigo que

os ajude a explicar-se.

A Necessidade de ser Bem Recebido.

Qualquer pessoa que, ao negociar com o vendedor ou outro funcionário, se sinta

deslocada, não voltará a fazê-lo. As pessoas têm necessidade de sentir que o funcionário

da empresa tem prazer em vê-las e que o que os negócios que fazem têm importância,

assim como o serviço que solicitam.

Esta necessidade manifesta-se quando os clientes olham em volta antes, ou logo após a

sua entrada no estabelecimento.

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A Necessidade de se Sentir Importante.

O ego e a autoestima são poderosas necessidades humanas. Todos gostamos de nos sentir

importantes. Tudo o que o funcionário pode fazer para que o cliente se sinta especial é

meio caminho andado para o sucesso na relação com o mesmo.

Contribuir para a autoestima e a autoconfiança do cliente é contribuir para fidelização do

mesmo. Além disto, um cliente com autoestima trata-se bem, portanto está mais disponível

para adquirir certos produtos ou serviços.

Esta necessidade é muitas vezes evidenciada por alguém que “dá nas vistas” ou brilha sobre

os seus conhecimentos. Também se manifesta pela exibição de dinheiro, joias ou vestuário

exuberante.

A Necessidade de Conforto.

Os clientes precisam de conforto físico: um lugar para esperar, descansar, falar ou negociar.

Também precisam do conforto psicológico: a garantia de que serão bem tratados e a

confiança de que aquela organização lhe satisfará as suas necessidades.

Esta necessidade é revelada por pessoas que adoecem com facilidade, são nervosas ou

inseguras de si próprias quando se sentem desconfortáveis. Também se manifesta, de

forma mais direta, quando é pedida ajuda, assistência ou orientação.

Pode, portanto, definir-se Necessidade como a expressão de uma solução que o cliente

acredita poder resolver o seu problema. Sucede, por vezes, que não temos consciência

direta dos problemas, até que alguém nos questiona acerca de uma dada situação.

Ou então, uma das partes pretende dissimular as suas necessidades por detrás de uma

máscara de “não quero e nem preciso de nada...” ou “a situação é suportável...”, pelo receio

de perder poder negocial para a outra parte. É o bluff que muitos vendedores usam como

modo de se defenderem da pressão contrária.

Passar o cliente do estado de problema para o de necessidade é um passo essencial para

viabilizar um processo de negociação comercial, porque só o cliente em estado de

necessidade está determinado a realizar um negócio.

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Análise e avaliação das soluções possíveis

A procura de necessidades envolve algum estudo, o que leva o vendedor a questionar o

cliente. A informação que resultar da resposta a essas questões, poderá ser uma boa ajuda

para fechar da venda e para pôr em prática ações que levarão ao estabelecimento de uma

relação de confiança vendedor-cliente. A capacidade do vendedor em detetar e resolver

problemas é o segredo de uma venda bem-sucedida.

Os vendedores devem ser bons ouvintes para escutarem bem e para entenderem todos os

sinais transmitidos. Devem ainda vestir a pele do cliente sempre que necessário para melhor

identificarem e entenderem os seus reais problemas

Efetivamente, fazer perguntas consiste numa ferramenta profissional para possibilitar

melhores negócios, em menos tempo, criando melhores relações com clientes mais

satisfeitos.

A satisfação do cliente está estreitamente associada à nossa capacidade de entender os

seus requisitos atuais e de médio prazo. A melhor forma de ir ao encontro do que o nosso

interlocutor pretende é pura e simplesmente fazendo-lhe perguntas, dirigidas e específicas

procura, em suma, pesquisar de modo a obter essa informação.

As pessoas gostam de emitir opiniões, revelando dessa forma as suas atitudes em relação

ao tema em negociação. Pelo contrário, gostam pouco de proporcionar dados concretos

ou de escolher claramente entre dois caminhos possíveis.

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A escolha é sempre um momento de angústia e o decidir é um dos momentos mais

penosos para o cliente. Habitualmente, este não pronuncia livremente as suas necessidades

e prefere evadir-se com expressões como “Pois, mas eu não preciso de nada...”. É a comum

reação perante a ameaça de um aborrecido negociador, que eventualmente o fará comprar

algo de que não necessita, se não tiver cuidado.

Assim, pesquisando, é mais provável que fale livremente, proporcionando muita

informação, se lhes forem colocadas perguntas, de tal modo que a resposta possa ser

ampla.

Acima de tudo, a pesquisa como técnica de conversação com o cliente, tem um mesmo

propósito – obter informações do cliente e maneira a fazer a sua abordagem mais efetiva.

Esta ideia reflete a nova noção do indivíduo que já não se limita a desembrulhar um rolo

de argumentos que, mesmo muito válidos, são arremessados o cliente, sem que este seja

questionado sobre os seus interesses.

É tão simples como questionar-se, depois de cada observação do cliente:

Tenho todas as informações que preciso?

Que mais preciso de saber antes de prosseguir?

Resumindo, pretende-se obter do interlocutor informações sobre qualquer aspeto

relevante para o negócio, como dados sobre a atual situação, problemas e necessidades,

atitudes e opiniões.

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A demonstração da solução

Se já tem um bom conhecimento das carências, necessidades e problemas do seu cliente

está na altura de lhe propor uma solução. A apresentação deve ser totalmente direcionada

para a resolução dos seus problemas.

A melhor forma de o fazer resume-se a três palavras:

Demonstre as características do produto (mostre)

Refira de que forma é que elas lhe trazem benefícios (explique)

Pergunte se esses benefícios são interessantes e porquê (questione).

Uma outra técnica a utilizar nesta fase de apresentação é a de mencionar a excelência dos

seus serviços pós venda.

Não esquecer que a compra é, em grande medida, uma decisão emocional. Logo, ao

apresentar soluções, esteja atento aos sinais emocionais do cliente como o grau de

atenção, os gestos; a expressão facial ou o tom de voz

A demonstração consiste na prova pelo produto e sucede sempre que é dada ao cliente a

oportunidade de verificar por si próprio o que o produto é ou parece ser.

A demonstração pode implicar um funcionamento, como é o caso de uma peça de

software, invisível em si mesma mas cujo funcionamento in loco poderá facultar maior

segurança aos benefícios apresentados, ou uma exibição, como no caso de um terreno, um

imóvel ou uma joia.

A demonstração é um encontro entre o produto e o seu possível futuro possuidor, e é

nessa intimidade que o cliente poderá sentir-se seguro. Não adquirirá nada que já não viu,

empiricamente, que já experimentou e da qual poderá falar a outros com convicção

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Demonstrar o produto, apelando à participação do cliente, explicar os seus benefícios, não

esquecendo os serviços pós-venda e questionar sobre o interesse deste para o cliente é

fundamental para uma apresentação bem-sucedida.

Algumas técnicas de Demonstração:

Ilustrar concretamente o que é dito de uma forma por vezes abstrata

Mostrar sempre material de suporte limpo, sólido, com apresentação cuidada e em

perfeito estado

Fazer gestos seguros, rápidos, vivos, simplificados e nunca em demasia

Utilizar gestos funcionais e utilitários (quando técnicos)

Nunca contradizer o que diz com gestos ou expressões que não condizem

Utilizar gestos estéticos (refere-se à maleabilidade de utilização do objeto, etc.)

Fazer um pouco de encenação

Fazer o cliente participar na demonstração

Tornar a demonstração lúdica, até um pouco divertida

Fazer pausas pequenas entre a demonstração e a argumentação para que o cliente

possa ir assimilando aos poucos.

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A concretização

No decorrer da apresentação do produto, o vendedor deve procurar conduzir ao fecho da

venda. No entanto, este depara-se por vezes com algumas formas de resistência,

traduzidas por ações ou expressões verbais do potencial cliente que revelam dúvidas ou

sentimentos negativos em relação ao produto ou à empresa.

O vendedor deve criar um clima de concordância e não de conflito, apresentando sempre

argumentos alternativos para ultrapassar a resistência.

O processo de venda tem como grande objetivo, o fecho da venda. Um vendedor que não

feche a venda é um mero conversador. Assim, esta fase é a mais importante do processo

garantindo um compromisso entre o vendedor e o comprador em que o primeiro fornecerá

algo em troca do seu pagamento.

Esta fase é portanto bastante importante porque representa o assegurar da venda. E é nela

precisamente, que uma tentativa de fechar muito cedo ou tardiamente resulta muitas vezes

na perda da venda.

Mesmo que o comprador envie vários sinais positivos e de aceitação do produto, o

vendedor deverá sempre perguntar pela opinião e recetividade à compra do primeiro

Para muitos, o Processo de Venda acaba com o Fecho e esquecem-se que é importante

manter uma relação duradoura e conquistar a fidelidade do cliente. Sem acompanhar a

venda, não assistindo o cliente sempre que necessário, enfraquecemos a nossa relação e

não prestamos ao cliente o apoio necessário para facilitar a recompra do produto.

Um acompanhamento honesto, integro e preocupado permite reduzir a dissonância e as

dúvidas do comprador criando por isso uma oportunidade para uma venda futura e uma

referência para um novo cliente.