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António Ramalho
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8. DOENÇAS DA MÁCULA
• CORIORETINOPATIA CENTRAL SEROSA TÍPICA O OCT permite demonstrar diversas características morfológicas da CRCS, nas suas variantes e complicações. Os sinais tomográficos da CRCS aguda incluem:
• Descolamento seroso da retina neurosensorial (provocando elevação retiniana, em forma de dome-shaped, regular, simétrica sobretudo quando se efectuam os cortes horizontais.A espessura retiniana macular apresenta-se pouco modificada).
• Alongamento dos segmentos externos dos foto-receptores • Defeitos da linha hiperreflectiva da união dos segmentos internos e
externos dos foto-receptores. • Preservação da membrana limitante externa • Descolamentos do EPR • Precipitados subretinianoshiperreflectivos (depósitos subretinianos –
formam pequenas protuberâncias habitualmente na face posterior do descolamento seroso foveolar).
• O ponto de fuga é representado no OCT por um pequeno DEP (sinal hiperreflectivo elevado, opticamente vazio).
Fig.8.1 CORIORETINOPATIA SEROSA CENTRAL TÍPICA A – Retinografia – Corioretinopatia serosa central B – OCT – scan horizontal – Descolamento seroso foveolar. C e D – Retinal map – Área branco-avermelhada correspondente.
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ATÍPICA OU CRÓNICA Os sinais tomográficos da CRCS crónica activa incluem:
• Descolamento seroso da retina neurosensorial • Atrofia retiniana • Defeitos da linha de união dos segmentos internos e externos dos
foto-receptores. • Edema quístico intraretiniano • Precipitados subretinianos hiperreflectivos
Os sinais tomográficos da CRCS crónica inactiva incluem:
• Similares aos sinais tomográficos da CRCS crónica activa, excepto a ausência de descolamento seroso da retina neurosensorial.
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Fig. 8.2 CORIORETINOPATIA SEROSA CENTRAL ATÍPICA A – Retinografia – Corioretinopatia serosa central atípica B – OCT – scan horizontal – Irregularidade do EPR. Pequeno descolamento seroso foveolar. C e E – Retinografias – DEP exuberantes numa CRCS atípica D e F – OCT scan horizontal – Elevação em “dome-shaped”, gigantes e múltiplas.
GRAVIDEZ
Fig. 8.3 CORIORETINOPATIA SEROSA CENTRAL GRAVIDEZ A – Retinografia – Corioretinopatia serosa central da gravidez B – OCT – scan horizontal – Descolamento seroso foveolar.
• MEMBRANA EPIRETINIANA A OCT tem a vantagem de quantificar o espessamento induzido pela contracção das membranas epiretinianas. A OCT mostra a membrana e a desorganização da anatomia macular na área foveal. A contracção das membranas epiretinianas provoca diversas anomalias intraretinianas: espessamento retiniano, cavidades cistóides, depósitos sub-foveolares hiperreflectivos. As membranas epiretinianas idiopáticas do idoso evidenciam no OCT anomalias do perfil macular, devido à contracção da membrana. O OCT no bordo livre da membrana apresenta um rebordo hiperreflectivo, por cima da superfície retiniana.
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O aplanamento ou a protuberância da linha do perfil anterior da mácula são as principais consequências da contracção da membrana. Micropregas retinianas. Quando a membrana adere sobretudo no vértice das micropregas retinianas, estas tornam-se mais visíveis. Contracção da membrana epiretiniana, com hérnia foveolar, através duma deiscência da membrana.
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Fig. 8.4 A, E, G e L – Retinografias - Membranas epiretinianas B- OCT scan horizontal – Hernia foveolar. F, H, J,M,N, P e Q – OCT scan horizontal – Linha hiperreflectiva, micropregas, aumento da espessura retiniana. C e D – Retinal map e 3D – Mancha amarelada. O – MLI – aspecto da membrana epiretiniana
• MEMBRANA EPIRETINIANA IDIOPATICA JUVENIL
No OCT apresentam-se espessas e hiperreflectivas. Provocam frequentemente a presença de micropregas retinianas, de tracção, superficiais, ao nível da limitante interna, que convergem para a membrana.
• BURACO MACULAR OCT: O buraco macular toda a espessura consiste num defeito anatómico, caracterizado pela ausência de estruturas anatómicas desde a MLI até ao EPR. O buraco macular primário resulta da tracção vítrea da fóvea, a partir de DPV anómalo.
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Fig. 8.6 BURACO MACULAR PRIMÁRIO A – Retinografia – Buraco macular B, C e D – OCT scan horizontal e 3D –Buraco macular primário
• BURACO MACULAR SECUNDÁRIO OCT: Causado por diversas patologias e não apresentando tracção vítreomacular. Ausência toda a espessura retiniana.
• PSEUDOBURACO MACULAR O OCT revela um espessamento macular, uma verticalização dos bordos da fóvea, uma espessura normal ou ligeiramente aumentada centro-foveolar e uma membrana epiretiniana visível.
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Fig. 8.8 PSEUDOBURACO MACULAR A – Retinografia – Pseudoburaco macular B e E – Retinal map e 3D – Aspecto da lesão em coloração amarelo-avermelhada C e D – OCT scan horizontal – Verticalização dos bordos e espessura retiniana normal E – Foto cedida pela Dra. Angelina Meireles – Pseudoburaco macular F- Foto cedida pela Dra. Angelina Meireles- Verticalização dos bordos.
• BURACO MACULAR LAMELAR OCT: Defeito anatómico foveal em espessura parcial. Perfil foveal irregular, defeito das camadas internas da retina, esquise intraretiniana, com manutenção da camada de foto-receptores.
• ADESÃO VÍTREOMACULAR OCT: Caracteriza-se por um elevação do córtex vítreo, com manutenção de uma aderência a pelo menos 3 mm de diâmetro da área foveal.
Fig. 8.10 ADESÃO VÍTREOMACULAR A e B – Scan horizontal – manutenção da adesão vítrea na área foveolar
• SÍNDROME DE TRACÇÃO VÍTREOMACULAR Consiste numa anomalia da aderência vítreo-macular, na qual a hialóidea posterior é parcialmente está parcialmente descolada da retina, mas permanece aderente ao centro da fóvea. A hialóidea posterior no síndrome de tracção vítreomacular é mais espessa e mais reflectiva do que normalmente.
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A síndrome de tracção vítreomacular provoca essencialmente lesões quísticas foveais.
Fig. 8.11 SÍNDROME DE TRACÇÃO VÍTREOMACULAR A e B – AF e scan horizontal – tracção vítreomacular
• SINDROME TRACÇÃO VÍTREOMACULAR ASSOCIADOA MEMBRANA EPIRETINIANA
Uma membrana epiretiniana está quase sempre associada a uma síndrome de tracção vítreomacular. O OCT permite distinguir o plano da hialóide posterior e o da membrana epiretiniana que reveste a retina.
Fig. 8.12 SÍNDROME DETRACÇÃO VITREOMACULAR ASSOCIADO A MEMBRANA EPIRETINIANA A e B – OCT scan horizontal – Hialoidea descolada em parte. Noutra área apresenta uma aderência intensa com uma membrana epiretiniana.
• ANASTOMOSES CORIORETINIANAS O OCT revela a presença duma elevação do EPR, que faz protusão nas camadas externas da retina. Hiperreflectividade das camadas internas da retina, dando o aspecto típico em “ampulheta”. Espessamento retiniano e locas cistóides adjacentes.
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Fig. 8.13 ANASTOMOSE CORIORETINIANA A– AF – Vaso retiniano a mergulhar para a coróide. Hemorragias retinianas adjacentes. B – OCT – scan horizontal – Elevação hiperreflectiva do EPR, fazendo protusão em forma de “ampulheta” para as camadas externas.
• EDEMA MACULAR
O OCT é uma método excelente que permite a quantificação do espessamento da retina, a identificação dos espaços cistóides e das alterações do EPR. CLASSIFICAÇÃO TOMOGRÁFICA:
• DIFUSO – aumento difuso da espessura das diferentes camadas retinianas na área macular.
• QUÍSTICO- caracteriza-se pela presença de espaços quísticos no interior da retina neurosensorial. Focal ou difuso.
• TRACCIONAL- aumento da espessura macular devido á tracção postero-anterior e/ou tangencial sobre a retina.
• DESCOLAMENTO DO NEUROEPITÉLIO (espaço hiporeflectivo situado entre a retina neurosensorial e o EPR)
• MISTO
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Fig. 8.14 EDEMA MACULAR MISTO A e D – AF – Edema macular cistóide B e F – OCT – scan horizontal – Hialóidea aderente à foveola. Aumento da espessura retiniana. Locas cistóides. Quistos intraretinianos. Descolamento seroso foveolar. C, E e G – Retinal map e 3D – Elevação vermelho-esbranquiçada visível.
• PREGAS CORIORETINIANAS OCT: As pregas corioretinianas surgem como ondulações da retina e do EPR, sem modificar a sua espessura. As pregas coróideas representam ondulações do EPR, enquanto a retina se apresenta plana.
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Fig. 8.15 PREGAS CORIORETINIANAS A e B – Retinografia e AF – Pregas corioretinianas temporal à mácula. C – OCT - scan vertical – Ondulações da linha do EPR e da retina. D – OCT scan horizontal – Ondulações da linha do EPR e da retina.
• RUPTURA CORÓIDEIA OCT: Surge como uma interrupção linear normal do EPR e da coriocapilar. No local da ruptura verifica-se uma imagem com reflectividade heterogénea envolvendo das camadas externas da retina e o complexo EPR-coriocapilar. Na fase de diagnóstico é pouco útil dado evidenciar apenas uma atrofia inespecífica. Na fase sequelar é importante seguir a evolução devido à possibilidade de exsudação intra e subretiniana e NVSR.
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Fig. 8.16 RUPTURA CORÓIDEA A – Retinografia – Traumatismo do segmento posterior,com ruptura coróidea. B e D – Aumento da espessura e reflectividade das camadas internas. Interrupção da linha do EPR. Pequeno DEP associado.
• RETINOPATIA SOLAR OCT: Lesões discretas foveolares com um diâmetro de 50 a 100 µ. Consiste numa interrupção focal na retina externa, na área de junção dos segmentos internos e externos dos foto-receptores.
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Fig. 8.17 RETINOPATIA SOLAR A – Retinografia – Retinopatia solar B e C – Retinal map – Área azulada foveolar D – MLI – Depressão visível E e F – Interrupção focalizada na união dos segmentos externos e internos dos foto-receptores ao nível da área foveolar.
• ESTRIAS ANGIOIDES
OCT: Retina neurosensorial e perfil foveolar normal. Irregularidade e hiperreflectividade, com ondulações da linha do EPR. Fluido subretiniano e NVSR podem estar associados.
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Fig. 8.18 ESTRIAS ANGIÓIDES A e D – Retinografias – Estrias angióides B, C e E – OCT scan horizontal – Irregularidade manifesta com ondulações e hiperreflectividade da linha do EPR.
• MIOPIA DEGENERATIVA OCT: Achados tomográficos:
• Tracção epiretiniana (do tipo tangencial (membrana epiretiniana) ou antero-posterior (vítreomacular).
• Espessamento retiniano • Descolamento plano da retina • Foveosquise macular • Buraco da macula (lamelar ou de espessura total)
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• Locas cistóides • Alterações do EPR (atrofia, migração pigmentar) • Alterações da membrana de Bruch (lacquer cracks, NVSR)
Fig. 8.19 MIOPIA DEGENERATIVA OU PATOLÓGICA A, C e E – Retinografias –Atrofia corioretiniana miópica B, D e F – OCT scan horizontal –Diminuição da espessura retiniana. Hiperreflectividade reflexa da esclera.
• MIOPIA DEGENERATIVA COM NVSR
OCT: Lesão ovalada, bem delimitada estendendo-se acima da linha do EPR. A retina suprajacente está ligeiramente aumentada de espessura. Fluido subretiniano adjacente. Efeito sombra posterior, abaixo da lesão neovascular. Hiperreflectividade da coróide, devido à atrofia pigmentar.
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Fig. 8.20 MANCHA DE FUCHS A – Retinografia – Mancha de fuchs. Hemorragia sibretiniana. B – OCT scan horizontal – Lesão ovalada hiperreflectiva a estender-se para a retina suprajacente. Efeito sombra posterior .
• ESTAFILOMA POSTERIOR OCT: Marcada concavidade da parede posterior do globo ocular induzida pelo estafiloma.
Fig. 8.21 ESTAFILOMA POSTERIOR A – Retinografia – Estafiloma posterior B e C – Retinal map e 3D – Concavidade evidente D – OCR scan horizontal –Concavidade de toda a parede posterior do globo ocular
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• MÁCULA DOME-SHAPED OPCT: Apresenta um bombeamento convexo da parede interna, no seio de um estafiloma. Descolamento seroso foveolar mínimo.
Fig. 8.22 MÁCULA DOME-SHAPED A – Retinografia – Mácula dome-shaped B, C e D – OCT scan horizontal – Elevação convexa do perfil macular. Diminuição da espessura retiniana. Hiperreflectividade reflexa da esclera.
• FOVEOESQUISE MIÓPICA Consiste na presença dum aspecto microquístico do polo posterior. A distensão microquística pode ocorrer na retina externa e na retina interna. A distensão da retina externa pode assumir um aspecto peculiar, com traves verticais. O descolamento seroso foveolar é uma das complicações evolutivas da foveoesquise.
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Fig. 8.23 FOVEOSQUISE MIÓPICA A – Retinografia – Miopia degenerativa B e C – OCT scan horizontal – Quistos intraretinianos múltiplos dispersos pela retina externa. D – Retinal map – Lesão amarelo-avermelhada visível