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BIOLOGIA, SOCIEDADE E CONHECIMENTO EIXO

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I. Introdução

II. Saúde física e mental

III. Noções de nutrição e hábitos alimentares

IV. Qualidade de vida

V. Drogas lícitas e ilícitas

VI. Referências

Vida saudável

Unidade 2

Autora: Nanci Maria de França

114 Módulo III — Processos de manutenção da vida

Nesta unidade, trataremos da relação entre saúde e qualidade de vida, abordando as questões importantes de uma vida saudável para o ser humano. Assim, para contex-tualizar o tema, é importante entender o conceito de desenvolvimento sustentável.

O desenvolvimento representa uma transformação da sociedade, uma mudança das relações tradicionais, das maneiras tradicionais de pensar, das maneiras tradicionais de lidar com a saúde e a educação, dos métodos tradicionais de produção, em favor de meios mais “modernos”. A perspectiva moderna reconhece a mudança que nós, como indivíduos e como sociedade, podemos realizar. Um elemento-chave dessas mudanças é o movimen-to em direção ao pensamento científi co. Neste sentido, os diferentes níveis da escolariza-ção devem adequar a educação para uma vida sustentável. Isso envolve uma Pedagogia centrada na compreensão da vida, uma experiência de aprendizagem no mundo real que supere a nossa alienação da natureza, reacenda o senso de participação e crie um currículo que ensine os princípios básicos da ecologia, ampliando o entendimento de meio ambiente. O pesquisador e educador, Fritjof Capra, nos dá o conceito de desenvolvimento sustentá-vel afi rmando que “a humanidade tem a capacidade de atingir o desenvolvimento susten-tável, ou seja, de atender às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das futuras gerações de atender às próprias necessidades” (CAPRA, 2003, p. 20).

#M3U2 I. Introdução

Saiba mais

Para conhecer melhor o tema educação sustentável e o trabalho e a vida de Capra, acesse o site: www.ecoliteracy.org

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Vamos, então, discutir agora o tema vida saudável. Esta unidade de estudo foi dividida em quatro subitens que abordarão: a saúde física e mental, as noções de nutrição e os hábitos alimentares, a qualidade de vida e, fi nalmente, as drogas lícitas e ilícitas, dis-cutidos no âmbito de um novo paradigma: o estilo de vida saudável.

O conceito de saúde evoluiu de um paradigma estático, centrado em parâmetros unicamente biológicos, para um conceito dinâmico e multidimensional. Assim, a saúde se caracteriza como um processo de interação ativa entre o indivíduo e o ambiente. Esse novo conceito refere-se à saúde individual como condição geral, avaliada em uma escala contínua e derivada de múltiplos determinantes como a herança genética, as características ambientais e o estilo de vida.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) defi ne saúde como um completo do bem-estar físico, mental e social ampliando, portanto, a conceituação anterior representada simplesmente pela ausência de enfermidade.

As sociedades modernas, repletas de novas tecnologias, têm alterado de um modo notável o estilo de vida dos cidadãos. De fato, nas sociedades marcadamente industrializadas, as alterações trazidas pela industrialização promovem novos estilos de vida, em que a maioria das ocupações, os transportes e as tarefas domésticas requerem um menor esforço físico, na maior parte das situações, o que leva o indivíduo ao sedentarismo. É crescente a evidência de que a maioria das pessoas (crianças, jovens e adultos) que vive em centros urbanos revela padrões de atividade física muito reduzidos. Esse fato, aliado à aquisição de novos hábitos alimentares e, por vezes, tabágicos, entre outros, são, em parte, responsáveis pelo vasto leque de doenças da civilização atual.

Para que se criem e desenvolvam programas e métodos de intervenção que sejam efi cazes no incentivo ao estilo de vida saudável, vamos fazer uma parada para introduzir mais dois novos conceitos importantes no seu estudo, que são: a educação em saúde e a promoção em saúde.

Entende-se por educação em saúde qualquer combinação de experiências de aprendizagem que tenha por objetivo facilitar ações voluntárias condizentes com a saúde. Já a promoção em saúde é uma combinação de apoios educacionais e ambientais que visam atingir ações e condições de vida condizentes com a saúde, ou seja, é necessário mesclar os múltiplos determinantes da saúde (fatores genéticos, ambientais, serviços e estilos de vida) com múltiplas intervenções ou fontes de apoio. Lembre-se que fator ambiental refere-se a circunstâncias sociais, políticas, econômicas organizacionais e reguladoras, relacionadas ao comportamento humano, assim como a todas as políticas de ação mais diretamente relacionadas à saúde.

Sob a ótica educacional, uma abordagem individual de saúde pode ser desenvolvida se houver incorporação ou integração ao nível cognitivo, de sentimentos e de ações. Nessa ótica, a educação para a saúde deve ser vivenciada como um processo de aquisição subjetiva, tornando-se, portanto, um valor individual e sendo aceita como um fator sociocultural autônomo. Dessa maneira, os hábitos (como por exemplo: os hábitos alimentares ou hábitos de atividade física), que compõem o estilo de vida, passam a

#M3U2 II. Saúde física e mental

#M3U2

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Vida saudável

ter um valor subjetivamente signifi cativo, ou seja, uma esfera signifi cativa da vida, nem mais, nem menos, um valor sociocultural, que depende de orientação e suporte social. A aderência a tais comportamentos nas sociedades modernas parece resultar, entre outros fatores, de decisões pessoais, em função de conhecimentos adquiridos e da possibilidade de sentir satisfação, prazer e autocompetência. Para que possa ser incorporada como valor pessoal, convertendo-se em hábito de vida da população em geral, dois focos necessitam ser visualizados pelos profi ssionais preocupados com a promoção da saúde: a família e a escola. Nesse caso, a escola pode representar o ambiente ideal para aprendizagem de conceitos importantes e mudanças da atitude e comportamento para um estilo de vida saudável.

Os estudos de natureza epidemiológica e experimental têm demonstrado uma forte associação entre atividade física, aptidão física e saúde. Organismos internacionais como a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Federação Internacional de Medicina Esportiva (FIMS), e o Centro de Controle de Doenças (CDC) dos USA têm se manifestado com posicionamentos ofi ciais, reconhecendo a importância da atividade física na redução dos fatores riscos das doenças crônicas não transmissíveis, na diminuição da mortalidade e na longevidade. Evidências científi cas têm reforçado que há diminuição de riscos de enfermidades como: doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade, osteoporose, lombalgias, câncer, assim como benefícios psicológicos, em curto prazo, como diminuição da ansiedade e do estresse e em longo prazo como: melhora da depressão moderada, do estado de humor, da auto-estima e atitudes positivas.

A idéia da relação entre atividade física regular e saúde não é recente: já era mencionada na cultura chinesa, no Ayur-veddic da Índia e nos clássicos gregos e romanos.

Assim, a atividade física regular e culturalmente referenciada, de caráter lúdico e psicologicamente relevante, pode ser considerada como uma espécie de “medicamento” de efi cácia comprovada. No período crítico do crescimento e desenvolvimento (infância e adolescência), evidências têm reforçado que o estilo de vida ativo pode trazer muitos benefícios; entre eles podemos citar: melhor rendimento acadêmico, aumento da freqüência às aulas, diminuição de comportamentos inadequados, melhora do relacionamento com os pais, aumento da responsabilidade, bem como melhora no nível de aptidão física geral.

Porém, ainda é necessário um esforço simultâneo de investigadores e dos profi ssionais envolvidos mais diretamente no processo, como educadores, médicos, nutricionistas, legisladores, órgãos públicos e agências privadas, para promover as alterações necessárias à melhora no padrão de saúde da população.

Se não, vejamos a situação da saúde mental. As estimativas iniciais indicam que, atualmente, cerca de 450 milhões de pessoas sofrem transtornos mentais ou neurobiológicos, ou então, problemas psicossociais como os relacionados ao abuso de álcool e drogas. Embora os sintomas variem consideravelmente, tais transtornos geralmente se caracterizam por uma combinação de idéias, emoções, comportamentos e relacionamentos anormais com outras pessoas. São exemplos: a esquizofrenia, a depressão, o retardo mental e os transtornos devidos ao uso de substâncias psicoativas. A relação saúde/doença mental é um processo particular de expressão das condições e do estilo de vida de uma sociedade, representando as diferentes qualidades do processo vital e as diferentes competências para enfrentar desafi os, agressões, confl itos e mudanças de dupla natureza: biológica e psicológica. É particularmente importante a compreensão dos determinantes do comportamento saudável devido ao papel que eles desempenham na determinação do estado geral de saúde.

Saiba mais

Ayur-veddic ou Ayuveda é o sistema tradicional de cura da Índia, e sua tradução literal signifi ca: “conhecimento da vida”.

Curiosidade

A Organização Mundial de Saúde é o órgão responsável por coordenar as ações relacionadas com saúde de forma global. Para saber mais acesse: <http://www.who.int>

Curiosidade

Para conhecer uma história verídica de um caso de esquizofrenia assista ao fi lme Uma mente Brilhante (2001).

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Trata-se de um problema que não é unicamente um desafi o para o setor da saúde. Com efeito, a saúde mental está entre as três principais razões que levam ao absentismo e é a razão principal que conduz à aposentadoria antecipada ou à aposentadoria por invalidez. Acarreta igualmente custos signifi cativos para a sociedade, para a economia, para a educação, para a segurança social e para o sistema judiciário penal.

Mesmo nas cidades mais isoladas do mundo, os transtornos mentais começam cedo, ainda na infância, e geralmente apresentam os mesmos estágios de desenvolvimento, independentemente dos estilos de vida ou das condições econômicas em que vivem as populações. De acordo com os primeiros resultados do mais amplo estudo já feito nessa área (http://www.hcp.med.harvard.edu/wmhcidi/about.php), tanto nos países ricos quanto nos menos afortunados, os desajustes emocionais persistentes podem emergir a partir dos 15 anos por meio de medos intensos (de espaços abertos ou fechados, de altura ou de escuro), de uma ansiedade sem razão concreta ou de uma depressão leve, sintomas aos quais geralmente se dá pouca importância. Progridem lentamente e, lá pelos 20 anos, podem se expressar na forma de dependência de álcool, de nicotina, de drogas ou ainda como uma depressão grave, que debilita a ponto de superar a vontade de comer ou mesmo de viver.

Saiba mais

Para saber os nomes das principais fobias, acesse o site: http://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_fobias

Confi ra abaixo os exemplos mais comuns de fobias:

Acrofobia – medo de altura Cinofobia – medo de cães Ailurofobia – medo de gatos Claustrofobia – medo de espaços fechadosBelenofobia – medo de agulhas Demofobia – medo de multidãoBrontofobia – medo de trovões e relâmpagos

#M3U2

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Vida saudável

Ao revelar essa seqüência, a etapa inicial do World Mental Health Survey (Levantamento Mundial sobre Saúde Mental), coordenado pela OMS, abre a perspectiva de detectar e conter o processo de perda contínua de controle emocional ainda no início, durante a vida escolar, e assim evitar o surgimento de problemas mais graves. O Brasil integra esse estudo, mas o levantamento, aqui, ainda se encontra na fase inicial de coleta de informações.

Além disso, os transtornos mentais colocam em risco a própria vida: estão associados à cerca de 870 mil suicídios registrados todo ano no mundo, uma média de três mortes a cada dois minutos. Mundo afora, os transtornos mentais ainda estão associados a estigmas e à exclusão econômica e social. Tais preconceitos aproximam o século XXI da Idade Média, quando a loucura, então um termo usado para explicar o comportamento de qualquer pessoa que não se encaixasse nos modelos socialmente aceitos, era vista como uma manifestação do demônio. Loucura é hoje uma palavra de uso restrito, aplicada apenas aos extremos das psicoses, os estados mais graves de perda da capacidade de julgamento. Mesmo assim, em qualquer um persiste o medo atávico da perda defi nitiva da razão e do controle emocional, talvez por serem desconhecidos os limites entre o equilíbrio mental e a insanidade. O fato é que, como esse estudo da OMS demonstrou, ainda persistem contrastes tremendos no acesso ao tratamento. Em países como Bélgica, Estados Unidos e França, pelo menos metade dos portadores de problemas mentais sérios recebe tratamento. Na Espanha, que desponta em primeiro lugar, a taxa de atendimento é de 65%. A situação é mais alarmante nos países menos desenvolvidos, onde a maior parte das pessoas que sofrem alguma forma grave de doença mental não tem acesso a medicamentos ou a tratamentos adequados.

A nutrição é um dos fatores ambientais mais importantes para garantir o bem-estar das pessoas. Como parte desse bem-estar, inclui-se a saúde do indivíduo e essa, por sua vez, está estreitamente relacionada com os seus hábitos alimentares. O conhecimento do consumo de alimentos e dos hábitos alimentares das populações é de fundamental importância para que se evidenciem as necessidades e defi ciências relativas à sua alimentação. Conhecer a disponibilidade dos recursos locais, especialmente no que se refere aos alimentos regionais, e dos padrões culturais é um dos aspectos preponderantes no estado nutricional das pessoas.

A promoção de práticas alimentares saudáveis em todas as fases da vida é fundamental, uma vez que abrange os problemas vinculados à desnutrição (incluindo carências específi cas como vitaminas e sais minerais) até a obesidade e sua relação com as doenças e agravos não-transmissíveis. Nesse sentido, é importante socializar o conhecimento sobre os alimentos e o processo de alimentação, bem como construir estratégias de resgate de hábitos e práticas alimentares regionais relacionadas ao consumo de alimentos locais de custo acessível e elevado valor nutritivo.

#M3U2 III. Noções de nutrição e hábitos alimentares

Curiosidade

“Atávico” é um termo derivado da palavra “atavismo” que é relativa à hereditariedade biológica de características psicológicas, intelectuais e comportamentais.

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Figura 1: Pirâmide dos Alimentos.

A incorporação efetiva das ações de alimentação e nutrição, no âmbito da atenção básica, precisa dar respostas para as demandas sociais, ampliando a qualidade das ações nas doenças e agravos não-transmissíveis, no crescimento e desenvolvimento na infância, na gestante e nutriz (mulher em fase de amamentação do bebê). Considerando o contex-to brasileiro caracterizado por graves desigualdades sociais e grande desinformação da população quanto aos seus direitos, destaca-se a importância da escola como espaço de promoção da cidadania e de produção de estratégias que fortaleçam as redes de suporte social. A incorporação da escola no âmbito da atenção básica à saúde pode contribuir para qualifi car não só o individuo, mas também a comunidade pela mudança de atitudes pessoais e na organização e participação da comunidade quanto ao seu modo de vida.

Após uma breve exposição de cunho mais fi losófi co, vamos agora tratar da questão alimentação e nutrição. Você sabe responder qual é a diferença entre esses dois termos?

Então vamos entendê-los melhor. Alimentação é o ato de ingerir o alimento. Se os alimentos forem nutritivos, o organismo terá boa nutrição. Nutrição então é o resultado da alimentação, que pode ser boa ou ruim, dependendo do que estamos escolhendo para comer. Podemos dizer que um alimento é nutritivo se ele conter variedade de nutrientes (substâncias que o organismo retira dos alimentos após digestão), entre eles proteínas, carboidratos, gordura, vitaminas, sais minerais e água.

Assim, o alimento e a água são essenciais para a manutenção da vida. Sem ali-mentos em quantidade e qualidade adequadas, eleva-se os riscos do desenvolvimento de doenças em nosso organismo. Fatores como preferências, hábitos familiares e culturais, custos e disponibilidade dos alimentos afetam o consumo alimentar de um indivíduo. Ter alimentação balanceada e equilibrada, aliada a bons hábitos e à prática regular de ativida-de física,contribui para melhoria da saúde e da qualidade de vida em qualquer idade.

Agora que você consegue distinguir a diferença entre alimentar-se e nutrir-se será que é capaz de criar uma dieta equilibrada? Você conhece a pirâmide dos alimentos? Ob-serve a fi gura 1.

#M3U2

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Vida saudável

A pirâmide funciona como um guia para escolher os alimentos necessários para uma vida saudável. Ela ajuda na escolha dos alimentos que devem ser consumidos para obter os nutrientes necessários e, ao mesmo tempo, a quantidade de calorias ideal para se manter um peso adequado.

Em termos de ações e recomendações globais a OMS se manifestou em parecer técnico, no qual reafi rma a importância de uma estratégia mundial sobre alimentação saudável, atividade física e saúde. A OMS acredita que tais fatores confi guram um marco na prevenção e no controle das doenças não-transmissíveis, incluindo o apoio aos modos de vida saudáveis, a facilidade de segmentos mais sadios, fortalecimento de informações e serviços de saúde pública, assim como a participação destacada dos profi ssionais de saúde e de outros campos pertinentes, junto com todas as partes interessadas e setores comprometidos a reduzir o risco de doenças não-transmissíveis e melhorar os modos de vida e saúde das pessoas e comunidades. É nessa perspectiva que o parecer recomenda que se compreenda a totalidade do ciclo da vida para que possamos prevenir e controlar as doenças não-transmissíveis. A prevenção tem como origem a saúde materna e a nutri-ção pré-natal, os resultados da gravidez, a amamentação natural exclusiva durante seis meses e a saúde das crianças e adolescentes. Continua, ainda, com as crianças na escola, o adulto no lugar de trabalho e outros segmentos, assim como com as pessoas de idade. Trata-se de promover uma alimentação saudável e uma atividade física regular desde a juventude até a velhice. A propósito, observe a fi gura 2:

Figura 2: Pirâmide das Atividades Físicas

Saiba mais

Para saber mais sobre alimentação saudável, consulte o texto Noções Básicas sobre Alimentação e Nutrição, elaborado em uma ação conjunta do SESC/ Ministério da Saúde. O texto está disponível no link abaixo:http://www.mesabrasil.sesc.com.br/Cartilhas/Cartilha%20Nocoes%20Basicas.pdf

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Ela segue o mesmo princípio da pirâmide de alimentos. A atividade física é um fator determinante do gasto energético e, portanto, do equilíbrio energético e do controle de peso. Recomenda-se que as pessoas se mantenham sufi cientemente ativas durante toda a vida. Segundo o tipo e a intensidade da atividade física, consegue-se diferentes resultados para a saúde: ao menos 30 minutos de atividade física regular de intensidade moderada com uma freqüência quase diária reduzem os riscos de doenças cardiovas-culares e de diabetes, assim como os cânceres de cólon e de mama. O fortalecimento da musculatura e o treinamento para manter o equilíbrio permitem reduzir as quedas e me-lhorar o estado funcional das pessoas de idade. Para controlar o peso pode ser necessário um maior nível de atividade.

Segundo a OMS a incorporação dessas recomendações, junto com medidas efetivas para prevenir e controlar o consumo de cigarros, é uma estratégia mundial que serve de base para formular planos de ação regionais e nacionais, requerendo compromisso políti-co sustentável e a colaboração das muitas partes interessadas. Essa estratégia contribuirá para a prevenção de muitas das doenças relacionadas à hipocinesia.

Atividade complementar 11. Faça a leitura do texto Noções Básicas sobre Alimentação e Nutrição.

2. Elabore um diário de 24 horas sobre sua alimentação. Verifi que se as recomenda-ções para cada grupo de alimento estão balanceadas na sua dieta.

3. Faça uma analise crítica sobre a sua alimentação e descreva os pontos positivos e negativos nos seus hábitos alimentares

Para alguns autores (como MINAYO et al.2000; ASSUMPÇÃO et al.2005), quali-dade de vida é uma noção eminentemente humana, que tem sido relacionada ao grau de satisfação encontrado na vida familiar, amorosa, social e ambiental e à própria estética existencial. Pressupõe a capacidade de efetuar uma síntese cultural de todos os elementos que determinada sociedade considera como seu padrão de conforto e bem-estar.

Saiba mais

“Hipocinesia” signifi ca “pouco movimento” e é uma característica associada freqüentemente ao sedentarismo e à obesidade.

#M3U2 IV. Qualidade de vida

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www.Para conhecer mais sobre as medidas e recomendações sobre alimentação e vida saudável de OMS leia Estratégia Global para Alimentação e Nutrição, no site:http://www.mesabrasil.sesc.com.br/Artigos/EstratGlobalOMSAlimentNutric.pdf

O termo abrange muitos signifi cados, que refl etem conhecimentos, experiências e valores de indivíduos e coletividades que a ele se reportam em variadas épocas, espaços e histórias diferentes, sendo, portanto, uma construção social com a marca da relatividade cultural. A relatividade da noção, que em última instância remete ao plano individual, tem pelo menos três fóruns de referência. O primeiro é histórico. Ou seja, em determinado tempo de seu desenvolvimento econômico, social e tecnológico, uma sociedade específi ca tem um parâmetro de qualidade de vida diferente da mesma sociedade em outra etapa histórica. O segundo é cultural. Certamente, valores e necessidades são construídos e hie-rarquizados diferentemente pelos povos, revelando suas tradições. O terceiro aspecto se refere às estratifi cações ou classes sociais. Os estudiosos que analisam as sociedades em que as desigualdades e heterogeneidades são muito fortes mostram que os padrões e as concepções de bem-estar são também estratifi cados: a idéia de qualidade de vida está relacionada ao bem-estar das camadas superiores e à passagem de um limiar a outro. O relativismo cultural, no entanto, não nos impede de perceber que um modelo hegemônico está a um passo de adquirir signifi cado planetário.

Este modelo estabelecido pelo mundo ocidental, urbanizado, rico, polarizado pos-sui um certo número de valores, que poderiam ser assim resumidos: conforto, prazer, boa mesa, moda, utilidades domésticas, viagens, carro, televisão, telefone, computador, uso de tecnologias que diminuem o trabalho manual, consumo de arte e cultura, entre outras comodidades e riquezas.

Do ponto de vista médico, Buss (2000) comenta que a preocupação com os efeitos na saúde provocados pelas condições ambientais é evidente desde a Antigüidade, envolven-do problemas tais como os efeitos do clima no equilíbrio do corpo, os miasmas, as sujeiras e os odores. Assim, a preocupação e a ação sempre estiveram presentes e se constituíram como respostas sociais às necessidades e aos problemas de saúde. Essa preocupação pare-ce se acentuar particularmente entre meados do século XVIII e do século XIX, quando os problemas ambientais sobre a saúde estiveram associados aos efeitos do rápido e intenso processo de industrialização e urbanização, que passaram a incidir nas condições de vida e trabalho. A higiene foi introduzida como uma estratégia de saúde para as populações, envolvendo a vigilância e o controle dos espaços urbanos (ruas, habitações, locais de lixos, sujeiras e toxicidade) e grupos populacionais (pobres, minorias étnicas e as classes traba-lhadoras) considerados sujos e perigosos.

Entre meados e o fi nal do século XIX, foram muito intensos os impactos da Revo-lução Industrial sobre as condições de vida e saúde das populações. Principalmente nos países europeus, onde houve maior desenvolvimento nas relações industriais de produ-ção (Inglaterra, França e Alemanha), ocorreu também uma maior organização das classes trabalhadoras, com o aumento da sua participação política. Os temas relativos à saúde foram incorporados na pauta das reivindicações dos movimentos sociais e surgiram pro-postas de compreensão da crise sanitária como fundamentalmente um processo político e social, recebendo a denominação de medicina social. Ao contrário do higienismo para o qual o ambiente era o objeto da atenção, a participação política foi concebida como prin-cipal estratégia de transformação da realidade de saúde.

No que se refere aos problemas ambientais, o saneamento e o controle de vetores constituíram a principal estratégia desse movimento, direcionado ao controle de doenças relacionadas às precárias condições sanitárias. Com o paradigma microbiano, o ambiente

Saiba mais

A peste bubônica, também conhecida como peste negra, assolou a Europa durante o século XIV e dizimou cerca de 25 milhões de pessoas, um terço da população da época. A doença é causada pela bactéria Yersinia pestis, transmitida ao ser humano pelas pulgas e ratos-pretos (Rattus rattus). A proliferação dos ratos foi causada principalmente por uma rápida urbanização e produção de lixo em excesso. Esses fatores, associados à falta de higiene na época, contribuíram para a proliferação de ratos em grandes centros urbanos e estes atuavam como dispersores da doença.

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Figura 3: a bulimia, a anorexia, o uso de esteróides anabolizantes ou trabalho e maus tratos na infância são temas que devem ser tratados também no âmbito da escola.

doméstico passou a ser o foco dos discursos e das práticas da saúde pública, era o am-biente que deveria ser purifi cado e limpo sendo considerado vital para a saúde dos seus habitantes, particularmente as crianças. Por fi m, a ampliação da compreensão dos proble-mas ambientais como sendo não somente restritos aos aspectos de saneamento e controle de vetores, bem como a recuperação da dimensão política e social dos mesmos pode, em grande parte, ser atribuída às questões que passaram a ser colocadas pelo movimento ambientalista, que, defi nido como tal, tem sua existência identifi cada desde os anos 50, passando a ganhar força somente nos anos 60 e 70. As ameaças e os perigos ambientais para a saúde pública, provocados principalmente pela poluição química e radioativa, são compreendidos como de maior escala, tendo se multiplicado e estendido no espaço — indo além dos ambientes locais da casa, da vila ou da cidade — e no tempo — com o alcance dos efeitos futuros sobre a saúde e a vida no planeta.

A partir do último quarto do século XX, a preocupação com os problemas ambien-tais tornou-se proeminente em muitos países e resultou em duas grandes conferências mundiais sobre o tema, promovidas pela Organização das Nações Unidas (ONU), a de Estocolmo em 1972 e a do Rio em 1992. Em paralelo, emerge uma Nova Saúde Pública, que tem como estratégia mudar o foco das práticas centradas principalmente nos aspectos biomédicos da atenção para uma compreensão preventiva do estado de saúde, passando a direcionar boa parte de sua atenção para as dimensões ambientais da saúde.

Por outro lado, o papel da escola na promoção da saúde vem sendo cada vez mais reconhecido, devido à abrangência desse tema, que faz parte do cotidiano e vai muito além da saúde de cada indivíduo. Saúde envolve saneamento básico, água tratada, condições

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124 Módulo III — Processos de manutenção da vida

Vida saudável

Figura 4: a maconha, a cocaína e o álcool são exemplos de substâncias que provocam alterações no Sistema Nervoso Central.

de trabalho e moradia, o lazer, a preservação do meio ambiente, o desenvolvimento susten-tável, a prevenção da violência e do uso de drogas, acompanhamento à gestante e à criança em seus primeiros anos de vida. Mas saúde é também ter felicidade, alimentação saudável e relações bem construídas com os outros. Isso signifi ca que a luta pela saúde na escola e na comunidade envolve atenção à qualidade de vida em todos os aspectos. A sabedoria popu-lar já consagrou o dito: “é melhor prevenir do que remediar”. Para garantir a qualidade de vida de todos é preciso realizar ações de prevenção dos males físicos e sociais.

O corpo humano necessita de alimentos naturais, água pura e mais nada, para re-ger seu metabolismo em perfeitas condições. Tanto as drogas lícitas (socialmente aceitas e difundidas no mercado), quanto as ilícitas, são prejudiciais à saúde humana, quando utilizadas em uma dosagem acima da capacidade metabólica do indivíduo. O remédio pode ser um veneno dependendo da dosagem. Sendo assim, o que faz da droga química um veneno é simplesmente a dosagem e a indicação a que ela é destinada, por isso inge-rir qualquer tipo de medicamento sem indicação de profi ssionais adequados é um risco à saúde. Drogas psicotrópicas (Figura 4) são substâncias que, quando administradas no organismo, provocam alterações no funcionamento do Sistema Nervoso Central (SNC) e levam a uma modifi cação no estado psíquico e físico do indivíduo.

#M3U2 V. Drogas lícitas e ilícitas

Saiba mais

Os opióides são a classe de fármacos que atuam nos receptores opióides neuronais. Os opiáceos (derivados do ópio) estão incluídos nessa classe. Essas substâncias causam insensibilidade à dor (analgesia) e são usadas em tratamentos da dor crônica e da dor aguda de alta intensidade. Produzem, em doses elevadas, a euforia, os estados hipnóticos e a dependência. Algumas formas (morfi na e heroína) são usadas como droga recreativa de abuso.

Saiba mais

Para compreender a forma de funcionamento do cérebro e como as drogas afetam o organismo acesse o sítio: http://www.jellinek.nl/brain/index.html, lá você encontrará diversas animações e esquemas que irão ajudar!

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O abuso das drogas lícitas supera, praticamente em todo o mundo, o consumo das drogas ilícitas. As drogas lícitas, mais consumidas pela população em geral, são as seguin-tes: álcool, cigarros, benzodiazepínicos (remédios utilizados para reduzir a ansiedade ou induzir o sono); xaropes (remédios para controlar a tosse e que podem ter substâncias como a codeína, um derivado do ópio); descongestionantes nasais (remédios usados para desobs-truir o nariz) os anorexígenos (medicamentos utilizados para reduzir o apetite e controlar o peso) e os anabolizantes (hormônios usados para aumentar a massa muscular).

O abuso de drogas verifi cado nos últimos anos e suas conseqüências na vida do indivíduo e da sociedade é considerado, hoje, um problema de saúde pública. A situação vem se tornando cada vez mais alarmante e com grande impacto social, reivindicando maior atenção dos profi ssionais de saúde. Como diz Bucher (1988, p. 35): “[...] o problema espalha-se nas sociedades industrializadas para atingir dimensões epidêmicas, transfor-mando-se num sintoma inquietante de um novo e profundo mal-estar na civilização.”.

O primeiro contato com as drogas, muitas vezes ocorre na adolescência. Nessa fase, o indivíduo passa por bruscas mudanças biológicas e psíquicas, sendo a etapa mais vulnerável de todo o desenvolvimento humano. Confl itos de naturezas diversas afl oram num momento de labilidade emocional e extrema sensibilidade. O desafi o da transgressão às normas estabelecidas pelo mundo dos adultos, a curiosidade pelo novo e pelo proibido, a pressão de seu grupo para determinados comporta-mento, são alguns dos fenômenos típicos da adolescência que podem levar à pri-meira experiência com as drogas lícitas e/ou ilícitas.

Mas o fato de experimentar não signifi ca necessariamente dar o primeiro passo para a dependência. MacRee (2003) verifi cou em um estudo que há uma larga escala de padrões de uso. Alguns indivíduos podem manter o uso de drogas sob controle, evitando os efeitos destrutivos, o uso excessivo ou o abuso. Ele supõe que esse controle possa se dar por meio de sanções e/ou rituais. Segundo o autor, nossa cultura ainda não reconheceu o uso controlado das drogas ilícitas. Todos os usuários são declarados “desviantes” e são uma “ameaça” para a sociedade, ou são “doentes” necessitando de ajuda, ou “crimino-sos” passíveis de punição. Para ele, a inter-relação de fatores de personalidade e sociais é que determina a qualidade do uso de drogas.

Dependência

A dependência, antes diferenciada em física e psíquica, foi recentemente incluída pela (OMS) dentro de um contexto maior, isto é, não é apenas a quantidade e freqüência do uso que pode determiná-la, mas se o seu consumo levar a pelo menos três dos seguin-tes sintomas ou sinais ao longo dos últimos doze meses (CARLINI, 1990, p. 3):

forte desejo ou compulsão de consumi-las;

consciência subjetiva de difi culdade na capacidade de controlar a ingestão delas;

uso de substâncias psicoativas para atenuar sintomas de abstinência, tendo consciência da efetividade dessa estratégia;

estado fi siológico de abstinência;

evidência de tolerância, usando doses crescentes da substância requerida para alcançar os efeitos originalmente produzidos;

estreitamento do repertório pessoal de consumo, passando, por exemplo, a con-sumir em ambientes não propícios, a qualquer hora, etc.;

#M3U2

126 Módulo III — Processos de manutenção da vida

Vida saudável

negligência progressiva de prazeres e interesses em favor das drogas;

persistência do uso, a despeito de clara evidência de manifestações danosas;

evidências de que haverá retorno ao uso da substância, após o primeiro.

Dependência, de modo geral, é o impulso que leva a pessoa a usar uma droga periodi-camente ou constantemente. Em resumo, signifi ca a falta de controle do consumo.

Tolerância

Tolerância é o resultado de um processo de adaptação biológica à droga, de tal forma que o organismo do individuo não sofre mais os efeitos daquela substância. Para obter aqueles efeitos iniciais esperados, o indivíduo tem que consumir quantidades cada vez maiores.

Escalada

A escalada, como o próprio termo indica, refere-se a um aumento no consumo de drogas. Pode ocorrer de duas maneiras:

pela passagem de um consumo ocasional para um consumo mais intenso (toxi-comaníaco), em função da tolerância desenvolvida;

pela passagem de uma droga “leve” para outra considerada mais “pesada”, em função da natureza dos efeitos procurados.

Síndrome de abstinência

Síndrome de abstinência é um quadro de alterações físicas, ocasionadas pela falta da droga no organismo. Essas alterações variam de acordo com o tipo de droga, com a freqüência do uso, com a quantidade utilizada e com o estado físico do usuário. Por exemplo, o alcoólatra, quando privado do álcool, apresentará um quadro de síndrome com tremores e sudoreses, náuseas e vômitos, podendo chegar, em casos mais graves à Delirium tremens, coma ou morte.

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Overdose

O termo overdose signifi ca superdose ou dose excessiva de droga capaz de pro-vocar falência dos órgãos vitais e até mesmo a morte do indivíduo. O usuário perde o controle das doses em busca de maiores efeitos e pode morrer acidentalmente. Geralmente está consciente do risco que corre. Caso a pessoa seja socorrida a tempo, poderá sobreviver. Um grande número de mortes por overdose poderia ser evitado se o indivíduo recebesse o socorro adequado.

Como adverte Lídia Aratangy (1991), o usuário em crise por overdose deve receber imediatamente um atendimento especializado. Os amigos que o encaminharem ao hospital estão protegidos pelo anonimato, não correm o risco de serem delatados. Na realidade, têm ocorrido mais acidentes do que a imprensa gosta escandalosamente de anunciar. Sabe-se também que a maioria das mortes por overdose não chega aos noticiários porque são ocul-tadas pelas famílias, atribuindo-as a uma parada respiratória de origem desconhecida.

Drogas lícitas e ilícitas

Há uma polêmica sobre o conceito de drogas lícitas e ilícitas, visto que, em ambas há substâncias capazes de induzir à dependência. As drogas lícitas, aceitas social e cultural-mente, sempre fi cam em primeiro lugar nas pesquisas referentes ao consumo, tanto entre jovens quanto entre adultos.

Levantamentos feitos em hospitais psiquiátricos detectaram que 94,8% dos pacientes eram dependentes do álcool e 5,2% das demais drogas, entre elas a maconha e cocaína. Segundo Carlini-Cotrim (1989), a preocupação da sociedade em relação às drogas ilícitas revela ser um grande equí-voco, uma vez que o consumo de drogas lícitas (álcool, tabaco e medicamentos) supera de longe o de drogas ilícitas.

O alcoolismo é um dos mais sérios problemas de saúde pública. 10% dos brasileiros acima de 15 anos possuem problemas ligados ao álcool. É a terceira causa de aposentadoria por invalidez, ocupa o segundo lugar entre as doenças mentais, é a maior causa de perda do tra-balho, de acidentes de trânsito, de confl i-tos familiares, violência, etc.

Uso e abuso

Em nossa sociedade, o uso de drogas é algo comum e boa parte das pessoas bebe socialmente, outras fumam ou utilizam algum medicamento sem prescrição médica. No entanto, o envolvimento com essas ou com outras drogas, pode ocorrer em graus bem dife-rentes. Encontramos tanto usuários leves, como usuários pesados, isto é, aqueles que usam e esses que abusam de diferentes drogas. Aqueles que usam experimentalmente e recreati-vamente e esses que usam habitualmente. No entanto, qualquer que seja o uso, mesmo que seja experimental, pode produzir danos à saúde da pessoa.

É possível usar drogas sem abusar, sejam elas lícitas ou ilícitas? E se levarmos em conta apenas a freqüência do consumo e a quantidade utilizada?

#M3U2

128 Módulo III — Processos de manutenção da vida

Vida saudável

Quando se trata de drogas ilícitas, todo uso corresponde à transgressão, uma vez que aí intervém o aspecto da ilegalidade do produto.

Falar de drogas remete-nos a questões polêmicas e exige muito realismo. Partimos do princípio de que o uso de drogas sempre será efeito, e não causa.

Decididamente, podemos constatar que não existem sociedades, escolas ou aglomera-do humano sem drogas.Desejar uma sociedade com um consumo reduzido de drogas poderá deixar de ser uma utopia e se tornar realidade quando a humanidade progredir em três aspectos:Espiritual: é a consciência ética, a certeza da centelha divina nos corações humanos, a compreensão da fi nalidade da vida e o esforço individual para a reforma íntima e para a evolução espiritual.Educacional: é a crença no poder e alcance da educação, entendida dentro de uma con-cepção de prevenção no sentido amplo. Educar para formar e não apenas informar.Político-social: requer mudanças nas políticas públicas para melhoria da qualidade de vida da população quanto à moradia, saúde, educação, infra-estrutura, salários dignos, transporte, lazer, atividades esportivas, culturais e artísticas, ética, direitos humanos, etc.

Atividade complementar 21. Baseado no texto comente a associação entre: saúde mental e uso de drogas licitas e ilícitas.

2. Sintetize os principais problemas e o potencial da escola na promoção de um estilo de vida saudável em criança e adolescentes.

3. Como desenvolver habilidades e competências para combater o abuso de dro-gas entre os jovens ?

ASSUMPÇÃO, L. O. T.; MORAIS, P. P. FONTOURA, H. Relação entre atividade física, saúde e qualidade de vida: notas introdutórias. In: Oliveira, Ricardo J. (ed.) Saúde e Ativi-dade Física. Rio de Janeiro: Shape, 2005.

ARATANGY, L. R. Doces Venenos Conversas e Desconversas sobre Drogas, 4. ed. São Paulo: Ed. Olho d’Água, 1991.

BUSS, P. M. Promoção da Saúde e Qualidade de Vida. Ciência & Saúde Coletiva, v. 5, n. 1, p. 163-77, 2000.

CAPRA, F. Alfabetização ecológica: o desfi o para a educação do século 21. In: TRIGUEI-RO, A. (coord.) Meio Ambiente no Século 21. Rio de Janeiro: Sextante, 2003.

CANDEIAS, N. M. F. Conceitos de educação e de promoção em saúde: mudanças indivi-duais e mudanças organizacionais. Revista Saúde Pública v. 31, n. 2, p. 209-213, 1997.

CARLINI, E. A.; CARLINI-COTRIM, B. H. R. S.; SILVA-FILHO, A.R. Sugestões para Pro-gramas de Prevenção ao Abuso de Drogas no Brasil. São Paulo: EPM/CEBRID, 1990.

#M3U2 VI. Referências

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CARLINI-COTRIM, B.; PINSKY, I. Prevenção ao Abuso de Drogas na Escola: uma Revisão da Literatura Internacional Recente. São Paulo: Cad.Pesq., 1989.

MACREE, E. A subcultura da droga e a Prevenção. Disponível em: <http://neip.info/downloads/t_edw5.pdf>. Acesso em: 5 mai. 2007

MINAYO, M. C. S.; HARTZ, Z. M. A.; BUSS, P. M. Qualidade de Vida e Saúde: um debate necessário. Ciência & Saúde Coletiva, v. 5, n. 1, p. 7-18, 2000.

STIGLITZ, J. E. Em Busca de um Novo Paradigma para o Desenvolvimento: estratégias, políti-cas e processos. Disponível em: <http://www.nead.org.br/index.php?acao=biblioteca&publicacaoID=220> Acesso em: 5 mai. 2007.