E M E N T A Órgão : 3ª TURMA CRIMINAL Classe : HABEAS CORPUS N. Processo : 20150020092307HBC (0009328-60.2015.8.07.0000) Impetrante(s) : DEFENSORIA PÚBLICA DO DISTRITO FEDERAL Autoridade Coatora(s) : JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO DE VIOLENCIA DOMESTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER DE SOBRADINHO Relator : Desembargador JESUINO RISSATO Acórdão N. : 862659 PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS . VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER. AMEAÇA E VIAS DE FATO. CONDENAÇÃO. PRISÃO PREVENTIVA POR TEMPO SUPERIOR À PENA APLICADA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO. CONCESSÃO DA ORDEM. 1. Se o réu já se encontra preso preventivamente por tempo superior à pena fixada na sentença condenatória, evidente o constrangimento ilegal na manutenção da custódia cautelar. 2. Ordem concedida. Poder Judiciário da União Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios Fls. _____ Código de Verificação :2015ACO7JNJNHGR6S6X3G1HBAFI GABINETE DO DESEMBARGADOR JESUINO RISSATO 1
1. E M E N T A rgo : 3 TURMA CRIMINAL Classe : HABEAS CORPUS N.
Processo : 20150020092307HBC (0009328-60.2015.8.07.0000)
Impetrante(s) : DEFENSORIA PBLICA DO DISTRITO FEDERAL Autoridade
Coatora(s) : JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO DE VIOLENCIA DOMESTICA E
FAMILIAR CONTRA A MULHER DE SOBRADINHO Relator : Desembargador
JESUINO RISSATO Acrdo N. : 862659 PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS.
VIOLNCIA DOMSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER. AMEAA E VIAS DE FATO.
CONDENAO. PRISO PREVENTIVA POR T E M P O S U P E R I O R P E N A A
P L I C A D A . CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO. CONCESSO DA
ORDEM. 1. Se o ru j se encontra preso preventivamente por tempo
superior pena fixada na sentena condenatria, evidente o
constrangimento ilegal na manuteno da custdia cautelar. 2. Ordem
concedida. Poder Judicirio da Unio Tribunal de Justia do Distrito
Federal e dos Territrios Fls. _____ Cdigo de Verificao
:2015ACO7JNJNHGR6S6X3G1HBAFI GABINETE DO DESEMBARGADOR JESUINO
RISSATO 1
2. A C R D O Acordam os Senhores Desembargadores da 3 TURMA
CRIMINAL do Tribunal de Justia do Distrito Federal e Territrios,
JESUINO RISSATO - Relator, JOS GUILHERME - 1 Vogal, NILSONI DE
FREITAS - 2 Vogal, sob a presidncia do Senhor Desembargador JESUINO
RISSATO, em proferir a seguinte deciso: CONHECIDO. CONCEDEU-SE A
ORDEM. UNNIME., de acordo com a ata do julgamento e notas
taquigrficas. Brasilia(DF), 23 de Abril de 2015. Documento Assinado
Eletronicamente JESUINO RISSATO Relator Fls. _____ Habeas Corpus
20150020092307HBC Cdigo de Verificao :2015ACO7JNJNHGR6S6X3G1HBAFI
GABINETE DO DESEMBARGADOR JESUINO RISSATO 2
3. Alega situao de constrangimento ilegal, eis que, condenado
pelo delito de ameaa e pela contraveno penal de vias de fato a uma
pena privativa de liberdade de 2 (dois) meses e 10 (dez) dias de
deteno e 2 (dois) meses e 15 (quinze) dias de priso simples,
encontra-se segregado cautelarmente desde o dia 19/11/2014, por
tempo superior pena definitiva. Pleiteia, assim, a expedio de alvar
de soltura em seu favor (fls. 02/04). A liminar foi deferida pelo
Desembargador Plantonista s fls. 85/86. Os autos foram
redistribudos s fls. 88/89. As informaes da indigitada autoridade
coatora foram prestadas fl. 98, juntamente com os documentos de
fls. 99/121. A d. Procuradoria de Justia oficiou pela concesso da
ordem (fls. 123/126). o relatrio. R E L A T R I O Cuida-se de
habeas corpus impetrado pela Defensoria Pblica em favor de JULIO
CESAR RIBEIRO DO NASCIMENTO, em face de ato do MM. Juzo do Juizado
de Violncia Domstica e Familiar contra a Mulher da Circunscrio
Judiciria de Sobradinho, que sentenciou o feito, recomendando o ru
na priso em que se encontra (fls. 70/77). Fls. _____ Habeas Corpus
20150020092307HBC Cdigo de Verificao :2015ACO7JNJNHGR6S6X3G1HBAFI
GABINETE DO DESEMBARGADOR JESUINO RISSATO 3
4. Conforme relatado, o impetrante investe contra sentena
condenatria que no aplicou o instituto da detrao, apesar do
cumprimento praticamente total da pena aplicada. Com efeito, o
acusado foi condenado como incurso nas sanes do art. 21, da Lei de
Contravenes Penais, e do art. 147, do Cdigo Penal, na forma da Lei
Maria da Penha, a uma pena privativa de liberdade de 2 (dois) meses
e 10 (dez) dias de deteno e 2 (dois) meses e 15 (quinze) dias de
priso simples, em regime semiaberto (fls. 70/77), encontrando-se
preso cautelarmente desde o dia 19/11/2014 (fl. 25). Em respeitvel
sentena, a magistrada de primeiro grau negou ao ru o apelo em
liberdade, bem como no aplicou a detrao em deciso vazada nos
seguintes fundamentos (fl. 74/verso), verbis: (...) Deixo de
efetuar o clculo para a detrao prevista no 2, do art. 387, do Cdigo
de Processo Penal, vez que o regime no ser modificado, no obstante
o perodo de priso preventiva do sentenciado (...). Ao apreciar a
liminar pleiteada, o e. Desembargador Romo C. Oliveira, em planto
judicial, determinou a expedio de alvar de soltura em favor do
paciente (fls. 85/86). Pois bem. Prestadas as informaes e ouvida a
douta Procuradoria de Justia, no vislumbro alterao na quadra
processual que justifique a mudana de entendimento. No que concerne
aplicao do instituto da detrao penal, tenho votado no sentido de
que, ao contrrio da adoo do entendimento da interpretao literal ou
gramatical, a inteno legislativa era dotar o juiz sentenciante da
competncia para realizar a detrao penal, abreviando, desse modo, o
tempo de espera do sentenciado provisrio em regime prisional mais
gravoso do que j fazia jus poca da condenao (Acrdo n.683013,
20120910095944APR, Revisor: V O T O S O Senhor Desembargador
JESUINO RISSATO - Relator Presentes os requisitos legais, admito a
impetrao. Fls. _____ Habeas Corpus 20150020092307HBC Cdigo de
Verificao :2015ACO7JNJNHGR6S6X3G1HBAFI GABINETE DO DESEMBARGADOR
JESUINO RISSATO 4
5. HUMBERTO ADJUTO ULHA, 3 Turma Criminal, Data de Julgamento:
06/06/2013, Publicado no DJE: 12/06/2013, Pg.: 189). Na hiptese, o
paciente permanece preso desde o dia 19/11/2014, tendo sido
estabelecida a pena privativa de liberdade em 2 (dois) meses e 10
(dez) dias de deteno e 2 (dois) meses e 15 (quinze) dias de priso
simples, em regime semiaberto, o que j perfaz 5 (cinco) meses de
priso, em regime fechado, totalizando a reprimenda imposta. Assim,
a manuteno da priso cautelar se mostra inadmissvel, eis que o
acusado j cumpriu integralmente a pena que lhe foi imposta. Assim
sendo, configurado o constrangimento ilegal, hei por bem CONCEDER A
ORDEM para confirmar a medida liminar que determinou a expedio de
alvar de soltura em favor do paciente JULIO CESAR RIBEIRO DO
NASCIMENTO. Comunique-se o Juzo da VEP. o voto. O Senhor
Desembargador JOS GUILHERME - Vogal Com o relator. A Senhora
Desembargadora NILSONI DE FREITAS - Vogal Com o relator. Fls. _____
Habeas Corpus 20150020092307HBC Cdigo de Verificao
:2015ACO7JNJNHGR6S6X3G1HBAFI GABINETE DO DESEMBARGADOR JESUINO
RISSATO 5
6. D E C I S O CONHECIDO. CONCEDEU-SE A ORDEM. UNNIME. Fls.
_____ Habeas Corpus 20150020092307HBC Cdigo de Verificao
:2015ACO7JNJNHGR6S6X3G1HBAFI GABINETE DO DESEMBARGADOR JESUINO
RISSATO 6