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9.0 IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS
A identificação e avaliação de potenciais alterações nos sistemas naturais e sociais, em
decorrência dos aspectos intrínsecos às fases de planejamento, implantação e operação de
um determinado empreendimento, podem ser consideradas como os principais objetivos do
processo de Avaliação de Impacto Ambiental (AIA).
O pleno entendimento do Capítulo 7.0 – Caracterização do Empreendimento integrado
aos resultados obtidos no Capítulo 8.0 – Diagnóstico Ambiental fornece a base de dados
para a identificação e avaliação dos impactos ambientais, subsidiando ainda a proposição
de medidas mitigadoras, compensatórias ou potencializadoras referentes a cada atividade.
O final desse processo visa fundamentar a elaboração de cenários prognósticos da
qualidade ambiental das áreas de influência do Projeto Verde Atlântico Energias (PVAE).
Neste sentido, destacam-se alguns objetivos básicos do processo de AIA, considerados na
elaboração deste estudo ambiental:
Verificação da integração entre as atividades relacionadas ao empreendimento e ao meio
natural ocorrente em suas áreas de influência;
Previsão e controle dos potenciais efeitos adversos sobre o meio ambiente, bem como a
potencialização dos efeitos benéficos sobre o mesmo;
Proteção dos sistemas naturais e sociais;
Estímulo ao desenvolvimento econômico integrado às condições ambientais atuais;
Avaliação adequada da viabilidade socioambiental do empreendimento; e
Esclarecimentos acerca dos potenciais impactos associados às fases de implantação e
operação do empreendimento perante à sociedade civil e aos órgãos e instituições
públicas intervenientes.
Neste sentido, no Item 9.1 é apresentada a metodologia proposta para a identificação e
avaliação dos potenciais impactos relacionados às fases de planejamento, de implantação,
e de operação do PVAE, considerando de forma integrada os seus componentes: (i)
Terminal Offshore (TGNL); (ii) Usina Termelétrica (UTE); (iii) Gasodutos Marítimo e Terrestre
(GM/T); (iv) Gasoduto de Distribuição (GD), que inclui as Estações de Medição e Regulagem
de Pressão (EMRP); e (v) Linha de Transmissão (LT), abordando as principais ações
geradoras de impactos e os seus atributos de avaliação.
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9.1 CONCEITUAÇÃO E METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS
A Avaliação de Impactos Ambientais (AIA), conforme Lei Federal nº 6.938/1981, é um dos
instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) e constitui um conjunto de
procedimentos com a finalidade de identificar, interpretar e avaliar os efeitos ambientais e
sociais das atividades e ou ações de um projeto, respeitando a integridade dos ecossistemas
naturais e urbanos, para subsidiar a análise de forma adequada aos órgãos licenciadores,
ao público e aos responsáveis pela tomada de decisão.
A metodologia para identificação, caracterização e avaliação dos potenciais impactos
ambientais (positivos e negativos) relacionados às fases de planejamento, implantação e
operação do PVAE, foi baseada na experiência dos profissionais envolvidos nos estudos,
tendo partido da identificação preliminar destes impactos elaborada por equipe
multidisciplinar habilitada, e posteriormente detalhada e validada na etapa pós-diagnóstico
das áreas temáticas desse estudo ambiental.
Os procedimentos de análise desenvolveram-se em etapas consecutivas, por meio da
identificação e análise das atividades intrínsecas do empreendimento e seus aspectos
ambientais associados, os quais poderão afetar os atributos ambientais observados nas
áreas de influência do PVAE.
Para este estudo, os potenciais impactos identificados, positivos ou negativos, foram
avaliados separadamente para as fases de planejamento, de implantação e de operação,
haja vista que alguns impactos são exclusivos de uma determinada fase.
Observou-se ainda que certos impactos possuem relações distintas com o território onde
atuam, ou seja, não ocorrem na mesma extensão ou dimensão de área quando ocorrem em
duas ou mais fases. Com estas premissas, pode-se prever que os impactos podem
apresentar, portanto, incidências diferentes, conforme implicações de cada fase do
empreendimento.
Ressalta-se que a fase de desativação não foi objeto de avaliação específica neste estudo,
considerando a longa vida útil do empreendimento e que esta tomada de decisão deverá ser
consensuada com o órgão ambiental, à luz do conhecimento futuro. Neste contexto, caso
fossem propostas atividades e ou ações neste momento, incluindo seus desdobramentos
em aspectos e impactos, certamente terão que ser atualizadas na ocasião da desativação.
A definição da área de estudo dos impactos foi ajustada à abrangência territorial provável
dos mesmos, resultando assim em distintas áreas de influência, conforme suas respectivas
fases de ocorrência. Os casos mais frequentes dessa diversidade referem-se aos impactos
comuns às fases de implantação e de operação, envolvendo notadamente a Área
Diretamente Afetada (ADA) e Área de Influência Direta (AID). A descrição das áreas de
influência para esse empreendimento é apresentada no Capítulo 8.1.
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Para cada impacto identificado e avaliado foram previstas ações e medidas de controle;
mitigação; e ou de compensação ambiental - nos casos de efeitos ambientais adversos –
assim como ações e medidas potencializadoras – no caso de efeitos ambientais benéficos.
9.1.1 Impactos e Riscos Ambientais
Conforme a Resolução Conama nº 01/86 (art. 1º), impacto ambiental pode ser entendido
como “qualquer alteração das propriedades físicas, químicas ou biológicas do meio
ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades
humanas que, direta ou indiretamente, afetam: I - a saúde, segurança e o bem-estar da
população; II - as atividades sociais e econômicas; III - a biota; IV - as condições estéticas e
sanitárias do meio ambiente; V - a qualidade dos recursos ambientais”.
Corroborando com as demais definições, Sánchez (2008) conceitua impacto ambiental como
sendo “a alteração da qualidade ambiental que resulta da modificação de processos naturais
ou sociais provocada por ação humana”.
Conforme explicitado anteriormente, a identificação dos potenciais impactos (positivos e
negativos) a serem gerados pelo PVAE foi obtida a partir da interação entre as ações
impactantes ou geradoras de impactos (aspectos) inerentes às suas fases de planejamento,
de implantação e de operação e os componentes ambientais potencialmente envolvidos.
Desse modo, os procedimentos metodológicos adotados consistiram em:
Análise das características do empreendimento e dos atributos ambientais observados,
visando à identificação dos elementos mais sensíveis às ações relacionadas ao mesmo,
considerando distintamente as fases de planejamento, implantação e operação;
Identificação dos aspectos intrínsecos a cada fase e atividade do empreendimento, e
que poderão causar alterações nos componentes ambientais observados;
Elaboração de matrizes de interação das ações geradoras de cada impacto para cada
fase do empreendimento e os fatores e componentes ambientais envolvidos,
individualizados por meio (Físico, Biótico e Socioeconômico);
Identificação, caracterização e avaliação dos impactos ambientais decorrentes da
associação das atividades aos aspectos ambientais definidos, considerando as fases
do empreendimento. Para cada impacto identificado é apresentada: a designação do
impacto identificado; a descrição do fator potencialmente gerador do impacto; a
descrição da fundamentação técnica do referido impacto e seu respectivo quadro
síntese (designação e atributos); e
Proposição de medidas prevenção, controle, mitigadoras e ou compensatórias dos
impactos ambientais, bem como os respectivos planos e programas ambientais.
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Adicionalmente a estas premissas conceituais de impactos ambientais, ressalta-se que
muitos dos impactos negativos considerados neste procedimento somente se manifestam
no caso da ocorrência de não conformidades dos procedimentos de implantação e ou
operacionais do PVAE.
Como exemplo representativo, durante a operação de um duto de petróleo não se espera
que os cursos d’água atravessados venham a ser poluídos com o produto transportado, e o
aspecto “emissão de óleo” normalmente não faz parte dos problemas identificados. No
entanto, se o duto se rompe, o petróleo pode contaminar o solo e os recursos hídricos
superficiais e subterrâneos, sendo pertinente identificar, portanto, o aspecto “risco de
vazamento de petróleo”. De modo análogo, se uma barreira impermeável implantada na
base de um aterro de resíduos sólidos apresentar problemas, as águas subterrâneas
poderão ser contaminadas, mas, se a barreira funcionar adequadamente, não são previstos
problemas com a qualidade destas águas.
Questões do tipo “o que aconteceria se...” são muitas vezes feitas ao se analisar a
viabilidade ambiental de um empreendimento. As consequências do mau funcionamento do
empreendimento podem ser mais significativas do que os impactos decorrentes de seu
funcionamento normal. São situações que tipificam o “Risco Ambiental”.
São muitas as classificações possíveis para os chamados riscos ambientais: tecnológicos
ou naturais, agudos ou crônicos são algumas das categorias utilizadas para descrever
diferentes tipos de riscos e seu reconhecimento necessita de uma definição prévia de qual
tipo de risco se pretende identificar.
Os riscos tecnológicos são aqueles cuja origem está diretamente ligada à ação humana.
Incluem-se os riscos de acidentes tecnológicos (explosões, vazamentos, etc.) e riscos à
saúde humana e aos ecossistemas causados por diferentes ações antrópicas, como a
utilização ou liberação de substâncias químicas, de radiações ionizantes e ou de organismos
geneticamente modificados.
As atividades de risco são chamadas de perigosas, e incluem, dentre aquelas capazes de
causar danos ambientais, várias atividades industriais; transporte e armazenamento de
produtos químicos; lançamento de poluentes; e ou manipulação genética. Essas situações
podem acarretar danos materiais, danos aos ecossistemas ou danos à saúde do homem, e
não raro, ocorrem simultaneamente os três tipos de danos.
Em avaliação de impacto ambiental, a preocupação com o risco normalmente se refere aos
riscos tecnológicos; dentro destes, são os riscos agudos os que mais chamam a atenção.
No entanto, em muitos casos, riscos crônicos podem ser mais significativos que os agudos,
como no exemplo os de um incinerador, caso onde, embora possa haver perigos como
explosões ou vazamentos de substâncias, são os eventuais danos à saúde que podem se
manifestar a longo prazo e ser a grande fonte de preocupação e, frequentemente, de
polêmica (SÁNCHEZ, 2006).
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Neste estudo, para o termo Risco Ambiental será utilizado a definição de Sánchez (1994), como segue: “análise sistemática dos riscos de acidentes industriais e das suas consequências, por meio de estudos de probabilidades de ocorrência de evento, como exemplo, ruptura de tubulações, vazamentos, derramamentos e outros, efetuados para o conjunto das instalações de um empreendimento”. Portanto, em atendimento a estas premissas conceitual e metodológica, os riscos ambientais associados ao PVAE e seus componentes foram detalhadamente identificados e avaliados no Estudo de Análise de Risco (EAR), que inclui a Análise Preliminar de Riscos (APR), bem como nos estudos de modelagem de dispersão de óleo, apresentados nos ANEXOS F3 e F4 deste EIA. 9.1.2 Ações Geradoras dos Impactos Ambientais Sánchez (2006, p. 181) descreve que “as ações ou atividades são as causas, enquanto os impactos são as consequências sofridas (ou potencialmente sofridas) pelos receptores ambientais (...). Os mecanismos ou os processos que ligam uma causa a uma consequência são os efeitos, os aspectos ou processos ambientais1, conforme se prefira empregar um ou outro termo (...)”. Assim, as ações geradoras de impactos (ou aspectos) constituem as ações e atividades necessárias para o planejamento, a implantação e a operação de um empreendimento, podendo ainda ser consideradas suas variáveis, uma vez que estão relacionadas à sua natureza e ao seu porte. No caso do presente estudo tais ações foram descritas conforme a fase considerada, permitindo assim a identificação detalhada de cada fator, a saber: Fase de Planejamento: são desenvolvidos os estudos preliminares do empreendimento,
podendo ser incluídas algumas atividades de divulgação do mesmo, reuniões com instituições e órgãos relacionados à região e ou ao setor do empreendimento, elaboração de estudos socioambientais, entre outros. Ainda, refere-se ao período em que são executados os diversos estudos necessários à correta elaboração dos projetos conceituais de engenharia, gerando informações de referência que irão subsidiar a tomada de decisão sobre as alternativas de projeto e a viabilidade ambiental para o processo de licenciamento;
Fase de Implantação: compreende, basicamente, todas as atividades necessárias para a instalação física do empreendimento propriamente dito, após a obtenção da Licença de Instalação (LI), envolvendo o recrutamento, seleção e contratação de mão de obra, contratação de empresas, locação de máquinas e equipamentos, terraplenagem, limpeza da área, instalação de canteiro de obras e áreas de apoio, abertura de acessos, dragagem, construção do quebra-mar e berços de atracação, estruturas e obras civis, sistemas de apoio, montagem eletromecânica, limpeza da faixa de servidão, entre outros; considerando ainda a implantação dos programas ambientais; e
1Conforme Sánchez, 2008 aspecto ambiental pode ser entendido como “o mecanismo ou o processo através do qual uma ação humana causa um impacto ambiental”. Da mesma forma, a Norma NBR ISO 14.001:2004 define aspecto ambiental como sendo elemento das atividades, produtos ou serviços de uma organização, no caso de um empreendimento, que pode interagir com o meio ambiente;
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Fase de Operação: corresponde à fase em que o empreendimento e seus componentes passam a funcionar, após a conclusão de todas as atividades construtivas, incluindo os comissionamentos necessários, o cumprimento de todos os condicionantes da Licença de Instalação (LI), a execução dos programas ambientais da fase de instalação, e posterior obtenção da Licença de Operação (LO). Vale lembrar que, durante a operação, o empreendimento pode ser ajustado, conforme as dinâmicas mercadológicas das atividades a serem desenvolvidas. Sendo assim, torna-se necessário um plano de gestão com vistas a acompanhar as atividades desenvolvidas e a observação de potenciais impactos não previstos quando da elaboração deste EIA.
Neste sentido, para cada uma das fases do Projeto Verde Atlântico Energias foram identificados os aspectos mais relevantes que poderão gerar impactos ambientais adversos ou benéficos, e que são apresentados no QUADRO 9.1.2-1.
QUADRO 9.1.2-1 AÇÕES GERADORAS DE IMPACTOS (ASPECTOS)
Fases do
Empreendimento Ações Geradoras de Impactos (Aspectos)
Planejamento
Reuniões com instituições e órgãos relacionados à região e ou aos setores
do projeto (elétrico e de óleo e gás);
Realização de levantamentos nas áreas de intervenção.
Implantação
Recrutamento, seleção e contratação de mão de obra;
Contratação de empreiteiras e fornecedores;
Aquisição/locação de máquinas, equipamentos e embarcações;
Limpeza e preparação do terreno (supressão de vegetação);
Terraplenagem, aterros e movimentação de terra;
Implantação de vias de acessos internos;
Interferência em cursos d’água para passagem dos gasodutos;
Instalação de canteiro de obras;
Abertura de novo acessos para implantação das torres;
Atividades de dragagem;
Movimentação de materiais, equipamentos, veículos de carga, embarcações
e passageiros;
Execução de obras civis, incluindo construção do quebra-mar;
Abastecimento e manutenção das máquinas nos canteiros de obras;
Implantação da faixa de servidão (LT);
Desmobilização dos canteiros de obras, máquinas e equipamentos; e
Desmobilização da mão de obra.
Operação
Recrutamento, seleção e contratação de mão de obra;
Contratação de empresas fornecedoras (terceirizadas);
Atracação, circulação e manobra de embarcações;
Operação das áreas administrativas e de apoio;
Abastecimento das embarcações com combustíveis;
Emissões (resíduos sólidos, efluentes industriais, emissões atmosféricas)
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9.1.3 Critérios para Avaliação de Impactos Ambientais
A partir da identificação dos potenciais impactos ambientais, o procedimento metodológico
subsequente é a determinação dos atributos que serão considerados na avaliação dos
mesmos, cujas definições basearam-se em Sánchez (op. cit.), a saber:
Natureza:
Positiva/Benéfico: resultam em efeitos positivos sobre os fatores e ou parâmetros
ambientais, ou seja, na melhoria da qualidade ambiental; e
Negativa/Adverso: resultam em efeitos negativos sobre os fatores e ou parâmetros
ambientais, ou seja, em prejuízo da qualidade ambiental;
Incidência:
Direta: resultantes de uma simples e direta relação de causa (ação geradora de impacto)
e efeito (impacto ambiental). Também chamado de impacto de 1º ordem; e
Indireta: resultam de uma reação secundária em relação à intervenção, ou quando fazem
parte de uma cadeia de reações, ou seja, impactos de 2ª ou 3ª ordens;
Duração:
Temporário: se manifestam durante uma ou mais fases do empreendimento, e cessam
quando da desativação da ação geradora; e
Permanente: representam a alteração definitiva do meio, ou seja, uma vez realizada a
intervenção, os efeitos não cessam de se manifestar em horizonte temporal conhecido;
Temporalidade:
Imediatos: se manifestam no instante ou imediatamente após a ocorrência da intervenção
geradora do impacto;
Curto Prazo: se manifestam após decorrer um curto período de tempo (semanas) em
relação à ocorrência da intervenção geradora do impacto;
Médio Prazo: se manifestam alguns meses após a ação geradora do impacto; e
Longo Prazo: se manifestam anos após a ocorrência da intervenção geradora do impacto;
Abrangência Territorial:
Pontual: alteração se restringe à Área Diretamente Afetada (ADA);
Local: alteração se restringe à Área de Influência Direta (AID); e
Regional: alteração se restringe à Área de Influência Indireta (AII);
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Reversibilidade:
Reversível: aqueles em que o meio afetado retorna às condições originais ou similares,
uma vez cessada a ação geradora do impacto ou implantada ação corretiva; e
Irreversível: aqueles em que o meio afetado não retorna às condições originais ou
similares, mesmo quando cessada a ação geradora ou implantada ação corretiva;
Possibilidade de Mitigação:
Mitigável: comportam medidas para reduzir ou eliminar os efeitos da intervenção sobre
determinado componente ambiental;
Não mitigável: não comportam medidas para reduzir ou eliminar (preventiva ou
corretivamente) os efeitos da ação sobre determinado componente ambiental, sendo
então obrigatoriamente passíveis de compensação; e
Potencializável: comportam medidas para potencialização dos efeitos de um impacto
positivo (benéfico) sobre um determinado componente ambiental;
Probabilidade de Ocorrência:
Certa: quando não há incerteza sobre a ocorrência do impacto; e
Provável: quando, baseado em projetos similares, estima-se ser provável sua ocorrência,
e que a mesma não pode ser descartada;
Cumulatividade e Sinergismo:
Possibilidade dos impactos se somarem ou se multiplicarem. Impactos cumulativos são
aqueles que se acumulam no tempo e ou no espaço e resultam em uma combinação de
efeitos decorrentes de um ou mais aspectos. Já os impactos sinérgicos são resultantes
da presença simultânea de um ou mais aspectos, inclusive de outros empreendimentos,
cuja associação não apenas potencializa sua ação, como também produz efeito distinto;
Magnitude:
A magnitude diz respeito à estimativa, qualitativa e ou quantitativa, da intensidade do
impacto frente a determinado fator ambiental ou área de ocorrência, podendo ser
enquadrada como baixa, média ou alta, e sempre justificada, apontando-se o elemento
de referência para tal classe;
Significância:
Este atributo reflete a expressividade do impacto, devendo sua classificação considerar
o conjunto da avaliação dos outros atributos em relação ao meio impactado, podendo o
impacto ser de baixa, média ou alta significância.
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Ressalta-se os atributos descritos anteriormente foram avaliados de forma individual para cada componente (TGNL; GM/T; UTE; LT e GD), uma vez que cada componente pode acarretar o mesmo impacto ambiental com características distintas. Então, a análise final do impacto ambiental foi realizada de forma integrada para todos os componentes do PVAE, por meio do atributo Significância. O QUADRO 9.1.3-1 apresenta a síntese dos atributos definidos para a avaliação dos potenciais impactos ambientais referentes ao PVAE e aos seus componentes.
QUADRO 9.1.3-1 ATRIBUTOS DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS
Identificação Atributos Avaliação dos Atributos
Impacto
Natureza - Positiva (P) - Negativa (N)
Incidência/Origem - Direta (D) - Indireta (I)
Duração - Temporário (T) - Permanente (P)
Temporalidade
- Imediato (IM) - Curto Prazo (CP) - Médio Prazo (MP) - Longo Prazo (LP)
Abrangência Territorial - Pontual (P) - Local (L) - Regional (R)
Reversibilidade - Reversível (R) - Irreversível (I)
Possibilidade de Mitigação - Mitigável (M) - Não Mitigável (NM) - Potencializável (P)
Probabilidade de Ocorrência - Certa (C) - Provável (P)
Cumulatividade e Sinergismo - Cumulativo e Sinérgico (CS) - Cumulativo e Não Sinérgico (CNS) - Não Cumulativo e Não Sinérgico (N)
Magnitude - Baixa (B) - Média (M) - Alta (A)
Significância - Baixa (B) - Média (M) - Alta (A)
Na sequência, são identificados e avaliados os potenciais impactos ambientais associados ao PVAE, e de forma específica, aos seus componentes TGNL, GM/T, UTE, LT e GD, a partir da integração das informações técnicas contidas nos Capítulo 7.0 – Caracterização do Empreendimento e Capítulo 8.0 – Diagnóstico Ambiental, bem como na abordagem dos dispositivos legais aplicáveis apresentada no Capítulo 5.0 – Aspectos Legais e Institucionais.
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9.2 DESCRIÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS
Este item apresenta a identificação e avaliação dos potenciais impactos ambientais, bem
como proposições de medidas de controle, mitigadoras, compensatórias e potencializadoras
relacionadas aos componentes do PVAE, considerando-os por fase do empreendimento
(Planejamento, Implantação e Operação) e por meio de ocorrência (Meios Físico, Biótico e
Socieconômico).
9.2.1 Fase de Planejamento
9.2.1.1 Impactos sobre o Meio Físico
Não foram identificados impactos no Meio Físico.
9.2.1.2 Impactos sobre o Meio Biótico
Não foram identificados impactos no Meio Biótico.
9.2.1.3 Impactos sobre o Meio Socioeconômico
9.2.1.3.1 Geração de expectativas na população
a. Atividades Associadas
Esse impacto é associado à realização de atividades anteriores à implantação do
empreendimento, desenvolvidas na etapa de planejamento. Abrange todo o período prévio
à emissão da LP, de modo que as atividades geradoras do impacto compreendem todos os
estudos necessários para a viabilização da LP, incluindo trabalhos de campo para projetos
de engenharia e estudos ambientais, consultas a instituições, prefeitura e população,
realização de audiências públicas, assim como a divulgação oficial do empreendimento pelo
empreendedor.
b. Avaliação do Impacto
Com a possibilidade de implantação de grandes empreendimentos é comum que surjam
expectativas positivas e negativas por parte da sociedade diretamente envolvida. Tais
expectativas, em geral, decorrem da relação entre os interesses ou atuações de indivíduos
e organizações com as informações disponíveis ou especulações geradas sobre o que será
o projeto.
Gera-se a expectativa, por um lado, de que o empreendimento traga benefícios à região e à
qualidade de vida da população e, por outro, receio de que o mesmo possa gerar prejuízos
socioambientais ou interferências negativas no cotidiano da população e dos diferentes
segmentos sociais.
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A geração de expectativas na população, relacionadas à instalação do PVAE, inicia-se na
fase de planejamento do empreendimento em decorrência das atividades realizadas para a
viabilização do projeto, tais como estudos, reuniões com representantes da municipalidade,
com instituições locais e com a população. A elaboração deste Estudo de Impacto Ambiental
demandou a realização de atividades que implicaram no trânsito de pessoas estranhas à
área de estudo. Ainda, foram realizadas conversas que envolveram contato direto da equipe
técnica com instituições e atores da prefeitura e comunidade, a fim da obtenção de dados
primários essenciais para a apreensão da realidade local.
Menciona-se neste sentido o contato realizado com proprietários e ocupantes ao longo do
traçado da linha de transmissão e o contato realizado com algumas instituições de interesse,
listadas no QUADRO 9.2.1.3.1-1.
QUADRO 9.2.1.3.1-1
INSTITUIÇÕES E ATORES CONSULTADOS NO ÂMBITO DO DIAGNÓSTICO
SOCIOECONÔMICO
No Instituição/Ator Município
1 Secretaria de Planejamento Cubatão 2 Secretaria de Meio Ambiente Cubatão 3 Conselho de Meio Ambiente Cubatão 4 Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente Itanhaém 5 Departamento de Agricultura Itanhaém 6 Amibra (Associação dos Agricultores da Bacia do Rio Branco) Itanhaém 7 Diretoria de Meio Ambiente Mongaguá 8 Setor imobiliário Peruíbe 9 Associação Comercial e Empresarial de Peruíbe Peruíbe 10 IECA (Instituto de Estudos de Conservação da Mata Atlântica) Peruíbe 11 Contur (Conselho de Turismo) Peruíbe 12 Colônia de Pescadores Z-5 “Júlio Conceição”, Peruíbe 13 Depto. De Meio Ambiente Peruíbe 14 Depto. De Planejamento Peruíbe 15 Conselho da Cidade Peruíbe 16 Pescadores artesanais Peruíbe 17 Secretaria de Habitação Peruíbe 18 Secretaria de Turismo Peruíbe 19 Secretaria de Saúde Peruíbe 20 Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social Peruíbe 21 Secretaria de Meio Ambiente Praia Grande 22 Condema Praia Grande 23 Secretaria de Obras e Meio Ambiente São Vicente24 Agência Metropolitana da Baixada Santista - AGEM Estadual 25 Coordenadoria de Assistência Técnica Integral – CATI Estadual
Embora nestas conversas tenham sido apresentadas informações sobre o empreendimento
e buscado se responder o maior número de dúvidas possível, as conversas e reuniões
realizadas inevitavelmente contribuíram para a geração de expectativas em relação a
possíveis impactos que a implantação e, principalmente, operação do empreendimento
possam ter. Ao mesmo tempo, permitiram melhor compreensão acerca destas expectativas
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e abriu um canal de diálogo entre o empreendedor e as instituições e atores sociais.
Ressalta-se que as ações de comunicação concernentes ao projeto estão previstas para
após o protocolo do EIA, incluindo matérias na mídia, realização de reuniões prévias à
audiência pública com os diversos grupos de interesse e as audiências públicas nos
municípios e localidades definidos pelo órgão ambiental.
Pode-se dizer que este impacto possui uma dupla natureza, que pode ser caracterizada
como negativa e positiva. Os diferentes componentes do projeto geraram e continuarão
gerando distintas expectativas na população. Em comum, verifica-se que todos os
componentes geram expectativas relacionadas a possíveis transtornos à população
decorrentes de obras relacionadas à implantação, como também a possíveis ruídos,
emissões e riscos relacionados à operação.
No que se refere especificamente ao TGNL, as principais expectativas negativas remeteram
a possíveis interferências nas atividades pesqueiras e turísticas, sendo o componente que
gera maior expectativa para os pescadores artesanais.
Em relação à UTE, as expectativas negativas remetem a possíveis impactos na estrutura
viária local, assim como geração de incômodos à vizinhança durante a fase de implantação
e operação e principalmente em relação às emissões atmosféricas e riscos à segurança e
saúde da população.
Já para a LT as expectativas negativas referem-se a possíveis interferências em áreas de
preservação ambiental, comunidades indígenas, e de produção agrícola, esta última
especialmente no município de Itanhaém. Levando em conta o perfil da população dos
municípios da Baixada Santista, é possível verificar uma forte identificação com a questão
da preservação ambiental, que mobiliza, inclusive, diversas organizações da sociedade civil.
Há, ainda, expectativas por parte dos ocupantes cujas propriedades atravessam a faixa de
servidão da LT, em relação a possíveis restrições de uso, interferências nas atividades
produtivas e até a desapropriações. Há expectativas também ligadas à possibilidade de
contrapartidas vinculadas a concessões de uso e desapropriações.
No que se refere ao GM/T e ao GD, as principais expectativas negativas referem-se a
possíveis impactos na infraestrutura viária e a desdobramentos negativos que estes
impactos poderiam ter à atividade turística, caso dificultem o acesso dos turistas aos
municípios durante o período de implantação. Há ainda uma forte preocupação em relação
a possíveis riscos relacionados ao gasoduto.
As expectativas positivas relacionadas ao PVAE, em geral, remetem à geração de empregos
diretos e indiretos, dinamização da economia do município e receitas associadas, sendo
essas principalmente relacionada à UTE. Há, ainda, expectativa positiva em relação ao
aumento do fornecimento de energia e de gás nos municípios por onde passará o
empreendimento.
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Cabe ressaltar que este impacto não está necessariamente relacionado à real dimensão das
alterações socioambientais que possam vir a ocorrer em função da implantação e operação
do projeto. Está, contudo diretamente ligado à percepção que os atores e instituições da
área de influência têm a respeito de possíveis impactos do empreendimento.
Ainda, tais expectativas podem provocar especulações e mobilizações em torno da iniciativa,
em especial quando há falta de informação acerca do empreendimento. Diante deste
cenário, são necessárias medidas de comunicação esclarecedoras à população, tendo tais
medidas capacidade de mitigar os impactos negativos.
O impacto pode ser considerado cumulativo e sinérgico, na medida que a presença
simultânea de outros impactos, tais como a geração de incômodos à população,
interferências nas atividades turísticas e pesqueiras e alterações na paisagem, podem
potencializar a geração de expectativas e gerar efeitos distintos. Considerando o conjunto
dos atributos relacionados aos diferentes componentes, é possível considerar que a geração
de expectativas na população, iniciada na fase de planejamento, podendo perdurar até o
início da fase de operação, possuindo Significância Alta, com ênfase aos componentes
UTE e LT.
Impacto Atributos Projeto Verde Atlântico Energias
TGNL GM/T UTE LT GD
Geração de Expectativas
na População
Natureza P/N P/N P/N P/N P/N
Incidência D D D D D
Duração T T T T T
Temporalidade IM/CP IM/CP IM/CP IM/CP IM/CP
Abrangência Territorial R R R R R
Reversibilidade R R R R R
Possibilidade de Mitigação M M M M M
Probabilidade de Ocorrência C C C C C
Cumulatividade e Sinergismo CS CS CS CS CS
Magnitude B B M A B
Significância M M A A B
PVAE Significância Alta Natureza: Positiva (P) / Negativa (N) - Incidência: Direta (D) / Indireta (I) - Duração: Temporário (T) / Permanente (P) - Temporalidade: Imediato (IM) / Curto Prazo (CP) / Médio Prazo (MP) / Longo Prazo (LP) - Abrangência Territorial: Pontual (P) / Local (L) / Regional (R) - Reversibilidade: Reversível (R) / Irreversível (I) - Possibilidade de Mitigação: Mitigável (M) / Não Mitigável (NM) / Potencializável (P) - Probabilidade de Ocorrência: Certa (C) / Provável (P) - Cumulatividade e Sinergismo: Cumulativo e Sinérgico (CS) / Cumulativo e Não Sinérgico (CNS) / Não Cumulativo e Não Sinérgico (N) - Magnitude: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A) - Significância: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A)
50166-EV-RT005-0
9-14
c. Medidas de Controle e Programas Ambientais Associados
As ações previstas para mitigação e acompanhamento deste impacto foram consideradas
no âmbito do Programa de Comunicação Social Integrada, que inclui a criação de canais de
comunicação capazes de se relacionar com os diferentes grupos sociais existentes na AII e
especialmente na AID. Menciona-se neste sentido tanto a importância de se informar a
população a respeito do empreendimento e de seus impactos, como de receber dúvidas e
reclamações da população, por meio de procedimentos de ouvidoria.
9.2.2 Fase de Implantação
9.2.2.1 Impactos sobre o Meio Físico
Os impactos potenciais associados ao Meio Físico para esta fase foram:
1. Desencadeamento e intensificação de processos de dinâmica superficial;
2. Alteração na qualidade da água – Porção Continental;
3. Alteração na qualidade da água– Porção Marinha;
4. Poluição e incômodos à população; e
5. Interferência em processos minerários;
9.2.2.1.1 Desencadeamento e Intensificação de Processos de Dinâmica Superficial
a. Atividades Associadas
O PVAE conta com os seguintes componentes: (i) Terminal Offshore (TGNL); (ii) Gasodutos
Marítimo e Terrestre (GM/T); (iii) Usina Termelétrica (UTE); (iv) Gasoduto de Distribuição
(GD); e Linha de Transmissão 345 kV (LT).
Para os componentes previstos para o compartimento marinho, como o TGNL e o GM, não
é previsto este impacto. Já para a implantação dos demais componentes serão necessárias
uma série de atividades que poderão desenvolver ou intensificar processos erosivos, como:
Interferência em cursos d’água (para passagem do gasoduto).
Limpeza e preparação do terreno (supressão de vegetação);
Terraplenagem, aterros e movimentação de terra;
Implantação de vias de acessos internos;
Instalação de canteiro de obras;
Abertura de novo acessos para implantação das torres;
Destaca-se que este impacto não trata das atividades desenvolvidas no canteiro de obras,
sendo este tratado no impacto “Poluição e incômodos à população - Canteiros de obra, áreas
de apoio e caminhos de serviço”.
50166-EV-RT005-0
9-15
b. Avaliação do Impacto
Para a avaliação deste impacto foi segregado o PVAE em dois grandes blocos: (i) UTE, que
considera as Estações de Medição e Regulação de Pressão (EMRP); e (ii) Gasoduto de
Distribuição (GD) e Linha de Transmissão (LT).
Neste impacto foram avaliados os processos de desenvolvimento de processos erosivos,
inundação e assoreamento dos corpos hídricos.
UTE / EMRP
A área da UTE e das EMRP, bem como a do Canteiro de Obras Central referem-se a um
terreno contiguo à SP-055 (rodovia Padre Manoel da Nobrega), próximo ao km 349,
inserindo-se em região com baixa ocorrência de processos erosivos, principalmente devido
ao seu relevo plano. É formado por sedimentos marinhos inconsolidados e sedimentos
fluviais arenosos / argilosos também inconsolidados e cascalhos. São áreas que apresentam
baixa densidade de drenagem.
Atualmente a área encontra-se aterrada, que segundo os dados de sondagens realizadas,
apresenta cerca de 2 m de espessura, constituído de argila silto-arenosa de cor marrom. De
acordo com informações locais esta área já foi utilizada como bota-fora durante a construção
da SP-055, sendo que as análises de solos realizadas na área não indicaram nenhum
parâmetro acima da Resolução Conama nº 420/09
A FIGURA 9.2.2.1.1-1 apresenta a localização da área da UTE, EMRP e Canteiro de Obras
Central.
REFERÊNCIA
NOTAS
LOCALIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO
LEGENDA
1 - FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE).
2 - HIDROGRAFIA ADAPTADA DO IGC 1:10.000.
3 - IMAGEM PLÉIADES – 2014/2015
1 - BASE CARTOGRÁFICA NA PROJEÇÃO UNIVERSAL TRANSVERSA DE MERCATOR. DATUM HORIZONTAL: SIRGAS 2000.ZONA DE REFERÊNCIA 23S.
2 - ARQUIVOS FORMATO SHAPEFILE - ARCGIS 10.1.
3 - MAPA PARA IMPRESSÃO EM FORMATO A3.
FIGURA 9.2.2.1.1-1
UTE
EMRPCanteiro de Obras
LT 345KV
Gasoduto
Rod. Padre Manoel da Nóbrega
Rio Preto
T1
T2
Ti1
Ti2
296000
2960
00
297000
2970
00
298000
2980
00
299000
2990
00
7311
000
7311000
7312
000
7312000
7313000
7313
000
7314000
7314
000
TÍTULO:
PROJ N.: PROJ.: APROV.: DATA: ESCALA: REV.:
50166 A.N. B.C. 02/17 R01:10.000
A EMISSÃO INICIAL E.G. 02/2017
GoiásMinasGerais
Paraná
SãoPaulo
Copyright:© 2014 Esri
SÃOVICENTE
MONGAGUÁ
CUBATÃOEMBU-GUAÇU
ITANHAÉM
JUQUITIBA
PERUÍBE
PRAIAGRANDE
SANTOSSÃO
PAULO
Copyright:© 2014 Esri
0 100 200 300 400m
EIA-RIMA PROJETO VERDE ATLÂNTICO ENERGIAS
Corpo d'água
Curso d'água
ADA - Área Diretamente AfetadaUTE / Gasoduto / LT 345KV / Terminal Offshore de GNL e FSRU
Torres
Linha de Transmissão
Gasoduto
Áreas SensíveisÁrea Sujeita a Erosão
Local com Risco de Assoreamento/Carreamento de Sedimento
LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DA UTE, EMRP E CANTEIRO DE OBRAS
50166-EV-RT005-0
9-17
Ao longo dos trabalhos de campo não foram verificados focos erosivos nesta área. Contudo,
existe um sistema de drenagem da rodovia, localizado no limite norte da área da UTE, e
apresenta focos erosivos de solapamento das margens, apesar de existir vegetação sobre
as mesmas. Destaca-se que entre o sistema de drenagem e a rodovia existe faixa de
servidão de uma LT 230 kV (FOTO 9.2.2.1.1-1).
FOTO 9.2.2.1.1-1: Erosão existente no canal
de drenagem e LT existente.
A principal característica da área de implantação da UTE é seu nível d’água (NA) raso,
encontrado em até 0,5 m de profundidade. Esta característica, associada ao aterro argiloso,
deixa a área susceptível a acúmulo de água (FOTOS 9.2.2.1.1-2 e 9.2.2.1.1-3).
FOTOS 9.2.2.1.1-2 e 9.2.2.1.1-3: Áreas com acúmulo de água na ADA da UTE
50166-EV-RT005-0
9-18
Para minimizar este impacto identificado será realizado o alteamento e nivelamento do
terreno para a cota +8,0 m. São previstas atividades balanceadas de corte e aterro para o
nivelamento do terreno na cota +8,0 m e melhoria da capacidade de suporte do solo com
areia e brita de diversas granulometrias. As atividades de corte se concentrarão nas porções
Leste e Nordeste da gleba, enquanto as de aterro na porção Oeste.
A área total de movimentação de terra será de 441.987,215 m2, ou cerca de 44,2 ha, com
os seguintes volumes: (i) Volume de aterro: 602.934,56 m3; e (ii) Volume de corte:
602.440,17 m3. Destaca-se que não há necessidade de áreas de empréstimo e bota fora.
Para a execução da terraplenagem serão atendidas as exigências mínimas indicadas nas
normas da ABNT, do DER/SP e do DNIT aplicáveis às atividades de escavação, transporte,
compactação, drenagem e pavimentação.
Um ponto que merece destaque é a drenagem existente (afluente do rio Preto) na porção
sudoeste da UTE, onde poderia ocorrer carreamento de sedimentos. Contudo, esta
drenagem encontra-se a cerca de 200 m distante do limite da UTE. Além disto, após o
nivelamento será construído o sistema de drenagem da área, visando assegurar o
escoamento das águas pluviais, além de proteger o terreno dos processos erosivos durante
e após a fase de obras.
Deste modo o impacto relativo ao Desencadeamento e Intensificação de Processos de
Dinâmica Superficial da área da UTE / EMRP / Canteiro de Obras foi avaliado de natureza
como negativa; incidência direta e com duração temporária, visto que a probabilidade de
ocorrência na área da UTE é apenas durante a fase de corte e aterro, até a estabilização do
terreno. Este impacto poderá ocorrer em curto prazo, podendo se iniciar após a atividade
de supressão de vegetação; sua abrangência é pontual, se restringindo à ADA.
Ainda, é um impacto reversível e mitigável, pois o desencadeamento dos processos
erosivos, assoreamento e de inundação pode ser contido e recuperado, assim como já serão
implantadas medidas de mitigação, inerentes ao projeto, tais como sistema de drenagem,
cobertura vegetal nos taludes, entre outros. Este impacto é de ocorrência provável, podendo
ainda não ocorrer na área e classificado como não cumulativo e não sinérgico, em vista
da ausência de projetos de grande porte na região, assim como na ausência de processos
erosivos na área. Assim, considerando a intensidade do impacto frente ao
desencadeamento de processos de dinâmica superficial, classifica-o como de Magnitude
Baixa e Significância Baixa.
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9-19
Gasoduto de Distribuição (GD) e Linha de Transmissão (LT)
Os traçados preliminares da LT e do GD partirá de Peruíbe, na UTE, até Cubatão, na SE
Baixada Santista/CTEEP e city gate Comgás, porém com traçados distintos. Ressalta-se
que o trecho terrestre do GM/T está previsto apenas para o trecho de praia até a UTE, em
Peruíbe, com cerca de 4 km.
O GD será implantado por meio do método de posicionamento dos tubos ao longo de sua
diretriz, no que é conhecido como desfile dos tubos. Com sincronismo dos serviços de
abertura da vala e assentamento do duto, deverão ser sincronizados à medida que a vala é
aberta, deixando o mínimo de tempo possível com o terreno desprotegido.
Dependendo do trecho poderá haver necessidade de desmonte de rochas; corte de
pequenas elevações; preparação para travessias de cursos d’água, entre outros, além de
abertura e preparação de acessos à faixa de domínio.
As travessias de cursos d’água, além dos pontos sensíveis referentes a dinâmica superficial
podem ser observadas na FIGURA 9.2.2.1.1-2, sendo que a mesma figura na escala 1:5.000
é apresentada no ANEXO F1.
REFERÊNCIA
NOTAS
LOCALIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO
LEGENDA
1 - FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE).
1 - BASE CARTOGRÁFICA NA PROJEÇÃO UNIVERSAL TRANSVERSA DE MERCATOR. DATUM HORIZONTAL: SIRGAS 2000.ZONA DE REFERÊNCIA 23S.
2 - ARQUIVOS FORMATO SHAPEFILE - ARCGIS 10.1.
3 - MAPA PARA IMPRESSÃO EM FORMATO A3.
FIGURA 9.2.2.1.1-2
OCEANO ATLÂNTICO
UTE
LT 345KVGasoduto
TERMINAL DE GNL E FSRU
Emissário de Efluente
COTIA
CUBATÃOEMBU-GUAÇU
IBIÚNA
IGUAPE
ITANHAÉM
ITAPECERICADA SERRA
ITARIRI
JUQUITIBA
MONGAGUÁ
PEDRO DETOLEDO
PERUÍBE
PRAIAGRANDE
SANTOANDRÉ
SANTOS
SÃO BERNARDODO CAMPOSÃO
LOURENÇODA SERRA
SÃOPAULO
SÃOVICENTE
Rio Juquiá
Ribeirão das Lavras
Rio
Piaçabuç u
RioCu
batão
deCima
Rio C uruc
uru
RioEmbu-Guaçu
Rio Q
uilom
bo
RibeirãoVermelho
RioPerequê
Rio SãoLo urenço
RioCubatão
Rib
eirão d
aLaranjeira
RioCap iva ri
Rio
Moji
R io Claro
RioPiaçaguera
Ribeirão daCachoeira
Ribeir ão Grande
RioSo
rocabu
çu
CórregoFurnas
Ribeir
ãodo
sMonos
Rio doAzeite
RioItanh aém
CórregoGuaxiru
Rio
Guanhanhã
RibeirãoS oturno
Rio doCastro
RioIp anema
RibeirãoBicudo
Rio U na doPrelado Comprido
Ribeir ã o
do Bor oré
Córrego
Borges RibeirãoEmbura
R ibeirão
doAreado
R ibeirão
doÓleo
Rio Mamb ú
Ribeirã oPassareuva
Ribeirão
do
Cabuçu
Có r r ego
do Quati
RibeirãoVarginha
RioCamburi
Rio
Pre toRio dosMacacos
Rio Parequê
Córrego
Salga
Ribeirão dos Soares
Ribeirão
Caepupu
Ribeirão JoãoMandu Mandu
RioTaquaru
RibeirãoJacuba
Ribeirãodo BraçoGra nde o u Arcoverde
Ribeirãodo Cipó
Rib e irãode
San ta Rita
R io Branco
Rio Guaraú
Rio Boturo ca
ou Branc o
Ribeirão doBracinho
RioTambotica
RioMineiro
Rio I tariru
ou I taturuRibe irão do BraçoGrand e ou Pedrado
Rio Aguap eú ouR ioB ich oró
RioSãoLoure n çin
ho
300000
300000
325000
325000
350000
350000
7300
000
7300
000
7325
000
7325
000
7350
000
7350
000
ÁREAS SENSÍVEIS AO LONGO DA LINHA DE TRANSMISSÃO E GASODUTO
TÍTULO:
PROJ N.: PROJ.: APROV.: DATA: ESCALA: REV.:
50166 A.N. B.C. 02/17 R01:275.000
A EMISSÃO INICIAL E.G. 02/2017
GoiásMinasGerais
Paraná
SãoPaulo
SÃOVICENTE
MONGAGUÁ
CUBATÃOEMBU-GUAÇU
ITANHAÉM
JUQUITIBA
PERUÍBE
PRAIAGRANDE
SANTOSSÃO
PAULO
0 3 6 9 12Km
EIA-RIMA PROJETO VERDE ATLÂNTICO ENERGIAS
Curso d'água
Limite Municipal
ADA - Área Diretamente AfetadaUTE / Gasoduto / LT 345KV / Terminal Offshore de GNL e FSRU
AID - Área de Influência DiretaMeio Terrestre
Meio Marítimo
AII - Área de Influência IndiretaMeio Terrestre
Meio Marítimo
Áreas SensíveisTravessias
Terreno com Variação Topográfica Acentuada
Parque Estadual da Serra do Mar (PESM)
OCEANO ATLÂNTICO
Gasoduto
TERMINAL DE GNL E FSRU
50166-EV-RT005-0
9-21
Conforme apresentado, o GD atravessará 48 trechos de cursos d’água, sendo a grande
maioria (43) em cursos de pequena ordem e cinco em grandes rios (Itanhaém, Cubatão,
Mongaguá, Itinga e Boturoca). Nestas travessias será utilizado o método de furo direcional
(método não destrutivo), o qual minimizará as interferências no leito dos rios.
Neste método não é necessário a abertura de valas, sendo realizado um furo no subsolo
(subterrâneo) para passagem do duto, o que reduz significativamente a possibilidade de
desenvolvimento de erosão e de interferência na margem do rio. Destaca-se que para todas
as interferências nos cursos d’águas foram solicitadas autorizações (Outorgas) ao DAEE,
conforme já apresentado no ANEXO E1-7.
Ainda, de acordo com o perfil topográfico, apresentado no diagnóstico ambiental, o traçado
do GD variará de 10 a 70 m, com amplitude de 60 m, apresentando potencial de
desenvolvimento de processos erosivos nos trechos com grandes declividades, contudo,
apesar desta amplitude, o fato do GD ser construído na margem da SP 055, auxilia na
prevenção e inspeção de dinâmica superficial ao longo do traçado.
Já para a LT as atividades de abertura de acesso e construção das torres, em áreas
atualmente sem intervenção, podem propiciar o desenvolvimento de processos erosivos.
Para definição da localização das praças de montagem, assim como de acessos, foram
adotados critérios ambientais visando a redução da fragmentação e supressão de vegetação
nativa e interferências em áreas de preservação permanente (APP), tais como:
Acessos de veículos (máximo de 3,0 m);
Ajustes de traçado visando o desvio de maciços florestais e de indivíduos de espécies da
flora ameaçadas de extinção; e
Implantação de praças de trabalho em áreas que não exijam supressão de vegetação
nativa e que estejam fora de APP e de áreas cuja declividade possa desencadear
processos de dinâmica superficial e assoreamento.
As vias de acessos necessárias para implantação da LT contarão com sistema de drenagem
de forma a evitar o acúmulo e direcionamento concentrado da água. Os taludes serão
revegetados com gramíneas de forma a proteger o solo das ações do vento e da chuva.
Com relação à escavação, necessária para construção da fundação das torres, a camada
orgânica do solo deverá ser raspada e estocada para posterior utilização na recomposição
das áreas afetadas. Todo o material escavado e que será utilizado como reaterro das
fundações deverá ser estocado de modo a evitar o carreamento de sedimento para os
corpos d’água próximos.
50166-EV-RT005-0
9-22
Após a implantação das torres o terreno ao redor deverá ser recuperado com gramínea e
sistema de drenagem de modo a proteger a área da torre. A drenagem do entorno deve ser
executada através da construção de canaletas de drenagem. Caso seja necessário será
construída bacia de dissipação e providenciado o plantio de vegetação herbáceo-arbustiva,
que tem a finalidade de evitar o surgimento de processos erosivos.
Destaca-se que para o lançamento de cabos será utilizado técnicas não invasivas, com o
uso de drones e ou helicópteros, sem necessidade de abertura de picadas e supressão de
vegetação.
As áreas sensíveis relativas ao traçado da LT destacam-se as áreas com grandes
declividades ao longo do traçado da LT (FIGURA 9.2.2.1.1-2). De acordo com o perfil
topográfico, a LT percorrerá uma topografia acidentada, bordeando a Serra do Mar. Esta
situação acarreta em áreas de grande declivo e inserção de torres na encosta da serra. A
amplitude topográfica do traçado é de 110,0 m, com cota variando de 10,0 a 120,0 m.
Ainda, com relação às áreas inseridas na zona de amortecimento do Parque Estadual da
Serra do Mar (PESM) e do Parque Estadual Xivová-Japuí (PEXJ), grande parte do traçado
da LT e GD encontra-se inserida nesta zona, contudo destacam-se três trechos inseridos no
PESM, localizados nos trechos entre Mongaguá - Praia Grande - São Vicente - Cubatão,
sendo que nesse os traçados acompanham a SP-055.
Assim, este impacto relativo à área da LT e GD foi avaliado como de natureza negativa;
incidência direta e duração temporária, visto que a probabilidade de ocorrência ao longo
do traçado é apenas durante a fase obras. Este impacto poderá ocorrer em curto prazo,
podendo se iniciar após a atividade de supressão de vegetação; sua abrangência é local,
podendo ultrapassar os limites da ADA.
Ainda, é um impacto reversível e mitigável, pois o desencadeamento dos processos
erosivos, assoreamento e de inundação podem ser contidos e recuperados, assim como já
serão implantadas medidas de mitigação, inerentes ao projeto, tais como sistema de
drenagem, cobertura vegetal nos taludes, entre outros.
Este impacto é de ocorrência provável, podendo ainda não ocorrer na área e classificado
como não cumulativo e não sinérgico em vista da ausência de projetos de grande porte
na região, assim como na ausência de processos erosivos na área.
Assim, considerando a intensidade do impacto frente ao desencadeamento de processos de
dinâmica superficial, a intervenção em áreas de APP (áreas frágeis) e considerando a
intervenção dentro da área do PESM o mesmo foi classificado como de Magnitude Média
e Significância Média.
50166-EV-RT005-0
9-23
Impacto Atributos Projeto Verde Atlântico Energias
TGNL GM/T UTE LT GD
Desencadeamento e intensificação de
processos de dinâmica superficial
Natureza n.a N N N N
Incidência n.a D D D D
Duração n.a T T T T
Temporalidade n.a CP CP CP CP
Abrangência Territorial n.a L P L L
Reversibilidade n.a R R R R
Possibilidade de Mitigação n.a M M M M
Probabilidade de Ocorrência n.a P P P P
Cumulatividade e Sinergismo n.a CS CS CS CS
Magnitude n.a M B M M
Significância n.a M B M M
PVAE Significância Média n.a – não se aplica Natureza: Positiva (P) / Negativa (N) - Incidência: Direta (D) / Indireta (I) - Duração: Temporário (T) / Permanente (P) - Temporalidade: Imediato (IM) / Curto Prazo (CP) / Médio Prazo (MP) / Longo Prazo (LP) - Abrangência Territorial: Pontual (P) / Local (L) / Regional (R) - Reversibilidade: Reversível (R) / Irreversível (I) - Possibilidade de Mitigação: Mitigável (M) / Não Mitigável (NM) / Potencializável (P) - Probabilidade de Ocorrência: Certa (C) / Provável (P) - Cumulatividade e Sinergismo: Cumulativo e Sinérgico (CS) / Cumulativo e Não Sinérgico (CNS) / Não Cumulativo e Não Sinérgico (N) - Magnitude: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A) - Significância: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A)
c. Medidas de Controle e Programas Ambientais Associados Para controlar os efeitos deste impacto, deverão ser aplicadas medidas como: Instalação de sistema de drenagem pluvial nos canteiros de obras, direcionando as águas
pluviais, evitando-se escoamento desordenado e instalação de processos erosivos; Direcionamento do fluxo das águas pluviais nas vias de acesso, evitando-se o
escoamento desordenado e a instalação de processos erosivos; Após a conclusão das atividades construtivas por trecho/frente, deverão ser aplicadas as
medidas de recuperação ambiental, evitando a exposição do solo à ação das águas pluviais e o desencadeamento de processos erosivos;
Durante as obras, devem ser realizadas vistorias periódicas na faixa de servidão e, sempre que constatada a necessidade, devem ser aplicadas técnicas de recuperação das feições erosivas;
Sempre que possível, as atividades que envolvem a exposição de solos deverão ocorrer em épocas não chuvosas; e
Aperfeiçoamento da logística para a abertura de vias de acesso, seleção dos locais de implantação de canteiros de obras e reconformação de taludes, visando minimizar a exposição do solo e adequar o escoamento superficial, reduzindo a ocorrência de processos erosivos.
As medidas supracitadas encontram-se detalhadas no Programa de Controle de Processos Erosivos e Assoreamento.
50166-EV-RT005-0
9-24
9.2.2.1.2 Alteração na Qualidade da Água – Porção Continental
a. Atividades Associadas
A alteração na qualidade da água está relacionada principalmente com as atividades de
terraplenagem necessárias para implantação da UTE, além da própria operação do canteiro
de obras central e oficinas com geração de efluentes líquidos e resíduos sólidos. Para a
implantação da LT e GD (porção continental) a alteração da qualidade da água está
relacionada com a preparação do terreno e escavação para implantação das estruturas, com
possível carreamento de sedimentos para os corpos d’água.
Ressalta-se que para os componentes previstos para o compartimento marinho, como o
TGNL e o GM, não é previsto este impacto. Ainda, não está sendo considerada a poluição
proveniente do canteiro de obras central, tratado no impacto “Poluição e incômodos à
população”.
b. Avaliação do Impacto
Para a implantação da UTE será necessário nivelar o terreno para a cota +8,0 m, assim
haverá atividade de corte e aterro, já discutida no impacto anterior. Nesta movimentação de
terra poderá ocorrer carreamento de sedimento para as áreas mais baixas, sendo que
mesmo a drenagem estando a uma distância considerável da UTE (160 m - afluente do rio
Preto), poderá ocorrer o carreamento de sedimentos, conforme explicado no impacto de
dinâmica superficial. Ainda, mesmo o canal de drenagem, localizado entre a UTE e a SP-
055, encontrar-se em cota mais elevada, poderá ocorrer aporte de sedimentos durante as
obras de terraplenagem. Destaca-se que as duas drenagens são afluentes do rio Preto Sul.
Nota-se que para execução da terraplenagem serão atendidas as exigências mínimas
indicadas nas normas da ABNT, do DER/SP e do DNIT aplicáveis às atividades de
escavação, transporte, compactação, drenagem e pavimentação.
A drenagem da área será executada de forma a assegurar o escoamento das águas pluviais
visando proteger o terreno contra os processos erosivos durante e após a fase de obras,
sempre considerando as cargas máximas pluviais. Lembra-se que os impactos relativos à
implantação e operação do canteiro de obras é tratado separadamente no impacto “Poluição
e incômodos à população”.
Para a implantação do GD e GT será realizada abertura de vala para assentamento do duto
e fechamento da vala. O processo prevê o menor tempo possível de exposição da vala
aberta, evitando o desenvolvimento de processos erosivos. Nos trechos com travessia em
curso d’água será utilizado o método de furo direcional que minimiza a necessidade de
escavações. Esta técnica não irá impactar as margens destes cursos ao longo dos
gasodutos, minimizando consideravelmente o aporte de sedimento para os corpos d’água
referentes à implantação dos gasodutos.
50166-EV-RT005-0
9-25
Para a implantação da LT haverá movimentação de terra apenas nas praças de montagem
das torres, correspondente ao número de estruturas previstas para o traçado preliminar da
LT 345 kV, ou seja, 218 torres. O lançamento de cabos será realizado por drones e ou
tecnologia semelhante, sem necessidade de abertura de picadas, reduzindo
consideravelmente a supressão de vegetação para implantação da LT. Ainda, as torres
foram locadas considerando a mínima interferência em APP.
Para a construção das fundações das torres serão realizadas atividades de preparação do
local das estruturas, com escavações, restauração do terreno e implantação da drenagem
em seu entorno. A drenagem do entorno será executada através da construção de canaletas
de drenagem, se necessário, será construída bacia de dissipação e providenciado o plantio
de vegetação herbáceo-arbustiva, visando evitar o surgimento de processos erosivos. Todas
estas medidas minimizam o desenvolvimento de processos erosivos e consequente
carreamento de sedimento para os corpos d’água.
Para verificar a atual qualidade da água foram realizadas análise em 12 pontos amostrais
ao longo da ADA do PVAE. Destaca-se que ao longo da LT; GD; e GM/T foram realizadas
análises básicas, visto que nestas áreas não serão desenvolvidas atividades com potencial
de contaminação da água (oficina, ETE, canteiro, entre outras).
Os pontos ao redor da UTE (P1; P2; e P3) indicam o despejo de efluentes domésticos e
industriais sem o devido tratamento devido à presença de coliformes termotolerantes,
surfactantes, sulfeto, carbono orgânico total e oxigênio. Ainda, os teores de manganês, ferro
e alumínio dissolvidos demonstram o elevado índice destes minerais nas águas. Já o Ponto
P4, localizado mais afastado da urbanização, indica melhor qualidade dos outros pontos
apresentando apenas ferro, sulfeto e pH em desacordo à Resolução Conama nº 357/05. Já
nos pontos ao longo da LT e GD as análises visaram identificar a concentração de sólidos
na água, sendo que apenas um ponto apresentou concentrações elevadas de sólidos (S08),
localizada em São Vicente, próximo à divisa com Praia Grande e à área de mineração.
Ainda nos pontos de monitoramento P1 a P4 foram realizados ensaios ecotoxicológicos
(toxicidade crônica com Ceriodaphnia dubia) que indicaram toxicidades em todos os pontos
em pelo menos uma campanha. Nos pontos P1, P2 e P3 a toxicidade pode estar relacionada
com a salinidade da água, assim como o aporte de efluente doméstico/industrial (indicativos
dos parâmetros em desacordo com a Resolução no 357/05).
Com relação ao ponto P04c, com toxicidade em ambas as campanhas, não há indicação
evidente de relação entre a toxicidade e os resultados dos parâmetros avaliados, podendo
ter sido ocasionada pela interação dos compostos químicos presentes em baixas
concentrações ou por substâncias não analisadas, destaca-se que este ponto está
localizado em área rural sem ocupação por industrias ou residências. Deste modo conclui-
se que atualmente a qualidade da água já não apresenta boa qualidade ambiental devido,
principalmente, aos ensaios toxicológicos verificados.
50166-EV-RT005-0
9-26
Para avaliação deste impacto os componentes do PVAE foram abordados conjuntamente,
devido às características semelhantes do impacto (aporte de sedimentos), sendo
classificado de natureza negativa; incidência indireta, proveniente do desenvolvimento de
processos erosivos e de carreamento de sedimentos diretamente nos corpos hídricos e
temporário, visto que após a fase de movimentação de terra o impacto tende a cessar.
Este impacto poderá ocorrer em curto prazo, desencadeando o impacto após um período
de obras; sua abrangência é regional, visto que se ocorrer poderá ultrapassar a ADA e AID,
chegando na AII. Ainda, é um impacto reversível e mitigável, pois o desencadeamento dos
processos erosivos pode ser contido e revertido, assim como já serão implantadas medidas
de mitigação e controle, inerentes ao projeto, tais como sistema de drenagem,
impermeabilização da área de oficina, entre outros. Ainda, é de ocorrência provável, visto
que em condições normais de obra não é prevista alteração da qualidade da água e
classificado como cumulativo e não sinérgico visto que atualmente já é verificada a baixa
qualidade dos corpos d’água avaliados, sem, contudo, desencadear novos impactos.
Assim, considerando a intensidade do impacto frente à Alteração na Qualidade da Água o
mesmo foi classificado como de Magnitude Média e Significância Média, com ênfase na
LT, GD e GT.
Impacto Atributos Projeto Verde Atlântico Energias
TGNL GM/T2 UTE LT GD
Alteração na Qualidade da
Água – Porção Continental
Natureza n.a N N N N
Incidência n.a IM IM IM IM
Duração n.a T T T T
Temporalidade n.a CP CP CP CP
Abrangência Territorial n.a R R R R
Reversibilidade n.a R R R R
Possibilidade de Mitigação n.a M M M M
Probabilidade de Ocorrência n.a P P P P
Cumulatividade e Sinergismo n.a CNS CNS CNS CNS
Magnitude n.a M B M M
Significância n.a M B M M
PVAE Significância Média n.a = não aplicável Natureza: Positiva (P) / Negativa (N) - Incidência: Direta (D) / Indireta (I) - Duração: Temporário (T) / Permanente (P) - Temporalidade: Imediato (IM) / Curto Prazo (CP) / Médio Prazo (MP) / Longo Prazo (LP) - Abrangência Territorial: Pontual (P) / Local (L) / Regional (R) - Reversibilidade: Reversível (R) / Irreversível (I) - Possibilidade de Mitigação: Mitigável (M) / Não Mitigável (NM) / Potencializável (P) - Probabilidade de Ocorrência: Certa (C) / Provável (P) - Cumulatividade e Sinergismo: Cumulativo e Sinérgico (CS) / Cumulativo e Não Sinérgico (CNS) / Não Cumulativo e Não Sinérgico (N) - Magnitude: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A) - Significância: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A)
2 Associado somente para a porção terrestre do gasoduto.
50166-EV-RT005-0
9-27
c. Medidas de Controle e Programas Ambientais Associados
Considerando a Média Significância do impacto é importante a realização do monitoramento
das águas para verificar a eficácia das medidas de controle adotadas, deste modo é previsto
a implantação do Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas e Sedimentos, assim
como as medidas de controle previstas no Programa de Controle de Processos Erosivos e
Assoreamento.
9.2.2.1.3 Alteração na Qualidade da Água – Porção Marinha
a. Atividades Associadas
A alteração na qualidade da água na porção marinha está relacionada com as obras de
implantação do TGNL, incluindo seu quebra-mar, e o trecho marítimo do GM/T (tubulação
subsea), e que necessitará das seguintes atividades:
Construção do píer temporário como área de apoio;
Dragagem de cerca de 65.000 m³ para implantação do quebra-mar;
Construção do quebra-mar de 900,0 m de comprimento e 87,0 m de largura; e
Implantação do trecho marítimo do GM/T.
Deste modo, nesta fase a alteração da qualidade da água está relacionada com a suspensão
de sedimentos na água.
b. Avaliação do Impacto
Este impacto está principalmente relacionado à atividade de dragagem dos sedimentos
marinhos a ser realizada para a implantação do quebra-mar, sendo previsto um volume de
cerca de 65.000 m3, assim como com as obras necessárias para a implantação do píer.
Para a correta avaliação deste impacto foi realizada a caracterização do sedimento na área
a ser dragada, em seis pontos, não sendo identificado nenhum parâmetro em desacordo
com os níveis de metais, semi metais, pesticidas organoclorados, PCB e Hidrocarbonetos
Policíclicos Aromáticos (HPA – Grupos A e B) do nível 1 da Resolução Conama n° 454/12
para sedimentos de água salgada. Desta forma, como era esperado para sedimentos de
composição predominantemente arenosa, nenhuma amostra apresenta restrições à sua
remobilização e ao descarte em área oceânica sob o ponto de vista das análises físico-
químicas avaliadas.
Conforme preconizado na Resolução Conama nº 454/12, não foram realizadas análises
ecotoxicológicas, de acordo com o Art. 12 que dispõe “Deverão ser realizados ensaios de
ecotoxicidade, conforme 3ª Etapa do Anexo desta Resolução, para disposição em águas
sob jurisdição nacional, na hipótese do material a ser dragado indicar ocorrência das
condições listadas a seguir:
50166-EV-RT005-0
9-28
I - Concentração de HAP do Grupo A, arsênio, cádmio, chumbo ou
mercúrio for superior ao Nível 1;
II - Concentração de HAP do Grupo B estiver entre os Níveis 1 e 2,
desde que a soma das concentrações individuais de todos os HAP
(Grupos A e B) presentes na amostra seja maior que o valor orientador
para o HAP total, indicado na Tabela III;
III - Concentração de qualquer substância relacionado na Tabela III for
superior ao Nível 2”.
Desta forma, pelo volume proposto para a dragagem (65.000 m³) e pelos resultados obtidos
das análises texturais e químicas das seis amostras não foram realizados os ensaios de
ecotoxicologia. Contudo, destaca-se que nos sedimentos amostrados para caracterização
da qualidade das águas e sedimentos marinhos ao longo da AID e AII, foi verificado um
ponto com toxicidade crônica para E. lucunter na 1ª campanha (P08) e um ponto com
toxicidade crônica para E. lucunter na 2ª campanha (P03).
O ponto P08 apresenta material constituído predominantemente por areia fina (92%) e o P03
apresenta material misto com predomínio de silte. Nas duas campanhas não foi possível
associar a toxicidade com os demais parâmetros químicos analisados, uma vez que os
valores obtidos foram similares aos dos demais pontos de coleta, principalmente daqueles
mais próximos e com características granulométricas equivalentes.
Considerando que foram realizadas somente análises de metais, nutrientes e matéria
orgânica nos sedimentos, a toxicidade deve estar associada a substâncias não analisadas
ou a interações entre os diversos compostos presentes. Importante mencionar que estes
pontos distam mais de 5 km da área a ser dragada.
A ressuspensão do sedimento pode também alterar as características físico-químicas das
águas marinhas. Contudo, para a presente avaliação o reduzido tempo de dragagem,
estimado em 10 dias para a conclusão do serviço e ausência de overflow nas operações de
dragagem, minimizam consideravelmente este impacto.
Da mesma forma a ausência de modelagem de dispersão de material dragado é justificada
a partir do volume reduzido de sedimentos, curto prazo de dragagem, características do
sedimento e pela ausência de overflow nas operações de dragagem, por se tratar de uma
reacomodarão do solo para a construção do quebra-mar.
A implantação do trecho marítimo do GM/T ocorrerá inicialmente por furo direcional entre a
transição praia - ambiente marinho, sendo que nos primeiros 400 m o duto será enterrado e
após isto, será assentado no leito marinho sem grande interferência em seu ambiente, além
da ressuspensão de sedimento no momento da implantação do duto.
50166-EV-RT005-0
9-29
Deste modo este impacto se restringe ao TGNL e ao GM/T (trecho marítimo) sendo de
natureza negativa; incidência é direta, proveniente da ressuspensão de sedimento relativa
as obras e dragagens, duração temporária visto que após a dragagem e obras a qualidade
da água tende a voltar ao normal. Este impacto poderá ocorrer imediatamente após o início
da dragagem, sua abrangência é regional, visto que poderá ultrapassar a AID e AII, contudo
espera-se que fique contida na AID.
É um impacto reversível e mitigável, pois após cessar as atividades as condições voltam
as condições iniciais e mitigável em virtude da tecnologia empregada para a atividade de
dragagem (dragas hidráulicas do tipo TSHD - trailing suction hopper dredger). Este impacto
é de ocorrência certa, visto que ocorrerá mesmo aplicando medidas de mitigação e
classificado como não cumulativo e não sinérgico em vista da ausência de projetos de
grande porte na região que alterem a qualidade da água.
Assim, considerando a intensidade do impacto frente à Alteração na Qualidade da Água –
Porção Marinha e considerando a reduzido volume de material a ser dragado e o período de
dragagem, o mesmo foi classificado como de Magnitude Média e Significância Média.
Impacto Atributos Projeto Verde Atlântico Energias
TGNL GM/T3 UTE LT GD
Alteração na Qualidade da
Água – Porção Marinha
Natureza N N n.a n.a n.a
Incidência D D n.a n.a n.a
Duração T T n.a n.a n.a
Temporalidade IM IM n.a n.a n.a
Abrangência Territorial R R n.a n.a n.a
Reversibilidade R R n.a n.a n.a
Possibilidade de Mitigação M M n.a n.a n.a
Probabilidade de Ocorrência C C n.a n.a n.a
Cumulatividade e Sinergismo N N n.a n.a n.a
Magnitude M M n.a n.a n.a
Significância M M n.a n.a n.a
PVAE Significância Média n.a = não aplicável Natureza: Positiva (P) / Negativa (N) - Incidência: Direta (D) / Indireta (I) - Duração: Temporário (T) / Permanente (P) - Temporalidade: Imediato (IM) / Curto Prazo (CP) / Médio Prazo (MP) / Longo Prazo (LP) - Abrangência Territorial: Pontual (P) / Local (L) / Regional (R) - Reversibilidade: Reversível (R) / Irreversível (I) - Possibilidade de Mitigação: Mitigável (M) / Não Mitigável (NM) / Potencializável (P) - Probabilidade de Ocorrência: Certa (C) / Provável (P) - Cumulatividade e Sinergismo: Cumulativo e Sinérgico (CS) / Cumulativo e Não Sinérgico (CNS) / Não Cumulativo e Não Sinérgico (N) - Magnitude: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A) - Significância: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A)
3 Associado somente à porção marítima do gasoduto.
50166-EV-RT005-0
9-30
c. Medidas de Controle e Programas Ambientais Associados
Para controle e monitorar as alterações da qualidade da água na porção marinha será
implantado o Programa de Gerenciamento Ambiental de Obras de Dragagem e Programa
de Monitoramento da Qualidade das Águas e Sedimentos.
9.2.2.1.4 Poluição e Incômodos à População
a. Atividades Associadas
Este potencial impacto está relacionado com a alteração dos níveis de ruído, qualidade da
água superficiais e subterrâneas, solo e ar decorrentes da implantação e operação do
canteiro de obras central, áreas de apoio e caminhos de serviço.
Para a fase de implantação do PVAE está prevista a instalação de um canteiro de obras
central no terreno da UTE, contendo estruturas provisórias para o fornecimento de todo o
suporte necessário às obras de implantação de todos os componentes do projeto. Deste
modo todas as atividades potencialmente geradas de impactos no ar, água e solo, assim
como aumento nos níveis de ruído estarão concentradas nesta área, visto que ocorrerá:
Atividades de carpintaria, serralheria, montagens de estruturas e equipamentos;
Tráfego de veículos e maquinário;
Operação de fossas sépticas, filtros anaeróbios e sumidouros, SAO, entre outras; e
Armazenamento de resíduos sólidos.
Além disto, destacam-se as atividades de movimentação de terra para preparação do terreno
e instalação da UTE. Todas estas atividades são potencialmente poluidoras, podendo afetar
ainda a população de entorno e alterar a:
Qualidade das águas e solos: manuseio de produtos potencialmente poluidores (óleo,
tinta, combustível), geração e tratamento de efluentes e do armazenamento de resíduos;
Qualidade do ar: movimentação de terra e trânsito de veículos e maquinários, com
ressuspensão de particulado; e
Emissão de ruídos: atividades de carpintaria, serralheria, instalação das fundações e
movimentação de veículos e maquinários (retroescavadeira).
Ainda, as frentes de obras (praças de serviço) para a LT e GD, e a abertura de estradas de
acesso/caminhos de serviço para a LT, poderão alterar a qualidade do ar e os níveis de
ruído, devido principalmente às atividades de supressão de vegetação e trânsito de
veículos/maquinários, gerando, assim, incômodos à população. Destaca-se que as frentes
de obras serão temporárias, sendo desmobilizadas conforme o avanço das obras.
50166-EV-RT005-0
9-31
b. Avaliação do Impacto
As obras para a implantação do PVAE podem causar distúrbios à população que reside no
entorno da ADA dos diversos componentes do projeto, mas também a quem trabalha na
região, passa pelo local ou apenas frequenta para turismo e lazer, podendo alterar o
cotidiano dessas pessoas. Os maiores incômodos à população serão causados por aumento
de ruídos, emissão de poeira e aumento no tráfego de veículos pesados, maquinários e
veículos de passeio nas estradas e ruas do entorno, além de desvios temporários. Já os
maiores causadores de poluição serão causados pela geração e tratamento de efluentes e
resíduos, podendo afetar a qualidade do solo e águas. Para a implantação do PVAE será
construído um canteiro de obras central, com cerca de 6,5 ha, previsto para o terreno da
UTE, contendo:
Guarita
Almoxarifado da SE
Depósito de produtos inflamáveis
Escritório
Carpintaria e armação
Baia de resíduos contaminados
Enfermaria
Almoxarifado da LT
Sanitários e vestiário masculino e feminino
Cozinha e refeitório
Baias de coleta seletiva
Pátio de estruturas metálicas e bobinas
Oficina mecânica
Fossa séptica
Pátio de carpintaria e armações
As instalações do canteiro atenderão as Normas Regulamentadoras do Ministério do
Trabalho, com destaque para:
NR-10 – Instalações e Serviços em Eletricidade;
NR-11 – Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais;
NR-12 – Máquinas e Equipamentos;
NR-18 – Condições de Trabalho na Indústria da Construção;
NR-20 – Líquidos Combustíveis e Inflamáveis;
NR-23 – Proteção Contra Incêndio;
NR-24 – Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho; e
NR-26 – Sinalização de Segurança.
Para suprir as necessidades das estruturas, o canteiro de obras contará com uma rede de
serviços básicos, sendo:
Energia elétrica: Será fornecida pela concessionária de energia;
Água: abastecimento pela rede pública e ou caminhões pipa e tratamento simplificado;
Sistema de esgotamento sanitário: composto por um conjunto de fossas sépticas, filtros
anaeróbios e sumidouros, atendendo às normas NBR 7229:2010 e 13969:1997;
50166-EV-RT005-0
9-32
Resíduos sólidos: implantação de sistemas de coleta específicos, realizada por caminhão
com caçamba basculante, pá mecânica e caminhão tanque. O transporte de resíduos
comuns será de responsabilidade da empreiteira enquanto o transporte de resíduos
perigosos será realizado por empresa terceirizada especializada; e
Concreto: o concreto usinado será preparado em usinas móveis, que serão instaladas em
locais estratégicos, considerando-se os pontos de fornecimentos de cimento, agregados,
água e energia, bem como a localização das fundações.
A seguir são apresentados os principais impactos referentes a implantação e operação do
Canteiro de Obras Central:
Alteração da Qualidade das Águas e Solos
A alteração da qualidade das águas e solos decorre principalmente das atividades de
geração de efluentes e resíduos sólidos.
Os efluentes oleosos gerados pelas oficinas e outras fontes serão encaminhados para caixas
separadoras de água e óleo (SAO). O óleo será retirado periodicamente por meio de
caminhões. As áreas sujeitas à grande geração de efluente oleoso serão cobertas a fim de
reduzir a carga de poluente gerado pela diluição do óleo em águas pluviais.
Os efluentes domésticos serão provenientes do refeitório e sanitários. O efluente gerado
pelo refeitório será enviado para caixas de gordura e posteriormente enviado para estação
compacta de tratamento. As caixas de gordura serão limpas periodicamente por caminhão
limpa fossa de empresa especializada e licenciada para execução dessa atividade. O
efluente sanitário será enviado para estação compacta de tratamento de efluentes sanitários.
Ressalta-se que nas frentes de obras serão instalados banheiros químicos, sendo os
efluentes retirados e encaminhados para sistemas de tratamento de empresas licenciadas
e ou para a ETE compacta a ser instalada no canteiro de obras.
Será instalada uma estação compacta de tratamento de efluentes (ETE) domésticos ou
conjunto de contêineres sanitários acoplados a fossas estanques, no canteiro de obras.
Tendo em vista que o esgoto a ser tratado é essencialmente orgânico, caso se opte pela
instalação da ETE, a mesma será de reator anaeróbio por fluxo ascendente, que atinge
eficiência elevada com baixos custos de implantação, operação e manutenção, seguido por
um tratamento aeróbio por filtro biológico aerado submerso para garantir um efluente final
clarificado e de melhor qualidade. Haverá remoção substancial de sólidos em suspensão e
a redução de DBO será na faixa de 85%.
Os efluentes domésticos gerados serão tratados, em suas origens, em níveis adequados
para reduzir as concentrações de seus parâmetros considerados como poluentes orgânicos
e inorgânicos até os níveis legalmente estabelecidos pela Resolução Conama nº 430/11.
50166-EV-RT005-0
9-33
Após tratamento, dentro das prescrições das referidas resoluções os efluentes serão
encaminhados a rede coletora do sistema de esgoto doméstico do canteiro de obras.
Destaca-se que não será lançado efluente (mesmo que tratado) nos corpos d’água durante
a fase de implantação dos componentes. Já os resíduos sólidos serão segregados conforme
diretrizes da Resolução Conama nº 307/02 e da Norma ABNT NBR 10.004:2004.
Nos locais de abastecimento, oficina, etc., está prevista a impermeabilização do piso e a
instalação de caixas separadoras de água e óleo. Os resíduos oleosos serão encaminhados,
para empresas recuperados de óleo devidamente licenciadas para este fim. Quando da
negativa da possiblidade, os resíduos oleosos serão destinados aos aterros industriais
devidamente licenciados, que possam receber este tipo de resíduo. Todos os resíduos
gerados serão destinados com empresas devidamente credenciadas para essa atividade.
A falta de treinamento dos funcionários pode acarretar no manuseio e armazenamento
inadequado dos resíduos e efluentes, podendo ocasionar em vazamentos de óleos, graxas
e combustíveis, tintas, entre outros, podendo alterar a qualidade das águas e solos da área
do canteiro de obras.
Atualmente as águas subterrâneas e os solos apresentam boa qualidade ambiental, sendo
que os parâmetros avaliados estão em conformidade com a Resolução Conama no 420/09,
as águas subterrâneas apresentaram alguns padrões (ferro, alumínio, manganês e E.coli -
baixa concentração) acima da Resolução Conama no 396/08, contudo nenhum acima da DD
Cetesb no 045/2014/C/E/I.
Alteração da Qualidade do Ar
A alteração da qualidade do ar refere-se as emissões atmosféricas oriundas das atividades
de movimentação de terra e de caminhões, caracterizando-se principalmente por material
particulado e poeira. Em menor escala serão emitidos gases de combustão provenientes da
operação dos geradores de energia e de veículos e maquinários movidos a diesel, como o
dióxido de enxofre (SO2), óxidos de nitrogênio (NOx), monóxido de carbono (CO) e
hidrocarbonetos (HC), que não representam valores significativos.
Este impacto será de maior proporção na área do canteiro de obras e UTE, onde ocorrerá
maior movimentação de terra (terraplenagem) e movimentação de veículos e maquinários.
Nas frentes de obras este impacto será de menor proporção.
O trecho de implantação do gasoduto encontra-se pavimentação, neste caso o incremento
de PTS no ar será proveniente da escavação para implantação do GD e da movimentação
de veículos. Para a LT o incremento de PTS ocorrerá nas frentes de obras, principalmente
nas áreas onde será necessária a supressão de vegetação, contudo este impacto ficará
restrito às frentes de obras e será de curto período.
50166-EV-RT005-0
9-34
Para verificar a atual avaliação da qualidade do ar na área da UTE, e consequentemente no
canteiro de obras, foram realizadas duas campanhas de PTS (02/2016 e 08/2016) em dois
pontos localizados a norte e sul da UTE. Nestas campanhas as concentrações de PTS
estavam bem abaixo do valor de referência mais restritivo da Resolução Conama nº 03/90,
representando certa de 25% do padrão secundário (150 g/m³), representando a boa
qualidade do ar para este parâmetro.
Como principal medida de controle das emissões de material particulado decorrente da
utilização de vias de acesso não pavimentadas, canteiro de obras e movimentação de terra
será realizada a umectação das vias de tráfego (internas e acessos), por meio de caminhões
pipa, e controle de velocidade de tráfego em vias não pavimentadas limitada a 20 km/h.
Serão realizadas lavagens periódicas de veículos e equipamentos minimizando a
quantidade de sedimentos transportados para as vias. Todas as caçambas de caminhões
de transporte de terra e brita, serão protegidas com lonas, evitando emissão de poeira.
Haverá ainda manutenção e inspeção periódicas nos veículos e equipamentos a serem
utilizados, como medida preventiva de emissões decorrentes da queima de combustível.
Alteração de Emissões Sonoras
Em toda a ADA e entorno dos componentes, o fluxo veicular acarretará a geração de ruídos
originários dos motores, contribuindo para o aumento da emissão sonora no local. Além
disto, serão utilizados equipamentos pesados no canteiro, frente de obras e abertura de
acessos, tais como retroescavadeiras, pá carregadeira, trator de pneus, entre outros.
Como critério de avaliação de ruído ambiental adotou-se o da NBR 10.151:2000 - Avaliação
de Ruído em Áreas Habitadas Visando o Conforto da Comunidade, dada como referência
em casos de Ruído Ambiental pela Resolução Conama nº 01/90 e a Lei de Uso do Solo de
Peruíbe nº 121/08 estabelece um padrão de emissão de ruído aceitável, sendo de 65 dB(A)
no período diurno e 55 dB(A) no período noturno.
Para a área da UTE e GT foram realizados 10 pontos de medição de ruído e vibração e para
a LT e GD foram realizados 20 pontos de medição, conforme evidencia as FIGURAS
9.2.2.1.4-1 e 9.2.2.1.4-2. Os pontos de medição estão localizados ao longo da ADA do
Projeto, de modo a avaliar o nível atual de ruído.
50166-EV-RT005-0
9-35
FIGURA 9.2.2.1.4-1
RESULTADO DAS MEDIÇÕES DE RUÍDO PARA A UTE E GASODUTO TERRESTRE
FIGURAS 9.2.2.1.4-2
RESULTADO DAS MEDIÇÕES DE RUÍDO PARA A LT E O GD
De acordo com os resultados diurno e noturno apresentados para a região da UTE, 10
medições (50%) encontram-se acima da NBR 10151:2000. Considerando os valores da Lei
de Uso do Solo de Peruíbe nº121 (65 dB(A) diurno e 55 dB(A) noturno) sete medições (35%)
encontram-se acima da referida Lei.
Já na AID da LT e GD, nos municípios de São Vicente, Praia Grande, Itanhaém, Mongaguá,
Peruíbe e Cubatão, foram verificadas 26 medições (65%) acima dos valores de referência
da NBR 10151:2000. Nesta região os valores de ruído e vibração são oriundos
principalmente da passagem de carros e caminhões na SP-055 e nas ruas de acesso.
50166-EV-RT005-0
9-36
Nestes pontos também foram medidos os valores de vibração, sendo que tanto ruído como
vibração são decorrentes da movimentação de veículos, principalmente caminhões, na SP-
055. Neste sentido pode-se afirmar que a região monitorada apresenta grande influência do
transito de caminhões, já afetando o conforto acústico nas áreas de entorno da mesma.
Para simulação de ruído durante a etapa de obras no canteiro, adotou-se como
equipamentos geradores de maior ruído a retroescavadeiras, pá carregadeiras, trator de
pneus e caminhão de concreto, todos emitindo 85 dB(A) de emissão sonora a uma distância
de 15 m da fonte e 80 dB(A) a 25 m da fonte. A partir deste dado foi calculado o decaimento
de energia sonora dos equipamentos, considerando-se a energia absorvida pela vegetação
rasteira, devido ao efeito solo da ordem de 7dB(A)/100 m, com limite máximo de atenuação
de 20 dB(A), obtido em Gerges (1992).
Fazendo-se uso das equações de decaimento de pressão sonora é apresentado no
QUADRO 9.2.2.1.4-1, a estimativa de incremento sonora em virtude do empreendimento.
QUADRO 9.2.2.1.4-1
DECAIMENTO ESTIMADO DO NÍVEL DE PRESSÃO SONORA GERADO PELOS
EQUIPAMENTOS LISTADOS
Distância (m) Nível At. Dist. Abs. do Ar At. Veg NPS Prev.
dB(A) dB(A) dB(A) dB(A) dB(A) 25
80
0 0 0 8050 6 0 2 72
100 12 0 5 63 200 18 1 12 49 400 24 2 20 34
Nota: Nível é nível de pressão sonora na dada distância; At. Dist. é decaimento do nível de pressão sonora devido ao aumento da distância; Abs. do Ar é decaimento devido à absorção do ar (Gerges, 1992); At Veg é decaimento devido ao efeito da vegetação considerando formações rasteiras que absorvem as ondas sonoras dificultando sua propagação, calculado por meio de ábacos fornecidos por Gerges (1992); NPS Prev é nível de pressão sonora previsto. A atenuação devido à vegetação de grande porte não é considerada, pois esta não ocorre regularmente. No decaimento do ruído pela absorção do ar considerou-se umidade relativa do ar 50%.
O ruído emitido pelas fontes geradoras durante a fase de implantação será de cerca de 63
dB(A) a cerca de 100 m da zona de operação dos equipamentos/maquinários durante a
implantação, abaixo da NCA estabelecido pela NBR 10151:2000 para área
predominantemente industrial. Destaca-se que ocupação mais próxima do canteiro de obras
está a uma distância aproximada de 500 m. Assim, na fase de implantação pode-se
considerar que o parâmetro ruído tem abrangência local (ADA) e uma pequena parte da AID
para a área do canteiro de obras (UTE). Para a região da LT e GD observa-se que este
impacto poderá incomodar a população residente próxima a frentes de obras.
Finalmente, a desmobilização e desativação deste canteiro de obras ocorrerá após a
finalização das atividades de implantação do empreendimento. Para esta atividade, deverá
ser feita a retirada de equipamentos, materiais e mão de obra do canteiro central.
50166-EV-RT005-0
9-37
Após a desmobilização, a área correspondente ao canteiro de obras deverá ser recuperada.
Para isso, serão adotadas práticas para reconformação topográfica da estabilidade
estrutural do terreno. Dar-se-á preferência aos processos que utilizam proteção do solo
exposto com camada vegetal (gramíneas, leguminosas forrageiras e essências arbustivas
e/ou arbóreas – espécies nativas).
Dentre os componentes do PVAE, a implantação da UTE será a que demandará uma maior
quantidade de mão de obra, sendo estimado um pico de 4.340 colaboradores, o que
aumentará significativamente a circulação de pessoas no local. As atividades relacionadas
à terraplanagem podem causar incômodos à população que reside no entorno da ADA, tanto
pela geração de ruído e poeira, como pelo aumento do tráfego de caminhões. Além de
alterações na dinâmica do trafego local, tratado em impacto específico, a circulação de
caminhões implica também na geração de ruído e poeira.
Cabe mencionar, contudo, que o projeto conta com atividades de urbanização e paisagismo
na ADA da UTE, que visam implantar cortinas verdes ou barreiras vegetais para minimizar
a percepção do impacto pelos receptores dos núcleos urbanos próximos. Destaca-se, neste
sentido, que a UTE será implantada às margens da SP-055, uma rodovia de grande
circulação, e que não existem vizinhos imediatos à planta industrial. Os núcleos urbanos
mais próximos encontram-se a cerca de 600 m a leste (Jd. São Francisco), 900 m a oeste
(Jd. Caraminguava) e 800 m a sul (Cidade Nova Peruíbe e Balneário Arpoador), sendo que
a distância é um importante fator para amenizar os incômodos causados à população.
As atividades de implantação do GD e GM/T poderão causar transtornos, principalmente em
função da movimentação de terra (escavação das valas), manuseio dos dutos, operação de
maquinário, circulação de trabalhadores e de paralizações temporárias em vias de
circulação ao longo do traçado, entre outras atividades construtivas.
O traçado do GD se insere inteiramente na faixa de domínio da SP-055, área bastante
antropizada e sujeita aos diversos “incômodos” já causados pela rodovia, como ruído e
poeira, fazendo com que os incômodos causados pelo gasoduto tenham menos significância
e afetem menos os receptores.
Já o GM/T insere-se, em parte, em área urbanizada do município de Peruíbe, limitando-se
com os loteamentos Balneário Continental e Três Marias. Este trecho do gasoduto tende a
causar incômodos, ainda que de forma temporária, aos usuários e principalmente residentes
desta região.
As atividades de implantação da LT podem causar incômodos principalmente para
residentes próximos das praças de implantação das 218 torres previstas. Nas praças das
torres que se concentrarão as atividades construtivas, que podem causar principalmente
aumento dos níveis de ruído, emissão de poeira, evasão da fauna, além do aumento do
tráfego de trabalhadores e maquinário. Como a LT será implantada em áreas rurais, a
quantidade de receptores do impacto (população em áreas próximas) é menor, embora os
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9-38
incômodos sejam mais percebidos, pois contrastam com o ambiente ao redor, caracterizado
por áreas com pouco ruído e baixo fluxo de pessoas.
Deste modo todos os componentes do empreendimento, compartilham características
semelhantes em relação à grande parte dos parâmetros de avaliação do impacto Poluição
e incômodo à população decorrente do canteiro de obras, áreas de apoio e caminhos de
serviços. Entretanto, diferem em magnitude e significância.
Para os três componentes do PVAE, a natureza do impacto é negativa; sua incidência é
direta; tem duração temporária, ocorrendo de forma imediata ao início das obras; sua
abrangência é local, dado que se manifestará na ADA pelas obras propriamente dita e se
estenderá em seu entorno imediato (AID), contudo não chegará na AII. Ainda, é um impacto
reversível uma vez que cessada as atividades de ruído e emissões atmosféricas as
condições voltam aos originais, assim como a implantação de medidas corretivas
possibilitam a recuperação das áreas em virtude de alteração da qualidade das águas e
solos. Ainda é um impacto mitigável onde é possível reduzir o incomodo à população com
o emprego de medidas de controle (regulagem de motor, operação apenas no período
diurno), sua ocorrência é certa considerando principalmente as alterações relativas ao ruído
e emissões atmosféricas e é considerado cumulativo, devido ao ruído proveniente da
passagem de veículos na SP-055 e não sinérgico.
Considerando que o canteiro de obras principal está localizado no terreno da UTE este
impacto fica intensificado nesta área, visto que é neste canteiro que serão implantadas a
ETE, almoxarifado, oficina, entre outros. Ainda assim, a magnitude deste impacto para o
canteiro principal (área da UTE) considera que o incremento de ruído e material particulado
não afetará a população que residem a mais de 400 m do canteiro, mas poderá alterar a
qualidade das águas e solos (provável) em razão das atividades a serem desenvolvida.
Ademais, o aumento do trânsito de caminhões do canteiro para as frentes de obras poderá
gerar um incomodo à população local. Deste modo a magnitude foi avaliada como Alta e
sua Significância, também é considerada Alta.
Considerando o impacto de poluição e incômodos à população decorrentes dos canteiros
de obra, áreas de apoio e caminhos de serviço para ao componente LT, verifica-se que esta
alteração será restrita nas frentes de obras próximas as áreas habitadas, o que ocorre
apenas em alguns trechos na LT, ainda as frentes de obras e caminhos de serviço alteraram
os níveis de ruído e emissões de PTS durante um curto período de tempo, afetando de forma
pontual a população residente próximo a LT.
Assim, em virtude deste incomodo, mesmo que temporário, a Magnitude deste impacto para
LT é Média, vista a implantada da LT em área com pouca ocupação e o reduzido tempo de
exposição da população, e sua Significância também é considerada Média.
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9-39
Agora considerando este impacto para os componentes GD e GM/T, verifica-se maior incômodo da população decorrente do aumento de ruído, e possível interferência no trânsito de veículos durante a escavação do solo para implantação do gasoduto, de modo geral estas alterações serão sentidas por um curto período de tempo, visto que as frentes de obras serão alteradas com o avanço da implantação do GD e GM/T. Em virtude deste incomodo e, considerando a proximidade das obras com a população (residências), mesmo que temporário, a Magnitude deste impacto é considerada Alta e sua Significância, também é considerada Alta.
Impacto Atributos Projeto Verde Atlântico Energias
TGNL GM/T UTE LT GD
Poluição e incômodos à população
Natureza n.a N N N N
Incidência n.a D D D D
Duração n.a T T T T
Temporalidade n.a IM IM IM IM
Abrangência Territorial n.a L L L L
Reversibilidade n.a R R R R
Possibilidade de Mitigação n.a M M M M
Probabilidade de Ocorrência n.a C P C C
Cumulatividade e Sinergismo n.a CNS CNS CNS CNS
Magnitude n.a A A M A
Significância n.a A A M A
PVAE Significância Alta n.a = não aplicável Natureza: Positiva (P) / Negativa (N) - Incidência: Direta (D) / Indireta (I) - Duração: Temporário (T) / Permanente (P) - Temporalidade: Imediato (IM) / Curto Prazo (CP) / Médio Prazo (MP) / Longo Prazo (LP) - Abrangência Territorial: Pontual (P) / Local (L) / Regional (R) - Reversibilidade: Reversível (R) / Irreversível (I) - Possibilidade de Mitigação: Mitigável (M) / Não Mitigável (NM) / Potencializável (P) - Probabilidade de Ocorrência: Certa (C) / Provável (P) - Cumulatividade e Sinergismo: Cumulativo e Sinérgico (CS) / Cumulativo e Não Sinérgico (CNS) / Não Cumulativo e Não Sinérgico (N) - Magnitude: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A) - Significância: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A)
c. Medidas de Controle e Programas Ambientais Associados Como forma de controlar e monitorar este impacto deverá realizado o Plano de Gerenciamento Ambiental das Obras (PGAO), que inclui o Programa de Controle de Poluição de Canteiro e Frente de Obras, com medidas de controle para alteração da qualidade do água, ar e ruído no PVAE, além dos programas: Programa de Controle de Tráfego; Programa de Monitoramento da Qualidade da Água Subterrânea, Programa de Monitoramento de Ruído; Programa de Monitoramento da Qualidade do Ar; Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS); Programa de Gerenciamento de Efluentes Líquidos (PGEL); Programa de Comunicação Social Integrada; e Programa de Educação Ambiental.
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9-40
O Programa de Educação Ambiental incorporará ações que permitam orientar os
trabalhadores da obra no sentido de ter uma relação mais harmônica com a vizinhança e
minimizar os transtornos causados. Como parte do Programa de Comunicação Social
Integrada, é importante manter aberto um canal de comunicação entre o empreendedor e a
vizinhança, a fim de facilitar a identificação e solução de possíveis transtornos.
Ainda, caberá a este programa informar a população sobre eventos das obras que poderão
causar transtornos, caso de desvios de tráfego, atividades muito ruidosas etc.
9.2.2.1.5 Interferência em Processos Minerários
a. Atividades Associadas
Este impacto está relacionado ao aspecto gerador de implantação da faixa de servidão da
LT e GD, sendo que os demais componentes do PVAE não irão impactar em processos
minerários. De acordo a Carta de Serviço ao Cidadão (DNPM) são consideradas áreas de
bloqueio: gasodutos, linhas de transmissão e hidrelétricas. Este bloqueio se dá em virtude
de possíveis acidentes em decorrência ao uso de explosivo na mineração e sua proximidade
com estruturas de energia.
b. Avaliação do Impacto
Ao longo da faixa de servidão da LT e GD foram encontrados, de acordo com o presente
diagnóstico ambiental, um total de 38 processos minerários ativos, sendo 18 em fase de
autorização de pesquisa, 11 em concessão de lavra, 5 em requerimento de lavra e 4 em
requerimento de pesquisa.
Os 11 processos que possuem concessão de lavra estão associados às seguintes
substâncias minerais: saibro, migmatito, granito e areia. Em visita às áreas e checagem em
imagens satélites, verificou-se que apenas três empresas se encontram em operação ao
longo da LT e GD, sendo:
1. Empresa de Mineração Aguiar & Sartori Ltda. EPP (Areia) – São Vicente (GD);
2. STAF - Sociedade Técnica de Areias para Fundição Ltda. (Areia) – São Vicente (GD);
3. Pedreira Mongaguá LTDA (Brita) – Mongaguá (LT).
Ressalta-se que, as empresas das demais áreas com concessão de lavra em que não foram
identificadas atividades de operação (8), continuam com seus direitos minerários, desde que
atendidas as prerrogativas do DNPM. Destaca-se também que, apesar das poligonais
minerárias estarem inseridas na faixa de servidão da LT e GD, as operações destas
mineradoras não deverão sofrer interferências significativas, visto que o PVAE não está
adentrando nas unidades operacionais da mina. Contudo os mesmos deverão ser
verificados junto aos responsáveis para possível negociação e indenização em função da
sua incompatibilidade com a existência da mesma.
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9-41
Cabe ressaltar que o traçado do GD se encontra ao longo da faixa de domínio da rodovia
Padre Manoel da Nobrega, área que a priori não sofrerá interferência das 2 minerações
localizadas em São Vicente e, ainda, que já deve estar com essa faixa da ADA bloqueada
em virtude da rodovia. Ainda, a de ser destacar que este trecho do GD ocupa apenas 0,2%
da área total destes 2 processos minerários.
Já o processo minerário sob influência da LT (Mongaguá), apresenta avanço para a direção
oposta da implantação do traçado, deste modo não é previsto interferência significativa ao
longo da operação das mineradoras existentes. Mesmo ocupando uma faixa correspondente
à 10% do processo minerário o traçado da LT não deverá prejudicar a atividade minerária
em virtude deste trecho já se encontrar, em grande parte, próximos à residências, limitando
o avanço da cava. Os demais processos que ainda não foram implantados deverão ser
avaliados e discutidos junto ao DNPM para verificar seu bloqueio e ou negociação e
indenização para os responsáveis.
Deste modo este impacto foi avaliado apenas para os componentes LT e GD, sendo de
natureza negativa; incidência direta; tem duração permanente, ocorrendo de forma
imediata, anterior ao início das obras; sua abrangência é pontual, dado que se manifestará
apenas em trechos da ADA. Ainda, é um impacto irreversível uma vez que a área só poderá
ser liberada após o encerramento da atividade da LT e GD. Ainda é um impacto mitigável
uma vez que ocorre negociação entre as partes envolvidas (proprietário, DNPM e
empreendedor) sobre as áreas afetadas, sua ocorrência é certa visto que foram identificados
38 processos na ADA. O impacto é considerado não cumulativo e não sinérgico, visto que
é um impacto pontual sem apresentar relação com os demais impactos.
Já a magnitude foi segregada para os dois componentes, sendo avaliado como de Baixas
Magnitude e Significância para o GD, em virtude do mesmo estar inserido ao longo da
faixa de domínio da SP-055, e avaliado como de Magnitude e Significância Médias para
a LT, em virtude de sua interferência, mesma que reduzida, no processo minerário em
atividade, localizado em Mongaguá.
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Impacto Atributos Projeto Verde Atlântico Energias
TGNL GM/T UTE LT GD
Interferência em Processos Minerários
Natureza n.a n.a n.a N N
Incidência n.a n.a n.a D D
Duração n.a n.a n.a IM IM
Temporalidade n.a n.a n.a P P
Abrangência Territorial n.a n.a n.a P P
Reversibilidade n.a n.a n.a I I
Possibilidade de Mitigação n.a n.a n.a M M
Probabilidade de Ocorrência n.a n.a n.a C C
Cumulatividade e Sinergismo n.a n.a n.a N N
Magnitude n.a n.a n.a M B
Significância n.a n.a n.a M B
PVAE Significância Média n.a = não aplicável Natureza: Positiva (P) / Negativa (N) - Incidência: Direta (D) / Indireta (I) - Duração: Temporário (T) / Permanente (P) - Temporalidade: Imediato (IM) / Curto Prazo (CP) / Médio Prazo (MP) / Longo Prazo (LP) - Abrangência Territorial: Pontual (P) / Local (L) / Regional (R) - Reversibilidade: Reversível (R) / Irreversível (I) - Possibilidade de Mitigação: Mitigável (M) / Não Mitigável (NM) / Potencializável (P) - Probabilidade de Ocorrência: Certa (C) / Provável (P) - Cumulatividade e Sinergismo: Cumulativo e Sinérgico (CS) / Cumulativo e Não Sinérgico (CNS) / Não Cumulativo e Não Sinérgico (N) - Magnitude: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A) - Significância: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A)
c. Medidas de Controle e Programas Ambientais Associados
As medidas recomendadas para este impacto estão descritas no Programa de
Monitoramento de Atividades Minerárias e Programa de Negociação e Indenização.
9.2.2.2 Impactos sobre o Meio Biótico
9.2.2.2.1 Perda da Cobertura Vegetal
a. Atividades Associadas
O PVAE conta com quatro componentes principais: (i) Usina Termelétrica - UTE (Peruíbe);
(ii) Gasoduto de Distribuição (GD), localizado em ambiente terrestre (entre Peruíbe e
Cubatão); (iii) Linha de Transmissão 345 kV - LT (entre Peruíbe e Cubatão); (iv) Terminal
GNL - TGNL, localizado em ambiente marinho (Peruíbe); e (v) Gasoduto de Transferência
(GM/T), localizado em ambiente marinho e terrestre (Peruíbe), interligando o TGNL à UTE.
No ambiente marinho (TGNL e GM/T) este impacto não se aplica. Já no ambiente
continental, onde ocorrerá a implantação dos demais componentes do projeto, será
necessário implementar atividades de limpeza e preparação de terreno, implicando na
supressão de vegetação nativa principalmente na Área Diretamente Afetada da UTE – e
canteiro de obra associado – e dos acessos e praças para construção da LT.
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9-43
Ao longo da faixa de servidão da LT não haverá corte nem redução da cobertura vegetal,
apesar de conceitualmente esta faixa ser considerada ADA. Isso ocorre em decorrência da
implementação de métodos construtivos de baixo impacto: a passagem dos cabos da LT
será suportada principalmente pela utilização de drones, tornando desnecessária a
intervenção em vegetação durante a fase de implantação deste componente.
b. Avaliação do Impacto
Estão previstas atividades de supressão da vegetação nativa – Bioma Mata Atlântica –
exclusivamente na ADA do PVAE, abrangendo fisionomias das formações ombrófilas –
Floresta Ombrófila Densa Submontana –, formações com influência marinha – Restingas
Altas, Arbustivas e Vegetação de Praias e Dunas – e fluviomarinha – Mangue –, assim como
formações integrantes de sistemas de transição – Floresta de Transição Restinga-Encosta
–; e, finalmente, Árvores Isoladas.
Em relação às formações vegetacionais, os quantitativos de supressão por tipologia e
componente do PVAE, assim como a localização das áreas de supressão, estão
apresentados no QUADRO 9.2.2.2.1-1 e na FIGURA 8.3.1.3-1, apresentada no item 8.3.1.3
– Inventário Florestal. As intervenções em áreas de preservação permanente estão melhor
descritas no item 9.2.2.2.7: Interferências em Áreas Protegidas.
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9-44
QUADRO 9.2.2.2.1-1
FISIONOMIAS OCORRENTES NA ADA DO PVAE COM OS RESPECTIVOS QUANTITATIVOS DE SUPRESSÃO POR COMPONENTE
Supressão de Vegetação
Fisionomia
(Decreto Federal 6.660/08; e Resoluções Conama 07/96 e 417/96)
LT GM/T UTE Total
Área (ha) % Área (ha) % Área (ha) % Em APP Fora de APP Área (ha) %
Floresta Ombrófila Densa Submontana - Avançado 7,55 9,92 0 0 0 0 0,77 6,78 7,55 9,92
Floresta Ombrófila Densa Submontana - Médio 4,74 6,23 0 0 0 0 1,66 3,08 4,74 6,23
Floresta Ombrófila Densa Submontana - Inicial 2,18 2,86 0 0 0 0 0,84 1,34 2,18 2,86
Restinga Alta - Avançado 16,20 21,28 0 0 0 0 0,86 15,34 16,20 21,28
Restinga Alta - Médio 4,85 6,37 0 0 0 0 1,11 3,75 4,85 6,37
Restinga Alta - Inicial 1,41 1,85 0 0 0 0 0,04 1,37 1,41 1,85
Restinga Baixa - Avançado 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Restinga Baixa - Médio 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Restinga Vegetação de Praias e Dunas - Inicial 0 0 0,02 0,02 0 0 0 0,02 0,02 0,02
Floresta de Transição Restinga-Encosta - Avançado 0,16 0,22 0,26 0,34 23,67 31,08 0 24,09 24,09 31,64
Floresta de Transição Restinga-Encosta - Médio 0,18 0,23 0 0 0 0 0 0,18 0,18 0,23
Floresta de Transição Restinga-Encosta - Inicial 0 0 0 0 5,00 6,57 0 5,00 5,00 6,57
Mangue - Avançado 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Mangue - Médio 1,49 1,96 0 0 0 0 1,49 0 1,49 1,96
Mangue - Inicial 0,16 0,21 0 0 0 0 0,16 0 0,16 0,21
(Várzea) 0,04 0,06 0 0 0 0 0,04 0 0,04 0,06
(Vegetação antropizada) 3,50 4,60 0,37 0,49 0,04 0,06 1,54 2,38 3,92 5,14
(Cultura) 1,06 1,39 0 0 0 0 0,36 0,69 1,06 1,39
(Área urbanizada) 1,41 1,86 1,76 2,31 0,03 0,04 1,24 1,97 3,20 4,21
(Corpo d'água) 0,05 0,06 0 0 0 0 0 0,05 0,05 0,06
Área total de vegetação a suprimida* 38,92 51,13 0,28 0,36 28,67 37,65 6,93 60,94 67,87 89,14
* os valores totais apresentados referem-se à soma das áreas de supressão de vegetação nativa (apenas células em negrito).
Obs.: a implantação do Gasoduto de Distribuição – GD se dará em áreas antropizadas (faixa de domínio de rodovia), sem vegetação, por isso não envolve supressão.
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9-45
Conforme dados do QUADRO 9.2.2.2.1-1, as formações nativas ocorrem em cerca de 90%
da ADA, que de fato receberá atividades de intervenção/supressão, o que em termos
absolutos corresponde a 68 hectares (ADA interventiva total é pouco maior, com 76,14 ha).
Em ordem decrescente de importância, as formações vegetacionais mais impactadas serão:
Floresta de Transição Restinga-Encosta, com supressão estimada em cerca de 30 ha, e
correspondente a pouco mais de 40% da supressão total prevista; Restinga Alta, com
supressão estimada de 22,46 ha (33% do total); e Floresta Ombrófila Densa Submontana, a
ser suprimida em cerca de 15 ha (21,32% do total). A supressão restante (1,67 ha; 2,46%
do total) recai sobre vegetação de mangue (1,65 ha) e de restinga – vegetação de praias e
dunas (0,02 ha).
Na perspectiva da qualidade ambiental da vegetação a ser suprimida (68ha), e considerando
todas as formações em análise, os estágios de regeneração a serem mais impactados são
(em ordem decrescente de importância): estágio avançado, a ser suprimido em 48 ha
(70,49% do total da supressão); estágio médio, com supressão de 11,26 ha (16,59%); e
estágio inicial, com 8,77 ha (12,92%).
As intervenções em análise estão relacionadas sobretudo à instalação de dois componentes
do PVAE, o principal deles sendo a LT 345 kV, que promoverá supressão em 38,92 ha de
áreas cobertas por vegetação nativa (57,35% da supressão total prevista), e a UTE, que
para a sua instalação demandará o corte de 28,67 ha de formações vegetacionais nativas
(42,24% do total).
Em relação às Árvores Isoladas, conforme informações do diagnóstico da flora, ao todo
foram cadastrados 352 indivíduos na ADA do PVAE – essencialmente na ADA da LT e do
GM/T (porção terrestre) –, no geral associados e localizados próximos das bordas de
remanescentes de vegetação (nativas; e antropizadas - sem caracterização) ou em áreas
de culturas e urbanas ocorrentes na ADA. Do total cadastrado, 167 indivíduos são nativos,
140 são exóticos, 37 são naturalizados e oito são exemplares mortos.
Conforme legislação ambiental aplicável, principalmente a Resolução SMA nº 07/17, as
supressões de vegetação nativa – formações/maciços e árvores nativas isoladas, neste
último caso incluindo também as mortas (e excluídas as exóticas e naturalizadas) – da ADA
deverão ser compensadas, sendo os cálculos e os detalhamentos apresentados mais
adiante no Programa de Compensação Florestal.
Entende-se que a redução da cobertura vegetal em tela não impactará de maneira
significativa a qualidade dos ambientes naturais e das áreas de influência do meio biótico,
principalmente porque a taxa de cobertura florestal dos municípios sob influência do projeto
é alta – conforme detalhamentos do diagnóstico de Áreas Protegidas, mais especificamente
o item relativo às Áreas Prioritárias para Incremento da Conectividade. Além disso, do ponto
de vista comparativo, o território – e as florestas associadas – abrangido pelas áreas de
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9-46
influência do meio biótico é muito maior – em termos de extensão (quantidade de área) – do
que o território coberto por vegetação nativa a ser suprimida, devendo-se levar em conta
também que, em linhas gerais, as principais intervenções ocorrerão de modo difuso e
espalhado, visto que os acessos e as praças das torres da LT estarão distantes entre si
cerca de 400 m.
Destaca-se que os impactos da LT ficarão restritos aos acessos e praças das torres porque
o empreendedor optou pela utilização de técnicas e métodos construtivos alternativos,
geradores de baixo impacto ambiental, o principal deles sendo o lançamento de cabos por
drone, sem a necessidade de abertura de picadas. Soma-se, ainda, a priorização pela
utilização de áreas já antropizadas, evitando-se ao máximo a abertura de picadas, de
caminhos de serviço, de acessos para veículos, assim como ajustaram-se os traçados dos
acessos preliminares, buscando evitar ao máximo a supressão das formações florestais
nativas e, por consequência, a fragmentação de ambientes e as interferências em APP.
Desta forma, entende-se que a presente redução de cobertura florestal não é capaz de
ameaçar as funções ecológicas regionais, por exemplo não consistindo em obstáculo ao
corredor ecológico formado pelas vastas florestas de encosta (Serra do Mar) e da planície
litorânea, assim como não apresenta capacidade para alterar a qualidade dos recursos
naturais disponíveis e da biodiversidade florística e faunística – já considerando as espécies
indicadoras – que se utiliza e depende dos ambientes existentes nas áreas de influência do
Meio Biótico.
De qualquer forma, no âmbito dos programas ambientais, com ênfase no Programa de
Controle da Supressão de Vegetação, serão tomadas as medidas necessárias para o
controle e a redução dos impactos sobre a flora, considerando inclusive ações de resgate
de espécies bioindicadoras – tais como endêmicas, ameaçadas de extinção, raras –, de
valor ornamental e aproveitamento madeireiro, dentre outras.
Diante do exposto, o impacto da Perda da Cobertura Vegetal, que está diretamente
relacionado à atividade de supressão de vegetação para limpeza do terreno (ADA), foi
classificado como de natureza negativa e ocorrência certa, incidência direta, duração
permanente, de temporalidade imediata, irreversível e não mitigável, devendo por isso
ser obrigatoriamente compensado. Sua abrangência territorial foi classificada como pontual
visto que se restringe aos limites da ADA. É cumulativo uma vez que se soma à perda de
áreas florestais que vem ocorrendo nos municípios das áreas de influência em função
essencialmente do lento processo de expansão urbana.
Apesar do exposto, este impacto foi classificado como de Magnitude Alta, em função da
significativa quantidade de formações nativas de Mata Atlântica a serem suprimidas (68 ha),
a maior parte delas em estágio avançado de regeneração (48 ha ou 70,49% da supressão
total prevista). Vale destacar o caso específico da UTE, cuja implantação tem previsão para
suprimir área relativamente extensa (total de 28,67 ha) e coberta por 23,67 ha de Floresta
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9-47
de Transição Restinga-Encosta em estágio avançado de regeneração (os outros 5 ha da
área da UTE estão cobertos por florestas deste tipo em estágio inicial).
Para a vegetação ocorrente em Área de Preservação Permanente (APP) – o que será melhor
detalhado na avaliação do impacto Interferências em Áreas Protegidas –, destaca-se que a
supressão poderá ser autorizada mediante obtenção de Declaração de Utilidade Pública
(DUP), conforme previsto no Art. 23 da Lei Federal no 11.428/06 (Lei da Mata Atlântica).
Impacto Atributos Projeto Verde Atlântico Energias
TGNL GM/T UTE LT GD
Perda da Cobertura Vegetal
Natureza n.a N N N n.a
Incidência n.a D D D n.a
Duração n.a P P P n.a
Temporalidade n.a IM IM IM n.a
Abrangência Territorial n.a P P P n.a
Reversibilidade n.a I I I n.a
Possibilidade de Mitigação n.a NM NM NM n.a
Probabilidade de Ocorrência n.a C C C n.a
Cumulatividade e Sinergismo n.a CNS CNS CNS n.a
Magnitude n.a B A A n.a
Significância n.a B A A n.a
PVAE Significância Alta n.a = não aplicável Natureza: Positiva (P) / Negativa (N) - Incidência: Direta (D) / Indireta (I) - Duração: Temporário (T) / Permanente (P) - Temporalidade: Imediato (IM) / Curto Prazo (CP) / Médio Prazo (MP) / Longo Prazo (LP) - Abrangência Territorial: Pontual (P) / Local (L) / Regional (R) - Reversibilidade: Reversível (R) / Irreversível (I) - Possibilidade de Mitigação: Mitigável (M) / Não Mitigável (NM) / Potencializável (P) - Probabilidade de Ocorrência: Certa (C) / Provável (P) - Cumulatividade e Sinergismo: Cumulativo e Sinérgico (CS) / Cumulativo e Não Sinérgico (CNS) / Não Cumulativo e Não Sinérgico (N) - Magnitude: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A) - Significância: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A)
c. Medidas de Controle e Programas Ambientais Associados
Devido à significância alta do impacto é fundamental o controle das atividades de supressão
da vegetação, inclusive pela questão sinérgica com outros temas ambientais relevantes,
com ênfase em Fauna – que será objeto das ações e atividades do Programa de Resgate e
Salvamento da Fauna Terrestre – e Áreas de Preservação Permanente. Deste modo está
prevista a implantação do Programa de Controle da Supressão de Vegetação.
As medidas de controle deverão ser capazes de evitar que a supressão prevista impacte
remanescentes localizados no entorno das áreas de intervenção autorizadas pelo órgão
ambiental competente.
No que tange à compensação, as supressões do projeto serão controladas e compensadas,
nos termos das legislações incidentes, no âmbito do Programa de Compensação Florestal.
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9-48
9.2.2.2.2 Alteração na Biota Aquática
a. Atividades Associadas
No ambiente continental são passíveis de ocorrer Alterações na Biota Aquática em função
do aporte de cargas difusas durante a execução das obras de terraplenagem e preparação
do terreno (essencialmente atividades de corte e aterro e movimentação de terra) que
incidirão sobre a ADA terrestre de maneira geral, abrangendo os componentes UTE, LT, GD
e GM/T - Porção Terrestre.
As alterações na Biota Aquática, no ambiente marinho, estão relacionadas essencialmente
à implantação do TGNL, que envolverá a construção de píer e do berço para atracação do
navio de regaseificação FSRU, à instalação de quebra-mar e à execução de uma pequena
dragagem (65 mil m3 de material). Também estão relacionadas à implantação do GM/T -
Porção Marinha.
b. Avaliação do Impacto
Conforme citado, as alterações nas comunidades aquáticas no ambiente marinho, com
ênfase no bentos, plâncton e peixes – e com menor probabilidade sobre quelônios e
cetáceos –, durante a implantação do TGNL e do GM/T, estão associadas ao processo de
dragagem para aprofundamento do canal de navegação e também pela construção do
quebra-mar, do píer e do berço para atracação do navio FSRU. De acordo com a
caracterização do material a ser dragado, a dragagem do ambiente marinho prevê a retirada
de 65.000 m3 de sedimentos.
O processo de dragagem, aliado à instalação das estruturas do terminal, deverá acarretar,
temporariamente, alterações na qualidade das águas superficiais nos seus aspectos físico-
químicos, devido à ressuspensão dos sedimentos de fundo, compartimento que tende a
acumular matéria orgânica, nutrientes minerais e constituintes potencialmente
contaminantes, como metais.
O aumento na concentração de sólidos na coluna d’água promoverá a elevação nos índices
de cor e de turbidez, com concomitante redução no nível de transparência das águas e da
zona eufótica, o que deverá refletir na produtividade primária do fitoplâncton e nos demais
elos da cadeia alimentar aquática. Nessas circunstâncias, estudos conduzidos por Koening
et al. (2003) indicam o aparecimento de maior quantidade de espécies oportunistas e
redução na diversidade do fitoplâncton, devido principalmente à limitação da luminosidade.
Espécies oportunistas, nessas condições, são também encontradas na ictiofauna, com
maior abundância e biomassa de espécies demersais com alta tolerância à turbidez,
aumentando a dominância de espécies detritívoras e diminuindo a diversidade devido ao
afugentamento de espécies especializadas em captura visual de suas presas.
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De acordo com o diagnóstico da qualidade dos sedimentos, essa área é caracterizada pela
baixa concentração de nutrientes, o que restringirá a eventual proliferação de algas e de
cianobactérias pela ressuspensão de materiais de fundo. Especificamente na área a ser
dragada, foi evidenciada a ausência de contaminantes, estando todos os parâmetros
amostrados em conformidade com os Níveis 1 e 2 da Resolução Conama nº 454/12, o que
configura aspecto positivo, visto a remobilização dos sedimentos para a coluna d’água.
No entanto, a dragagem deverá promover alterações na composição da fauna bentônica de
fundo inconsolidado, pela remoção direta de indivíduos e a supressão de seu habitat, sendo
esperada a redução imediata na densidade de organismos e a modificação nos padrões de
dominância e distribuição dessa comunidade. Como efeito direto, há alteração da ictiofauna
bentófaga que utiliza o bentos como fonte principal de alimento.
Estudos evidenciam o reestabelecimento da biota aquática no ecossistema após o término
das atividades de dragagem, devido à melhoria na qualidade das águas e à recomposição
do substrato de fixação da fauna bentônica (MOREIRA, 2009; ACQUAPLAN, 2011). Nessa
etapa de recolonização do ambiente, as espécies oportunistas são privilegiadas, ocupando
rapidamente as áreas perturbadas (SOARES et al., 1996).
Conforme os levantamentos realizados em agosto e em dezembro de 2016, o fitoplâncton
marinho na AID e ADA do empreendimento é composto principalmente por algas dinofíceas
(classe Dinophyceae) e diatomáceas (Coscinodiscophyceae e Bacillariophyceae), enquanto
que os fitoflagelados correspondem aos organismos mais abundantes.
A composição e a abundância do zooplâncton marinho são atribuídas principalmente aos
micrustáceos (Copepoda). A riqueza e a densidade da comunidade bentônica nesse
ambiente estão associadas preponderantemente aos anelídeos Polychaeta, tais como das
famílias Capitellidae, Cirratulidae e Spionidae, que tiveram participação relevante na
densidade na maioria dos pontos amostrados. Dentre as espécies componentes do nécton,
destacam-se os peixes da família Scianidea, onde as principais representantes são as
pescadas Stellifer sp. e Larimus sp., e a família dos bagres marinhos Ariidae. Nesse sentido,
infere-se que os grupos mencionados serão os mais afetados durante a implantação do
empreendimento e tenderão a se restabelecer após o término dessa etapa.
Conforme citado, o TGNL prevê a construção de um quebra-mar para fornecer uma área
abrigada à atracação e à amarração dos navios e às operações de transferência de GNL. A
instalação desta estrutura deverá aumentar a disponibilidade de habitat para a comunidade
bentônica de fundo consolidado e consequentemente criar atrativo para ictiofauna. Contudo,
a eventual modificação no padrão hidrodinâmico local poderá produzir efeitos nessas
comunidades associadas aos costões rochosos na zona costeira de Peruíbe, cuja
colonização depende do grau exposição às ondas e da oscilação das marés (LEWIS 1964,
UNDERWOOD, 1981).
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9-50
Neste aspecto, os estudos de modelagem não apontam alterações significativas no
comportamento hidrodinâmico da zona costeira de Peruíbe com a instalação do quebra-mar.
A influência da altura de onda nas proximidades da praia é também considerada quase que
insignificante. Deste modo, não é esperada interferência relevante na comunidade bentônica
e nectônica, nas regiões de costão da praia de Peruíbe.
No ambiente marinho, a análise do fitobentos realizada nas duas campanhas de
amostragem (agosto e dezembro/2016) demonstrou ausência de macroalgas, em todos os
pontos, motivo pelo qual não são esperadas interferências nesta comunidade.
A implantação da UTE no ambiente continental compreenderá a instalação de um conjunto
de equipamentos termomecânicos e elétricos acoplados que convertem energia química do
combustível (GN) em energia elétrica. Nessa etapa, ocorrerão atividades de limpeza dos
terrenos e terraplenagem, escavação do solo e execução de obras civis, as quais tenderão
a expor a superfície dos solos às ações das chuvas, desencadeando ou intensificando os
processos erosivos já instalados nessa área.
Os sedimentos gerados pelas obras civis poderão ser carreados por escoamento superficial
aos corpos d’água receptores, principalmente na sub-bacia do rio Preto Sul, sobretudo no
período chuvoso. Esse processo poderá ocasionar o aumento nos níveis de sólidos, de cor
e de turbidez das águas, com redução na zona eufótica, interferindo diretamente na
produtividade primária do fitoplâncton, com reflexos à comunidade zooplanctônica,
nectônica e bentônica.
O aumento de sólidos no meio aquático deverá beneficiar as algas diatomáceas, pois são
organismos recobertos por carapaças de sílica, que conferem maior resistência ao impacto
mecânico, além de apresentarem uma menor exigência no requerimento de luz para a
fotossíntese (VERCELINO, 2001). Os resultados obtidos nas duas campanhas realizadas
para o diagnóstico ambiental (agosto e dezembro/2016) demonstram o registro desse grupo
em todos os pontos amostrados, no rio Preto Sul.
Com aumento do carreamento de sólidos nos cursos d’águas é esperado que o zooplâncton
seja predominantemente constituído por rotíferos, microrganismos que possuem hábito
filtrador e são normalmente indicadores de ambientes onde há fluxo de sólidos e detritos,
pois apresentam habilidade em selecionar nutrientes entre as partículas orgânicas e
inorgânicas disponíveis no ambiente.
O nécton, representado nesse ambiente principalmente pela ictiofauna, tende a responder
às alterações apresentando aumento na ocupação por espécies onívoras e com maior
tolerância a alterações ambientais, como o dormidor Dormitator maculatus, encontrado em
todos os pontos amostrais durante ambas as amostragens (agosto e dezembro/2016).
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9-51
Os invertebrados bentônicos também poderão sofrer alterações pelo aporte de sólidos
gerados durante as obras, pois o acúmulo progressivo de sedimentos no leito dos rios tende
a promover uniformização do fundo pelo preenchimento das reentrâncias, reduzindo a
disponibilidade de nichos existentes. A introdução de sólidos pode ainda causar abrasão e
danificar as estruturas respiratórias dos seres bentônicos, eliminando os grupos mais
sensíveis, tais como ninfas e larvas de insetos efemerópteros e plecópteros (EGLER, 2002),
que por sua vez são presas importantes de espécies endêmicas de peixes, as quais também
serão afetadas.
As atividades associadas à implantação dos Gasodutos englobam a instalação de frentes
de obras; limpeza das faixas lindeiras aos acessos, incluindo a remoção de vegetação
(apenas no caso da porção terrestre do GM/T) e escavação mecânica para abertura de
valas; e disposição de materiais em bota-fora, ações que tenderão a expor a superfície dos
solos às ações das chuvas, desencadeando ou intensificando os processos erosivos.
Conforme citado, a lixiviação de sedimentos interfere diretamente na produtividade primária
do fitoplâncton. Como consequência, provavelmente ocorrerá um declínio geral na riqueza
e na densidade dessa comunidade, prevalecendo espécies de algas oportunistas, com
reflexos no zooplâncton, nécton e na comunidade bentônica, gerando alterações similares
às detalhadas anteriormente. No processo de travessia dos cursos d’água para implantação
dos dutos pode ocorrer o soterramento de organismos sésseis bentônicos e a concomitante
alteração do habitat, decorrentes do aporte de sólidos.
De acordo com o Memorial Descritivo das Travessias Subterrâneas, ao longo do traçado do
GD está prevista a travessia de 43 cursos d’águas de pequeno porte e cinco cursos d’água
de maior porte, neste último caso os rios Itanhaém, Mongaguá, Itinga, Boturoca e Cubatão.
A passagem das tubulações sob os corpos hídricos será pelo Método Não Destrutivo (MND),
com furo direcional, o que minimizará relevantemente as intervenções físicas na rede hídrica
e, consequentemente, as perturbações no hábitat das comunidades aquáticas.
Algumas atividades previstas durante as obras de implantação da LT poderão intensificar o
aporte de sólidos aos cursos d’água, destacando-se a remoção da vegetação nativa e obras
de terraplenagem, nas áreas de fundações das 218 torres previstas. Conforme citado, a
lixiviação de sólidos promove alterações na qualidade das águas superficiais, com reflexos
nas comunidades aquáticas planctônicas e bentônicas, segundo detalhado anteriormente.
Vale mencionar que o lançamento de cabos será realizado por drones, ou tecnologia
semelhante, sem necessidade de abertura de picada, reduzindo consideravelmente a
supressão de vegetação para implantação da LT.
Concluindo, a alteração na Biota Aquática – que dentre os grupos estudados no ambiente
marinho apresenta maior probabilidade de incidência sobre as comunidades bentônicas,
principalmente de fundo inconsolidado e planctônica, e secundariamente sobre os peixes –
em função das obras para instalação do TGNL e GM/T, é um impacto negativo, de
incidência direta, de duração temporária e reversível, pois a biota aquática tenderá a se
restabelecer assim que forem concluídas as obras de instalação em ambiente marinho.
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9-52
Trata-se de um impacto de ocorrência regional e de temporalidade imediata, que tenderá
a se manifestar assim que se iniciar a instalação do TGNL, sobrevindo com maior
intensidade na ADA durante o período de dragagem, sendo considerado não cumulativo e
não sinérgico. Esse impacto foi avaliado como de baixas magnitude e significância,
levando em conta o curto tempo da dragagem (até no máximo 20 dias), assim como o volume
reduzido de sedimentos que será dragado e as características dos sedimentos que serão
ressuspensos na etapa de instalação do TGNL.
A Alteração na Biota Aquática, no ambiente continental, considerando os componentes UTE,
LT e Gasodutos, está relacionada principalmente ao aporte de cargas difusas, sendo um
impacto negativo; e indireto, pois está associado aos padrões de qualidade da água; de
duração temporária, em função do potencial de restabelecimento das comunidades
aquáticas após cessarem as interferências nos ecossistemas aquáticos. Trata-se de um
impacto de abrangência local e de temporalidade de curto prazo, sendo potencializado na
ocorrência de chuvas. É não cumulativo e não sinérgico. As modificações previstas nas
comunidades aquáticas serão de caráter reversível e mitigável.
Considerando que os métodos construtivos propostos para os Gasodutos, LT e UTE visam
minimizar as interferências no ecossistema aquático, avaliou-se esse impacto como de
Baixas Magnitude e Significância para esses componentes. Levando em conta a
integração de todos os componentes do Projeto Verde Atlântico Energias, a Alteração na
Biota Aquática, na fase de instalação, foi considerada como de Baixa Significância.
Impacto Atributos Projeto Verde Atlântico Energias
TGNL GM/T UTE LT GD
Alteração na Biota Aquática
Natureza N N N N N
Incidência D D / I I I I
Duração T T T T T
Temporalidade IM IM / CP CP CP CP
Abrangência Territorial R R / L L L L
Reversibilidade R R R R R
Possibilidade de Mitigação M M M M M
Probabilidade de Ocorrência P P P P P
Cumulatividade e Sinergismo N N N N N
Magnitude B B B B B
Significância B B B B B
PVAE Significância Baixa n.a = não aplicável Natureza: Positiva (P) / Negativa (N) - Incidência: Direta (D) / Indireta (I) - Duração: Temporário (T) / Permanente (P) - Temporalidade: Imediato (IM) / Curto Prazo (CP) / Médio Prazo (MP) / Longo Prazo (LP) - Abrangência Territorial: Pontual (P) / Local (L) / Regional (R) - Reversibilidade: Reversível (R) / Irreversível (I) - Possibilidade de Mitigação: Mitigável (M) / Não Mitigável (NM) / Potencializável (P) - Probabilidade de Ocorrência: Certa (C) / Provável (P) - Cumulatividade e Sinergismo: Cumulativo e Sinérgico (CS) / Cumulativo e Não Sinérgico (CNS) / Não Cumulativo e Não Sinérgico (N) - Magnitude: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A) - Significância: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A)
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c. Medidas de Controle e Programas Ambientais Associados Para a minimização do impacto de Alteração na Biota Aquática no ambiente marinho, em função da instalação do TGNL e da porção marinha do GM, serão adotadas medidas que estabeleçam o menor intervalo de tempo possível para as atividades de dragagem, estimado em 10 dias para a conclusão do serviço, além da ausência de overflow nas operações de dragagem, o que reduzirá consideravelmente o impacto. Estas medidas serão controladas no Programa de Gerenciamento Ambiental de Obras de Dragagem O monitoramento da qualidade da água será adotado para que a mesma seja reavaliada ao longo da execução das obras, prevendo-se a comparação em relação aos padrões estabelecidos pela Resolução Conama nº 357/05 para águas salobras classe 1, segundo as diretrizes do Programa de Monitoramento das Águas e Sedimentos. Será implantado também o Subprograma de Monitoramento da Biota Aquática, tendo em vista avaliar eventuais interferências nas comunidades aquáticas. As ações que visam minimizar a Alteração na Biota Aquática no ambiente continental, em função da instalação da UTE, Gasodutos e LT, envolvem medidas de controle de erosão nas áreas afetadas pelas obras de implantação. Conforme citado, serão adotados métodos construtivos que minimizam a interferência no ecossistema aquático, tais como furo direcional e revegetação na faixa de domínio dos Gasodutos (Programa de Controle de Processos Erosivos e Assoreamento). No ambiente continental também será adotado o Programa de Monitoramento das Águas e Sedimentos, que permitirá acompanhar alterações na qualidade das águas superficiais, e o Subprograma de Monitoramento da Biota Aquática, visando detectar interferências nas comunidades aquáticas e propor medidas mitigadoras. 9.2.2.2.3 Perda de Habitat para a Fauna Terrestre a. Atividades Associadas O impacto de Perda de Habitat para a Fauna Terrestre está associado ao aspecto ambiental de limpeza e preparação do terreno (supressão de vegetação), necessária para a implantação dos componentes do Projeto Verde Atlântico Energias cujas estruturas afetam ambientes terrestres, ou seja, principalmente a UTE e a LT, e secundariamente o Gasoduto de Transferência em sua porção terrestre (GM/T). Este impacto não tem relação com o Gasoduto de Transferência – GD, na medida em que não haverá corte de vegetação em função das obras de implantação deste componente. Conforme descrito no impacto de Perda de Cobertura Vegetal, para a implantação do Projeto Verde Atlântico Energias será necessária a supressão de 68 ha de formações vegetais nativas, sendo: cerca de 30 ha de Floresta de Transição Restinga-Encosta; 22,46 ha de Restinga Alta; cerca de 15 ha de Floresta Ombrófila Densa Submontana. A supressão restante (1,67 ha) recai sobre vegetação de mangue (1,65 ha) e de restinga – vegetação de praias e dunas (0,02 ha).
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9-54
Esses valores, no entanto, se distribuem de forma heterogênea entre os diferentes componentes do Projeto Verde Atlântico Energias. Enquanto para a implantação do GM/T, porção terrestre, será necessária a supressão de menos de 1 ha de formações nativas, para a implantação da UTE esse valor sobe para 28,67 ha, e para 38,92 ha no caso da LT. A despeito do estado de conservação dos ambientes aqui tratados, a supressão de formações naturais ou antrópicas tem como consequência, necessariamente, a perda de hábitat para a fauna. Essa perda de hábitat decorre da supressão de recursos necessários à sobrevivência das espécies animais, como alimento, abrigos e locais para reprodução, entre outros. Este impacto pode se manifestar de diferentes formas em razão da relevância dos ambientes a serem perdidos, das características da paisagem onde a área afetada se encontra e das características da fauna associada a essas formações. No caso do GM/T, a supressão de cobertura vegetal se dará, principalmente, sobre formações de origem antrópica que se encontram em uma paisagem já bastante alterada pela ocupação humana. Por outro lado, no caso da UTE ocorrerá a supressão de formações em bom estado de conservação e, no caso da LT, de parte de um importante continuum de Mata Atlântica. Portanto, a avaliação dos impactos de Perda de Habitat Para a Fauna Terrestre varia, substancialmente, entre os componentes do projeto, tanto em relação à magnitude como à significância. b. Avaliação do Impacto Os três componentes do empreendimento em tela – LT, UTE e GM/T – compartilham características semelhantes em relação à grande parte dos parâmetros de avaliação do impacto de Perda de Habitat Para a Fauna Terrestre. Entretanto, diferem em magnitude e significância. Para os três componentes do Projeto Verde Atlântico Energias, a natureza do impacto de Perda de Habitat Para a Fauna Terrestre é negativa; sua incidência é direta; tem duração permanente; e ocorrerá de forma imediata, concomitante ao início da supressão da cobertura vegetal; sua abrangência é local, dado que se manifestará na ADA pela perda de cobertura vegetal e em seu entorno imediato (AID) em razão do efeito de borda. Ainda, é um impacto irreversível; não mitigável, pois a perda de cobertura vegetal é condição necessária para a implantação dos componentes do empreendimento; tem ocorrência certa; é considerado cumulativo e, porém, não sinérgico. O GM/T será implantado em área cuja cobertura vegetal é eminentemente antrópica, afetando menos de 1 ha de vegetação nativa. Assim, considerando os quantitativos de supressão de vegetação, a magnitude deste impacto, decorrente da implantação do GM/T, é considerada baixa. Sua significância também é considerada baixa.
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9-55
Para a implantação da UTE, por outro lado, será necessária a supressão de 28,67 ha de vegetação nativa (23,67 e 5 ha de Floresta de Transição Restinga-Encosta em estágio Avançado e Inicial, respectivamente). Diante da extensão, das características da cobertura vegetal, assim como da fauna registrada na área (incluindo algumas espécies ameaçadas de extinção), o impacto de Perda de Habitat Para a Fauna Terrestre, em decorrência da implantação da UTE, é considerado de alta magnitude. Sua significância também é considerada alta. Por fim, a implantação da LT depende da supressão de 38,65 ha (7,55, 4,74 e 2,18 ha de Floresta Ombrófila Densa Submontana em estágios avançado, médio e inicial, respectivamente; 16,20, 4,58 e 1,41 ha de Restinga Alta em estágios avançado, médio e inicial, respectivamente; 0,16 e 0,18 ha de Floresta de Transição Restinga-Encosta em estágios avançado e médio, respectivamente; 1,49 e 0,16 ha de Mangue em estágios médio e inicial, respectivamente). Em razão, não apenas do quantitativo de supressão, do estado de conservação e localização dessas formações (junto ao contínuo da Serra do Mar), mas, principalmente, das características de sua fauna (foi nessa região onde foi encontrada a maior riqueza de espécies e o maior número de espécies animais ameaçados de extinção), o impacto de Perda de Habitat Para a Fauna Terrestre pela implantação da LT é considerado de alta magnitude. A significância desse impacto também é considerada alta.
Impacto Atributos Projeto Verde Atlântico Energias
TGNL GM/T UTE LT GD
Perda de Habitat para a Fauna
Terrestre
Natureza n.a N N N n.a
Incidência n.a D D D n.a
Duração n.a P P P n.a
Temporalidade n.a IM IM IM n.a
Abrangência Territorial n.a L L L n.a
Reversibilidade n.a I I I n.a
Possibilidade de Mitigação n.a NM NM NM n.a
Probabilidade de Ocorrência n.a C C C n.a
Cumulatividade e Sinergismo n.a CNS CNS CNS n.a
Magnitude n.a B A A n.a
Significância n.a B A A n.a
PVAE Significância Alta n.a = não aplicável Natureza: Positiva (P) / Negativa (N) - Incidência: Direta (D) / Indireta (I) - Duração: Temporário (T) / Permanente (P) - Temporalidade: Imediato (IM) / Curto Prazo (CP) / Médio Prazo (MP) / Longo Prazo (LP) - Abrangência Territorial: Pontual (P) / Local (L) / Regional (R) - Reversibilidade: Reversível (R) / Irreversível (I) - Possibilidade de Mitigação: Mitigável (M) / Não Mitigável (NM) / Potencializável (P) - Probabilidade de Ocorrência: Certa (C) / Provável (P) - Cumulatividade e Sinergismo: Cumulativo e Sinérgico (CS) / Cumulativo e Não Sinérgico (CNS) / Não Cumulativo e Não Sinérgico (N) - Magnitude: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A) - Significância: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A)
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c. Medidas de Controle e Programas Ambientais Associados
Conforme mencionado, o impacto de Perda de Habitat Para a Fauna Terrestre não é
passível de mitigação. Entretanto algumas medidas devem ser adotadas de modo a garantir
que este impacto não exceda os limites da área prevista para a supressão de vegetação.
Essas medidas são apresentadas no Programa de Controle da Supressão de Vegetação.
Do mesmo modo, além dessas medidas de controle, são propostas medidas voltadas à
compensação deste impacto, por meio da revegetação de áreas que se encontram
degradadas, conforme apresentado no Programa de Compensação Florestal; e, de maneira
indireta, através do Programa de Compensação Ambiental.
9.2.2.2.4 Perda de Espécimes da Fauna Terrestre
a. Atividades Associadas
O impacto de Perda de Espécimes da Fauna Terrestre está relacionado, principalmente, à
atividade de limpeza e preparação do terreno (supressão de vegetação) e ao impacto de
aumento da pressão de caça (descrito separadamente). A Perda de Espécimes da Fauna
pela supressão de cobertura vegetal pode ocorrer em dois momentos: (i) durante a atividade
de retirada da vegetação e (ii) após a retirada da vegetação, pela perda de recursos.
Os acidentes de perda de espécimes durante a retirada da cobertura vegetal decorrem,
principalmente, da presença de espécimes que apresentam menor mobilidade, ou seja,
espécies que apresentam menor capacidade de deslocamento (ex. anfíbios), espécimes
jovens, ou mesmo espécimes que apresentam alguma deficiência. Por outro lado, a retirada
da cobertura vegetal resulta na redução da oferta de recursos, o que por sua vez, aumenta
competição inter e intraespecífica, podendo causar a perda de indivíduos das populações
afetadas.
Assim, a chance de ocorrência de perda de indivíduos está (i) inversamente relacionada à
mobilidade da espécie (ou indivíduos), ou seja, as espécies que apresentam menor
mobilidade são justamente aquelas mais vulneráveis à perda de indivíduos durante a fase
de implantação do empreendimento; e (ii) positivamente relacionada à sensibilidade da
espécie às alterações ambientais, ou seja, quanto maior a sensibilidade, menor a
capacidade de se adaptar às novas condições.
Portanto, assim como observado para a Perda de Habitat Para a Fauna Terrestre, a
avaliação da magnitude e significância do impacto da Perda de Espécimes da Fauna varia
consideravelmente entre os componentes do PVAE, em razão do quantitativo de áreas a
serem suprimidas para a implantação desses componentes e a sensibilidade da fauna
associada às áreas onde estes serão implantados.
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b. Avaliação do Impacto
O impacto de Perda de Espécimes da Fauna pela supressão de cobertura vegetal é de
natureza negativa, pois reduz as populações das espécies atingidas. É um impacto de
incidência direta. Sua duração é temporária, pois seus efeitos cessam algum tempo após
cessada a atividade de supressão de cobertura vegetal. Esse impacto é de ocorrência
imediata, pois ocorre no instante da supressão de cobertura vegetal. Sua abrangência, é
pontual, pois a supressão ocorrerá apenas na ADA do projeto.
É um impacto irreversível e mitigável (passível de atividades de afugentamento e remoção
da fauna previamente e durante a supressão de cobertura vegetal). Sua ocorrência,
entretanto, é provável. É um impacto cumulativo, pois seus efeitos se somam àqueles
gerados pelo Aumento da Pressão de Caça; é não sinérgico.
Conforme mencionado, em relação à magnitude e significância o impacto de Perda de
Espécimes da Fauna se manifesta de forma diferente entre os componentes do PVAE.
No caso dos Gasodutos, com ênfase apenas na porção terrestre do GM/T (visto que a
implantação do GD não se relaciona a este impacto na medida em que não promoverá
supressão de habitats da fauna), este impacto é considerado de baixa magnitude e
significância, pois este componente será implantado em área essencialmente antrópica, cuja
fauna é formada por espécies de alta resiliência, ou seja, baixa sensibilidade a alterações
ambientais.
É considerado de média magnitude em referência à UTE, por afetar área que já se encontra
afetada pela SP-055 e isolada dos demais remanescentes adjacentes. No entanto, por afetar
formações vegetais em bom estado de conservação, onde foram registradas espécies
animais consideradas ameaçadas de extinção, esse impacto é considerado de média
significância.
No caso da LT, tanto magnitude quanto significância também foram consideradas médias.
Tal fato se deve à supressão de cobertura vegetal em bom estado de conservação, onde
foram registrados os maiores valores de riqueza de espécies animais, assim como o maior
número de espécie consideradas prioritárias para a conservação (espécies sob algum grau
de ameaça em nível federal ou estadual).
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Impacto Atributos Projeto Verde Atlântico Energias
TGNL GM/T UTE LT GD
Perda de Espécimes da
Fauna Terrestre
Natureza n.a N N N n.a
Incidência n.a D D D n.a
Duração n.a T T T n.a
Temporalidade n.a IM IM IM n.a
Abrangência Territorial n.a P P P n.a
Reversibilidade n.a I I I n.a
Possibilidade de Mitigação n.a M M M n.a
Probabilidade de Ocorrência n.a P P P n.a
Cumulatividade e Sinergismo n.a CNS CNS CNS n.a
Magnitude n.a B M M n.a
Significância n.a B M M n.a
PVAE Significância Média n.a = não aplicável Natureza: Positiva (P) / Negativa (N) - Incidência: Direta (D) / Indireta (I) - Duração: Temporário (T) / Permanente (P) - Temporalidade: Imediato (IM) / Curto Prazo (CP) / Médio Prazo (MP) / Longo Prazo (LP) - Abrangência Territorial: Pontual (P) / Local (L) / Regional (R) - Reversibilidade: Reversível (R) / Irreversível (I) - Possibilidade de Mitigação: Mitigável (M) / Não Mitigável (NM) / Potencializável (P) - Probabilidade de Ocorrência: Certa (C) / Provável (P) - Cumulatividade e Sinergismo: Cumulativo e Sinérgico (CS) / Cumulativo e Não Sinérgico (CNS) / Não Cumulativo e Não Sinérgico (N) - Magnitude: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A) - Significância: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A)
c. Medidas de Controle e Programas Ambientais Associados
O impacto de Perda de Espécimes da Fauna é passível de mitigação, ao menos
parcialmente. Medidas voltadas ao afugentamento/remoção da fauna previamente e durante
a supressão de cobertura vegetal contribuem para a mitigação dos eventos de perda de
indivíduos da fauna. Essas medidas encontram-se organizadas no Programa de Controle da
Supressão de Vegetação e no Programa de Resgate e Salvamento da Fauna Terrestre.
Além da mitigação, estão previstos programas ambientais cujas ações podem contribuir –
de maneira indireta – com a compensação deste impacto, tais como o Programa de
Compensação Florestal e o Programa de Compensação Ambiental.
Este impacto também será objeto de monitoramento, realizado por meio das ações
apresentadas em detalhe no Programa de Monitoramento e Conservação de Fauna.
50166-EV-RT005-0
9-59
9.2.2.2.5 Aumento da Pressão de Caça
a. Atividades Associadas
Durante a fase de implantação do PVAE será realizada o recrutamento, seleção e
contratação de mão de obra, bem como contratação de empreiteiras e fornecedores. Em
razão disso, haverá incremento da população na região, que pode ser potencializado pela
atração de outras pessoas em busca de alternativas econômicas (diretas ou indiretas).
Embora seja uma atividade proibida, a caça ainda é praticada na região, inclusive dentro das
Unidades de Conservação. Durante os trabalhos de campo dedicados ao diagnóstico das
áreas de influência foram observados restos de munição em campo, assim como ocorreram
encontros dos membros da equipe técnica com pessoas portando espingardas.
Com o incremento de população, em decorrência do empreendimento, espera-se que haja
um aumento da pressão de caça sobre as populações animais. Os grupos mais afetados
pela caça são as aves e os mamíferos. Entre as espécies registradas na área, algumas se
destacam como fontes de proteína, como:
Entre as aves, o macuco (Tinamus solitarius), o inhambu-guaçu (Crypturellus obsoletus),
o jaó-do-sul (Crypturellus noctivagus), pato-do-mato (Cairina moschata), a marreca-
toicinho (Anas bahamensis), o uru (Odontophorus capueira), a juriti-de-testa-branca
(Leptotila rufaxilla); e
Entre os mamíferos, o veado-mateiro (Mazama americana), o veado-catingueiro
(Mazama guazoubira), a capivara (Hydrohaeris hydrochaeris) e a paca (Cuniculus paca).
b. Avaliação do Impacto
Este impacto é de natureza negativa, pois reduz o tamanho populacional das espécies alvo,
podendo levar, em casos extremos, a eventos de extinção local. O Aumento da Pressão de
Caça é um impacto indireto, pois é consequência da atração de população para a região
em razão da abertura de postos de trabalho e aquecimento da economia; é permanente,
uma vez que os seus efeitos - perda de espécimes - não cessam quando cessa a ação
geradora. Este impacto deve ocorrer em curto prazo (até podendo ser de médio prazo); é
reversível; e sua abrangência pode ser considerada regional. Trata-se, entretanto, de um
impacto mitigável, podendo ser praticamente anulado com ações de conscientização e
fiscalização.
O Aumento da Pressão de Caça é um impacto provável; considerando cumulativo, pois se
soma aos efeitos dos impactos de Perda de Espécimes da Fauna Terrestre (que se
manifestarão nas fases de implantação e operação do empreendimento), porém é
considerado não sinérgico.
50166-EV-RT005-0
9-60
Como o aumento da população da região se dará em função da implantação de qualquer
componente do projeto (mesmo do TGNL) e sua ocorrência se manifesta de forma difusa no
espaço, tanto magnitude como significância são as mesmas para os cinco componentes
analisados. Assim, considerado o contingente populacional que será acrescido à população
residente da região, as características dos ambientes estudados e da fauna associada,
assim como as valorações dos demais atributos deste impacto (provável, indireto, mitigável,
reversível), considera-se que o Aumento da Pressão de Caça é de baixa magnitude e baixa
significância.
Impacto Atributos Projeto Verde Atlântico Energias
TGNL GM/T UTE LT GD
Aumento da Pressão de
Caça
Natureza n.a N N N N
Incidência n.a I I I I
Duração n.a P P P P
Temporalidade n.a CP CP CP CP
Abrangência Territorial n.a R R R R
Reversibilidade n.a R R R R
Possibilidade de Mitigação n.a M M M M
Probabilidade de Ocorrência n.a P P P P
Cumulatividade e Sinergismo n.a CNS CNS CNS CNS
Magnitude n.a B B B B
Significância n.a B B B B
PVAE Significância Baixa n.a = não aplicável Natureza: Positiva (P) / Negativa (N) - Incidência: Direta (D) / Indireta (I) - Duração: Temporário (T) / Permanente (P) - Temporalidade: Imediato (IM) / Curto Prazo (CP) / Médio Prazo (MP) / Longo Prazo (LP) - Abrangência Territorial: Pontual (P) / Local (L) / Regional (R) - Reversibilidade: Reversível (R) / Irreversível (I) - Possibilidade de Mitigação: Mitigável (M) / Não Mitigável (NM) / Potencializável (P) - Probabilidade de Ocorrência: Certa (C) / Provável (P) - Cumulatividade e Sinergismo: Cumulativo e Sinérgico (CS) / Cumulativo e Não Sinérgico (CNS) / Não Cumulativo e Não Sinérgico (N) - Magnitude: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A) - Significância: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A)
c. Medidas de Controle e Programas Ambientais Associados
O Aumento da Pressão de Caça é um impacto plenamente mitigável, ou seja, com a adoção
de ações ambientais específicas é possível evitar sua ocorrência. Nesse sentido, são
propostas, no âmbito do Programa de Educação Ambiental e Plano de Gerenciamento
Ambiental das Obras (PGAO), medidas socioeducativas voltadas: (i) à população residente
nas áreas de influência (ADA, AID e AII); e (ii) aos colaboradores ligados direta ou
indiretamente ao Projeto Verde Atlântico Energias.
Essas ações visam, por meio de atividades contínuas, conscientizar a população e os
colaboradores dos problemas ambientais advindos da atividade de caça e das implicações
legais dessa prática. Ações voltadas ao monitoramento do impacto do Aumento da Pressão
de Caça serão contempladas no Programa de Monitoramento e Conservação de Fauna.
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9-61
9.2.2.2.6 Perturbação e Afugentamento de Fauna Terrestre
a. Atividades Associadas
Durante a fase de implantação do PVAE será realizada uma série de ações que resultarão
no incremento do ruído, que tem como consequência a perturbação e afugentamento da
fauna terrestre. Destacam-se a limpeza e preparação do terreno (supressão de vegetação);
a terraplenagem, aterros e movimentação de terra; a implantação de vias de acessos
internos; a instalação de canteiro de obras; a abertura de novo acessos para implantação
das torres; a movimentação de materiais, equipamentos, veículos de carga; a execução de
obras civis.
A limpeza e preparação do terreno (supressão de vegetação) podem causar ainda o impacto
de perda de hábitat para a fauna e, consequentemente, intensificar o impacto de
perturbação/afugentamento de fauna.
Grande parte das espécies animais dependem de sinais acústicos para funções essenciais,
como acasalamento, detecção de predadores e de presas. Muitas adaptações, relacionadas
à vocalização ou mesmo à capacidade de detectar outros animais, evoluíram em função das
características das paisagens acústicas onde esses animais vivem. Portanto, modificações
nessa paisagem podem significar prejuízos à essas funções.
Apesar de pouco conhecido, o incremento do ruído, causado por atividades antrópicas,
contribui para o afugentamento/perturbação da fauna. A princípio, quanto mais próximo da
fonte de ruído mais intensos são os efeitos, diminuindo à medida que a distância aumenta.
Embora existam poucos estudos avaliando os efeitos do ruído sobre a fauna (RADLE, 1998;
BROWN, 2000; DUARTE et al., 2015), sabe-se que este pode resultar no stress e ou
afugentamento de animais. Por outro lado, também é conhecido que as espécies respondem
de forma distinta ao mesmo estímulo.
Alguns estudos têm avaliado o efeito do ruído de diferentes atividades sobre o tamanho
populacional e comportamento de espécies animais (RICHARDSON et al., 1985;
RICHARDSON & WURSIG, 1997; WINKER, 2000; HOUSER, 2001; PERRY et al., 2002;
SLABBEKOORN & PEET, 2003, SUN & NARIUS, 2005).
Sob o estímulo do aumento de ruído, muitas espécies tendem a alterar a atividade acústica
ou mesmo se deslocar em busca de ambientes sob menor influência deste. Por outro lado,
a perda de hábitat causada pela supressão de vegetação também força o deslocamento dos
animais para áreas vizinhas, em razão das alterações microclimáticas e perda de recursos
necessários para a sua sobrevivência.
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9-62
O deslocamento desses indivíduos para áreas vizinhas àquelas impactadas causa,
invariavelmente, competição inter e ou intraespecífica. Os indivíduos oriundos daquelas
áreas alteradas passam a competir por recursos com aqueles residentes na “nova” área.
Essas interações tendem a uma nova situação de equilíbrio onde podem ocorrer perdas de
indivíduos em razão dos recursos disponíveis serem limitados (WILLIS & ONIKI, 1988).
b. Avaliação do Impacto
O impacto de afugentamento e perturbação de fauna durante a fase de implantação do
empreendimento se manifesta de forma equivalente para os diferentes componentes do
empreendimento em relação a vários dos atributos de avaliação. Exceto em relação à
magnitude e significância.
É um impacto considerado de natureza negativa, pois promove alterações deletérias na
comunidade animal. Sua incidência é direta, uma vez que deriva da perda de hábitat para a
fauna e do incremento do ruído. É considerado temporário uma vez que cessa quando a
ação geradora também é cessada; e se manifesta de forma imediata, pois assim que as
atividades de obras do empreendimento forem iniciadas será produzido o
afugentamento/perturbação da fauna. Sua abrangência territorial é local pois não afeta
apenas a ADA, mas, também, a AID imediata; é irreversível pois as alterações provocadas
na paisagem (principalmente a perda de cobertura vegetal) se manterão mesmo após a
implantação do empreendimento; sua ocorrência é certa, uma vez que resulta de aspectos
ambientais inerentes de atividades da fase de implantação do empreendimento. Este
impacto não é passível de mitigação. É, ainda, considerado um impacto cumulativo, visto
o efeito de soma promovido pelos diferentes componentes, porém é não sinérgico.
No que diz respeito à magnitude e significância, conforme mencionado, a avaliação desse
impacto difere entre componentes do empreendimento. É considerado de baixa magnitude
e significância no que diz respeito à implantação dos Gasodutos, uma vez que essa se dará
em área essencialmente antropizada, cuja fauna apresenta baixa sensibilidade a alterações
ambientais.
No caso da UTE, é considerado de média magnitude, enquanto para a LT a magnitude é
considerada alta visto as diferenças observadas em termos de composição da comunidade
animal e quanto ao que tange a posição geográfica relativa das áreas a serem afetadas e
os principais remanescentes de Mata Atlântica da região. Por outro lado, a significância
desse impacto é considerada alta, tanto para a UTE como para a LT.
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9-63
Impacto Atributos Projeto Verde Atlântico Energias
TGNL GM/T UTE LT GD
Perturbação e Afugentamento
da Fauna Terrestre
Natureza n.a N N N N
Incidência n.a D D D D
Duração n.a T T T T
Temporalidade n.a IM IM IM IM
Abrangência Territorial n.a L L L L
Reversibilidade n.a I I I I
Possibilidade de Mitigação n.a NM NM NM NM
Probabilidade de Ocorrência n.a C C C C
Cumulatividade e Sinergismo n.a CNS CNS CNS CNS
Magnitude n.a B M A B
Significância n.a B A A B
PVAE Significância Alta n.a = não aplicável Natureza: Positiva (P) / Negativa (N) - Incidência: Direta (D) / Indireta (I) - Duração: Temporário (T) / Permanente (P) - Temporalidade: Imediato (IM) / Curto Prazo (CP) / Médio Prazo (MP) / Longo Prazo (LP) - Abrangência Territorial: Pontual (P) / Local (L) / Regional (R) - Reversibilidade: Reversível (R) / Irreversível (I) - Possibilidade de Mitigação: Mitigável (M) / Não Mitigável (NM) / Potencializável (P) - Probabilidade de Ocorrência: Certa (C) / Provável (P) - Cumulatividade e Sinergismo: Cumulativo e Sinérgico (CS) / Cumulativo e Não Sinérgico (CNS) / Não Cumulativo e Não Sinérgico (N) - Magnitude: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A) - Significância: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A)
c. Medidas de Controle e Programas Ambientais Associados
Conforme mencionado, o impacto de afugentamento e perturbação da fauna durante a fase
de implantação do empreendimento não é passível de mitigação. Entretanto, algumas
medidas de controle serão implementadas de modo a reduzir, na medida do possível, a
emissão de ruído, e garantir que a supressão de cobertura vegetal fique restrita
exclusivamente à área necessária para implantação dos componentes do empreendimento.
Essas medidas de controle são apresentadas no Plano de Gerenciamento Ambiental das
Obras (PGAO) e no Programa de Controle da Supressão de Vegetação. Além disso, outros
programas ambientais previstos contêm ações que podem contribuir – mesmo que de
maneira indireta – com a compensação deste impacto, tais como o Programa de
Compensação Florestal e o Programa de Compensação Ambiental.
Por fim, são propostas ações voltadas ao monitoramento da fauna, de modo a avaliar as
consequências do impacto de perturbação e afugentamento, permitindo, assim, que
eventuais medidas corretivas possam ser adotadas para minimizá-lo. Essas ações são
reunidas no Programa de Monitoramento e Conservação de Fauna e Programa de Resgate
e Salvamento de Fauna Terrestre.
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9-64
9.2.2.2.7 Interferências em Áreas Protegidas
a. Atividades Associadas
No ambiente continental, em função da implantação da UTE, LT e dos Gasodutos (com
ênfase na porção terrestre do GM/T, visto que o GD será implantado sobre áreas
essencialmente antropizadas), será necessário implementar ações de limpeza e preparação
de terreno, implicando em atividades de supressão de vegetação, movimentação de terra,
corte e aterro nas ADA destes componentes.
Já as alterações sobre o ambiente marinho estão relacionadas à implantação do TGNL, que
envolverá a construção de um quebra-mar, incluindo pequena dragagem (65.000 mil m3 de
material) para atracação do navio FSRU. Também estão relacionadas à implantação da
porção marinha do GM/T.
b. Avaliação do Impacto
Conforme resultados apresentados no capítulo do diagnóstico, na região de inserção do
Projeto Verde Atlântico Energias ocorrem diversas Áreas Protegidas, abrangendo duas
tipologias de áreas principais, sendo: Áreas Legalmente Protegidas e Áreas Prioritárias. No
geral estas áreas estão localizadas no entorno ou em sobreposição com a Área de Influência
Indireta do Meio Biótico, já considerando os ambientes continental e marinho, e, por isso,
estão menos vulneráveis às atividades de obras da fase de implantação e de seus impactos.
No entanto, algumas Áreas Protegidas merecem atenção especial em função da maior
proximidade compartilhada com a ADA do Projeto Verde Atlântico Energias. Esta avaliação
de impactos será iniciada pelas Áreas Legalmente Protegidas.
Em relação às Unidades de Conservação da Natureza (UC) localizadas em ambiente
continental, destaca-se a inter-relação, e até mesmo a sobreposição pontual (nas bordas),
diagnosticada entre o PVAE, com ênfase nas ADA da LT e do GD, e (i) a RPPN Carbocloro
– UC de Uso Sustentável – e os Parques do Piaçabuçu (Municipal) e da Serra do Mar
(Estadual) (os dois de Proteção Integral), assim como com as Zonas de Amortecimento
destes parques, e do PE Xixová-Japuí.
Já no ambiente marinho esta sobreposição se dá entre a porção offshore do projeto e a APA
Marinha do Litoral Centro, estando a totalidade desta ADA sobreposta à APA em análise. A
porção offshore do projeto também está integralmente sobreposta à Zona de Amortecimento
da Estação Ecológica dos Tupiniquins.
Outro tipo de Área Legalmente Protegida identificado nas Áreas de Influência continentais
do PVAE e com previsão de intervenções pontuais foram as Áreas de Preservação
Permanente (APP). O detalhamento destas intervenções, por componente, está
apresentado no QUADRO 9.2.2.2.7-1.
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9-65
QUADRO 9.2.2.2.7-1
INTERVENÇÕES EM ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE POR COMPONENTE DO PROJETO VERDE ATLÂNTICO ENERGIAS
(as intervenções estão detalhadas por tipologia de vegetação e classe de uso do solo identificadas nas APP em análise)
Vegetação e Uso do Solo nas APP LT Gasodutos UTE Total
APP (ha) % APP (ha) % APP (ha) % APP (ha) %
Floresta Ombrófila Densa Submontana - Avançado 0,77 7,62 0,00 0,00 0,00 0,00 0,77 7,62
Floresta Ombrófila Densa Submontana - Médio 1,66 16,42 0,00 0,00 0,00 0,00 1,66 16,42
Floresta Ombrófila Densa Submontana - Inicial 0,84 8,31 0,00 0,00 0,00 0,00 0,84 8,31
Restinga Alta - Avançado 0,86 8,51 0,00 0,00 0,00 0,00 0,86 8,51
Restinga Alta - Médio 1,11 10,98 0,00 0,00 0,00 0,00 1,11 10,98
Restinga Alta - Inicial 0,04 0,40 0,00 0,00 0,00 0,00 0,04 0,40
Restinga Baixa - Avançado 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Restinga Baixa - Médio 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Restinga Vegetação de Praias e Dunas - Inicial 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Floresta de Transição Restinga-Encosta - Avançado 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Floresta de Transição Restinga-Encosta - Médio 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Floresta de Transição Restinga-Encosta - Inicial 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Mangue - Avançado 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Mangue - Médio 1,49 14,74 0,00 0,00 0,00 0,00 1,49 14,74
Mangue - Inicial 0,16 1,58 0,00 0,00 0,00 0,00 0,16 1,58
Várzea 0,04 0,40 0,00 0,00 0,00 0,00 0,04 0,40
Vegetação antropizada 1,32 13,06 0,22 2,18 0,00 0,00 1,54 15,23
Cultura 0,36 3,56 0,00 0,00 0,00 0,00 0,36 3,56
Área urbanizada 0,64 6,33 0,60 5,93 0,00 0,00 1,24 12,27
Corpo d'água 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Total de intervenção 9,29 91,89 0,82 8,11 0,00 0,00 10,11 100,00
Obs.: as intervenções em vegetação nativa estão melhor descritas no impacto 9.2.2.2.1: “Perda da Cobertura Vegetal”.
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9-66
Visto o grande porte do projeto e as características naturais das Áreas de Influência,
entende-se que o impacto em APP será pouco significativo, principalmente em função da
sua baixa extensão, já que ao todo apenas 10,11 hectares de APP serão diretamente
afetados pelas atividades de obras.
Deste total, 9,29 ha, isto é, 91,89% do total, são relativos à implantação da LT, e abrangem
APP de curso d’água (7,71 ha), mangue (1,14 ha), nascente (0,15 ha); e finalmente 0,29
hectare de APP de curso d’água e nascente. O 0,82 ha restante é relativo à obra do GM/T,
que intervirá em APP de curso d’água (0,73 ha), nascente (0,02 ha); e curso d’água mais
nascente (0,07 ha). A implantação da UTE e do Gasoduto de Distribuição (GD) não
promoverá intervenção em APP.
Assim como analisado para a vegetação, os impactos do projeto sobre as APP serão
significativamente menores uma vez que o empreendedor optou pela utilização de técnicas
e métodos construtivos alternativos, geradores de baixo impacto ambiental, com reflexos
positivos sobretudo em relação às obras da LT, que promoverão intervenções
exclusivamente junto aos acessos e praças das torres. Ao longo da ADA referente às faixas
de servidão da LT as intervenções e supressões não estão previstas, visto que a passagem
dos cabos será suportada principalmente pela utilização de drones.
De qualquer forma, as intervenções em APP dependerão de oficialização do Decreto de
Utilidade Pública (DUP) nos termos da legislação ambiental aplicável, com destaque para a
Lei da Mata Atlântica (Lei Federal no 11.428/06), que prevê o DUP para “as obras essenciais
de infraestrutura de interesse nacional destinadas aos serviços públicos de transporte,
saneamento e energia, declaradas pelo poder público federal ou dos Estados”, caso em que
o Projeto Verde Atlântico Energias deverá se enquadrar. Ainda, o empreendedor deverá se
responsabilizar pelas medidas de controle e de compensação associadas, a serem
implementadas ao longo do processo de licenciamento ambiental.
Continuando a análise das prováveis intervenções relativas à LT, este componente também
apresenta sobreposições pontuais com Reservas Legais - das propriedades mapeadas e
cadastradas ao longo da ADA - e com Áreas Tombadas (com ênfase nas Áreas Naturais),
principalmente aquela denominada Serra do Mar e de Paranapiacaba.
Sobre esta área também poderá haver intervenção pontual em função da implantação do
GD, o que, no entanto, ocorrerá sobre a faixa de domínio da rodovia SP-055, ou seja, com
o uso do solo integralmente alterado e impermeabilizado.
No que tange as Áreas Prioritárias – abrangendo as tipologias Áreas Prioritárias para a
Conservação (APC); Áreas Prioritárias para Incremento da Conectividade; e Reserva da
Biosfera da Mata Atlântica –, o PVAE foi desenvolvido buscando ser implantado em zonas
com menor nível possível de restrição social, ambiental e legal, minimizando
significativamente os impactos sobre o território abrangido pelas suas áreas de influência.
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É importante retomar que do ponto de vista de impacto ambiental a situação geral das Áreas
Protegidas identificadas, com ênfase nas UC, é menos crítica. Já do ponto de vista de risco
ambiental esse cenário é diferente, principalmente se analisadas as UC costeiras e aquelas
localizadas em ambiente marinho.
Isso se dá em função dos resultados da modelagem de dispersão de óleo elaborada no
âmbito do presente EIA, que aponta que em caso de derrame acidental das embarcações
que irão operar no Terminal GNL, a mancha de óleo na superfície da água tenderá a ficar
restrita em um raio de até 4 km do ponto de derrame; e, em média, cerca de 82% do óleo
ficará retido na superfície da água, com a parcela restante podendo aderir-se à costa
(máximo em 18% das simulações apontadas na modelagem), interferindo diretamente sobre
a qualidade das águas marinhas e dos ambientes de praia e de costão da região, assim
como sobre a biota associada.
Neste contexto de risco ambiental estariam mais vulneráveis as seguintes UC: (i) APA
Marinha do Litoral Centro; (ii) Arie das Ilhas de Queimada Pequena e Queimada Grande
(ambas UC de Uso Sustentável); (iii) PE do Itinguçu; (iv) Esec dos Tupiniquins; e Revis das
Ilhas do Abrigo e Guararitama (Proteção Integral).
Diante do exposto, o impacto de Interferências em Áreas Protegidas foi classificado como
de natureza negativa e tem ocorrência certa; incidência direta; duração permanente;
temporalidade imediata; irreversível; e não mitigável. Sua abrangência territorial foi
classificada como pontual, visto que o alcance do impacto se restringe aos limites da ADA.
Visto a ausência na região de outros projetos e processos geradores de significativo impacto
ambiental sobre Áreas Protegidas, classifica-se o presente impacto como não cumulativo
e não sinérgico, no geral com magnitude e significância também baixas, principalmente
em função da baixa extensão das intervenções.
No caso específico da LT valorou-se a magnitude e a significância como médias, em função
da maior quantidade e extensão de Áreas Protegidas a sofrerem intervenção. Assim como
para o TGNL, relativo principalmente à sobreposição apresentada com as Áreas Protegidas
costeiras e marinhas – e respectivas ZA – e do risco ambiental descrito (óleo). Por estes
motivos, entende-se que a magnitude e a significância do PVAE são médias.
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Impacto Atributos Projeto Verde Atlântico Energias
TGNL GM/T UTE LT GD
Interferências em Áreas Protegidas
Natureza N N N N N
Incidência D D D D D
Duração P P P P P
Temporalidade IM IM IM IM IM
Abrangência Territorial P P P P P
Reversibilidade I I I I I
Possibilidade de Mitigação NM NM NM NM NM
Probabilidade de Ocorrência C C C C C
Cumulatividade e Sinergismo N N N N N
Magnitude M B B M B
Significância M B B M B
PVAE Significância Média n.a = não aplicável Natureza: Positiva (P) / Negativa (N) - Incidência: Direta (D) / Indireta (I) - Duração: Temporário (T) / Permanente (P) - Temporalidade: Imediato (IM) / Curto Prazo (CP) / Médio Prazo (MP) / Longo Prazo (LP) - Abrangência Territorial: Pontual (P) / Local (L) / Regional (R) - Reversibilidade: Reversível (R) / Irreversível (I) - Possibilidade de Mitigação: Mitigável (M) / Não Mitigável (NM) / Potencializável (P) - Probabilidade de Ocorrência: Certa (C) / Provável (P) - Cumulatividade e Sinergismo: Cumulativo e Sinérgico (CS) / Cumulativo e Não Sinérgico (CNS) / Não Cumulativo e Não Sinérgico (N) - Magnitude: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A) - Significância: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A)
c. Medidas de Controle e Programas Associados
Para o pleno andamento deste licenciamento ambiental, destaca-se que deverão ser
integralmente atendidas as disposições da Informação Técnica DLN 20/2016, da Fundação
Florestal, relativa, dentre outros, à possíveis melhorias de projeto necessárias à redução dos
potenciais impactos do projeto sobre as Unidades de Conservação mais próximas e
vulneráveis. Também, destaca-se a necessidade de atendimento da Resolução SMA nº
85/12 e das Resoluções Conama nº 428/10 e 473/15, que dispõem, no âmbito do
licenciamento ambiental, sobre a autorização dos órgãos responsáveis pela administração
de Unidades de Conservação, de que trata o § 3º, do artigo 36, da Lei Federal nº 9.985, de
18 de julho de 2000, e dá providências correlatas.
Em relação às intervenções em APP, por se tratar de impacto não mitigável, deverão ser
aplicadas as medidas compensatórias nos termos da Resolução SMA nº 07/17. Por exemplo
para as APP sem cobertura vegetal nativa o empreendedor deverá cumprir a recuperação
ecológica em área de APP com 1,2 vezes o tamanho da APP objeto das ações interventivas
(compensação 1:1,2). Estas ações serão contempladas no Programa de Compensação
Florestal do projeto, bem como as compensações da supressão de vegetação nativa. Ainda,
para as intervenções em APP deverá ser obtida a Declaração de Utilidade Pública (DUP) do
Projeto Verde Atlântico Energias; e a autorização para intervenção em APP, em alinhamento
com os trâmites previstos por este órgão ambiental competente (Cetesb).
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9-69
No requerimento a ser encaminhado à Cetesb deverão ser dimensionados os quantitativos
de intervenção em APP, bem como proposto o projeto de recuperação ecológica (Resolução
SMA nº 32/14), a serem analisados pelo órgão com vistas à obtenção da Autorização para
Intervenção em APP e respectivo Termo de Compromisso de Recuperação Ambiental
(TCRA), conforme a legislação incidente.
No que tange as Áreas Prioritárias, as quais tendem a ser menos impactadas pelo projeto –
o que não impede que sejam objeto de ações compensatórias –, entende-se que os recursos
oriundos da compensação ambiental poderão ser alocados para subsidiar as necessidades
destas áreas, conforme apontamentos realizados no item do diagnóstico ambiental.
Desta forma, este impacto tem como principais programas associados: (i) o Programa de
Compensação Florestal; e (ii) o Programa de Compensação Ambiental.
9.2.2.3 Impactos sobre o Meio Socioeconômico
9.2.2.3.1 Alteração da Paisagem
a. Atividades Associadas
As obras de implantação do PVAE irão causar uma alteração da paisagem natural em âmbito
marítimo e terrestre, assim como da paisagem urbana. Em âmbito marítimo, a alteração
ocorrerá principalmente em função construção de píer, do quebra-mar e de movimentações
de embarcações responsáveis pela execução das obras em mar.
No ambiente terrestre, as alterações se darão em função da supressão da vegetação natural,
reconformação do terreno, além de movimentação de maquinário, realização de obras civis
e construção de estruturas, atividades comuns a todos os componentes do PVAE.
b. Avaliação do Impacto
A área proposta para implantação da UTE possui cerca de 34 ha, sendo atualmente
composta por áreas de vegetação natural, representada notadamente por fisionomias de
restinga e áreas antropizadas. A alteração desta cobertura compreende uma das atividades
iniciais da fase de obras, sendo bastante significante em termos paisagísticos. Além disso,
durante as obras de implantação serão utilizados guindastes de grande capacidade,
empilhadeiras, plataformas elevatórias, que podem ser visualizados à distância.
Além disso, em termos paisagísticos, destacam-se as chaminés, projetadas para 120,0 m
de altura para garantir uma condição mais favorável para dispersão dos poluentes
atmosféricos, podendo ser observadas a distância e de diferentes localidades do município.
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9-70
Mesmo considerando as medidas de urbanização e paisagismo, que contribuem para mitigar
o impacto visual do PVAE, a alteração da paisagem será muito significante e percebida tanto
nas comunidades mais próximas, quanto pela população que faz uso da SP-055.
No que diz respeito à implantação da LT, a alteração da paisagem se dará prioritariamente
pela supressão de vegetação (restrita aos acessos e praça das torres) e atividades de
montagem das torres, assim como com a presença das próprias torres na medida em que
forem instaladas. As 218 torres terão altura média de 60 m e em algumas localidades serão
instaladas em terrenos elevados, permitindo assim que sejam visualizadas a longa distância.
A LT do PVAE será implantada em áreas de uso rural ou recobertas por vegetação natural,
fazendo com que a alteração paisagística seja mais significante.
O GD será implantado na faixa de servidão da SP-055, em ambiente antropizado e já
bastante alterado, estando na proximidade de áreas industriais, ocupações inconsolidadas,
vias marginais e até mesmo linhas de transmissão. As obras de implantação do duto
possuem caráter dinâmico, uma vez que conforme as obras forem evoluindo o impacto cessa
e muda de lugar pois o gasoduto fica enterrado, sendo imperceptível na paisagem, tendo
apenas as sinalizações que serão implantadas.
Os GM/T, em seu trecho terrestre, se insere prioritariamente em área urbana, de modo que
as obras causam alteração significante na paisagem, destacando-se a abertura de valas, a
operação de maquinário e manuseio de dutos. Ressalta-se que as obras de implantação dos
dutos se assemelham muito às obras de implantação de redes pluviais, de água e esgoto,
comuns em áreas urbanas. A alteração na paisagem tende a ser mais perceptível na área
da praia, embora temporária, uma vez que ao fim da implantação o duto estará enterrado.
Por fim, a implantação do TGNL também causará alterações temporárias e permanentes na
paisagem cênica. A obras de dragagem e a construção do quebra-mar e píer requerem
movimentação de materiais, equipamentos, veículos de carga, embarcações e passageiros,
além de realização de obras em âmbito marítimo, atividades que poderão ser visualizados
por aqueles que estão na praia ou na orla, embora tais atividades concentrem-se a cerca de
10 km da costa, o que atenua a perda de beleza cênica ou o impacto sobre a paisagem.
Em suma, a alteração da paisagem é um impacto de natureza negativa, que possui
incidência direta, decorrente das obras de implantação do projeto, imediata, pois as
alterações começam com o início às obras, e duração permanente, com exceção do GD e
GM/T (temporário). A abrangência territorial pode ser considerada local para GD e GM/T,
mas regional para TGNL, UTE e LT, uma vez que as estruturas inerentes à implantação
poderão ser observadas a longa distância. A alteração da paisagem possui cumulatividade
e sinergia com outros impactos, já que constitui um dos possíveis incômodos à população
do entorno, assim como um fator importante de interferência às atividades turísticas. Por
todas as características descritas e considerando o conjunto de componentes do PVAE, a
Magnitude e Significância é considerada Média.
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9-71
Impacto Atributos Projeto Verde Atlântico Energias
TGNL GM/T UTE LT GD
Alteração da Paisagem
Natureza N N N N N
Incidência D D D D D
Duração IM IM IM IM IM
Temporalidade P T P P T
Abrangência Territorial R L R R L
Reversibilidade I R I I R
Possibilidade de Mitigação NM NM NM NM NM
Probabilidade de Ocorrência C C C C C
Cumulatividade e Sinergismo CS CS CS CS CS
Magnitude M B M M B
Significância M B M M B
PVAE Significância Média n.a = não aplicável Natureza: Positiva (P) / Negativa (N) - Incidência: Direta (D) / Indireta (I) - Duração: Temporário (T) / Permanente (P) - Temporalidade: Imediato (IM) / Curto Prazo (CP) / Médio Prazo (MP) / Longo Prazo (LP) - Abrangência Territorial: Pontual (P) / Local (L) / Regional (R) - Reversibilidade: Reversível (R) / Irreversível (I) - Possibilidade de Mitigação: Mitigável (M) / Não Mitigável (NM) / Potencializável (P) - Probabilidade de Ocorrência: Certa (C) / Provável (P) - Cumulatividade e Sinergismo: Cumulativo e Sinérgico (CS) / Cumulativo e Não Sinérgico (CNS) / Não Cumulativo e Não Sinérgico (N) - Magnitude: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A) - Significância: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A)
c. Medidas de Controle e Programas Ambientais Associados
As alterações na paisagem causadas em função das obras tendem a ser atenuadas com a
adoção dos sistemas de controle e monitoramento previstos no Plano de Gerenciamento
Ambiental das Obras e seus programas como os de Controle da Poluição de Canteiros e
Frente de Obras, e de Controle da Supressão de Vegetação.
9.2.2.3.2 Mobilização e Desmobilização de Mão de Obra
a. Atividades Associadas
Para implantação do PVAE será necessária a contratação e posterior desmobilização de um
grande e diversificado conjunto de trabalhadores, podendo-se destacar as seguintes
atividades atinentes a esse processo:
Recrutamento, seleção e contratação de mão de obra;
Contratação de empreiteiras e fornecedores;
Aquisição/locação de máquinas, equipamentos e embarcações;
Desmobilização dos canteiros de obras, máquinas e equipamentos; e
Desmobilização da mão de obra.
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9-72
b. Avaliação do Impacto
Serão mobilizados trabalhadores de diferentes qualificações relacionadas às diversas
especializações da construção civil e montagem de equipamentos industriais, que se
concentram em cerca de 42 meses, embora haja pequeno número de contratações em prazo
maior, vinculado, por exemplo ao detalhamento dos projetos de engenharia.
A FIGURA 9.2.2.3.2-1 apresenta o histograma integrado de empregos diretos, cujo pico foi
estimado em 4.590 trabalhadores. De acordo com as variações na demanda dos diferentes
componentes, no decorrer de 17 meses serão ocupados acima de 2.500 trabalhadores,
sendo que entre os meses 18 a 29 essa demanda será superior a 3.500 mil trabalhadores.
No decorrer de oito meses de maior intensidade das obras a demanda será de mais de 4.000
trabalhadores.
FIGURA 9.2.2.3.2-1
HISTOGRAMA INTEGRADO DE DEMANDA DE MÃO DE OBRA DO PVAE
Pode-se ainda destacar os quantitativos relativos a cada um dos principais componentes do
projeto (QUADRO 9.2.2.3.2-1), com forte realce para a implantação da UTE que englobará
87,6% do montante de trabalhadores no momento de pico da demanda, sendo
proporcionalmente reduzida a diferenciação entre os demais componentes.
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
5000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42
UTE LT TGNL/ GMT GD
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9-73
QUADRO 9.2.2.3.2-1
ESTIMATIVA DE EMPREGOS DIRETOS A SEREM GERADOS NA IMPLANTAÇÃO DO
PVAE CONFORME SEUS COMPONENTES
Componentes Duração (meses)
Pico de mão obra(trabalhadores)
Período de maior demanda (meses do cronograma)
Demanda média no período de maior
demanda (trabalhador/mês)
UTE 42 3.800 15 - 29 > 2.500 TGNL e GM/T 42 550 18 - 28 > 400 GD e EMRP 32 350 5 -16 > 240
LT 18 235 6 - 10 > 218 PVAE 42 4.590 (*) 17 - 29 > 3.000 (*)
(*) Os picos de obra dos diversos componentes não são coincidentes
Para estimar a geração de empregos derivados, utilizou-se da metodologia desenvolvida
pelo BNDES4, segundo a qual para cada emprego direto gerado no setor da Construção
Civil, seriam gerados 0,47 emprego indireto e 1,54 emprego denominado como efeito-renda.
Com isso, além dos empregos diretos (4.590) seriam gerados 2.157 empregos indiretos e
7.069 empregos do efeito renda. Contudo, boa parte destes empregos seriam gerados fora
da área de estudo, nos locais de produção dos equipamentos e dos recursos necessários.
Assim, uma vez que a metodologia em apreço se apoia na matriz produtiva que extrapola
largamente a área em estudo, que a ela caberiam participações de respectivamente 20%
dos empregos indiretos e 5% dos empregos efeito renda. Em tais condições (período de
pico), além dos 4.590 empregos diretos serão mais 431 empregos indiretos e 351 empregos
efeito renda, totalizando 5.375 empregos a serem disponibilizados para a região (AII).
No QUADRO 9.2.2.3.2-2 apresenta o montante estimado desses empregos, no período de
pico e por componentes, considerando tanto a matriz produtiva local (AII), quanto a matriz
supralocal ou regional (metodologia BNDES).
QUADRO 9.2.2.3.2-2
ESTIMATIVA DE GERAÇÃO DE EMPREGOS DIRETOS, INDIRETOS E EFEITO RENDA,
CONFORME AS MATRIZES PRODUTIVAS (AII E REGIONAL)
Componentes
Empregos no Período de Pico do PVAE (meses 23 e 24)
Diretos Indiretos Efeito Renda Total
AII Regional AII Regional AII Regional AII e
Regional UTE 3.800 357 1.429 293 5.559 4.450 6.988 11.438
TGNL e GMT 550 52 207 42 805 644 1.011 1.656 GD e EMRP 240 23 90 18 351 281 441 722
LT (A implantação da LT só terá início após o período de pico do PVAE) PVAE 4.590 431 1.726 353 6.715 5.375 8.441 13.816
Nota: O termo regional refere-se a empregos que serão gerados além dos limites da AII, podendo ser inclusive fora do território nacional.
4Modelo de geração de Empregos – BNDES Fontes de Dados: CN02, MIP96, PNAD01, POF95/96. Última atualização:fevereiro 2004
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9-74
Colocando por foco as áreas de influência de cada um dos componentes do projeto, observa-
se que o município de Peruíbe será o mais afetado, pois sediará isoladamente os principais
empreendimentos, além de estar na origem dos canais de distribuição (LT e GD) que
necessariamente atravessarão seu território. Além disso, neste município ficará sediado o
canteiro central, que servirá a todos os componentes, embora os empreendimentos lineares
terão canteiros reduzidos e atividades nas frentes de obra.
Com o desenvolvimento das obras de implantação, já a partir do mês 27 do cronograma
começará uma progressiva diminuição da mão de obra engajada (ocorrendo mais
demissões do que contratações), situação que se prolongará até o final da fase de
implantação. Este será também o momento de início efetivo da operação do sistema, para
o qual se estimou os seguintes contingentes de empregos permanentes:
Componentes do PVAE Empregos Permanentes
TGNL e GM/T 50 UTE 200
GD e EMRP 20 LT 80
Total 350
Ressalta-se que o período da desmobilização tende a ser o mais crítico em termos sociais,
podendo elevar os níveis de desemprego nos municípios e agravar problemas sociais, como
o da segurança pública por exemplo. Sendo indispensável neste momento tanto o
monitoramento socioeconômico, como a adoção das medidas previstas em programa.
Como critério de avaliação dos efeitos sobre o mercado de trabalho, considerou-se a
dimensão quantitativa desse mercado, assim como sua situação atual e prospectiva.
Conforme observado na análise da organização produtiva, os municípios da AID do PVAE
apresentam números relativamente altos de empresas de construção civil dentro de uma
especialização na construção de domicílios de veraneio e de expansão de áreas residenciais
no contexto de uma estrutura ocupacional que refletem um dinamismo econômico limitado.
Como pode ser observado no QUADRO 9.2.2.3.2-3, em 2015 no conjunto da AII, para um
montante de pouco mais de 400 mil empregos formais, a construção civil contribuía cerca
de 21,5 mil, pouco mais de 5%. Aproximadamente a metade desses postos de trabalho na
construção civil eram relativos aos municípios da AID, destacando-se Praia Grande e
Cubatão pelas maiores participações.
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9-75
QUADRO 9.2.2.3.2-3
EMPREGOS FORMAIS NOS MUNICÍPIOS DA AID E AII EM 2015
Municípios/RA Total de empregos
formais (a) Empregos formais
na Construção Civil (b) (b)/(a)
% Cubatão 35.975 3.470 10,40 Itanhaém 14.384 422 2,93Mongaguá 6.574 599 9,11
Peruíbe 9.217 376 4,08 Praia Grande 46.656 4.340 9,30São Vicente 41.194 1.387 3,37
Subtotal 154.000 10.594 6,88 RA de Santos 400.653 21.484 5,36
Fonte: Fundação SEADE
Nesse contexto, a demanda de mão de obra representada pela implantação dos
componentes do PVAE tende a ter impacto significativo no conjunto da AID e em menor
proporção na AII, seja por sua dimensão e conjuntura depressiva atualmente vivenciada no
mercado de trabalho, em especial o da construção civil, seja por se tratar de postos de
trabalho que não exigem, em grande parte, elevada qualificação, adequando-se ao perfil da
oferta local. Estima-se que conforme forem se desenvolvendo as etapas das obras civis,
como é comum em casos semelhantes, ocorrerão desmobilizações rotativas de mão de
obra, relativas às etapas já concluídas. O momento de maior intensidade desse processo
tende a ser o da desmobilização final.
Com base no descrito anteriormente, esse impacto foi avaliado como positivo e negativo, de
incidência direta e temporária. Trata-se ainda de um impacto reversível, de ocorrência certa,
detendo ainda alta cumulatividade e sinergia com outros impactos como a dinamização da
economia e a elevação das receitas municipais. Pelo volume de trabalhadores a serem
contratados no contexto da dimensão do mercado de trabalho regional e dos diferentes
municípios da AID – especialmente do mercado de trabalho da Construção Civil, o impacto
foi classificado como de alta magnitude.
Dado também a existência de amplo contingente de trabalhadores informais nos municípios
da AID, bem como do recente crescimento da desocupação no conjunto da AII, a
significância do impacto foi avaliação como alta, fato para o qual contribuiu o caráter
temporário – porém por um período prolongado, dos empregos gerados ao longo do período
de obras. Vale observar que a intensidade desse impacto se deve em grande parte à UTE,
e que ele ocorrerá com forte intensidade no município de Peruíbe – onde no momento de
pico das obras a demanda de trabalhadores será muito significante, mostrando-se
indispensável a contratação de trabalhadores residentes nos municípios vizinhos.
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9-76
A desmobilização constitui impacto negativo, permanente (do ponto de vista do
empreendimento), de ocorrência imediata e que deverá atingir toda a região de oferta de
mão de obra que é a AII. Caracteriza-se ainda como reversível, mitigável, de ocorrência
certa, sendo consequência direta do empreendimento. Por esses aspectos pode-se
considerar que o impacto da desmobilização da mão de obra contratada para as obras é de
Magnitude e Significância Alta.
Impacto Atributos Projeto Verde Atlântico Energias
TGNL GM/T UTE LT GD
Mobilização e Desmobilização da Mão de Obra
Natureza P/N P/N P/N P/N P/N
Incidência D D D D D
Duração T T T T T
Temporalidade IM IM IM IM IM
Abrangência Territorial R R R R R
Reversibilidade R R R R R
Possibilidade de Mitigação M/P M/P M/P M/P M/P
Probabilidade de Ocorrência C C C C C
Cumulatividade e Sinergismo CS CS CS CS CS
Magnitude M B A B B
Significância M B A B B
PVAE Significância Alta n.a = não aplicável Natureza: Positiva (P) / Negativa (N) - Incidência: Direta (D) / Indireta (I) - Duração: Temporário (T) / Permanente (P) - Temporalidade: Imediato (IM) / Curto Prazo (CP) / Médio Prazo (MP) / Longo Prazo (LP) - Abrangência Territorial: Pontual (P) / Local (L) / Regional (R) - Reversibilidade: Reversível (R) / Irreversível (I) - Possibilidade de Mitigação: Mitigável (M) / Não Mitigável (NM) / Potencializável (P) - Probabilidade de Ocorrência: Certa (C) / Provável (P) - Cumulatividade e Sinergismo: Cumulativo e Sinérgico (CS) / Cumulativo e Não Sinérgico (CNS) / Não Cumulativo e Não Sinérgico (N) - Magnitude: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A) - Significância: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A)
c. Medidas de Controle e Programas Ambientais Associados
As empreiteiras contratadas deverão preferencialmente aproveitar trabalhadores residentes
na AID/AII, pois além de potencializar os efeitos positivos do impacto, reduzirá a criação de
fluxos migratórios oriundos de outras localidades. Essa medida deverá constar do Programa
de Mobilização, Desmobilização e Capacitação da Mão de Obra. Além disso, deverão ser
implementadas ações de capacitação e treinamentos para possibilitar que as vagas sejam,
de fato, preenchidas pela população local. Ainda, o Programa de Comunicação Social
Integrada, dentre outras coisas, deverá realizar atividades voltadas à divulgação das reais
oportunidades de emprego e capacitação.
Para atenuar os possíveis efeitos negativos da desmobilização, o empreendedor deverá
atuar junto às empreiteiras contratadas no sentido de que as desmobilizações parciais da
mão de obra sejam efetuadas de forma gradual, buscando sempre que possível o
aproveitando dos mesmos trabalhadores nas etapas subsequentes das obras civis, segundo
diretrizes do Programa de Mobilização, Desmobilização e Capacitação de Mão de Obra.
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Ressalta-se que possíveis desdobramentos sociais e urbanos da mobilização e
desmobilização deverão ser monitorados em acordo com metodologia prevista no âmbito do
Programa de Reforço da Infraestrutura Municipal, podendo levar a adoção de medidas
mitigadoras ou compensatórias, conforme previsto no programa.
Adicionalmente, como efeito deste programa, os trabalhadores contratados para a fase de
implantação deverão ter a oportunidade de serem capacitados para aproveitamento nas
atividades da fase de operação, de acordo com as demandas previsíveis para esta fase.
Além disso, o Programa de Desenvolvimento de Fornecedores Locais pode atuar para
possibilitar que as oportunidades e empregos indiretos gerados pelo PVAE também sejam
aproveitados localmente.
9.2.2.3.3 Pressão e Interferências sobre Infraestruturas e Serviços Públicos
a. Atividades Associadas
As atividades de implantação dos componentes do PVAE possuem incidência direta na
possibilidade de geração de pressão e interferências sobre infraestruturas e serviços
públicos. Tais atividades incluem terraplenagem, limpeza e preparação do terreno
(supressão da vegetação); instalação de canteiros de obra e áreas de apoio; implantação
de vias de acesso internos; abertura de novos acessos para implantação das torres;
atividades de dragagem e construção de quebra-mar e berços de atracação; estruturas e
obras civis; abastecimento e manutenção das máquinas nos canteiros de obras; implantação
da faixa de servidão (LT e GD); entre outras, que demandam recursos como água, energia
e esgotamento sanitário, podendo pressionar as redes existentes.
Além disso, as atividades construtivas, especialmente dos empreendimentos lineares (linha
de transmissão, gasoduto de distribuição, gasoduto marítimo terrestre) poderão ocasionar
interferências nas redes existentes, afetando assim o fornecimento para algumas áreas
urbanas e rurais, ainda que de forma temporária e pontual.
Complementarmente, deve-se considerar a possibilidade de aumento da demanda que será
gerada pela população potencialmente atraída pelo empreendimento (incidência indireta).
b. Avaliação do Impacto
No que se refere às obras para a implantação do empreendimento, serão geradas demandas
que poderão pressionar os sistemas que servem aos municípios e especialmente o
município de Peruíbe. Neste sentido, importante destacar que na área preconizada para
implantação da UTE será implantado um canteiro de obras central, que servirá tanto a UTE,
como os demais componentes do PVAE, incluindo-se o TGNL, LT, GD e GT/M.
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9-78
Logicamente, no caso dos componentes lineares (LT e GD) haverá frentes de obra
acompanhando a implantação e montagem das estruturas, contudo o impacto sobre a
infraestrutura nos municípios atravessados por estes componentes será pouco significante
ou desprezível, especialmente considerando as características das obras e a disponibilidade
de infraestrutura na região de inserção – RMBS. Ou seja, este impacto é esperado somente
para o município de Peruíbe.
O fornecimento de água para consumo humano ou para os processos relacionados à
construção deverá ser proveniente de concessionária municipal. As ligações com a rede
existente serão realizadas às custas do empreendedor e caso necessário, serão
providenciadas instalações próprias para complementar a rede pública e suprir as vazões
estabelecidas. Ainda, até que seja feita a ligação com a rede, o empreendedor deverá fazer
usos de caminhões-pipa, que servirão o canteiro.
Cabe destacar que o município de Peruíbe é abastecido pelo Sistema Guaraú (Cabuçu e
Guarauzinho) e mais recentemente passou a ser reforçado pelo sistema produtor
Mambu/Branco (Itanhaém) durante os períodos de maior demanda, o que segundo a
Prefeitura confere maior segurança ao sistema e evitando escassez de água no município.
Quanto ao esgotamento sanitário, será instalada uma estação compacta de tratamento de
efluentes (ETE) capaz de receber e tratar o esgoto orgânico gerado no canteiro. Nas frentes
de obras serão instalados banheiros químicos, sendo os efluentes retirados e encaminhados
para sistemas de tratamento de empresas licenciadas e ou para a ETE compacta a ser
instalada no canteiro de obras. Destaca-se neste sentido, que o empreendimento não irá
pressionar as redes pública existentes, que apresenta, inclusive, baixos índices de
atendimento em Peruíbe e RMBS, de forma mais geral.
Na fase de implantação, serão gerados resíduos de diversas tipologias, incluindo resíduos
provenientes da limpeza do terreno, resíduos oleosos, resíduos da construção civil, de forma
geral, e resíduos domésticos. Os resíduos gerados no canteiro, frentes de obras, praças de
trabalho da LT serão segregados, separados e armazenados em acordo com a legislação
vigente, em conformidade com a Resolução Conama nº 307/02 e da Norma ABNT NBR
10.004:2004. O transporte e destinação final serão realizados com empresas devidamente
credenciadas para essa atividade.
Ainda, o GD, os GM/T e a LT, durante a fase de obras, poderão causar interferências em
redes de energia e água, comprometendo temporariamente o fornecimento destes serviços
para parte dos municípios. Tais interrupções são inevitáveis durante a implantação, contudo,
devem ser articuladas com as concessionárias prestadoras destes serviços, para que sejam
realizadas de forma rápida e organizada. Além disso, o Programa de Comunicação Social
Integrada deverá informar as comunidades afetadas previamente à intervenção, indicando
os horários em que haverá a interrupção no fornecimento.
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Importante destacar que na ADA da LT foram identificados três equipamentos
sociais/urbanos, sendo: uma área de lazer no loteamento Cidade das Crianças, em Praia
Grande; uma antena de sinal de celular em São Vicente; e um cemitério em Cubatão,
conforme apresentado no mapa de uso e ocupação do solo constante no diagnóstico. Tanto
a área de lazer, quanto o cemitério não apresentam edificações ou estruturas que impeçam
o estabelecimento da faixa de servidão, de modo que não haverá necessidade de alteração
dos usos atualmente existentes. Quanto à antena, importante destacar que a mesma se
encontra fora da ADA, sendo que apenas a propriedade na qual ela está inserida encontra-
se na faixa de servidão da LT, não havendo necessidade de deslocamento da estrutura.
Além de demandas por recursos e infraestrutura provenientes do PVAE, entende-se que
potencialmente poderá ocorrer a atração de pessoas de outras localidades em busca de
oportunidades, especialmente para o município de Peruíbe onde estarão localizados o
TGNL, UTE e o canteiro central e que consequentemente haverá maior oferta de postos de
trabalho. Espera-se que as vagas sejam preenchidas pela população do município de
Peruíbe e municípios da AID (Itanhém, Mongaguá, São Vicente, Praia Grande e Cubatão),
podendo absorver também população da AII.
Conforme mencionado no impacto de mobilização e desmobilização da mão de obra, tais
municípios possuem condições de ocupar as vagas que serão abertas, considerando
também que na fase implantação grande parte das oportunidades serão geradas no setor
da construção civil, que exige baixo grau de especialização.
Não está prevista a implantação de alojamentos para trabalhadores e será providenciado
transporte para trabalhadores de outros municípios. Este deslocamento residência-trabalho
(pendular) de trabalhadores é bastante comum na RMBS tanto para implantação de obras
de infraestrutura e terminais portuários, como para o trabalho nos centros de emprego
regionais (Santos e Cubatão, principalmente). Além do transporte intermunicipal (fretados)
a ser fornecido para os futuros trabalhadores, previu-se a realização de Programa de
Mobilização, Desmobilização e Capacitação da Mão de Obra, com diversas ações de
capacitação que tem como principal objetivo fazer com que as oportunidades e vagas a
serem geradas pelo empreendimento sejam absorvidas localmente.
Contudo, a chegada de pessoas em busca de oportunidades para o município, em certo
grau, independe da atuação do empreendedor, sendo possível que ocorra. Esta população
potencialmente atraída para trabalhar no empreendimento, em sua maioria masculina,
poderá pressionar a infraestrutura urbana de forma mais geral, incluindo-se tanto as redes
mencionadas (abastecimento de água, energia e esgotamento sanitário), como
equipamentos urbanos (saúde, educação, assistência social e segurança), podendo
contribuir também para o desencadeamento de processos sociais negativos, como aumento
da criminalidade, prostituição e pressão urbana sobre áreas preservadas, embora existam
grandes vazios urbanos no município.
50166-EV-RT005-0
9-80
É possível constatar que a pressão sobre infraestruturas e serviços públicos é um impacto
de natureza negativa, devendo se iniciar tão logo se iniciem as obras (curto prazo), contudo
este aumento tende a ser gradual, aumentado conforme o desenvolvimento da obra. É um
impacto temporário, cessando após a desativação da ação, apresentando cumulatividade
entre os componentes do PVAE, cuja implantação pode ocorrer simultaneamente.
Mesmo considerando-se que o projeto previu soluções alternativas para serviços de água e
esgoto, e que estão sendo tomadas ações para coibir os processos migratórios, classificou-
se o impacto como de Alta Magnitude e Significância, especialmente considerando os
componentes UTE e TGNL, ambos localizado em Peruíbe e que demandarão maior
quantidades de recursos e mão de obra.
Impacto Atributos Projeto Verde Atlântico Energias
TGNL GM/T UTE LT GD
Pressão e Interferências
sobre Infraestruturas e
Serviços Públicos
Natureza N N N N N
Incidência I/D I/D I/D D D
Duração T T T T T
Temporalidade CP CP CP CP CP
Abrangência Territorial R R R R R
Reversibilidade R R R R R
Possibilidade de Mitigação M M M M M
Probabilidade de Ocorrência C C C C C
Cumulatividade e Sinergismo CNS CNS CNS CNS CNS
Magnitude A B A B B
Significância A B A B B
PVAE Significância Alta n.a = não aplicável Natureza: Positiva (P) / Negativa (N) - Incidência: Direta (D) / Indireta (I) - Duração: Temporário (T) / Permanente (P) - Temporalidade: Imediato (IM) / Curto Prazo (CP) / Médio Prazo (MP) / Longo Prazo (LP) - Abrangência Territorial: Pontual (P) / Local (L) / Regional (R) - Reversibilidade: Reversível (R) / Irreversível (I) - Possibilidade de Mitigação: Mitigável (M) / Não Mitigável (NM) / Potencializável (P) - Probabilidade de Ocorrência: Certa (C) / Provável (P) - Cumulatividade e Sinergismo: Cumulativo e Sinérgico (CS) / Cumulativo e Não Sinérgico (CNS) / Não Cumulativo e Não Sinérgico (N) - Magnitude: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A) - Significância: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A)
c. Medidas de Controle e Programas Ambientais Associados
No que se refere à demanda a ser gerada especificamente pela obra deverão ser seguidas
as orientações e diretrizes constantes no Plano de Gerenciamento Ambiental de Obras
(PGAO), no Programa de Gerenciamento de Efluentes Líquidos (PGEL) e no Programa de
Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS).
Além disso, é imprescindível que se faça um acompanhamento sistemático dos indicadores
sociais, em especial do município de Peruíbe, com vistas a apreender possíveis sobrecargas
na infraestrutura urbana ou piora das condições de vida da população. Tal acompanhamento
50166-EV-RT005-0
9-81
deverá ser feito tanto por meio de dados secundários, como por pesquisa direta junto à
população e instituições com representatividade social.
Destaca-se que o Programa de Reforço da Infraestrutura Municipal prevê o monitoramento
de indicadores sociais e urbanos, incluindo-se o monitoramento do déficit habitacional, em
consonância com a Resolução SMA no 68/09. Além de monitorar estes indicadores, este
programa prevê o compartilhamento destas informações com a Prefeitura Municipal e caso
verifique-se piora dos indicadores sociais, em função da implantação do PVAE, o
empreendedor, em parceria com a Prefeitura Municipal, poderá realizar ações específicas
para mitigação destes efeitos indesejados, com investimentos nos setores mais impactados.
9.2.2.3.4 Dinamização da Economia
a. Atividades Associadas
Para a implantação do PVAE é previsto um investimento global da ordem de 5,7 bilhões de
reais (QUADRO 9.2.2.3.4-1), montante equivalente a pouco menos de 12% do Produto
Interno Bruto da AII em 2015.
QUADRO 9.2.2.3.4-1
CUSTOS DE IMPLANTAÇÃO DOS COMPONENTES DO PVAE (R$ CORRENTES)
Componentes Custos de Implantação (R$)
TGNL e GMT 479.869.449
GD 645.260.696
UTE 4.289.920.000
LT 302.592.000
PVAE 5.717.642.145 Fonte: Dados Fornecidos pelo Empreendedor
O principal componente desse investimento é a UTE, que juntamente com o TGNL-GM/T
respondem por 92,2% do montante e estarão sediados no Município de Peruíbe. Os demais
componentes, com traçados lineares, atravessarão o conjunto dos municípios da AID.
O conjunto das principais atividades associadas ao impacto dinamização da economia,
listado na sequência, devem gerar demandas de mão de obra, serviços, insumos para as
atividades construtivas e bens de consumo, cujo atendimento pelos municípios da AII e AID
dependerá das respectivas estruturas produtivas e capacidades de mobilização. O aumento
da massa monetária circulante com o incremento do empregos e demanda de serviços,
assim como a elevação das arrecadações municipais, devem se constituir em impulsos
adicionais para elevar a animação econômica do conjunto da região, tais como:
Contratação de trabalhadores;
Contratação de empreiteiras e fornecedores;
50166-EV-RT005-0
9-82
Aquisição/locação de máquinas, equipamentos e embarcações;
Limpeza e preparação do terreno (supressão de vegetação);
Terraplenagem, aterros e movimentação de terra;
Implantação de vias de acessos internos;
Instalação de canteiro de obras;
Abertura de novo acessos para implantação das torres;
Atividades de dragagem;
Movimentação de materiais, equipamentos, veículos, embarcações e passageiros;
Execução de obras civis, incluindo construção do quebra-mar; e
Abastecimento e manutenção das máquinas nos canteiros de obras.
b. Avaliação do Impacto
Conforme observado no diagnóstico, o terciário é amplamente predominante na estrutura
produtiva da AII, com forte dependência das atividades portuárias, pois o secundário é
reduzido e com maior participação da Construção Civil, concentrando-se em Cubatão o
segmento mais importante da Indústria de Transformação. No decorrer da última década,
apenas o Município de Santos cresceu de modo significativo, observando-se o oposto com
Cubatão. Os demais municípios da AID apresentaram desempenho fraco e inferior ao da
média estadual, exceto Peruíbe.
O crescimento de Santos esteve diretamente relacionado ao porto à expansão das
atividades de apoio à extração de petróleo e gás – especialmente atividades de apoio à
extração, transporte, beneficiamento e estocagem. Com a eclosão e aprofundamento da
crise econômica, depois de um período de crescimento econômico o conjunto da AII vivencia
um período de relativa estagnação, que vem afetando fortemente a Construção Civil, onde
se observa uma elevada perda de postos de trabalho. Destaca-se, também, a ausência de
perspectivas de grandes investimentos no curto prazo, pois vem sendo constatada uma forte
preferência dos grandes investidores pelo Interior Paulista, especialmente os municípios de
Valinhos, Jaguariúna e Jundiaí, a partir da valorização de melhores infraestruturas, boa
logística para distribuição dos produtos, e mão de obra especializada.
Nesse contexto a implantação do PVAE pode ser avaliada como de elevada oportunidade
para a economia do conjunto da AII, assim como para os diversos municípios a ela
pertencentes, especialmente aqueles incluídos na AID.
No QUADRO 9.2.2.3.4-2 é apresentado um confronto entre o PIB 2015 das diferentes áreas
de influência e municípios em estudo e uma estimativa de distribuição espacial do valor dos
investimentos a serem realizados. O valor do investimento equivale a 28% do PIB da AID
em 2015, destacando-se especialmente a situação de Peruíbe.
50166-EV-RT005-0
9-83
QUADRO 9.2.2.3.4-2
PRODUTO INTERNO BRUTO DOS MUNICÍPIOS DA AID E DA AII, 2015
Municípios Áreas de Influência
PIB 2015 (a) Estimativa de Distribuição Territorial
do Investimento (b) (b) / (a) % R$ mil Correntes
Cubatão 7.722.279,59 103.115,56 1,34Itanhaém 1.306.101,45 269.087,96 20,6 Mongaguá 692.370,58 143.730,94 20,76 Peruíbe 1.231.666,85 4.904.045,89 398,16Praia Grande 4.955.164,40 177.609,14 3,58 São Vicente 4.386.717,47 120.052,65 2,74 AID 20.294.300,34 5.717.642,14 28,17RA de Santos 47.825.842,21 5.717.642,14 11,96
Fonte: Elaboração a partir de dados do IBGE
Obviamente trata-se de comparação meramente ilustrativa do porte do empreendimento em
relação a estrutura produtiva onde ele pretende ser implantado, pois grande parte dos
valores relativos ao custo dos diversos componentes do PVAE, especialmente os itens de
maior valor agregado e complexidade tecnológica, deverão remunerar fornecedores
sediados em outras localidades (eventualmente outros países) cabendo à empresas e
pessoas sediadas nas áreas de estudo apenas parte dos montantes considerados.
No âmbito da AII tende também a ocorrer uma forte desigualdade na captação das
demandas de produtos e serviços, que são independentes da localização das obras e dos
equipamentos, pois definidas pela capacidade das respectivas estruturas produtivas e de
sua competitividade, sendo reduzido os efeitos dos custos de transporte.
Desse modo, no contexto da AII, o maior beneficiário – em termos absolutos, da elevação
da demanda por produtos e serviços deverá ser o Município de Santos – com a estrutura
produtiva mais desenvolvida e com empresas com maior porte e capacitação em obras civis
mais complexas, bem como em outras especializações relacionadas ao setor portuário e de
apoio à exploração de petróleo e gás. Em termos proporcionais, Peruíbe, que sediará
isoladamente os dois componentes que englobam a 92,2% do investimento total do PVAE,
além de também ter seu território cortado pela linha de transmissão e pelo gasoduto, tende
a ser destacadamente o que receberá as maiores demandas por trabalhadores, serviços,
entre outras, comparativamente ao seu porte.
Nesse contexto a dinamização da economia local/regional constitui um impacto positivo,
temporário, de ocorrência imediata e ocasionado diretamente pela implantação do
empreendimento. Caracteriza-se ainda como reversível, potencializável e de ocorrência
muito provável. Dada a crescente especialização produtiva da AII em atividades tanto
portuárias como vinculadas à exploração de petróleo e gás, o impacto tende a apresentar
cumulatividade no contexto da participação da região na divisão espacial do trabalho, além
de sinergia com os impactos de aumento da arrecadação tributária e geração de empregos.
50166-EV-RT005-0
9-84
O impacto também se caracteriza pela sinergia com outros impactos como a geração de
empregos e o incremento das receitas municipais.
A Magnitude e a Significância foram avaliadas como Alta – em função do componente
UTE – pela densidade do investimento apesar de sua temporalidade, pois para os demais
componentes tanto a magnitude como a significância são baixas, por se tratar de
investimentos menores e temporários.
Impacto Atributos Projeto Verde Atlântico Energias
TGNL GM/T UTE LT GD
Dinamização da Economia
Natureza P P P P P
Incidência D D D D D
Duração T T T T T
Temporalidade IM IM IM IM IM
Abrangência Territorial R R R R R
Reversibilidade R R R R R
Possibilidade de Mitigação P P P P P
Probabilidade de Ocorrência P P P P P
Cumulatividade e Sinergismo CS CS CS CS CS
Magnitude B B A B B
Significância B B A B B
PVAE Significância Alta n.a = não aplicável Natureza: Positiva (P) / Negativa (N) - Incidência: Direta (D) / Indireta (I) - Duração: Temporário (T) / Permanente (P) - Temporalidade: Imediato (IM) / Curto Prazo (CP) / Médio Prazo (MP) / Longo Prazo (LP) - Abrangência Territorial: Pontual (P) / Local (L) / Regional (R) - Reversibilidade: Reversível (R) / Irreversível (I) - Possibilidade de Mitigação: Mitigável (M) / Não Mitigável (NM) / Potencializável (P) - Probabilidade de Ocorrência: Certa (C) / Provável (P) - Cumulatividade e Sinergismo: Cumulativo e Sinérgico (CS) / Cumulativo e Não Sinérgico (CNS) / Não Cumulativo e Não Sinérgico (N) - Magnitude: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A) - Significância: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A)
c. Medidas de Controle e Programas Ambientais Associados
Visando potencializar o impacto de dinamização da economia deverão ser implantadas as
medidas constantes no Programa de Mobilização, Desmobilização e Capacitação de Mão
de Obra e no Programa de Desenvolvimento de Fornecedores Locais, que contribuem para
que as oportunidades geradas pelo empreendimento sejam absorvidas localmente.
50166-EV-RT005-0
9-85
9.2.2.3.5 Aumento da Arrecadação Municipal
a. Atividades Associadas
A construção civil está sujeita à tributação nas esferas federal, estadual e municipal. Os
principais tributos incidentes sobre as operações das empresas de construção são Imposto
sobre a Renda e proventos de qualquer natureza (IR); Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido (CSLL); Contribuição ao Programa de Integração Social (PIS); Contribuição para
Financiamento da Seguridade Social (Cofins); Contribuições Previdenciárias (INSS);
Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de
serviços de transporte interestadual, intermunicipal e de comunicação (ICMS); Imposto
sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA); Imposto sobre Serviços de Qualquer
Natureza (ISSQN); e Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).
De acordo com a literatura especializada os tributos federais são mais elevados daqueles
pertencentes às outras esferas de governo, englobando mais de 90% dos tributos recolhidos
pelas empresas de construção civil. Os recolhimentos, estaduais representaram a menor
parcela dessa carga tributária, cabendo municipais entre 3,0% e 8,5%.
Entre os tributos de alçada local5 destaca-se o Imposto Sobre Serviços de Qualquer
Natureza – ISSQN, que tem como fato gerador a prestação de serviços realizada dentro dos
limites do município, exercida por empresa ou por profissional autônomo. Entre as ações
necessárias à implantação do PVAE e que desencadeiam fatos geradores do recolhimento
desse tributo, destacam-se os a seguir listados.
Limpeza e preparação do terreno (supressão de vegetação);
Terraplenagem, aterros e movimentação de terra;
Implantação de vias de acessos internos;
Instalação de canteiro de obras;
Abertura de novo acessos para implantação das torres;
Atividades de dragagem;
Movimentação de materiais, equipamentos, veículos, embarcações e passageiros;
Execução de obras civis, incluindo construção do quebra-mar;
As alíquotas para recolhimento do tributo relativas à essas atividades apresentam algumas
diferenças entre os diversos municípios da AID6, variando entre 2% e 5% do valor do serviço,
predominando amplamente a primeira dessas taxas.
5 Ente esses pode ser contabilizado o INSS pago na construção de LT cuja distribuição é proporcional à superfície afetada dos municípios atravessados, sendo ainda considerada a presença dos canteiros de obras. 6 Cubatão, 5%; Itanhaém, 2%; Mongaguá, 2%; Peruíbe, 2%; Praia Grande, 3%; São Vicente, 2% a 3%; Santos, 2% a 3%.
50166-EV-RT005-0
9-86
O recolhimento do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) decorrente de
serviços de engenharia e obras civis para a implantação do PVAE representa,
destacadamente, o principal impacto nas finanças públicas dos municípios da AID nessa
fase do projeto. Indiretamente, o aumento da massa salarial, o crescimento das atividades
produtivas, entre outros aspectos, também deve provocar o aumento dos recolhimentos de
tributos e taxas das diferentes alçadas (municipal, estadual e federal), porém de forma
dispersa, com maiores prazos de maturação e com valores comparativamente reduzidos.
O recolhimento do ISS é o elemento mais marcante de impacto na fase de implantação, por
ser de recolhimento imediato (duração o processo de implantação) e diretamente
proporcional ao valor dos serviços, que é elevado.
b. Avaliação do Impacto
Para a avaliação desse impacto foi inicialmente feita uma análise – no contexto do conjunto
do projeto e de seus diversos componentes, do valor das atividades sujeitas a recolhimento
do tributo em pauta. Com base nessa análise estimou-se os valores sujeitos à tributação,
bem como o montante dos recolhimentos, tendo-se aplicado para tanto a alíquota de 2%, a
mais comum nos municípios da AID para as atividades concernidas.
Na sequência estimou-se sua distribuição pelos diferentes municípios, como pode ser
observado no QUADRO 9.2.2.3.5-1, podendo-se observar um forte destaque para Peruíbe.
A duração dos recolhimentos foi estimada em três anos e a distribuição dos tributos relativos
às obras do GD e da LT foi calculada com base na participação dos municípios nos
respectivos traçados.
QUADRO 9.2.2.3.5-1
ESTIMATIVA DO RECOLHIMENTO DO ISSQN SEGUNDO MUNICÍPIOS DA AID
Co
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Valor Recolhimentos Segundo Municípios (em R$ mil correntes)
Cu
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TGNL – GM/T 479.869,45 400.000,00 8.000,00 8.000 GD 645.260,70 450.000,00 9.000,00 936 2.601 1.359 1.134 1.764 1.197 UTE 4.289.920,00 1.371.120,00 27.422,40 27.422 LT 302.592,00 211.025,00 4.220,00 502 1.152 646 739 713 468
PVAE 5.717.642,15 2.432.145,00 48.642,40 1.438 3.753 2.005 37.295 2.477 1.665
Valor de recolhimento anual, por município (3 anos) 479,39 1.251,02 668,22 12.431,64 825,73 555,14
Ao confrontar esses valores com aqueles relativos às receitas tributárias dos municípios da
AID (QUADRO 9.2.2.3.5-2), é de fácil verificação que o incremento temporário no
recolhimento do ISSQN será significativo, com efetivo efeito no montante da arrecadação,
apenas para o Município de Peruíbe.
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9-87
QUADRO 9.2.1.3.5-2
FINANÇAS PÚBLICAS DOS MUNICÍPIOS DA AID EM 2014 – RECEITAS PRÓPRIAS
(R$ MIL CORRENTES)
Municípios
AID Receitas Tributárias IPTU ISSQN ITBI IPTU (%) ISSQN (%) ITBI (%)
Cubatão 268.510 67.724 159.939 2897 25,2 59,6 1,1 Itanhaém 93.356 42.380 7.717 11680 45,4 8,3 12,5 Mongaguá 60.489 31.382 4.198 6049 51,9 6,9 10,0 Peruíbe 63.570 35.452 4.647 3668 55,8 7,3 5,8 Praia Grande 405.068 225.514 34.634 45413 55,7 8,6 11,2 São Vicente 213.227 89.183 43.683 11517 41,8 20,5 5,4
Fonte: IBGE
Trata-se, desse modo, de um impacto positivo, reversível, temporário, de ocorrência certa
e imediata, causado diretamente pelo empreendimento. Trata-se também de um impacto
cumulativo e que tende a desenvolver forte sinergia com aqueles relativos à geração de
empregos e dinamização da economia.
No contexto das finanças públicas do Município de Peruíbe, pode-se considerar que o
impacto provável da geração de tributos é de Magnitude Alta para UTE (Peruíbe), sendo
avaliada como Baixa para os demais. No âmbito do PVAE, o impacto é de Alta
Significância para a UTE, Média para o TGNL e Baixa para os GM/T e LT, tendo se
atribuído Significância Média para o conjunto dos componentes.
Impacto Atributos Projeto Verde Atlântico Energias
TGNL GM/T UTE LT GD
Aumento da Arrecadação
Municipal
Natureza P P P P P
Incidência D D D D D
Duração T T T T T
Temporalidade IM IM IM IM IM
Abrangência Territorial L L L R L
Reversibilidade R R R R R
Possibilidade de Mitigação P P P P P
Probabilidade de Ocorrência C C C C C
Cumulatividade e Sinergismo CS CS CS CS CS
Magnitude M B A B B
Significância M B A B B
PVAE Significância Média n.a = não aplicável Natureza: Positiva (P) / Negativa (N) - Incidência: Direta (D) / Indireta (I) - Duração: Temporário (T) / Permanente (P) - Temporalidade: Imediato (IM) / Curto Prazo (CP) / Médio Prazo (MP) / Longo Prazo (LP) - Abrangência Territorial: Pontual (P) / Local (L) / Regional (R) - Reversibilidade: Reversível (R) / Irreversível (I) - Possibilidade de Mitigação: Mitigável (M) / Não Mitigável (NM) / Potencializável (P) - Probabilidade de Ocorrência: Certa (C) / Provável (P) - Cumulatividade e Sinergismo: Cumulativo e Sinérgico (CS) / Cumulativo e Não Sinérgico (CNS) / Não Cumulativo e Não Sinérgico (N) - Magnitude: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A) - Significância: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A)
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9-88
c. Medidas de Controle e Programas Ambientais Associados
Não são previstas medidas de otimização, monitoramento ou controle, tendo em vista que a
gestão dos recursos cabe às administrações municipais que possuem estruturas de pessoal
capacitadas para tanto.
9.2.2.3.6 Alterações no Setor de Turismo
a. Atividades Associadas
Impacto associado às diversas atividades construtivas dos componentes do PVAE,
incluindo-se a preparação do terreno para a construção da UTE, a intervenção para a
instalação do GD e do GM/T, em áreas continentais e marítimas, bem como a implantação
das 218 torres da LT e lançamento dos cabos. Todas essas intervenções poderão impactar
a atividade turística dos diversos municípios atravessados pelos componentes do PVAE.
b. Avaliação do Impacto
Em relação ao turismo e lazer nos municípios que integram a AID, pode-se resumir da
seguinte maneira: i) nos municípios de Peruíbe, Itanhaém, Mongaguá e Bertioga
predominam atividades ligadas ao turismo e ii) nos municípios de São Vicente, Cubatão e
Praia Grande estão presentes, principalmente, atividades ligadas ao setor portuário e
industrial e às atividades terciárias, incluindo o turismo. Esses municípios têm o turismo
como uma das bases de sua economia devido às suas características naturais (cidades
litorâneas inseridas na Mata Atlântica) e próximos de grandes aglomerados urbanos,
especialmente a Região Metropolitana da Baixada Santista (RMBS).
Uma das principais características do turismo praticado é o turismo de segunda residência,
de modo que grande parte dos turistas que visitam a região possuem casa ou apartamento
de veraneio, normalmente, localizadas nas proximidades da orla da praia, entre a estrada
SP-055 e o mar.
Para o conjunto da AII foram identificados 275 atrativos turísticos7, correspondendo 80 dos
mesmos (29%) aos municípios de Bertioga, Guarujá e Santos, e os restantes 195 aos
municípios da AID8, com destaque para as modalidades turismo de eventos (57 atrativos),
histórico cultural (34), ecoturismo (28), turismo esportivo (25), turismo gastronômico e
técnico-científico (ambos com 20 eventos), além de turismo náutico e religioso, entre outras.
7 De acordo com estudo da GeoBrasilis (2013) com base em informações das Administrações Municipais 8 Cubatão 39, Itanhaém 35, Mongaguá 39, Peruíbe 26, Praia Grande 31 e São Vicente 25.
50166-EV-RT005-0
9-89
As diversas atividades construtivas previstas na implantação do TGNL tendem a não
impactar de forma direta a atividade turística, uma vez que o TGNL e demais estruturas
associadas estarão a cerca de 10 km de distância da praia. Assim, embora possa ser
observada a intensa movimentação de embarcações, a formação do quebra mar e a
construção do terminal, a distância tende a amenizar o impacto visual, não sendo prevista
restrição a prática de praia ou maiores desconfortos a visitantes e moradores.
Os GM/T irão travessar áreas que apresentam fluxo turístico, especialmente aos finais de
semana, feriados e férias. Na parte terrestre o gasoduto será enterrado e o traçado previsto
será sob via pública, que possui baixo fluxo de veículos. Contudo, durante as obras deverão
ocorrer interdições temporárias causando transtornos a turistas e moradores.
Na área de praia e no mar (por 400m) o duto será enterrado possibilitando que seja utilizada
toda a extensão da faixa de praia após a conclusão das obras. Entretanto, durante a fase de
implantação haverá restrição de uso em faixa de cerca de 10m de largura, em função da
circulação de equipamentos, materiais, insumos e trabalhadores, necessários às obras.
O GD (de Peruíbe a Cubatão) está inteiramente na faixa de domínio da rodovia Padre
Manuel da Nobrega (SP-055), não sendo prevista qualquer interferência em atrativos
turísticos ou na atividade turística de forma mais geral, de modo que se optou por não avaliar
este impacto para o componente.
No que se refere à UTE, importante destacar que a mesma será implantada às margens da
rodovia SP-055, não tendo sido identificados atrativos turísticos próximos ou mesmo alguma
localidade com potencial para exploração turística. De qualquer forma, as obras para
implantação de uma planta industrial contrastam com os usos atualmente desenvolvido na
região e principalmente aos usos esperados para um destino turístico. Neste sentido, tal
impacto foi classificado como local, temporário e de baixa magnitude e significância.
A LT será implantada entre a SP-055 e a encosta da serra do mar, em região com usos
rurais e em grande parte recoberta por vegetação natural. Não foram identificados atrativos
turísticos na área das torres e faixas de servidão. Destaca-se, contudo, que existem trilhas
e cachoeiras nas áreas vegetadas, especialmente nas encostas da serra do mar. Tais
atrativos, associados ao ecoturismo, não são o carro-chefe do setor na RMBS, mas atraem
visitantes ao longo de todo o ano. Durante as obras de implantação as principais
transformações na paisagem se darão nas 218 praças de trabalho para montagem das
torres, com dimensões de 40m x 40m cada. Nessas áreas será feita preparação do solo,
fundação, concretagem e montagem das torres, entre outras atividades, implicando na
movimentação de pessoas, materiais e equipamentos.
Estas transformações suscitadas pelo empreendimento poderão ser percebidas pelos
visitantes e frequentadores dos locais de intervenção, e, eventualmente, prejudicar a
experiência turística.
50166-EV-RT005-0
9-90
O impacto relacionado às obras da LT foi considerado local, devendo ocorrer apenas nas
áreas mais próximas às torres, temporário e de Baixas Magnitude e Significância, não
causando alterações mais profundas no setor turístico dos municípios atravessados pela LT.
Considera-se ainda a possibilidade de efeitos cumulativos e sinérgicos, com diversos
impactos relacionados à poluição (ar, águas), com a alteração da paisagem e com
incômodos à população.
Entende-se que as interferências nas atividades turística além de possuírem natureza
negativa, conforme destacado, possuem também uma natureza positiva. Neste sentido,
destaca-se o potencial do PVAE em fomentar o turismo de negócios, especialmente no
município de Peruíbe, onde será a implantação do TGNL, do GM/T e da UTE.
Considerando-se os diversos componentes do PVAE, atribuiu-se ao impacto a Significância
Média, especialmente considerando-se os efeitos da implantação da LT ao turismo praticado
nas áreas mais preservadas e não litorâneas (ecoturismo), além do impacto temporário
causado pelos GM/T no trecho mais próximo à praia, no município de Peruíbe.
Impacto Atributos Projeto Verde Atlântico Energias
TGNL GM/T UTE LT GD
Alterações no Setor de Turismo
Natureza P/N P/N P/N P/N n.a
Incidência D D I D n.a
Duração T T T T n.a
Temporalidade IM IM IM IM n.a
Abrangência Territorial L L L R n.a
Reversibilidade R I I I n.a
Possibilidade de Mitigação M M M M n.a
Probabilidade de Ocorrência C C C C n.a
Cumulatividade e Sinergismo CS CS CS CS n.a
Magnitude B M B M n.a
Significância B M B M n.a
PVAE Significância Média n.a = não aplicável Natureza: Positiva (P) / Negativa (N) - Incidência: Direta (D) / Indireta (I) - Duração: Temporário (T) / Permanente (P) - Temporalidade: Imediato (IM) / Curto Prazo (CP) / Médio Prazo (MP) / Longo Prazo (LP) - Abrangência Territorial: Pontual (P) / Local (L) / Regional (R) - Reversibilidade: Reversível (R) / Irreversível (I) - Possibilidade de Mitigação: Mitigável (M) / Não Mitigável (NM) / Potencializável (P) - Probabilidade de Ocorrência: Certa (C) / Provável (P) - Cumulatividade e Sinergismo: Cumulativo e Sinérgico (CS) / Cumulativo e Não Sinérgico (CNS) / Não Cumulativo e Não Sinérgico (N) - Magnitude: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A) - Significância: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A)
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9-91
c. Medidas de Controle e Programas Ambientais Associados
As interferências causadas à atividade turística podem ser parcialmente mitigadas com
medidas e sistemas de controle na fase de obras. A implantação de tais medidas tende a
diminuir incômodos ao turista, melhorando assim a experiência turística de forma geral. Tais
medidas encontram-se elencadas no Plano de Gerenciamento Ambiental das Obras (PGAO)
e seus diversos subprogramas, como Programa de Controle de Poluição de Canteiros e
Frente de Obras, Programa de Controle da Supressão de Vegetação, por exemplo.
Além disso, possíveis transtornos da obra à moradores e visitantes devem ser devidamente
informados por meio dos mecanismos previstos no Programa de Comunicação Social
Integrada. Em relação à natureza positiva do impacto, no Programa de Fomento à Atividade
Turística contam ações que poderão potencializar o impacto por meio da qualificação de
profissionais para trabalhar no setor e com a realização de investimentos (projetos piloto),
com potencial de alavancar a atividade.
9.2.2.3.7 Interferência na Atividade Pesqueira
a. Atividades Associadas
Durante a fase de implantação do PVAE, haverá movimentação de embarcações/dragas de
grande porte, assim como obras para implantação de estruturas em ambiente marinho, com
destaque para píer e quebra-mar no âmbito do TGNL e do GM/T.
b. Avaliação do Impacto
A atividade pesqueira merece destaque tanto na ADA, quanto na AID e AII, pois conforme
verificado no diagnóstico da pesca, as comunidades pesqueiras da região, sobretudo de
Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe utilizam a porção marinha da ADA e
adjacências para realização da atividade.
Durante o período de obras serão criadas áreas de exclusão de pesca, uma vez que haverá
movimentação de embarcações, dragagem e atividades construtivas que, de forma mais
geral, podem, inclusive, colocar em risco pequenas embarcações e pescadores. Em relação
às obras e estruturas previstas em mar, no âmbito do TGNL, deverá ser implantado o
terminal propriamente dito, uma estrutura offshore (quebra-mar) com 900 m de comprimento
e 87 m de largura, visando à proteção dos navios. Não haverá intervenções para formação
do canal de acesso. A dragagem prevista é de cerca 60.750 m3.
A FIGURA 9.2.2.3.7-1 apresenta de forma esquemática estas estruturas.
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9-92
FIGURA 9.2.2.3.7-1
LOCALIZAÇAO DO TGNL, CANAL DE ACESSO E QUEBRA-MAR
O projeto prevê também a implantação dos gasodutos marítimo e terrestre (GM/T). Tal duto
deverá ser enterrado na região mais próxima à praia, de forma a eliminar o efeito das
ondas/marés e, consequentemente, o risco de acidentes por intervenção humana (âncoras,
rede de pesca, etc.). Destaca-se que este gasoduto terá 400 m submerso a partir da linha
de costa, a uma profundidade de 7 m e 9.600 m sobreposto ao assoalho marinho (não
enterrado).
A movimentação de dragas e embarcações também será restrita em função do pouco
volume a ser dragado e prazo previsto para atividade. Contudo, destaca-se que a
movimentação das dragas não será restrita a ADA e adjacências, uma vez que área de
disposição de material dragado situa-se em área já licenciada, ao largo de estuário santista,
sob responsabilidade da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), denominado
Polígono de Disposição Oceânica (PDO) - Codesp. Além disso, haverá a movimentação de
barcaças que levarão as rochas que deverão compor o quebra-mar.
Neste contexto é possível verificar que as obras de implantação do TGNL e do GM/T irão
impactar as atividades voltadas à pesca artesanal, na medida em que criam zonas de
restrição de pesca de caráter (i) temporário, considerando as atividades construtivas e a
movimentação de embarcações, ou (ii) permanentes considerando as estruturas que serão
construídas.
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9-93
As atividades construtivas do TGNL terão duração de 24 meses. A dragagem terá uma
duração curta, cerca de 20 dias, uma vez que não será necessária realização de dragagem
para o canal de acesso. O entorno da área onde será instalado o gasoduto também
apresentará restrição de uso, contudo, a construção avançará por trechos e a liberação das
áreas se dará por etapas, de modo que sempre existam trechos para a passagem das
embarcações.
Destaca-se que conforme levantado no diagnóstico, a ADA não se constitui como uma área
preferencial de pesca, laje ou pesqueiro. Trata-se de área, que assim como diversas outras
da região, apresentam condições para a prática de pesca e é utilizada para tal finalidade.
A comunidade pesqueira do Portinho/Centro, localizada em Peruíbe, é a mais próxima do
componente, e até mesmo em função da distância, usualmente realiza a pesca na ADA e
adjacências. Conforme apresentado no diagnóstico, os pescadores dessas comunidades
vivem quase exclusivamente da pesca, embora alguns realizem pequenos trabalhos
paralelos - os chamados bicos, em épocas mais difíceis. Tais pescadores pescam uma
grande variedade de espécies e com a utilização de diferentes técnicas de pesca, sendo
possível trabalhar o ano todo e, em momentos específicos, receberem o seguro defeso.
Os dados secundários e primários apresentados ao longo do diagnóstico indicam que os
pescadores artesanais da baixada santista possuem grande mobilidade e abrangência em
relação as áreas de pesca, de modo que tal impacto possui uma abrangência regional,
podendo afetar pescadores de outros municípios, especialmente de Praia Grande,
Mongaguá e Itanhaém.
Durante a implantação essas comunidades deverão buscar rotas e pontos alternativos para
a realização da pesca, além de novas áreas de pesca que garantam a segurança dos
pescadores e de suas embarcações. Neste sentido, destaca-se que redes de deriva e
espera, bem como espinhéis colocados nas rotas utilizadas pelas embarcações que servirão
ao empreendimento poderão ser interceptados por elas, trazendo perdas ao pescador.
Além disso, técnicas de pesca que impliquem no contato entre petrecho e fundo oceânico,
caso do genival e do arrasto (simples, duplo ou de mão) não serão mais permitidas no trecho
do duto não enterrado, uma vez que o equipamento pode ficar preso à estrutura, podendo
gerar riscos e perdas ao pescador, bem como danificar a estrutura.
É possível verificar, assim, que as interferências à atividade pesqueira derivadas das obras
de implantação do TGNL e do GM/T, terão ocorrência certa, imediata e regional,
considerando que pescadores de diversas localidades utilizam a área. As interferências nas
atividades de pesca são irreversíveis, de Magnitude e Significância Alta.
As obras de implantação da LT, UTE e do GD poderão potencialmente impactar a pesca em
água doce, em função do carreamento de sedimentos para os cursos d’água. Contudo, tal
impacto é extremamente pontual, temporário e pouco significante, optando-se por não o
descrever.
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Impacto Atributos Projeto Verde Atlântico Energias
TGNL GM/T UTE LT GD
Interferência na Atividades Pesqueira
Natureza N N n.a n.a n.a
Incidência D D n.a n.a n.a
Duração T T n.a n.a n.a
Temporalidade IM IM n.a n.a n.a
Abrangência Territorial R R n.a n.a n.a
Reversibilidade I I n.a n.a n.a
Possibilidade de Mitigação NM NM n.a n.a n.a
Probabilidade de Ocorrência C C n.a n.a n.a
Cumulatividade e Sinergismo CNS CNS n.a n.a n.a
Magnitude A A n.a n.a n.a
Significância A A n.a n.a n.a
PVAE Significância Alta n.a = não aplicável Natureza: Positiva (P) / Negativa (N) - Incidência: Direta (D) / Indireta (I) - Duração: Temporário (T) / Permanente (P) - Temporalidade: Imediato (IM) / Curto Prazo (CP) / Médio Prazo (MP) / Longo Prazo (LP) - Abrangência Territorial: Pontual (P) / Local (L) / Regional (R) - Reversibilidade: Reversível (R) / Irreversível (I) - Possibilidade de Mitigação: Mitigável (M) / Não Mitigável (NM) / Potencializável (P) - Probabilidade de Ocorrência: Certa (C) / Provável (P) - Cumulatividade e Sinergismo: Cumulativo e Sinérgico (CS) / Cumulativo e Não Sinérgico (CNS) / Não Cumulativo e Não Sinérgico (N) - Magnitude: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A) - Significância: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A)
c. Medidas de Controle e Programas Ambientais Associados
A definição de faixa de segurança do gasoduto, a implantação das estruturas de sinalização
marítima bem como o atendimento às exigências de manobrabilidade e de segurança do
tráfego aquaviário são exigências legais, previstas na NORMAM 17 e na Lei Federal no
12.815/2013, além de outros diplomas legais específicos que serão oportunamente
considerados quando da implantação.
Entretanto, além de garantir a segurança dos usuários desta área de intervenção, será
necessário desenvolver o Programa de Compensação da Atividade Pesqueira que deverá
estabelecer estreita parceria com o Programa de Comunicação Social Integrada.
Ambos os programas deverão criar condições para a manutenção do direito à ampla
informação, por meio de canais e formas de comunicação específicos para os pescadores
da ADA e AID observando a inclusão de orientações quanto às restrições das áreas de
pesca, de forma a evitar possíveis conflitos e garantir a segurança dos pescadores, mas
também instituir mecanismos de valorização da pesca e dos pescadores, por meio da
capacitação de pescadores e implantação de infraestrutura, relacionando-se principalmente
às etapas de beneficiamento e comercialização do pescado.
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9.2.2.3.8 Interferência no Tráfego de Embarcações
a. Atividades Associadas
Diversas atividades do PVAE a serem realizadas em mar poderão causar interferências no
tráfego de embarcações. Neste sentido, destaca-se as atividades de dragagem para
implantação do quebra-mar e do píer de atracação do navio FSRU do TGNL, bem como a
construção das respectivas estruturas e a implantação do GM/T.
b. Avaliação do Impacto
Nas águas previstas para implantação dos componentes marítimos do PVAE, ou seja, TGNL
e GM/T, não se verifica o uso intensivo do mar para atividades de esporte, transporte de
carga, pessoas ou mesmo como roteiro turístico.
O principal uso identificado refere-se à pesca artesanal em região mais próxima da costa e
industrial nas partes mais afastadas. Na alta temporada, período em que Peruíbe recebe
mais turistas, observa-se um aumento no volume de lanchas de passeio, barcos de pesca
esportiva e jet-skis, provenientes em sua maioria de Peruíbe, mas também de outros
municípios da Baixada Santista.
De forma geral as embarcações pesqueiras de pequeno porte saem do Portinho (foz do rio
Peruíbe) e transitam por toda a extensão da praia do centro, podendo inclusive percorrer
destinos mais distantes, como Barra do Una e outros. Além disso, embarcações pesqueiras
de outros municípios, em geral da AID, também transitam na porção marítima do PVAE.
Especificamente em relação a possíveis interferências em rotas comerciais, verifica-se que
a ADA encontra-se em área de baixa ou nenhuma densidade de tráfego, estando, inclusive
distante das rotas mais próximas (Santos-Paranaguá), conforme dados da MarineTraffic,
apresentados na FIGURA 9.2.2.3.8-1.
No âmbito do TGNL haverá um aumento do tráfego de embarcações associadas a obra,
como dragas, barcaças e barcos de apoio. Quanto as dragas, menciona-se que as mesmas
atuarão por período restrito, de cerca de 30 dias, contudo farão um longo trajeto de
deslocamento até a área de disposição oceânica licenciada, denominada PDO-Codesp, e
localizada próximo ao estuário de Santos.
A implantação das estruturas previstas, a cerca de 10 km da linha de costa, com destaque
para o píer, com 900 m de comprimento e 80 m de largura, também se constituem como
barreiras à circulação de embarcações, uma vez que implicam em zonas com restrições à
circulação, considerando-se até mesmo questões associadas à segurança.
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FIGURA 9.2.2.3.8-1
TRÁFEGO DE NAVIOS NA REGIÃO (2014)
Fonte: https://www.marinetraffic.com
No que se refere ao GM, também haverá aumento da circulação de embarcações, mesmo
considerando a utilização de furo unidirecional, que minimiza este fluxo de embarcações.
Além das restrições e potenciais conflitos em função do aumento do número de
embarcações durante as obras, haverá restrição da circulação nos locais onde estarão
sendo desenvolvidos os trabalhos. Destaca-se que as áreas vão sendo liberadas conforme
o avanço das obras, de modo que sempre existam passagens para “atravessar” o local onde
será implantado o duto.
Destaca-se que as questões que envolvem o ordenamento do espaço aquaviário deverão
observar as normativas da Capitania dos Portos, sobretudo a NORMAN 11 que estabelece
as normas e procedimentos para a realização de obras sob, sobre e às margens das águas
jurisdicionais brasileiras (AJB), no que concerne ao ordenamento do espaço aquaviário e à
segurança da navegação.
Diante do exposto, o impacto foi classificado da mesma forma para TGNL e o GM/T, como
sendo de natureza negativa, incidência direta, probabilidade de ocorrência certa e
abrangência territorial regional, uma vez que poderá impactar as rotas de embarcações de
outras localidades. O impacto causado pelo TGNL e GM/T sobre o tráfego de embarcações
é cumulativo e não sinérgico. Considerando-se, principalmente que a região atualmente
não possui um fluxo intenso de embarcações ou utilização para transporte de passageiros e
de carga, atribuiu-se a este impacto Baixa Significância e Magnitude.
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Impacto Atributos Projeto Verde Atlântico Energias
TGNL GM/T UTE LT GD
Interferência no Tráfego de
Embarcações
Natureza N N n.a n.a n.a
Incidência D D n.a n.a n.a
Duração P P n.a n.a n.a
Temporalidade IM IM n.a n.a n.a
Abrangência Territorial R R n.a n.a n.a
Reversibilidade I I n.a n.a n.a
Possibilidade de Mitigação M M n.a n.a n.a
Probabilidade de Ocorrência C C n.a n.a n.a
Cumulatividade e Sinergismo CNS CNS n.a n.a n.a
Magnitude B B n.a n.a n.a
Significância B B n.a n.a n.a
PVAE Significância Baixa n.a = não aplicável Natureza: Positiva (P) / Negativa (N) - Incidência: Direta (D) / Indireta (I) - Duração: Temporário (T) / Permanente (P) - Temporalidade: Imediato (IM) / Curto Prazo (CP) / Médio Prazo (MP) / Longo Prazo (LP) - Abrangência Territorial: Pontual (P) / Local (L) / Regional (R) - Reversibilidade: Reversível (R) / Irreversível (I) - Possibilidade de Mitigação: Mitigável (M) / Não Mitigável (NM) / Potencializável (P) - Probabilidade de Ocorrência: Certa (C) / Provável (P) - Cumulatividade e Sinergismo: Cumulativo e Sinérgico (CS) / Cumulativo e Não Sinérgico (CNS) / Não Cumulativo e Não Sinérgico (N) - Magnitude: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A) - Significância: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A)
c. Medidas de Controle e Programas Ambientais Associados
A implantação das estruturas de sinalização marítima bem como o atendimento às
exigências de manobrabilidade e de segurança do tráfego aquaviário são exigências legais,
de modo que as devidas autorizações dos órgãos competentes se constituem premissas da
implantação.
No âmbito do Programa de Comunicação Social Integrada deverão ser informadas as
principais atividades a serem desenvolvidas pelo empreendimento, seus prazos e possíveis
impactos e incômodos à população, considerando uma abordagem específica junto aos
pescadores da AID. Além disso, o Programa de Comunicação Social Integrada deverá
trabalhar em parceria com o Programa de Compensação da Atividade Pesqueira, com
canais e formas de comunicação específicos para os pescadores.
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9.2.2.3.9 Interferência em Atividades Econômicas
a. Atividades Associadas
A implantação da LT implicará na formação de uma faixa de servidão de 55 m, onde o
desenvolvimento de algumas atividades produtivas será comprometido, em função de
limitações impostas que visam assegurar a segurança da população e do sistema. Além
disso, serão implantadas 218 torres e respectivos acessos, que tendem a suprimir usos,
produtivos ou não, nas praças das torres, com 40 m x 40 m.
O GD e o GM/T contarão com faixa de obras de 10 m, onde ficarão concentradas as
atividades construtivas, escavações, manuseio de dutos e operação de maquinário.
O traçado do GD será realizado sobre faixa de domínio da SP-055, onde já existem
limitações quanto ao uso e ocupação do solo, de modo que não foram identificadas
atividades econômicas, à exceção de ambulantes e comercio informal, que não serão
afetados pelo empreendimento e pelas obras.
O GM/T percorre áreas de vegetação natural (restinga), áreas urbanizadas, e áreas de vazio
urbano, contudo, destaca-se que o estudo de traçado priorizou a implantação nas vias
existentes no Balneário Arpoador, Três Marias e Cidade Nova Peruíbe, de modo que não
são previstas desapropriações a residências ou estabelecimentos comerciais.
Da mesma forma, o TGNL será implantado a cerca de 10 km da costa, afetando unicamente
a atividade pesqueira. A UTE será implantada em área particular, onde não são
desenvolvidas atividades econômicas.
b. Avaliação do Impacto
O estudo de traçado adotado para a LT buscou ao máximo possível evitar áreas urbanizadas
e estabelecimentos produtivos, mesmo porque a implantação de LT nestas áreas possui um
custo mais elevado, além da intensificação da criticidade de diversos impactos sociais.
Com efeito, cerca de 81,9% da ADA da LT coincide com áreas de vegetação natural, em
suas diferentes tipologias. Há que se destacar, contudo, que a supressão de vegetação será
restrita às áreas das torres e acessos, uma vez que os cabos serão lançados com o auxílio
de drones ou helicópteros, conforme detalhado no impacto de Perda de Vegetação.
O quantitativo de cada uma das classes na ADA é apresentado no QUADRO 9.2.2.3.9-1,
em sequência, enquanto que a espacialização das mesmas se encontra no Mapa de Uso e
Ocupação do Solo da LT, apresentado no diagnóstico.
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QUADRO 9.2.2.3.9-1
USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NA ADA DA LT
Grupo Classe de Uso do Solo ADA
Área (ha) %
Áreas de Vegetação Natural
Floresta de Transição Restinga-Encosta 3,808 0,7 Floresta Ombrófila Densa Submontana 160,153 31,0
Mangue 19,685 3,8 Restinga 238,643 46,2 Várzea 0,460 0,1
Áreas Antrópicas Não Agrícolas
Eixo viário 5,159 1,0 Equipamento Urbano 0,326 0,1
Ferrovia 1,421 0,3 Industrial 6,224 1,2
Mineração 0,027 0,0 Predominantemente Comercial 0,801 0,2
Predominantemente Residencial 7,888 1,5 Urbanização isolada 10,184 2,0
Vazio Urbano 0,822 0,2 Vegetação antropizada 40,212 7,8
Áreas Antrópicas Agrícolas Cultura 17,801 3,4 Outros Corpo d'água 2,714 0,5
Total 516,327 100,0
As áreas de cultura respondem por 17,8 hectares ou 3,4% da ADA e poderão ser mantidas,
considerando-se principalmente que os principais gêneros plantados (banana, mandioca e
hortaliças) apresentam porte baixo, sendo compatíveis com a faixa de servidão. Contudo,
haverá restrições a algumas culturas e práticas, caso, por exemplo, de queimadas e
utilização de maquinário. As áreas de acessos e as torres também deverão ser suprimidas.
A agricultura praticada na região, via de regra, destina-se ao abastecimento dos mercados
locais, sendo realizada em pequenas propriedades e com baixo uso de tecnologia. Na LT
observam-se algumas propriedades agrícolas maiores no município de Itanhaém, próximo
ao rio Aguapeú. A atividade não possui importância em termos econômicos regionais,
podendo trazer perdas aos proprietários dos estabelecimentos, que deverão ser
devidamente ressarcidos.
Além disso, parte da LT atravessa áreas urbanas predominantemente residenciais (7,8 ha
ou 1,5% da ADA) e predominantemente comerciais (0,8 ha ou 0,2% da ADA). Destaca-se
que não se tratam de centros comerciais ou áreas com intensa movimentação, não tendo
sido identificados estabelecimentos comerciais ou de serviços de grande porte, apenas
comércios e serviços de bairro. Tais estabelecimentos deverão ser alvo de processos
indenizatórios, sendo previsto o ressarcimento tanto pela estrutura quanto pela produção e
lucro cessante, conforme preconiza a legislação.
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Em relação à atividade mineral (0,027 ha), segundo consulta ao DNPM, existem 11
processos de concessão de lavra (saibro, migmatito, granito e areia), contudo, em visita a
área e comparações de imagens satélites, foram verificadas apenas quatro empresas em
operação ao longo da faixa de servidão da LT:
1. Pedreira Maria Teresa Ltda. (Saibro) – Cubatão;
2. Empresa de Mineração Aguiar & Sartori Ltda Epp (Areia) – São Vicente;
3. STAF - Sociedade Técnica de Areias para Fundição Ltda. (Areia) – São Vicente;
4. Pedreira Mongaguá LTDA (Brita) – Mongaguá.
Ressalta-se que a faixa de servidão não incide sobre áreas de extração mineral, apenas
sobre trechos de áreas de apoio e sobre áreas com concessão (processo DNPM).
As áreas industriais concentram-se no trecho final da LT, já no município de Cubatão,
perfazendo 6,224 ha e 1,2% do total da ADA. Ressalta-se que estas áreas englobam pátios,
estacionamentos, canteiros e áreas de apoio, em contexto de atividades industriais. As
características específicas das benfeitorias, bem como seu papel no processo produtivo
deverão ser considerados quando da definição das medidas indenizatórias.
O impacto relativo à LT foi considerado negativo, tendo incidência direta, uma vez que está
relacionado a formação da faixa de servidão, implantação das torres e abertura de acessos.
Deverá se manifestar de forma imediata e as transformações impostas terão caráter
permanente e irreversível. Considerou-se o impacto como local, uma vez que afetará
unicamente trabalhadores e proprietários dos estabelecimentos envolvidos, sendo pouco
representativo na escala regional ou municipal. Este impacto apresenta Alta Magnitude e
Significância para a LT, em função das interferências em áreas industriais, uma vez que as
mesmas em culturas, estabelecimentos comerciais e minerários são pontuais e restritos.
No que se refere ao GD e GM/T, embora não sejam previstas desapropriações em
estabelecimentos, durante a fase de obras poderá haver paralização temporária no
fornecimento de água e energia, assim como bloqueios e interrupções no sistema viário,
prejudicando indiretamente estabelecimentos comerciais mais próximos. Considerou-se
este impacto como negativo, de incidência indireta, e que deve ser de curto prazo, tendo
duração temporária.
A sua abrangência foi considerada como local, devendo o mesmo ser restrito ao entorno
próximo das obras, sendo que sua Magnitude e Significância foram consideradas Baixa.
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Impacto Atributos Projeto Verde Atlântico Energias
TGNL GM/T UTE LT GD
Interferência em Atividades
Econômicas
Natureza n.a N n.a N N
Incidência n.a I n.a D I
Duração n.a T n.a P T
Temporalidade n.a IM n.a IM IM
Abrangência Territorial n.a L n.a L L
Reversibilidade n.a R n.a I R
Possibilidade de Mitigação n.a M n.a M M
Probabilidade de Ocorrência n.a P n.a C P
Cumulatividade e Sinergismo n.a NCS n.a NCS NCS
Magnitude n.a B n.a A B
Significância n.a B n.a A B
PVAE Significância Alta n.a = não aplicável Natureza: Positiva (P) / Negativa (N) - Incidência: Direta (D) / Indireta (I) - Duração: Temporário (T) / Permanente (P) - Temporalidade: Imediato (IM) / Curto Prazo (CP) / Médio Prazo (MP) / Longo Prazo (LP) - Abrangência Territorial: Pontual (P) / Local (L) / Regional (R) - Reversibilidade: Reversível (R) / Irreversível (I) - Possibilidade de Mitigação: Mitigável (M) / Não Mitigável (NM) / Potencializável (P) - Probabilidade de Ocorrência: Certa (C) / Provável (P) - Cumulatividade e Sinergismo: Cumulativo e Sinérgico (CS) / Cumulativo e Não Sinérgico (CNS) / Não Cumulativo e Não Sinérgico (N) - Magnitude: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A) - Significância: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A)
c. Medidas de Controle e Programas Ambientais Associados
As medidas propostas para a negociação referente às indenizações decorrentes de
interferências diretas em atividades econômicas encontram-se no Programa de Negociação
e Indenização, o qual indica que sejam obedecidas as exigências legais existentes,
buscando-se, porém, um resultado justo e amigável de forma a minimizar os prejuízos
materiais e imateriais daqueles que vivem ou dependem das propriedades afetadas.
Especificamente em relação a atividade minerária as medidas e procedimentos cabíveis
constam no Programa de Monitoramento de Atividades Minerárias.
Ressalta-se ainda a importância de comunicação direta e transparente junto aos afetados,
que deverá ser realizada por meio das ferramentas previstas no Programa de Comunicação
Social Integrada.
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9.2.2.3.10 Desapropriação e Realocação
a. Atividades Associadas
A implantação do PVAE implicará em alteração no uso e ocupação do solo, em função da
implantação de seus cinco componentes, em alguns casos implicando na necessidade de
remoção de edificações e pessoas.
A implantação da LT implicará na formação de uma faixa de servidão de 55 m, na abertura
de acessos e na implantação de 218 torres, impondo restrições a algumas tipologias de uso,
incluindo-se o uso residencial, a priori, não permitido pela possibilidade de colocar a
segurança de moradores em risco.
O GD e o GM/T contarão com faixa de obras de cerca de 10 m, onde ficarão concentradas
as atividades construtivas, escavações, manuseio de dutos e operação de maquinário. O
traçado do GD será realizado sobre faixa de domínio da SP-055, onde já existem limitações
quanto ao uso e ocupação do solo.
No mapeamento de uso e ocupação do solo apresentado no diagnóstico, alguns trechos da
ADA do GD foram classificados como “predominantemente residencial” e
“predominantemente comercial”, contudo, a implantação deverá ser realizada no canteiro e
sob o viário, não sendo prevista a realização de desapropriações, realocação de pessoas
ou edificações. Desta forma o impacto não foi avaliado para o GD.
O GM/T, considerando o trecho entre a UTE e a linha de costa, será implantado em áreas
recobertas por vegetação de restinga, vegetação antropizada, áreas predominantemente
residenciais, vazios urbanos e principalmente eixos viários. A partir da UTE o GM/T passará
por trecho de cerca de 1,3 km de vegetação de restinga, seguindo enterrado sob a rua Pedro
de Toledo (Balneário Continental) até a travessia da avenida Luciano de Bona. Após a
travessia segue por área com vegetação antropizada até conectar-se com a rua Cel. José
Euzério (Balneário Três Marias) até Av. Padre Anchieta. Após a travessia da Av. Padre
Anchieta, segue por área de vazio urbano até a travessia da Av. Governador Mário Covas
Júnior (rua da praia), quando atinge a linha de costa.
O traçado pode ser melhor visualizado no mapeamento de uso e ocupação do solo,
apresentado no diagnóstico, mas ressalta-se que o método construtivo, bem como restrições
de uso impostos pelo GM/T são semelhantes aos das redes de gás implantadas nos centros
urbanos, não sendo previstas realocações de residências, estabelecimentos comerciais ou
edificações, embora o GM/T passe por áreas de vazios urbanos, devendo ser os
proprietários devidamente ressarcidos.
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9-103
A UTE será implantada em propriedade privada, sem presença de população residente, de
modo que o impacto não foi avaliado para o componente. O TGNL será implantado a cerca
de 10 km da costa, de modo que o impacto também é aplicável ao componente.
b. Avaliação do Impacto
A ADA das torres da LT e da respectiva faixa de servidão estão projetadas para evitar áreas
urbanizadas, dessa forma, 81,9% (422,7 ha) do seu traçado abrange áreas de vegetação
natural, sendo 46,2% formada por restinga; 31% floresta ombrófila densa submontana; 3,8%
mangue e 0,7% floresta de transição restinga-encosta.
As áreas antrópicas não agrícolas da ADA da LT perfazem 14,3%, sendo que a utilização
para fins residenciais pode ser encontrada em cerca de 18,9 hectares (3,6%), nas zonas de
urbanização isolada (2% ou 10,2 ha), nas áreas predominantemente residenciais (1,5% ou
7,9ha) e predominantemente comerciais (0,2% ou 0,8 ha).
As demais tipologias incluem vazios urbanos, vegetação antropizada, áreas minerárias e
áreas industriais, cujas tratativas referentes a passagem da LT e constituição de faixa de
servidão são tratadas em impactos específicos, caso do impacto de interferência em
atividades econômicas.
Foram identificadas 102 propriedades ao longo da ADA da LT, em sua maioria de
característica rural (72%). No que se refere ao percentual da propriedade atingida para a
constituição da faixa de servidão, observa-se que seis propriedades serão integralmente
afetadas (100%) pela LT, outras seis terão até 90%, e outras cinco entre 90% e 60%
afetadas, assim, 17 propriedades terão entre 100% e 60% de suas áreas afetadas pela LT,
devendo ser alvo de negociações específicas com os proprietários e ocupantes, podendo
ser necessária inclusive a compra total da propriedade, caso se inviabilize a produção ou
moradia.
Além disso, 33 propriedades terão entre 5% a 1% da propriedade atingida pela faixa de
servidão, 27 propriedades terão entre 20% e 5%; e 13 propriedades serão atingidas em
porcentagens inferiores a 1%. Em tais propriedades, que constituem a grande maioria das
identificadas, deverão ser tomadas as medidas necessárias referentes à negociações e
indenizações para constituição da servidão de passagem. Ressalta-se ainda que foram
mapeadas 32 edificações na faixa de servidão e 38 residentes, que também deverão ser
alvo de indenizações e realocações.
Destaca-se que após a conclusão dos trabalhos de campo houve alteração no traçado da
LT, especialmente no trecho de São Vicente, de modo que haverá alteração no número de
edificações e residências mapeadas, embora a informação seja suficiente para o
entendimento do perfil da ocupação e dimensionamento do impacto.
50166-EV-RT005-0
9-104
Neste sentido, a constituição da faixa de servidão inevitavelmente implicará em processos
de negociação, indenização e realocação. As realocações poderão ocorrer em áreas
inseridas dentro da mesma propriedade ou em áreas externas, fora da propriedade. Caso
não seja necessária a realocação de benfeitorias, as propriedades interceptadas serão
indenizadas devido às restrições de uso do solo decorrentes da passagem da LT.
Neste processo de negociação, o empreendedor não compra as terras dos proprietários, ele
os indeniza. Assim, as desapropriações só ocorrerão quando as negociações com os
proprietários não forem bem sucedidas.
Com base no exposto, o impacto de desapropriação e reassentamento da LT foi classificado
como negativo, decorrendo da constituição da faixa de servidão (incidência direta),
permanente e irreversível. Trata-se ainda de um impacto de ocorrência certa, de
abrangência local, afetando unicamente proprietários e moradores das residências e
propriedades interceptadas; e mitigável, considerando a implantação dos programas.
Contudo, trata-se de um impacto que alterará de maneira muito profunda a vida e cotidiano
dos moradores impactados, especialmente nos casos de realocação, tendo sido
considerado como de Magnitude e Significância Alta para LT.
Para o GM/T a intervenção se dará sobre propriedades recobertas por restinga, vegetação
antrópica ou de vazio urbano, não sendo prevista qualquer intervenção em edificações, usos
residenciais ou econômicos, de modo que o impacto foi considerado como de Baixas
Magnitude e Significância. No âmbito do PVAE, consideram-se Alta Magnitude e
Significância, em função da LT.
Impacto Atributos Projeto Verde Atlântico Energias
TGNL GM/T UTE LT GD
Desapropriação e Realocação
Natureza n.a N n.a N n.a
Incidência n.a D n.a D n.a
Duração n.a P n.a P n.a
Temporalidade n.a CP n.a CP n.a
Abrangência Territorial n.a L n.a L n.a
Reversibilidade n.a I n.a I n.a
Possibilidade de Mitigação n.a M n.a M n.a
Probabilidade de Ocorrência n.a C n.a C n.a
Cumulatividade e Sinergismo n.a NCS n.a NCS n.a
Magnitude n.a B n.a A n.a
Significância n.a B n.a A n.a
PVAE Significância Alta n.a = não aplicável Natureza: Positiva (P) / Negativa (N) - Incidência: Direta (D) / Indireta (I) - Duração: Temporário (T) / Permanente (P) - Temporalidade: Imediato (IM) / Curto Prazo (CP) / Médio Prazo (MP) / Longo Prazo (LP) - Abrangência Territorial: Pontual (P) / Local (L) / Regional (R) - Reversibilidade: Reversível (R) / Irreversível (I) - Possibilidade de Mitigação: Mitigável (M) / Não Mitigável (NM) / Potencializável (P) - Probabilidade de Ocorrência: Certa (C) / Provável (P) - Cumulatividade e Sinergismo: Cumulativo e Sinérgico (CS) / Cumulativo e Não Sinérgico (CNS) / Não Cumulativo e Não Sinérgico (N) - Magnitude: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A) - Significância: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A)
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9-105
c. Medidas de Controle e Programas Ambientais Associados
Tendo em vista que a implantação de PVAE pode gerar alguns conflitos de ordem fundiária,
as medidas de mitigação propostas referem-se aos esforços do empreendedor de conduzir
um processo de indenização tendo como premissa a negociação amigável entre as partes,
conforme detalhado no Programa de Negociação e Indenização.
As medidas propostas para a negociação referente às indenizações decorrentes das
restrições de uso do solo encontram-se no Programa de Negociação e Indenização, o qual
indica que sejam obedecidas as exigências legais existentes, buscando-se, porém, um
resultado justo e amigável de forma a minimizar os prejuízos materiais e imateriais daqueles
que vivem ou dependem das propriedades afetadas. Menciona-se ainda o Programa de
Comunicação Social Integrada, que deverá informar de forma clara os procedimentos e
processos envolvidos nas atividades de desapropriação e realocação.
9.2.2.3.11 Interferências sobre o Patrimônio Cultural e Natural
a. Atividades Associadas
Diversas atividades previstas para a implantação do PVAE apresentam potencial para
ocasionar a alteração e ou destruição do Patrimônio Cultural e Natural. Destacam-se, neste
sentido, atividades comuns aos a todos os componentes do PVAE, caso da limpeza e
preparação do terreno, terraplenagem, movimentação de terra e escavações.
b. Avaliação do Impacto
A região da Baixada Santista foi palco de um processo de povoamento que remonta pelo
menos há 5.000 anos, com os primeiros grupos sambaquieiros, pescadores, coletores e
caçadores; seguidos de grupos horticultores tupis, por volta de 2.000 anos, e, a partir de
1500, os colonizadores europeus. Logo, depreende-se a significativa ocorrência de sítios
históricos e arqueológicos na região, em especial sambaquis e sítios cerâmicos, além da
ocorrência de edificações e bens de interesse histórico, cultural e arquitetônico.
No que se refere a bens históricos e culturais tombados, foram consultadas as listas de
tombamentos em âmbito federal, estadual e municipal, verificando-se uma quantidade
significante de bens nos municípios da AID, caso das ruínas do Abarebebê, em Peruíbe, da
Igreja Matriz de Santana, em Itanhaém e da ponte Pênsil, em Cubatão. Contudo, não se
verificou nenhuma interferência direta do empreendimento com bens tombados, conforme
aponta, documentação protocolada no Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico,
Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat).
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9-106
No que se refere ao patrimônio natural, importante destacar que a região apresenta grande
biodiversidade e alto grau de conservação, em grande parte preservada por um mosaico de
unidades de conservação e terras indígenas. Contudo, o PVAE não interfere diretamente
nestas áreas legalmente protegidas, apesar de alguns componentes, especialmente LT e
GD, terem trechos inseridos em zona de amortecimento de unidades de conservação,
detalhado nos impactos referentes ao Meio Biótico.
Não foram identificadas comunidades quilombolas nas áreas de influência estudadas. Por
outro lado, existem seis Terras Indígenas identificadas na AID: TI Guarani do Aguapeú, TI
Itaóca, TI Tenondé Porá, TI Piaçaguera, TI Peruíbe, e TI Rio Branco (do Itanhaém), todas
habitadas por povos Guarani. Contudo, cinco TI (Guarani do Aguapeu, Itaóca, Peruíbe,
Piaçaguera e Tenondé Porã) encontram-se a uma distância inferior à estabelecida no Anexo
I da Portaria Interministerial no 60/15.
Neste sentido, destaca-se que a Funai foi devidamente consultada (Processo no
08620.106125/2015-41), mas ainda não se manifestou. Contudo, há que se mencionar que
os estudos de traçado da LT e do GD consideraram a presença destas terras indígenas, de
modo que não são previstas intervenções diretas em Terras Indígenas.
No que se refere ao patrimônio arqueológico, destaca-se que diversas atividades previstas
para a fase de implantação implicam em intervenções na matriz solo, onde há a possibilidade
de ocorrência de vestígios arqueológicos. A alteração/destruição do patrimônio histórico e
arqueológico poderá provocar a perda de informações importantes para o conhecimento da
memória nacional, o que poderá comprometer o entendimento sobre a ocupação humana
(história regional/história nacional).
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) deverá emitir Termo de
Referência Específico (TRE) para este empreendimento, com a indicação das atividades de
pesquisa que deverão ser realizadas. Serão realizadas prospecções em caráter amostral,
de modo que, mesmo não se encontrando vestígios arqueológicos, a possibilidade de
ocorrência não pode ser descartada, pois trata-se de impacto essencialmente potencial.
Quanto ao GD, de Peruíbe a Cubatão, o traçado acompanha a faixa de domínio da SP-055,
ou seja, área bastante alterada, com presença de aterro para formação da rodovia,
diminuindo a possibilidade de ocorrência de patrimônio arqueológico. Da mesma forma, o
GM/T, em seu trecho terrestre, passará principalmente por área urbanizada de Peruíbe,
onde a matriz solo já se encontra alterada, diminuindo assim a possibilidade de se encontrar
vestígios arqueológicos em bom estado. No trecho marítimo do GM/T, embora exista a
possibilidade de ocorrência de vestígios arqueológicos, a capacidade de preservação destes
vestígios em ambiente marinho é bastante inferior à do meio terrestre.
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9-107
A UTE será implantada em área de cerca de 40 hectares, sem histórico recente de ocupação
humana e com significativa presença de vegetação de restinga. Da mesma forma, a LT será
implantada em áreas rurais ou recobertas por vegetação natural, onde a matriz solo tende a
ser menos alterada, tratando-se de ambiente mais propício para preservação de vestígios.
Por outro lado, apesar das possíveis interferências no patrimônio arqueológico, a
possibilidade de localização e consequente identificação desses bens, representam
também, um potencial de proteção e de construção do conhecimento sobre a ocupação do
território brasileiro, e dessa forma, a adoção de medidas de prospecção e resgate caracteriza
este impacto como mitigável.
Assim, o impacto foi classificado como negativa, de incidência direta, iniciando logo ao
início das obras, com as atividades de limpeza do terreno e movimentações de terra. Trata-
se de impacto pontual, irreversível, mitigável e de possibilidade de ocorrência provável.
Embora magnitude e significância possa variar em entre os diferentes componentes do
empreendimento, para o PVAE o impacto foi considerado como de Média Magnitude e
Significância.
n.a = não aplicável Natureza: Positiva (P) / Negativa (N) - Incidência: Direta (D) / Indireta (I) - Duração: Temporário (T) / Permanente (P) - Temporalidade: Imediato (IM) / Curto Prazo (CP) / Médio Prazo (MP) / Longo Prazo (LP) - Abrangência Territorial: Pontual (P) / Local (L) / Regional (R) - Reversibilidade: Reversível (R) / Irreversível (I) - Possibilidade de Mitigação: Mitigável (M) / Não Mitigável (NM) / Potencializável (P) - Probabilidade de Ocorrência: Certa (C) / Provável (P) - Cumulatividade e Sinergismo: Cumulativo e Sinérgico (CS) / Cumulativo e Não Sinérgico (CNS) / Não Cumulativo e Não Sinérgico (N) - Magnitude: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A) - Significância: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A)
Impacto Atributos Projeto Verde Atlântico Energias
TGNL GM/T UTE LT GD
Interferências sobre o
Patrimônio Cultural e Natural
Natureza N N N N N
Incidência D D D D D
Duração T T T T T
Temporalidade IM IM IM IM IM
Abrangência Territorial P P P P P
Reversibilidade I I I I I
Possibilidade de Mitigação M M M M M
Probabilidade de Ocorrência P P P P P
Cumulatividade e Sinergismo NCS NCS NCS NCS NCS
Magnitude B B M M B
Significância B B M M B
PVAE Significância Média
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9-108
c. Medidas de Controle e Programas Ambientais Associados
As medidas de monitoramento e acompanhamento ou mesmo de resgate arqueológico,
dependerão dos resultados dos estudos arqueológicos que serão realizados, após a
emissão pelo Iphan. Dessa forma, com base nestes resultados que serão produzidos e
apresentados, compete ao Iphan indicar as medidas mitigadoras ou compensatórias a serem
realizadas no âmbito do PVAE, podendo incluir, por exemplo, atividades de monitoramento,
resgate e educação patrimonial.
É imperioso ressaltar que não será efetuada qualquer intervenção nas áreas sem a anuência
do Iphan, assegurando-se, desse modo, que o patrimônio porventura existente continuará
preservado.
9.2.2.3.12 Alteração nas Condições de Segurança e Fluidez de Vias Públicas
a. Atividades Associadas
Este impacto decorre do fluxo em vias públicas de veículos utilizados para realizar a
movimentação de materiais, equipamentos e pessoal gerado pelo empreendimento em suas
fases de implantação. Além disso, refere-se às interrupções e desvios no tráfego
necessários para implantação, especialmente do GM/T, GD e LT.
b. Avaliação do Impacto
Avaliando-se primeiramente o impacto derivado do aumento do fluxo de veículos, entende-
se que dada a localização do empreendimento e seus acessos, a principal via onde este
impacto deve ocorrer é a SP-055, no trecho entre Cubatão e Peruíbe (km 260 ao km 344).
Outras rodovias poderão ser também utilizadas por parte do fluxo de veículos gerado pelo
empreendimento, destacando-se a SP-150 (rodovia Anchieta) e SP-160 (rodovia dos
Imigrantes). Não está previsto que o empreendimento venha a gerar fluxo significativo de
veículos em vias urbanas, apenas interferências em vias públicas, como será visto adiante.
O maior volume de veículos a ser gerado pelo empreendimento está previsto para o 15º mês
da fase de implantação: 112 veículos leves e 189 veículos pesados (105 caminhões e 84
ônibus) por dia em um sentido (entrada ou saída). Note-se que esses dados valem para todo
o empreendimento (ou seja, para todos os componentes do PVAE. Nos demais meses da
fase de implantação os volumes serão menores, de modo que foram utilizados estes valores,
mais críticos, para realização da análise.
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9-109
Destaca-se ainda que na fase de operação o volume de veículos gerados será
consideravelmente menor, em função do menor quadro de trabalhadores e da reduzida
movimentação de caminhões, prevista para se realizar apenas ocasionalmente para
suprimentos de rotina, manutenção e retirada de resíduos, de modo que o impacto para esta
fase pode ser considerado como não sendo significativo. O volume previsto para a hora-pico
é de 25% do volume diário de veículos leves e de ônibus e de 7% dos caminhões, resultando
28 veículos leves e 28 veículos pesados (21 ônibus e 7 caminhões).
Esse volume adicional a ser gerado pelo PVAE na hora-pico de dias úteis normais é
praticamente insignificante em comparação com o volume atualmente verificado na SP-055
no sentido mais carregado do trecho junto ao local do empreendimento, compreendendo
673 veículos, dos quais 128 (19%) sendo pesados (caminhões ou ônibus).
Verifica-se por meio da aplicação da metodologia do Highway Capacity Manual (TRB, 2000)
– Capítulo 20 Two-lane Highways (ANEXO F5), que, considerando o volume de veículos
atual da SP-055 no trecho de Peruíbe mais aquele a ser gerado pelo PVAE, a rodovia
passaria a apresentar na hora pico de dias úteis normais utilização de 47% de sua
capacidade e operaria em nível de serviço D, conforme definido pelo HCM, que pode ser
considerado satisfatório. Note-se que, como visto no Diagnóstico, na situação atual a rodovia
nesse trecho opera na hora-pico de dias úteis normais a 44% de sua capacidade, também
em nível de serviço D.
Contudo, há que se destacar que a SP-055 opera de forma insatisfatória em férias, feriados
e finais de semana, especialmente no verão, de modo que os dias com maior movimento de
veículos correspondem aos deslocamentos do turista. Aos finais de semana, por exemplo,
a “ida” ao litoral se dá na sexta ou sábado e o retorno, no domingo ou segunda pela manhã.
Para evitar que o empreendimento agrave as condições de tráfego nessas circunstâncias,
deverão ser adotados procedimentos de programação e controle do fluxo de veículos gerado
pelo PVAE, limitando o tráfego de veículos nos períodos de maior movimento turístico.
O impacto do volume adicional de veículos a ser gerado pelo empreendimento pode ser
considerado como não sendo significativo não só em relação a nível de serviço/fluidez, como
visto acima, mas também em relação à segurança. Neste sentido, entretanto, devem ser
considerados dois aspectos:
Eventual impacto de conversões entre a rodovia e o local do componente UTE,
notadamente do fluxo do sentido oeste da via (Cubatão para Peruíbe) para entrada no
local do empreendimento, que conflita com o fluxo no sentido leste; e
Eventual formação de fila de espera de veículos na via aguardando para entrada no local
do empreendimento.
Além disso, o PVAE durante a fase de obras deverá gerar paralizações temporárias no
tráfego, necessidade de realização de desvios, comprometimento de faixa de rolamento e
comprometimento da pavimentação.
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As maiores interrupções ocorrerão no âmbito do GM/T, com trecho na área urbana de
Peruíbe, comprometendo temporariamente a circulação nas ruas Pedro de Toledo
(Balneário Continental) e Cel. José Euzério (Balneário Três Marias). Nestas vias deverá ser
feita abertura de valas e instalação dos dutos, para posterior recomposição e pavimentação,
não havendo mais limitações ao tráfego de veículos após o término das obras.
Durante as obras, haverá limitação da circulação e comprometimento ao menos de uma
faixa de rolamento, não sendo prevista, a princípio, interrupção total da via ou a passagem
de pedestres. Destaca-se que tais vias são de circulação local, utilizadas essencialmente
por moradores, de modo que o empreendimento não trará prejuízos à mobilidade urbana de
Peruíbe e sim aos usuários destas vias. Adicionalmente, há outras vias urbanas no entorno
que podem ser utilizadas sem alteração excessiva de distância e tempo de percurso.
Além disso, o GM/T irá fazer travessias em importantes vias do município, caso das avenidas
Luciano de Buona e Mario Covas Jr (beira-mar), contudo, nestes casos será utilizada a
técnica de furo direcional, minimizando muito a paralização do tráfego nestas vias.
O impacto se manifesta de forma semelhante para o GD, que será implantado em faixa de
domínio da SP-055, sendo prevista a travessia de inúmeras vias, inclusive a própria SP-055,
devendo ser utilizada a técnica de furo direcional, de forma a minimizar os impactos sobre o
tráfego. Destaca-se que também não é prevista a interrupção total de via de circulação.
Quanto à LT, as atividades de obras serão concentradas nas praças das 218 torres
previstas, que não se sobrepõem às vias existentes. Durante o lançamento dos cabos, a ser
realizado via drone ou helicóptero, haverá interrupções de circulação nas vias atravessadas
pela LT, no entanto tratam-se de intervenções rápidas, que deverão ser realizadas em
períodos em que não é esperado grande volume de tráfego e em parceria com os órgãos
de fiscalização do tráfego.
O impacto foi considerado como negativo, de incidência direta e de duração temporária,
sendo restrito à fase de obras e à algumas atividades, devendo se iniciar tão logo se iniciem
as obras (imediato). O impacto foi considerado regional, embora as interrupções no viário
causados pelo GD, GM/T, e LT sejam consideradas locais. Trata-se de impacto mitigável,
reversível, possuindo sinergia com outros impactos, em especial com “Poluição e
incômodos à população”.
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Embora o incremento na circulação de veículos seja pouco significante, atribuiu-se ao
impacto Magnitude e Significância Média, em função do comprometimento temporário que
GD e GM/T causarão a algumas vias de circulação.
Impacto Atributos Projeto Verde Atlântico Energias
TGNL GM/T UTE LT GD
Alteração nas Condições de Segurança e
Fluidez de Vias Públicas
Natureza N N N N N
Incidência D D D D D
Duração T T T T T
Temporalidade IM IM IM IM IM
Abrangência Territorial R R/L R R/L R/L
Reversibilidade R R R R R
Possibilidade de Mitigação M M M M M
Probabilidade de Ocorrência C C C C C
Cumulatividade e Sinergismo CS CS CS CS CS
Magnitude B B B B M
Significância B M B B M
PVAE Significância Média n.a = não aplicável Natureza: Positiva (P) / Negativa (N) - Incidência: Direta (D) / Indireta (I) - Duração: Temporário (T) / Permanente (P) - Temporalidade: Imediato (IM) / Curto Prazo (CP) / Médio Prazo (MP) / Longo Prazo (LP) - Abrangência Territorial: Pontual (P) / Local (L) / Regional (R) - Reversibilidade: Reversível (R) / Irreversível (I) - Possibilidade de Mitigação: Mitigável (M) / Não Mitigável (NM) / Potencializável (P) - Probabilidade de Ocorrência: Certa (C) / Provável (P) - Cumulatividade e Sinergismo: Cumulativo e Sinérgico (CS) / Cumulativo e Não Sinérgico (CNS) / Não Cumulativo e Não Sinérgico (N) - Magnitude: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A) - Significância: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A)
c. Medidas de Controle e Programas Ambientais Associados
As interferências no sistema viário decorrentes das obras do empreendimento, incluindo-se
possíveis desvios, duração das intervenções, entre outros, deverão ser amplamente
divulgadas para os usuários do sistema, utilizando-se dos mecanismos previstos no
Programa de Comunicação Social Integrada.
Além disso, deverão ser adotadas as medidas e diretrizes constantes no Programa de
Controle do Tráfego, incluído no Plano de Gerenciamento Ambiental das Obras (PGAO):
1. Adoção de procedimentos de programação e controle do fluxo de veículos gerado pelo
PVAE, com ênfase no componente UTE, de forma a que: (i) seja evitada a utilização da
SP-055 nos dias / horários de maior movimento turístico (o que, note-se, é de interesse
direto dos operadores dos veículos a serviço do empreendimento, uma vez que lhes
evita viagens mais demoradas e desgastantes); adoção de veículos em bom estado de
funcionamento e limpeza, de forma a se evitar panes e poluição na via e suas
consequências na fluidez e segurança do tráfego da rodovia; e acondicionamento
adequado das cargas de caminhões, de forma que não extravasem na via;
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2. Adoção de localização, instalações e procedimentos de entrada de veículos no local do
empreendimento de forma a se evitar formação indevida de filas de espera na via
pública;
3. Adoção de canalização e sinalização dos movimentos de conversão entre a via e o local
do empreendimento, destacadamente para o do sentido oeste da via para entrada no
local;
As primeiras duas medidas cabem ao Empreendedor, enquanto a terceira cabe ao órgão
que detém jurisdição sobre a via, no caso o DER/SP.
9.2.3 Fase de Operação
9.2.3.1 Impactos sobre o Meio Físico
Para esta fase foram identificados os seguintes impactos:
1. Alteração da Qualidade do Ar;
2. Alterações nos Níveis de Ruído;
3. Emissões de Campos Elétricos e Magnético;
4. Alterações na Qualidade da Água Marinha;
5. Desencadeamento e Intensificação de Processos de Dinâmica Superficial;
6. Riscos de Acidentes; e
7. Alteração da Hidrodinâmica Marinha e Sedimentação Praial.
9.2.3.1.1 Alteração da Qualidade do Ar
a. Atividades Associadas
No PVAE o impacto de alteração da qualidade do ar está vinculado à operação da UTE para
geração de 1.700 MW de energia elétrica, sendo essa constituída por quatro blocos
geradores, que irão operar em ciclo combinado, utilizando gás natural como combustível,
com potência elétrica gerada de 426,9 MW por conjunto, totalizando assim a potência de
1.700 MW.
O projeto das turbinas a gás é baseado na concepção de “melhor tecnologia” visando alto
desempenho na geração de energia elétrica e baixa emissão residual de poluentes
atmosféricos na chaminé.
Para as estimativas de emissões residuais de material particulado (MP), óxidos de nitrogênio
(NOx), óxidos de enxofre (SOx), monóxido de carbono (CO) e compostos orgânicos volátil
(COV) de cada bloco gerador, foram realizadas nas seguintes condições e considerações
técnicas:
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9-113
As emissões residuais de MP (2,8 mg/Nm³ a 15% O2), NOx (40 mg/Nm³ a 15% O2), CO
(5,0 mg/Nm³ a 15% O2) e COV (1,0 ppm a 15% O2 como metano) na chaminé foram
fornecidas pela empresa FIGENER, através de especificação técnica;
As emissões de óxidos de enxofre (SOx) foram estimadas com base no teor máximo de
enxofre total no gás natural de 70 mg/m³ (20 °C e 760 mmHg);
A operação da UTE resultará nas seguintes estimativas de emissões apresentadas no
QUADRO 9.2.3.1.1-1.
QUADRO 9.2.3.1.1-1
EMISSÃO DE POLUENTES DA TURBINA A GÁS E CALDEIRA DE RECUPERAÇÃO
Parâmetros Chaminés
01 02 03 04Potência MW 426,9 426,9 426,9 426,9 Gás Natural (GN) Nm³/h 66581 66581 66581 66581 Teor de Enxofre (S) no Gás Natural
mg/m³ 70 70 70 70 mg/Nm³ 65,2 65,2 65,2 65,2
Vazão Gases m³/h 2.344.534 2.344.534 2.344.534 2.344.534
Nm³/h 1.655.923 1.655.923 1.655.923 1.655.923 Teor de Oxigênio % 13 13 13 13 Temperatura °C 88 88 88 88 Chaminé (altura e diâmetro)
m H - 120 D - 7,0
H – 120 D - 7,0
H – 120 D - 7,0
H – 120 D - 7,0
Material Particulado (MP) mg/Nm³ 15%O2 2,8 2,8 2,8 2,8
mg/Nm³ 3,73 3,73 3,73 3,73 kg/h 6,18 6,18 6,18 6,18
Óxidos de Nitrogênio (NOx)
mg/Nm³ 15%O2 40,0 40,0 40,0 40,0mg/Nm³ 53,33 53,33 53,33 53,33
kg/h 88,32 88,32 88,32 88,32
Óxidos de Enxofre (SOx) mg/Nm³ 15%O2 3,9 3,9 3,9 3,9
mg/Nm³ 5,24 5,24 5,24 5,24 kg/h 8,69 8,69 8,69 8,69
Monóxido de Carbono (CO)
mg/Nm³ 15%O2 5,0 5,0 5,0 5,0 mg/Nm³ 6,67 6,67 6,67 6,67
kg/h 11,04 11,04 11,04 11,04
Compostos Orgânicos Voláteis (COV)
ppm a 15% O2 1,0 1,0 1,0 1,0 mg/Nm³ 15%O2 0,71 0,71 0,71 0,71
mg/Nm³ 0,95 0,95 0,95 0,95 kg/h 1,58 1,58 1,58 1,58
Fonte: FIGENER, 2016
Destaca-se que a memória de cálculo e a garantia do fabricante do equipamento são
apresentados no ANEXO E1-2.
A partir destes dados foi realizado o estudo de dispersão atmosférica para a UTE, com base
nas recomendações constantes no termo de referência da CETESB “Anexo I – Instruções
para Estimativas e Modelagem de Emissões Atmosféricas” da Decisão de Diretoria
217/2014/I de 06/08/2014. O estudo na íntegra é apresentado no ANEXO E1-2, sendo que
nesse item é apresentada a conclusão do estudo.
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9-114
b. Avaliação do Impacto
Para a avaliação do impacto é necessário entender as legislações incidentes relativas as
emissões atmosféricas e qualidade do ar, sendo:
Emissões Atmosféricas
Legislação Federal: estabeleceu os limites de emissões atmosféricas para “Turbinas a Gás”
para geração de energia elétrica maior que 100 MW, em todo território Nacional através da
Resolução Conama nº 382/2006, respectivamente para empreendimentos licenciadas a
partir de 2007, considerando as características regionais (QUADRO 9.2.3.1.1-2).
QUADRO 9.2.3.1.1-2
LIMITES DE EMISSÃO
Emissão/Limite Emissões na Chaminé (mg/Nm³ a 15% de O2)
MP NOx SOx CO COVEmissão da UTE Atlântico Energia 2,8 40 3,9 5 1,0 ppm 15%O2
Limites da Resolução Conama no 382/06 - 50 - 65 -Nota: MP – Material Particulado; NOx – Óxidos de Nitrogênio; SOx – Óxidos de Enxofre; CO – Monóxido de Carbono; COV – Compostos Orgânicos Voláteis (expresso como metano).
Conforme o QUADRO 9.2.3.1.1-2, as emissões de NOx e CO da UTE atendem aos limites
constantes no Anexo V - Limites de emissão para poluentes atmosféricos provenientes de
turbinas a gás para geração de energia elétrica da Resolução Conama no 382/06.
Os limites de emissões de MP, SOx e COV para UTE (turbina a gás) utilizando gás natural
não foram estabelecidos na legislação estadual e federal até a presente data. Os valores de
emissões dos referidos poluentes podem ser considerados relativamente baixos quando
comparados com as emissões de outras fontes industriais.
Padrões de Qualidade do Ar
Os padrões de qualidade do ar vigentes no Estado de São Paulo estão estabelecidos na
legislação federal e estadual para os poluentes convencionais.
Legislação Federal: a Resolução Conama nº 03/90 estabelece a nível nacional para os
padrões primários e secundários de qualidade do ar para os poluentes convencionais
constituídos de Partículas Totais em Suspensão, Partículas Inaláveis, Fumaça, Dióxido de
Enxofre, Monóxido de Carbono, Ozônio e Dióxido de Nitrogênio. O artigo 8 da Resolução
Conama no 03/90 estabelece “enquanto cada Estado não definir as áreas de Classe I, II e III
mencionadas no item 2, subitem 2.3, da Resolução Conama 05/89, serão adotados os
padrões primários de qualidade do ar estabelecidos nesta Resolução”.
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9-115
O padrão de qualidade do ar vigente no Estado de São Paulo é o padrão primário de
qualidade do ar estabelecido na Resolução Conama nº 03/90, conforme observado no
QUADRO 9.2.3.1.1-3.
QUADRO 9.2.3.1.1-3
PADRÃO PRIMÁRIO DE QUALIDADE DO AR NO ESTADO DE SÃO PAULO
Poluentes Período Padrão primário (g/m3)
Partículas Totais em Suspensão (MP) Diário (24 horas) 240
Anual 80
Partículas Inaláveis (MP10) Diário (24 horas) 150
Anual 50
Fumaça Diário (24 horas) 150
Anual 60
Dióxido de Enxofre (SO2) Diário (24 horas) 365
Anual 80
Monóxido de Carbono (CO) Horário (1 hora) 40.000
8 horas 10.000 Ozônio (O3) Horário (1 hora) 160
Dióxido de Nitrogênio (NO2) Horário (1 hora) 320
Anual 100
Legislação Estadual: O Decreto Estadual nº 59.113/13 estabelece critérios para adoção de
padrões de qualidade do ar nos municípios de Estado de São Paulo, em função da
classificação dos atuais níveis de qualidade do ar, e estabelece critérios de emissões
atmosféricas para fontes novas/ampliação para licenças concedidas a partir de 23/04/2013,
conforme pode ser observado QUADRO 9.2.3.1.1-4.
QUADRO 9.2.3.1.1-4
PADRÃO DE QUALIDADE DO AR
Parâmetros Resolução Conama nº 03/1990 (µg/m³)
Decreto Estadual nº 59.113/2013 (µg/m³)
MP2.5 Partículas Inaláveis Finas 24 h - 50 (M2)
Anual - 17 (M2)
MP10 Partículas Inaláveis 24 h 150 100 (M2)
Anual 50 35 (M2)
SO2 Dióxido de Enxofre 24 h 365 40 (M2)
Anual 80 30 (M2)
NO2 Dióxido de Nitrogênio 1 h 320 240 (M2)
Anual 100 50 (M2)
O3 Ozônio 1 h 160 - 8 h - 140 (M2)
CO Monóxido de Carbono 1 h 40.000 - 8 h 10.000 10.000 (PF)
Nota: “M2” representam padrão intermediário e “PF” padrão final no Decreto Estadual 59.113/13.
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9-116
Para esse impacto ambiental, foram realizados estudos de dispersão utilizando o modelo
ISCST3 - Industrial Source Complex Short Term da USEPA recomendado para fontes
industriais para determinação de impactos ou contribuições na qualidade do ar. Ainda, foi
considerado o efeito down-wash onde as chaminés recebem tais efeitos dos edifícios e
equipamentos decorrentes das turbulências dos ventos na passagem, efeito este que
reduzem as alturas efetivas das plumas.
A descrição dos prédios considerados é apresentada no ANEXO E1-2. As coordenadas dos
prédios e das chaminés foram processadas no computador utilizando o software BPIP –
“Building Input Profile Program” da USEPA, visando gerar alturas e larguras equivalentes
dos prédios para posterior utilização no modelo ISCST3.
Com base nos resultados preliminares, estabeleceu-se a área de estudo de 20 km por 20
km, divididos em grelhas para determinação dos receptores: 250 por 250 metros e 500 por
500 metros. Os receptores na área de influência representados por coordenadas x, y e
altitude z foram alimentadas no modelo de dispersão ISCST3, assim como as seguintes
opções na modelagem:
Área: Rural;
Efeito Down-Wash dos Prédios;
Topografia: dados digitais fornecidos pela Lakes Environmental no formato SRTM1 –
Shuttle Radar Topography Mission da NASA com resolução de 30 metros;
Dados Meteorológicos do Screen3;
Correção das Concentrações:
o Fator 1,0 para Concentração Horária;
o Fator 0,7 para Concentração 8 horas;
o Fator 0,4 para Concentração Diária;
o Fator 0,08 para Concentração Anual.
Poluentes:
o Material Particulado como MP10 – Partículas Inaláveis;
o Óxidos de Nitrogênio como Dióxido de Nitrogênio (NO2 = 100% NOx);
o Monóxido de Carbono (CO);
o Óxidos de Enxofre como Dióxido de Enxofre (SO2 = 100% SOx).
Concentração Máxima Horária e Diária:
o Primeira Máxima para Resolução Conama nº 03/90;
o Quarta Máxima para “municípios sem classificação” conforme Artigo 11 do Decreto
Estadual 59.113/13 (classificação MI2).
Opção “default” da USEPA.
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9-117
Neste estudo foi utilizado o dado meteorológico do modelo SCREEN3 da USEPA, que
resulta em concentrações de poluentes para “condição mais desfavorável de dispersão de
poluentes” (worst case). O procedimento está em conformidade com a Decisão de Diretoria
da Cetesb “Anexo I – Instruções para Estimativas e Modelagem de Emissões Atmosféricas”
da Decisão de Diretoria 217/2014/I de 06/08/2014. As simulações foram realizadas para
concentrações máximas para período de 1 hora (CO e NO2), 8 horas (CO), 24 horas (MP10
e SO2) e anual (MP10, SO2 e NO2) para os dois cenários.
Os resultados da modelagem em termos de concentrações máximas dentro da unidade e
na área de estudo e respectiva comparação com as legislações incidentes são apresentadas
no QUADRO 9.2.3.1.1-5.
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9-118
QUADRO 9.2.3.1.1-5
CONCENTRAÇÕES MÁXIMAS DE POLUENTES CONFORME RESOLUÇÃO CONAMA Nº 03/90 E DECRETO ESTADUAL Nº 59.113/13
Poluente Período
Resolução Conama nº 03/90 Decreto Estadual nº 59.113/13
PQAR (g/m3) CMax (g/m3) *1 PQAR (g/m3) CMax (g/m3) *2 Coordenadas UTM (m)
X Y Local
MP10
24h - 2,2 - 2,2 298.000 7.312.000 Dentro da Unidade
150 5,5 100 (M2) 5,5 291.750 7.314.250 4,6 km direção noroeste
Anual - 0,45 - 0,45 298.000 7.312.000 Dentro da Unidade
50 1,1 35 (M2) 1,1 291.750 7.314.250 4,6 km direção noroeste
SO2
24h - 3,1 - 3,1 298.000 7.312.000 Dentro da Unidade
365 7,8 - 7,8 291.750 7.314.250 4,6 km direção noroeste
Anual - 0,6 - 0,6 298.000 7.312.000 Dentro da Unidade
80 1,6 30 (M2) 1,6 291.750 7.314.250 4,6 km direção noroeste
NO2
1h - 78,3 - 77,8 298.000 7.312.000 Dentro da Unidade
320 197,4 240 (M2) 197,4 291.750 7.314.250 4,6 km direção noroeste
Anual - 6,3 - 6,3 298.000 7.312.000 Dentro da Unidade
100 15,8 50 (M2) 15,8 291.750 7.314.250 4,6 km direção noroeste
CO
1h - 9,8 - 9,8 298.000 7.312.000 Dentro da Unidade
40.000 24,7 - 24,7 291.750 7.314.250 4,6 km direção noroeste
8h - 6,9 - 6,9 298.000 7.312.000 Dentro da Unidade
10.000 17,3 10.000 17,3 291.750 7.314.250 4,6 km direção noroeste
Nota: PQAR – Padrão de Qualidade do Ar 1. Cmax – Concentração em “Primeira Máxima” 2. Cmax – Concentração em “Quarta Máxima” para MP10 e NO2 para o Decreto Estadual nº 59.113/13
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9-119
A operação da UTE com quatro blocos geradores (total de 1.700 MW) de energia elétrica
resultará nas seguintes estimativas emissões globais:
Material Particulado (MP): 24,73 kg/h,
Óxidos de Enxofre (SOx): 34,74 kg/h,
Óxidos de Nitrogênio (NOx): 353,26 kg/h,
Monóxido de carbono (CO): 44,16 kg/h e
Hidrocarbonetos Não Metanos (COV): 6,31 kg/h.
As contribuições máximas dos poluentes na área de estudo (fora da unidade) apresentam
as seguintes condições ambientais para o cenário de operação da UTE.
- Concentrações máximas de Partículas Inaláveis (MP10):
Resolução Conama no 03/90: diária (primeira máxima) e anual de 5,5 e 1,1 g/m3, ocorreram
a 4,6 km na direção noroeste da unidade. As concentrações representam respectivamente
3,7% e 2,2% dos padrões primários de qualidade do ar diário (150 g/m3) e anual (50 g/m3).
Decreto Estadual no 59.113/13: diária (quarta máxima) e anual de 5,5 e 1,1 g/m3, ocorreram
a 4,6 km na direção noroeste da unidade. As concentrações representam respectivamente
5,5% e 3,1% dos padrões MI2 de qualidade do ar diário (100 g/m3) e anual (35 g/m3).
- Concentrações máximas de Dióxido de Enxofre (SO2):
Resolução Conama no 03/90: diária (primeira máxima) e anual de 7,8 e 1,6 g/m3, ocorreram
a 4,6 km na direção noroeste da unidade. As concentrações representam respectivamente
2,1% e 2,0% dos padrões primários de qualidade do ar diário (365 g/m3) e anual (80 g/m3).
Decreto Estadual no 59.113/13: anual de 1,6 g/m3, ocorreu a 4,6 km a noroeste da unidade.
A concentração representa 5,3% do padrão MI2 de qualidade do ar anual (30 g/m3).
- Concentrações máximas de Dióxido de Nitrogênio (NO2):
Resolução Conama no 03/90: horária (primeira máxima) e anual de 197,4 e 15,8 g/m3,
ocorreram a 4,6 km na direção noroeste da unidade. As concentrações representam
respectivamente 61,7% e 15,8% dos padrões primários de qualidade do ar horária (320
g/m3) e anual (100 g/m3).
Decreto Estadual no 59.113/13: horária (quarta máxima) e anual de 197,4 e 15,8 g/m3,
ocorreram a 4,6 km na direção noroeste da unidade. As concentrações representam
respectivamente 82,3% e 31,6% dos padrões MI2 de qualidade do ar horária (240 g/m3) e
anual (50 g/m3).
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9-120
- Concentrações máximas de Monóxido de Carbono (CO):
Resolução Conama no 03/90: horária (primeira máxima) e 8 horas (primeira máxima) de 24,7
e 17,3g/m3, ocorreram a 4,6 km na direção noroeste da unidade. As concentrações
representam respectivamente 0,062% e 0,17% dos padrões primários de qualidade do ar
horária (40.000 g/m3) e 8 horas (10.000 g/m3).
Decreto Estadual no 59.113/13: 8 horas de 17,3 g/m3, ocorreu a 4,6 km na direção noroeste
da unidade. A concentração representa 0,17% do padrão de qualidade do ar de 8 horas
(10.000 g/m3).
A FIGURA 9.2.3.1.1-1 apresenta a localização do ponto de máxima concentração dos
parâmetros analisados.
FIGURA 9.2.3.1.1-1
CONCENTRAÇÃO MÁXIMA DOS PARÂMETROS ANALISADOS
50166-EV-RT005-0
9-121
O QUADRO 9.2.3.1.1-6 apresenta as contribuições máximas de poluentes nos receptores
discretos das áreas urbanas da área de influência do empreendimento e comparação com
a Resolução Conama no 03/90 e o Decreto Estadual no 59.113/13).
QUADRO 9.2.3.1.1-6
CONTRIBUIÇÕES MÁXIMAS NAS ÁREAS URBANAS
Áreas Urbanas
(Receptores Discretos) MP 24h(µg/m³)
SO2 24h(µg/m³)
NO2 1h(µg/m³)
CO 1h (µg/m³)
CO 8h(µg/m³)
Itanhaém 0,42 0,58 14,8 1,9 1,3 Itariri 0,55 0,77 19,5 2,4 1,7 Peruíbe 1,0 1,5 36,9 4,6 3,2 PQAR – Conama 03/90 150 365 320 40.000 10.000PQAR – Dec. Est. 59.113/13 100 30 240 - 10.000
Nota: Resolução Conama 03/90 valores de concentrações em primeiras máximas Nota: Decreto Estadual 59.113/13 - MP e NO2 concentração em quarta máxima
Deste modo conclui-se que as emissões de NOx e CO da UTE atendem aos limites
constantes no “Anexo V - limites de emissão para poluentes atmosféricos provenientes de
turbinas a gás para geração de energia elétrica” da Resolução Conama no 382/06. Os limites
de emissões de MP, SOx e COV para UTE (turbina a gás) utilizando gás natural não foram
estabelecidos na legislação estadual e federal até a presente data, contudo os valores de
emissões dos referidos poluentes podem ser considerados relativamente baixos quando
comparados com as emissões de outras fontes industriais.
Ainda, as contribuições máximas dos poluentes da UTE na área de estudo encontram-se
enquadradas nas legislações vigentes para os parâmetros NO2, MP10, SO2 e CO, sendo
que a concentração máxima se localiza a uma distância de cerca de 4,6 km da UTE.
A partir dos resultados apresentados o impacto de Alteração da Qualidade do Ar foi avaliado
como de natureza negativa; incidência direta; tem duração permanente, ocorrendo
imediatamente após a operação da UTE; sua abrangência é regional, sendo que o aporte
de concentração de poluentes, mesmo em escala reduzida, ultrapassará a AID. Ainda, é um
impacto irreversível, uma vez que o ambiente só voltara às condições originais somente
após a paralisação das atividades da UTE.
É um impacto mitigável, visto que o próprio processo prevê medidas de redução de emissão
de poluentes. Sua ocorrência é certa, sendo este impacto relacionado com a operação da
UTE e considerado não cumulativo e não sinérgico, visto que não existem outros
empreendimentos na região com potencial para causar ou potencializar este impacto.
Assim, ponderando principalmente sua abrangência (regional) e sua reversibilidade
(irreversível), mesmo considerando o enquadramento das emissões de poluente da UTE e
o enquadramento da qualidade do ar na região, o impacto de Alteração da Qualidade do Ar
classificado como de Magnitude Média e sua Significância também considerada Média.
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9-122
Destaca-se que este impacto é avaliado apenas para a operação da UTE e não para os
demais componentes do Projeto Verde Atlântico Energia.
Impacto Atributos Projeto Verde Atlântico Energias
TGNL GM/T UTE LT GD
Alteração da Qualidade do Ar
Natureza n.a n.a N n.a n.a
Incidência n.a n.a D n.a n.a
Duração n.a n.a P n.a n.a
Temporalidade n.a n.a IM n.a n.a
Abrangência Territorial n.a n.a R n.a n.a
Reversibilidade n.a n.a I n.a n.a
Possibilidade de Mitigação n.a n.a M n.a n.a
Probabilidade de Ocorrência n.a n.a C n.a n.a
Cumulatividade e Sinergismo n.a n.a N n.a n.a
Magnitude n.a n.a M n.a n.a
Significância n.a n.a M n.a n.a
PVAE Significância Média n.a = não aplicável Natureza: Positiva (P) / Negativa (N) - Incidência: Direta (D) / Indireta (I) - Duração: Temporário (T) / Permanente (P) - Temporalidade: Imediato (IM) / Curto Prazo (CP) / Médio Prazo (MP) / Longo Prazo (LP) - Abrangência Territorial: Pontual (P) / Local (L) / Regional (R) - Reversibilidade: Reversível (R) / Irreversível (I) - Possibilidade de Mitigação: Mitigável (M) / Não Mitigável (NM) / Potencializável (P) - Probabilidade de Ocorrência: Certa (C) / Provável (P) - Cumulatividade e Sinergismo: Cumulativo e Sinérgico (CS) / Cumulativo e Não Sinérgico (CNS) / Não Cumulativo e Não Sinérgico (N) - Magnitude: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A) - Significância: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A)
c. Medidas de Controle e Programas Ambientais Associados
As ações de gestão para este impacto estão descritas no Programa de Gestão da Qualidade
do Ar, segregado em Subprograma de Monitoramento de Emissões Atmosféricas e
Subprograma de Monitoramento da Qualidade do Ar e Meteorologia.
9.2.3.1.2 Alteração dos Níveis de Ruído
a. Atividades Associadas
A alteração do ruído ambiental oriundo da operação da UTE e respectiva casa de bomba, a
qual conduzirá a água captada no mar para a UTE. Deste modo este impacto refere-se as
seguintes fontes geradoras: conjunto turbo gerador, tubulação de escape, chaminés, torre
de resfriamento, casa de bomba, tanque de descarga da caldeira, entre outras. Destaca-se
que o ruído gerado pela LT será tratado em impacto separado (Emissões de Campos
Elétricos e Magnético - item 9.2.3.1.3).
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9-123
b. Avaliação do Impacto
Para a avaliação deste impacto foi realizada a modelagem de propagação de emissões
sonoras da UTE, a qual permite representar a distribuição espacial da energia acústica no
seu entorno. A avaliação sonora do local foi realizada através de modelagem acústica com
software específico denominado CadnaA v.4.6.155, desenvolvido pela empresa alemã
Datakustik GmbH. O modelo de avaliação de impacto de ruído CadnaA tem por base a
Norma ISO 9613, Parte 1: “Cálculo da absorção do som pela atmosfera, 1993” e Parte 2:
“Método de cálculo geral, para definição do modelo de propagação do ruído ao ar livre” [2].
Nesta descrição são apresentados, de forma sucinta, a metodologia e o resultado desta
modelagem, sendo a mesma apresentada na integra no ANEXO E1-3.
Destaca-se que a estação de captação e bombeamento de água está prevista para ser
instalada nas proximidades de área residencial/comercial sendo previsto o isolamento
acústico adequado à situação, considerando os respectivos limites de emissão de ruído
especificados para a área, não sendo objeto da simulação para operação da UTE.
O cálculo do mapa de ruído foi realizado a 1,5 m de altura, considerando reflexões de 1ª
ordem, topografia local e coeficiente G de absorção do solo de 0,7. Por sua vez, o mapa de
conflito demonstra apenas os locais onde o ruído é superior ao critério. Para o caso da região
da UTE, o conflito foi calculado com a NBR 10151:2000 e com a Lei de Uso do Solo nº
121/08 (município de Peruíbe).
Para NBR 10151:2000, o NCA utilizado foi de 55 dB(A) diurno e 50 dB(A) noturno, segundo
a classificação de “área mista, predominantemente residencial”, por ser o critério mais
restritivo no entorno, e para Lei Complementar nº 121/08, o NCA utilizado foi de 65 dB(A)
diurno e 55 dB(A) noturno. Contudo, aqui é apresentada apenas os mapas de confronto com
os limites estabelecidos na NBR 10151:2000 visto ser este o mais restritivo.
Deste modo a situação atual contempla apenas o ruído local das vias como fonte, enquanto
a segunda situação, contempla também o novo empreendimento, com quatro ilhas de
potência, que emitem 85 dB(A) a 1 metro de distância.
As FIGURAS 9.2.3.1.2-1 e 9.2.3.1.2-2 apresenta a comparação da emissão sonora atual e
futura para a região do empreendimento
50166-EV-RT005-0
9-124
FIGURA 9.2.3.1.2-1
MAPA DE RUÍDO – SITUAÇÃO ATUAL E FUTURA (PERÍODO DIURNO)
Situação Atual Situação Futura
50166-EV-RT005-0
9-125
FIGURA 9.2.3.1.2-2
MAPA DE RUÍDO – SITUAÇÃO ATUAL E FUTURA (PERÍODO NOTURNO)
Situação Atual Situação Futura
50166-EV-RT005-0
9-126
É possível verificar que no período diurno o acréscimo de ruído chega ao bairro próximo à
UTE (Caraminguava), com acréscimo de aproximadamente 05 dB(A), contudo ainda abaixo
do valor de referência das legislações consultadas, não ultrapassando o nível de 50 dB(A)
mesmo com a operação da UTE. A simulação permitiu verificar que o ruído emitido pelos
equipamentos no interior da futura UTE não ultrapassará os valores definidos pela NBR
10151:2000 e pela Lei Complementar nº 121/08.
A partir dos resultados apresentados o impacto de Alteração dos Níveis de Ruído foi avaliado
como de natureza negativa; incidência direta; tem duração permanente, ocorrendo
imediatamente após a operação da UTE; sua abrangência é local, sendo que o acréscimo
de ruído é verificado além dos limites da ADA. Ainda, é um impacto irreversível uma vez
que o ambiente só voltara as condições originais após a paralisação das atividades da UTE.
É um impacto mitigável, visto que o próprio processo prevê medidas de redução de emissão
de ruído (tecnologia, cortina vegetal, entre outros). Sua ocorrência é certa, sendo este
impacto relacionado com a operação da UTE e considerado cumulativo e não sinérgico,
sendo cumulativo com o ruído proveniente do transito de veículos na rodovia.
Assim, considerando o pequeno aporte de nível acústico, observado nos resultados das
simulações, e seu enquadramento com as legislações incidentes, o impacto de Alteração
dos Níveis de Ruído foi classificado como de Magnitude e Significância Baixa. Destaca-
se que este impacto é avaliado apenas para a operação da UTE e GM/T.
Impacto Atributos Projeto Verde Atlântico Energias
TGNL GM/T UTE LT GD
Alteração dos Níveis de Ruído
Natureza n.a N N n.a n.a
Incidência n.a D D n.a n.a
Duração n.a P P n.a n.a
Temporalidade n.a IM IM n.a n.a
Abrangência Territorial n.a L L n.a n.a
Reversibilidade n.a I I n.a n.a
Possibilidade de Mitigação n.a M M n.a n.a
Probabilidade de Ocorrência n.a C C n.a n.a
Cumulatividade e Sinergismo n.a CNS CNS n.a n.a
Magnitude n.a B B n.a n.a
Significância n.a B B n.a n.a
PVAE Significância Baixa n.a = não aplicável Natureza: Positiva (P) / Negativa (N) - Incidência: Direta (D) / Indireta (I) - Duração: Temporário (T) / Permanente (P) - Temporalidade: Imediato (IM) / Curto Prazo (CP) / Médio Prazo (MP) / Longo Prazo (LP) - Abrangência Territorial: Pontual (P) / Local (L) / Regional (R) - Reversibilidade: Reversível (R) / Irreversível (I) - Possibilidade de Mitigação: Mitigável (M) / Não Mitigável (NM) / Potencializável (P) - Probabilidade de Ocorrência: Certa (C) / Provável (P) - Cumulatividade e Sinergismo: Cumulativo e Sinérgico (CS) / Cumulativo e Não Sinérgico (CNS) / Não Cumulativo e Não Sinérgico (N) - Magnitude: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A) - Significância: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A)
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9-127
c. Medidas de Controle e Programas Ambientais Associados
Em virtude da ausência de incomodo na população e o enquadramento das emissões
sonoras nas legislações vigente, não é previsto o monitoramento de ruído para a fase de
operação do empreendimento.
9.2.3.1.3 Emissões de Campos Elétricos e Magnético
a. Atividades Associadas
Este impacto está associado com a operação (energização) da Linha de Transmissão (LT).
b. Avaliação do Impacto
A Lei nº 11.934/09 definiu limites à exposição humana a campos elétricos e magnéticos
associados ao funcionamento de sistemas de energia elétrica. Os limites adotados pela Lei
baseiam-se nos indicadores recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que
têm como fundamento estudos científicos biológicos e epidemiológicos sobre os possíveis
efeitos dos campos elétricos e magnéticos no ser humano.
A OMS, por sua vez, adota os limites recomendados pela Comissão Internacional de
Proteção Contra Radiação Não Ionizante (ICNIRP) para a exposição humana a campos
elétricos e magnéticos em baixa frequência. Como forma de garantir a segurança da
população em geral e dos trabalhadores, a ICNIRP elaborou o Guidelines for Limiting
Exposure to Time-Varying Electric and Magnetic Fields (1 Hz to 100 kHz) 2010, o qual
estabelece os limites recomendados para exposição a campos elétricos, magnéticos e
eletromagnéticos para frequências até 300 GHz.
A Lei nº 11.934/09 foi então regulamentada pela Resolução Normativa nº 398/10 e os Níveis
de Referência, adotados pela ICNIRP e referendados pela OMS.
Deste modo para avaliar o impacto do campo elétrico foi realizado seu cálculo considerando
sua tensão máxima operativa (379,5kV), para Instalações em 60 Hz, conforme apresentado
no QUADRO 9.2.3.1.3-1.
.
QUADRO 9.2.3.1.3-1
CAMPO ELÉTRICO CALCULADO PARA A FAIXA DE SERVIDÃO
Campo Elétrico PAE Resolução Normativa
Aneel nº 398/10 Campo elétrico no eixo da LT (x= 0 m) 3,421 kV/m 8,33 kV/m Campo elétrico máximo 7,845 kV/m - Campo elétrico no final da faixa (x= 27,5 m) 0,176 kV/m 4,17 kV/m
Fonte: Figener (2015)
50166-EV-RT005-0
9-128
Deste modo pode-se observar que no limite da faixa de segurança os campos elétrico e
magnético são inferiores aos valores estabelecidos como referência, mesmo considerando
a situação extrema de corrente de projeto e o limite de referência mais conservador.
O ruído audível no limite da faixa de servidão, quando a LT estiver submetida à tensão
máxima operativa, deverá ser no máximo 58 dBA, para condição de chuva forte. O cálculo
do ruído audível foi efetuado conforme Transmission Line Reference Book - 345kV and
Above. O resultado completo do cálculo do ruído audível no nível do solo é apresentado na
FIGURA 9.2.3.1.3-1.
FIGURA 9.2.3.1.3-1
RUÍDO AUDÍVEL CALCULADO PARA A FAIXA DE SERVIDÃO CONSIDERADA
Fonte: Figener (2015)
Nota-se que no limite da faixa de servidão, o ruído audível é inferior ao valor estabelecido
como referência, mesmo para a condição de chuva forte.
50166-EV-RT005-0
9-129
Deste modo o impacto relativo as Emissões de Campos Elétricos e Magnéticos foi avaliado
como de natureza negativa; incidência direta; tem duração permanente, ocorrendo
imediatamente após a operação da LT; sua abrangência é pontual, se restringindo a ADA.
Ainda, é um impacto irreversível uma vez que o ambiente só voltara as condições originais
após a paralisação das atividades da LT. É um impacto mitigável, visto que o próprio
processo prevê medidas de redução de emissão de campo eletromagnético, se
enquadrando na resolução. Sua ocorrência é certa, sendo este impacto relacionado com a
operação da LT e considerado não cumulativo e não sinérgico, devido à extensão
perceptível do impacto se concentrar na própria ADA.
Assim, considerando a pequena alteração observada e sua restrição na ADA, o impacto de
Alteração de Campos Elétricos e Magnéticos foi classificado como de Magnitude Baixa e
Significância também considerada Baixa. Destaca-se que este impacto é avaliado apenas
para a operação da LT e não para os demais componentes do PVAE.
Impacto Atributos Projeto Verde Atlântico Energias
TGNL GM/T UTE LT GD
Emissões de Campos
Elétricos e Magnético
Natureza n.a n.a n.a N n.a
Incidência n.a n.a n.a D n.a
Duração n.a n.a n.a P n.a
Temporalidade n.a n.a n.a IM n.a
Abrangência Territorial n.a n.a n.a P n.a
Reversibilidade n.a n.a n.a I n.a
Possibilidade de Mitigação n.a n.a n.a M n.a
Probabilidade de Ocorrência n.a n.a n.a C n.a
Cumulatividade e Sinergismo n.a n.a n.a N n.a
Magnitude n.a n.a n.a B n.a
Significância n.a n.a n.a B n.a
PVAE Significância Baixa n.a = não aplicável Natureza: Positiva (P) / Negativa (N) - Incidência: Direta (D) / Indireta (I) - Duração: Temporário (T) / Permanente (P) - Temporalidade: Imediato (IM) / Curto Prazo (CP) / Médio Prazo (MP) / Longo Prazo (LP) - Abrangência Territorial: Pontual (P) / Local (L) / Regional (R) - Reversibilidade: Reversível (R) / Irreversível (I) - Possibilidade de Mitigação: Mitigável (M) / Não Mitigável (NM) / Potencializável (P) - Probabilidade de Ocorrência: Certa (C) / Provável (P) - Cumulatividade e Sinergismo: Cumulativo e Sinérgico (CS) / Cumulativo e Não Sinérgico (CNS) / Não Cumulativo e Não Sinérgico (N) - Magnitude: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A) - Significância: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A)
c. Medidas de Controle e Programas Ambientais Associados
Devido à baixa abrangência, magnitude e significância deste impacto, não são previstas
medidas de controle e monitoramento do mesmo na fase de operação.
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9-130
9.2.3.1.4 Alteração da Qualidade da Água Marinha
a. Atividades Associadas
Este impacto está associado à operação da UTE e TNGL que gerará distintos efluentes:
Efluentes sanitários;
Água de lavagem de áreas contaminadas com o óleo (área de equipamentos) e água de
drenagem pluvial de áreas industriais com contaminação por óleo;
Águas pluviais não contaminadas;
Correntes de água do mar concentrada com produtos químicos provenientes de:
o Purga contínua das caldeiras de recuperação: 7,6 t/h;
o Purga contínua das torres de resfriamento: 2.140 t/h;
o Descarte da osmose reversa da dessalinização: 40 t/h;
Descarte da osmose reversa da desmineralização: 5 t/h;
Efluentes de regeneração de resinas da desmineralização já pré-neutralizados em tanque
de neutralização próprio: 20 t/h (pico), média de 0,5 t/h;
Efluentes de bacias de contenção de produtos químicos (especialmente ácido sulfúrico e
soda cáustica), pré-neutralizados no tanque de neutralização da unidade de
desmineralização (inclusos nos valores acima);
Purga das caldeiras de recuperação (HRSG); e
Efluente térmico de regaseificação no navio FSRU (19.500 m3/h e delta T de 7 oC).
Efluente térmico do emissário submarino (0,58 m3/s e delta T de 9 ºC).
b. Avaliação do Impacto
Pode-se segregar os efluentes gerados na UTE como sanitários e industriais. Os efluentes
sanitários não serão tratados na UTE, sendo direcionados à rede pública de coleta de esgoto
local (Sabesp).
Os efluentes oleosos serão coletados e bombeados para um tanque de armazenamento e
deste para o separador água/óleo (SAO). O efluente aquoso separado será encaminhado
para o tanque de neutralização, enquanto a lama (borra oleosa) será enviada para tanque
próprio e retirada periodicamente por meio de caminhão para disposição final adequada. As
cargas médias de operação previstas para os efluentes líquidos, cujas emissões deverão
ser controladas, consistirão em:
Separador água e óleo (SAO) / Sistema de flotação;
Tanque de neutralização de 70 m³, além do tanque de neutralização da unidade de
desmineralização;
Tanque de monitoramento de 1.400 m³;
Tanque de contenção e armazenamento de águas pluviais não contaminadas (1.000 m3);
Bombas centrífugas e de engrenagem.
50166-EV-RT005-0
9-131
O projeto conceitual da UTE considera o resfriamento do vapor em torre salina, prevendo
para este fim um consumo de 3.300 t/h de água do mar para reposição do inventário (água
de make up) do sistema de resfriamento.
A água desmineralizada para o ciclo térmico e resfriamento de máquinas da UTE será obtida
a partir da dessalinização da água do mar, por meio do processo de osmose reversa, sendo
previsto o consumo de 100 m³/h de água do mar para este fim. Assim, o fluxo de água do
mar a ser captado é de cerca de 3.400 t/h.
O lançamento dos efluentes tratados está previsto para ser efetuado no mar por meio de
emissário submarino, com cerca de 2 km, que considera o descarte de 2.168 t/h de efluentes
de água do mar (blowdown da torre salina) e do sistema de tratamento de efluentes
industriais da UTE, sendo que ambas as correntes líquidas deverão passar previamente pela
estação de tratamento de efluentes (ETE) prevista e dedicada à UTE, visando ao pleno
atendimento da Resolução Conama n° 430/11.
O principal impacto proveniente do lançamento da água de resfriamento da purga consiste
no efluente térmico, ou seja, na temperatura de lançamento deste efluente do emissário
submarino. Da mesma maneira será realizado o descarte do efluente (térmico) oriundo da
regaseificação realizado no navio FSRU. Deste modo para a avaliação deste impacto foi
realizada uma modelagem numérica para verificar a extensão da pluma térmica do efluente.
Para a modelagem foram utilizados os seguintes dados (QUADRO 9.2.3.1.4-1):
QUADRO 9.2.3.1.4-1
CARACTERÍSTICAS DO EFLUENTE TÉRMICO MODELADO
Efluente Origem Vazão de descarte
(m³/s) Parâmetro Delta T (°c)
Valor de referência (Conama 430/11)
Emissário Submarino
Descarte da UTE
0,58 Temperatura 9ºC
Inferior a 40°C no descarte e 3°C de
diferença no limite da zona de mistura
Regaseificação Descarte do
Navio 5,41 Temperatura 7ºC
Inferior a 40°C no descarte e 3°C de
diferença no limite da zona de mistura
Destaca-se que a modelagem na íntegra encontra-se no ANEXO F-2, sendo aqui
apresentado apenas a conclusão do estudo.
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9-132
A Resolução Conama n° 430/11, dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de
efluentes, definindo a zona de mistura como sendo a região do corpo receptor, que se
estende do ponto de lançamento do efluente, delimitada pela superfície em que é atingido o
equilíbrio de mistura entre os parâmetros físicos e químicos, bem como o equilíbrio biológico
do efluente e os do corpo receptor, sendo específica para cada parâmetro.
Pode-se notar que o efluente térmico descartado está em conformidade com o corpo hídrico
no momento antes do descarte, que a temperatura do efluente no momento do descarte
apresenta-se inferior a 40 °C, atendendo a Resolução Conama nº 430/11.
Para verificar a zona de mistura foram utilizadas as caracterizações dos padrões de
circulação e ventos obtidos pelo modelo numérico Delft3D e reanálise do CFSR9 (SAHA et
al., 2010), considerando o pior caso (inverno e sem ventos), conforme verificado no
diagnóstico de hidrodinâmica marinha.
A modelagem do efluente térmico para o efluente descartado pelo Emissário Submarino e
Regaseificação apresentaram uma zona de mistura de 7,0 metros. Destaca-se que a Zona
de Mistura (ZM) para a pluma térmica é a região onde a diferença de temperatura é igual ou
superior a 3 ºC (entre o efluente e o meio). Assim, na simulação de CP realizada, a ZM tem
extensão horizontal de cerca de 7,0 m, medida a partir do ponto de descarte. Para além
desta distância a pluma está enquadrada conforme Resolução Conama n° 430/11, pois a
diferença de temperatura é inferior a 3 ºC.
Assim, o impacto relativo à Alteração da Qualidade da Água Marinha foi avaliado apenas
para os componentes UTE e TGNL, considerando o lançamento de efluente pelo emissário
submarino e pela regaseificação, sendo de natureza negativa; incidência direta; tem
duração permanente, ocorrendo imediatamente após a operação da UTE e TGNL; sua
abrangência é local, se restringindo a AID. Ainda, é um impacto reversível uma vez que o
ambiente pode voltar as condições originais através de medidas de controle. É um impacto
mitigável, visto que o próprio processo prevê medidas de enquadramento do efluente na
legislação. Sua ocorrência é certa, sendo este impacto relacionado com a operação da UTE
e TGNL e considerado não cumulativo e não sinérgico, devido a extensão perceptível do
impacto se concentrar na proximidade da ADA (7 metros) sem interferência de outros
empreendimentos.
Assim, considerando a pequena alteração observada decorrente ao descarte de efluente
pelo emissário submarino e regaseificação, o impacto de Alteração da Qualidade da Água
Marinha foi classificado como de Magnitude e Significância Baixa.
9Climate Forecast System Reanalys.
50166-EV-RT005-0
9-133
Impacto Atributos Projeto Verde Atlântico Energias
TGNL GM/T UTE LT GD
Alteração da Qualidade da Água Marinha
Natureza N n.a N n.a n.a
Incidência D n.a D n.a n.a
Duração P n.a P n.a n.a
Temporalidade I n.a IM n.a n.a
Abrangência Territorial L n.a L n.a n.a
Reversibilidade R n.a R n.a n.a
Possibilidade de Mitigação M n.a M n.a n.a
Probabilidade de Ocorrência C n.a C n.a n.a
Cumulatividade e Sinergismo N n.a N n.a n.a
Magnitude B n.a B n.a n.a
Significância B n.a B n.a n.a
PAE Significância Baixa n.a = não aplicável Natureza: Positiva (P) / Negativa (N) - Incidência: Direta (D) / Indireta (I) - Duração: Temporário (T) / Permanente (P) - Temporalidade: Imediato (IM) / Curto Prazo (CP) / Médio Prazo (MP) / Longo Prazo (LP) - Abrangência Territorial: Pontual (P) / Local (L) / Regional (R) - Reversibilidade: Reversível (R) / Irreversível (I) - Possibilidade de Mitigação: Mitigável (M) / Não Mitigável (NM) / Potencializável (P) - Probabilidade de Ocorrência: Certa (C) / Provável (P) - Cumulatividade e Sinergismo: Cumulativo e Sinérgico (CS) / Cumulativo e Não Sinérgico (CNS) / Não Cumulativo e Não Sinérgico (N) - Magnitude: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A) - Significância: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A)
c. Medidas de Controle e Programas Ambientais Associados
Mesmo sendo avaliado como de significância baixa é importante realizar o monitoramento
da qualidade das águas marinhas para verificar possíveis alterações e tomar as medidas de
controle necessárias de forma rápida e efetiva. Estas medidas estão descritas no Programa
de Monitoramento da Qualidade das Águas Marinhas.
9.2.3.1.5 Desencadeamento e Intensificação de Processos de Dinâmica Superficial
a. Atividades Associadas
Este impacto está associado com a eficácia do sistema de drenagem pluviais projetada para
a planta industrial da UTE e nas praças das torres da LT. O traçado do GD seguirá a faixa
de domínio da SP-055, aproveitando o sistema de drenagem existente e terrenos
estabilizados.
b. Avaliação do Impacto
Após a implantação da UTE e da LT o desenvolvimento de processos erosivos estão
relacionados com o sistema de drenagem projetado para escoamento da água da chuva.
Para o caso do traçado da LT, dever-se-á dar atenção especial nas áreas a montante da LT
com declividade acentuada que poderá ser objeto de processos erosivos em virtude de
chuvas torrenciais e ou constantes, conforme mapeadas no ANEXO F1.
50166-EV-RT005-0
9-134
Na planta da UTE a água pluvial será direcionada para um tanque de contenção de águas
pluviais não contaminadas. Esse tanque terá dimensões baseadas nos critérios usuais de
contenção de água de chuva e dotado de bombas (2 x 100%) para descarte pela mesma
tubulação de descarte dos efluentes das torres, ou seja, o emissário submarino. Assim, não
é previsto descarte de efluente e águas pluviais, desde modo não haverá favorecimento de
desenvolvimento de processos erosivos e assoreamento nos corpos d’água.
Já ao longo das torres da LT, conforme identificado no diagnóstico ambiental, alguns trechos
do traçado estão assentados em áreas classificadas como de:
Alta susceptibilidade à erosão nos solos subsuperficiais, induzida por movimentos de
terra;
Muito alta susceptibilidade a escorregamentos (naturais e induzidos);
Alta susceptibilidade a escorregamentos (naturais e induzidos);
Alta susceptibilidade a recalques por adensamento de solos moles.
A maneira mais comum de proteger o perfil modificado contra a ação das águas das chuvas
consiste no plantio de gramíneas e ou leguminosas forrageiras em toda a superfície em que
for cortado o terreno e na construção de canaletas de drenagem com seção e revestimentos
adequados. Em casos críticos, deverão ser executadas obras especiais de contenção de
taludes como construção de muros de arrimo, gabiões, revestimento com concreto.
A drenagem do entorno das torres será executada através da construção de canaletas de
drenagem, prevenindo possíveis escorregamentos serão utilizadas transversalmente às
encostas, com finalidade de reduzir a velocidade das águas das chuvas. Se necessário
serão construídas bacias de dissipação e providenciado o plantio de vegetação herbáceo-
arbustiva, com finalidade de evitar o surgimento de processos erosivos.
O aparecimento de processos erosivos nas áreas das torres, ou mesmo próximas a estas,
torna-se um risco para a segurança da operação da LT, principalmente nos locais
identificados como áreas sensíveis no diagnóstico ambiental (ANEXO F1). Caso se inicie
processos erosivos próximos aos corpos hídricos poderá ocorrer carreamento de sedimento
e possível assoreamento da drenagem.
Assim, este impacto foi avaliado apenas para a LT, uma vez que os demais componentes
não afetarão ou intensificarão os processos de dinâmica superficial durante sua operação.
Este impacto foi avaliado como de natureza negativa; incidência direta, ocorrendo devido à
alteração do escoamento superficial da água pluvial; tem duração permanente, ocorrendo
em curto prazo após a implantação da LT; sua abrangência é local, ultrapassando os limites
da ADA, mas se restringindo a AID.
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9-135
Ainda, é um impacto reversível e mitigável, uma vez que o ambiente pode voltar as
condições originais através de medidas de controle de erosão. Sua ocorrência é provável e
considerada como não cumulativo e não sinérgico, devido à extensão perceptível do
impacto se concentrar na ADA sem interferência de outros empreendimentos.
Assim, considerando as áreas sensíveis mapeadas, assim como as medidas de controle já
previsto para construção e operação da LT, este impacto foi classificado como de
Magnitude Média e Significância Média.
Impacto Atributos Projeto Verde Atlântico Energias
TGNL GM/T UTE LT GD
Desencadeamento e Intensidade de Processos de
Dinâmica Superficial
Natureza n.a n.a n.a N n.a
Incidência n.a n.a n.a I n.a
Duração n.a n.a n.a P n.a
Temporalidade n.a n.a n.a CP n.a
Abrangência Territorial n.a n.a n.a L n.a
Reversibilidade n.a n.a n.a R n.a
Possibilidade de Mitigação n.a n.a n.a M n.a
Probabilidade de Ocorrência n.a n.a n.a P n.a
Cumulatividade e Sinergismo n.a n.a n.a N n.a
Magnitude n.a n.a n.a M n.a
Significância n.a n.a n.a M n.a
PVAE Significância Média n.a = não aplicável Natureza: Positiva (P) / Negativa (N) - Incidência: Direta (D) / Indireta (I) - Duração: Temporário (T) / Permanente (P) - Temporalidade: Imediato (IM) / Curto Prazo (CP) / Médio Prazo (MP) / Longo Prazo (LP) - Abrangência Territorial: Pontual (P) / Local (L) / Regional (R) - Reversibilidade: Reversível (R) / Irreversível (I) - Possibilidade de Mitigação: Mitigável (M) / Não Mitigável (NM) / Potencializável (P) - Probabilidade de Ocorrência: Certa (C) / Provável (P) - Cumulatividade e Sinergismo: Cumulativo e Sinérgico (CS) / Cumulativo e Não Sinérgico (CNS) / Não Cumulativo e Não Sinérgico (N) - Magnitude: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A) - Significância: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A)
c. Medidas de Controle e Programas Ambientais Associados
Para acompanhar e monitorar o desenvolvimento de processos de dinâmica superficial,
principalmente ao longo do traçado da LT, será desenvolvido o Programa de Manutenção
da Faixa de Servidão da Linha de Transmissão (LT) para verificar a necessidade de medidas
corretivas e de mitigação.
50166-EV-RT005-0
9-136
9.2.3.1.6 Riscos de Acidentes
a. Atividades Associadas
Os estudos de análise de risco (EAR) foram realizados para os riscos tecnológicos, em
consonância com a Norma Cetesb P4.261, considerando os componentes TGNL; UTE e
GD. Além destas análises de risco foi considerado o risco de acidente envolvendo
vazamento de óleo ao mar referente a colisão de embarcação com o costado da embarcação
já atracada no TGNL.
b. Avaliação do Impacto
Estudo de Análise de Risco (EAR)
As técnicas de identificação de riscos são ferramentas voltadas à identificação dos possíveis
eventos indesejáveis que podem levar a uma condição danosa. Dentre as técnicas utilizadas
pode-se citar a Análise de Perigos e Operabilidade (HazOp – Hazard and Operability
Analysis), a Análise Preliminar de Riscos (APR), a What if? a Análise de Modos de Falhas e
Efeitos (AMFE), entre outras.
Para a realização da etapa de identificação das situações de risco decorrentes de acidentes
ampliados nas instalações e operações a serem realizadas no empreendimento em análise
foi selecionada a técnica de Análise Preliminar de Riscos (APR). Esta técnica foi selecionada
por ter boa aplicabilidade tanto em etapas de projetos como também em unidades já em
operação, em análises nas quais o enfoque não seja as consequências trazidas por desvios
operacionais ou sistêmicos, e sim a ocorrência de acidentes envolvendo perdas de
contenção na instalação, as quais possam gerar fatalidades à circunvizinhança,
proporcionando neste caso uma revisão dos aspectos de segurança existentes na mesma.
A Análise Preliminar de Riscos (APR) tem por objetivo identificar situações de perigo na
instalação cuja ocorrência tenha origem em erros humanos, em falhas intrínsecas aos
equipamentos ou na interação entre ambos.
A seguir é apresentada as principais considerações referente ao EAR, sendo o mesmo
apresentado na integra no ANEXO F3.
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9-137
A identificação dos riscos relacionados aos trechos de gasoduto, tanto de interligação do
terminal de regaseificação até as Estações de Medição e Regulagem (EMRP) quanto do
gasoduto de distribuição Peruíbe – Cubatão foi realizada por trechos, sendo estes definidos
com base no diâmetro, pressão de operação e pontos notáveis relevantes do traçado. Nas
situações envolvendo a ocorrência de vazamentos contínuos nos trechos do GD foram
estudadas perdas de contenção a partir de pequenos, médios e grandes vazamentos,
relacionados à ocorrência de furos/fissuras/ruptura com 5%, 20% e 100% do diâmetro do
duto no trecho em questão.
Já para as situações envolvendo a ocorrência de vazamentos contínuos nas linhas de
alimentação das turbinas à gás internas à UTE, foram estudadas perdas de contenção nas
tubulações e equipamentos a partir das classes de pequenos vazamentos, relacionadas à
ocorrência de furos e/ou fissuras com até 10% do diâmetro, e grandes vazamentos, a partir
da ocorrência de rupturas catastróficas, conforme a divisão de classes de vazamento
apresentada no capítulo de perda de contenção (LoC) da referência bibliográfica “Reference
Manual Bevi Risk Assessments; Version 3.2; 2009; RIVM (National Institute of Public Health
and the Environment)”.
Para as instalações e operações analisadas foram observados os sistemas de detecção e
proteção presentes, voltados à normalização da situação emergencial prevista ou mesmo à
redução da possibilidade de ocorrência ou da amplitude dos efeitos físicos gerados.
A estimativa da amplitude dos efeitos físicos foi realizada para todas as hipóteses acidentais
identificadas nas planilhas de APR, relacionadas com vazamentos e/ou liberações de gás
natural (ANEXO F3).
Para realização da estimativa das consequências foi utilizado o software Phast, versão 6.7,
desenvolvido pela empresa DNV-Technica, tendo sido utilizados modelos matemáticos de
acordo com a especificidade de cada situação em análise.
Através da técnica de identificação de perigos APR – Análise Preliminar de Riscos foram
levantadas 29 hipóteses acidentais, a partir das quais foram contemplados grandes, médios
e pequenos vazamentos de gás natural nos sistemas citados acima, objetos deste estudo.
Para as hipóteses acidentais levantadas foram estimadas as amplitudes das consequências,
por meio do software Phast Risk versão 6.7. As frequências de ocorrência das classes de
vazamento nos gasodutos foram definidas a partir do 9th Report of the European Gas
Pipeline Incident Data Group (EGIG), sendo que a partir das mesmas foram estimadas, por
meio da associação de probabilidades de ignição imediata e retardada nas árvores de
eventos, as frequências de ocorrência dos efeitos físicos. As probabilidades de ignição
imediata e retardada foram definidas em conformidade com a Norma Cetesb P4.261.
50166-EV-RT005-0
9-138
A partir das consequências calculadas e das frequências estimadas foram estimados os
riscos social e individual, sendo para isto adotada a metodologia apresentada na Norma
Cetesb P4.261.
Os resultados do risco social demonstram que o risco social se encontra na região tolerável
na curva referente ao município de Peruíbe. Já nas curvas referentes aos municípios de
Itanhaém e Cubatão as curvas encontram-se em sua maioria na região tolerável com uma
pequena porção na região ALARP. Quanto ao risco individual, o nível máximo obtido foi de
1,00 x 10-8 ano-1.
Assim, se comparados os riscos obtidos aos critérios preconizados na Norma Cetesb P4.261
– Risco de Acidente de Origem Tecnológica – Método para decisão e termos de referência,
os riscos impostos pelo empreendimento, podem ser considerados aceitáveis.
Apesar dos níveis de risco estarem em níveis aceitáveis, algumas recomendações já são
propostas nesta etapa de elaboração da APR- Análise Preliminar de Riscos, sendo:
Realizar estudo de classificação de áreas na UTE;
Instalar detector de gás natural na área próxima à entrada de gás natural nas turbinas
interligados à sirene de alerta;
Realizar ensaios e testes segundo a Norma API- 5L – Specification for Line Pipe no GD
e no GM/T;
Elaborar Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) e Plano de Ação de Emergência
(PAE) contemplando cenários de vazamento de gás natural no TGNL, nas áreas internas
à UTE e ao longo do traçado do GD;
Quanto ao uso de produtos químicos na UTE:
o Treinar os funcionários da unidade quanto ao manuseio e armazenamento, inclusive
quanto a evitar mistura de qualquer produto;
o Disponibilizar kits ambientais (absorventes) em caso de vazamento de produtos
químicos;
o Treinar os operadores a manusear os produtos químicos apenas com EPIs
adequados;
o Disponibilizar bombonas para material contaminado e bomba para sucção de acordo
com o volume derramado; e
o Prover as áreas de químicos com sistema de contenção.
50166-EV-RT005-0
9-139
Modelagem de Dispersão de Óleo
A modelagem de dispersão de óleo foi conduzida através da utilização de um sistema de
modelos conhecido como OILMAP, desenvolvido pela RPS (ANEXO F4) para a
caracterização dos padrões de circulação hidrodinâmica foram utilizados os dados já
apresentados no diagnóstico do Ambiente Marinho realizado através do sistema de modelos
numéricos Delft3D.
Para determinar os intervalos de probabilidade de ocorrência do óleo na água e na costa,
foram conduzidas simulações probabilísticas considerando: duas condições sazonais (verão
e inverno), um ponto de modelagem, um volume de derrame (5.000 m³) e um tipo de produto
(Óleo Combustível Marítimo Bunker C). Também foram realizados cenários determinísticos,
para ambas as condições sazonais, representativos das simulações que apresentaram a
maior extensão de costa atingida pelo óleo.
As simulações foram conduzidas por 60 horas, que é o tempo preconizado no item 2.2 do
Anexo III da Resolução Conama nº 398/08 para disponibilização de recursos de
contenção/limpeza no local da ocorrência, com valores de Capacidade Efetiva Diária de
Recolhimento (CEDRO) iguais a 8.000 m³/dia para Zona Costeira.
A modelagem probabilística demonstrou domínios similares entre os dois períodos, sendo
que no inverno observa-se que o deslocamento preferencial do óleo ocorre para o sul e no
verão para o norte. Em ambos os resultados, observa-se probabilidade de toque do óleo na
costa ao longo do litoral dos municípios de Iguape (SP) ao Guarujá (SP).
O QUADRO 9.2.3.1.6-1 apresenta o resumo dos resultados obtidos para os cenários
probabilísticos.
QUADRO 9.2.3.1.6-1
RESULTADOS DAS SIMULAÇÕES PROBABILÍSTICAS
Cenário Extensão de toque na costa (km) Área total na superfície da água (km²)
Verão 167,8 1.903,4 Inverno 134,0 1.929,5
Nas FIGURAS 9.2.3.1.6-1 e 9.2.3.1.6-2 são apresentados os resultados destas simulações.
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9-140
FIGURA 9.2.3.1.6-1
CONTORNOS DE PROBABILIDADE DE ÓLEO DURANTE PERÍODO DE VERÃO,
APÓS 60 HORAS DE SIMULAÇÃO
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9-141
FIGURA 9.2.3.1.6-2
CONTORNOS DE PROBABILIDADE DE ÓLEO DURANTE PERÍODO DE INVERNO,
APÓS 60 HORAS DE SIMULAÇÃO
Pelas figuras acima é possível afirmar que considerando 40-50% de probabilidade o óleo
proveniente de um possível acidente de colisão ficaria contido nas imediações, distando,
aproximadamente 10 km do TGNL.
Considerando a probabilidade de 0-10% o óleo percorreria um trajeto de 167 km (de Iguape
até Bertioga). Vale destacar que as simulações realizadas consideram a trajetória e o
intemperismo do óleo na ausência de qualquer medida de contenção e remoção do mesmo,
fato que não ocorrerá na operação do TGNL.
Assim, para esta avaliação foi considerada de forma hipotética, visto que se trata de “Risco
de Acidente”, a ocorrência de falhas operacionais ocasionando acidentes relativos ao
vazamento de óleo. Neste caso, o impacto é avaliado de natureza negativa; incidência
direta; tem duração permanente, ocorrendo em longo prazo, visto que as alterações
somente serão percebidas se ocorrer falha durante a operação do mesmo, sem prazo
definido.
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9-142
Sua abrangência pode variar de local para regional, podendo ultrapassar a AII dependendo
da gravidade da situação. Ainda, é um impacto irreversível, uma vez que, mesmo com a
implantação de medidas de recuperação referentes ao vazamento de óleo, não se atingirá
a totalidade das condições ambientais originais.
Apesar de ser considerado Risco de Acidente, este impacto pode ser mitigado com o
emprego de medidas emergenciais e de gerenciamento de risco. Sua ocorrência é provável,
visto que somente após falhas operacionais poderá ocorrer tal impacto, ainda pode ser
considerado um impacto cumulativo e sinérgico, se considerado o pior cenário e sua
cumulatividade com empreendimentos da região da Baixada Santista (porto de Santos),
podendo afetar a biota marinha e a população do entorno do empreendimento.
Assim, devido considerando um possível acidente de falha operacional as consequências
deste impacto podem ser consideradas de Alta Magnitude e Significância.
Impacto Atributos Projeto Verde Atlântico Energias
TGNL GM/T UTE LT GD
Riscos de Acidentes
Natureza N N N n.a N
Incidência D D D n.a D
Duração P P P n.a P
Temporalidade LP LP LP n.a LP
Abrangência Territorial R R R n.a R
Reversibilidade IR IR IR n.a IR
Possibilidade de Mitigação M M M n.a M
Probabilidade de Ocorrência P P P n.a P
Cumulatividade e Sinergismo CS CS CS n.a CS
Magnitude A A A n.a A
Significância A A A n.a A
PVAE Significância Alta n.a = não aplicável Natureza: Positiva (P) / Negativa (N) - Incidência: Direta (D) / Indireta (I) - Duração: Temporário (T) / Permanente (P) - Temporalidade: Imediato (IM) / Curto Prazo (CP) / Médio Prazo (MP) / Longo Prazo (LP) - Abrangência Territorial: Pontual (P) / Local (L) / Regional (R) - Reversibilidade: Reversível (R) / Irreversível (I) - Possibilidade de Mitigação: Mitigável (M) / Não Mitigável (NM) / Potencializável (P) - Probabilidade de Ocorrência: Certa (C) / Provável (P) - Cumulatividade e Sinergismo: Cumulativo e Sinérgico (CS) / Cumulativo e Não Sinérgico (CNS) / Não Cumulativo e Não Sinérgico (N) - Magnitude: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A) - Significância: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A)
c. Medidas de Controle e Programas Ambientais Associados
De forma a prevenir e diminuir o tempo de resposta caso ocorrerá acidentes deverá ser
realizado treinamento adequado dos funcionários, assim como implantados os Programa de
Gerenciamento de Risco (PGR).
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9-143
9.2.3.1.7 Alteração da Hidrodinâmica Marinha e da Sedimentação Praial
a. Atividades Associadas
As atividades relacionadas que podem interferir na circulação hidrodinâmica referem-se à
presença do quebra-mar para operação do TGNL.
b. Avaliação do Impacto
Está prevista a implantação de um quebra-mar de 900,0 m de comprimento e 87,0 m de
largura para fornecer área abrigada para a atracação e amarração dos navios e para as
operações de transferência de gás natural liquefeito (GNL) e descarregamento de gás
natural comprimido (GNC).
A proteção fornecida pelo quebra-mar reduzirá o risco de interrupção das operações devido
ao mau tempo, e aumentará a eficiência dos rebocadores e o grau de controle das manobras
de atracação e desatracação no berço do píer de descarregamento. O alinhamento do
quebra-mar foi definido de forma a fornecer uma área abrigada, protegendo o berço e
mantendo-se dentro dos limites da área do projeto. A forma de construção proposta para os
900 m do quebra-mar constitui-se de um núcleo de raspa de pedreira (quarry run) protegido
nos dois lados por uma camada dupla de carapaça e subcarapaça.
Como acesso dos navios supridores ao navio FSRU atracado será definido um canal
marítimo de acesso e saída, com largura de 166,0 m e profundidade de 17,1 m (DHN), sendo
necessária a dragagem de cerca de 60.750 m³ para implantação do quebra-mar.
Estas alterações apresentam potencial de alteração da hidrodinâmica marinha, costeira e
dos processos de erosão e sedimentação praial. Para verificar estas possíveis alterações
foram realizadas as modelagens de: (i) Modelagem Hidrodinâmica e de Ondas para
Avaliação da Situação Atual e Possíveis Alterações na Configuração Futura com a
Implantação do TGNL; e (ii) Modelagem de Transporte de Sedimento e Linha da Costa
Considerando a Situação Atual e a Implantação do TGNL. Destaca-se que a modelagem
completa é apresentada no Capítulo 8.2.7 - Hidrodinâmica e Sedimentação Costeira, deste
Relatório, sendo aqui apresentada a conclusão do estudo.
Pelas modelagens pode-se perceber que com a implantação do empreendimento a direção
da corrente marinha serem semelhantes ao observado atualmente, sendo preferencialmente
nas direções NE e SW, conforme FIGURA 9.2.3.1.7-1.
50166-EV-RT005-0
9-144
FIGURA 9.2.3.1.7-1
COMPARAÇÃO DO HISTOGRAMA ATUAL E FUTURO (COM EMPREENDIMENTO)
Situação Atual Situação Futura
Atualmente predominam as correntes inferiores à 0,1 m/s em 50,2% das ocorrências, e
permanecem entre 0,1 m/s e 0,2 m/s em 35,5%. Além disso, a intensidade máxima foi de
0,53 m/s. As correntes mais intensas seguem para NE, associadas à passagem de frentes
frias e aos respectivos ventos provenientes dos quadrantes de S, conforme já comentado.
Nota-se que após a implantação do empreendimento as correntes inferiores à 0,1 m/s
permanecem predominante, agora com 50,1% das ocorrências. Assim, a distribuição de
velocidades no ponto analisado é semelhante para simulação com e sem o TGNL.
Destaca-se que estes padrões se mantêm para as análises dos padrões sazonais de
intensidade e direção das correntes (verão, outono, inverno e primavera), sem evidenciar
alteração no padrão local de correntes.
Contudo a modelagem demonstrou que, após a implantação do empreendimento, ocorreu
uma redução nas alturas de ondas mais frequentes. Em todas as estações estas se
mantiveram principalmente na classe de 0,5 m a 1,0 m. Além disso, as direções de incidência
passaram a ser dominantes de E e S.
Os valores extremos também foram reduzidos, variando agora desde 1,9 m no outono à 1,6
m no verão. O período máximo de 17,7 s ocorreu no inverno. Antes da intervenção, o valor
máximo atingido foi de 19,8 s, também nesta estação (FIGURA 9.2.3.1.7-2).
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9-145
FIGURA 9.2.3.1.7-2
HISTOGRAMA DIRECIONAL DE ALTURA SIGNIFICATIVA E DIREÇÃO DAS ONDAS E
DE PERÍODO DE PICOS
Altura significativa e direção das ondas
Situação Atual Situação Futura
Período de pico e direção das ondas
Situação atual Situação futura
Para ilustrar a distribuição espacial das ondas na área do empreendimento antes e após a
implementação do empreendimento é apresenta a FIGURA 9.2.2.1.7-3 que representam as
condições de Windsea e Swell, respectivamente.
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9-146
FIGURA 9.2.3.1.7-3
ALTURA SIGNIFICATIVA (M) E DIREÇÃO DE INCIDÊNCIA DAS ONDAS (VETORES)
WINDSEA SWELL
Situação atual Situação atual
Situação futura Situação futura
Tanto para a condição de Windsea, como de Swell, observa-se a formação de uma zona de
sombra, na qual o empreendimento interrompe a chegada da ondulação predominante na
área Local, de SE. As alturas de onda são então reduzidas na retaguarda do
empreendimento. Vale ressaltar que, a alteração nas direções de onda observada na análise
pontual, sendo de E e S, ocorre uma vez que o ponto de análise se situa bem próximo ao
empreendimento, na retaguarda do mesmo.
A influência do empreendimento diminui quanto mais próximo à praia, sendo esta
considerada quase que insignificante. Estes dados são importantes para verificar possíveis
alterações no transporte de sedimento e da linha de costa. A comparação da situação e
futura para sedimentação é apresentada na FIGURA 9.2.3.1.7-4.
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9-147
FIGURA 9.2.3.1.7-4
MAPA DE SEDIMENTAÇÃO (M)
Situação Atual Situação Futura
Ver
ão
Ou
ton
o
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9-149
De maneira geral, os resultados obtidos apresentam tendências erosivas na região de
quebra das ondas, onde ocorre a maior remobilização de sedimentos. Já os processos de
deposição de sedimentos correspondem ao processo de equilíbrio dinâmico em resposta a
tais processos erosivos, próprios da dinâmica local.
Observa-se que nos meses de outono, inverno e primavera houve deposição de sedimentos
perpendicular à estrutura e em direção à costa (na zona de sombra do quebra-mar) com
espessura inferior à 10 cm. Uma vez que o empreendimento está projetado na isóbata de
15 metros, sua localização não caracteriza a profundidade de fechamento, considerando as
alturas médias de ondas ali incidentes.
Desta forma, de acordo com os resultados da modelagem de transporte de sedimentos, o
aporte sedimentar com a presença do quebra-mar na ADA está associado à uma
sedimentação de baixa magnitude, estando inclusive dentro de erros associados à
levantamentos batimétricos.
Enfatiza-se que em virtude da distância do TGNL para a linha de costa (10km), as alterações
de transporte de sedimentos (deposição) não atingem a costa, conforme observado nas
figuras acima. Deste modo a linha da costa mantêm as mesmas características hoje
observada, sem alteração com a implantação do empreendimento.
Deste modo é avaliado de natureza negativa; incidência direta; tem duração permanente,
ocorrendo em médio prazo, visto que as alterações somente serão percebidas após alguns
meses ou mesmo anos ao início das obras; sua abrangência é local, dado que se
manifestará na ADA podendo se estender para a AID, contudo sem atingir a AII.
Ainda, é um impacto irreversível uma vez que só cessará após a retirada das estruturas do
empreendimento. Ainda, é impacto não mitigável visto que não há medidas que minimizem
ou evitem estas alterações, sua ocorrência é certa, sendo este impacto relacionado com a
construção do quebra-mar e considerado não cumulativo e não sinérgico, visto que não
existem outros empreendimentos na região com potencial para causar este impacto.
Assim, devido à baixa interferência na hidrodinâmica e na sedimentação marinha a
Magnitude deste impacto para o TNGL é considerada como Baixa e sua Significância,
também é considerada Baixa.
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9-150
Impacto Atributos Projeto Verde Atlântico Energias
TGNL GM/T UTE LT GD
Alteração da Hidrodinâmica Marinha e da
Sedimentação Praial
Natureza N n.a n.a n.a n.a
Incidência D n.a n.a n.a n.a
Duração P n.a n.a n.a n.a
Temporalidade IM n.a n.a n.a n.a
Abrangência Territorial L n.a n.a n.a n.a
Reversibilidade I n.a n.a n.a n.a
Possibilidade de Mitigação M n.a n.a n.a n.a
Probabilidade de Ocorrência P n.a n.a n.a n.a
Cumulatividade e Sinergismo NCS n.a n.a n.a n.a
Magnitude B n.a n.a n.a n.a
Significância B n.a n.a n.a n.a
PVAE Significância Baixa n.a = não aplicável Natureza: Positiva (P) / Negativa (N) - Incidência: Direta (D) / Indireta (I) - Duração: Temporário (T) / Permanente (P) - Temporalidade: Imediato (IM) / Curto Prazo (CP) / Médio Prazo (MP) / Longo Prazo (LP) - Abrangência Territorial: Pontual (P) / Local (L) / Regional (R) - Reversibilidade: Reversível (R) / Irreversível (I) - Possibilidade de Mitigação: Mitigável (M) / Não Mitigável (NM) / Potencializável (P) - Probabilidade de Ocorrência: Certa (C) / Provável (P) - Cumulatividade e Sinergismo: Cumulativo e Sinérgico (CS) / Cumulativo e Não Sinérgico (CNS) / Não Cumulativo e Não Sinérgico (N) - Magnitude: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A) - Significância: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A)
c. Medidas de Controle e Programas Ambientais Associados
Deste modo, considerando a distância entre as estruturas e a linha de costa, a ausência de
alterações significativas verificada nas modelagens realizadas, assim como a baixa
magnitude e significância deste impacto, não é previsto programa de monitoramento para o
mesmo.
9.2.3.2 Impactos sobre o Meio Biótico
9.2.3.2.1 Alteração na Biota Aquática
a. Atividades Associadas
Na fase de operação, as possíveis alterações na biota aquática se relacionam com o
lançamento dos efluentes térmicos no mar pelo emissário submarino da UTE, assim como
do lançamento dos efluentes térmicos da regaseificação a partir do navio FSRU, localizado
no TGNL.
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9-151
b. Avaliação do Impacto
Conforme detalhado no impacto de alteração da qualidade da água, durante a operação da
UTE, serão gerados efluentes sanitários e industriais com o potencial de interferir na
qualidade das águas, incluindo água de lavagem de áreas contaminadas com óleo; água de
drenagem pluvial de áreas industriais; efluentes provenientes das purgas das bacias das
torres de resfriamento e das bacias de contenção de produtos químicos (especialmente
ácido sulfúrico e soda cáustica), pré-neutralizados no tanque de neutralização da unidade
de desmineralização.
Segundo o Memorial Descritivo do Empreendimento, o maior volume de efluente líquido
gerado na UTE é proveniente das purgas das bacias das torres de resfriamento, o qual
apresenta como característica elevada temperatura. Esse efluente será lançado no mar por
meio de emissário submarino, a cerca de 2 km da costa, após passar pela Estação de
Tratamento de Efluentes (ETE) da UTE.
De acordo com o impacto de alteração da qualidade da água e com as simulações para a
dispersão do efluente, a temperatura de descarte do efluente térmico está prevista em 26
°C, o que representa uma diferença de 8,11 °C em relação à temperatura da água do
ambiente (17,89 °C). Após o lançamento, a pluma térmica percorrerá uma distância de 185,0
m, sofrendo gradual diminuição na zona de mistura, que tem uma extensão horizontal de
aproximadamente 7,0 m medida a partir do ponto de descarte.
As simulações evidenciaram conformidade com os padrões estabelecidos pela Resolução
Conama no 430/11, que indica que os efluentes de qualquer fonte poluidora somente
poderão ser lançados diretamente no corpo receptor desde que a temperatura seja inferior
a 40 °C e a variação de temperatura do corpo receptor não exceda 3 °C no limite da zona
de mistura.
Alguns grupos das comunidades planctônicas, nectônicas e bentônicas são sensíveis às
alterações térmicas, pois a temperatura exerce influência nas atividades biológicas e no
crescimento de alguns táxons.
Vianna e Sanquetta (2012) apontam que, no ecossistema aquático marinho, a temperatura
pode exercer um efeito direto sobre o tamanho das células do fitoplâncton. Em águas mais
quentes aumenta a competição de nutrientes entre os organismos heterotróficos e o
fitoplâncton, o que resulta na dominância de células menores e mais eficazes (HILLIGSOE
et al., 2011). Em consequência, a redução no tamanho das células dos produtores primários
pode acarretar diminuição na quantidade de energia transferida para os próximos níveis
tróficos (SOMMER & LENGFELLNER, 2008), o que interfere nos processos ecológicos
responsáveis pela manutenção das populações marinhas nos diferentes níveis tróficos.
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9-152
Deve-se considerar ainda que elevações na temperatura da água na zona de mistura do
emissário da UTE pode favorecer o desenvolvimento de alguns grupos do fitoplâncton, como
as cianobactérias.
Campelo (2010) realizou um amplo estudo na zona costeira no Espírito Santo, com o objetivo
de monitorar os efeitos potenciais do descarte de efluente industrial aquecido sobre a
comunidade zooplanctônica. Segundo o autor, os resultados obtidos indicaram distinção
entre o ponto amostral sob influência direta do efluente industrial, que apresentou média
térmica da água superior, em 2 °C, aos demais locais amostrados.
Neste estudo, a comunidade zooplanctônica sofreu variação espacial em densidade e
diversidade, com menores densidades nas áreas mais próximas do descarte industrial e
maior diversidade junto à porção mais costeira e sob influência direta do efluente. Os
copépodes foram os grupos mais abundantes, sobretudo os gêneros Acartia, Temora e
Paracalanus, os quais exibiram variabilidade espacial em suas populações, consistentes
com as diferenças ambientais observadas nos pontos amostrais, especialmente os sob
maior influência do efluente aquecido (CAMPELO, 2010). Cabe indicar que os gêneros
mencionados também foram registrados na zona costeira de Peruíbe, nas campanhas
realizadas na etapa do diagnóstico ambiental (agosto/dezembro de 2016).
Considerando as alterações previstas na qualidade da água na fase de operação da UTE,
infere-se que na zona de mistura ocorrerá predomínio de exemplares planctônicos e
bentônicos euritérmicos e generalistas na preferência de habitat, visto que possuem uma
gama maior de estratégias adaptativas a diversas condições ambientais.
Na unidade da UTE serão manuseadas diversas substâncias químicas, tais como polifosfato
de sódio, água amoniacal, hipoclorito de sódio, solução anti-incrustante, ácido sulfúrico,
hidróxido de sódio, agente coagulante, alguns dos quais serão utilizados nos sistemas de
tratamentos de águas, conforme detalhado no Memorial Descritivo do Empreendimento.
Contudo, eventuais ocorrências de acidentes são contempladas no Estudo de Análise de
Risco (EAR), compreendendo as devidas medidas de contingência e de emergência.
De acordo com a caracterização do empreendimento, na fase de operação o TGNL
fornecerá gás natural para a UTE (via GM/T), sendo direcionado também ao Gasoduto de
Distribuição (GD) que interligará a região da UTE até o city gate da Comgás em Cubatão.
Relativo ao TGNL e suas estruturas associadas, está previsto o lançamento de efluentes
térmicos – com temperatura inferior à do ambiente natural – da regaseificação a partir do
navio FSRU. Este lançamento, que ocorrerá apenas sobre o ambiente marinho, promoverá
a formação de pluma térmica com extensão horizontal de aprox. 6,8 m – a partir desta
distância ocorre o enquadramento da pluma (conforme Resolução Conama nº 430/11), ou
seja, a diferença de temperatura entre o ambiente natural e a pluma torna-se igual ou inferior
a 3 °C. Então, os efeitos sobre o ambiente e a biota associada tornam-se reduzidos.
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9-153
Vale dizer que, para além desta distância (a partir dos 6,8 m), a troca de calor e o
espalhamento da pluma continuam até que, numa distância de 2.3 km no verão e 1.2 km no
inverno, a diferença de temperatura é de 0,1 °C, ou seja, nestas posições a pluma está com
uma temperatura praticamente igual ao ambiente.
Durante a fase de operação não estão previstas interferências na biota aquática do ambiente
continental associadas aos componentes LT e Gasodutos.
A alteração na biota aquática marinha devido aos lançamentos de efluentes acima citados é
um impacto negativo, indireto; de caráter temporário e reversível em função do potencial
de diluição dos efluentes na zona de mistura - medidas a partir dos pontos de descarte, as
ZM têm extensões horizontais de aproximadamente 7,0 e 6,8 m, para o emissário da UTE e
para o FSRU, respectivamente - e da capacidade de recuperação das comunidades
aquáticas. Esse impacto será de provável ocorrência local, com maior intensidade nas
zonas de mistura (ADA), porém, em menor proporção, poderá atingir a AID imediata,
podendo se manifestar imediatamente após o descarte de efluentes, sendo considerado
não cumulativo e não sinérgico.
Trata-se de um impacto mitigável, levando em conta as medidas que serão adotadas para
o atendimento à legislação vigente, que estabelece critérios para o lançamento de efluentes
(Resolução Conama nº 430/11). Considerando o potencial de interferência nas comunidades
aquáticas e ponderando-se a pequena extensão das plumas de dispersão dos efluentes,
têm-se Magnitude e Significância Baixas.
Impacto Atributos Projeto Verde Atlântico Energias
TGNL GM/T UTE LT GD
Alteração na Biota Aquática
Natureza N n.a N n.a n.a
Incidência I n.a I n.a n.a
Duração T n.a T n.a n.a
Temporalidade IM n.a IM n.a n.a
Abrangência Territorial L n.a L n.a n.a
Reversibilidade R n.a R n.a n.a
Possibilidade de Mitigação M n.a M n.a n.a
Probabilidade de Ocorrência P n.a P n.a n.a
Cumulatividade e Sinergismo N n.a N n.a n.a
Magnitude B n.a B n.a n.a
Significância B n.a B n.a n.a
PVAE Significância Baixa n.a = não aplicável Natureza: Positiva (P) / Negativa (N) - Incidência: Direta (D) / Indireta (I) - Duração: Temporário (T) / Permanente (P) - Temporalidade: Imediato (IM) / Curto Prazo (CP) / Médio Prazo (MP) / Longo Prazo (LP) - Abrangência Territorial: Pontual (P) / Local (L) / Regional (R) - Reversibilidade: Reversível (R) / Irreversível (I) - Possibilidade de Mitigação: Mitigável (M) / Não Mitigável (NM) / Potencializável (P) - Probabilidade de Ocorrência: Certa (C) / Provável (P) - Cumulatividade e Sinergismo: Cumulativo e Sinérgico (CS) / Cumulativo e Não Sinérgico (CNS) / Não Cumulativo e Não Sinérgico (N) - Magnitude: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A) - Significância: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A)
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c. Medidas de Controle e Programas Ambientais Associados
Conforme o Memorial Descritivo do Empreendimento, os efluentes sanitários serão
encaminhados para a rede de coleta da concessionária Sabesp. Os efluentes líquidos
industriais da UTE serão submetidos ao tratamento e posteriormente serão enviados por
meio de tubulações até um ponto que dista cerca de 2 km da praia e a 4,5 km da UTE, onde
será realizado o descarte, segundo os padrões da legislação vigente.
Durante a etapa de operação, será adotado o Programa de Monitoramento das Águas
Marinhas e o Subprograma de Monitoramento da Biota Aquática, visando detectar
interferências nas comunidades aquáticas e propor medidas mitigadoras.
9.2.3.2.2 Surgimento de habitat de fundos consolidados pela instalação de estruturas
submersas
a. Atividades Associadas
As estruturas marinhas do TGNL , com ênfase no quebra-mar, poderão atuar como
substratos consolidados para a colonização da comunidade bentônica e nécton associado.
b. Avaliação do Impacto
Na zona costeira de Peruíbe prevalecem os substratos inconsolidados, sendo colonizados
por organismos bentônicos predominantemente adaptados a essa condição. Conforme
citado, os principais componentes desta comunidade são os anelídeos Polychaeta das
famílias Capitellidae e Cirratulidae e Spionidae.
As estruturas do quebra mar poderão atuar como habitats para a colonização da comunidade
bentônica de fundo consolidado, o que favorecerá localmente um incremento na diversidade
dessa comunidade.
De acordo com Bulleri & Chapman (2004), quebra mares criam hábitats tridimensionais,
oferecendo uma variedade de ambientes diferentes quanto à orientação, sombreamento e
grau de exposição às ondas na região entremarés.
Esse impacto é de natureza positiva, de incidência direta, sendo que as alterações
provocadas apresentam caráter permanente e irreversível, pois haverá a consolidação do
novo substrato. O incremento das comunidades bentônica e nectônica em substratos
consolidados tenderá a ocorrer no médio prazo. Trata-se de um impacto pontual, de baixas
significância e magnitude, pois será restrito localmente às instalações da estrutura
submersa.
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9-155
n.a = não aplicável Natureza: Positiva (P) / Negativa (N) - Incidência: Direta (D) / Indireta (I) - Duração: Temporário (T) / Permanente (P) - Temporalidade: Imediato (IM) / Curto Prazo (CP) / Médio Prazo (MP) / Longo Prazo (LP) - Abrangência Territorial: Pontual (P) / Local (L) / Regional (R) - Reversibilidade: Reversível (R) / Irreversível (I) - Possibilidade de Mitigação: Mitigável (M) / Não Mitigável (NM) / Potencializável (P) - Probabilidade de Ocorrência: Certa (C) / Provável (P) - Cumulatividade e Sinergismo: Cumulativo e Sinérgico (CS) / Cumulativo e Não Sinérgico (CNS) / Não Cumulativo e Não Sinérgico (N) - Magnitude: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A) - Significância: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A) n.a: não se aplica
c. Medidas de Controle e Programas Ambientais Associados
Não existem medidas mitigadoras associadas a esse impacto, no entanto será adotado o
Subprograma de Monitoramento da Biota Aquática, que permitirá acompanhar o
desenvolvimento das comunidades aquáticas.
9.2.3.2.3 Perda de Espécimes da Fauna Terrestre
a. Atividades Associadas
A perda de espécimes da fauna (principalmente aves), em razão da operação de linhas de
transmissão é amplamente documentado na literatura (ALONSO et al. 1999; BEVANGER,
1998; JANSS & FERRER, 1998; JENKINS et al, 2010; RIOUX et al. 2013). A perda de
espécimes da fauna está ligada, principalmente, aos fatores: (i) eletrocussão e (ii) colisão.
A eletrocussão ocorre quando aves se utilizam dessas estruturas para pouso, descanso ou
mesmo construção de ninhos. Ao pousar (ou mesmo se chocar) em estruturas energizadas,
os polos são fechados, causando curto circuito. Por outro lado, o risco de colisão deve-se à
dificuldade das aves de visualizarem os cabos, quando estão em voo. Na maioria das vezes
o impacto das colisões provoca a morte imediata do indivíduo, por meio de mutilações ou
injúrias fatais.
Impacto Atributos Projeto Verde Atlântico Energias
TGNL GM/T UTE LT GD
Surgimento de habitat de fundos consolidados pela
instalação de estruturas submersas
Natureza P n.a n.a n.a n.a
Incidência D n.a n.a n.a n.a
Duração P n.a n.a n.a n.a
Temporalidade MP n.a n.a n.a n.a
Abrangência Territorial P n.a n.a n.a n.a
Reversibilidade I n.a n.a n.a n.a
Possibilidade de Mitigação NM n.a n.a n.a n.a
Probabilidade de Ocorrência P n.a n.a n.a n.a
Cumulatividade e Sinergismo N n.a n.a n.a n.a
Magnitude B n.a n.a n.a n.a
Significância B n.a n.a n.a n.a
PVAE Significância Baixa
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9-156
Esse tipo de ocorrência pode envolver qualquer espécie de ave que tenha capacidade de
voo, entretanto, ameaça, principalmente, as aves de médio e grande porte (ex. garças,
gaviões, falcões e urubus), aves migratórias (ex. Scolopacídeos), aves que se deslocam a
noite (ex. alguns Anatídeos) ou que voam em bandos.
Durante os estudos dedicados ao diagnóstico das Áreas de Influência do Projeto Verde
Atlântico Energias foram identificadas espécies de aves que fazem parte dos grupos mais
sensíveis a esse impacto. Entre elas destacam-se espécies pertencentes às famílias
Phalacrocoracidade, Ardeidae, Threskiornithidae, Anatidae, Accipitridae, Falconidae,
Cathartidae, Charadriidae, Columbidae, Cuculidae, Strigidae, Caprimulgidae, Apodidae,
Psittacidae, Picidae e aquelas espécies da ordem Passeriforme, que voam à maior altura.
b. Avaliação do Impacto
Durante a operação do PVAE, o impacto de perda de espécimes da fauna se manifestará
em razão do componente LT. Esse impacto apresenta natureza negativa; é direto; e
imediato, pois assim que as estruturas da LT estiverem instaladas, já é possível ocorrer a
perda de espécimes. É um impacto permanente, pois a perda de espécimes poderá ocorrer
enquanto as estruturas estiverem presentes; sua abrangência é pontual, uma vez que
ocorre apenas na ADA do empreendimento; e é irreversível. É de ocorrência certa, estando
associada à própria operação do empreendimento. A perda de espécimes da fauna é
parcialmente mitigável; sua ocorrência é certa; e é considerado não cumulativo e não
sinérgico.
A magnitude do impacto de perda de indivíduos da fauna durante a operação do
empreendimento é, de modo conservador, considerada média, em razão da presença de
grupos de aves vulneráveis a esse tipo de evento, e com base na probabilidade do mesmo
se realizar, considerando os reais efeitos sobre a comunidade de aves. A significância
também é considerada média.
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9-157
Impacto Atributos Projeto Verde Atlântico Energias
TGNL GM/T UTE LT GD
Perda de Espécimes da
Fauna Terrestre
Natureza n.a n.a n.a N n.a
Incidência n.a n.a n.a D n.a
Duração n.a n.a n.a P n.a
Temporalidade n.a n.a n.a IM n.a
Abrangência Territorial n.a n.a n.a P n.a
Reversibilidade n.a n.a n.a I n.a
Possibilidade de Mitigação n.a n.a n.a M n.a
Probabilidade de Ocorrência n.a n.a n.a C n.a
Cumulatividade e Sinergismo n.a n.a n.a N n.a
Magnitude n.a n.a n.a M n.a
Significância n.a n.a n.a M n.a
PVAE Significância Média n.a = não aplicável Natureza: Positiva (P) / Negativa (N) - Incidência: Direta (D) / Indireta (I) - Duração: Temporário (T) / Permanente (P) - Temporalidade: Imediato (IM) / Curto Prazo (CP) / Médio Prazo (MP) / Longo Prazo (LP) - Abrangência Territorial: Pontual (P) / Local (L) / Regional (R) - Reversibilidade: Reversível (R) / Irreversível (I) - Possibilidade de Mitigação: Mitigável (M) / Não Mitigável (NM) / Potencializável (P) - Probabilidade de Ocorrência: Certa (C) / Provável (P) - Cumulatividade e Sinergismo: Cumulativo e Sinérgico (CS) / Cumulativo e Não Sinérgico (CNS) / Não Cumulativo e Não Sinérgico (N) - Magnitude: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A) - Significância: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A)
c. Medidas de Controle e Programas Ambientais Associados
Conforme mencionado, o impacto de perda de espécimes da fauna durante a fase de
operação do empreendimento é parcialmente mitigável, por meio do uso de sinalizadores
instalados nos fios de alta tensão.
Além da mitigação, estão previstos programas ambientais cujas ações podem contribuir –
de maneira indireta – com a compensação dos impactos sobre o meio biótico, tais como o
Programa de Compensação Florestal e o Programa de Compensação Ambiental.
Além dessas ações, deverão ser implementadas ações de monitoramento, não apenas para
se conhecer os reais efeitos desse impacto sobre as populações animais, mas, também,
para avaliar o sucesso das ações de mitigação propostas. Essas ações de monitoramento
são apresentadas no Programa de Monitoramento e Conservação de Fauna Terrestre.
50166-EV-RT005-0
9-158
9.2.3.3 Impactos sobre o Meio Socioeconômico
9.2.3.3.1 Geração de Incômodos à População do Entorno
a. Atividades Associadas
Há atividades previstas na operação que poderão causar incômodos à população do entorno
do empreendimento, incluindo-se a movimentação de embarcações, a operação de
máquinas e equipamentos, o fluxo de pessoas e as atividades de inspeção de rotina e
manutenção.
b. Avaliação do Impacto
A operação do PAE poderá causar distúrbios principalmente à população que reside nas
proximidades do empreendimento, mas também a quem trabalha na região ou apenas
frequenta o local para turismo e lazer, podendo acarretar em alterações no cotidiano dessas
pessoas.
As atividades de operação da UTE geram emissões atmosféricas que podem causar
incômodos à população do entorno. As emissões se resumem aos gases de combustão
provenientes da queima do gás natural nas turbinas a gás e na caldeira auxiliar e de ar úmido
pelas torres de resfriamento. As emissões deverão atender aos padrões legais, de forma a
garantir atendam aos padrões de qualidade do ar e estejam sujeitas a monitoramento,
contudo, a presença das emissões descritas pode gerar sensações negativas à vizinhança
e aos frequentadores das praias próximas ao local, mesmos não havendo efeitos físicos ou
a saúde humana.
Há ainda equipamentos que durante a operação da UTE podem causar ruídos, como a
caldeira e auxiliares, turbina a vapor e auxiliares, sistema de ar comprimido e turbina a gás.
Ressalta-se que as máquinas e equipamentos serão projetados e construídos contemplando
minimização do nível de ruído na área adjacente. Ainda, podem gerar ruídos a tubulação de
escape das válvulas de segurança, válvula de alívio com acionamento elétrico, chaminés,
torre de resfriamento, silenciadores, tanque de descarga contínua das caldeiras, entrada do
ventilador de ar forçado, entrada e saída dos compressores de ar, etc.
Novamente, destaca-se que os estudos e modelagens realizadas indicam que os ruídos
provenientes da operação da UTE estarão em acordo com os padrões legais, mas mesmo
assim podem causar algum tipo de desconforto à população.
Importante destacar também quer a UTE será implantada às margens da SP-055, uma
rodovia de grande circulação, e que não existem comunidades lindeiras à planta industrial.
Os núcleos urbanos mais próximos encontram-se a cerca de 600 m a leste (Jd. São
Francisco), 900 m a oeste (Jd Caraminguava) e 800 m a sul (Cidade Nova Peruíbe e
50166-EV-RT005-0
9-159
Balneário Arpoador), sendo que a distância é um importante fator para amenizar os
incômodos causados à população.
Já no que se refere ao TGNL, os incômodos com as atividades de operação poderão
impactar, em especial, as pessoas que frequentam a região, notadamente para lazer,
turismo e pesca. Destaca-se que os impactos específicos sobre a pesca e sobre, sobre o
tráfego de embarcações e sobre o turismo são analisados detalhadamente e de forma
isolada. Especificamente quanto à incômodos à população, importante mencionar que as
atividades serão realizadas a cerca de 10km da gosta, de modo que embora seja possível
visualizar o tráfego de embarcações, não são esperados outros incômodos, como geração
de ruído ou odores.
Em relação à LT serão realizadas inspeções periódicas aéreas e terrestres, que buscam
verificar a integridade das estruturas metálicas, cadeias de isoladores que suportam os
cabos para-raios e condutores, as condições dos seccionamentos e aterramentos das
estruturas e dos cabos condutores, assim como as condições dos acessos e processos
erosivos que possam vir a comprometer as estruturas. No entanto, o potencial incômodos
destas inspeções e manutenções é mínimo e praticamente restrito aos residentes em
propriedades seccionadas pelo traçado da LT.
Além disso, as atividades de funcionamento da LT podem gerar também ruídos audíveis à
população vizinha. Verifica-se que o ruído audível no limite da faixa de servidão, quando a
LT 345 kV estiver submetida à tensão máxima operativa, deverá ser no máximo 58 dBA,
para a condição de chuva forte. O cálculo do ruído audível foi efetuado conforme
Transmission Line Reference Book - 345kV and Above.
Quanto ao GD e ao GM/T também serão realizadas inspeções de rotina e atividades de
manutenção, contudo, as mesmas podem gerar incômodos temporários e pouco
significantes, não causando maiores inconvenientes à população.
Os distúrbios mencionados referentes a todos os componentes do PVAE são de natureza
negativa, ocorrência provável e devem iniciar com o começo da operação (imediata),
embora a forma do incomodo varie ao longo da operação, principalmente em função das
atividades de manutenção, que são pontuais. A abrangência é local, pois se restringe a
ADA e entorno próximo.
O impacto, no geral, pode ser classificado como de Significância Baixa, podendo ser
sentido no cotidiano de quem reside, trabalha ou frequenta as proximidades do
empreendimento, especialmente no caso do componente UTE, para o qual se atribuiu a
Significância Média.
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9-160
Impacto Atributos Projeto Verde Atlântico Energias
TGNL GM/T UTE LT GD
Geração de Incômodos à População do
Entorno
Natureza N N N N N
Incidência D D D D D
Duração P P P P P
Temporalidade IM IM IM IM IM
Abrangência Territorial L L L L L
Reversibilidade n.a n.a n.a n.a n.a
Possibilidade de Mitigação M M M M M
Probabilidade de Ocorrência C C C C C
Cumulatividade e Sinergismo CS CS CS CS CS
Magnitude B B M B B
Significância B B M B B
PVAE Significância Baixa n.a: não aplicável Natureza: Positiva (P) / Negativa (N) - Incidência: Direta (D) / Indireta (I) - Duração: Temporário (T) / Permanente (P) - Temporalidade: Imediato (IM) / Curto Prazo (CP) / Médio Prazo (MP) / Longo Prazo (LP) - Abrangência Territorial: Pontual (P) / Local (L) / Regional (R) - Reversibilidade: Reversível (R) / Irreversível (I) - Possibilidade de Mitigação: Mitigável (M) / Não Mitigável (NM) / Potencializável (P) - Probabilidade de Ocorrência: Certa (C) / Provável (P) - Cumulatividade e Sinergismo: Cumulativo e Sinérgico (CS) / Cumulativo e Não Sinérgico (CNS) / Não Cumulativo e Não Sinérgico (N) - Magnitude: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A) - Significância: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A)
c. Medidas de Controle e Programas Ambientais Associados
Como medidas de mitigação ressaltam-se as medidas de controle previstas em diversos
programas socioambientais: Plano de Gestão Ambiental da Operação, Programa de
Manutenção da Faixa da Linha de Transmissão (LT) e Programa de Gestão da Qualidade
do Ar.
9.2.3.3.2 Alterações no Mercado de Trabalho
a. Atividades Associadas
Com a entrada em operação dos diversos componentes do PVAE serão criados 350
empregos permanentes, que por sua vez tenderão a gerar empregos indiretos e relativos ao
efeito renda (QUADRO 9.2.3.3.2-1)10, provocados, entre outras, pelas atividades associadas
de: (i) recrutamento, seleção e contratação de mão de obra; e (ii) contratação de empresas
fornecedoras (terceirizadas).
10 Para avaliar os empregos indiretos e efeito renda tomou-se por base a matriz de geração de empregos elaborada pelo BNDES (atualizada em 2004), segundo a qual para a Indústria do Petróleo e Gás se pode deduzir que a cada emprego direto corresponderiam – no âmbito da matriz produtiva, cerca de 20 empregos indiretos e 36 empregos efeito renda. Considerando-se apenas a área de influência e sua participação na matriz, foram incluídos respectivamente 20% e 5% desses montantes, conforme explicitado na avaliação de impactos na fase de implantação.
50166-EV-RT005-0
9-161
QUADRO 9.2.3.3.2-1
GERAÇÃO E EMPREGOS PERMANENTES NA FASE DE OPERAÇÃO
Componentes Diretos Indiretos Efeito Renda Total
AII Regional AII Regional AII Regional AII e
Regional UTE 200 800 3.200 360 6.840 1.360 10.040 11.400
TGNL e GMT 50 200 800 90 1.710 340 2.510 2.850 GD e EMRP 20 80 320 36 684 136 1.004 1.140
LT 80 320 1.280 144 2.736 544 4.016 4.560 PVAE 350 1.400 5.600 630 11.970 2.380 17.570 19.950
Nota: O termo regional refere-se a empregos que serão gerados além dos limites da AII, podendo ser inclusive fora do território nacional.
b. Avaliação do Impacto
Considerando-se o montante de postos de trabalho formais existentes na AID – em 2014
conforme já observado em relação ao impacto da geração de empregos na fase de
implantação, a operação do PVAE deverá provocar um incremento significativo nessa
variável.
Conforme indicado no diagnóstico, para o conjunto da AII em 2010, do montante de pessoas
de 14 anos ou mais, 62,2% eram economicamente ativas e, dentre elas, 90,3% estavam
ocupadas na data do censo, sendo de 9,7% a taxa de desocupação, marcando uma
significativa evolução em relação à situação prevalecente no ano 2000. Não obstante, no
período mais recente, vem ocorrendo uma forte contração no emprego, com continuada
elevação da taxa de desocupação.
Nesse contexto a geração de empregos permanentes foi avaliada como impacto positivo,
reversível, causado diretamente pelo empreendimento, permanente, de ocorrência
imediata e certa, além de potencializável, e sua abrangência se refere à AII, incidindo mais
diretamente nos municípios da AID, especialmente em Peruíbe, podendo extrapolar esta
área especialmente no que se refere aos empregos indiretos e derivados do efeito renda.
Esse impacto pode ainda ser caracterizado como cumulativo no contexto regional, e
apresenta sinergia com outros impactos como a intensificação da animação econômica e
elevação da arrecadação de tributos municipais.
Avaliou-se a sua Magnitude como alta, especialmente em função da UTE, que irá gerar
empregos permanentes em Peruíbe, em geral oferecendo boa remuneração, sendo
significante para o município.
50166-EV-RT005-0
9-162
Impacto Atributos Projeto Verde Atlântico Energias
TGNL GM/T UTE LT GD
Alterações no Mercado de
Trabalho
Natureza P P P P P
Incidência D D D D D
Duração P P P P P
Temporalidade IM IM IM IM IM
Abrangência Territorial R R R R R
Reversibilidade R R R R R
Possibilidade de Mitigação P P P P P
Probabilidade de Ocorrência C C C C C
Cumulatividade e Sinergismo CS CS CS CS CS
Magnitude B B M B B
Significância B B M B B
PVAE Significância Alta n.a: não aplicável Natureza: Positiva (P) / Negativa (N) - Incidência: Direta (D) / Indireta (I) - Duração: Temporário (T) / Permanente (P) - Temporalidade: Imediato (IM) / Curto Prazo (CP) / Médio Prazo (MP) / Longo Prazo (LP) - Abrangência Territorial: Pontual (P) / Local (L) / Regional (R) - Reversibilidade: Reversível (R) / Irreversível (I) - Possibilidade de Mitigação: Mitigável (M) / Não Mitigável (NM) / Potencializável (P) - Probabilidade de Ocorrência: Certa (C) / Provável (P) - Cumulatividade e Sinergismo: Cumulativo e Sinérgico (CS) / Cumulativo e Não Sinérgico (CNS) / Não Cumulativo e Não Sinérgico (N) - Magnitude: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A) - Significância: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A)
c. Medidas de Controle e Programas Ambientais Associados
Com o objetivo de potencializar os efeitos sobre o mercado de trabalho da AII e AID
propõem-se a continuidade do Programa de Mobilização, Desmobilização e Capacitação da
Mão de Obra, além do Programa de Desenvolvimento de Fornecedores Locais, que já
deverão estar em funcionamento desde a fase de implantação.
9.2.3.3.3 Aumento da Arrecadação Municipal
a. Atividades Associadas
Com a progressiva entrada em funcionamento dos diferentes componentes do PVAE
passarão a ser desenvolvidas as atividades associadas relacionadas abaixo, que constituem
fatos geradores de alguns tributos e taxas municipais. Não obstante, vale observar que a
maior contribuição às receitas municipais, especificamente para Peruíbe, deverá ser o
incremento de sua Quota Parte de retorno do ICMS devido à geração de energia elétrica. As
principais atividades associadas à geração de tributos na fase de operação referem-se à
contratação de empresas fornecedoras (terceirizadas), aquisição de insumos diversos,
atracação, circulação e manobra de embarcações, abastecimento das embarcações com
combustíveis, geração de energia elétrica e distribuição de gás.
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9-163
b. Avaliação do Impacto
Na fase de operação, no decorrer de toda a vida útil do empreendimento, o município de
Peruíbe será objeto do incremento das transferências relativas ao ICMS, através do
incremento do Valor Agregado gerado localmente, ao considerar-se o custo de produção da
energia elétrica gerada, como uma agregação de valor adicionado realizada a nível local11.
Vale ainda destacar que:
Por se constituírem em recursos naturais, combustíveis usados no abastecimento de
termelétricas como o gás natural e derivados de petróleo também pagam royalties. No
entanto o recolhimento é realizado pela empresa responsável pelas atividades de
exploração e produção e não pela operadora da usina;
Na fase de operação a arrecadação do ISSQN será proveniente, principalmente, do
serviço de regaseificação do GNL e de atividades diversas12 de operação e manutenção
previstas para o funcionamento do empreendimento;
Conforme indicado no diagnóstico, em 2015 as receitas de Peruíbe com royalties foram
da ordem de R$ 3,26 milhões (correspondendo a pouco mais de 1,5% do montante das
receitas correntes), não devendo o empreendimento sob análise alterar a dinâmica
desses recolhimentos13.
Conforme já observado, o Município de Peruíbe, por sediar a UTE e o TGNL, se coloca como
principal beneficiário de ganhos tributários diretos na fase de operação do PAE. Estima-se
que serão produzidos anualmente pela UTE 14.163.491 MWh de energia elétrica cujo valor
do custo de produção deve ser acrescido ao Valor Adicionado Municipal para cálculo de sua
Quota Parte nos 25% do ICMS recolhido pelo Estado de São Paulo e que é devolvido aos
municípios de acordo com sua colaboração na animação econômica do conjunto.
Apesar da receita bruta estimada para a UTE ser de R$ 3,4 bilhões anuais (considerando
um valor de venda do MWh de R$ 250,00), para estimar um parâmetro de grandeza do
incremento no VA municipal adotou-se conservadoramente um custo de produção de R$
150,00 por MWh, resultando anualmente em R$ 2,12 bilhões.
Confrontando esse valor com o PIB municipal de 2014, R$ 1,42 bilhões se observa um
potencial de crescimento muito elevado (>150%), desconsiderando o efeito do gap temporal.
11 Segundo a legislação vigente, aos municípios sede da usina atribui-se um valor equivalente ao custo de produção da geração da energia elétrica, enquanto Valor Agregado. Como a cota parte municipal do ICMS é rateada entre os diferentes municípios do Estado de São Paulo de acordo com um coeficiente em que pelo menos 75% de seu montante depende da participação proporcional de cada município na geração do Valor Adicionado (VA) total do estado, Peruíbe deverá perceber um incremento em sua participação proporcional nas “Transferências dos Estados – Quota Parte Municipal do ICMS” 12 Reparação, conservação e reforma de edifícios, estradas, pontes, portos e congêneres; limpeza e dragagem de rios, portos, canais, baías, lagos, lagoas, represas, açudes e congêneres; serviços portuários, ferroportuários, utilização de porto, movimentação de passageiros, reboque de embarcações, rebocador escoteiro, atracação, desatracação, serviços de praticagem, capatazia, armazenagem de qualquer natureza, entre outros da mesma natureza. 13 Os royalties recebidos atualmente por Peruíbe se referem a “Receita de Remuneração de Depósitos Bancários de Recursos Vinculados” e “Quota Parte Royalties de Compensação Financeira pela Produção de Petróleo”. De acordo com a revisão da legislação pertinente, a parcela dos royalties destinadas a rateio entre os municípios com instalações vinculadas à cadeia produtiva do petróleo/gás foi reduzida de 10% para 3%, devendo cair para 2% em 2017.
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9-164
Nesse ano as transferências relativas à Quota Parte Municipal do ICMS de Peruíbe foram
da ordem R$ 14,5 milhões14, representando cerca de 7% do montante das receitas correntes
(QUADRO 9.2.3.3.3-1).
Confrontando esse valor com o PIB municipal de 2014, R$ 1,42 bilhões se observa um
potencial de crescimento muito elevado (>150%), desconsiderando o efeito do gap temporal.
Nesse ano as transferências relativas à Quota Parte Municipal do ICMS de Peruíbe foram
da ordem R$ 14,5 milhões15, representando cerca de 7% do montante das receitas correntes
(QUADRO 9.2.3.3.3-1).
QUADRO 9.2.3.3.3-1
FINANÇAS PÚBLICAS DOS MUNICÍPIOS DA AID EM 2014 – RECEITAS
ORÇAMENTÁRIAS (R$ 1000)
Municípios AID
Receitas orçamentárias
Receitas tributárias
Transferências correntes
Receitas tributárias
(%)
Transferências correntes (%)
Cubatão 1.045.206 268510 548291 25,7 52,5 Itanhaém 346.976 93.356 168.968 26,9 48,7
Mongaguá 185.039 60.489 95.248 32,7 51,5 Peruíbe 200.910 63.570 104.007 31,6 51,8
Praia Grande 1.116.689 405.068 473.113 36,3 42,4 São Vicente 834.838 213.227 416.726 25,5 49,9
Fonte: SEADE, 2016
O incremento potencial no VA de Peruíbe de cerca de 150% não implica em igual elevação
de sua Quota Parte, pois esta depende tanto da conjuntura econômica – que define a massa
total do ICMS recolhido, como do efetivo incremento proporcional do VA de Peruíbe no
montante estadual. Destaca-se ainda, que haverá um aumento da arrecadação do ICMS
também em função do fornecimento do gás para o mercado. De toda forma se evidencia que
no curto prazo após a entrada em operação da UTE é previsível uma elevação permanente
e significativa nas transferências do Estado de São Paulo para o Município de Peruíbe.
Um segundo aporte direto às finanças municipais na fase de operação do empreendimento
se refere ao recolhimento de tributos e taxas, destacando-se nesse contexto o ISSQN como
o mais significativo. Dentre os diversos fatos geradores desse tributo que deverão ser
praticados no âmbito da operação do empreendimento inclui-se além do ISSQN sobre a
regaseificação, já citado acima, o ISSQN sobre a manutenção. Tendo em vista avaliar o
potencial de incremento no recolhimento do ISSQN para as operações de manutenção, foi
estimado partindo dos custos operacionais previstos para os diversos componentes, aqueles
que estariam sujeitos à tributação local. Como pode ser observado no QUADRO 9.2.3.3.3-
2, trata-se de valores reduzidos e sem impacto significativo nos recolhimentos.
14 Sendo relativas ao Valor Adicionado médio de Peruíbe dos dois anos anteriores. 15 Sendo relativas ao Valor Adicionado médio de Peruíbe dos dois anos anteriores.
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9-165
QUADRO 9.2.3.3.3-2
ESTIMATIVA DO RECOLHIMENTO DE TRIBUTOS SEGUNDO MUNICÍPIOS DA AID E
COMPONENTES DO PVAE (OPERAÇÃO)
Custos de Operação/
Manutenção Anuais
Estimativa dos
Custos Sujeitos à Tributação Municipal
Montante a Ser
Recolhido (2% em média)
Distribuição do Montante a Ser Recolhido Anualmente
(R$ mil correntes) TGNL e GM/T
31.000 6.000 120 0 0 0 120 0 0
GD 12.500 2.500 50 5 14 7 6 10 8 UTE 2.772.714 28.400 568 0 0 0 568 0 0 LT 4.800 3.360 67 8 28 10 11 11 9
PVAE 2.821.014 40.260 805 13 12 17 705 21 17
O Município de Peruíbe poderá ainda reivindicar a cobrança de outros fatos geradores de
recolhimento do ISSQN, caso, por exemplo, da regaseificação do TGNL. O QUADRO
9.2.3.3.3-3 apresenta a estimativa do recolhimento do imposto vinculado à atividade, embora
admita-se que os valores serão definidos e fixados futuramente. A estimativa considera tanto
o serviço de regaseificação do GNL para a UTE, como para o mercado, tendo sido previsto
inclusive um cenário futuro, com o aumento do fornecimento de gás. Os valores do ISSQN
são expressivos especialmente considerando que o processo de regaseificação será
realizado no âmbito do TGNL, localizado em Peruíbe.
QUADRO 9.2.3.3.3-3
ESTIMATIVA DO RECOLHIMENTO DE TRIBUTOS REFERENTES À
REGASEIFICAÇÃO (OPERAÇÃO)
Cenários Volume (m3/dia)
Tarifa Regaseificação
(R$/m3)
Custo Diário (R$/dia)
Custo Anual (R$/ano)
ISSQN/ano (2%)
Base UTE 6.500.000 0,119403 776.119 283.283.582 5.665.672 Mercado de Gás 4.000.000 0,119403 477.612 174.328.358 3.486.567 Subtotal 10.500.000 0,119403 1.253.731 457.611.940 9.152.239
Futuro Mercado de Gás 9.500.000 0,119403 1.134.328 414.029.850 8.280.597 Total 17.432.835
Cu
batão
Itanhaém
Mon ga
guá
Peruíbe
São V
icente
Praia G
rande
C
ompo
nent
es
50166-EV-RT005-0
9-166
Nesse contexto o impacto sobre as finanças municipais na fase de operação foi considerado
como de natureza positiva, permanente, de certa, se manifestando a imediato/curto
prazo, causado diretamente pelo empreendimento. Trata-se também de um impacto
cumulativo e que tende a desenvolver forte sinergia com aqueles relativos à geração de
empregos e dinamização da economia. Quanto à Magnitude e Significância são Altas para
o componente UTE e TGNL em seu rebatimento sobre o Município de Peruíbe, sendo
avaliadas como Baixas para os demais componentes e Média para o conjunto da área de
influência.
Impacto Atributos Projeto Verde Atlântico Energias
TGNL GM/T UTE LT GD
Aumento da Arrecadação
Municipal
Natureza P P P P P
Incidência D D D D D
Duração P P P P P
Temporalidade IM IM IM IM IM
Abrangência Territorial R R R R R
Reversibilidade n.a n.a n.a n.a n.a
Possibilidade de Mitigação P P P P P
Probabilidade de Ocorrência C C C C C
Cumulatividade e Sinergismo CS CS CS CS CS
Magnitude B B A B B
Significância B B A B B
PVAE Significância Baixa n.a: não aplicável Natureza: Positiva (P) / Negativa (N) - Incidência: Direta (D) / Indireta (I) - Duração: Temporário (T) / Permanente (P) - Temporalidade: Imediato (IM) / Curto Prazo (CP) / Médio Prazo (MP) / Longo Prazo (LP) - Abrangência Territorial: Pontual (P) / Local (L) / Regional (R) - Reversibilidade: Reversível (R) / Irreversível (I) - Possibilidade de Mitigação: Mitigável (M) / Não Mitigável (NM) / Potencializável (P) - Probabilidade de Ocorrência: Certa (C) / Provável (P) - Cumulatividade e Sinergismo: Cumulativo e Sinérgico (CS) / Cumulativo e Não Sinérgico (CNS) / Não Cumulativo e Não Sinérgico (N) - Magnitude: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A) - Significância: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A)
c. Medidas de Controle e Programas Ambientais Associados
Não são previstas medidas de otimização, monitoramento ou controle, tendo em vista que a
gestão dos recursos cabe às administrações municipais que possuem estruturas de pessoal
capacitadas para tanto.
50166-EV-RT005-0
9-167
9.2.3.3.4 Dinamização da Economia
a. Atividades Associadas
Com a entrada em funcionamento dos diversos componentes do PVAE – cujas principais
atividades associadas encontram-se listadas na sequência – passam a manifestar-se efeitos
socioeconômicos permanentes que tendem a dinamizar e economia da AII, com ênfase para
a AID, especialmente o Município de Peruíbe, que conforme já observado, sediará os
principais equipamentos do projeto.
As principais atividades do empreendimento associadas a este impacto referem-se ao
recrutamento, seleção e contratação de mão de obra, a contratação de empresas
fornecedoras (terceirizadas), a aquisição de insumos diversos, a atracação, circulação e
manobra de embarcações, ao abastecimento das embarcações com combustíveis, a
geração e comercialização de energia elétrica e a distribuição de gás.
b. Avaliação do Impacto
Entende-se que a animação estimada para a fase de implantação terá continuidade na fase
em apreço. Trata-se, no entanto de uma questão problemática pois as mercadorias a serem
produzidas e/ou transportadas – a energia elétrica e o gás, destinam-se ao consumo externo,
constituindo-se o empreendimento essencialmente numa base de exportação (gás – gás ou
gás – energia elétrica).
A esse aspecto se soma o fato de que a estrutura produtiva local, em especial a dos
municípios da AID exceto Cubatão, é muito limitada e/ou com forte predominância do setor
terciário, sendo pouco provável que o empreendimento venha a gerar efeitos multiplicadores
suficientes para alimentar um ciclo de desenvolvimento.
De todo modo, na sequência dos estímulos que serão provocados pelo processo de
implantação, dever-se-á verificar, com intensidades territoriais muito diferenciadas, a
geração de empregos permanentes e alterações nas receitas municipais.
Desse modo poderá ter continuidade o movimento de elevação da massa salarial e sua
transformação em demanda por bens e serviços diversos que criam a possibilidade de ativar
as atividades locais e implementar novas, constituindo-se em oportunidade para os
empreendedores locais de diversos portes, inclusive microempresários. Dever-se-á também
verificar a atração de prestadores de serviços e de novos investimentos públicos e privados
podendo produzir efeitos em cadeia resultando no adensamento econômico da área em
estudo.
50166-EV-RT005-0
9-168
De acordo com o que veio sendo avaliado em relação aos efeitos sobre o mercado de
trabalho e as finanças municipais em ambas as fases do processo, assim como em relação
à dinamização da economia sob o efeito dos investimentos para a implantação do projeto,
podem ser esperados efeitos significativos apenas para o município de Peruíbe.
Nesse contexto trata-se de um impacto positivo, causado diretamente pelo
empreendimento, permanente, de temporalidade imediata/curto prazo e sua abrangência
se refere à AII. É ainda reversível e de ocorrência muito provável. No que se refere às suas
Magnitude e Significância, elas foram avaliadas como Média para o efeito conjunto dos
diversos componentes, estimando-se que o efeito combinado de elevação da massa salarial,
melhoria das finanças municipais e incremento da animação econômica provocada por
esses fatores contribuam para impulsionar o desenvolvimento local.
O Município de Peruíbe deverá ser proporcionalmente o melhor aquinhoado, tanto por
concentrar os potenciais benefícios nas finanças municipais, como por sediar as obras que
representarão os maiores investimentos, devendo também absorver os maiores incrementos
na massa salarial resultante.
Impacto Atributos Projeto Verde Atlântico Energias
TGNL GM/T UTE LT GD
Dinamização da Economia
Natureza P P P P P
Incidência D D D D D
Duração T T T T T
Temporalidade IM IM IM IM IM
Abrangência Territorial R R R R R
Reversibilidade R R R R R
Possibilidade de Mitigação P P P P P
Probabilidade de Ocorrência P P P P P
Cumulatividade e Sinergismo CS CS CS CS CS
Magnitude M M M M M
Significância M M M M M
PVAE Significância Média n.a: não aplicável Natureza: Positiva (P) / Negativa (N) - Incidência: Direta (D) / Indireta (I) - Duração: Temporário (T) / Permanente (P) - Temporalidade: Imediato (IM) / Curto Prazo (CP) / Médio Prazo (MP) / Longo Prazo (LP) - Abrangência Territorial: Pontual (P) / Local (L) / Regional (R) - Reversibilidade: Reversível (R) / Irreversível (I) - Possibilidade de Mitigação: Mitigável (M) / Não Mitigável (NM) / Potencializável (P) - Probabilidade de Ocorrência: Certa (C) / Provável (P) - Cumulatividade e Sinergismo: Cumulativo e Sinérgico (CS) / Cumulativo e Não Sinérgico (CNS) / Não Cumulativo e Não Sinérgico (N) - Magnitude: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A) - Significância: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A)
50166-EV-RT005-0
9-169
c. Medidas de Controle e Programas Ambientais Associados
Com o objetivo de potencializar a dinamização da economia e maximizar a potencialidades
de ganhos locais, para os municípios da AII, AID e especialmente Peruíbe, deverão ser
implantados o Programa de Mobilização, Desmobilização e Capacitação da Mão de Obra,
além do Programa de Desenvolvimento de Fornecedores Locais, que já deverão estar em
funcionamento desde a fase de implantação.
9.2.3.3.5 Interferência na Atividade Pesqueira
a. Atividades Associadas
As principais atividades associadas ao impacto relacionam-se à movimentação de
embarcações e às estruturas de engenharia que se constituem como barreiras físicas,
impedindo tanto a circulação de barcos pesqueiros, como a prática da pesca. A principal
movimentação de embarcações na operação está relacionada aos navios supridores, que
se atracarão a contrabordo do FSRU para transferência do GNL. Cada navio supridor ficará
atracado em média de três a quatro dias no píer do TGNL.
Além disso, é prevista a circulação de embarcações de menor porte, para fiscalização e
apoio às operações. Destaca-se ainda, as estruturas do TGNL, incluindo-se quebra-mar e
píer, com 900 m de comprimento e 87 m de largura, que estará posicionado a 10 km da linha
de costa. Além disso, as estruturas dos GM/T, que estarão enterradas nos primeiros 400 m
a partir da linha de costa e assentadas ao leito marinho no trecho restante até a conexão
com o TGNL.
b. Avaliação do Impacto
A atividade pesqueira merece destaque tanto na ADA quanto na AID e AII, pois conforme
verificado no diagnóstico da pesca, as comunidades pesqueiras da região, sobretudo de
Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe utilizam a porção marinha da ADA e
adjacências para realização da atividade.
No âmbito do TGNL, haverá a movimentação de navios supridores e barcos de apoio, que
circularão por rotas pré-determinadas. O trânsito destas embarcações pode implicar em
desvios por parte das embarcações pesqueiras (menor porte), em acordo com as regras de
navegação e segurança marítima. Além disso, redes de deriva e espera, bem como
espinhéis colocados nas rotas utilizadas pelas embarcações que servirão ao
empreendimento poderão ser interceptados por elas, trazendo perdas ao pescador. Além
disso, as estruturas do TGNL que serão implantadas na fase de obras deverão contar com
faixa de segurança, a ser definida pelos órgãos competentes, que se constituem como áreas
de exclusão à atividade pesqueira. Destaca-se, neste sentido, que haverá fiscalização
50166-EV-RT005-0
9-170
quanto ao atendimento à faixa de exclusão, tanto pelo empreendedor como pela capitania
dos portos, uma vez que envolve a segurança das operações e do pescador.
O impacto causado à atividade pesqueira pelo TGNL na fase de operação foi considerado
como negativo, permanente, de ocorrência certa, regional e com ocorrência imediata.
Atribuiu-se ao impacto Baixas Magnitude e Significância, considerando-se que o TGNL
não alterará de forma significativa a pesca na região, tendo como principal interferência a
limitação de pesca em uma área específica, localizada a cerca de 10 km da linha de costa.
O trecho marítimo do GM/T terá 400 m submerso a partir da linha de costa, a uma
profundidade de 7 m e 9.600 m sobreposto ao assoalho marinho (não enterrado). No trecho
em que o gasoduto é enterrado (400 m) não haverá restrições à circulação de embarcações
ou mesmo a qualquer arte de pesca. No trecho em que o gasoduto não será enterrado, será
restrita a circulação de embarcações de maior calado, que possam causar de alguma forma
danos às estruturas. Todo o trecho marítimo do GM/T será sinalizado com boias.
Contudo, a área não se constitui como uma rota comercial de transporte marítimo, não se
verificando o tráfego de navios de maior calado. Assim, considerando-se a frota utilizada
para a pesca artesanal na baixada santista, não haverá restrições à circulação em função
das estruturas existentes. Assim, as restrições à circulação impostas pelo gasoduto terão
pouca interferência na atividade pesqueira praticada na ADA e AID.
Por outro lado, técnicas de pesca que impliquem no contato entre petrecho e fundo oceânico,
caso do genival e do arrasto (simples, duplo ou de mão) não serão mais permitidas no trecho
do duto não enterrado, uma vez que o equipamento pode ficar preso à estrutura, podendo
gerar riscos e perdas ao pescador, bem como danificar a estrutura. Destaca-se que o arrasto
é uma importante arte de pesca utilizada na região, inclusive para a pesca de camarão, uma
das mais rentáveis. Com o empreendimento, os pescadores terão que recolher as redes
para atravessar a faixa de segurança que será formada pelo gasoduto, que será definida em
conjunto com os órgãos responsáveis pela regulação do tráfego marítimo.
O impacto causado à atividade pesqueira pelo GM/T e TGNL na fase de operação será
negativo, regional, pois poderá afetar pescadores de diferentes localidades, terá início
imediato, ocorrendo tão logo se inicie a operação do PVAE, ocorrência certa, caráter
permanente e irreversível. Embora às restrições quanto ao trafego de embarcações
pesqueiras não sejam tão significantes, haverá limitação do uso de artes de pesca, com
destaque para o arrasto, bastante utilizado na região, de forma que se considerou o impacto
como de Médias Magnitude e Significância.
50166-EV-RT005-0
9-171
Impacto Atributos Projeto Verde Atlântico Energias
TGNL GM/T UTE LT GD
Interferência na Atividade Pesqueira
Natureza N N n.a n.a n.a
Incidência D D n.a n.a n.a
Duração P P n.a n.a n.a
Temporalidade IM IM n.a n.a n.a
Abrangência Territorial R R n.a n.a n.a
Reversibilidade I I n.a n.a n.a
Possibilidade de Mitigação M M n.a n.a n.a
Probabilidade de Ocorrência C C n.a n.a n.a
Cumulatividade e Sinergismo CNS CNS n.a n.a n.a
Magnitude M M n.a n.a n.a
Significância M M n.a n.a n.a
PVAE Significância Média n.a: não aplicável Natureza: Positiva (P) / Negativa (N) - Incidência: Direta (D) / Indireta (I) - Duração: Temporário (T) / Permanente (P) - Temporalidade: Imediato (IM) / Curto Prazo (CP) / Médio Prazo (MP) / Longo Prazo (LP) - Abrangência Territorial: Pontual (P) / Local (L) / Regional (R) - Reversibilidade: Reversível (R) / Irreversível (I) - Possibilidade de Mitigação: Mitigável (M) / Não Mitigável (NM) / Potencializável (P) - Probabilidade de Ocorrência: Certa (C) / Provável (P) - Cumulatividade e Sinergismo: Cumulativo e Sinérgico (CS) / Cumulativo e Não Sinérgico (CNS) / Não Cumulativo e Não Sinérgico (N) - Magnitude: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A) - Significância: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A)
c. Medidas de Controle e Programas Ambientais Associados
A definição de faixa de segurança do gasoduto, a implantação das estruturas de sinalização
marítima bem como o atendimento às exigências de manobrabilidade e de segurança do
tráfego aquaviário são exigências legais, previstas na NORMAM 17 e na Lei Federal no
12.815/13, além de outros diplomas legais específicos que serão oportunamente
considerados quando da implantação.
Entretanto, além de garantir a segurança dos usuários desta área de intervenção, será
necessário desenvolver o Programa de Compensação da Atividade Pesqueira que deverá
se desenvolver em estreita parceria com o Programa de Comunicação Social Integrado.
Ambos os programas deverão criar condições para a manutenção do direito à ampla
informação, por meio de canais e formas de comunicação específicos para os pescadores
da ADA e AID observando a inclusão de orientações quanto às restrições das áreas de
pesca, de forma a se evitar possíveis conflitos e garantir a segurança dos pescadores, mas
também instituir mecanismos de valorização da pesca e dos pescadores, por meio da
capacitação de pescadores e implantação de infraestrutura, relacionando-se principalmente
às etapas de beneficiamento e comercialização do pescado.
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9-172
9.2.3.3.6 Interferência no Tráfego de Embarcações
a. Atividades Associadas
As principais atividades associadas ao impacto relacionam-se à movimentação de
embarcações e às limitações ao tráfego impostas pelas estruturas do TGNL e gasoduto
marítimo e terrestre. A principal movimentação de embarcações na operação está
relacionada aos navios supridores, que se atracarão a contrabordo do FSRU para
transferência do GNL.
Além disso, é prevista a circulação de embarcações de menor porte, para fiscalização e
apoio às operações. Destaca-se ainda, as estruturas do TGNL, incluindo-se quebra-mar e
píer, com 900 m de comprimento e 87 m de largura, que estará posicionado a 10 km da linha
de costa. Além disso, as estruturas do GM/T, que estarão enterradas nos primeiros 40 0m a
partir da linha de costa e assentadas ao leito marinho no trecho restante até a conexão com
o TGNL.
b. Avaliação do Impacto
Nas águas previstas para implantação dos componentes marítimos do empreendimento, ou
seja, terminal TGNL e gasoduto marítimo e terrestre, não se verifica o uso intenso do mar
para atividades de esporte, transporte de carga, pessoas ou mesmo como roteiro turístico.
O principal uso identificado refere-se à pesca artesanal em região mais próxima da costa e
industrial nas partes mais afastadas.
Na alta temporada, período em que o município de Peruíbe recebe mais turistas, observa-
se também um aumento no volume de lanchas de passeio, barcos de pesca esportiva e jet-
skis, provenientes em sua maioria de Peruíbe, mas também de outros municípios da Baixada
Santista.
De forma geral as embarcações pesqueiras de pequeno porte saem do Portinho (foz do rio
Peruíbe) e transitam por toda a extensão da praia do centro, podendo inclusive percorrer
destinos mais distantes, como a Barra do Una e outros. Além disso, embarcações
pesqueiras de outros municípios, em geral da AID, também transitam na porção marítima da
ADA do PVAE.
Especificamente em relação a possíveis interferências em rotas comerciais, verifica-se que
a ADA encontra-se em área de baixa ou nenhuma densidade de tráfego, estando, inclusive
distante das rotas mais próximas (Santos-Paranaguá), conforme dados da MarineTraffic,
apresentados na FIGURA 9.2.3.3.6-1.
50166-EV-RT005-0
9-173
FIGURA 9.2.3.3.6-1
TRÁFEGO DE NAVIOS NA REGIÃO (2014)
Fonte: https://www.marinetraffic.com
Durante a operação do TGNL haverá um aumento na presença e no trânsito de
embarcações, com destaque para o navio Floating Storage and Regaseification Unit - FSRU,
que ficará atracado ao píer praticamente sem movimentação; e os navios supridores Floating
Storage Unit - FSU, que levará a carga de GNL até o FSRU para transferência ship-to-ship
(QUADRO 9.2.3.3.6-1).
Além destas, embarcações menores darão apoio às operações, caso dos rebocadores, por
exemplo.
QUADRO 9.2.3.3.6-1
CARACTERÍSTICAS DOS NAVIOS FSU (CARGUEIRO) E FSRU (REGASEIFICADOR)
Parâmetro FSU FSRU
Largura 40-50 m 43-47 m Comprimento 200-295 m 270-300 m Calado Máximo 12,5 m 12,5 m Capacidade 100.000 a 180.000 m3 140.000 a 175.000 m3 Tempo de Transferência 12 a 36 Horas
50166-EV-RT005-0
9-174
As estruturas do TGNL, especialmente píer e quebra-mar, também se constituirão como
barreiras físicas, impedindo a circulação de barcos de pesca e passeio. Destaca-se ainda,
que as operações de transferência de gás implicarão no estabelecimento de uma faixa de
segurança com restrição a circulação de embarcações, a ser definida pelos órgãos
competentes.
Diante do exposto, as embarcações de pesca e passeio serão obrigadas a fazer desvios,
percorrendo caminhos mais longos para se atingir o destino. Ainda poderão,
ocasionalmente, ser forçadas a alterarem a rota de navegação, caso haja conflito com os
navios de grande porte que servirão ao empreendimento.
Neste sentido, o impacto foi considerado negativo, de ocorrência certa, permanente, de
abrangência regional, irreversível e de significância e magnitude baixas, considerando
principalmente o tráfego hoje existente.
Destaca-se que as questões que envolvem o ordenamento do espaço aquaviário deverão
observar as normativas da Capitania dos Portos, sobretudo a NORMAN 11 que estabelece
as normas e procedimentos para a realização de obras sob, sobre e às margens das águas
jurisdicionais brasileiras (AJB), no que concerne ao ordenamento do espaço aquaviário e à
segurança da navegação.
Em relação ao GM/T, não é prevista a geração de tráfego marítimo durante a fase de
operação. Além disso, suas estruturas irão gerar restrições a embarcações de menor calado,
como a frota pesqueira e embarcações de passeio que circulam na região. Neste sentido,
destaca-se que as restrições ao tráfego de embarcações restringem-se às embarcações de
maior calado, que já não circulam na ADA, conforme apresentado na FIGURA 9.2.3.3.6-1.
Menciona-se apenas que a área será devidamente sinalizada de forma a evitar possíveis
acidentes. Assim, considerando-se que o GM/T não irá gerar tráfego marítimo adicional ou
restrições de circulação à frota que faz uso da área, tal impacto não foi avaliado para a fase
de operação.
Neste sentido, o impacto referente apenas ao TGNL foi considerado negativo, de ocorrência
certa, permanente, de abrangência regional, irreversível e de Significância e Magnitude
Baixas, considerando principalmente o tráfego hoje existente.
50166-EV-RT005-0
9-175
Impacto Atributos Projeto Verde Atlântico Energias
TGNL GM/T UTE LT GD
Interferência no Tráfego de
Embarcações
Natureza N n.a n.a n.a n.a
Incidência D n.a n.a n.a n.a
Duração P n.a n.a n.a n.a
Temporalidade IM n.a n.a n.a n.a
Abrangência Territorial R n.a n.a n.a n.a
Reversibilidade I n.a n.a n.a n.a
Possibilidade de Mitigação M n.a n.a n.a n.a
Probabilidade de Ocorrência C n.a n.a n.a n.a
Cumulatividade e Sinergismo CNS n.a n.a n.a n.a
Magnitude B n.a n.a n.a n.a
Significância B n.a n.a n.a n.a
PVAE Significância Baixa n.a: não aplicável Natureza: Positiva (P) / Negativa (N) - Incidência: Direta (D) / Indireta (I) - Duração: Temporário (T) / Permanente (P) - Temporalidade: Imediato (IM) / Curto Prazo (CP) / Médio Prazo (MP) / Longo Prazo (LP) - Abrangência Territorial: Pontual (P) / Local (L) / Regional (R) - Reversibilidade: Reversível (R) / Irreversível (I) - Possibilidade de Mitigação: Mitigável (M) / Não Mitigável (NM) / Potencializável (P) - Probabilidade de Ocorrência: Certa (C) / Provável (P) - Cumulatividade e Sinergismo: Cumulativo e Sinérgico (CS) / Cumulativo e Não Sinérgico (CNS) / Não Cumulativo e Não Sinérgico (N) - Magnitude: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A) - Significância: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A)
c. Medidas de Controle e Programas Ambientais Associados
A implantação e manutenção das estruturas de sinalização marítima bem como o
atendimento às exigências de manobrabilidade e de segurança do tráfego aquaviário são
exigências legais, de modo que as devidas autorizações dos órgãos competentes se
constituem premissas da implantação.
No âmbito do Programa de Comunicação Social Integrada deverão ser informadas as
principais atividades a serem desenvolvidas pelo empreendimento, seus prazos e possíveis
impactos e incômodos à população, considerando uma abordagem junto aos pescadores da
ADA e da AID. Além disso, o referido programa deverá trabalhar em parceria com o
Programa de Compensação da Atividade Pesqueira, que prevê a adoção de medidas de
mitigação e compensação aos pescadores da ADA.
50166-EV-RT005-0
9-176
9.2.3.3.7 Restrições de Uso do Solo
a. Atividades Associadas
A implantação do Gasoduto de Distribuição (GD), Gasodutos Marítimo e Terrestre (GM/T) e
Linha de Transmissão (LT) requerem uma faixa de servidão, necessária para sua operação
e manutenção. Por razões de segurança, determinadas atividades não são permitidas dentro
dessa faixa, implicando em restrições de uso do solo.
b. Avaliação do Impacto
A LT terá faixa de servidão de 55 m, necessária à sua construção, operação e manutenção.
A faixa será operada em regime de concessão, de modo que os proprietários das terras
continuarão o sendo. Após a instalação da linha, estes proprietários poderão utilizar parte
da faixa de servidão, respeitado algumas restrições que garantam a segurança dos
moradores, imóveis, pessoas que convivem com a LT e do empreendimento. Assim, a
implantação da faixa de servidão e a operação da LT, implicam em restrições diretas e
indiretas do uso do solo.
Ressalta-se que a restrição se dá em diferentes níveis, a depender do trecho da localização
da área e da proximidade com a LT, sendo aplicáveis medidas restritivas para as atividades
a serem realizadas nessa área, conforme preconizado na norma ABNT NRB 5422:1985. A
área ao redor da estrutura das torres é a mais restrita, sendo utilizada para movimentação
de veículos e equipamentos para manutenção. Já na área que corresponde ao corredor
localizado bem abaixo dos cabos, ao longo da linha, são permitidas algumas atividades. A
área que corresponde à faixa de terra que complementa a largura total da faixa é a menos
restritiva.
Dentre as restrições de uso do solo, ressalta-se que não é permitido o reflorestamento de
médio e grande portes, silvicultura, culturas onde se processam queimadas, realização de
fogueiras, instalações elétricas e mecânicas, depósitos de materiais inflamáveis, moradias,
áreas de lazer, indústria e comércio ou qualquer edificação. Não são permitidas quaisquer
atividades que envolvam riscos de explosão, movimentos de terra, escavações de terra ou
atividades semelhantes, que possam colocar em risco a estabilidade das estruturas, a
integração dos cabos ou que possam diminuir a distância entre os condutores e o solo.
Ainda, cabe mencionar a proibição da irrigação com jato d’água dirigido para cima, como
pivô central, e de plantações de qualquer tipo de cultura de grande porte.
A ADA da LT ocupa área prioritariamente recoberta por vegetação natural (422,7 hectares
ou 81,9%), incluindo-se diferentes tipologias, principalmente restinga e floresta ombrófila
densa submontana, que deverão ser preservadas, com exceção das áreas das torres e das
áreas de acesso às torres, conforme apresentado no impacto de Redução da Cobertura
50166-EV-RT005-0
9-177
Vegetal. Da mesma forma, áreas de cultura (17,8 hectares ou 3,4%), de vegetação
antropizada (40,21 hectares e 7,8%) poderão ser preservadas.
Os usos que são, de fato, incompatíveis com a faixa de servidão da LT somam 25,4 hectares
ou 4,9% da Área Diretamente Afetada (ADA) (QUADRO 9.2.3.3.7-1). Destaca-se que na
fase de implantação, quando do estabelecimento da faixa de servidão deverão ser realizadas
ações de comunicação, além das indenizatórias, constantes no Programa de Negociação e
Indenizações. Na fase de operação, deverão ser realizadas atividades de fiscalização da
faixa de servidão para que não se instalem usos incompatíveis, conforme previsto no
Programa de Manutenção da Faixa de Servidão da Linha de Transmissão.
QUADRO 9.2.3.3.7-1
USOS INCOMPATÍVEIS COM A FAIXA DE SERVIDÃO DA LT
Classe Hectares %
Equipamento Urbano 0,33 0,06 Industrial 6,22 1,21 Mineração 0,03 0,01 Predominantemente Comercial 0,80 0,16 Predominantemente Residencial 7,89 1,53 Urbanização isolada 10,18 1,97 Total 25,45 4,93
O GD e o GM/T também implicam em restrições ao uso do solo relacionadas à garantia da
segurança. Dentre elas, ressalta-se que não são permitidas a realização de construções,
queimadas, escavações, perfurações e utilização de explosivos. O traçado dos gasodutos
deverá ser devidamente sinalizado, de forma a se evitar possíveis acidentes, sendo previstas
também a realização de inspeções periódicas e de manutenção.
O impacto dessas restrições relacionadas ao GD, entretanto, é mínimo uma vez que será
instalado na faixa de domínio da SP-055, onde grande parte das restrições mencionadas já
vigora. O GM/T, em seu trecho terrestre, percorrerá principalmente áreas vegetadas, vias
públicas e áreas de vazio urbano.
Ressalta-se, neste sentido, que as limitações de uso e precauções relacionadas à segurança
dos dutos assemelham-se aquelas que devem ser tomadas com as redes de gás existentes
nos grandes centros urbanos, como as da Comgás.
O impacto foi considerado como negativo, de incidência direta, duração permanente e
deverá se manifestar ao início da fase de operação (imediato). Foi considerado local, uma
vez que as restrições ocorrem unicamente na ADA, com possibilidade de ocorrência certa
e apresentando cumulatividade entre os componentes do PVAE.
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O impacto deverá ter Magnitude e Significância Baixas para o GD e GMT, considerando
as características do projeto e área de inserção, e Magnitude e Significância Médias para
a LT, podendo inibir o florescimento de atividades econômicas com usos incompatíveis aos
do GD.
Impacto Atributos Projeto Verde Atlântico Energias
TGNL GM/T UTE LT GD
Restrições de Uso do Solo
Natureza n.a N n.a N N
Incidência n.a D n.a D D
Duração n.a P n.a P P
Temporalidade n.a IM n.a IM IM
Abrangência Territorial n.a L n.a L L
Reversibilidade n.a I n.a I I
Possibilidade de Mitigação n.a M n.a M M
Probabilidade de Ocorrência n.a C n.a C C
Cumulatividade e Sinergismo n.a CNS n.a CNS CNS
Magnitude n.a B n.a M B
Significância n.a B n.a M B
PVAE Significância Média n.a: não aplicável Natureza: Positiva (P) / Negativa (N) - Incidência: Direta (D) / Indireta (I) - Duração: Temporário (T) / Permanente (P) - Temporalidade: Imediato (IM) / Curto Prazo (CP) / Médio Prazo (MP) / Longo Prazo (LP) - Abrangência Territorial: Pontual (P) / Local (L) / Regional (R) - Reversibilidade: Reversível (R) / Irreversível (I) - Possibilidade de Mitigação: Mitigável (M) / Não Mitigável (NM) / Potencializável (P) - Probabilidade de Ocorrência: Certa (C) / Provável (P) - Cumulatividade e Sinergismo: Cumulativo e Sinérgico (CS) / Cumulativo e Não Sinérgico (CNS) / Não Cumulativo e Não Sinérgico (N) - Magnitude: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A) - Significância: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A)
c. Medidas de Controle e Programas Ambientais Associados
O Programa de Comunicação Social Integrada possui a importante função de informar a
população que vive e frequenta o entorno das áreas diretamente afetadas dos diferentes
componentes do PAE acerca das atividades que podem ou não ser realizadas nas áreas
próximas ao empreendimento.
Tal comunicação deverá incluir orientações quanto às restrições de uso do solo e de
atividades permitidas, de forma a se evitar possíveis conflitos e garantir a segurança da
população. Deve-se, ainda, criar um canal de comunicação que permita a consulta e
esclarecimento de dúvidas acerca do que é ou não permitido.
Além disso, o Programa de Manutenção da Faixa de Servidão da Linha de Transmissão
deverá fiscalizar e monitorar os usos na faixa de servidão de forma a se evitar acidentes e
situações de risco à saúde humana.
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9.2.3.3.8 Aumento da Oferta de Gás Natural e Energia Termelétrica
a. Atividades Associadas
As principais atividades do PVAE associadas a este impacto referem-se à geração e à
comercialização de energia elétrica, e à distribuição de gás. A região da Baixada Santista
possui grande demanda energética, o que se deve principalmente às atividades industriais
do polo petroquímico de Cubatão, às atividades do Porto de Santos e à grande ocupação
urbana dos seus municípios.
O consumo de energia elétrica na região foi expressivo, com um total de 7,29 terawatts (TW),
sendo 3,4 TW para a indústria, 2 TW para as residências e 1,4 TW para o setor comercial.
A região também consumiu 328 milhões de metros cúbicos de gás natural.
A disponibilidade de energia para a região está tornando-se limitada devido a grandes
demandas e às dificuldades de geração, as quais tendem a aumentar com o crescimento
das zonas urbanas e da região de forma geral, o que acarretará em uma sobrecarga do
sistema de transmissão de energia existente.
b. Avaliação do Impacto
A entrada em operação do PVAE, especificamente da UTE, resultará na disponibilidade
imediata de 1.700 MW para o Sistema Interligado Nacional (SIN) e de 13,5 MM Nm3/dia de
gás natural no mercado, proporcionando uma significativa ampliação da oferta de energia
elétrica na Baixada Santista, reduzindo riscos de déficit, principalmente nos períodos secos.
Além de agregar um aumento significativo de oferta de energia, está alinhado à política de
diversificação da matriz energética nacional, aumentando a confiabilidade operacional do
SIN. Além destas, o PVAE proporcionará:
Redução das perdas no sistema de transmissão por meio de nova geração de energia
junto aos centros de carga;
Por ser uma planta térmica, seu potencial de geração praticamente independe das
condições climáticas sazonais, caso das usinas hidrelétricas, permitindo uma
disponibilidade permanente e integral de energia firme para ser entregue ao sistema;
Em termos ambientais, o projeto contribuirá para a atenuação de outras formas de
produção de energia consideradas com maior custo ambiental (geração hidrelétrica ou a
partir da queima de outros combustíveis, como carvão ou óleo);
O projeto representa uma alternativa confiável, limpa e com baixo impacto ambiental;
Colaboração para o ganho de confiabilidade no SIN e flexibilidade operacional;
Geração de eletricidade a preços competitivos;
Redução da importação de energia elétrica pelo Estado do São Paulo; e
Atendimento a programas do Governo Federal para aumento da geração termelétrica.
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Impacto Atributos Projeto Verde Atlântico Energias
TGNL GM/T UTE LT GD
Aumento da oferta de gás natural e de
energia termelétrica
Natureza P P P P P
Incidência D D D D D
Duração P P P P P
Temporalidade IM IM IM IM IM
Abrangência Territorial R R R R R
Reversibilidade n.a n.a n.a n.a n.a
Possibilidade de Mitigação n.a n.a n.a n.a n.a
Probabilidade de Ocorrência C C C C C
Cumulatividade e Sinergismo CS CS CS CS CS
Magnitude A A A A A
Significância A A A A A
PVAE Significância Alta n.a: não aplicável Natureza: Positiva (P) / Negativa (N) - Incidência: Direta (D) / Indireta (I) - Duração: Temporário (T) / Permanente (P) - Temporalidade: Imediato (IM) / Curto Prazo (CP) / Médio Prazo (MP) / Longo Prazo (LP) - Abrangência Territorial: Pontual (P) / Local (L) / Regional (R) - Reversibilidade: Reversível (R) / Irreversível (I) - Possibilidade de Mitigação: Mitigável (M) / Não Mitigável (NM) / Potencializável (P) - Probabilidade de Ocorrência: Certa (C) / Provável (P) - Cumulatividade e Sinergismo: Cumulativo e Sinérgico (CS) / Cumulativo e Não Sinérgico (CNS) / Não Cumulativo e Não Sinérgico (N) - Magnitude: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A) - Significância: Baixa (B) / Média (M) / Alta (A)
c. Medidas de Controle e Programas Ambientais Associados
Não aplicáveis.
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9.3 SÍNTESE DA AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS
Este item apresenta a síntese da identificação e avaliação dos impactos ambientais
relevantes decorrentes das fases de planejamento, implantação e operação do Projeto
Verde Atlântico Energias (PVAE), de forma a promover adequações na concepção inicial
dos projetos de seus componentes, permitindo assim a minimização dos impactos negativos
e a potencialização dos impactos positivos.
Os itens 9.2.1; 9.2.2 e 9.2.3, apresentados anteriormente, descreveram a avaliação dos
potenciais impactos ambientais do PVAE e de seus componentes, relacionando-os às fases
de planejamento, implantação e operação; aos seus respectivos atributos; às medidas
mitigadoras ou potencializadoras; e aos planos e programas ambientais associados.
A avaliação de impactos desenvolvida neste estudo abordou diversas medidas de controle
ambiental a serem implantadas, bem como todo o arcabouço de normas técnicas e padrões
legais aplicáveis para o planejamento, implantação e operação dos componentes do PVAE.
Ressalta-se que para elaboração deste EIA, foram elaborados estudos de alternativas
locacionais e tecnológicas (ver Capítulo 4.0), bem como um denso diagnóstico ambiental
das áreas de influência do PVAE (ver Capítulo 8.0), visando eliminar ou reduzir
significativamente as potenciais interferências negativas do PVAE.
Portanto, esta síntese da avaliação de impactos pode ser considerada como uma análise
ambiental integrada, constituindo-se em fundamental ferramenta para o pleno entendimento
dos impactos ambientais mais relevantes, notadamente aqueles de caráter negativo,
cumulativo e de significância alta, condicionando assim uma atenção especial à proposição
de medidas de controle e à elaboração de planos e programas ambientais, voltados
principalmente para as áreas de maior sensibilidade, como a zona de amortecimento do
Parque Estadual da Serra do Mar, bem como para a população diretamente afetada.
Ainda, ressalta-se que, mesmo para aqueles impactos não mitigáveis, foram estabelecidas
ações de monitoramento e controle, reunidas em programas específicos como, por exemplo,
o Plano de Gerenciamento Ambiental de Obras; Programa de Controle da Poluição dos
Canteiros e Frente de Obras; Programa de Controle da Supressão de Vegetação, entre
outros; Programa de Gestão da Qualidade do Ar; Plano de Gestão Ambiental da Operação;
Programa de Monitoramento Socioeconômico; Programa de Compensação da Atividade
Pesqueira, entre outros.
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Conforme detalhado anteriormente, foram identificados 43 impactos, sendo 1 (2%) para a
Fase de Planejamento; 24 (56%) para a Fase de Implantação; e 18 (42%) para a Fase de
Operação do PVAE (FIGURA 9.3-1). Ressalta-se aqui que alguns impactos são restritos à
apenas uma fase do empreendimento (planejamento) e outros com ocorrência em mais de
uma fase (implantação e operação), sendo que para este último caso, a avaliação foi
realizada individualmente para cada fase, visto que as ações geradoras de impactos
(aspectos) são distintas e, portanto, os impactos são distintos.
FIGURA 9.3-1
PROPORÇÃO DOS IMPACTOS QUANTO ÀS FASES DO EMPREENDIMENTO
Deste total de 43 impactos identificados, 36 (78%) apresentam natureza negativa enquanto
que 10 (22%) são considerados positivos. Cabe aqui a explicação de que três impactos
identificados: (i) geração de expectativas na Fase de Planejamento; (ii) mobilização e
desmobilização de mão de obra, e (iii) alteração no setor de turismo na Fase de Implantação
foram classificados tanto como positivo, quanto negativo, por isso o somatório final de 46
impactos para este atributo (FIGURA 9.3-2).
FIGURA 9.3-2
PROPORÇÃO DOS IMPACTOS QUANTO À NATUREZA
Na Fase de Planejamento do PVAE, o único potencial impacto identificado refere-se à
geração de expectativas na população decorrente da implantação e operação do PVAE, com
ênfase na UTE proposta para o município de Peruíbe, sendo considerado de alta
significância, e com naturezas positiva e negativa. Para tal impacto, foi proposto o Programa
de Comunicação Social Integrada.
2%
56%
42% Planejamento
Implantação
Operação
22%
78%
Positiva
Negativa
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A Fase de Implantação apresenta o maior número de impactos identificados (24),
diretamente relacionado ao maior número de ações geradoras (aspectos) referentes às
atividades de construção de todos os componentes do PVAE.
Nesta avaliação, 10 impactos foram considerados de alta significância, sendo um de
natureza positiva; 8 de natureza negativa; e 1 com dupla expressão (positivo e negativo).
Do total dos impactos identificados para esta fase, 13 foram considerados mitigáveis e
reversíveis, o que representa 54% destes impactos. Destaca-se que os métodos
construtivos de cada componente do PVAE deverão atender todo o arcabouço de normas
técnicas e regulamentadoras, incluindo padrões e valores aplicáveis bem como os
condicionantes solicitados no âmbito do licenciamento do empreendimento, pelas
autoridades e órgãos competentes.
Para a Fase de Operação, que teve 18 impactos identificados, seis foram avaliados como
positivos (dois com significância alta) e 12 como negativos (um com significância alta). Do
total, sete foram considerados mitigáveis e reversíveis, ou seja, cerca de 40%.
Em relação aos meios temáticos afetados, a implementação do PVAE geraria maior
quantidade de impactos sobre o Meio Socioeconômico (21 / 49%), seguido pelo Meio Físico
(12 / 28%), e pelo Meio Biótico (10 / 23%) (FIGURA 9.3-3).
FIGURA 9.3-3
PROPORÇÃO DOS IMPACTOS QUANTO AO MEIO TEMÁTICO
Como já evidenciado, para a análise dos diversos atributos adotados nessa avaliação,
considerou-se como o mais relevante a Significância, sendo que para esta síntese foram
abordados os impactos que obtiveram valoração Alta para o referido atributo.
28%
23%
49%Meio Físico
Meio Biótico
Meio Socioeconômico
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Assim, considerando o atributo Significância, dos 43 impactos identificados, 14 impactos
(33%) foram considerados de Significância Alta, enquanto os de Significância Média
totalizaram 17 (39%) e os de Significância Baixa 12 (28%) (FIGURA 9.3-4).
FIGURA 9.3-4
PROPORÇÃO DOS IMPACTOS QUANTO À SIGNIFICÂNCIA PARA O PVAE
Do total dos 14 impactos considerados com Significância Alta, 3 (22%) são de Natureza
Positiva, 9 (64%) de Natureza Negativa e 2 (14%) são de natureza Negativa e Positiva
(FIGURA 9.3-5).
FIGURA 9.3-5
PROPORÇÃO DOS IMPACTOS COM SIGNIFICÂNCIA ALTA QUANTO À NATUREZA
Destacam-se entre os impactos negativos com Significância Alta: (i) poluição e incômodos
à população; (ii) perda de cobertura vegetal; (iii) mobilização e desmobilização de mão de
obra; e desapropriação e realocação na fase de implantação. Fundamental ressaltar mais uma vez que, para todos os impactos, notadamente aqueles
não mitigáveis, foram propostos planos e programas ambientais conspícuos que garantam
controle e monitoramento, restringindo seus efeitos aos limites físicos e temporais
considerados para a implantação e operação do PVAE, bem como potencializar os efeitos
benéficos dos considerados positivos.
33%
39%
28%Alta
Média
Baixa
22%
64%
14%
Positiva
Negativa
Positiva e Negativa
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Referente aos efeitos benéficos do PVAE, nota-se que, dos 10 impactos positivos, cinco são
de duração permanente, ou seja, produzirá efeitos benéficos por toda a vida útil do PVAE,
representando 12% do total de impactos identificados. Com relação aos impactos positivos
temporários da fase de implantação, os mesmos são normalmente substituídos pelos
impactos positivos permanentes da fase de operação.
Grande parte destes impactos incidem sobre o Meio Socioeconômico, tendo como principais
a Geração de Empregos e Renda; a Dinamização da Economia; a Arrecadação Municipal;
e as Alterações no Mercado de Trabalho.
Na sequência são apresentados os quadros síntese dos impactos ambientais do PVAE
(QUADROS 9.3-1 ao 9.3-3), por fase do empreendimento e por meio temático, destacando
os atributos Natureza e Significância, bem como os planos e programas ambientais
associados, uma vez que a análise detalhada e específica de cada componente do PVAE
foi apresentada nos itens anteriores.
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QUADRO 9.3-1
QUADRO SÍNTESE DE IMPACTOS AMBIENTAIS DO PROJETO VERDE ATLÂNTICO ENERGIAS - FASE DE PLANEJAMENTO
Meio de Ocorrência Identificação do Impacto Avaliação dos Impactos Programas Ambientais Associados
Natureza Significância
Físico Não foram identificados impactos nesta fase
Biótico Não foram identificados impactos nesta fase
Socioeconômico 1. Geração de expectativas na População P/N Alta Programa de Comunicação Social Integrada
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QUADRO 9.3-2
QUADRO SÍNTESE DE IMPACTOS AMBIENTAIS DO PROJETO VERDE ATLÂNTICO ENERGIAS - FASE DE IMPLANTAÇÃO
Meio de Ocorrência Identificação do Impacto Avaliação dos Impactos
Programas Ambientais Associados Natureza Significância
Físico
1. Desencadeamento e intensificação de processos de dinâmica superficial N Média Programa de Controle de Processos Erosivos e Assoreamento
2. Alteração na qualidade da água – porção continental N Média Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas e Sedimentos Programa de Controle de Processos Erosivos e Assoreamento
3. Alteração na qualidade da água – porção marinha N Média Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas e Sedimentos Programa de Gerenciamento Ambiental das Obras de Dragagem
4. Poluição e incômodos à população N Alta
Plano de Gerenciamento Ambiental das Obras: Programa de Controle de Poluição de Canteiros e Frente de Obras Programa de Controle do Tráfego Programa de Monitoramento da Qualidade da Água Subterrânea Programa de Monitoramento da Qualidade do Ar Programa de Monitoramento de Ruído
Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Programa de Gerenciamento de Efluentes Líquidos Programa de Educação Ambiental Programa de Comunicação Social integrada
5. Interferências em processos minerários N Média Programa de Monitoramento de Atividades Minerárias Programa de Negociação e Indenização
Biótico
1. Perda da cobertura vegetal N Alta Programa de Resgate e Salvamento da Fauna Terrestre Programa de Controle da Supressão de Vegetação Programa de Compensação Florestal
2. Alteração na biota aquática N Baixa
Programa de Gerenciamento Ambiental de Obras de Dragagem Programa de Monitoramento das Águas e Sedimentos Subprograma de Monitoramento da Biota Aquática Programa de Controle de Processos Erosivos e Assoreamento
3. Perda de habitat para a fauna terrestre N Alta Programa de Controle da Supressão de Vegetação Programa de Compensação Florestal Programa de Compensação Ambiental
4. Perda de espécimes da fauna terrestre N Média
Programa de Controle da Supressão de Vegetação Programa de Resgate e Salvamento da Fauna Terrestre Programa de Compensação Florestal Programa de Compensação Ambiental Programa de Monitoramento e Conservação de Fauna.
5. Aumento da pressão de caça N Baixa Programa de Educação Ambiental Plano de Gerenciamento Ambiental das Obras Programa de Monitoramento e Conservação de Fauna
6. Perturbação e Afugentamento da Fauna Terrestre N Alta
Plano de Gerenciamento Ambiental das Obras Programa de Controle da Supressão de Vegetação Programa de Compensação Florestal Programa de Compensação Ambiental Programa de Monitoramento e Conservação de Fauna Programa de Resgate e Salvamento de Fauna Terrestre
7. Interferências em áreas protegidas N Média Programa de Compensação Florestal Programa de Compensação Ambiental
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Meio de Ocorrência Identificação do Impacto Avaliação dos Impactos
Programas Ambientais Associados Natureza Significância
Socioeconômico
1. Alteração da paisagem N Média Plano de Gerenciamento Ambiental das Obras Controle da Poluição de Canteiros e Frente de Obras Controle da Supressão de Vegetação
2. Mobilização e desmobilização de mão de obra P/N Alta
Programa de Mobilização, Desmobilização e Capacitação da Mão de ObraPrograma de Comunicação Social Integrada Programa de Reforço da Infraestrutura Municipal Programa de Desenvolvimento de Fornecedores Locais
3. Pressão e Interferências sobre infraestrutura e serviços públicos N Alta
Plano de Gerenciamento Ambiental de Obras Programa de Gerenciamento de Efluentes Líquidos Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Programa de Reforço da Infraestrutura Municipal
4. Dinamização da economia P Alta Programa de Mobilização, Desmobilização e Capacitação de Mão de ObraPrograma de Desenvolvimento de Fornecedores Locais
5. Aumento da arrecadação municipal P Média Não aplicáveis
6. Alterações no setor de turismo P/N Média
Plano de Gerenciamento Ambiental das Obras Programa de Controle de Poluição de Canteiros e Frente de Obras Programa de Controle da Supressão de Vegetação Programa de Comunicação Social Integrada Programa de Fomento à Atividade Turística
7. Interferência na atividade pesqueira N Alta Programa de Compensação da Atividade Pesqueira Programa de Comunicação Social Integrada
8. Interferências no tráfego de embarcações N Baixa Programa de Comunicação Social Integrada Programa de Compensação da Atividade Pesqueira
9. Interferências em atividades econômicas N Alta Programa de Negociação e Indenização Programa de Monitoramento de Atividades Minerárias Programa de Comunicação Social Integrada
10. Desapropriação e realocação N Alta Programa de Negociação e Indenização Programa de Comunicação Social Integrada
11. Interferências sobre o patrimônio cultural e natural N Média Ações e atividades dependentes da emissão da portaria Iphan
12. Alterações nas condições de segurança e fluidez nas vias públicas N Média Programa de Comunicação Social Integrada Programa de Controle do Tráfego Plano de Gerenciamento Ambiental das Obras
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QUADRO 9.3-3
QUADRO SÍNTESE DE IMPACTOS AMBIENTAIS DO PROJETO VERDE ATLÂNTICO ENERGIAS - FASE DE OPERAÇÃO
Meio de Ocorrência Identificação do Impacto Avaliação dos Impactos
Programas Ambientais Associados Natureza Significância
Físico
1. Alteração da qualidade do ar N Média Programa de Gestão da Qualidade do Ar: Subprograma de Monitoramento de Emissões Atmosféricas Subprograma de Monitoramento da Qualidade do Ar e Meteorologia
2. Alteração dos níveis de ruído N Baixa Não aplicáveis
3. Emissões de campos elétricos e magnético N Baixa Não aplicáveis
4. Alteração da qualidade das águas marinhas N Baixa Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas Marinhas
5. Desencadeamento e Intensificação de processos de dinâmica superficial N Média Programa de Manutenção da Faixa de Servidão da Linha de Transmissão
6. Riscos de acidentes N Alta Programa de Gerenciamento de Risco
7. Alteração da Hidrodinâmica Marinha e da Sedimentação Praial N Baixa Não aplicáveis
Biótico
1. Alteração na biota aquática N Baixa Subprograma de Monitoramento da Biota Aquática Programa de Monitoramento das Águas Marinhas
2. Surgimento de habitat de fundo consolidado pela instalação de estruturas submersas P Baixa Subprograma de Monitoramento da Biota Aquática
3. Perda de espécimes da fauna terrestre N Média Programa de Compensação Florestal Programa de Compensação Ambiental Programa de Monitoramento e Conservação de Fauna Terrestre
Socioeconômico
1. Geração de incômodos à população do entorno N Baixa Plano de Gestão Ambiental da Operação Programa de Manutenção da Faixa da Linha de Transmissão (LT) Programa de Gestão da Qualidade do Ar
2. Alterações no mercado de trabalho P Alta Programa de Mobilização, Desmobilização e Capacitação da Mão de Obra Programa de Desenvolvimento de Fornecedores Locais
3. Aumento da arrecadação municipal P Baixa Não aplicáveis
4. Dinamização da economia P Média Programa de Mobilização, Desmobilização e Capacitação da Mão de Obra Programa de Desenvolvimento de Fornecedores Locais
5. Interferência na atividade pesqueira N Média Programa de Compensação da Atividade Pesqueira Programa de Comunicação Social Integrado
6. Interferência no tráfego de embarcações N Baixa Programa de Comunicação Social Integrada Programa de Compensação da Atividade Pesqueira
7. Restrições do uso do solo N Média Programa de Comunicação Social Integrada Programa de Manutenção da Faixa de Servidão da Linha de Transmissão
8. Aumento da oferta de gás e energia termelétrica P Alta Não aplicáveis
Legenda
P: Positiva
N: Negativa
P/N: Positiva e Negativa