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Poder JudiciárioJustiça do TrabalhoTribunal Superior do Trabalho
PROCESSO Nº TST-AIRR-777-85.2010.5.04.0102
Firmado por assinatura digital em 30/03/2016 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP
2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.
A C Ó R D Ã O
4ª Turma
GDCCAS/FMN/iap
I - AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE
REVISTA. AGRAVO DE INSTRUMENTO
INTERPOSTO POR ISONEIDA TAVARES WEBER.
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. GRUPO
ECONÔMICO. AUSÊNCIA DE PEDIDO NA
INICIAL. OBEDIÊNCIA AOS LIMITES DA LIDE
I. Extrai-se da decisão Regional que não
há na inicial pedido de
responsabilização solidária das
reclamadas, mas que a autora pretendeu
a formação de vínculo com cada uma das
empresas. II. Com a apresentação da
contestação ocorreu a estabilização
subjetiva da lide, o que impede a
alteração dos pedidos em sede de recurso
ordinário, logo, não há como deferir
pleito não formulado pela parte. III. O
processamento do recurso de revista
está adstrito à demonstração de
divergência jurisprudencial (art. 896,
alíneas a e b, da CLT) ou violação direta
e literal de dispositivo da
Constituição da República ou de lei
federal (art. 896, c, da CLT). IV. Não
comprovada nenhuma das hipóteses do
art. 896 da CLT, não há como acolher a
pretensão da Recorrente. V. Agravo de
instrumento de que se conhece e a que se
nega provimento.
II - AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE
REVISTA. AGRAVO DE INSTRUMENTO
INTERPOSTO POR SOCIEDADE PELOTENSE DE
ASSISTÊNCIA E CULTURA. DIFERENÇAS
SALARIAIS. SALÁRIO SUBSTITUIÇÃO. I. O
processamento do recurso de revista
está adstrito à demonstração de
divergência jurisprudencial (art. 896,
alíneas a e b, da CLT) ou violação direta
e literal de dispositivo da
Constituição da República ou de lei
federal (art. 896, c, da CLT). II. Não
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PROCESSO Nº TST-AIRR-777-85.2010.5.04.0102
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2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.
comprovada nenhuma das hipóteses do
art. 896 da CLT, não há como acolher a
pretensão da Recorrente. III. Agravo de
instrumento de que se conhece e a que se
nega provimento.
Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo
de Instrumento em Recurso de Revista n° TST-AIRR-777-85.2010.5.04.0102,
em que são Agravantes ISONEIDA TAVARES WEBER e SOCIEDADE PELOTENSE DE
ASSISTÊNCIA E CULTURA e Agravadas AS MESMAS E FUNDAÇÃO DOM ANTÔNIO.
ZATTERA
A Presidente do Tribunal Regional do Trabalho da
Quarta Região denegou seguimento aos recursos de revista interpostos pela
Reclamante e pela Reclamada, o que ensejou a interposição dos presentes
agravos de instrumento.
As Agravadas apresentaram contraminuta aos agravos de
instrumento e contrarrazões aos recursos de revista.
Os autos não foram remetidos ao Ministério Público do
Trabalho.
É o relatório.
V O T O
I - AGRAVO DE INSTRUMENTO INTERPOSTO POR ISONEIDA
TAVARES WEBER
1. CONHECIMENTO
Atendidos os pressupostos legais de admissibilidade
do agravo de instrumento, dele conheço.
2. MÉRITO
A decisão denegatória está assim fundamentada:
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“PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS
Tempestivo o recurso.
Regular a representação processual. .
O preparo é inexigível.
PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS \ RESPONSABILIDADE
SOLIDÁRIA/SUBSIDIÁRIA.
Alegação(Ões):
- contrariedade à(s) Súmula(s) 129/TST.
- violação do(s) art(s). 2°, §2°, da CLT; 3°, §2º da Lei 5.8769/73; 275
do CC c/c 8°, parágrafo único, da CLT.
- divergência jurisprudencial.
A Turma negou provimento ao recurso ordinário do reclamante quanto
à pretensão de responsabilizar solidariamente as reclamadas. Os
fundamentos da decisão estão sintetizados na ementa do julgado:
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA, Mantida a decisão
de origem, pois, tendo sido reconhecida a manutenção de um
único contrato de emprego com uma das empresas que compõem
o grupo econômico declarado e preenchidos os pressupostos da
Súmula 129 do TST, são incabíveis os pedidos dirigidos àquela
que não era empregadora da reclamante. Provimento negado ao
recurso. (Relatora: Tânia Maciel de Oliveira).
Tendo em vista os fundamentos acima referidos, não constato
contrariedade à Súmula indicada.
Não detecto violação literal aos dispositivos de lei invocados,
circunstância que obsta a admissão do recurso pelo critério previsto na alínea
"c" do art. 896 da CLT.
A reprodução de aresto que provém de órgão julgador não mencionado
na alínea "a" do art. 896 da CLT não serve ao confronto de teses.
Nos termos da Súmula 296 do TST, a divergência jurisprudencial
ensejadora da admissibilidade do recurso "há de ser específica, revelando a
existência de teses diversas na interpretação de um mesmo dispositivo legal,
embora idênticos os fatos que as ensejaram", situação não configurada na
espécie.
RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR/EMPREGADO
/ INDENIZAÇÃO POR DANO MATERIAL / DOENÇA OCUPACIONAL.
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RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR/EMPREGADO
/ INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL / DOENÇA OCUPACIONAL.
RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO. /
REINTEGRAÇÃO/READMISSÃO OU INDENIZAÇÃO /
ESTABILIDADE ACIDENTARIA.
Alegação(ões):
- violação do(s) art(s), 20 e 118 da Lei 8.213/91; 927 e 950 do CC; 8º
parágrafo único, da CLT.
- divergência jurisprudencial.
Outras alegações:
- violação a Portarias e Decretos Regulamentares.
A Turma confirmou o juízo de improcedência quanto às pretensões
decorrentes da alegada doença profissional, assim deliberando quanto à
matéria:
[...]
Não constato violação aos dispositivos de lei invocados, circunstância
que obsta a admissão do recurso pelo critério previsto na alínea "c" do art.
896 da CLT.
Aresto proveniente de Turma do TST; órgão não elencado na alínea
"a" do art. 896 da CLT, não serve ao confronto de teses (art. 896 da CLT e OJ
111 da SDI-1/TST).
A luz da Súmula 296 do TST, aresto que não revela identidade fática
com a situação descrita nos autos ou que não dissente do posicionamento
adotado pela Turma não serve para impulsionar o recurso.
É ineficaz a impulsionar recurso de revista alegação estranha aos
ditames do art. 896 da CLT.
CONCLUSÃO
Nego seguimento” (fls. 1173/1175 do documento
sequencial eletrônico).
A decisão denegatória está correta, não merecendo
nenhum reparo.
A Agravante insiste no processamento de seu recurso
de revista por violação dos arts. 2º, § 2º, da CLT, 3º, § 2º, da Lei
5.889/73, 275, 927 e 950 do CC c/c 8º, parágrafo único da CLT, 20, caput
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e I, e 118 da Lei nº 8.213/91, à Portaria 1339/99 e aos Decretos
Regulamentares 6/2001 e 76/2007, por contrariedade à Súmula 129 do TST
e por divergência jurisprudencial. Debate acerca de responsabilidade
solidária relativa à formação de grupo econômico e de dano moral e
material decorrentes de doença de trabalho.
A respeito da responsabilidade solidária, afirma que
“o presente acórdão prolatado admitiu que a Fundação integra o mesmo grupo
econômico da SPAC, sob o fundamento da Súmula 129 do TST”, e, portanto,
“ainda que julgasse improcedente o pedido de vínculo empregatício,
deveria ter julgado procedente os demais pedidos, face à inegável
responsabilidade solidária existente entre as pessoas jurídicas que
integram determinado grupo econômico” e que “apesar de não caracterizar
a coexistência de mais de um contrato de trabalho, não impossibilita a
condenação da pessoa jurídica que integra o grupo econômico por parcelas
devidas em razão de pagamentos sonegados, diante da realidade comprovada
pelos documentos juntados de que a Fundação (CNPJ próprio) era quem
realizava os pagamentos (fls. 21/113) ou ainda a condenação da SPAC pelas
diferenças inegáveis de FGTS” (fls. 1190/1191).
Aduz, quanto ao dano moral e material, que “o conjunto
probatório tornou incontroversa a existência das doenças profissionais
e do trabalho adquiridas pela autora ao longo do pacto laboral e admitidas
pelo laudo pericial” (fl. 1194).
O Tribunal Regional consignou o seguinte:
1. “RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA
Sustenta a apelante que, conforme foi decidido, no 1º grau, restou
caracterizada, na hipótese, a existência de grupo econômico entre as rés, a
acarretar necessariamente sua responsabilidade solidária, na forma da lei,
ainda que tenha laborado apenas para uma das pessoas jurídicas. Requer,
portanto, a condenação também da Fundação, sua real fonte pagadora, ao
adimplemento dos débitos trabalhistas.
Nego provimento ao recurso, adotando os mesmos fundamentos da
sentença, no que concerne à apreciação dos estritos limites dá postulação,
inclusive quanto aos esclarecimentos prestados quando do julgamento dos
embargos declaratórios:
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"A segunda reclamada é instituidora da primeira, conforme
expresso no art. 1º do estatuto da Fundação reclamada (fl. 241).
Evidente que as reclamadas podem ser enquadradas, pois,
no conceito de grupo econômico, na acepção do art. 2°, §2°, da
CLT, o que atrai, a aplicação do disposto na Súmula n. 129 do e.
TST, que ora adoto.
Caso a reclamante pretendesse a integração ao salário de
parcelas pagas mediante recibo apartado pela Fundação, por
alegar a realização de pagamento extra-folha, estes de veriam ter
sido os pedidos formulados.
Todavia, nos termos da inicial, a pretensão da reclamante é
de reconhecimento de vínculo de emprego apartado com a
Fundação demandada; e o pedido não pode ser acolhido diante
da realidade que se apresenta e acima é aclarada.
A propósito, saliento que em momento algum a reclamante
relata a necessidade de estender a jornada em decorrência da
prestação de serviços em prol da Fundação.
Assim, aplicável à espécie a Súmula n. 129 do e. TST, In
verbis;
'A prestação de serviços a mais de uma empresa do mesmo
grupo econômico, durante a mesma jornada de trabalho, não
caracteriza a coexistência de mais de um contrato de trabalho,
salvo ajuste em contrário’
Portanto, não reconhecido o vínculo de emprego com a
reclamada Fundação Dom Antônio Zattera, são improcedentes
os pedidos das alíneas "a", "b", "c", "d", "e", “f”, "g", "h"'e "i"
formulados na reclamatória n. 0000777-85.2010 5.04;0102;
(fl.628v.
A reclamante escolheu contra quem ajuizar suas
reclamatórias e optou por defender a tese de manutenção de
vínculos de emprego singulares com) cada uma das demandadas
nos autos.
Assim; as petições iniciais não trazem a fundamentação
que ora é dispensada pela autora com a pretensão de extrair, em
virtude da consideração de grupo econômico pelas reclamadas,
benefícios que não são solicitados nas petições iniciais e que não
podem, portanto, ser auferidos em sede de juízo de
conhecimento.
Lembro à parte autora que a adstrição aos limites impostos
à lide pela própria parte reclamante ao formular sua petição
inicial constitui cerne de principio basilar do direito processual.
Todos sofremos conseqüências em virtude das escolhas
que realizamos no curso da existência e outra não é a regra na
esfera jurídica.
Ora, Uma vez reconhecida, a manutenção de um único
contrato de emprego com uma das empresas que compõem o
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grupo econômico decifrado, e preenchidos os pressupostos
ditados pela Súmula n. 129 do e. TST, o indeferimento dos
pedidos direcionados àquela reclamada que não figurou como
empregadora da reclamante é solução que se impôs diante da
causa proposta.
Entretanto, nada impede, que em sede, de execução seja
buscado o adimplemento de empresa já reconhecida como parte
do grupo na fase de conhecimento" (primeiro item, fl. 683v)
2. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS/
REINTEGRAÇÃO NO EMPREGO/ESTABILIDADE
ACIDENTARIA
Ao argumento de que o juízo não está adstrito ao resultado do laudo
pericial, entende a autora que, quando passou a laborar para a
Fundação, com nítido acúmulo de trabalho, em jornada extremamente
excessiva e penosa, contraiu doenças profissionais em face de suas
atividades diárias de digitação, razão por que não poderia ter sido
considerada apta para a demissão. Acrescenta que restou caracterizada
a concausa entre o trabalho desenvolvido e dano à saúde e postula a
condenação das reclamadas ao pagamento de indenização por danos
morais e materiais, bem como a decretação da nulidade da despedida,
com a determinação da reintegração no emprego ou a indenização de
período de estabilidade acidentaria de 12 meses e da remuneração do
tempo de afastamento, com os respectivos reflexos.
Ao contrário das razões recursais, porém, o juízo de origem decidiu
com absoluto acerto a questão, após o exame do art. 118 da Lei
8.213/91 para efeito de aquisição do direito à garantia de emprego,
confrontado também com a prova produzida nos autos a propósito da
alegada doença ocupacional, a ensejar o indeferimento dos pedidos,
"verbis":
‘É evidente, de outro lado, que o obreiro pode vir a
comprovar em Juízo que o gozo do benefício experimentado
deveria ter sido, sim, acidentário.
Não se pode olvidar que incumbe à reclamante a prova do
fato constitutivo do direito pleiteado, qual seja, o
desenvolvimento de doença profissional equiparável a acidente
de trabalho.
Entretanto, no caso em apreço, isto visivelmente não
ocorre.
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Os receituários e atestados anexados pela reclamante até
trazem o diagnóstico da enfermidade narrada na inicial.
Todavia, conforme resta cristalino no laudo pericial
médico (fls.746-52), o perito nomeado pelo Juízo, depois de
entrevista e exame da reclamante, conclui que não há nexo
técnico entre as atividades e as patologias analisadas, afirmando
que a reclamante não é portadora de doenças ocupacionais e se
encontra apta ao trabalho. E diante da impugnação da autora ao
laudo o vistor responde aos quesitos complementares sem alterar
sua conclusão (laudo complementar das fls. 478 e 478v. dos
autos do processo n. 0000777-85.2010.5.04.0102).
Nada há nos autos a tomar inequívoca a tese da reclamante.
Desse modo, entendo que não há como imputar a
condenação pretendida.
Portanto, não há qualquer irregularidade na despedida da
reclamante e, por todo o exposto, indefiro reintegração e
indenizações postuladas no processo apensado’ (fl. 629v)
Nego, portanto, provimento ao recurso, considerando, em especial, a
conclusão categórica do perito de que a origem das moléstias contraídas pela
trabalhadora (cervicalgia, artrose, discopatia, etc.) "é constitucional é
degenerativa, própria da Autora e sem relação com suas atividades laborais
na Demandada" (quesito 3 complementar, fl. 480v)”(fls. 1031/1036
do documento sequencial eletrônico).
Inicialmente, não se viabiliza o processamento do
recurso de revista por violação de portarias ou decretos regulamentares.
Incidência do art. 896 da CLT.
Não se verifica ofensa ao art. 3º, § 2º, da Lei nº
5.889/73, porquanto referido dispositivo trata do trabalhador rural, não
guardando relação com as matérias em debate nos presentes autos, a saber,
responsabilidade solidária, grupo econômico, danos morais e materiais.
Quanto à responsabilidade solidária relativa ao
reconhecimento de grupo econômico, não se evidencia ofensa aos arts. 2º,
§ 2º, da CLT e 275 do CC tampouco contrariedade à Súmula 129 do TST, porque,
conforme consta do acórdão, houve o reconhecimento do grupo econômico,
mas a responsabilidade solidária não foi reconhecida porque não houve
pedido da autora no momento processual oportuno.
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Extrai-se da decisão Regional que não há na inicial
pedido de responsabilização solidária das reclamadas, mas que a autora
pretendeu a formação de vínculo com cada uma das empresas.
Com a apresentação da contestação ocorreu a
estabilização subjetiva da lide, o que impede a alteração dos pedidos
em sede de recurso ordinário, logo, não há como deferir pleito não
formulado pela parte.
Os arestos apresentados para confronto de teses,
relativos à responsabilidade solidária e grupo econômico (fls. 1201 a
1203), não se prestam à configuração de dissídio jurisprudencial por não
guardarem as mesmas premissas fáticas do caso em exame, no qual, conforme
dito anteriormente, não houve pedido de responsabilização solidária em
razão da formação de grupo econômico. Incidência da Súmula 296 do TST.
No tocante ao dano moral e ao dano material, não se
evidencia ofensa aos arts. 927 e 950 do CC c/c 8º, parágrafo único da
CLT, 20, caput e I, e 118 da Lei nº 8.213/, porque o Tribunal Regional
solucionou a questão analisando os fatos e as provas segundo o seu livre
convencimento motivado. Conforme consta do acórdão, “conforme resta
cristalino no laudo pericial médico (fls.746-52), o perito nomeado pelo
Juízo, depois de entrevista e exame da reclamante, conclui que não há
nexo técnico entre as atividades e as patologias analisadas, afirmando
que a reclamante não é portadora de doenças ocupacionais e se encontra
apta ao trabalho” (fl. 1035).
Nesse passo, a modificação do acórdão regional implica
reexame da matéria fático-probatória, o que não é possível nesta
instância extraordinária, inclusive por divergência jurisprudencial, a
teor do que estabelece a Súmula nº 126 desta Corte.
Nego provimento ao agravo de instrumento.
II - AGRAVO DE INSTRUMENTO INTERPOSTO POR SOCIEDADE
PELOTENSE DE ASSISTÊNCIA E CULTURA
1. CONHECIMENTO
Atendidos os pressupostos legais de admissibilidade
do agravo de instrumento, dele conheço.
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2. MÉRITO
A decisão denegatória está assim fundamentada:
“PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS
Tempestivo o recurso.
Regular a representação processual. , Satisfeito o preparo.
PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS
DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO / ATOS
PROCESSUAIS / NULIDADE / NEGATIVA DE PRESTAÇÃO,
JURISDICIONAL.
REMUNERAÇÃO, VERBAS INDENÍZATÓRIAS E BENEFÍCIOS /
SALÁRIO/DIFERENÇA SALARIAL / SALÁRIO SUBSTITUIÇÃO.
Alegação(ões):
- contrariedade à(s) Súmula(s) 159,1, e 297/TST.
- violação do(s) art(s). 5°, XXXV, LIV, LV, da CF.
- violação do(s) art(s). 128, 460 do CPC; 450. 456, parágrafo único,
832 da CLT; 47 do CC.
- divergência jurisprudencial.
Outras alegações:
- contrariedade às Súmulas 282 e 356 do STF.
A Turma confirmou a condenação ao pagamento de diferenças
salariais por substituição, nos seguintes termos:
[...]
Opostos embargos declaratórios, restaram rejeitados quanto à matéria,
nestes termos:
[...]
Em relação à arguição de nulidade do julgado, por negativa de
prestação jurisdicional, não há como receber o recurso. As questões
suscitadas foram enfrentadas pelo Tribunal, que adotou tese explícita a
respeito, não verificada afronta ao art. 832 da CLT. Dispensa análise a
alegação de violação aos demais dispositivos invocados, na esteira do
entendimento traçado na Orientação Jurisprudencial 115 da SDI-I do TST.
De outra parte, não constato contrariedade à Súmula 297 do TST. Destaco,
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ainda, que é ineficaz a impulsionar recurso de revista alegação estranha aos
ditames do art. 896 da CLT.
Quanto à matéria de fundo, infere-se da transcrição do acórdão que a
controvérsia foi decidida com base nos elementos de prova contidos nos
autos. Assim, a admissibilidade do recurso de revista encontra óbice na
Súmula n° 126 do TST, segundo a qual a discussão dos fatos e das provas,
finda nesta instância trabalhista, restando prejudicada a análise das alegações
atinentes à matéria.
FÉRIAS / INDENIZAÇÃO/DOBRA/TERÇO CONSTITUCIONAL.
DIREITO CIVIL / OBRIGAÇÕES / ADIMPLEMENTO E
EXTINÇÃO / COMPENSAÇÃO.
Alegação(ões):
- violação do(s) art(s). 767 da CLT c/c 368 do CC.
O Tribunal, em sede de embargos declaratórios, sanou omissão do
julgado quanto às férias em dobro, nestes termos:
[...]
Não detecto violação literal aos dispositivos de lei invocados,
circunstância que obsta a admissão do recurso pelo critério previsto na alínea
"c" do art. 896 da CLT.
CONCLUSÃO
Nego seguimento” (fls. 1176/1179 do documento
sequencial eletrônico).
A decisão denegatória está correta, não merecendo
reparo.
A Agravante insiste no processamento do seu recurso
de revista por violação dos arts. 5º, XXXV, LIV e LV, da CF, 128, 460
e 535 do CPC, 450, 456, parágrafo único, e 832 da CLT, 47 do CC e por
contrariedade às Súmulas 159, I, e 297 do TST e 282 e 356 do STF. Debate
acerca de diferenças salariais, férias e alega nulidade por negativa de
prestação jurisdicional.
O Tribunal Regional consignou o seguinte:
“DIFERENÇAS SALARIAIS POR SUBSTITUIÇÃO
Irresignada com a decisão no tópico, alega a recorrente, em síntese, que
o simples desempenho de parte inexpressiva de eventuais atribuições do
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cargo do substituído não poderiam ensejar o deferimento das diferenças
salariais, nos termos da Súmula 159,I, do TST. Invocando, ainda, o art. 450
da CLT, aduz que não foi demonstrado, no caso concreto, que a tomada de
decisões institucionais tivesse ficado sob a responsabilidade da reclamante,
restrita às tarefas de natureza meramente operacional, de acordo com sua
estreita alçada e os padrões previamente estabelecidos pelo próprio Diretor
dá entidade, especialmente no tocante às negociações com os alunos
inadimplentes, limitadas aos parâmetros preestabelecidos pelo Conselho.
Caso mantida a condenação, deveria ser redimensionado o período da
condenação, conforme a documentação trazida aos autos durante a instrução,
sendo indevidos os reflexos em aviso prévio, férias, 13°s salários e
quadriênios.
Não merece provimento o recurso, diante da cuidadosa análise da
prova documental e oral efetuada pelo juízo de origem, cabendo ressaltar que
as testemunhas da reclamante foram unânimes em declarar que a autora
substituiu o Prof. Sérgio quando de seu afastamento da Reitoria por motivo
de doença (fls. 622-3). Mantenho, pois. o Julgado por seus próprios
fundamentos:
‘Ademais, a prova oral conforta a tese da reclamante, em
especial quando se constata evidente contradição nos
depoimentos das testemunhas trazidas peta reclamada.
Ora, é evidente que o Diretor-Executivo afastou-se de suas
atividades, e a primeira testemunha da reclamada revela que o
fez em virtude de procedimento cirúrgico para tratamento de um
câncer; Não é razoável concluir que ume pessoa após uma
cirurgia de tal relevância se ausente de suas atividades por
apenas dois ou três dias, como busca fazer crer a testemunha.
Aliás, a segunda testemunha da reclamada, após
Insistência, desta Magistrada diz, com visível desconforto, que o
afastamento se deu por um ou dois meses.
Do Cotejo da prova documental com a oral que nos autos
se encontra produzida, extraio que a reclamante substituiu, sim,
Sérgio Ávila Cardoso, realizando todas as tarefas que lhe eram
confiadas, á exceção da assinatura dos documentos que eram
remetidos à residência do substituído para que apusesse sua
assinatura, depois de realizado todo o procedimento pela
reclamante. Este simples fato, por si só, não tem o condão de
afastar o caráter de substituição, e revela que a reclamada apenas
deixou de substabelecer à autora o poder de firmar os
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documentos com o fito de esquivar-se ao pagamento do salário
de substituição.
Neste sentido os documentos das fls. 514-21 demonstram
de forma inequívoca o afastamento de Sérgio e a similitude de
suas responsabilidades com as exercidas pela autora no período.
Pelo exposto, concluo que a reclamante substituiu o
Diretor- Executivo em seu afastamento ao trabalho no período de
julho a fevereiro de 2009 e defiro o pagamento das diferenças
salariais com fulcro no salário substituição, considerando os
salários-base do Substituído a sem comprovado pela reclamada
em fase de liquidação com a juntada dos contracheques do
substituído aos autos (fl.630)’ (fls. 1029/1031 do
documento sequencial eletrônico).
Consta do acórdão que julgou os embargos de
declaração:
“II - EMBARGOS DA RECLAMADA
1. Com relação á apreciação do pedido de diferenças salariais, em
especial quanto à prova produzida, e ao redimensionamento temporal quanto
ao período reconhecido, igualmente não merecem provimento os embargos
da demandada, pois é nítida a intenção de obter o reexame da matéria, já
suficientemente abordada, com a necessária fundamentação, com o que
restou mantido o julgado originário. Relativamente aos reflexos, houve
efetivamente omissão no aresto, a ser sanada no presente momento
processual, negando-se provimento ao recurso, já que, além de se tratar de
repercussões em parcelas de natureza remuneratória, a defesa não se
manifestou sobre o tema de modo específico.
2. Assiste razão á parte quando refere a existência de recurso específico
não apreciado, relativamente às férias em dobro. Com efeito, em aditamento
ao recurso ordinário, a demandada alegou, em síntese, que houve a regular
fruição dos respectivos períodos, conforme teria demonstrado a prova oral e
documental, e requereu, sucessivamente, a dedução dos valores pagos ao
mesmo título.
A respeito da matéria, assim se pronunciou o juízo de origem, no
julgamento de embargos declaratórios da reclamante:
‘Houve importante omissão desta - Magistrada ao deixar
de verificar a referência e o conteúdo do documento da ft. 18 dos
autos do processo que originariamente teve o n. 0000767-
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35.2010.5.04.0104 e todo o referido a respeito dele nos
depoimentos prestados.
Merece ser alterado o ponto respectivo da fundamentação,
pois considero firme e forte a prova produzida contra os
documentos que atestavam a regularidade, de gozo de férias.
Não pesam, neste contexto, os dizeres das testemunhas da
reclamada no sentido de regularidade de gozo de férias.
Acolho, portanto, as alegações e a pretensão da
reclamante, deferindo o pagamento indenizado das férias
referentes aos períodos aquisitivos de 2006/2007 e 2007/2008,
sendo descontados 10 (dez) dias das primeiras, que devem ser
pagas em dobro, porquanto ultrapassado o período concessivo.
(fl. 683v)’
Mantenho o julgado quanto ao deferimento das férias, na medida em
que a decisão está amparada em documento juntado aos autos de processo
redistribuído por dependência (em anexo ao presente feito), constante de
planilha de férias da autora na qual há o reconhecimento expresso de 50 dias
não usufruídos (fl. 18 do 1° vol.), com assinatura reconhecida como autêntica
pelo próprio preposto da demandada em depoimento pessoal (ata da fl. 103,
1º vol.). Com relação ao pedido de dedução dos valores pagos ao mesmo
titulo, constato a existência da rubrica "diferença de férias" no termo de
rescisão do contrato de trabalho (fl. 41 do 1° vol. do proc. apensado), em
rubrica absolutamente indeterminada quanto ao período respectivo, razão
por que, máxime se considerados os termos das defesas das rés, há negativa
categórica do direito às férias, já rechaçada, com pleito genérico de dedução
que não pode ser acatado.
Por conseguinte, merecem provimento parcial os embargos
declaratórios da reclamada Sociedade Pelotense de Assistência e Cultura -
SPAC, apenas para o efeito de, sanando as omissões apontadas, negar
provimento ao recurso quanto aos pedidos de exclusão da condenação dos
reflexos das diferenças salariais e das férias em dobro e (Quanto ao
requerimento sucessivo ,de dedução dos valores pagos a título de diferenças
de férias”(fls. 1103/1105 do documento sequencial
eletrônico).
A Reclamada busca a declaração de nulidade processual
por negativa de prestação jurisdicional. Afirma que o Tribunal Regional
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não examinou as alegações de que “o Quarto Regional não atentou que
as testemunhas da reclamante (fls. 622-3) não trabalharam no mesmo
local, nem sequer diretamente com a autora”. Alega que a Corte
Regional “incorreu na omissão do exame dos poderes definidos no ato
constitutivo ao Diretor. Além da ausência incontroversa da outorga
formal. Do texto da decisão vergastada, resta lógico que, não
assinando documentos, nunca a reclamante exerceu as prerrogativas
estabelecidas no ato constitutivo” e que “incorreu na omissão da
análise das atividades meramente operacionais no período que
coincide com a injusta condenação”(fls. 1224/1230).
Não se verifica nulidade processual, tendo em vista
que as questões invocadas pela Reclamada foram abordadas pelo Tribunal
Regional, conforme o seu livre convencimento motivado. Conforme se
depreende do acórdão,
“Não merece provimento o recurso, diante da cuidadosa análise da
prova documental e oral efetuada pelo juízo de origem, cabendo ressaltar que
as testemunhas da reclamante foram unânimes em declarar que a autora
substituiu o Prof. Sérgio quando de seu afastamento da Reitoria por motivo
de doença [...]
Ora, é evidente que o Diretor-Executivo afastou-se de suas
atividades, e a primeira testemunha da reclamada revela que o
fez em virtude de procedimento cirúrgico para tratamento de um
câncer; Não é razoável concluir que ume pessoa após uma
cirurgia de tal relevância se ausente de suas atividades por
apenas dois ou três dias, como busca fazer crer a testemunha.
Aliás, a segunda testemunha da reclamada, após
Insistência, desta Magistrada diz, com visível desconforto, que o
afastamento se deu por um ou dois meses.
Do Cotejo da prova documental com a oral que nos autos
se encontra produzida, extraio que a reclamante substituiu, sim,
Sérgio Ávila Cardoso, realizando todas as tarefas que lhe eram
confiadas, á exceção da assinatura dos documentos que eram
remetidos à residência do substituído para que apusesse sua
assinatura, depois de realizado todo o procedimento pela
reclamante. Este simples fato, por si só, não tem o condão de
afastar o caráter de substituição, e revela que a reclamada apenas
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deixou de substabelecer à autora o poder de firmar os
documentos com o fito de esquivar-se ao pagamento do salário
de substituição.
Neste sentido os documentos das fls. 514-21 demonstram
de forma inequívoca o afastamento de Sérgio e a similitude de
suas responsabilidades com as exercidas pela autora no período.
Pelo exposto, concluo que a reclamante substituiu o
Diretor- Executivo em seu afastamento ao trabalho no período de
julho a fevereiro de 2009 [...]”(fls. 1029/1031 do
documento sequencial eletrônico).
Emerge claramente da transcrição que o reconhecimento
da substituição está fundamentado na análise da prova documental e
testemunhal e na própria natureza do afastamento do substituído (doença
grave), estando a decisão devidamente fundamentada.
A exigência legal de que a decisão seja fundamentada
(art. 131 do CPC) e os limites da controvérsia sejam observados (arts.
128 e 460 do CPC) foi devidamente observada.
Na verdade, percebe-se que a Reclamada manifesta
discordância com o teor do julgamento, o que não configura tal nulidade.
Não se evidencia, assim, ofensa aos arts. 5º, XXXV, LIV e LV, da CF, 832
da CLT e 128, 460 e 535 do CPC.
A respeito das diferenças salariais relativas ao
“salário-substituição”, não se evidencia ofensa aos arts. 450 e 456,
parágrafo único, da CLT, e 47 do CC, porque o Tribunal Regional analisou
a natureza do afastamento (doença grave), bem como a prova testemunhal
e documental, concluindo que houve substituição do empregado pela Autora,
o que autoriza o deferimento do pagamento das diferenças salariais.
A modificação do acórdão regional implica reexame da
matéria fático-probatória, o que não é possível nesta instância
extraordinária, a teor do que estabelece a Súmula nº 126 desta Corte.
No tocante à alegação de compensação das férias, não
se verifica ofensa aos arts. 767 da CLT e 368 do CC, porquanto a Corte
Regional entendeu ser impossível a compensação, eis que constatou “a
existência da rubrica "diferença de férias" no termo de rescisão do
contrato de trabalho (fl. 41 do 1° vol. do proc. apensado), em rubrica
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absolutamente indeterminada quanto ao período respectivo, razão por que,
máxime se considerados os termos das defesas das rés, há negativa
categórica do direito às férias, já rechaçada, com pleito genérico de
dedução que não pode ser acatado” (fl. 1105).
Não se viabiliza o processamento de recurso de revista
por contrariedade à Súmula do STF. Incidência do art. 896 da CLT.
Diante do exposto, nego provimento ao agravo de
instrumento.
ISTO POSTO
ACORDAM os Ministros da Quarta Turma do Tribunal
Superior do Trabalho, à unanimidade, conhecer dos agravos de instrumento
e, no mérito, negar-lhes provimento.
Brasília, 30 de Março de 2016.
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
CILENE FERREIRA AMARO SANTOS Desembargadora Convocada Relatora
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