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Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho PROCESSO Nº TST-AIRR-777-85.2010.5.04.0102 Firmado por assinatura digital em 30/03/2016 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira. A C Ó R D Ã O 4ª Turma GDCCAS/FMN/iap I - AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. AGRAVO DE INSTRUMENTO INTERPOSTO POR ISONEIDA TAVARES WEBER. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. GRUPO ECONÔMICO. AUSÊNCIA DE PEDIDO NA INICIAL. OBEDIÊNCIA AOS LIMITES DA LIDE I. Extrai-se da decisão Regional que não na inicial pedido de responsabilização solidária das reclamadas, mas que a autora pretendeu a formação de vínculo com cada uma das empresas. II. Com a apresentação da contestação ocorreu a estabilização subjetiva da lide, o que impede a alteração dos pedidos em sede de recurso ordinário, logo, não há como deferir pleito não formulado pela parte. III. O processamento do recurso de revista está adstrito à demonstração de divergência jurisprudencial (art. 896, alíneas a e b, da CLT) ou violação direta e literal de dispositivo da Constituição da República ou de lei federal (art. 896, c, da CLT). IV. Não comprovada nenhuma das hipóteses do art. 896 da CLT, não há como acolher a pretensão da Recorrente. V. Agravo de instrumento de que se conhece e a que se nega provimento. II - AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. AGRAVO DE INSTRUMENTO INTERPOSTO POR SOCIEDADE PELOTENSE DE ASSISTÊNCIA E CULTURA. DIFERENÇAS SALARIAIS. SALÁRIO SUBSTITUIÇÃO. I. O processamento do recurso de revista está adstrito à demonstração de divergência jurisprudencial (art. 896, alíneas a e b, da CLT) ou violação direta e literal de dispositivo da Constituição da República ou de lei federal (art. 896, c, da CLT). II. Não Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1001225187FFB727DE.

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Poder JudiciárioJustiça do TrabalhoTribunal Superior do Trabalho

PROCESSO Nº TST-AIRR-777-85.2010.5.04.0102

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2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

A C Ó R D Ã O

4ª Turma

GDCCAS/FMN/iap

I - AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE

REVISTA. AGRAVO DE INSTRUMENTO

INTERPOSTO POR ISONEIDA TAVARES WEBER.

RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. GRUPO

ECONÔMICO. AUSÊNCIA DE PEDIDO NA

INICIAL. OBEDIÊNCIA AOS LIMITES DA LIDE

I. Extrai-se da decisão Regional que não

há na inicial pedido de

responsabilização solidária das

reclamadas, mas que a autora pretendeu

a formação de vínculo com cada uma das

empresas. II. Com a apresentação da

contestação ocorreu a estabilização

subjetiva da lide, o que impede a

alteração dos pedidos em sede de recurso

ordinário, logo, não há como deferir

pleito não formulado pela parte. III. O

processamento do recurso de revista

está adstrito à demonstração de

divergência jurisprudencial (art. 896,

alíneas a e b, da CLT) ou violação direta

e literal de dispositivo da

Constituição da República ou de lei

federal (art. 896, c, da CLT). IV. Não

comprovada nenhuma das hipóteses do

art. 896 da CLT, não há como acolher a

pretensão da Recorrente. V. Agravo de

instrumento de que se conhece e a que se

nega provimento.

II - AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE

REVISTA. AGRAVO DE INSTRUMENTO

INTERPOSTO POR SOCIEDADE PELOTENSE DE

ASSISTÊNCIA E CULTURA. DIFERENÇAS

SALARIAIS. SALÁRIO SUBSTITUIÇÃO. I. O

processamento do recurso de revista

está adstrito à demonstração de

divergência jurisprudencial (art. 896,

alíneas a e b, da CLT) ou violação direta

e literal de dispositivo da

Constituição da República ou de lei

federal (art. 896, c, da CLT). II. Não

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2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

comprovada nenhuma das hipóteses do

art. 896 da CLT, não há como acolher a

pretensão da Recorrente. III. Agravo de

instrumento de que se conhece e a que se

nega provimento.

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo

de Instrumento em Recurso de Revista n° TST-AIRR-777-85.2010.5.04.0102,

em que são Agravantes ISONEIDA TAVARES WEBER e SOCIEDADE PELOTENSE DE

ASSISTÊNCIA E CULTURA e Agravadas AS MESMAS E FUNDAÇÃO DOM ANTÔNIO.

ZATTERA

A Presidente do Tribunal Regional do Trabalho da

Quarta Região denegou seguimento aos recursos de revista interpostos pela

Reclamante e pela Reclamada, o que ensejou a interposição dos presentes

agravos de instrumento.

As Agravadas apresentaram contraminuta aos agravos de

instrumento e contrarrazões aos recursos de revista.

Os autos não foram remetidos ao Ministério Público do

Trabalho.

É o relatório.

V O T O

I - AGRAVO DE INSTRUMENTO INTERPOSTO POR ISONEIDA

TAVARES WEBER

1. CONHECIMENTO

Atendidos os pressupostos legais de admissibilidade

do agravo de instrumento, dele conheço.

2. MÉRITO

A decisão denegatória está assim fundamentada:

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2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

“PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS

Tempestivo o recurso.

Regular a representação processual. .

O preparo é inexigível.

PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS \ RESPONSABILIDADE

SOLIDÁRIA/SUBSIDIÁRIA.

Alegação(Ões):

- contrariedade à(s) Súmula(s) 129/TST.

- violação do(s) art(s). 2°, §2°, da CLT; 3°, §2º da Lei 5.8769/73; 275

do CC c/c 8°, parágrafo único, da CLT.

- divergência jurisprudencial.

A Turma negou provimento ao recurso ordinário do reclamante quanto

à pretensão de responsabilizar solidariamente as reclamadas. Os

fundamentos da decisão estão sintetizados na ementa do julgado:

RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA, Mantida a decisão

de origem, pois, tendo sido reconhecida a manutenção de um

único contrato de emprego com uma das empresas que compõem

o grupo econômico declarado e preenchidos os pressupostos da

Súmula 129 do TST, são incabíveis os pedidos dirigidos àquela

que não era empregadora da reclamante. Provimento negado ao

recurso. (Relatora: Tânia Maciel de Oliveira).

Tendo em vista os fundamentos acima referidos, não constato

contrariedade à Súmula indicada.

Não detecto violação literal aos dispositivos de lei invocados,

circunstância que obsta a admissão do recurso pelo critério previsto na alínea

"c" do art. 896 da CLT.

A reprodução de aresto que provém de órgão julgador não mencionado

na alínea "a" do art. 896 da CLT não serve ao confronto de teses.

Nos termos da Súmula 296 do TST, a divergência jurisprudencial

ensejadora da admissibilidade do recurso "há de ser específica, revelando a

existência de teses diversas na interpretação de um mesmo dispositivo legal,

embora idênticos os fatos que as ensejaram", situação não configurada na

espécie.

RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR/EMPREGADO

/ INDENIZAÇÃO POR DANO MATERIAL / DOENÇA OCUPACIONAL.

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RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR/EMPREGADO

/ INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL / DOENÇA OCUPACIONAL.

RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO. /

REINTEGRAÇÃO/READMISSÃO OU INDENIZAÇÃO /

ESTABILIDADE ACIDENTARIA.

Alegação(ões):

- violação do(s) art(s), 20 e 118 da Lei 8.213/91; 927 e 950 do CC; 8º

parágrafo único, da CLT.

- divergência jurisprudencial.

Outras alegações:

- violação a Portarias e Decretos Regulamentares.

A Turma confirmou o juízo de improcedência quanto às pretensões

decorrentes da alegada doença profissional, assim deliberando quanto à

matéria:

[...]

Não constato violação aos dispositivos de lei invocados, circunstância

que obsta a admissão do recurso pelo critério previsto na alínea "c" do art.

896 da CLT.

Aresto proveniente de Turma do TST; órgão não elencado na alínea

"a" do art. 896 da CLT, não serve ao confronto de teses (art. 896 da CLT e OJ

111 da SDI-1/TST).

A luz da Súmula 296 do TST, aresto que não revela identidade fática

com a situação descrita nos autos ou que não dissente do posicionamento

adotado pela Turma não serve para impulsionar o recurso.

É ineficaz a impulsionar recurso de revista alegação estranha aos

ditames do art. 896 da CLT.

CONCLUSÃO

Nego seguimento” (fls. 1173/1175 do documento

sequencial eletrônico).

A decisão denegatória está correta, não merecendo

nenhum reparo.

A Agravante insiste no processamento de seu recurso

de revista por violação dos arts. 2º, § 2º, da CLT, 3º, § 2º, da Lei

5.889/73, 275, 927 e 950 do CC c/c 8º, parágrafo único da CLT, 20, caput

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2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

e I, e 118 da Lei nº 8.213/91, à Portaria 1339/99 e aos Decretos

Regulamentares 6/2001 e 76/2007, por contrariedade à Súmula 129 do TST

e por divergência jurisprudencial. Debate acerca de responsabilidade

solidária relativa à formação de grupo econômico e de dano moral e

material decorrentes de doença de trabalho.

A respeito da responsabilidade solidária, afirma que

“o presente acórdão prolatado admitiu que a Fundação integra o mesmo grupo

econômico da SPAC, sob o fundamento da Súmula 129 do TST”, e, portanto,

“ainda que julgasse improcedente o pedido de vínculo empregatício,

deveria ter julgado procedente os demais pedidos, face à inegável

responsabilidade solidária existente entre as pessoas jurídicas que

integram determinado grupo econômico” e que “apesar de não caracterizar

a coexistência de mais de um contrato de trabalho, não impossibilita a

condenação da pessoa jurídica que integra o grupo econômico por parcelas

devidas em razão de pagamentos sonegados, diante da realidade comprovada

pelos documentos juntados de que a Fundação (CNPJ próprio) era quem

realizava os pagamentos (fls. 21/113) ou ainda a condenação da SPAC pelas

diferenças inegáveis de FGTS” (fls. 1190/1191).

Aduz, quanto ao dano moral e material, que “o conjunto

probatório tornou incontroversa a existência das doenças profissionais

e do trabalho adquiridas pela autora ao longo do pacto laboral e admitidas

pelo laudo pericial” (fl. 1194).

O Tribunal Regional consignou o seguinte:

1. “RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA

Sustenta a apelante que, conforme foi decidido, no 1º grau, restou

caracterizada, na hipótese, a existência de grupo econômico entre as rés, a

acarretar necessariamente sua responsabilidade solidária, na forma da lei,

ainda que tenha laborado apenas para uma das pessoas jurídicas. Requer,

portanto, a condenação também da Fundação, sua real fonte pagadora, ao

adimplemento dos débitos trabalhistas.

Nego provimento ao recurso, adotando os mesmos fundamentos da

sentença, no que concerne à apreciação dos estritos limites dá postulação,

inclusive quanto aos esclarecimentos prestados quando do julgamento dos

embargos declaratórios:

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2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

"A segunda reclamada é instituidora da primeira, conforme

expresso no art. 1º do estatuto da Fundação reclamada (fl. 241).

Evidente que as reclamadas podem ser enquadradas, pois,

no conceito de grupo econômico, na acepção do art. 2°, §2°, da

CLT, o que atrai, a aplicação do disposto na Súmula n. 129 do e.

TST, que ora adoto.

Caso a reclamante pretendesse a integração ao salário de

parcelas pagas mediante recibo apartado pela Fundação, por

alegar a realização de pagamento extra-folha, estes de veriam ter

sido os pedidos formulados.

Todavia, nos termos da inicial, a pretensão da reclamante é

de reconhecimento de vínculo de emprego apartado com a

Fundação demandada; e o pedido não pode ser acolhido diante

da realidade que se apresenta e acima é aclarada.

A propósito, saliento que em momento algum a reclamante

relata a necessidade de estender a jornada em decorrência da

prestação de serviços em prol da Fundação.

Assim, aplicável à espécie a Súmula n. 129 do e. TST, In

verbis;

'A prestação de serviços a mais de uma empresa do mesmo

grupo econômico, durante a mesma jornada de trabalho, não

caracteriza a coexistência de mais de um contrato de trabalho,

salvo ajuste em contrário’

Portanto, não reconhecido o vínculo de emprego com a

reclamada Fundação Dom Antônio Zattera, são improcedentes

os pedidos das alíneas "a", "b", "c", "d", "e", “f”, "g", "h"'e "i"

formulados na reclamatória n. 0000777-85.2010 5.04;0102;

(fl.628v.

A reclamante escolheu contra quem ajuizar suas

reclamatórias e optou por defender a tese de manutenção de

vínculos de emprego singulares com) cada uma das demandadas

nos autos.

Assim; as petições iniciais não trazem a fundamentação

que ora é dispensada pela autora com a pretensão de extrair, em

virtude da consideração de grupo econômico pelas reclamadas,

benefícios que não são solicitados nas petições iniciais e que não

podem, portanto, ser auferidos em sede de juízo de

conhecimento.

Lembro à parte autora que a adstrição aos limites impostos

à lide pela própria parte reclamante ao formular sua petição

inicial constitui cerne de principio basilar do direito processual.

Todos sofremos conseqüências em virtude das escolhas

que realizamos no curso da existência e outra não é a regra na

esfera jurídica.

Ora, Uma vez reconhecida, a manutenção de um único

contrato de emprego com uma das empresas que compõem o

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grupo econômico decifrado, e preenchidos os pressupostos

ditados pela Súmula n. 129 do e. TST, o indeferimento dos

pedidos direcionados àquela reclamada que não figurou como

empregadora da reclamante é solução que se impôs diante da

causa proposta.

Entretanto, nada impede, que em sede, de execução seja

buscado o adimplemento de empresa já reconhecida como parte

do grupo na fase de conhecimento" (primeiro item, fl. 683v)

2. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS/

REINTEGRAÇÃO NO EMPREGO/ESTABILIDADE

ACIDENTARIA

Ao argumento de que o juízo não está adstrito ao resultado do laudo

pericial, entende a autora que, quando passou a laborar para a

Fundação, com nítido acúmulo de trabalho, em jornada extremamente

excessiva e penosa, contraiu doenças profissionais em face de suas

atividades diárias de digitação, razão por que não poderia ter sido

considerada apta para a demissão. Acrescenta que restou caracterizada

a concausa entre o trabalho desenvolvido e dano à saúde e postula a

condenação das reclamadas ao pagamento de indenização por danos

morais e materiais, bem como a decretação da nulidade da despedida,

com a determinação da reintegração no emprego ou a indenização de

período de estabilidade acidentaria de 12 meses e da remuneração do

tempo de afastamento, com os respectivos reflexos.

Ao contrário das razões recursais, porém, o juízo de origem decidiu

com absoluto acerto a questão, após o exame do art. 118 da Lei

8.213/91 para efeito de aquisição do direito à garantia de emprego,

confrontado também com a prova produzida nos autos a propósito da

alegada doença ocupacional, a ensejar o indeferimento dos pedidos,

"verbis":

‘É evidente, de outro lado, que o obreiro pode vir a

comprovar em Juízo que o gozo do benefício experimentado

deveria ter sido, sim, acidentário.

Não se pode olvidar que incumbe à reclamante a prova do

fato constitutivo do direito pleiteado, qual seja, o

desenvolvimento de doença profissional equiparável a acidente

de trabalho.

Entretanto, no caso em apreço, isto visivelmente não

ocorre.

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2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

Os receituários e atestados anexados pela reclamante até

trazem o diagnóstico da enfermidade narrada na inicial.

Todavia, conforme resta cristalino no laudo pericial

médico (fls.746-52), o perito nomeado pelo Juízo, depois de

entrevista e exame da reclamante, conclui que não há nexo

técnico entre as atividades e as patologias analisadas, afirmando

que a reclamante não é portadora de doenças ocupacionais e se

encontra apta ao trabalho. E diante da impugnação da autora ao

laudo o vistor responde aos quesitos complementares sem alterar

sua conclusão (laudo complementar das fls. 478 e 478v. dos

autos do processo n. 0000777-85.2010.5.04.0102).

Nada há nos autos a tomar inequívoca a tese da reclamante.

Desse modo, entendo que não há como imputar a

condenação pretendida.

Portanto, não há qualquer irregularidade na despedida da

reclamante e, por todo o exposto, indefiro reintegração e

indenizações postuladas no processo apensado’ (fl. 629v)

Nego, portanto, provimento ao recurso, considerando, em especial, a

conclusão categórica do perito de que a origem das moléstias contraídas pela

trabalhadora (cervicalgia, artrose, discopatia, etc.) "é constitucional é

degenerativa, própria da Autora e sem relação com suas atividades laborais

na Demandada" (quesito 3 complementar, fl. 480v)”(fls. 1031/1036

do documento sequencial eletrônico).

Inicialmente, não se viabiliza o processamento do

recurso de revista por violação de portarias ou decretos regulamentares.

Incidência do art. 896 da CLT.

Não se verifica ofensa ao art. 3º, § 2º, da Lei nº

5.889/73, porquanto referido dispositivo trata do trabalhador rural, não

guardando relação com as matérias em debate nos presentes autos, a saber,

responsabilidade solidária, grupo econômico, danos morais e materiais.

Quanto à responsabilidade solidária relativa ao

reconhecimento de grupo econômico, não se evidencia ofensa aos arts. 2º,

§ 2º, da CLT e 275 do CC tampouco contrariedade à Súmula 129 do TST, porque,

conforme consta do acórdão, houve o reconhecimento do grupo econômico,

mas a responsabilidade solidária não foi reconhecida porque não houve

pedido da autora no momento processual oportuno.

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2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

Extrai-se da decisão Regional que não há na inicial

pedido de responsabilização solidária das reclamadas, mas que a autora

pretendeu a formação de vínculo com cada uma das empresas.

Com a apresentação da contestação ocorreu a

estabilização subjetiva da lide, o que impede a alteração dos pedidos

em sede de recurso ordinário, logo, não há como deferir pleito não

formulado pela parte.

Os arestos apresentados para confronto de teses,

relativos à responsabilidade solidária e grupo econômico (fls. 1201 a

1203), não se prestam à configuração de dissídio jurisprudencial por não

guardarem as mesmas premissas fáticas do caso em exame, no qual, conforme

dito anteriormente, não houve pedido de responsabilização solidária em

razão da formação de grupo econômico. Incidência da Súmula 296 do TST.

No tocante ao dano moral e ao dano material, não se

evidencia ofensa aos arts. 927 e 950 do CC c/c 8º, parágrafo único da

CLT, 20, caput e I, e 118 da Lei nº 8.213/, porque o Tribunal Regional

solucionou a questão analisando os fatos e as provas segundo o seu livre

convencimento motivado. Conforme consta do acórdão, “conforme resta

cristalino no laudo pericial médico (fls.746-52), o perito nomeado pelo

Juízo, depois de entrevista e exame da reclamante, conclui que não há

nexo técnico entre as atividades e as patologias analisadas, afirmando

que a reclamante não é portadora de doenças ocupacionais e se encontra

apta ao trabalho” (fl. 1035).

Nesse passo, a modificação do acórdão regional implica

reexame da matéria fático-probatória, o que não é possível nesta

instância extraordinária, inclusive por divergência jurisprudencial, a

teor do que estabelece a Súmula nº 126 desta Corte.

Nego provimento ao agravo de instrumento.

II - AGRAVO DE INSTRUMENTO INTERPOSTO POR SOCIEDADE

PELOTENSE DE ASSISTÊNCIA E CULTURA

1. CONHECIMENTO

Atendidos os pressupostos legais de admissibilidade

do agravo de instrumento, dele conheço.

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2. MÉRITO

A decisão denegatória está assim fundamentada:

“PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS

Tempestivo o recurso.

Regular a representação processual. , Satisfeito o preparo.

PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS

DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO / ATOS

PROCESSUAIS / NULIDADE / NEGATIVA DE PRESTAÇÃO,

JURISDICIONAL.

REMUNERAÇÃO, VERBAS INDENÍZATÓRIAS E BENEFÍCIOS /

SALÁRIO/DIFERENÇA SALARIAL / SALÁRIO SUBSTITUIÇÃO.

Alegação(ões):

- contrariedade à(s) Súmula(s) 159,1, e 297/TST.

- violação do(s) art(s). 5°, XXXV, LIV, LV, da CF.

- violação do(s) art(s). 128, 460 do CPC; 450. 456, parágrafo único,

832 da CLT; 47 do CC.

- divergência jurisprudencial.

Outras alegações:

- contrariedade às Súmulas 282 e 356 do STF.

A Turma confirmou a condenação ao pagamento de diferenças

salariais por substituição, nos seguintes termos:

[...]

Opostos embargos declaratórios, restaram rejeitados quanto à matéria,

nestes termos:

[...]

Em relação à arguição de nulidade do julgado, por negativa de

prestação jurisdicional, não há como receber o recurso. As questões

suscitadas foram enfrentadas pelo Tribunal, que adotou tese explícita a

respeito, não verificada afronta ao art. 832 da CLT. Dispensa análise a

alegação de violação aos demais dispositivos invocados, na esteira do

entendimento traçado na Orientação Jurisprudencial 115 da SDI-I do TST.

De outra parte, não constato contrariedade à Súmula 297 do TST. Destaco,

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ainda, que é ineficaz a impulsionar recurso de revista alegação estranha aos

ditames do art. 896 da CLT.

Quanto à matéria de fundo, infere-se da transcrição do acórdão que a

controvérsia foi decidida com base nos elementos de prova contidos nos

autos. Assim, a admissibilidade do recurso de revista encontra óbice na

Súmula n° 126 do TST, segundo a qual a discussão dos fatos e das provas,

finda nesta instância trabalhista, restando prejudicada a análise das alegações

atinentes à matéria.

FÉRIAS / INDENIZAÇÃO/DOBRA/TERÇO CONSTITUCIONAL.

DIREITO CIVIL / OBRIGAÇÕES / ADIMPLEMENTO E

EXTINÇÃO / COMPENSAÇÃO.

Alegação(ões):

- violação do(s) art(s). 767 da CLT c/c 368 do CC.

O Tribunal, em sede de embargos declaratórios, sanou omissão do

julgado quanto às férias em dobro, nestes termos:

[...]

Não detecto violação literal aos dispositivos de lei invocados,

circunstância que obsta a admissão do recurso pelo critério previsto na alínea

"c" do art. 896 da CLT.

CONCLUSÃO

Nego seguimento” (fls. 1176/1179 do documento

sequencial eletrônico).

A decisão denegatória está correta, não merecendo

reparo.

A Agravante insiste no processamento do seu recurso

de revista por violação dos arts. 5º, XXXV, LIV e LV, da CF, 128, 460

e 535 do CPC, 450, 456, parágrafo único, e 832 da CLT, 47 do CC e por

contrariedade às Súmulas 159, I, e 297 do TST e 282 e 356 do STF. Debate

acerca de diferenças salariais, férias e alega nulidade por negativa de

prestação jurisdicional.

O Tribunal Regional consignou o seguinte:

“DIFERENÇAS SALARIAIS POR SUBSTITUIÇÃO

Irresignada com a decisão no tópico, alega a recorrente, em síntese, que

o simples desempenho de parte inexpressiva de eventuais atribuições do

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cargo do substituído não poderiam ensejar o deferimento das diferenças

salariais, nos termos da Súmula 159,I, do TST. Invocando, ainda, o art. 450

da CLT, aduz que não foi demonstrado, no caso concreto, que a tomada de

decisões institucionais tivesse ficado sob a responsabilidade da reclamante,

restrita às tarefas de natureza meramente operacional, de acordo com sua

estreita alçada e os padrões previamente estabelecidos pelo próprio Diretor

dá entidade, especialmente no tocante às negociações com os alunos

inadimplentes, limitadas aos parâmetros preestabelecidos pelo Conselho.

Caso mantida a condenação, deveria ser redimensionado o período da

condenação, conforme a documentação trazida aos autos durante a instrução,

sendo indevidos os reflexos em aviso prévio, férias, 13°s salários e

quadriênios.

Não merece provimento o recurso, diante da cuidadosa análise da

prova documental e oral efetuada pelo juízo de origem, cabendo ressaltar que

as testemunhas da reclamante foram unânimes em declarar que a autora

substituiu o Prof. Sérgio quando de seu afastamento da Reitoria por motivo

de doença (fls. 622-3). Mantenho, pois. o Julgado por seus próprios

fundamentos:

‘Ademais, a prova oral conforta a tese da reclamante, em

especial quando se constata evidente contradição nos

depoimentos das testemunhas trazidas peta reclamada.

Ora, é evidente que o Diretor-Executivo afastou-se de suas

atividades, e a primeira testemunha da reclamada revela que o

fez em virtude de procedimento cirúrgico para tratamento de um

câncer; Não é razoável concluir que ume pessoa após uma

cirurgia de tal relevância se ausente de suas atividades por

apenas dois ou três dias, como busca fazer crer a testemunha.

Aliás, a segunda testemunha da reclamada, após

Insistência, desta Magistrada diz, com visível desconforto, que o

afastamento se deu por um ou dois meses.

Do Cotejo da prova documental com a oral que nos autos

se encontra produzida, extraio que a reclamante substituiu, sim,

Sérgio Ávila Cardoso, realizando todas as tarefas que lhe eram

confiadas, á exceção da assinatura dos documentos que eram

remetidos à residência do substituído para que apusesse sua

assinatura, depois de realizado todo o procedimento pela

reclamante. Este simples fato, por si só, não tem o condão de

afastar o caráter de substituição, e revela que a reclamada apenas

deixou de substabelecer à autora o poder de firmar os

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documentos com o fito de esquivar-se ao pagamento do salário

de substituição.

Neste sentido os documentos das fls. 514-21 demonstram

de forma inequívoca o afastamento de Sérgio e a similitude de

suas responsabilidades com as exercidas pela autora no período.

Pelo exposto, concluo que a reclamante substituiu o

Diretor- Executivo em seu afastamento ao trabalho no período de

julho a fevereiro de 2009 e defiro o pagamento das diferenças

salariais com fulcro no salário substituição, considerando os

salários-base do Substituído a sem comprovado pela reclamada

em fase de liquidação com a juntada dos contracheques do

substituído aos autos (fl.630)’ (fls. 1029/1031 do

documento sequencial eletrônico).

Consta do acórdão que julgou os embargos de

declaração:

“II - EMBARGOS DA RECLAMADA

1. Com relação á apreciação do pedido de diferenças salariais, em

especial quanto à prova produzida, e ao redimensionamento temporal quanto

ao período reconhecido, igualmente não merecem provimento os embargos

da demandada, pois é nítida a intenção de obter o reexame da matéria, já

suficientemente abordada, com a necessária fundamentação, com o que

restou mantido o julgado originário. Relativamente aos reflexos, houve

efetivamente omissão no aresto, a ser sanada no presente momento

processual, negando-se provimento ao recurso, já que, além de se tratar de

repercussões em parcelas de natureza remuneratória, a defesa não se

manifestou sobre o tema de modo específico.

2. Assiste razão á parte quando refere a existência de recurso específico

não apreciado, relativamente às férias em dobro. Com efeito, em aditamento

ao recurso ordinário, a demandada alegou, em síntese, que houve a regular

fruição dos respectivos períodos, conforme teria demonstrado a prova oral e

documental, e requereu, sucessivamente, a dedução dos valores pagos ao

mesmo título.

A respeito da matéria, assim se pronunciou o juízo de origem, no

julgamento de embargos declaratórios da reclamante:

‘Houve importante omissão desta - Magistrada ao deixar

de verificar a referência e o conteúdo do documento da ft. 18 dos

autos do processo que originariamente teve o n. 0000767-

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35.2010.5.04.0104 e todo o referido a respeito dele nos

depoimentos prestados.

Merece ser alterado o ponto respectivo da fundamentação,

pois considero firme e forte a prova produzida contra os

documentos que atestavam a regularidade, de gozo de férias.

Não pesam, neste contexto, os dizeres das testemunhas da

reclamada no sentido de regularidade de gozo de férias.

Acolho, portanto, as alegações e a pretensão da

reclamante, deferindo o pagamento indenizado das férias

referentes aos períodos aquisitivos de 2006/2007 e 2007/2008,

sendo descontados 10 (dez) dias das primeiras, que devem ser

pagas em dobro, porquanto ultrapassado o período concessivo.

(fl. 683v)’

Mantenho o julgado quanto ao deferimento das férias, na medida em

que a decisão está amparada em documento juntado aos autos de processo

redistribuído por dependência (em anexo ao presente feito), constante de

planilha de férias da autora na qual há o reconhecimento expresso de 50 dias

não usufruídos (fl. 18 do 1° vol.), com assinatura reconhecida como autêntica

pelo próprio preposto da demandada em depoimento pessoal (ata da fl. 103,

1º vol.). Com relação ao pedido de dedução dos valores pagos ao mesmo

titulo, constato a existência da rubrica "diferença de férias" no termo de

rescisão do contrato de trabalho (fl. 41 do 1° vol. do proc. apensado), em

rubrica absolutamente indeterminada quanto ao período respectivo, razão

por que, máxime se considerados os termos das defesas das rés, há negativa

categórica do direito às férias, já rechaçada, com pleito genérico de dedução

que não pode ser acatado.

Por conseguinte, merecem provimento parcial os embargos

declaratórios da reclamada Sociedade Pelotense de Assistência e Cultura -

SPAC, apenas para o efeito de, sanando as omissões apontadas, negar

provimento ao recurso quanto aos pedidos de exclusão da condenação dos

reflexos das diferenças salariais e das férias em dobro e (Quanto ao

requerimento sucessivo ,de dedução dos valores pagos a título de diferenças

de férias”(fls. 1103/1105 do documento sequencial

eletrônico).

A Reclamada busca a declaração de nulidade processual

por negativa de prestação jurisdicional. Afirma que o Tribunal Regional

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não examinou as alegações de que “o Quarto Regional não atentou que

as testemunhas da reclamante (fls. 622-3) não trabalharam no mesmo

local, nem sequer diretamente com a autora”. Alega que a Corte

Regional “incorreu na omissão do exame dos poderes definidos no ato

constitutivo ao Diretor. Além da ausência incontroversa da outorga

formal. Do texto da decisão vergastada, resta lógico que, não

assinando documentos, nunca a reclamante exerceu as prerrogativas

estabelecidas no ato constitutivo” e que “incorreu na omissão da

análise das atividades meramente operacionais no período que

coincide com a injusta condenação”(fls. 1224/1230).

Não se verifica nulidade processual, tendo em vista

que as questões invocadas pela Reclamada foram abordadas pelo Tribunal

Regional, conforme o seu livre convencimento motivado. Conforme se

depreende do acórdão,

“Não merece provimento o recurso, diante da cuidadosa análise da

prova documental e oral efetuada pelo juízo de origem, cabendo ressaltar que

as testemunhas da reclamante foram unânimes em declarar que a autora

substituiu o Prof. Sérgio quando de seu afastamento da Reitoria por motivo

de doença [...]

Ora, é evidente que o Diretor-Executivo afastou-se de suas

atividades, e a primeira testemunha da reclamada revela que o

fez em virtude de procedimento cirúrgico para tratamento de um

câncer; Não é razoável concluir que ume pessoa após uma

cirurgia de tal relevância se ausente de suas atividades por

apenas dois ou três dias, como busca fazer crer a testemunha.

Aliás, a segunda testemunha da reclamada, após

Insistência, desta Magistrada diz, com visível desconforto, que o

afastamento se deu por um ou dois meses.

Do Cotejo da prova documental com a oral que nos autos

se encontra produzida, extraio que a reclamante substituiu, sim,

Sérgio Ávila Cardoso, realizando todas as tarefas que lhe eram

confiadas, á exceção da assinatura dos documentos que eram

remetidos à residência do substituído para que apusesse sua

assinatura, depois de realizado todo o procedimento pela

reclamante. Este simples fato, por si só, não tem o condão de

afastar o caráter de substituição, e revela que a reclamada apenas

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deixou de substabelecer à autora o poder de firmar os

documentos com o fito de esquivar-se ao pagamento do salário

de substituição.

Neste sentido os documentos das fls. 514-21 demonstram

de forma inequívoca o afastamento de Sérgio e a similitude de

suas responsabilidades com as exercidas pela autora no período.

Pelo exposto, concluo que a reclamante substituiu o

Diretor- Executivo em seu afastamento ao trabalho no período de

julho a fevereiro de 2009 [...]”(fls. 1029/1031 do

documento sequencial eletrônico).

Emerge claramente da transcrição que o reconhecimento

da substituição está fundamentado na análise da prova documental e

testemunhal e na própria natureza do afastamento do substituído (doença

grave), estando a decisão devidamente fundamentada.

A exigência legal de que a decisão seja fundamentada

(art. 131 do CPC) e os limites da controvérsia sejam observados (arts.

128 e 460 do CPC) foi devidamente observada.

Na verdade, percebe-se que a Reclamada manifesta

discordância com o teor do julgamento, o que não configura tal nulidade.

Não se evidencia, assim, ofensa aos arts. 5º, XXXV, LIV e LV, da CF, 832

da CLT e 128, 460 e 535 do CPC.

A respeito das diferenças salariais relativas ao

“salário-substituição”, não se evidencia ofensa aos arts. 450 e 456,

parágrafo único, da CLT, e 47 do CC, porque o Tribunal Regional analisou

a natureza do afastamento (doença grave), bem como a prova testemunhal

e documental, concluindo que houve substituição do empregado pela Autora,

o que autoriza o deferimento do pagamento das diferenças salariais.

A modificação do acórdão regional implica reexame da

matéria fático-probatória, o que não é possível nesta instância

extraordinária, a teor do que estabelece a Súmula nº 126 desta Corte.

No tocante à alegação de compensação das férias, não

se verifica ofensa aos arts. 767 da CLT e 368 do CC, porquanto a Corte

Regional entendeu ser impossível a compensação, eis que constatou “a

existência da rubrica "diferença de férias" no termo de rescisão do

contrato de trabalho (fl. 41 do 1° vol. do proc. apensado), em rubrica

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absolutamente indeterminada quanto ao período respectivo, razão por que,

máxime se considerados os termos das defesas das rés, há negativa

categórica do direito às férias, já rechaçada, com pleito genérico de

dedução que não pode ser acatado” (fl. 1105).

Não se viabiliza o processamento de recurso de revista

por contrariedade à Súmula do STF. Incidência do art. 896 da CLT.

Diante do exposto, nego provimento ao agravo de

instrumento.

ISTO POSTO

ACORDAM os Ministros da Quarta Turma do Tribunal

Superior do Trabalho, à unanimidade, conhecer dos agravos de instrumento

e, no mérito, negar-lhes provimento.

Brasília, 30 de Março de 2016.

Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)

CILENE FERREIRA AMARO SANTOS Desembargadora Convocada Relatora

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