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99º Dia Mundial Do Migrante E Refugiado - agencia.ecclesia.pt · sexuais de menores no seio da Igreja, a não ser “pela comunicação social”, e declarou que “todas as

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  • 04 Editorial: Jos Tolentino Mendona06 Foto da semana07 Citaes08 Nacional12 Igreja Local14 Espao Ecclesia16 Opinio: D. Antnio Marcelino

    20 A semana de Lus Filipe Santos22 Internacional26 JMJ Rio 201327 Por estes dias28 Dossier34 Entrevista: Teresa Tito Morais40 Cinema42 Multimdia44 Estante46 Histria: 50 anos da Fraternidade VerbumDei48 50 Anos do Vaticano II50 Agenda52 Ecclesia nos Media53 Fundao AIS54 Liturgia56 Opinio: Joo Meneses58 Opinio: Joo S Pessoa

    Foto da capa: Aeroporto de Lisboa (ANA)Foto da contra-capa: Refugiados acompanhados

    pelo Alto Comissariado da ONU (UNHCR.org)

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    99 Dia Mundial Do Migrante E Refugiado

    Direito a (no) emigrar

    Realismo e esperananestes tempos que vivemos... os que pensam direito e se empenham emsolues vlidas, tm o dever de congregaresforos e de inserir, no projeto nacional, umclima de esperana. (D. Antnio Marcelino) [ver+] Mapa negro dos conflitos mundiaisBento recebeu Corpo Diplomtico Santa S[ver+] scares da internet para 2012O que de melhor se produziu em 2012 na granderede mundial. [ver+] 2013 em perspetivaSe no sculo XX se desvaneceu a utopiasocialista, no sculo XXI desvanecer-se- autopia liberal.(Joo Wengorovius Meneses) [ver+]

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    http://agencia.ecclesia.pt/semanario/revista/#/page/5http://agencia.ecclesia.pt/semanario/revista/#/page/5http://agencia.ecclesia.pt/semanario/revista/#/page/7http://agencia.ecclesia.pt/semanario/revista/#/page/7http://agencia.ecclesia.pt/semanario/revista/#/page/7http://agencia.ecclesia.pt/semanario/revista/#/page/9http://agencia.ecclesia.pt/semanario/revista/#/page/13http://agencia.ecclesia.pt/semanario/revista/#/page/15http://agencia.ecclesia.pt/semanario/revista/#/page/17http://agencia.ecclesia.pt/semanario/revista/#/page/21http://agencia.ecclesia.pt/semanario/revista/#/page/23http://agencia.ecclesia.pt/semanario/revista/#/page/27http://agencia.ecclesia.pt/semanario/revista/#/page/27http://agencia.ecclesia.pt/semanario/revista/#/page/29http://agencia.ecclesia.pt/semanario/revista/#/page/35http://agencia.ecclesia.pt/semanario/revista/#/page/41http://agencia.ecclesia.pt/semanario/revista/#/page/43http://agencia.ecclesia.pt/semanario/revista/#/page/45http://agencia.ecclesia.pt/semanario/revista/#/page/47http://agencia.ecclesia.pt/semanario/revista/#/page/49http://agencia.ecclesia.pt/semanario/revista/#/page/51http://agencia.ecclesia.pt/semanario/revista/#/page/53http://agencia.ecclesia.pt/semanario/revista/#/page/53http://agencia.ecclesia.pt/semanario/revista/#/page/55http://agencia.ecclesia.pt/semanario/revista/#/page/57http://agencia.ecclesia.pt/semanario/revista/#/page/59http://agencia.ecclesia.pt/semanario/revista/#/page/17http://agencia.ecclesia.pt/semanario/revista/#/page/25http://agencia.ecclesia.pt/semanario/revista/#/page/43http://agencia.ecclesia.pt/semanario/revista/#/page/57

  • A esperana ativa

    Jos Tolentino MendonaDiretor do SecretariadoNacional da Pastoral daCultura

    verdade que todos os parasos so parasosperdidos? A julgar pela aparncia todas ashistrias, at a histria bblica, nos garante quesim. De facto, no livro do Gnesis, o primeirocasal humano acaba lanado para fora doparaso, depois de uma breve e atrapalhadapermanncia. E as portas do paraso ficaminterditas aos humanos. Contudo, a linguagemsimblica e a natureza teolgica daquele relatoexigem uma ateno a investimentos de sentidoque se podem sintetizar assim: o tempo dasalvao no narrado como nostalgia de umapoca de ouro passada, mas, o que se procuraafirmar que, atravs de vicissitudes econtradies, o tempo no deixa de avanar parauma plenitude. De certa forma, o homemdescobre que est fora do paraso para quepossa encaminhar-se para ele. A expulso bblicano , portanto, uma perda, mas o primeiro, emisterioso, passo para o caminho da promessa. O que no se escamoteiam so as tenses edesvios que o homem vai introduzindo.Reconhecer, porm, que mundo e a histria noso propriamente lugares paradisacos no nosdeve fazer cair os braos, nem desesperar.No territrio ambguo que se abre, na irresoluoque nos caracteriza a ns prprios, os crentesso chamados a identificar (e a imaginar) novaspossibilidades.

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    Que ensina a sabedoria bblica aosnossos tempos conturbados?Ensina, sem dvida, que aesperana mais importante de quea saudade; e que a promessahumilde que, quotidianamente, noscoloca a caminho bem maispreciosa que os parasos que nosdeixam parados a olhar para trs.Na magnfica encclica sobre aEsperana, e que podia bem servir-nos de mapa nas horas desofrimento

    e de incerteza, escreve o PapaBento XVI: A esperana em sentidocristo sempre esperana tambmpara os outros. E esperana ativa,que nos faz lutar para que as coisasno caminhem para o fimperverso. esperana ativaprecisamente tambm no sentido demantermos o mundo aberto a Deus.Somente assim, ela permanecetambm uma esperanaverdadeiramente humana.

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  • Lusa

    Encontro de Bento XVI com membros do corpo diplomtico,

    Vaticano, 07.01.2013

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    A Unio Europeia precisa derepresentantes clarividentes equalificados para realizar asopes difceis que sonecessrias a fim de sanar a suaeconomia e colocar bases slidaspara o seu progresso. Sozinhos,alguns pases talvez caminhassemmais rpido; mas, juntos, todoschegaro certamente maislonge! - Bento XVI, audincia aocorpo diplomtico no Vaticano,07.01.2013 Ns no estamos a iniciar umciclo vicioso de que noconseguimos sair, mas apenas avislumbrar a sada de umperodo difcil que estamos acompletar Pedro Passos Coelho,primeiro-ministro portugus,residncia oficial de So Bento, emLisboa, 06.01.2013

    O aumento do salrio mnimo [] uma questo elementar dejustia. uma exigncia docombate pobreza, parasalvaguardar as pessoas que seveem privadas de exercer a suaplena cidadania e dignidade -Uma questo de justia e dedireitos humanos - jornalPblico, 04.01.2013 'Estamos j na rea daquiloque o atentado aos DireitosHumanos' - Eugnio Fonseca,presidente da CritasPortuguesa, em reaoa relatrio do FMI compropostas para a reformado Estado - Renascena,09.01.2013

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  • Igreja reafirmacompromisso contra a pedofilia

    Lusa

    O porta-voz da Conferncia EpiscopalPortuguesa (CEP) destacou os passos muitoconcretos na luta contra a pedofilia que aIgreja Catlica tem vindo a promover, no pas,para a erradicao destes casos. O padreManuel Morujo reagia em comunicadoenviado Agncia ECCLESIA s acusaesdirigidas pela Rede de Cuidadores, atravs dopresidente da associao, o psiquiatra lvarode Carvalho, segundo o qual os responsveiscatlicos esto a enterrar a cabea na areiano que diz respeito ao abuso sexual demenores por membros do clero.Segundo o secretrio da CEP, tm sido postosem prtica os necessrios meios para acorreo de possveis comportamentos emesmo a erradicao do seu seio de pessoasque mantenham atitudes incompatveis com asua misso na Igreja.Este responsvel lamenta que o comunicadoda Rede de Cuidadores tenha colocado emquesto o empenho da Igreja Catlica naerradicao da pedofilia do seu seio. AIgreja, mais uma vez, manifesta a sua totaldisponibilidade para acertar a verdade relativaa eventuais abusos, recordando que compete,a cada bispo na sua diocese, aresponsabilidade de pr em prtica asdiretrizes da Conferncia Episcopal:

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    reconhecer a verdade, apoiar aseventuais vtimas, colaborar com asautoridades, procurar todos osmeios para superar to graveproblema, pode ler-se.A nota do Secretariado Geral daCEP confirma que o D. Jorge Ortiga,arcebispo de Braga, manteve umencontro com os responsveis daRede de Cuidadores a a 22 demaro de 2011, A Conferncia EpiscopalPortuguesa divulgou em abril de2012 um conjunto de diretrizespara o tratamento de eventuaiscasos de abusos sexual demenores, ocorridos na IgrejaCatlica, destacando anecessidade de colaborao comautoridades civis. Cada pessoajurdica cannica cooperar com asociedade e com as respetivasautoridades civis, assinalam osbispos, que pedem transparnciae prontido na resposta sautoridades competentes parasalvaguardar os direitos daspessoas, incluindo o seu bomnome e o princpio da presunode inocncia.

    altura em que ocupava apresidncia do organismo mximodo episcopado catlico.A Igreja, acrescenta o padre ManuelMorujo, reconhece o importantepapel da Rede de Cuidadores nasociedade portuguesa e manifestanovamente a sua disponibilidade emcolaborar com todas as instituiesque tenham como misso protegeros menores de todos e quaisquerabusosNa tera-feira, em Ftima, o porta-voz reiterou no ter conhecimentode quaisquer casos de abusossexuais de menores no seio daIgreja, a no ser pela comunicaosocial, e declarou que todas aspessoas ou instncias que velampara ajudar a Igreja a purificar-seso bem-vindas.Esta preocupao, sublinhou, deveestender-se sociedade, sfamlias e a todas as instituiesque acolhem crianas.Para o secretrio da CEP, oassunto demasiado srio paraser transformado num showmeditico, pelo que necessrioaliar a verdade discrio. Tudoisto deve ser encarado com grandeserenidade, apelou.

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    http://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?&id=90586

  • A Agncia ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram aatualidade eclesial portuguesa nos ltimos dias, sempre atualizados emwww.agencia.ecclesia.pt

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    Casa-Museu vai evocar Madre Rita emViseu A obraprocede reconstruoda casa ondenasceu emorreu aMadre Rita,fundadoraInstitutoJesus MariaJos, atravsda Parquiade Ranhados ecom o apoioda CmaraMunicipal

    O bispo de Viseu presidiu este domingo bno daprimeira pedra da Casa da Memria que vai evocar abeata portuguesa Rita Amada de Jesus (1848-1913),falecida h 100 anos, a 6 de janeiro. uma alegriamuito grande para o bispo e para toda a nossa Igrejade Viseu que, hoje e aqui, tenha sido oficialmenteiniciada uma obra para guardar e fomentar a memriade to ilustre filha desta terra. Como muitodesejvel, tambm, que seja fomentada a suaespiritualidade e desenvolvido e dado a conhecer oseu carisma, disse D. Ildio Leandro, na homilia damissa a que presidiu em Ribafeita, Concelho de Viseu,terra natal da religiosa beatificada em maio de 2006.O prelado deixou votos de que esta obra possa ser"o centro de irradiao da mensagem de Beata RitaAmada de Jesus". LER MAIS

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    http://www.agencia.ecclesia.pthttp://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?&id=32951http://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?&id=32951

  • Padre Manuel Morujo

    CEPO porta-voz da Conferncia EpiscopalPortuguesa afirmou em Ftima que aatual crise econmica e social no pasexige um reforo do dilogo, lamentandoas graves dificuldades em criarconsensos. Dialogar um verbourgente, declarou o padre ManuelMorujo. JovensO prximo Conselho Nacional de PastoralJuvenil da Igreja, agendado para 11 e 12de janeiro em Ftima, vai contar com ainterveno de Joo Csar das Neves,reconhecido economista catlico. ODepartamento Nacional da PastoralJuvenil, dirigido pelo padre EduardoNovo, convidou o docente universitriopara proporcionar aos participantes umanova forma de ver a economia e arelacionar com a juventude, luz doEvangelho. AlgarveA Diocese do Algarve realiza este sbadoa jornada anual de Pastoral Litrgica,dedicada ao tema A Liturgia, escola daF crist. Esta atividade promovida peloDepartamento da Pastoral Litrgica daDiocese do Algarve, vai decorrer noCentro Pastoral de Ferragudo.

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    Ro Kyao

    D. Antnio Couto

    FranciscanosO msico portugus Ro Kyao lanou umCD com melodias franciscanas, a conviteda Ordem dos Frades Menores, emPortugal. O provincial da OrdemFranciscana, padre Vtor Melcias,apresenta o lbum, enviado AgnciaECCLESIA, como uma forma de associar aarte sublime e a profunda espiritualidadede Ro Kyao s melodias, letras e amstica a que a alma franciscana foi dandoforma. GuardaAs jornadas de formao do clero daDiocese da Guarda vo ter como tema areceo do II Conclio do Vaticano nadiocese e realizam-se nos prximos dias 23e 24. Os trabalhos vo decorrer noSeminrio da Guarda e contam, noprimeiro dia, com a presena de D. ManuelLinda, bispo auxiliar de Braga, que falarsobre A rvore do Conclio Vaticano II. LamegoA Diocese de Lamego celebra, dia 20deste ms, o seu padroeiro principal, SoSebastio, com uma celebrao na S quemarca tambm o primeiro ano de D.Antnio Couto neste territrio eclesial.

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  • Credo Sntese da F Crist

    A partir do desafio de Bento XVI para que, ao longo dopresente ano pastoral, os cristos aprofundem asrazes da sua f, o programa de rdio da Ecclesia,transmitido de segunda a sexta-feira na Antena 1,props ao jesuta Antnio Vaz Pinto, folhear o seultimo livro Credo Sntese da F Crist.A publicao, esclarece o autor, no tem qualquerpretenso a ser exaustiva ou definitiva, mas sim umresumo e uma introduo ao Credo, essedocumento essencial da f crist que, assume osacerdote, sempre o fascinou.O livro , por isso, uma viagem dos credos antigosaos atuais e um comentrio para que o homem dehoje o atualize na sua vida.O atual rito litrgico latino, explica o jesuta, utiliza oCredo Niceno-Constantinopolitano, de 351, sendo esteo mais completo e universal, uma vez que aceitepor catlicos, protestantes e ortodoxos.Esta frmula, sntese da f crist, tem a marca do seutempo: a linguagem do sculo IV, refere o autor,que encontra termos presentes no Credo que noesto na Bblia, mas, so fruto da tradio da Igrejaque importa manter.

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    O Credo uma viagem pelarevelao, indica o sacerdote, quelamenta que a grande maioria doscristos participantes na eucaristia oreze mas no entenda o seusignificado.Quando se diz creio em Deus,creio em Jesus Cristo, significa quetenho uma relao pessoal deconhecimento e confiana e a f confiana.Para Antnio Vaz Pinto a vida socialorganizada assenta em frmulasnecessrias ao homem para viver,mas, o Credo no algo banal,sendo necessrio perceber ocompromisso que se assumequando se reza.A f a resposta do homem, feitaem liberdade, revelao de Deus,que descrita no AntigoTestamento. H, depois, ummomento da Histria, em que o filhode Deus nasce e comunicacom o homem. necessrioperceber toda esta tradio paradepois se dizer sim, adiro a isto.Este passo final, concretizado nomen, completa o compromissodo homem.A frmula do Credo compreendequatro Creio: em Deus, em JesusCristo, no Esprito Santo, que soentidades divinas, e na Igreja, que o espao onde o cristo vive,onde

    participa dos sacramentos, onde aa f nasce e cresce, ou seja,onde a vida do homem acontece.O caminho de santificao dohomem feito na Igreja, assinala opadre Antnio Vaz Pinto.Ao longo do Ano da F, que seestende at novembro, o Papa pedeque cada cristo aprofunde a suaf, e que a compreenda melhor,para que possa transmitir a outrosesta Boa Nova e o Credo uma boanova.

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    http://www.ecclesia.pt/radio

  • Realismo e esperananestes tempos que vivemos

    D. Antnio Marcelino

    Um homem com grande experincia de uma vidacom dificuldades, deixou dito de si prprio: Seiviver na abundncia e na privao, na sade ena doena, nos aplausos e nos apupos, porqueeu sei em Quem acredito. Foi Paulo, o Apstolo,cuja histria conhecida. A sua palavra podeservir de estmulo a todos, cristos ou no. Afora capaz de dar sentido positivo vida do diaa dia, est ao alcance de todos. Vai dentro decada um. S ela determinante, em confrontocom tudo aquilo que pode condicionar.Est a comear um novo Ano. Os profetas quequerem determinar o futuro do pas e que nodesligam do passado, falam sempre e s dedesgraas. Agora, at de desgraas agravadas.A ningum se pedem palavras de uma euforiabarata nos momentos difceis. Mas no se podeaceitar que haja quem apague as luzes daesperana, canonize dificuldades e d largas strevas.As pessoas nascem com capacidade naturalpara andarem com os ps no cho e paraolharem em frente e para o alto. O realismo e aesperana podem casar-se em qualquer tempo,para que um futuro humano se possa projetar,tendo em conta a memria, por vezes dolorosa,do passado vivido e a conscincia esclarecida dopresente. Porm, nem

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    passado, nem presente soeternos. So apenas tempo quepaga o tributo ao tempo. S o futuroque no tem horizonte que o limite,tambm no d direito a algum queponha termo ao sonho que faz viver.Li h dias, ao passar na rua,estampada num caixote do lixo, estaadvertncia bem atual, ainda que,no caso, publicitria: Se olhassempre o mundo pela mesmajanela, vs sempre o mesmohorizonte. No falta gente assim,que, quando tem plpito einfluncia, polui a vida dos outros eos fecha a horizontes novos.Em plena guerra mundial, Pio XII,incitava esperana, dizendo que omaior de todos os males dasociedade perder a esperana. Eno hesitou em dizer aos cristosdesse tempo, que a falta deesperana era o maior pecado dahumanidade. Sessenta anos depois,porque os tempos no melhorarammuito, Bento XVI no se cansa deinsistir na mesma ideia.No se pode pensar em paz, embem estar, em desenvolvimentosocial, em justia, em colaboraomtua, em

    dilogo conclusivo, se quem se devecomprometer na tarefa de oconseguir, estiver de asas cortadase olhos vedados ao transcendente,de onde vem a luz e a fora daesperana que no ilude. Oscrentes, quando falam deesperana, orientam a sua f para oreconhecimento de um Deusomnipotente, misericordioso efidelssimo s suas promessas. Daesperam fora para no desistir,para lutar, para se abrir colaborao com todos os queprocuram caminhos novos, para nover apenas as dificuldades, mastambm as oportunidades.O povo simples, determinado asolucionar os seus problemas, aindaque graves, no perde a esperana.Conta com Deus e com os outros edispe-se a no se negar a nadaque o leve conseguir os seusobjetivos de vida. , ento, quemostra a sua fora interior, a suadeciso em comear de novo.Respeit-lo , tambm, aprenderdele. Uma observao objetiva doque se passa entre ns, vmultiplicado o nmero dos que falam

    Continua na pgina seguinte

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  • Quem governa esqueceque isolar-seempobrece sempre mais

    do povo e fazem dele nmero paraas reivindicaes sociais. Muitosdos que tm garantido trabalho esalrio interessa-lhes o povo paraconquistar mais, em favor deinteresses pessoais e de grupo, semprestar ateno vida dura, que foisempre a vida do povo que merecetal nome.Certamente ningum pensar queesta reflexo pretende fechar osolhos realidade do pas e aodos governantes. Vm-secometendo erros comconsequncias graves e tomandodecises que a todos parecemmenos certas. Talvez porque quemgoverna se esquece que isolar-seempobrece sempre mais.Nunca fcil governar quando asforas de oposio, pensam, acimade tudo, em conquistar o poder, e agente que governa v nosopositores apenas inimigos. Aqui,porm, os que pensam direito e seempenham em solues vlidas, tmo dever de congregar esforos e deinserir, no projeto nacional, um climade esperana, que no fecha olhos realidade, mas tambm a nodeixa abafar por profecias dedesgraa.

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    Misso Jubilar Diocese de Aveiro

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  • Um vendaval chamado 2013

    Lus Filipe SantosAgncia ECCLESIA

    Algum lhe chamou mini encclica e, naverdade, a mensagem de Bento XVI para o DiaMundial da Paz um autntico manual dereceitas para combater a crise que o mundoenfrenta. Um documento que, segundo MrioSoares, aponta de forma direta e concisa asrazes da crise atual: capitalismo financeirodesregrado, mentalidade egosta.Para a resoluo de qualquer problema, averificao das causas o primeiro passo nadescoberta de solues. De forma clarividente,Bento XVI pede um novo modelo dedesenvolvimento e de economia. No fundo,condena o modelo vigente que aumenta o fossoentre pobres e ricos. Uma lio magistral,baseada na Doutrina Social da Igreja, que ospolticos portugueses deveriam colocar no topodas prioridades para governar a nao. O filsofo grego Aristteles disse que Acomunidade politicamente mais perfeita aquelaem que a classe mdia est no poder eultrapassa em nmero as duas outras. Serque, a forma de atuar dos governantes destepas j absorveu esta mxima? Receio que adesignao classe mdia desaparea do lxicoportugus. Com um Oramento Estado (OE)pautado pelas regras do exterior e esfomeado, arealidade empresarial e familiar vai falecerlentamente. Os antibiticos no vo curar adoena, apenas colocar letras no epitfio.

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    O grito (1893), Edvard Munch-Galeria Nacional, Oslo Ao visualizar a pintura de EdvardMunch, o Grito, acredito quemuitos portugueses sintam a suaalma no croma e expresso daqueleser humano. Sentem que a estradada vida que projetaram tem a cor dofogo. Esse incndio dos impostosque, como disse o poltico JohnGarland Pollard (1871-1937), arte de depenar o ganso fazendo-ogritar o menos possvel e obtendo amaior quantidade de penas.O povo portugus tem uma devooespecial por So Sebastio, mrtir

    cristo do sculo III, mas no desejao martrio de uma troika que afogaa populao e de um governo quelana setas sanguinrias. Errar humano No entanto, errarconsecutivamente nas previsesdeficitrias parece obra de hackersde rosto tapado e que soincapazes de transmitir a verdade. Em junho, os bispos portugueses,nas suas jornadas pastorais, vorefletir com a ajuda de peritos narea sobre A organizao dasociedade luz da Doutrina Socialda Igreja. Louvo esta iniciativa eacredito que nesses dias, de formaprudente e pragmtica, a hierarquiada Igreja Catlica seja capaz dedizer em unssono: preciso alteraros modos de atuar dos cidados edos governantes. Ainda faltam alguns meses talvezseja tarde para muitas famlias queperderam a esperana do amanh, mas vale a pena esperar. Esteano, as rajadas de vento serofortes e faro estragos nas clulasportuguesas, todavia acredito quevale a pena ser lusitano e noperder a esperana que o amanhser melhor que a agonia do hoje.

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    http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/messages/peace/documents/hf_ben-xvi_mes_20121208_xlvi-world-day-peace_po.htmlhttp://www.ecclesia.pt/cdsi/http://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?id=93964

  • Mapa negro dos conflitos mundiais

    Bento XVI recebeu esta segunda-feira os representantes diplomticosacreditados junto da Santa S, notradicional encontro de ano novo,durante o qual passou em revista asprincipais situaes de conflito etenso a nvel internacional, queaqui se elencam: Mdio OrienteSriaPenso, antes de mais nada, naSria, dilacerada por contnuosmassacres e palco de imensossofrimentos para a populao civil.Renovo o meu apelo para que sedeponham as armas e possa, omais rpido possvel, prevalecer umdilogo construtivo para acabar comum conflito que, se perdurar, noconhecer vencedores mas apenasderrotados, deixando em campoatrs de si apenas runas. Israel e PalestinaQue israelitas e palestinianos, como apoio da comunidadeinternacional, se empenhem por

    chegar a uma convivncia pacficano contexto de dois Estados. IraqueO meu pensamento detm-se naamada populao do Iraque, paralhe desejar que percorra o caminhoda reconciliao a fim de chegar ansiada estabilidade. fricaNorte prioritria a cooperao de todosos componentes da sociedade,devendo ser garantida a cada umdeles a plena cidadania, a liberdadede professar publicamente a suareligio e a possibilidade decontribuir para o bem comum. NigriaA Nigria v-se palco de atentadosterroristas que ceifam vtimas,sobretudo entre os fiis cristosreunidos em orao, como se o dioquisesse transformar templos deorao e de paz em centros depavor e dissenso.

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    Imagem de Hafez al-Assad, pai do presidente srio Bashar al-Assad, encontrada juntode soldado morto Lusa

    MaliTambm o Mali se v dilaceradopela violncia e sofre uma profundacrise institucional e social, que devemerecer um eficaz empenho dacomunidade internacional. Repblica Centro-AfricanaEspero que as conversaesanunciadas para os prximos diastragam a estabilidade e poupem populao reviver as tribulaes daguerra civil. Repblica Democrtica doCongoNo leste da Repblica Democrticado Congo recrudesceram asviolncias,

    forando muitas pessoas aabandonar as suas casas, asprprias famlias e ambientes devida. EuropaSe uma preocupao o ndicediferencial entre as taxasfinanceiras, deveriam suscitarindignao as crescentes diferenasentre poucos, cada vez mais ricos, emuitos, irremediavelmente pobres. Amrica LatinaConstruir a paz significa educar osindivduos para combaterem acorrupo, a criminalidade, aproduo e o trfico da droga, bemcomo para evitar divises e tenses.

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  • 21. Dia Mundial dos Doentes

    No oevitar osofrimento, afuga dianteda dor quecura ohomem, masa capacidadede aceitar atribulao enelaamadurecer( Encclica Spesalvi , 37)

    Bento XVI convidou as comunidades catlicas aintensificar o servio da caridade, em particular juntodos doentes, evocando o exemplo de Madre Teresa deCalcut (1910-1997). A Beata Teresa de Calcutcomeava sempre o seu dia encontrando Jesus naEucaristia e depois saa pelas estradas com o rosriona mo para encontrar e servir o Senhor presente nosenfermos, especialmente naqueles que no soqueridos, nem amados, nem assistidos, refere oPapa, na sua mensagem para o 21. Dia Mundial doDoente, divulgada pelo Vaticano.A celebrao, instituda por Joo Paulo II em 1992, assinalada anualmente pela Igreja Catlica a 11 defevereiro, na festa litrgica de Nossa Senhora deLourdes, data que marca as aparies a BernardetteSoubirous, em 1858. LER MAIS

    Bno dos Doentes, Ftima, 13.05.2010Santurio de Ftima

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    Em defesa da vida

    Em vriospases,mesmo detradiocrist, procurou-seintroduzir ouampliarlegislaes quedespenalizam oaborto"Bento XVI

    Bento XVI alertou no Vaticano para a necessidade dedefender a dignidade transcendente da pessoa,condenando o aborto, eutansia e as tentativas deredefinir o momento da conceo. O aborto direto,ou seja, querido como fim ou como meio, gravemente contrrio lei moral. Ao dizer isto, aIgreja Catlica no pretende faltar de compreensoe benevolncia nomeadamente para com a me;trata-se, antes, de velar para que a lei no altere,injustamente, o equilbrio entre o igual direito vidaque possuem tanto a me como o filho, disse, noencontro de ano novo com os representantesdiplomticos acreditados na Santa S.O Papa reafirmou o compromisso da Igreja Catlicano respeito pela vida humana, em todas as suasfases e disse ser fonte de preocupao a recentesentena da Corte Interamericana dos Direitos doHomem relativa fecundao in vitro, que redefinearbitrariamente o momento da conceo e debilita adefesa da vida.

    Lusa

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    http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/encyclicals/documents/hf_ben-xvi_enc_20071130_spe-salvi_po.htmlhttp://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?id=93955http://press.catholica.va/news_services/bulletin/news/30271.php?index=30271&lang=po#TRADUZIONE IN LINGUA PORTOGHESE

  • Banda sonora

    O primeiro CDtem comohino a canooficial daperegrinaoda cruz daJMJ - "NovaGerao", dopadre Zezinho,scj

    A Conferncia dos Bispos do Brasil (CNBB) e editorascatlicas do pas prepararam trs lbuns musicaispara preparar a prxima Jornada Mundial daJuventude, que vai decorrer no Rio de Janeiro.O primeiro CD, No peito eu levo uma Cruz, lanadopela Codimuc, inclui 13 msicas de autores catlicos eo segundo inclui 11 hinos das edies anteriores daJMJ, traduzidas para portugus e com novos arranjos.Alm dos hinos, o segundo lbum da JMJ, Jovens emCano, da Cano Nova, inclui faixas-bnus inditas,Ide ao mundo e Novo amanh -, inspiradas no temada JMJ Rio-2013, Ide e fazei discpulos entre todas asnaes (Mt 28,19).O terceiro inclui 13 msicas escolhidas aps concursolanado pela Codumic, atravs da internet(http://www.codimuc.com.br/cd3/) e tem ttulo emingls: Jesus is the rock (Jesus a rocha).

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    A Igreja assinala este domingo o 99. Dia Mundialdo Migrante e do Refugiado. F e esperana formamum binmio indivisvel no corao de muitos migrantes,dado que neles existe o desejo de uma vida melhor,frequentemente unido ao intento de ultrapassar odesespero de um futuro impossvel de construir,escreve Bento XVI na mensagem para a ocasio. Faz esta sexta-feira 10 anos que George Ryan,governador do estado norte-americano do Illinois,comutou a pena de 167 condenados morte. Ocastigo capital est previsto na legislao de quase 60pases, verificando-se a tendncia para a suaabolio. Em 2011 houve milhares de execues,segundo a Amnistia Internacional. A semana abre sob a evocao do Beato Gonalode Amarante, que os catlicos assinalam hoje. Nascidocerca do ano 1200 em Tagilde, Guimares, peregrinouna Terra Santa e, ao regressar a Portugal, entregou-se vida eremtica, para mais tarde ingressar nosDominicanos. Na quarta-feira os catlicos recordam Santo Anto,o pai dos anacoretas, isto , daqueles que vivem emsolido contemplativa. Veio ao mundo na segundametade do sculo III, no Egito. Aps distribuir aherana pelos pobres retirou-se para o deserto, ondeinspirou numerosos discpulos e artistas, queretrataram as suas tentaes.

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    http://www.codimuc.com.br/cd3/

  • Emigrar? No para ns!

    Raquel e Miguel Mariano vivem em Macedo deCavaleiros e tm um negcio prprio que nasceu deum sonho de voltar terra natal. Emigrar no fez partedos planos deste casal que valorizou a famlia comobase da felicidade.Raquel, natural de Angola, era professora, mas ficoudesempregada. Casada com Miguel, natural deLisboa, embarcou na aventura de ir e viverem nacapital."No incio no foi nada fcil, porque o Miguel tinhahorrios de trabalho muito diferentes e longos e sfolgava segunda-feira. Eu, sem grandes amigos emLisboa, sentia-me um pouco perdida, quase como umaemigrante", confessa Raquel, de 45 anos, aoprograma ECCLESIA na Antena 1 da rdio pblicaportuguesa.O Miguel tinha uma marisqueira, em conjunto com ospais, e o negcio corria bem at que, com a criseeconmica, comearam a aparecer algumasdificuldades.

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    A Raquel continuava desempregadae o casal questionou o futuro."Fui aliciado algumas vezes para irpara Angola e l abrir umamarisqueira, uma vez que estavapor dentro do ramo. Equacioneimuito, no dormi muitas noites atdar uma resposta, foi difcil porque,por um lado estava o dinheiro quepodia ganhar, por outro a famliaque deixava...", desabafa MiguelMariano."Emigrar? No era para ns...Acreditamos sempre e continuamosa acreditar que devamos ficar juntodos nossos pais e foi a quecomeou a ideia de voltar sorigens", acrescenta Raquel.Depois de estarem 4 anos a viverem Lisboa o casal Mariano voltou apensar em Macedo de Cavaleiros,em Trs-os-Montes, a cidade nataldos pais de Miguel e de toda a vidade Raquel. Miguel convenceu aindaa que os pais os acompanhassem epudessem tambm abrandar o ritmode uma vida de trabalho."Pensmos em ns, no que poderiaser o nosso futuro como casal evimos que em Trs-os-Montes, juntodos meus pais e sogros poderamoster outras oportunidades", diziaRaquel Mariano.Os pais de Raquel necessitam de

    cuidados e ter a filha por pertotornou-se um conforto. Nestemomento o casal Mariano est h 9meses na cidade de Macedo deCavaleiros e tm uma marisqueira.De forma estratgica a marisqueiraabre de quinta a domingo e ltrabalhamos naqueles dias. Osoutros dias so passados atrabalhar na terra dos meus pais,explicava Raquel.Os dias, segundo dizem, ganharamqualidade de vida e sentem que tmmais tempo para estar e viver emcasal. A emigrao foi posta de ladoe, com a famlia por perto, Raquel eMiguel, ganham uma nova fora queos empurra para a felicidade.Sonhamos juntos e estamos felizesaqui! Pensamos mesmo num novopasso na nossa vida, ter um filho vaiser o culminar da felicidade!,conclui Raquel.

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  • Pelo direito a no emigrar

    Lusa

    A Igreja Catlica celebra estedomingo o 99. Dia Mundial doMigrante e Refugiado, marcado esteano pela mensagem de Bento XVI,na qual o Papa defende aimportncia de reafirmar, no atualcontexto sociopoltico, o direito ano emigrar, isto , a tercondies para permanecer naprpria terra. Hoje vemos quemuitas migraes so consequnciada precariedade econmica, dacarncia dos bens essenciais, decalamidades naturais, de guerras edesordens sociais, escreve.

    A mensagem, intitulada Migraes:peregrinao de f e de esperana,d destaque questo da imigraoilegal que pode levar ao trfico eexplorao de pessoas, com maiorrisco para as mulheres e crianas.Uma gesto regulamentada dosfluxos migratrios que no sereduza ao encerramento hermticodas fronteiras poderia pelo menoslimitar o perigo de muitos migrantesacabarem vtimas dos referidostrficos, indica Bento XVI.

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    O Papa pede intervenes nospases de origem e programasorgnicos dos fluxos de entradalegal nos destinos migratrios,apelando a uma maiordisponibilidade para considerar oscasos individuais que requeremintervenes de proteohumanitria bem como de asilopoltico.A mensagem destaca, por outrolado, a importncia de promoveruma viso positiva sobre asmigraes e encorajar os que saemda sua terra a contribuir parao bem-estar dos pases de chegadacom suas competnciasprofissionais, o seu patrimniosociocultural e tambm com o seutestemunho de f.Bento XVI diz que a Igreja devepromover as intervenes deacolhimento que favorecem eacompanham uma insero integraldos migrantes, requerentes de asilo erefugiados, evitando o risco domero assistencialismo.Aqueles que emigram trazemconsigo sentimentos de confiana ede esperana que animam e alentama procura de melhores oportunidadesde vida, mas eles no procuramapenas a melhoria da sua condioeconmica, social ou poltica, precisa.

    Os direitos, efeitos edificuldades da novaemigrao estaro emdebate no prximoEncontro Nacional dePromotores Socio-Pastorais das Migraes.Promovido pela ObraCatlica das Migraes,Agncia Ecclesia eCritas Portuguesa,realiza-se nos dias 11 a13 de janeiro, em Ftima,na Casa de NossaSenhora do Carmo.Aps tantos anos dereflexo sobre asproblemticasrelacionadas com aimigrao, somos agoraimpelidos a pensar nosdesafios que se colocama Portugal face vagafortssima de emigraoque atravessa o nossopas, afirmam osresponsveis pelaorganizao desteencontro.

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    http://press.catholica.va/news_services/bulletin/news/29924.php?index=29924&po_date=29.10.2012&lang=po#TRADUZIONE IN LINGUA PORTOGHES

  • Quando emigrar inevitvel

    Nunca cresci a pensar que tinha deemigrar mas essa escolha tornou-seinevitvel porque no h outramaneira de pensar: com estaspalavras que Ins Lopes, recm-licenciada em enfermagem, assumea partida para a Irlanda, onde vaiprestar cuidados na rea dageriatria.Aos 22 anos no tem perspetivas deemprego em Portugal e est convictade que o envio de currculos no vaidar em nada, pelo que tomou umadeciso: Tenho que mexer-me efazer pela vida.Alguns dos colegas que, como ela,terminaram a formao em julho,optam por dar um ano de esperanaa Portugal, na expectativa que surjauma oportunidade de trabalho. Aescolha desagrada a Ins Lopes,que no quer ficar em casa adeprimir.A maioria dos colegas de cursopreferiu ir para o exterior,especialmente Inglaterra, at porqueno campo da enfermagem crucialcontinuar a colocar as competnciasem prtica, para no as perder.

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    Ins Lopes manifesta perplexidadepelo que considera um desperdciode recursos por parte do Estado.Dado que o nosso pas aposta emns e gasta muito dinheiro na nossaformao, no s com aescolaridade obrigatria mastambm com os quatro anos delicenciatura, era de esperar quehouvesse oportunidade para todosretriburem ao pas a aposta emns. A verdade que,aparentemente, passa-se ocontrrio: somos maltratados eparece que nos querem mandarembora, em vez de nos agarrarem,observa.Os outros pases agradecem: Diz-se que a formao dos enfermeirosportugueses muito completa, queestamos mais preparados quandoterminamos o curso e que temos umrol de competncias muito maior doque as proporcionadas nos locaispara onde vamos trabalhar. Sesomos assim to bons, por que que o nosso pas no nosaproveita?, questiona, emdeclaraes ECCLESIA.Diminuir o financiamento e manter onvel de servio uma equaoimpraticvel: O Governo quercortar cada vez mais [na despesapblica] e

    Somos maltratadose parece que nos queremmandar embora quer que faamos o mesmo trabalhocom a mesma qualidade eexcelncia com menos enfermeiros,o que impossvel, por maior queseja o esforo. com alguns medos,preocupaes e inseguranas queIns olha para o pas dos trevos,onde vai ter oportunidade de iniciara carreira e alcanarindependncia financeira epessoal.Nos Escuteiros, que com o seucompanheirismo e entreajudacontriburam para escolherenfermagem, Ins Lopes habituou-se a conhecer outros povos eculturas mas sabia que o regressoera uma questo de dias. Quandochegar Irlanda no sabe quandoreencontrar Portugal.

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  • Refugiados emPortugalprecisamde esperana

    Teresa Tito Morais o rosto maisvisvel do Conselho Portugus paraos Refugiados, constitudo em 20 desetembro de 1991, que acompanhaquem foge de perseguiesmotivadas por questes raciais,religiosas, tnicas, polticas e gravesviolaes dos Direitos Humanos. Umtrabalho ainda pouco visvel emPortugal, mergulhado numa criseque pode retirar esperana a quemaqui procura um novo comeo. (OC/Agncia ECCLESIA)

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    Segundo o Alto Comissariado dasNaes Unidas para os Refugiados(ACNUR), dirigido pelo portugusAntnio Guterres, havia em 31 dedezembro de 2011 mais de 26milhes de deslocados internos emtodo o mundo, enquanto o nmerode refugiados formalmentereconhecidos pela Conveno deGenebra de 1951 (pessoas queatravessaram fronteirasinternacionais) era de 15,2 milhes.Uma realidade que acompanhadacom particular ateno por TeresaTito Morais, presidente da direodo Conselho Portugus para osRefugiados (CPR), uma organizaoque acolhe e apoia estas pessoas,para alm de sensibilizar osgovernantes e uma opinio pblicaque no vive esta tragdia humanacom a mesma intensidade queoutras zonas do mundo.As principais atividades do CPRdividem-se entre a sede, em Chelas(Lisboa), onde funciona o Centro deAcolhimento para CrianasRefugiadas, e o Centro deAcolhimento para Refugiados naBobadela (Loures). Uma ao quese tem consolidado, ao longo dosanos, mas que agora ameaadapelas sombras da crise econmica esocial do pas.

    Agncia ECCLESIA (AE) Comocarateriza o seu trabalho com estapopulao, que acompanha h maisde duas dcadas?Teresa Tito Morais (TTM) umaopo de vida, um posicionamentoperante os novos desafios que secolocam a toda a humanidade. Fuiganhando, aos poucos, uminteresse particular pelaproblemtica das migraes e, muitoparticularmente, pelos dramas evivncias que estas pessoas trazemdentro delas, para as quais preciso encontrar solues. Sempreme considerei uma cidad do mundoe o prprio facto de ter vivido naSua como refugiada levou a queestivesse mais aberta a estasquestes. Por isso, quandoregressei a Portugal, quis ajudar acriar uma cultura do refugiado, comcondies para que as pessoas quevinham em busca de proteointernacional pudessem aqui vivercom segurana, com liberdade etambm com oportunidades. Foiassim que se proporcionou quetivesse levado esta instituio [CPR]para a frente.

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    http://www.cpr.pt/

  • AE A situao destas pessoas bem entendida pela sociedadeportuguesa?TTM Ainda h um caminho muitogrande a fazer, porque permaneceuma certa confuso entre oimigrante econmico e o refugiado:de uma maneira geral, o grandepblico no entende toda estadiferenciao e sensibilidade.Penso, no entanto, que houve umpercurso importante junto

    das autoridades competentes, dosparceiros.Este no , de facto, um problemasimples, porque temosna imigrao pessoas comnecessidades muito particulares equestes que - no estandodiretamente ligadas definio doque um refugiado - as impedem deregressar livremente ao pas deorigem.

    (Centro de Acolhimento para Crianas Refugiadas OC/Agncia ECCLESIA)

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    Os refugiados esto numa situaoextrema, porque no foi umadeciso pensada, foram forados afugir do pas. Essas condicionantesdeterminam uma situao muitotraumatizante, emocionalmente,porque eles vm com medo, commuita insegurana, e depois essemedo permanece nos primeirostempos em que esto num pas deacolhimento. So pessoasextremamente vulnerveis eprecisam de uma ateno especial,no podem ser tratados comoelementos estatsticos. AE Como avalia a ao da UnioEuropeia neste campo?TTM A Europa um continenteque recebe menos pedidos de asilodo que outros (cerca de 400 mil noltimo ano) e fechou-se bastante aoacolhimento dos refugiados, porcausa dos seus prpriosmecanismos internos, que nofavorecem uma integrao plena.Refiro-me particularmente asituaes que se vivem na Grciaou na Itlia, onde h pressesmigratrias muito fortes.Por outro lado, os problemaseconmicos e financeiros que se

    H um descontentamentogeneralizado que nopodemos ignorar vivem atualmente no criam umterreno favorvel a receberrefugiados. Eles tambm no sesentem satisfeitos e eu soutestemunha de que os refugiadosem Portugal no esto satisfeitos,h um descontentamentogeneralizado que no podemosignorar. AE A crise econmica no paspode agravar essa situao?TTM Pode e agrava, porque amaior felicidade para um refugiado tornar-se independente. Aocontrrio do que a opinio pblicamuitas vezes pode pensar, osrefugiados no pretendem serapoiados indefinidamente e viver custa do pas que lhes deu asilo.Eles pretendem ter condiespara que possam exercer ascompetncias que trazem ouadquiriram, oportunidades vlidasde trabalho, contribuindo para odesenvolvimento do pas que osacolheu.

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  • AE O arrastar da indefinio dofuturo dos refugiados umadificuldade acrescida para quemtrabalha com eles em Portugal?TTM Sem dvida. Ns, de facto,estamos a adaptar-nos a uma novarealidade, porque os centros devemser transitrios, no um local ondeas pessoas vivam anos e anos a fio.O Centro uma primeira etapa, umafase que prepara a pessoa para asua integrao na vida ativa, nomercado de trabalho, na escola,para que se torne autossuficiente.Tem de haver uma parceria muitoprxima e consequente com outrasentidades que esto envolvidas noprocesso de asilo para que estatramitao se faa de formaharmoniosa e vlida.No final de 2011 comeou adesenhar-se um grande fosso entreas estruturas que acompanhavamos refugiados, particularmente aSegurana Social e a Santa Casada Misericrdia de Lisboa, e o CPR,que se viu confrontado com aspessoas que j c estavam h maistempo e com novas entradas.

    A partir de dezembro de 2012,comeou-se a colaborar com estasinstituies e a experimentar novoscaminhos para a integrao dosrequerentes de asilo comautorizao de residncia provisria,que passam por umadescentralizao, noutros pontos dopas onde possa haver maisoportunidades de trabalho. umaexperincia, acredito que no sejam: Lisboa e seus arredores,tambm o Porto, esto muitosaturados com uma populao procura de trabalho. Talvez estadescentralizao possa serbenfica, embora haja um trabalho afazer junto de distritos que noconhecem nada da problemtica evo acolher os refugiados comoimigrantes. H um trabalho deformao muito estimulante para anossa organizao, que vai poderlevar a outros pontos do pas anossa mensagem, o nossoconhecimento.Eu diria, no entanto, que esta novasoluo de descentralizao deveser acompanhada por uma vontademuito grande de ouvir o requerentede asilo e de respeitar as suasaspiraes.

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    Centro de Acolhimento para Crianas Refugiadas CPR

    AE O que seria necessrio paraque Portugal pudesse acolher maisrefugiados, dado que o nmerocontinua a ser modesto?TTM Em 2012 no chegamos aos300 refugiados e no foi preenchidaa quota de reinstalao (30pessoas), portanto continuamosainda a ser um pas com poucosrefugiados. Isso no tem a ver scom infraestruturas: ns temos umproblema grave de sustentabilidadeda Segurana Social e temostambm outros atores que estodiretamente relacionados com osCentros de Emprego e de formaoque no funcionam da melhormaneira. Depois, a nvel da sadeh

    refugiados com necessidadesmdicas especiais e as taxasmoderadores continuam a ser muitoelevadas.Numa perspetiva interministerial, hquestes que tm de ser melhorconduzidas de maneira aproporcionar maior envolvimentodas estruturas administrativas numaprimeira fase, eu diria no primeiroano, em que estas pessoas chegame se querem integrar no nosso pas.Os portugueses, por outro lado, soextremamente generosos, tm umcorao aberto. Embora tenhacomeado a entrevista por dizer queme considero uma cidad domundo, tenho um grande orgulhoem ser portuguesa.

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  • Guia para um final feliz

    A vida tranquila de Pat acabou nodia em que descobriu que a mulhero traa. O estado de infelicidade edepresso leva-o a interromper acarreira de professor e aointernamento numa clnicapsiquitrica.Oito meses passados, instala-se emcasa dos pais, ainda poucoconvictos da sua total recuperao.No entanto,

    Pat, que continua a seracompanhado por um especialistaque lhe diagnostica bipolaridade e osujeita a forte medicao, estplenamente convicto de que oexerccio fsico e uma atitudepositiva para com a vida sero osmelhores meios para enfrentar osseus problemas.Ao conhecer Tiffany, uma mulheratraente que sofreu igualmente dedepresso aps a morte do maridoe leva agora uma vida bastantedesorganizada, a afinidade entre osdois, que comea pela entusisticapartilha de nomes de ansiolticos eantidepressivos, torna-se cada vezmais abrangente e clara.Reconstruir duas vidasamachucadas no ser fcil, masPat no desiste das suas premissaspositivas na forma como encara avida e esta nova relao...Construir de forma consistente umaobra que se debruce sobre um dosmaiores e mais comuns problemasque afligem a nossa sociedade - acapacidade de lidar com a perda, a

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    ausncia e a frustrao est longede ser uma tarefa fcil. Mas foi aque assumiu o realizador David O.Russell ao propor-sesimultaneamente retratar, convidar reflexo e divertir os espetadorescom a adaptao do romanceSilver Linings Playbook deMatthew Quick (2008) ao cinema.Num estilo gil e mais descontradodo que profundo, Guia para umFinal Feliz, cujo ttulo adotado emportugus perverte pela fracaacuidade o original transformandouma simples sugesto de otimismopara com o inesperado numpretenso livro de instrues parauma felicidade garantida -, umasimptica abordagem forma comolidamos com os nossos problemas.Do mpeto de evaso procura dospaliativos mais imediatos, do

    desmoronamento reconstruo darelao a dois, da dvida e dopessimismo convico e esperana em melhores dias, tudocomeando no princpio de que dedentro de ns que parte a soluo,eis umfilme que de forma suave capaz detocar questes importantes quefazem parte do nosso dia-a-dia questes nossas ou dos que nosrodeiam.No incio da ronda anual depremiaes americanas, Guia paraum Final Feliz consta j de umalonga lista de galardes, incluindo anomeao aos Golden Globes nascategorias de Melhor Filme, MelhorArgumento e Melhor Ator e Atrizprincipais (Bradley Cooper eJennifer Lawrence).

    Margarida Atade

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  • scares da internet em 2012

    photoseed.com

    Virada a pgina de mais um ano, propomosesta semana um olhar ao que de melhor seproduziu em 2012 na grande rede mundial.Como tal, vamo-nos basear nos scares dainternet, os webby awards(http://www.webbyawards.com). So osprmios anuais entregues pela AcademiaInternacional de Arte Digital e Cincia para oque de melhor se produz para a internet(stios da internet, publicidade interativa,vdeos online e contedos para dispositivosmveis). Naturalmente que neste espaoiremos somente olhar para algumaspropostas que foram considerados osmelhores stios da internet do ano passado,nas diferentes categorias.Ativismo: http://www.counterspill.org - um stioque promove a sensibilizao sobre oimpacto dos desastres produzidos no planetapelas energias no renovveis.Arte http://photoseed.com - representa umregisto on-line de fotografia com objetivossimples: beleza, verdade e diverso paratodos os que visitam.Celebridades / fs:http://www.omusicawards.com stio daresponsabilidade da MTV dedicadointeiramente promoo e divulgao dosprmios O Music Awards.

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    Instituies culturais: http://rememberme.ushmm.org pgina do museu memorial doholocausto dos Estados Unidos.Educao: www.khanacademy.org - Aacademia Khan uma organizaoem misso. Com o objetivo de mudara educao para melhor,proporcionando uma educao declasse mundial, livre para qualquerum e em qualquer lugar.Famlia: www.babycenter.com avoz das mes do sculo XXI, umapgina com mais de 50 milhes devisitas anuais, inteiramente dedicada famlia.Pgina de entrada: www.visitnorway.com/360/geiranger/ -

    pgina turstica de promoo daNoruega.Melhor stio ao nvel da navegaoe grafismo: www.beetle.com stiocomercial do automvel VolkswagenBeetle.Somente a ttulo de curiosidade,sabe quais foram os termos maispesquisados no Google em Portugalno ano de 2012? Aqui vai por ordemdecrescente: Euro2012, Casa dossegredos, Pingo Doce, Rock In Rio,dolos, Avenida Brasil, Sara Norte,Whitney Houston, Jogos Olmpicos2012 e Luciana Abreu.

    Fernando Cassola Marques

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    http://photoseed.com/http://www.webbyawards.com/http://www.counterspill.org/http://photoseed.com/http://www.omusicawards.com/http://rememberme.ushmm.org/https://www.khanacademy.org/http://www.babycenter.com/http://www.visitnorway.com/360/geiranger/http://www.beetle.com/

  • Deus, Dinheiro e Conscincia

    Ns, o monge e gestor, jconversamos h muito um com ooutro. Uma palestra constituiu oponto de partida para este dilogo.Estvamos sentados frente a frentee as questes que nos colocmoseram: Os valores da economiaainda contam hoje em dia? Quantode um homem que est dentro deum monge? O que que um gestortem de tomar em considerao?Que importncia damos ao dinheiroe ao lucro? Na altura, no pudemosdesenvolver mais este tema, mastivemos a oportunidade de trocaralgumas ideias desde ento.Por um lado, temos Anselm Grn,monge beneditino da Abadia deMnsterschwarzach situada perto deWrzburg, autor de inmeros livrossobre a espiritualidade e livros deajuda pessoal. Homem espiritual,que enquanto administrador domosteiro responsvel pelodesenvolvimento econmico e pelasfinanas duma comunidade de 300monges e funcionrios, qualpertencem 20 oficinas artesanais emuitos hectares de terra cultivvel.

    Do outro lado, encontra-se JochenZeitz, um homem cosmopolita edesde h 17 anos diretor da Puma,uma empresa de artigos desportivoscotada na bolsa, cuja sede se situaem Herzogenaurauch, em terras doestado franco. A marca desportivaPuma tem representao a nvelinternacional, com mais de 9000trabalhadores diretamente naempresa e d emprego a mais de150 000, apenas nas suas fbricas.Temos conscincia de que asmisses e os objetivos das nossasorganizaes so muito divergentes.Mas queremos proteger o ambiente,melhorar a sociedade, e ter umefeito sustentvel, no s nasnossas empresas, mas tambmpara alm delas. Enquanto gestorestemos de aprender a gerir semprejudicar o homem e o ambiente.Enquanto pessoas espirituais,procuramos caminhos para nsprprios e para uma comunidademelhor, sem perder de vista aperspetiva de uma boa gesto.Queremos alcanar sobretudo umobjetivo: o de melhorar o meio quenos rodeia.

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    Dois lderes extraordinrios vindosde mundos completamentediferentes o da clausura e o dagesto de topo encontram-se parauma conversa. So eles: O padre Anselm Grn umsacerdote conhecidointernacionalmente, responsvelpela administrao financeira daAbadia beneditina deMnsterschwarzach, na Alemanha Jochen Zeitz o mais jovem diretordo Conselho de Administrao dumaempresa alem cotada em bolsa. Hmais de 17 anos que dirige osdestinos da Puma empresa deartigos de desportoO monge beneditino e o altoexecutivo conversam sobre temasfundamentais do nosso mundo, queso sempre atuais e dizem respeitoa todos ns: o xito e aresponsabilidade, a economia e obem-estar, a cultura e os valores.Falam sobre Deus, dinheiro econscincia. Ambos tm uma visoconjunta para um mundo melhor. Eambos esto a caminho deconcretizar esta viso!Deus, Dinheiro e Conscincia umlivro estimulante, que mostra no sa perspetiva pessoal e asexperincias do monge e do gestor,mas incita tambm a criarmos ummundo melhor, no qual valha a penaviver.

    Dilogo entre um monge e umgestor(Editora - Paulinas) O que mais importa manter, num tempo e numespao de desnimo,quando no de desespero,acesa a esperana e firmea determinao deacreditar num mundomelhor.Marcelo Rebelo de Sousa,prefcio

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  • 50 anos da Fraternidade Verbum Dei

    Jaime Bonet e Joo Paulo II www.verbumdei.org

    A Verbum Dei foi fundada em 17 de janeiro de1963 por Jaime Bonet, nascido em 1926, mas necessrio retroceder a 1940 para entender asua origem.Foi ento, que o jovem Jaime Bonet, numaorao simples e pessoal, descobre aexistncia de Deus e se sentiu chamado aanunciar o seu amor a todas as pessoas.Nos anos anteriores sua ordenao, o jovemJaime dedicou-se orao e pregao daPalavra de Deus a todo o tipo de pessoas,desde os ciganos dos bairros perifricos dePalma at aos seus companheiros do ColgioMaior onde estudou Teologia. Depois deordenado e atravs de exerccios espirituais edos Encontros, deu origem a um movimentoapostlico em Maiorca.Neste intenso ambiente apostlico, o padreJaime deu origem a vrias escolas deevangelizao, onde grupos de leigos, jovens eadultos, recebiam formao para anunciar aPalavra de Deus. Muitos grupos de leigosdestas escolas, ofereciam-se para anunciar oEvangelho, acompanhando o anncio de umvivo testemunho evanglico e esprito deorao.Em 1963, um grupo de raparigas pertencentess escolas de evangelizao, pediram ao padreJaime a possibilidade de se consagrarem porcompleto ao estilo de vida evangelizador

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    que este suscitava com a suapregao: dedicao ao anncio doEvangelho atravs da orao e doministrio da Palavra.Este primeiro grupo de raparigasvivia em comunidade, com o nomede "Missionrias Diocesanas daPalavra de Deus". Em 17 de janeirode 1963, quando o ConclioVaticano II ainda estava no seuincio, receberam a aprovao de D.Enciso Viana: nascia a Verbum Dei.O arcebispo de Madrid, cardealAngel Suqa, aprovou a 25 dejaneiro de 1993 os ramos demissionrias e missionrias comoInstitutos Religiosos. Pouco tempodepois, a 29 de maio de 1993, eraaprovado o

    estatuto de associao pblica defiis Casais e outros leigosmissionrios Verbum Dei e a 30 demaio foi aprovado o estatuto deFederao da Fraternidade EclesialVerbum Dei.O fundador solicitou Santa S umaaprovao com um estatuto quereunisse os trs ramos daFraternidade numa mesma e nicaestrutura de vida consagrada. OPapa Joo Paulo II deu o seuconsentimento para que sedeclarasse a FraternidadeMissionria Verbum Dei como umanica fraternidade de VidaConsagrada e assim foi ratificadapela Santa S com decreto deaprovao pontifcia de 15 de abrilde 2000.

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    http://www.verbumdei.org/

  • D. Serafim Ferreira e Silvadefende um novo conclio

    O bispo emrito da Diocese de Leiria-Ftima, D.Serafim Ferreira e Silva, assume-se como defensorde um novo conclio nos prximos tempos edeseja tambm que haja uma renovaopermanente da Igreja que a mesma, mas que temde se contextualizar no espao e no tempo.A mensagem que o II Conclio do Vaticano trouxe aomundo e Igreja no est esgotada porqueultrapassa o tempo para fora do tempo, masaconselha a uma renovao, visto que h culturasdiferentes, sublinhou.Ordenado sacerdote em julho de 1954, D. SerafimFerreira e Silva estudou tambm em Roma (Itlia) eacompanhou todo o percurso do pr-conclio,durante o conclio e ps-conclio e acrescenta queat escreveu alguns artigos e um livro sobreeste acontecimento da Igreja.Ao recordar estes tempos e os 50 anos destacaminhada - o prelado nascido em junho de 1930e natural da Diocese do Porto (Maia) reala quepede a Deus que haja no apressadamente, massem demora um novo conclio. No entanto,acrescenta o bispo emrito de Leiria-Ftima, oesprito conciliar deve permanecer e desenvolver.No incio do II Conclio do Vaticano (outubro de1962), Portugal vivia numa ditadura, com falta deliberdade, muita censura e com grande

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    atividade da Polcia chamada PIDE,disse Agncia ECCLESIA.Quando se deu a abertura do IIConclio do Vaticano (11 de outubrode 1962), o bispo emrito estava emPortugal, mas foi a Roma onde seencontrava o ento bispo do Porto,D. Antnio Ferreira Gomes , tendoa honra de entrar na aula conciliar.E adianta que viveu intensamenteeste acontecimento convocado peloPapa Joo XXIII.No dilogo que teve com D. AntnioFerreira Gomes (na altura exiladoem Espanha), D. Serafim Ferreira eSilva

    DilogoO Conclio Vaticano II, iluminado pela encclica programtica de PauloVI Ecclesiam suam (1964), foi oconclio do dilogo, destacando-se,de entre os seus documentos aconstituio Gaudium et Spes(dilogo Igreja/mundo), o decretoAd gentes (misses) e asdeclaraes Unitatis redintegratio(ecumenismo) e Nostra aetate(dilogo inter-religioso).(Cf. Enciclopdia Catlica Popular)

    recorda os dilogos e as notciasdadas pelo bispo do Porto.O prelado recebeu a ordenaoepiscopal em 1979, na Baslica doSameiro (Braga) confidenciou Agncia ECCLESIA que lheapresentou alguns votos e ele foicumpridor dos seus desejos, masera umaunidade no meio de umapluralidade.D. Sebastio Soares de Resende(bispo da Beira - Moambique) e D.Antnio Ferreira Gomes (bispo doPorto, mas exilado) foram os bisposportugueses que tiveramintervenes na primeira sesso doII Conclio do Vaticano quemarcaram a palavra pelomagistrio.D. Serafim Ferreira e Silva sublinhaque o mais fcil de fazer foi colocarem prtica as alteraes litrgicase as alteraes cannicas. Aonvel das dificuldades, o prelado citaa adaptao bblica da VerbumDei, uma constituio que mantmtoda a atualidade, enquanto outrostextos envelheceram.Para o prelado, a Gaudium etSpes, o documento sobre ascomunicaes sociais e aSacrosanctum Conciliumprecisam de ser novamentereescritos, visto que o mundo sealterou muito.Textos do Conclio Vaticano II

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    http://www.ecclesia.pt/catolicopedia/http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/index_po.htm

  • Janeiro 2013 Dia 12* Coimbra - Igreja de So Jos(21h30m) - Concerto com o CoroSinfnico Ins de Castro. * Vaticano - Visita do PrncipeAlberto e sua esposa (Charlene) aBento XVI.* Ftima - Encontro nacional dafamlia salesiana.* Lisboa - Museu Nacional doAzulejo* Lisboa - Mosteiro de Santa Maria(Monjas Dominicanas) - Conferncia O tempo e os temposda vida. Falar da F a partir dens por Fr. Mateus Peres. * Ftima - Aco de formao sobreCooperao para odesenvolvimento promovida pelaFundao F e Cooperao (FEC)(12 e 13)* Algarve - Centro Pastoral deFerragudo - Jornadas de PastoralLitrgica. (12 e 13)* Lisboa - Turcifal (CentroDiocesano de Espiritualidade)-Curso geral de catequistaspromovido pelo setor da catequesedo Patriarcado de Lisboa. (12 a 26)

    * Lisboa - Parquia de Santa Mariae So Miguel de Sintra - Curso geralde catequistas promovido pelo setorda catequese do Patriarcado deLisboa. (12 a 26) Dia 13* Dia Mundial do Migrante eRefugiado e Mensagem de BentoXVI. * Lisboa - Escola Superior deEnfermagem So Vicente Paulo -Encontro sobre A F comunicadaem alegria pelo padre VtorMelcias. * Ftima - Baslica de NossaSenhora do Rosrio (16 horas) -Conferncia sobre Testemunhar afidelidade de Deus: onde aconfiana vacila pelo padre TonyNeves, provincial da Congregaodo Esprito Santo. * Viana do Castelo - Geraz do Lima -Bno/inaugurao dos novosvitrais colocados na igreja paroquialde Santa Leocdia para assinalar omilenrio da fundao da Parquiade Santa Leocdia.

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    Dia 14* Lisboa - Palcio de Belm - Encerramento (incio a 14 dedezembro) da exposio de Natal Eum Filho nos foi dado consagradaaos tesouros artsticos do BaixoAlentejo. * Aveiro - Conselho Episcopal.* Ftima - Reunio da ComissoEpiscopal da Mobilidade Humana ePastoral Social.* Lisboa - Auditrio da Escola deHotelaria e Turismo de Lisboa(21h30m) - Sesso sobre Como seacredita? do ciclo Em que crquem cr promovido pela Parquiade Santa Isabel. *Ftima - Encontro da Associaode Reitores de Santurios dePortugal (14 e 15)* Coimbra - Seminrio (Salo deSo Toms) - Semana de formaopara o clero sobre A NovaEvangelizao nas Parquiasorientado pelo bispo de Toulon-Frjus (Frana), D. DominiqueRey. (14 a 17)* Aores - Ncleo de Santa Brbarado Museu Carlos Machado - CursoArtes Decorativas e o Sagrado emPortugal promovido peloSecretariado da Pastoral da Culturada Diocese de Angra. (14 a 18)

    Dia 15* Comemorao do Dia da CNIS.* Porto - Instituto dos Vinhos doDouro e do Porto - Encerramento daexposio do escultor JosRodrigues Para um altar. * Aveiro - Travass - Festejos dosSantos Mrtires de Marrocos queter como pregador o padre JooLoureno, diretor da Faculdade deTeologia da UCP. (15 e 16)

    Dia 16* Guarda - Seminrio Maior -Assembleia geral do InstitutoComunho e Partilha e assembleia geral da FundaoNunlvares com a presena de D.Manuel Felcio.* Lisboa - UCP (Sala de Exposiesda Biblioteca Joo Paulo II) - Workshop sobre O Problema doFacto Religioso no Mundo Antigopromovido pelo Centro de Estudosde Histria Religiosa. (16 e 17)

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    http://www.agencia.ecclesia.pt/dlds/bo/Coimbra - Cartaz Concerto CSIC.pdfhttp://www.monjasoplisboa.com/index.asp?flintro=off&art=25450&lang=http://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?id=93967http://catequese.net/attachments/374_Desdobr%C3%A1vel do Curso Geral por M%C3%B3dulos.pdfhttp://catequese.net/attachments/374_Desdobr%C3%A1vel do Curso Geral por M%C3%B3dulos.pdfhttp://catequese.net/attachments/374_Desdobr%C3%A1vel do Curso Geral por M%C3%B3dulos.pdfhttp://catequese.net/attachments/374_Desdobr%C3%A1vel do Curso Geral por M%C3%B3dulos.pdfhttp://catequese.net/attachments/374_Desdobr%C3%A1vel do Curso Geral por M%C3%B3dulos.pdfhttp://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?id=93029http://press.catholica.va/news_services/bulletin/news/29924.php?index=29924&po_date=29.10.2012&lang=po#TRADUZIONE IN LINGUA PORTOGHESEhttp://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?id=93639http://www.agencia.ecclesia.pt/dlds/bo/POSTAL_ENC.ST.ISABEL_2013.pdfhttp://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?id=93956http://www.snpcultura.org/para_um_altar_jose_rodrigues_expoe_no_porto.htmlhttp://www.ft.lisboa.ucp.pt/site/custom/template/ucptpl_fac.asp?SSPAGEID=1004&lang=1&artigoID=548

  • Ecclesia nos media

    RTP2 - 09h30Domingo, dia 13 - Emigrar ou no emigrar? Umaopo com diferentes respostas. RTP2, 18h00Segunda-feira, dia 14 - Entrevista ao padre RuiPedro: Dia Mundial do Migrante e do Refugiado.Tera-feira, dia 15 - Informao e rubrica sobreos 50 anos do Conclio Vaticano II com o padreAntnio Vaz PintoQuarta-feira, dia 16 - Informao e rubrica sobreDoutrina Social da Igreja com Jos CordeiroQuinta-feira, dia 17 - Informao e rubrica sobreHistria da Igreja com D. Manuel ClementeSexta-feira, dia 18 - Apresentao da liturgiadominical com cnego Antnio Rego e padreVitor Gonalves Antena 1Domingo, 06h00 - Dia do Migrante e RefugiadoSegunda a sexta-feira, 22h45 - Experincias deecumenismo em Taiz. OutrosRTP, Domingo, 10:00 - Transmisso da missaTVI, Domingo, 11:00 - Transmisso da missaRR, Domingo, 10:00 - "Dia do Senhor"; 11H00 - Transmisso da missa; 23H30 - Ventos e Mars;segunda a sexta, 18h30 - Tero

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    Misso de reconciliarO refugiado quase sempre algumderrotado. Pelo menosprovisoriamente. No est ondequer. No escolheu aquele localpara viver, aqueles vizinhos, arestrio de liberdade.A Fundao AIS tem tambm comomisso ajudar os refugiados. assimdesde o princpio. Mais do queajudar, a Obra sonhada pelo padreWerenfried van Straaten procurareconciliar. Foi assim que tudocomeou quando o padreWerenfried pediu ajuda para salvarmilhes de alemes no final da IIGuerra Mundial, que no tinhamnada para comer, vestir ou ondeabrigar-se. J no eram mais osinimigos de ontem: eram

    farrapos humanos que viviam umatragdia.Comeou assim a lenda do padreToucinho. esse o legado daFundao AIS nos dias de hoje. Acada 5 minutos um cristo assassinado por causa da sua f."O direito liberdade religiosafundamenta-se na prpria dignidadeda pessoa humana", sublinhavaBento XVI na sua mensagem para oDia Mundial da Paz. Semreconciliao, no h paz. Sem pazhaver sempre uma multido deescorraados que vagueiam pelomundo, sem casa, sem ptria, semfuturo. Com medo.

    Departamento de InformaoFundao AIS (info@fundacao-

    ais.pt www.fundacao-ais.pt)

    Padre Werenfried com refugiados na Faixa de Gaza (AIS)

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    mailto:[email protected]://www.fundacao-ais.pt

  • Ano C Festa do Batismo do Senhor

    A cena do Batismo de Jesus, nesta Festa do Batismodo Senhor que encerra o tempo de Natal, revelaessencialmente que Jesus o Filho de Deus, enviadopelo Pai ao mundo a fim de cumprir um projeto delibertao em favor dos homens. Jesus obedece aoPai e cumpre o seu plano salvador, vem ao encontrodos homens, solidariza-se com eles, assume as suasfragilidades, caminha com eles, refaz a comunhoentre Deus e os homens que o pecado haviainterrompido e conduz os homens ao encontro da vidaem plenitude. Da atividade de Jesus, s poderresultar uma nova criao, uma nova humanidade.Deus ungiu com a fora do Esprito Santo a Jesus deNazar, que passou fazendo o bem e curando todosos que eram oprimidos pelo Demnio, porque Deusestava com Ele, eis uma densa descrio da vida emisso de Cristo na segunda leitura.Hoje, Cristo iluminado: entremos tambm ns noesplendor da sua luz. Hoje, Cristo batizado:desamos com Ele gua, para podermos subir comEle glria. Estas so palavras interpeladoras deSo Gregrio de Nazianzo no ofcio de leitura de hoje,convidando-nos a entrar na vida em Cristo, quepassou pelo mundo fazendo o bem, na bela definiodos Atos dos Apstolos, e a testemunhar o seu amornos quotidianos da nossa existncia, para que asalvao que Deus oferece chegue a todos os povosda terra.

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    Celebramos esta Festa em contextodo Ano da F. Logo a abrir a CartaApostlica orientadora para esteano, Bento XVI diz que atravessar aPorta da F, sempre aberta parans, implica embrenhar-se numcaminho que dura a vida inteira. Esalienta que esse caminho temincio com o Batismo, que introduzna vida de comunho com Deus enos permite a entrada na sua Igreja.Retomemos palavras do Evangelho:O cu abriu-se O Esprito Santodesceu sobre Jesus Do cu fez-seouvir uma voz: Tu s o meu Filhomuito amado: em Ti pus toda aminhacomplacncia. O que aconteceuem Jesus deve acontecer em cadaum de ns. Batizados em Cristo eenxertados no Esprito Santo,escutamos a mesma voz do Pai: Tus o meu filho amado, tu s a minhafilha amada! Eu estou contigo, em tipus toda a minha ternura! Esta vozfala-nos sempre: recorda-nos anossa dignidade de filhos e filhas deDeus. Iluminados em Cristo,sejamos luz, ternura, bondade emisericrdia para quem vamosencontrando nos

    Batismo de Cristo (1181), altar deVerdum - Abadia de Klosterneuburg,ustria caminhos da vida. E que sejamcaminhos de f, sempre no amor deDeus derramado nos nossoscoraes.

    Manuel Barbosawww.dehonianos.org

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    http://www.dehonianos.org/

  • 2013 em perspetiva

    Joo WengoroviusMeneses

    Se no sculo XX se desvaneceu a utopiasocialista, no sculo XXI desvanecer-se- autopia liberal. Infelizmente, as desventuras de umsistema financeiro mal regulado que, em 2008,estiveram na gnese da atual crise econmica esocial, constituram mais uma trgicademonstrao dos perigos de deixar a condiohumana entregue a si prpria. Ou seja, se, porum lado, o projeto de sociedade coletivista e deEstado mximo se revelou anti natura ecerceador do talento, da criatividade e dainiciativa, por outro, o projeto liberal de Estadomnimo, libertrio e individualista, revela-seprodutor de desigualdades e desequilbrioshumanos, sociais, econmicos e ambientaisinjustos e insustentveis.Se os seres humanos fossem anjos, certamenteambos os modelos de sociedade seriam viveis.Porm, como no so, s nos resta comosoluo uma verdadeira social-democracia,assente simultaneamente no papel do Estado, nainiciativa empresarial de mercado, na sociedadecivil auto-organizada, e na tica individual domnio no qual a Igreja tem um papel decisivo.Alis, a evoluo dos ltimos sculos, desde logoao nvel dos direitos humanos e sociais,dificilmente encontrar noutro modelo deorganizao poltica melhor defesa econtinuidade. Vem isto a propsito do atualGoverno portugus, de perfil dogmtico e

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    Lusa

    liberal, e das perspetivas para 2013.Se, por um lado, fundamentalassegurar o equilbrio das contaspblicas, o acesso ao crdito, umEstado mais eficiente, e que oinvestimento pblico inteligente emultiplicador da riqueza, por outro, ainteno anunciada, desde o incioda legislatura, de ir alm da troikaarrisca tornar-se numa fatalidadepara o pas. Portugal (e as prpriasmetas estabelecidas pela troika)dificilmente resistir asfixia daclasse mdia e do investimento, aoxodo massivo de talento para oestrangeiro e deterioraoacentuada do Estado-providncia. verdade que, historicamente, o passempre se debateu com a questoda sua viabilidade. Mas, emparticular neste momento, serianecessrio um primeiro-ministro comoutro tipo

    de espessura, que percebesse aimportncia da esperana, docrescimento econmico, dosconsensos polticos, de serenegociar com a troika e,sobretudo, sempre disponvel parase adaptar a novas circunstncias epara aprender com os erros. O quenos vale que, no meio (e margem) da atuao do governo, hexemplos, cada vez mais globais eeloquentes, de portuguesesempreendedores de sucesso, denovas iniciativas de participaocvica, e de modos de vidaalternativos. Apesar de silenciosos, nestes exemplos que reside ofuturo do pas. Por isso, o meuconselho para 2013 que osprocuremos com ateno porque,como disse recentemente Bento XVI,se cai uma rvore, faz muito rudo,mas se mil flores se abrem,acontece no maior dos silncios.

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  • 2013 Um ano para os cidados

    Luiz S PessoaChefe da Representaoda Comisso Europeia emPortugal (interino)

    A Unio Europeia (UE) designou o ano de 2013como o Ano Europeu dos Cidados. Os cerca de500 milhes de cidados dos 27 Estadosmembros que compem a UE merecem-no porcompleto. O Prmio Nobel da Paz atribudo Unio Europeia -lhes tambm dedicado.Os cidados estiveram desde sempre no cernedo projeto europeu. Foi em seu nome que oprojeto europeu nasceu e tem sido para eles queUE tem trabalhado ao longo destes 60 anos. Oano de 2013 assim uma excelente ocasiopara lembrarmos as conquistas e os desafiossuperados pelos europeus, mas tambm umaoportunidade para ouvirmos as suaspreocupaes e angstias. Isto especialmenteimportante e relevante no atual contexto de criseeconmica e de alguma descrena no projetoeuropeu. O Ano Europeu vai promover em todosos 27 Estados-membros um debate com oscidados sobre como deve ser a futura UnioEuropeia e as reformas necessrias paramelhorar o seu dia a dia.As instituies europeias no querem, nempodem estar encerradas numa torre de marfim.Queremos estar no terreno para dar voz vozdos cidados. Mas para que possamos ouvir,para que possamos escutar e registar, oscidados tm de ser ativos, tm de se envolverna discusso e no debate dos temas europeus.

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    Tm de ser exigentes. Tm que seexpressar e participar ativamentenas eleies para o ParlamentoEuropeu (as prximas sero em2014), porque so os deputadosque elegerem que vo defender osseus interesses. Todos somos cidados no s donosso prprio pas, mas tambm daUnio Europeia. Alm dos direitosde que gozamos no nosso pas deorigem, temos outros direitos,garantidos pelos tratados da UE epela Carta dos DireitosFundamentais da UE. Vinte anosdepois da consagrao dacidadania europeia no Tratado deMaastricht, a UE quer reforar estesmesmos direitos. 2013 ser assimum ano para proporcionar aoscidados um melhor conhecimentodos seus direitos de forma a levar aque estes os possam exercer ereivindicar na plenitude. Oscidados conquistaram a liberdadede circulao: podem estudar,trabalhar, viver ou reformarem-senum outro Estado membro da UE.Viram os seus diplomas acadmicose profissionais reconhecidos, tmacesso a um carto europeu deseguro de doena, tm comprasfacilitadas pela internet com os seusdireitos de consumidoresassegurados,

    tm preos de roaming mais baixos,tm os seus direitos reforadosenquanto eventuais arguidos emprocessos crimes. Tm acesso a umconjunto de redes de informaoque lhes podem informar sobretodos os seus direitos. Mas havercertamente mais a fazer.A consagrao de 2013 como AnoEuropeu dos Cidados assim aocasio para, em conjunto,definirmos outros projetos e outrasmedidas. Como tem referido a Vice-Presidente Viviane RedingComissria da UE responsvel pelaJustia e pela Cidadania, "chegada a altura de refletirmossobre onde nos encontramos esobre o que o futuro nos podetrazer..Os debates sobre o que falta fazervo decorrer em toda a Unio aolongo de 2013. Em Portugal, oprimeiro evento ter lugar em 22 defevereiro, em Coimbra. A cidade vaiacolher um grande debate quecontar com a presena da Vice-presidente Viviane Reding. AComissria Europeia estar emCoimbra para responder a todos asperguntas e dvidas num espao deverdadeiro dilogo de viva voz entreas instituies europeias e oscidados. No deixe de fazer ouviros seus anseios e a sua voz naEuropa.

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    http://europa.eu/lisbon_treaty/full_text/index_en.htmhttp://eur-lex.europa.eu/en/treaties/dat/32007X1214/htm/C2007303EN.01000101.htm

  • Basta-me morrerno meu pas

    a ser enterradadissolver-me e a

    reduzir-me a nadaressuscitar erva

    na sua terraressuscitar flor

    que uma criana crescidano meu pas arrancar

    basta-me estar no regaode minha ptria

    estar perto dela como umpunhado de poesia

    um raminho de relvauma flor

    Fadwa Tuqan

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