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C A P Í T U L O 1 A RAZÃO É A FONTE DO CONHECIMENTO VERDADEIRO U N I D A D E 1 FILOSOFIA ENCONTRO COM A UNIDADE 1 RAZÃO E CONHECIMENTO A RAZÃO É A FONTE DO CONHECIMENTO VERDADEIRO CAPÍTULO 1

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1 A RAZÃO É A FONTE DO CONHECIMENTO VERDADEIRO

UNIDADE 1

FILOSOFIAENCONTRO COM A UNIDADE 1 RAZÃO E CONHECIMENTO

A RAZÃO É A FONTE DO CONHECIMENTO VERDADEIRO CAPÍTULO 1

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A razão é a fonte do conhecimento verdadeiroNo contexto da Revolução Científica, no século XVII, alguns físicos adotaram a matemática como a principal linguagem das ciências. Por que a matemática se tornou modelo para as ciências?• Porque ela é clara e objetiva: suas sentenças possuem significados precisos.

• Porque ela é universal: suas sentenças são válidas em qualquer lugar do mundo.

• Porque ela é composta de símbolos que simplificam e facilitam a demonstração do que se afirma.

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A RAZÃO É A FONTE DO CONHECIMENTO VERDADEIRO CAPÍTULO 1

Pensadores como Descartes, Leibniz e

Espinosa consideraram a matemática o modelo ideal do

conhecimento científico.

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DescartesO filósofo francês René Descartes (1596-1650) criou um método com o objetivo de atingir o conhecimento seguro e verdadeiro na filosofia e na ciência. O método é composto das seguintes etapas:

1. Dúvida metódica ou hiperbólica: duvide de tudo o que conhece (duvide dos sentidos e daquilo que aprendeu).

2. Depois de duvidarmos de todas as coisas, algo se torna evidente para nós: só podemos duvidar porque pensamos.

3. Se cogito, duvido ou penso sobre algo, uma coisa é certa: eu existo.

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A RAZÃO É A FONTE DO CONHECIMENTO VERDADEIRO CAPÍTULO 1

Portanto: Penso, logo existo.O primeiro conhecimento

verdadeiro e seguro é a existência de um ser

que pensa.

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As regras do conhecimento seguro

Há quatro regras básicas que, de acordo com Descartes, devem ser seguidas para atingirmos o conhecimento verdadeiro:

1. Só tomar como verdadeiro o que se apresenta à mente de forma clara e evidente e que não provoque dúvidas.

2. Quando houver alguma dificuldade no conhecimento, deve-se analisá-la, isto é, decompô-la para, observando seus elementos simples, claros e distintos, resolver o problema.

3. Deve-se seguir uma ordem de compreensão dos pensamentos: dos mais simples aos mais complexos (encadeamento de ideias).

Apresentação da ginasta Simone Biles nas Olimpíadas Rio 2016. No esporte, costuma-se decompor os movimentos para aprendê-los melhor. A decomposição em partes simples é uma das regras defendidas por Descartes.

4. Devem-se fazer revisões e enumerações completas, para se ter certeza de que tudo foi corretamente considerado.

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FILOSOFIAENCONTRO COM A UNIDADE 1 RAZÃO E CONHECIMENTO

A RAZÃO É A FONTE DO CONHECIMENTO VERDADEIRO CAPÍTULO 1

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A visão dualista de Descartes

Descartes afirmou que a realidade é composta de três tipos de substância:

• Substância divina: é eterna e perfeita. Ela fundamenta toda a verdade e tudo o que existe.

• Substância pensante: é aquela que duvida, sente, deseja, entende e cogita. É responsável por todas as ações de nossa mente ou intelecto.

• Substância extensa: é aquela que compõe os corpos ou as coisas materiais.

• O dualismo consiste na separação entre o corpo e a alma.

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A RAZÃO É A FONTE DO CONHECIMENTO VERDADEIRO CAPÍTULO 1

Deus (substância divina)

Alma (substância pensante)

Corpo (substância extensa)

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2 O RACIONALISMO DE ESPINOSA E LEIBNIZ

UNIDADE 1

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O RACIONALISMO DE ESPINOSA E LEIBNIZ CAPÍTULO 2

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Espinosa• O filósofo holandês Baruch Espinosa (1632-1677)

definiu substância como aquilo que pode existir por si mesmo, independentemente de qualquer outra coisa.

• Só existe um ser que não depende de outro: Deus.

• Deus é a única substância existente (monismo).

• Tudo o que existe no mundo é manifestação do divino: extensão (coisas corpóreas) e pensamento não são substâncias, mas manifestações do divino.

• Deus sive natura (Deus ou natureza): eu, você, os minerais, as plantas, os animais, as estrelas etc, tudo é Deus.

Deus é fonte ou origem de toda a realidade, e toda a realidade é entendida como manifestação divina.

Interior de hotel de gelo em Jukkasjärvi (Suécia), 2014. Assim como o edifício da foto é formado de gelo moldado em diferentes formatos, Espinosa acreditava que todas as coisas seriam manifestações de uma substância única.

MELANIE STETSON FREEMAN/TCHRISTIAN SCIENCE MONITOR VIA GETTY IMAGES

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O RACIONALISMO DE ESPINOSA E LEIBNIZ CAPÍTULO 2

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A ordem geométrica e o racionalismo radical em Espinosa

• De acordo com Espinosa, Deus é perfeito e suas manifestações (as coisas e os fenômenos naturais) seguem sua ordem, sua lei e seu critério.

• As coisas da natureza em geral também não estão soltas e isoladas; elas obedecem a uma ordem divina, formando uma unidade entre si, como se apresentassem uma ordem geométrica.

• O Universo é um grande sistema ordenado: as coisas existem e ocupam determinada posição para cumprir uma função dentro desse sistema.

• O ser humano consegue compreender esse sistema divino por meio de sua razão, pois a razão humana é manifestação da inteligência de Deus.

• Racionalismo radical: extensão e pensamento estão de acordo com a razão divina. Também nossas ideias, pensamentos, desejos, emoções e ações seriam resultados da ordem divina.

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O RACIONALISMO DE ESPINOSA E LEIBNIZ CAPÍTULO 2

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Leibniz• O filósofo alemão Gottfried Wilhelm Leibniz (1646-1716) foi um racionalista menos

radical que Espinosa, pois não buscou a geometrização de toda a realidade: haveria outra ordem no mundo, além da ordem geométrica.

• Distinguiu dois tipos de verdades:

• Verdades racionais, que são necessárias (algo é de tal modo e não pode ser diferente).

• Verdades contingentes ou de fato, que são verdades possíveis, mas incertas (algo é de uma maneira, mas poderia ser de outro modo).

• Apesar de contingentes, as verdades de fato seguem uma ordem. Elas se apoiam no princípio da razão suficiente: nada pode ser o que é sem que haja uma razão para isso; tudo é determinado por algum motivo.

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O RACIONALISMO DE ESPINOSA E LEIBNIZ CAPÍTULO 2

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A harmonia preestabelecida

• Para Leibniz, o ser humano é relativamente livre. As escolhas que fazemos na vida fazem parte de uma harmonia preestabelecida por Deus quando ele criou o mundo.

• Todas as coisas existentes são formadas por pequenas unidades simples que não podem ser vistas, chamadas mônadas.

• Existem infinitas mônadas que, ao se combinarem, formam todas as coisas do mundo.

• Coisas formadas por diversas mônadas: carteira escolar, mesa do professor, cadernos, corpo humano.

• Coisas formadas por apenas uma mônada: alma.

• Quando fez o mundo, Deus previu os movimentos das mônadas para torná-lo harmônico.

Assim, de acordo com Leibniz, o mundo apresenta uma harmonia preestabelecida por Deus.

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O RACIONALISMO DE ESPINOSA E LEIBNIZ CAPÍTULO 2

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3 O CONHECIMENTO E A POLÍTICA EM HOBBES E LOCKE

UNIDADE 2

FILOSOFIAENCONTRO COM A UNIDADE 2 O CONHECIMENTO SE INICIA PELOS SENTIDOS

O CONHECIMENTO E A POLÍTICA EM HOBBES E LOCKE CAPÍTULO 3

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O conhecimento se inicia pelos sentidos

Comparação entre racionalismo e empirismo

Racionalismo Empirismo

A origem do conhecimento está na razão.

A origem ou a fonte de todo o conhecimento está na experiência sensível (fundamentada nos órgãos dos

sentidos e na percepção).

Algumas ideias já nascem com o indivíduo, independentemente da

experiência sensível. São chamadas ideias inatas.

As ideias possuem relação com a experiência sensível.

Os principais filósofos são Descartes, Espinosa e Leibniz.

Os principais filósofos são Bacon, Hobbes, Locke, Berkeley e Hume.

FILOSOFIAENCONTRO COM A UNIDADE 2 O CONHECIMENTO SE INICIA PELOS SENTIDOS

O CONHECIMENTO E A POLÍTICA EM HOBBES E LOCKE CAPÍTULO 3

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Hobbes• O filósofo inglês Thomas Hobbes (1588-1679) argumentava que os sentidos são a

origem do conhecimento.

• Para ele, os pensamentos e raciocínios são possíveis por causa das representações mentais que temos das coisas que estão fora de nós.

• As representações mentais são produzidas pelos órgãos dos sentidos: criamos representações das coisas olhando, tocando, escutando, cheirando ou sentindo o gosto delas.

• Depois que temos a experiência dos sentidos, adquirimos representações ou ideias das coisas e, por meio delas, podemos raciocinar, calcular, prever.

O controle da natureza

• De acordo com Hobbes, a capacidade humana de prever e raciocinar nos permitiria controlar a natureza.

• O objetivo da ciência seria ampliar o domínio do ser humano sobre a natureza.

• Quanto mais o ser humano conhecesse as leis da natureza e as relações de causa e efeito dos fenômenos, mais ele poderia dominar a natureza e utilizá-la em seu benefício.

FILOSOFIAENCONTRO COM A UNIDADE 2 O CONHECIMENTO SE INICIA PELOS SENTIDOS

O CONHECIMENTO E A POLÍTICA EM HOBBES E LOCKE CAPÍTULO 3

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Locke• De acordo com o filósofo inglês John Locke (1632-1704), o ser humano adquire ideias

durante sua vida por meio dos órgãos dos sentidos.

• A mente de um recém-nascido é uma espécie de folha de papel em branco. O que será escrito nessa folha dependerá das experiências e percepções que ele obterá.

• A origem de nossas ideias está na experiência, a qual pode ser de dois tipos: externa (sensação) e interna (reflexão).

• As ideias simples da sensação e da reflexão são o material básico para o funcionamento da mente.

• Depois que adquirimos as ideias simples pela experiência, a mente as combina e as reúne, tornando-as cada vez mais complexas.

Alegoria dos cinco sentidos (1632), pintura de Theodoor Rombouts.

Para Locke, o ser humano adquire ideias por meio dos órgãos dos sentidos.

THE BRIDGEMAN ART LIBRARY/KEYSTONE BRASIL - MUSEU VOOR SCHONE KUNSTEN, GENT

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O CONHECIMENTO E A POLÍTICA EM HOBBES E LOCKE CAPÍTULO 3

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A política em Hobbes e Locke

Características das teorias políticas de Hobbes e Locke

Hobbes e a necessidade do Estado Locke e o Poder Legislativo

Na obra Leviatã, Hobbes descreveu o estado de natureza: imagine o ser humano vivendo em um estado no qual não haja poder político

nem sociedade civil. Haveria sempre conflitos e o indivíduo teria que usar a força

para se defender.

De acordo com Locke, para acabar com os conflitos do estado primitivo, os homens se

associaram e estabeleceram um contrato social para viver tranquilamente de acordo

com leis comuns.

Para acabar com a guerra de todos contra todos e para preservar a própria vida, o ser

humano teve que abdicar de sua liberdade e estabelecer um pacto (contrato social) no qual todo cidadão aceita se submeter a um

soberano. Todos transferem para o soberano o poder de governá-los.

Os cidadãos não têm necessidade de transferir seus direitos para o soberano, mas eles devem obedecer às leis sociais. A primeira lei de uma sociedade política deve ser o estabelecimento de um Poder Legislativo, responsável pela elaboração das leis e ao qual todos os outros

poderes devem estar subordinados.

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4 O EMPIRISMO DE BERKELEY E HUME

UNIDADE 2

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O EMPIRISMO DE BERKELEY E HUME CAPÍTULO 4

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Berkeley• O filósofo inglês George Berkeley (1685-1753) afirmava que “ser é ser percebido”

(não é a matéria o que constitui o ser).

• A existência das substâncias materiais fora da mente é apenas uma suposição.

• Só podemos afirmar a existência daquilo que percebemos em nossa mente: as ideias.

• As ideias surgem dos sentidos ou das operações da mente sobre a percepção.

• Apenas as ideias são o material de nosso conhecimento.

Botos-cor-de-rosa nadam no Rio Negro, em Manaus (AM), 2013. Para Berkeley, podemos garantir a existência das ideias (como a ideia de um rio), embora não seja seguro pensar que as coisas externas ao ser humano existam fora do pensamento.

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A substância material é uma suposição

George Berkeley é conhecido por seu empirismo imaterialista. De acordo com essa teoria:

• Conhecemos apenas sensações ou ideias (nada material).

• O fato de existirem ideias ou sensações na mente não prova a existência da substância material ou corporal exterior.

• Conhecer algo é percebê-lo por meio dos sentidos.

• Deus seria o responsável por todas as sensações humanas. Nossos sentidos são afetados por Deus e, então, formam-se as ideias sensíveis.

• Seguindo uma ordem divina, a ideias são suscitadas em nós e as leis da natureza respeitam essa ordem.

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Hume• O filósofo escocês David Hume (1711-1776) tinha como principal preocupação a

investigação da natureza humana.

• Acreditava que uma ciência humana auxiliaria todas as demais ciências, pois todas dependeriam do conhecimento humano.

• Pretendia esclarecer os princípios ou as leis universais que regem a vida dos homens.

• Investigou as possibilidades e os limites do conhecimento, procurando responder à pergunta “O que o homem pode conhecer?’’.

• Defendia que as investigações sobre a natureza e sobre o conhecimento humano deveriam se apoiar na observação e na experiência.

• A ciência humana não deveria partir de ideias ou de princípios que não podiam ser observados: nada que não pode ser observado pode ser conhecido com segurança.

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As percepções da mente

• Hume define dois tipos de percepção mental: impressões sensíveis e ideias.

• As impressões sensíveis são sensações ou emoções que vivemos de maneira imediata. São mais nítidas e vívidas que as ideias.

• As ideias são imagens ou cópias das impressões e estão presentes no pensamento ou no raciocínio.

Até onde o conhecimento humano pode ir?

• O limite do conhecimento humano é a experiência (conhecemos apenas o que podemos verificar pelos sentidos).

• Não é possível saber com toda a certeza a causa ou a origem das impressões sensíveis. Essa informação está para além de nosso entendimento, pois não podemos obtê-la por meio da experiência sensível.

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O EMPIRISMO DE BERKELEY E HUME CAPÍTULO 4

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5 A LUZ DA RAZÃO

UNIDADE 3

FILOSOFIAENCONTRO COM A UNIDADE 3 O ILUMINISMO E O PENSAMENTO MODERNO

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A razão no IluminismoOs iluministas foram filósofos do século XVIII que enalteceram a razão humana. Para eles:

• A razão é o principal instrumento do ser humano para entender a realidade concreta e orientar a vida terrena.

• A razão é ferramenta essencial para a formação de conhecimentos mais complexos, mas depende, para tanto, dos dados dos sentidos.

• A capacidade racional é universal: todo indivíduo pode e deve utilizar a capacidade racional para entender o mundo, guiar a própria vida e transformar a realidade.

• A razão deve predominar nos domínios humanos como a ciência, a política, a moral e a religião.

A expressão “Iluminismo” traz a ideia de que a razão humana pode iluminar algo obscuro ou de difícil compreensão.

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• Para os iluministas, é preciso fazer um uso autônomo da razão na construção do conhecimento: as investigações sobre o homem e a natureza devem obedecer apenas a critérios racionais.

• A razão não pode subordinar-se a nenhuma outra forma de entendimento ou de explicação.

• O ser humano é livre para seguir as determinações da própria razão e da própria consciência, as quais guiam as ações de cada um.

• Como a razão está presente em cada indivíduo, os iluministas defendem a igualdade jurídica (todos são iguais perante a lei) e a autonomia (todo indivíduo é capaz de pensar por si próprio).

• O uso pleno da razão está relacionado à liberdade. Por isso, esses filósofos defendem a liberdade religiosa e política.

Experimento com um pássaro em uma bomba de ar (1768), pintura de Joseph Wright. As investigações científicas obedecem a critérios racionais.

Autonomia da razão

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A Enciclopédia iluminista• No século XVIII, iluministas franceses elaboraram uma enciclopédia que reunia todo

o conhecimento ocidental produzido até então nos mais diferentes ramos do saber.

• Chamou-se Enciclopédia, ou Dicionário razoado das ciências, das artes e dos ofícios, e foi lançada entre 1750 e 1772.

• Contou com a colaboração de diversos filósofos, intelectuais e artistas. Foi organizada pelos filósofos franceses Denis Diderot e Jean D’Alembert.

• Considerada uma espécie de cartilha do Iluminismo, a Enciclopédia foi criada como projeto de universalização do saber e de libertação do ser humano da ignorância.

• A Enciclopédia resumiu e divulgou os ideais iluministas: fazer da razão o elemento fundamental para o progresso e para a conquista de uma vida feliz.

• A ideia de progresso iluminista considerava fundamental o desenvolvimento científico.

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A LUZ DA RAZÃO CAPÍTULO 5

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O papel central da educação• A elaboração de uma enciclopédia que concentrasse o saber da época visava contribuir

para a formação de um novo ser humano e de uma nova sociedade.

• Os iluministas defendiam a necessidade de renovar a educação.

• A nova educação deveria ser garantida pelo Estado e ter por objetivo a formação do homem moderno, esclarecido, livre, com conhecimento científico básico, responsável pelo seu próprio destino e pelo destino da sociedade.

• Foi com a difusão das ideias iluministas pela Europa que a educação escolar passou a ter grande importância na formação dos cidadãos.

• Hoje a escola e a educação são fundamentos das mais diversas sociedades.

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6 O ESPÍRITO ILUMINISTA: VOLTAIRE, MONTESQUIEU E ROUSSEAU

UNIDADE 3

FILOSOFIAENCONTRO COM A UNIDADE 3 O ILUMINISMO E O PENSAMENTO MODERNO

O ESPÍRITO ILUMINISTA: VOLTAIRE, MONTESQUIEU E ROUSSEAU

CAPÍTULO 6

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Montesquieu• O filósofo francês Charles-Louis de Secondat (1689-1755), conhecido como barão de

Montesquieu, defendia que os eventos históricos não aconteciam por acaso, mas eram regidos por leis históricas.

• As leis históricas não seriam obrigatórias, necessárias e inflexíveis, mas regulariam os acontecimentos. Elas obedeceriam às particularidades do território onde fossem aplicadas.

• Montesquieu afirmava que a liberdade política não consistia em fazer tudo aquilo que se deseja: somente o respeito às leis garantia que fossem cumpridos os direitos dos cidadãos.

• Ele alegava que a liberdade estaria ameaçada se o poder se concentrasse nas mãos de uma pessoa ou grupo. Defendia a divisão dos poderes em:

• Poder Legislativo: responsável por elaborar as leis.

• Poder Executivo: responsável por executar as leis.

• Poder Judiciário: responsável por julgar os cidadãos conforme os dispositivos legais criados.

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O ESPÍRITO ILUMINISTA: VOLTAIRE, MONTESQUIEU E ROUSSEAU

CAPÍTULO 6

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Voltaire• O filósofo iluminista francês François Marie Arouet (1694-1778), conhecido como

Voltaire, opôs-se às instituições religiosas e ao regime absolutista na França.

• Defendia a tolerância religiosa e política: a tolerância seria o remédio contra a intransigência, a qual levaria à discórdia, aos conflitos, à guerra e às mortes cruéis.

• Acreditava que o homem civilizado deveria seguir o princípio fundamental expresso nas seguintes palavras: “Não faça aos outros o que você não gostaria que fosse feito a você”.

• Afirmava que os estudos históricos deveriam se apoiar nas ações dos homens e nas relações entre os eventos.

• Admitia que, com o desenvolvimento da razão e da ciência, a humanidade progrediria: a história humana seria uma processo gradual de libertação do ser humano da ignorância em direção ao esclarecimento e à felicidade.

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Jean-Jacques Rousseau• Mesmo sendo iluminista, o filósofo suíço Jean-Jacques Rousseau (1712-1778)

acreditava que o desenvolvimento ocorrido durante o Iluminismo trouxe prejuízos para a sociedade, corrompeu a natureza humana e a tornou escrava de um conjunto de vícios (vaidade, luxo, ambição etc.).

• Argumentava que, em estado de natureza, o homem seria livre, respeitaria seus instintos e não carregaria consigo nada supérfluo, pois estaria completo.

• Por outro lado, em sociedade o ser humano criaria sentimentos e desejos ruins, tornando-se injusto, mau e opressor.

• Acreditava que uma educação dividida em períodos, que exercitasse a razão, a sensibilidade e os sentimentos, prepararia adequadamente o indivíduo para a vida em sociedade.

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Vista do Palácio de Versalhes, onde vivia a realeza francesa durante o século XVIII. Para Rousseau, o desenvolvimento das ciências e técnicas contribuiu para o aumento do luxo e da ostentação.

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O contrato social: um pacto de liberdade entre iguais

Para Rousseau, as sociedades deveriam ser organizadas com o objetivo de afastar os cidadãos dos vícios que prejudicam a vida civil. Ele preocupou-se com a seguinte questão: Como conciliar a vida em sociedade com a liberdade individual?• Um pacto entre todos os cidadãos poderia garantir que cada um fosse livre.• Os indivíduos abririam mão de seus direitos naturais em favor de um soberano.• Quem seria esse soberano? A vontade geral (não a vontade particular deste ou

daquele indivíduo, mas a vontade de todos que participam do pacto).• Todo pactuante trocaria a frágil liberdade individual pela liberdade civil e promoveria

o bem comum.• A liberdade civil, vivida em sociedade, garantiria a proteção e o convívio justo e

igualitário entre todos os cidadãos.

O pacto realmente vantajoso para os homens em sociedade seria aquele estabelecido livremente entre todos os cidadãos, instituindo um governo ao qual

todos os indivíduos estivessem igualmente subordinados como membros.

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7 KANT E A CRÍTICA DA RAZÃO

UNIDADE 4

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Kant• O filósofo alemão Immanuel Kant (1724 -

-1804) buscou compreender as condições que nos permitem conhecer a realidade.

• Concluiu que não conhecemos as coisas como elas são, mas apenas como elas aparecem para nós em nossa mente, isto é, conhecemos as coisas como fenômenos.

• Quando observamos uma coisa, não apenas recebemos impressões de maneira passiva: nós atuamos sobre essas impressões, criando fenômenos.

• Como a nossa capacidade de conhecer cria esses fenômenos? Pela sensibilidade (a maneira como recebemos as sensações) e pelo nosso intelecto ou entendimento (a maneira como pensamos as sensações recebidas).

Cena da animação Divertida Mente (2015), dirigida por Pete Docter e Ronaldo Del Carmen. A animação se passa dentro do cérebro de uma adolescente, onde cinco emoções (representadas nessa imagem) se revezam para processar informações e armazenar memórias. Kant se interessou pelo modo como o ser humano percebe o mundo.

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A sensibilidade• Espaço e tempo são condições da sensibilidade, considerados os requisitos para que

haja fenômenos ou representações.

• A mente humana, ao receber a matéria da sensação, organiza as impressões sensíveis espacial e temporalmente.

• Espaço e tempo são intuições ou modos de receber as impressões sensíveis.

• Espaço e tempo são condições a priori para qualquer experiência sensível.

• Da mesma forma que não é possível ouvir ou enxergar sem os órgãos dos sentidos responsáveis por essas sensações, não é possível que exista uma representação sensível na consciência sem que ela seja espacial e temporalmente delimitada.

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O intelecto• Não há conhecimento apenas com a recepção da sensibilidade: para conhecer o

material recebido pela sensibilidade é necessário pensá-lo.

• Para pensar o material da sensibilidade, o ser humano atua sobre as representações ou fenômenos, estabelecendo relações entre eles.

• Um exemplo de relação que estabelecemos a partir do material sensível é a de causa e efeito: vemos a fumaça e logo concluímos que há fogo.

• Estabelecemos relações entre os fenômenos por meio dos conceitos ou categorias do entendimento.

Sem a sensibilidade, nada pode ser captado sensivelmente. Sem os conceitos

ou categorias do entendimento nada pode ser pensado.

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A revolução copernicana de Kant

A inversão na relação entre sujeito e objeto realizada por Kant

Antes de Kant Depois de Kant

O sujeito, no ato de conhecer, recebe de maneira passiva as impressões

sensíveis das coisas ou dos objetos que existem fora dele.

O sujeito que conhece não recebe apenas o dado sensível do exterior, mas é ativo: ele conforma as

impressões sensíveis (dá forma e as ordena ativamente).

É como se a pessoa captasse passivamente as impressões vindas do que lhe é externo, como o verde

de uma árvore, o frio de uma pedra de gelo ou o áspero de uma superfície.

São as impressões que têm que se adaptar às estruturas humanas de conhecimento (sensibilidade e intelecto).

Existem condições de conhecimento a priori para qualquer experiência sensível. Tais estruturas a priori

da sensibilidade e do entendimento são universais. Assim como Copérnico revolucionou a teoria

cosmológica, afirmando que o Sol é o centro do Universo, Kant trouxe o sujeito para o centro do

processo de conhecimento.

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8 HEGEL E O IDEALISMO ALEMÃO

UNIDADE 4

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O romantismo e o sentimento de infinito• O romantismo foi um movimento literário, artístico,

filosófico e cultural que surgiu na Europa no final do século XVIII e se desenvolveu no século XIX.

• Manifestou-se de diversas maneiras e estabeleceu um estreito diálogo com a filosofia, especialmente com o idealismo alemão.

• Os autores românticos defenderam a ideia de infinito.• Infinito é uma totalidade que engloba e ordena todas as

coisas finitas existentes.• O homem, ser finito, possui uma relação com o infinito, pois

apresenta o sentimento de pertencer a uma totalidade.• Mais importantes que a razão iluminista seriam o sentimento,

a religião e a arte. A arte e a religião são consideradas expressões do infinito.

• Hölderlin, Schlegel, Novalis e Schleiermacher foram importantes autores que trabalharam com essa ideia de infinito.

O caminhante sobre o mar de névoa (1818), tela de Caspar David Friedrich, um dos grandes nomes do romantismo alemão na pintura.

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O idealismo alemão

Comparação entre as principais concepções de Kant e as dos idealistas

Kant Idealistas

Podemos conhecer como a realidade aparece para nós, mas não podemos conhecer como ela é em si mesma.

Se o homem não pode conhecer a coisa em si, o que garante que ela exista?

Como afirmar a existência de algo que não se pode conhecer?

O sujeito do conhecimento conforma as impressões da sensibilidade às

condições de possibilidade a priori.

É a atividade mental do sujeito que produz o material sensível do conhecimento.

O sujeito do conhecimento é ativo, embora o processo de conhecer esteja

limitado à experiência sensível.

A atividade da mente, do espírito ou da razão é a origem de todas as coisas existentes: o mundo é uma representação de nossas ideias e de nossos sentimentos. Tudo deriva do “eu”, da consciência.

São importantes idealistas: Fichte, Schelling e Hegel.

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Hegel• O filósofo alemão George Friedrich Hegel (1770-1831) buscava explicitar a realidade e

explicar como a consciência humana a entendeu no transcorrer do tempo.

• Defendia que existe uma relação racional entre as partes que formam o conjunto da realidade: por trás dos eventos, haveria a atividade do Espírito ou da Razão, que se expressaria de inúmeras maneiras na natureza, nos acontecimentos sociais, na história, nas artes, na filosofia.

• Afirmava que a evolução da consciência nos levaria à compreensão de que a realidade é a expressão do Espírito.

• Argumentava que, quando chegássemos a essa compreensão de totalidade do Espírito, as divisões entre sujeito e objeto, finito e infinito, natureza e Espírito terminariam: tudo se revelaria como atividade do Espírito, pois nada existiria fora dele.

• A arte, a religião e a filosofia seriam formas privilegiadas de manifestação do Espírito, sendo a filosofia superior porque permite conhecer a totalidade da atividade dele.

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HEGEL E O IDEALISMO ALEMÃO CAPÍTULO 8

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A dialética hegeliana

• Hegel compreendia a história não como uma simples sucessão de eventos, mas como um todo maior, por meio do qual percebemos a trajetória do Espírito.

• Ele acreditava que a história não se desenvolvia de forma linear, mas com ápices e declínios. No entanto, do ponto de vista geral, ela se desenvolvia progressivamente.

• Afirmava que a história seria o desdobrar do Espírito ou da Razão, isto é, sua afirmação progressiva.

• Para ele, as coisas mudariam de maneira dialética:

Tese ou afirmação Antítese ou negação Síntese

A filosofia de Hegel é chamada de idealismo dialético.Idealismo: toda a realidade é compreendida como Espírito ou

manifestação dele.Dialético: os momentos do Espírito, ao longo do seu percurso, vão sendo

superados, dando lugar a novas superações, de maneira contínua.

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HEGEL E O IDEALISMO ALEMÃO CAPÍTULO 8

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