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A Alianca das obras - Dr. David Murray david murray

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Palestra proferida pelo Dr. David Murray por ocasião do Simpósio Reformado Os Puritanos.

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Cristo na Aliança das Obras — Dr. David Murray

© Editora Os Puritanos/Clire

Mensagem proferida por Dr. David Murray no XVIIISimpósio Os Puritanos, em Maragogi/AL/2009

Este ebook poderá ser compartilhado, contanto que o seuformato original não seja alterado e não seja utilizado comfins comerciais.

Autor:David Murray

Editor:Manoel Canuto

Designer:Heraldo Almeida

ID:urn:uuid:6f53c861-a422-4bfb-8d38-041a7024bf0b

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• A Igreja Apostólica

• As Três Formas de Unidade

• Catecismo Maior de Westminster Comentado

• Governo Bíblico da Igreja

• João Calvino era Assim

• Neocalvinismo

• O Espírito Santo

• O Modernismo e a Inerrância Bíblica

• Quando o Dia Nasceu

• Reforma Ontem, Hoje e Amanhã

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Sumário

Capa

Créditos

Definição

1. Tipos de Aliança

2. A Aliança das Obras e Salário

3. O Amor de Deus na Aliança

Mídias

Livros

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DEFINIÇÃO

Gostaria de fazer três afirmações introdutóriassobre as Alianças na Bíblia.

Em primeiro lugar quero dar uma definição doque é uma Aliança. Aliança é um relacionamentode amor que é iniciado e imposto por Deus, comconseqüências de vida e morte. Quando a maioriadas pessoas pensa em uma aliança, em um pacto,elas imaginam se tratar de um acordo comercial,algo frio que ocorre no mundo dos negócios. Masnão é assim! Uma aliança é um relacionamento deamor. Além disso, as pessoas pensam em umaaliança como sendo duas pessoas que fazem umacordo mútuo; pessoas que estão negociando algomutuamente aceitável. Uma delas diz: “Eu vou lhedar isso e você vai me dar aquilo, em troca”. Aoutra pessoa então, vem com uma contraproposta epor fim encontram um meio termo. Mas umaaliança não é assim. Uma aliança vem de um ladoúnico; é algo que vem e é imposto por Deus. Muitaspessoas pensam no conceito de aliança como algoque tem consequências mínimas e que se não dercerto não terá resultados muito graves. Mas umaaliança não é assim, ela tem consequências de vida

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ou morte. Então, o que é uma aliança? Uma aliançaé um relacionamento de amor, iniciado e impostopor Deus com consequências de vida e morte.

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1 – TIPOS DE ALIANÇA

Achamos na Bíblia dois tipos de aliança:

(a) Aliança de obras (trabalho) e então, salário.Neste tipo de aliança, alguém tem de fazer um tipode obra para ganhar um tipo de salário. Seriaassim: Obra, obra, obra e depois salário. É estetipo de aliança que veremos agora.

(b) Aliança de graça e então, gratidão. Em lugarde obra e salário, temos a graça seguida degratidão. Nela Deus vem e diz: Aqui está umadádiva, tome-a, deleite-se com ela e veja comovocê pode mostrar sua gratidão por ela! Esteconceito não é muito familiar aos homens. Nãovemos muito deste tipo de atitude hoje. De fato,este é um conceito desconhecido hoje. Trabalho edepois salário nós entendemos, mas graça e depoisgratidão, disso nada entendemos. Mas as pessoasque viveram na época bíblica estiveram bemfamiliares com este conceito de graça-gratidão.Arqueólogos têm descoberto muitas antigasalianças entre as nações daquela época e elastinham cinco partes.

1) A primeira parte era uma introdução, ou

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iniciação. Normalmente nesta introdução o granderei nomeava o rei menor. Esta iniciação falava dogrande rei como aquele que iniciava a aliança e opequeno rei como aquele que recebia esta aliança.

2) Na segunda parte da aliança havia umadescrição de todas as maravilhosas coisas que ogrande rei tinha feito ao rei menor. Por exemplo.“Eu tenho feito todas estas guerras por você; eutenho protegido sua cidade; tenho proporcionadotodos negócios comerciais que lhe beneficiam; vejatodas as grandiosas coisas que eu tenho feito porvocê, meu pequeno rei”.

3) Na terceira parte desta aliança havia umaexplicação; o grande rei explicava ao pequeno reicomo ele podia demonstrar sua gratidão por tudoque lhe tinha feito. Ele dizia: “Se você quer manternosso relacionamento saudável, aqui estãoalgumas regras para ajudá-lo a fazer isso”.

4) A quarta parte da aliança envolviamotivações. Havia muitas promessas derecompensa para o pequeno rei se ele fosseobediente às exigências do grande rei. Mas haviatambém ameaças para o pequeno rei caso nãoobedecesse.

5) A última parte da aliança era algoadministrativo, era algo ligado ao gerenciamento

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da aliança. Por exemplo. Como seria a renovaçãodaquela aliança; como o documento pactualdeveria ser guardado ou arquivado.

Estes são pontos muito importantes. Primeiro aaliança é iniciada pelo rei. Isso nos chama aatenção para a graça deste grande rei que mostraao pequeno rei como manter um relacionamentosaudável e lhe promete recompensa casocorresponda em tudo.

Vemos, então, que o povo do passado conhecia ecompreendia bem este conceito. Como veremosneste estudo das Alianças, parece que Deus tomouum conceito conhecido daquela época e usou-opara comunicar ao seu povo a sua GRAÇA e como opovo deveria responder a esta graça.

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2 – A Aliança das Obras e Salário

Algumas vezes na Bíblia nós vemos alianças, mas aBíblia, para descrevê-la, não usa a palavra“aliança”. Porém, o mero fato de não existir apalavra escrita, isso não significa que não seja umaaliança. Por exemplo, a aliança que Deus faz comDavi em 2 Samuel 7 é de fato uma aliança, mas aBíblia não menciona a palavra “aliança” naquelecontexto. Porém, mais tarde, no livro de 2 Samuel23:5 e no Salmo 89:3,28,34,39, a Bíblia se refereàquele evento e usa a palavra aliança paradescrevê-la.

Na aliança que trataremos aqui em Gênesis 2não vamos achar a palavra “aliança”. Mas temosaqui todos os elementos de uma aliança de obras eentão, salário. Mais tarde, nos livros dos profetasJeremias e Oséias, veremos que esta aliança deobras é chamada de “aliança”. Portanto, o quevamos considerar aqui no Capítulo 2 de Gênesis, éa aliança de obras e então, salário.

Creio que você conhece o pano de fundo aqui e oseu contexto. Deus deu a Adão um mundo lindopara se deleitar nele. Deu-lhe um jardim. E no

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meio do jardim Deus colocou uma árvore ― aárvore do conhecimento do bem e do mal. E disse:“Desta árvore não comerás e se comerdes,morrerás”. Isso implica em que, se ele obedecer,então terá vida. Se há trabalho e este trabalho ouobra é obedecer ao mandamento, então haverásalário, e se há salário, ele será vida. Ao ouvir tudoisso, você pode ficar pensando: “Isso parece tãofrio e legalista! Será que Deus é assim mesmo, umDeus de obra e salário como se Ele fosse umempregador? Por acaso existe amor nestaaliança?”. É esta questão que eu gostaria deresponder. Gostaria de mostrar o amor de Deusnesta aliança de obras e salário, de sete maneiras.

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3 – O Amor de Deus na Aliança

(1) Em primeiro lugar nós vemos o amor de Deusno fato de Ele mesmo iniciar a aliança. Adão, comocriatura de Deus, devia-lhe obediência total. SeAdão obedecesse perfeitamente, ele estariasimplesmente cumprindo com seu dever e nãopodia reivindicar nenhuma recompensa especial.Deus não lhe devia nada, pois estaria apenasfazendo o que devia fazer. Mas é aqui que vemos oamor de Deus, porque Ele permitiu que um atolevasse Adão a adquirir alguma coisa. Deus estápermitindo que Ele próprio fique “devendo”alguma coisa a Adão. Deus está permitindo que Elemesmo seja devedor a Adão. Deus não precisavafazer isto. Deus não ganha nada fazendo estaaliança. Mas Ele faz esta aliança com o propósitode dar e não de receber. Isso é amor. Vejamos umailustração. Imagine-se andando por uma estrada.De repente você vê ao lado do caminho um bebê.Se deixar este bebê sozinho ele morrerá. Mas vocêo toma e leva para casa e o entrega a seuempregado, dizendo: “Crie este bebê para mim”.Além disso, você faz toda provisão para estacriança dando-lhe comida e bebida para que ela

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cresça com saúde. Quando esse bebê crescer eleestará lhe devendo tudo que é. Agora ele irátrabalhar como seu servo, em sua casa, em seujardim, mas você não lhe paga nada. Na verdadeele é que lhe deve toda sua vida e não podereclamar de nada, porque estará recebendo justiça,estará recebendo o que lhe é justo. Então, imaginenovamente aquele bebê agora já crescido, jáhomem, e você se achega a ele e diz: “Veja aquelaárvore. Digo-lhe que não coma do fruto destaárvore por um tempo. Se você conseguir fazer isso,então não será mais um servo em minha casa e simmeu filho. Eu o receberei em minha casa, na minhafamília, e ainda lhe darei uma vida muito melhor”.Isso é puro amor, não é? Mas imagine você sendoeste servo. Você ficaria completamentemaravilhado e diria: “Meu senhor não precisa fazerisso comigo! Eu lhe devo tudo que tenho; que amortão grande tem para comigo em me dar estaoportunidade, este privilégio tão grande!”. Pois éexatamente esta situação que nós vemos aqui nocapítulo 2 de Gênesis. Adão já tinha uma vidaexcelente, mas agora ele recebe a promessa de umavida ainda melhor. Você pode imaginar Adãopensando: “Ó, Deus, não precisa tomar estainiciativa e fazer isso, como Tu és gracioso paracomigo!”. Isso é o amor de Deus manifesto no fatode que é Ele que inicia a aliança.

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(2) Em segundo lugar vemos o amor de Deus nasimplicidade do mandamento. Imagine mais umavez aquele servo no jardim. Você se achega a ele ediz: “Vou lhe dar uma oportunidade de ser meufilho”. Mas em lugar disso lhe dá um livro de milpáginas cheio de regras escrito em uma línguadesconhecida. Você lhe diz: “Leia, é só isso queprecisa fazer! Você terá a recompensa, vale à penatentar!”. Todos os dias seu servo diria: “Mas, o queeu devo fazer? Eu não sei o que fazer!”. Mas se aoinvés disso você dissesse: “Veja aquela únicaárvore, não a toque”. Que alívio, “é uma coisa tãosimples para mim!”, ele diria. Ninguém tem acoragem de dizer que isso é algo complicado.Devemos nos lembrar que Adão já tinha em si umadisposição natural de obedecer. De fato era maisfácil para Adão obedecer do que desobedecer. Vejaquanto amor é manifesto na simplicidade destemandamento.

(3) Em terceiro lugar vemos o grande amor naclareza da ameaça. Vamos olhar novamente para ojardim. Imagine que você diga àquele servo: “Nãocoma daquela árvore, mas eu não vou lhe revelar asconsequências que virão sobre você se medesobedecer”. O servo ficaria pensado? “O que vaime acontecer? Pode me acontecer alguma coisaboa ou alguma coisa ruim, ou alguma coisa não tãoruim assim..., o que me acontecerá? Não sei o que

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fazer, não tenho segurança em nada do que poderáme acontecer”. Mas, veja a natureza da aliançaaqui. “No dia que dela comerdes, certamentemorrerás”. Não pode ser mais claro, concorda! Émuito claro: “Se você comer, você morrerá!”.Lembre-se ainda que Adão, de posse doconhecimento perfeito que tinha, devia saber o quesignificava a morte. É verdade que não havia morteno mundo ainda, mas Deus não teria falado umacoisa assim sem ter-lhe explicado o que significavaa morte física e a morte espiritual, a morte eterna.É algo muito claro e assustador. Mas também émuito amoroso.

É certo que todos nós temos a experiência de vernossos filhos nos desobedecendo e nós osdisciplinando. Algumas vezes eles nos dizem:“Papai, você nunca nos disse que isso iria nosacontecer”. Infelizmente muitas vezes nós temosde concordar com eles. Por isso, é umademonstração de amor quando são colocadasclaramente as consequência e os limites àdesobediência. Foi o que Deus fez aqui.

(4) Em quarto lugar nós vemos o amor de Deusno tamanho da recompensa. Qual era arecompensa. Não está explícito no versículo 17,mas está implícito. Não foi dito: “Se delacomerdes, morrerás, e se não comerdes, tudo fica

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no mesmo”. Vejamos no final do v. 3, depois daqueda e no capítulo 22, Deus protegendo eguardando o caminho de volta para o jardim, paraa árvore da vida, para que o homem dela não comae viva eternamente. Parece que Deus colocouperante Adão a recompensa de uma vidamelhorada, algo bem melhor, se ele passasse naprova. Se fizermos uma comparação entre trabalhoe salário, concluímos que seria trabalhar tão poucoou fazer tão pouco, para receber muito. Mais umavez vamos pensar naquele servo do jardim.Imagine se você dissesse ao seu servo que ele irialabutar e labutar por vinte anos e depois de todosestes anos lhe prometesse dar apenas um real pordia, em seu salário. Ele pensaria: “Isso não vale apena”. Mas se, ao contrário, você prometesse queele seria seu filho, seu herdeiro, que participaria desua casa e receberia todos os privilégios e tudo oque ele precisaria fazer era apenas não comer deuma árvore, isso seria profundamentemisericordioso, tão generoso, tão amável. Veja otamanho da recompensa e tudo por tão pouco.

(5) Em quinto lugar vamos considerar a esporada motivação. Vamos a Romanos 5 onde temos aexposição de Paulo deste capítulo 2 de Gênesis.Paulo apresenta Adão como representante de todaa raça humana. Paulo mostra claramente que umestá representando muitos. Vemos no v. 12:

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“Portanto, assim como por um só homem entrou opecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assimtambém a morte passou a todos os homens, porquetodos pecaram”. Também no início dos vv. 17, 18,19: “Se, pela ofensa de um e por meio de um só,reinou a morte...”; “Pois assim como, por uma sóofensa, veio o juízo sobre todos os homens paracondenação...”; “Porque, como, pela desobediênciade um só homem, muitos se tornarampecadores...”. Em outras palavras, Adãorepresentava um por todos. Deus estava deixandoque a obediência de um homem fosse imputada atoda a humanidade. Mais uma vez digo que Deusnão teria escondido essa realidade de Adão. SePaulo sabia, será que Adão não sabia? Queincentivo tão grande foi este para motivá-lo àobediência!

Você quando é um homem solteiro que tevemuito trabalho para fazer durante o dia e no outrodia, pela manhã, quando toca o despertador, vocêpode dizer: “Estou muito cansado hoje; será que eutenho mesmo de ir ao trabalho? Eu vou dormirmais um pouco e depois eu enfrento asconseqüências; talvez receba uma advertência, ouaté perca meu emprego, mas... não temproblemas”. Quando solteiro você pode até agirassim, porém depois você se casa e se vê comfilhos. Agora irá pensar: “Bem, agora o problema

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não tem a ver apenas comigo, mas se eu ficardormindo meus filhos vão passar fome”. Bem, issoajuda a tirar você da cama, certo? Agora você estásendo motivado pelo fato de que muitos outrosestão dependendo de sua obediência.

Pense em Adão naquele jardim. Adão estásabendo que, por sua sua obediência, pode ganharuma vida maravilhosa para si e para todas aspessoas que dela irão desfrutar eternamente. Issonão é uma motivação muito grande? “Adão, vocêpode fazer isso pelo mundo inteiro!”. Queincentivo! Então, há o amor de Deus na espora damotivação.

(6) Também o amor de Deus se manifesta nacurta duração da prova. Deus poderia ter mantidoAdão em suspense pelo resto de sua vida..., dezanos, vinte anos, cem anos..., sempre com aquelaprova diante dele. Mas nós não cremos que Deustenha feito isso. Ele permitiu a permanênciatemporária (por um tempo) do “um”, para ganhar avida eterna dos “muitos”. Você pode até perguntaronde encontramos isso na Bíblia.

1. Em primeiro lugar na natureza de Deus. Ele éum Deus gracioso.

2. Como veremos mais adiante, temos aqui aárvore de vida. Ela está sendo colocada diante de

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Adão como uma recompensa e quando ele falha,isso lhe é tirado para que não viva eternamente.Parece que há uma recompensa material, física evisível que é colocada diante de Adão para que elelogo usufrua dela. Mas acima de tudo a razão é aseguinte: Era necessário esta prova se encerrarantes da concepção do primeiro filho de Adão, poiso pecado é transmitido na concepção. E se um filhofosse concebido antes do final da prova, teríamosduas raças no mundo: Os que eram da raça do pai,o diabo, mas que haviam gerado um filho perfeito.Já imaginou? Isso é impossível! Por isso,acreditamos que esta prova tinha uma duração bemcurta. Mais uma vez pensemos no servo do jardim.Seu senhor poderia dizer-lhe: “Eu quero 50 anosde obediência”. Isso é demais. Mas se o senhordisser que é alguns dias, apenas algumas semanas,isso manifesta amor; é uma prova verdadeira, nãoé uma prova cruel, mas tem amor nela. Aqui temosamor na curta duração da prova.

(7) Em sétimo lugar vemos amor na provisão deum sinal pactual. Como veremos em nossosestudos, toda aliança bíblica tem o seu sinal. Cadaaliança tem uma promessa verbal e uma ilustraçãofísica. Deus falou e também desenhou umailustração para estimular e encorajar a obediência.O sinal nesta aliança é a árvore da vida. Quando opacto foi quebrado, esta árvore foi tirada. Há

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algumas discussões sobre esta questão. Foipermitido a Adão comer da árvore da vida durantea prova? Será que esta árvore lhe deufortalecimento e um encorajamento extras paraobedecer? É possível e seria mais uma vez umamanifestação de amor. A outra possibilidade é queaquela árvore estava sendo colocada perante elecomo uma recompensa para que aproveitasse deladepois que passasse pela prova. Como Deus lheprometeu vida melhor, Deus também ilustrou estavida. O senhor falou para o servo no jardim: “Nãotoque naquela árvore! Mas aqui há uma árvore paravocê dela desfrutar se obedecer”.

O que nos sugere a árvore da vida? Isso não nossugere que seria uma árvore mais verde do que amais verde e mais frutífera das árvores daAmazônia? Uma árvore que manifestava e ilustravapara Adão uma vida maravilhosa que o esperava, seele obedecesse. Então uma vida de escravo setornaria uma vida de filho. Uma vida de estadoincerto se tornaria em uma vida de estadopermanente em que nunca poderia cair dele.Vendo esta árvore todos os dias e imaginandoaquela vida que ele iria gozar, isso seria um amávelsinal da parte de Deus. Especialmente porque oNovo Testamento descreve esta árvore comorepresentando o Senhor Jesus Cristo o Filho deDeus.

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É interessante que no último livro da Bíblia Deusnos traz de volta à árvore da vida. Vemos em Ap.22.2: “No meio da sua praça, e de um e de outrolado do rio, estava a árvore da vida, que produzdoze frutos, dando seu fruto de mês em mês; e asfolhas da árvore são para a cura das nações”. E o v.14: “Bem-aventurados aqueles que lavam as suasvestiduras {no sangue do Cordeiro}, para que lhesassista o direito à árvore da vida, e entrem nacidade pelas portas”. Lemos no Salmo 1 do homempiedoso que é descrito como uma árvore verde quefica junto ao rio e está cheia de frutos. Quem é estehomem piedoso? É o Senhor Jesus Cristo. Então,quando chegamos ao último capítulo da Bíblia,vemos Cristo no centro do céu sendo representadoem linguagem simbólica como a recompensa doseu povo, alimentando-o, sarando-o. Este povotem o direito à arvore da vida.

Voltando ao jardim do Éden vemos que, dealguma forma, Deus, o Pai, está oferecendo a Adãoum relacionamento especial com Deus, o Filho. Oque era impressionante para Adão não era, emprimeiro lugar, estar na mesma casa e ter todos osprivilégios de um filho, mas o que o impressionavaera ter um irmão como Jesus, o Filho de Deus. Queesperança! Que amor na provisão deste sinal! Seriaeste, um pacto frio, comercial e legalista? Não!Mesmo sendo uma aliança de obras e salário, é

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uma aliança repleta do amor de Deus. Deus abrenosso coração e nos manifesta sua naturezagenerosa. Essa aliança nos mostra acima de tudo odesejo que Deus tem de ter um relacionamento deamor conosco. Será que Ele poderia ser maisgracioso? Será que Ele deixou alguma coisafaltando? Isso nos mostra claramente como Deusdeseja um relacionamento pactual com sereshumanos como nós. Ele não deseja isso porquefalta alguma coisa em si mesmo, mas Deus faz umaaliança conosco para dar e não para receber.

Mas, mesmo assim, o que aconteceu? Podemosver em Romanos 5: Um pecado. E qual o resultado?Podemos relacionar todo nosso choro, toda nossalágrima, toda nossa miséria a este primeiropecado. Quantas ilustrações tristes dasconsequências terríveis que o pecado tem trazido aterra. Podemos ver toda repercussão desastrosa emnossas próprias vidas, todo caminho de destruiçãoque temos deixado atrás de nós. Tudo isso temorigem neste único momento. Todos nós temosuma lista de pecados cometidos em nossas vidas,mas sabe qual o pecado que fica em cima da lista? Éo mesmo pecado que está em cima de todos nós: opecado de Adão.

É isso que o apóstolo Paulo nos ensina emRomanos 5. Pelo pecado de um, muitos se

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tornaram pecadores. Como nosso representante,tudo que Adão fez pertence também a nós. Masvocê pode dizer: “Isso não é justo! Eu não estava láno Éden, eu não tenho nada a ver com isso. ComoDeus pode me acusar daquele pecado? Eu assumoresponsabilidade pelos meus pecados, mas nãoaquele pecado de Adão. Não é justo que o pecadode um homem tantos anos atrás, em um lugar tãodistante, se torne o meu pecado também!”. Mas sevocê não aceita ter caído em Adão, você não podeser salvo em Cristo. É exatamente isso que Pauloensina no capítulo 5 de Romanos. Você não podereceber a salvação pela obediência de UM se nãoaceitar a condenação que recebeu peladesobediência do um. Se você diz do pecado deAdão: “Eu não aceito! Não é justo!”. Então, vocênão pode dizer da justiça de Cristo: “Ela é justa, euquero esta justiça”.

Você deve se humilhar debaixo do plano de Deuse dizer: “Eu aceito o pecado de Adão como o meupecado; eu aceito o primeiro Adão como meurepresentante, mas eu aceito o último ADÃO comomeu representante também”. E qual dos dois é omais poderoso?

Amém.

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