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OS SIMPÓSIOS DA EDITORIAL Cáritas Editorial Po N.º 06 | MAIO 2016 A ALIANÇA DO PENSAR E DO FAZER NA CÁRITAS DIOCESANA DE PORTALEGRE – CASTELO BRANCO

A Aliança do Pensar e do Fazer na Cáritas Diocesana de Portalegre - Castelo Branco

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A Aliança do Pensar e do Fazer na Cáritas Diocesana de Portalegre - Castelo Branco

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  • Os simpsiOs da EditOrial

    CritasEditorial

    PortuguesaCaritas

    N. 06 | maiO 2016

    A ALIANA DO PENSARE DO FAZERNA CRITAS DIOCESANA DE PORTALEGRE CASTELO BRANCO

  • 2EDITORIAL CRITAS

    Praa Pasteur, n 11 2., Esq.1000 238 [email protected]. +351 911 597 808, fax. +351 218 454 221

    NDICEa aliaNa dO pENsar E dO fazEr Na critas diOcEsaNa dE pOrtalEGrE castElO BraNcO 3

    ENtrEvista aO dr. ElicdiO Bilpresidente da critas diocesana de portalegre castelo Branco 4

    ENtrEvista aO prOf. carlOs maiapresidente do instituto politcnico de castelo Branco 6

    criaNas sEm a sua iNfNciaintroduo 8

    aprEsENtaO dO livrO criaNas sEm a sua iNfNciaErnesto candeias martins 11

  • 3a aliaNa dO pENsar E dO fazEr

    A ALIANA DO PENSARE DO FAZER NA CRITAS DIOCESANA DE PORTALEGRE CASTELO BRANCO

    No passado dia 18 de maro, a Editorial Critas, em parceria com o Instituto Politcnico de Castelo Branco (IPCB) e com a Critas Diocesana local, promoveu, na Escola Superior de Educao do IPCB, a apresentao de um dos seus mais recentes ttulos: Crianas Sem a Sua Infncia, da autoria do Professor Doutor Ernesto Candeias.Para o Professor Doutor Lus A. Marques Alves, docente na Universidade do Porto, autor do prefcio e responsvel pela apresentao desta obra, este um ttulo que se traduz num claro manifesto das ausncias, das inscries, das utilizaes, dos espaos pblicos e mais reservados, das definies polticas ou culturais de que a criana constituiu o principal objeto, destinatrio e, nalgumas situaes, justificativo de intervenes pblicas ou privadas.O local escolhido para este encontro, a Escola Superior de Educao do IPCB, resultou da colaborao entre a Critas Portuguesa e a Critas Diocesana de Portalegre Castelo Branco com o Instituto Politcnico, que celebraram um protocolo de colaborao que tem em vista tornar a aliana do pensar e do fazer verdadeiramente concreta. Carlos Maia, Presidente do IPCB acredita que a Editorial Critas tem provas dadas e devidamente reconhecida e, portanto, constitui um parceiro privilegiado para o IPCB, tendo a convico de que esta ser uma parceria proveitosa para as instituies envolvidas.

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    Editorial Critas (EC): H cerca de um ms, a Editorial Critas esteve na Escola Superior de Educao do Instituto Politcnico de Castelo Branco, para a apresentao de um dos seus mais recentes ttulos editados. Enquanto presidente da Critas de Portalegre e Castelo Branco como avaliaria esta iniciativa?

    EliCdio Bil (EB): A Editorial Critas j esteve em Castelo Branco para a apresentao de duas obras do Professor Ernesto Candeias, Professor da Escola Superior de Educao, que fez a opo de escolher a Editorial Critas para a edio das suas obras. Com a edio do livro Crianas Sem a Sua Infncia, so j quatro os livros editados deste autor. Esta iniciativa foi muito importante a diversos nveis: Em

    primeiro lugar porque permitiu projetar a atividade da Editorial numa cidade do interior onde os eventos desta natureza no acontecem com a frequncia desejvel; depois porque foi realizada em ambiente acadmico com obras de um dos seus professores; e para a Critas foi uma oportunidade de demonstrar uma outra faceta da sua interveno social e uma preocupao com a atualidade dos temas com os quais lida no dia a dia da sua misso, enquanto servio da Igreja Catlica.A Critas, que est no corao da Igreja, no uma instituio a agir s em situao de emergncia. A promoo e a valorizao das pessoas que ajuda, para alm da radicalidade em que assenta a sua ao, tornam visvel e consistente a sua misso fundamentada na miseri

    crdia e no amor de Deus pela humanidade. Em boa hora a Critas retomou o seu projeto editorial amplamente demonstrado nesta iniciativa.

    EC: Crianas Sem a Sua Infncia exemplo de como este projeto da Editorial se prope a pensar o agir no seio da Igreja. Quais os contributos de estas e outras obras da Editorial para a ao da Critas em Portalegre e Castelo Branco?

    EB: A ao social da Igreja tem carcter real e pedaggico e visvel nas mais variadas circunstncias, comeando no seio da famlia, conforme refere o autor neste livro, mas tambm no seio da escola. Bento XVI referiu na sua mensagem para o dia mundial da

    ENtrEvista aODR. ELICDIO BILprEsidENtE da critas diOcEsaNa dE pOrtalEGrE castElO BraNcO

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    Paz, em 2012: Possa cada ambiente educativo ser lugar de abertura ao transcendente e aos outros; lugar de dilogo, coeso e escuta, onde o jovem se sinta valorizado nas suas capacidades e riquezas interiores e aprenda a apreciar os irmos. Possa ensinar a saborear a alegria que deriva de viver dia aps dia a caridade e a compaixo para com o prximo e de participar ativamente na construo duma sociedade mais humana e fraterna.E o Papa Francisco na mensagem para o dia mundial da paz de 2016, disse: Conscientes da ameaa duma globalizao da indiferena, no podemos deixar de reconhecer que, no cenrio acima descrito, inserem se tambm numerosas iniciativas e aes positivas que testemunham a compaixo, a misericrdia e a solidariedade de que o homem capaz.O Projeto da Editorial Critas, nesta perspetiva, permite dotar a Igreja, atravs das

    suas instncias sociais com um contributo de grande relevncia para a sua ao social e caritativa. Assim para a Critas Diocesana de Portalegre Castelo Branco que, em comunho com o Senhor D. Antonino Dias, nosso Bispo, atravs das suas orientaes pastorais, promove a unidade das diversas comunidades paroquiais da diocese e estabelece uma rede de comunicao, ao, formao e partilha. Permite dotar as suas estruturas sociais de um conjunto bibliogrfico que valoriza todos os agentes da pastoral social diocesana, aproxima as parcerias institudas e facilita a celebrao de outras na prossecuo do nobre objetivo: a promoo do bem comum.

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    Editorial Critas (EC): Recentemente a Editorial Critas lanou, na Escola Superior de Educao do Instituto Politcnico de Castelo Branco, a obra Crianas Sem a Sua Infncia, da autoria do professor Ernesto Candeias. Enquanto presidente deste instituto, como encara a colaborao entre a sua instituio e a Editorial Critas?

    Carlos Maia (CM): No Instituto Politcnico de Castelo Branco valorizamos as parcerias, fundamentalmente porque acreditamos que a probabilidade de sucesso aumenta substancialmente nos trabalhos realizados em conjunto, desde que os parceiros sejam os adequados. A Editorial Critas tem provas dadas e devidamente reconhecida e, portanto, constitui

    um parceiro privilegiado para o IPCB. Temos a convico de que a parceria ser bastante proveitosa.

    EC: Levar a Castelo Branco, de forma sistemtica, a discusso de todo um conjunto de temas da atualidade que so sugeridos, ou mesmo desenvolvidos, em muitas das obras por ns publicadas, de algum modo fomentar nos estudantes a vontade de ler mais, saber mais, investigar de forma mais profcua?

    CM: Sim. Tudo o que contribua para aumentar as formas de contacto com obras que resultam, na sua maioria, de trabalhos de investigao dos autores poder reforar o interesse e o gosto dos estudantes pela investigao. Para

    alm do conhecimento dos resultados, que permitem o avano do conhecimento, ficam a conhecer se tambm as diversas metodologias utilizadas pelos diversos autores, o que muito positivo para a aprendizagem por parte dos estudantes, e para estimular o gosto pela leitura.

    EC: Que importncia atribui preocupao da Editorial Critas com o fomentar da investigao atravs da publicao da melhor tese de mestrado sobre os grandes temas da ordem social em Portugal?

    CM: uma iniciativa muito meritria, por promover a divulgao da investigao realizada e por constituir tambm um incentivo aos investigadores. Mas

    ENtrEvista aOPROF. CARLOS mAIAprEsidENtE dO iNstitutO pOlitcNicO dE castElO BraNcO

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    tambm pelo facto das temticas abordadas se centrarem nas questes sociais, e alertarem para situaes que so centrais na atual realidade de muitas famlias.

    EC: H algum tempo, o Instituto Politcnico de Castelo Branco afirmou estar disponvel para

    receber entre 15 a 20 estudantes refugiados nas suas escolas. Quer falar nos um pouco sobre esta iniciativa?

    CM: Manifestmos de facto essa disponibilidade porque entendemos que ningum pode ficar

    indiferente ao que se est a passar. um momento muito difcil, as pessoas esto a fugir da guerra, e estamos perante o maior nmero de refugiados aps a 2 guerra mundial e, perante este fenmeno, na nossa perspetiva, todos devem ser solidrios, individual e coletivamente. Foi isso que fizemos e estamos disponveis para acolher no Instituto Politcnico de Castelo Branco jovens que queiram prosseguir os seus estudos superiores.

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    CRIANAS SEmA SuA INFNCIA iNtrOduO

    () deveria soar como trompeta do Apocalipse; aos ouvidos canados de tantos que teem filhos e de tantos que os viro a ter; a criana portuguesa ou no tem po, ou no tem educao. Mas se isto assim, menos certo no que uma grande parte, uma enorme percentagem das crianas da nossa terra no tem po, nem educao. (Mendona, 1925: 7)

    Ao longo da Histria da Educao e das Ideias, desde os dilogos socrticos, pedagogos e os filsofos da moral, da sociedade e da poltica, intentaram sistematicamente constituir uma perceo e imagem da criana compatvel com as suas percees particulares de vida social e com as suas especulaes sobre o futuro. Sculos aps sculos de prtica e debate

    sobre as modas na educao das crianas, ainda no chegmos a nenhum consenso, relativamente questo da infncia, apesar desse desejo helnico de encontrar e incutir as virtudes nas almas dos jovens e do compromisso antigo do bem estar da criana, da ateno pedaggica que deve merecer e da conceptualizao da criana como prtica social.Transcorreu trinta e cinco anos desde que as Naes Unidas declararam o Ano Internacional da Criana. Este acontecimento realizado, em 1979, teve o mrito de criar uma avalanche de atos, publicaes, foros, eventos e iniciativas de ao, que intentaram responder s situaes, necessidades, dificuldades e problemtica da criana no mundo (Wall, 2005: 41 42). Muitos governos preocu

    pados pela sua imagem exterior adotaram medidas para reprimir o trabalho infantil, das crianas vendedoras ambulantes, os comportamentos das delinquentes e vadias, que percorriam as ruas das cidades, onde realizavam atividades perigosas ou de risco para sobreviverem ou vagabundeando margem da sociedade, sem projeto de vida.O quotidiano da criana produznos uma imagem e uma atitude para com ela como se fosse um sentir natural de toda a Histria da Humanidade. medida que retrocedemos na Histria Social, detetamos, nesse passado, a crueldade, maus tratos, abandono e explorao com a infncia. De Mauss (1977) considera um pesadelo esse despertar do passado dos expostos, da mortalidade

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    infantil, dos castigos, abusos, terror e abandono a que estavam sujeitas as crianas, principalmente das famlias mais desfavorecidas socialmente. um facto que a mudana de atitude e posies sociais perante a infncia vai se refletindo nos mecanismos que a sociedade impe para tomar medidas supressoras daquelas situaes. H um desfasamento entre os discursos e as ideias de proteo, de assistncia e correo e as realizaes prticas, por falta de meios sustentveis. A histria da criana abandonada, mendiga, vadia e/ou desvalida constitui um caminho de aproximao para compreendermos melhor a histria social da infncia portuguesa. Pensamos que a histria social da educao ou histria da educao, a histria da puericultura e assistncia, a histria da psicologia da infncia, entre outros mbitos cientficos no so simples narraes do passado, mas sim um modo de inteligibilidade pelo passado, do presente e, inclusive, do devenir da criana. Demorou muito tempo, aos investigadores entenderem a criana como sujeito histrico e social, de modo a interpret la nas suas representaes do mundo e analisar o multifacetado processo de construo social da infncia e o papel da sociedade perante essa inveno da modernidade. Segundo vrios autores, a criana assume um lugar importante no seio da famlia. Ao retirar a criana educao familiar e ao trabalho infantil, a sociedade devolveu a criana famlia, enquanto objeto afetivo privilegiado. De facto, a criana foi assumindo vrias funes que a diluram na famlia contempornea (Wall, 2005: 466 467): funo econmica (mo de obra infantil); funo assistencial (cuidados de sade); funo de linhagem (conservao da herana); funo religiosa (ddiva divina); funo estatutria (descendncia); funo de aquisio de autoridade (pater famlia); funo afetiva (gratificao pessoal) e sentimentos dos pais; funo simblica de coeso (criar relaes e de enlace).Nos comeos do sculo XX, foi se constituindo o campo (de estudo) da infncia moderna, articulandose com o afianamento do modelo de famlia burguesa, a escolarizao (expanso do sistema educativo), a proibio do trabalho infantil, o surgimento de movimentos filantrpicos de salvao da criana, acompanhado com legislao especfica para menores e uma forte presena do Estado na

    regulao da reproduo social. A implementao progressiva daqueles dispositivos (famlia, escola e tutela do Estado) gerou o aparecimento de diversos tipos de crianas: criana normal integrada (famlia, escola), crianas perigosas, anormais, inadaptadas, em perigo moral e abandonadas. Assim, o modelo de infncia passou a ser norma reguladora dominante. A estratgia de integrao foi insuficiente, os conflitos sociais continuaram ou foram reprimidos e manteve se vigente, as diferentes pautas culturais de socializao das crianas. No Estado Novo produzse um retrocesso da capacidade de mobilizao, auto organizao social e luta poltica das classes populares. A represso e intimidao facilitou o modelo inquestionvel de infncia, apesar das diferenas sociais existentes: dependncia dos adultos e da famlia, escolarizao, afastamento da vida social, auxiliar a economia familiar, etc.Lamentavelmente, a atuao jurdico social, baseada na represso, foi um modelo com grande implantao, ao dar respostas aos problemas de segurana social ou de sensibilidade da sociedade, enquanto se agravava os problemas reais dessa infncia afetada por essas situaes de conflito e dificuldades sociais, de carncia e desamparo ou desvio.Na dcada de 70 do se algumas modificaes, num perodo de modernizao da estrutura social e poltica (democratizao no ps 25 de abril), como o crescimento econmico, a industrializao, a urbanizao e o despovoamento rural e concentrao nos grandes centros urbanos, o crescimento da mode obra industrial e comercial e o surgimento de novas classes mdias. Todas estas alteraes reforaram a ao reguladora do Estado que procurava garantir a expanso econmica e integrao social de todas as camadas sociais (incluso), com sistema de segurana social, segurana no desemprego, assistncia mdico sanitria, proteo famlia, etc. As mudanas polticas para um sistema de liberdades civis e governos democrticos facilitaram as prticas de regulao, homogeneizao cultural, de reproduo social, legislao referida infncia, no sistema educativo (Lei de Bases do Sistema Educativo 1986), pautas demogrficas (cada da natalidade) e aumento do consumo familiar. Todos os dispositivos de reproduo e regulao das distintas infncias ou as instituies, mais diretamente encarregadas

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    da socializao das crianas, tm na famlia (instrumento das aprendizagens de classe social), na escola (mecanismo civilizador e classificador na construo da infncia), na rede social originada pelas novas tecnologias da comunicao e informao, no consumo de massas e na tutela do Estado com os excludos e as desigualdades sociais, as bases configuradoras da sociedade portuguesa.O futuro da infncia, enquanto categoria social, influenciado e relaciona se com um conjunto de aspetos estruturais: sociais, culturais, econmicos, polticos e educativos (Soares, 2001: 105 108). possvel investir qualitativamente na criana e nas suas infncias, de modo a melhorar as suas vidas, eliminar as dificuldades sociais e familiares, as situaes de conflito, de infrao e desvio social, promovendo infncias e percursos de qualidade de vida, bem estar e segurana. Um dos fatores de risco para o desenvolvimento das crianas (Leach, 1994: 49 58) so as elevadas taxas de pobreza infantojuvenil, porque as famlias vivem abaixo do limiar da pobreza. Na verdade, o problema assume um especial enfoque porque as situaes de pobreza (familiar, individual, social) apresentam caratersticas especficas (Silva, 1991; Silva e Costa, 1989). A organizao dos servios de assistncia criana revelou se um dispositivo legal e constitucional de salvaguarda, j que as crianas tm direito proteo da sociedade e do Estado, com o intuito do seu desenvolvimento integral. Ultimamente, no mbito das polticas sociais, a ateno dada s infncias das crianas em risco tem vindo a ter um interesse enorme, proporcionando aes e condies promotoras de igualdade de oportunidades para todas as crianas, especialmente em situao de perigo ou de risco.Nas ltimas dcadas, tm se providenciando criana um conjunto de direitos, uma crescente valorizao da infncia, no reconhecimento de necessidades e respostas cada vez mais substantivas para esta categoria social (Soares, 2001: 135 137). O aparecimento de organizaes internacionais e nacionais de proteo criana (UNICEF, ONU Conveno dos Direitos da Criana, Associao Portuguesa para o Direito dos Menores e da Famlia, Comisses de Proteo de Menores, etc.) manifesta essa salvaguarda, proteo e orientao/encaminhamento

    das crianas, dando respostas s suas necessidades e situaes.Muitas famlias e/ou pais tutores tm procedimentos e aes relativamente s crianas que prejudicam o seu desenvolvimento, a socializao, os seus projetos de vida e bem estar. Muitas delas passam a infncia sem a viver como devia ser: manifestar se como criana, brincar, relacionar se e aprender em felicidade, alegria e despreocupao. Estas crianas so homnculos que, desde muito cedo, conhecem privaes, amarguras e contingncias, por vezes, dramticas de vida e aprendem a sobreviver e no a viver como CRIANAS.Falar do futuro da infncia, exige uma assuno de que h diferentes crianas, diferentes infncias e que no h um padro comum. O reconhecimento das diferenas fundamental para programar projetos de interveno que permitam s crianas VIVER e no sobreviver na sua infncia.

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    APRESENTAODO LIVROCRIANAS SEmA SuA INFNCIA ErNEstO caNdEias martiNs

    A Associao HiscultEduca convida toda a populao a participar na apresentao do Livro Crianas Sem a sua infncia da autoria do Professor Doutor Ernesto Candeias Martins, o lanamento decorrer no auditrio da Biblioteca Municipal de Castelo Branco, no dia 18 de maro pelas 17:00. A apresentao est a cargo do Professor Doutor Lus Marques Alves da Faculdade de Letras da Universidade do Porto.Resumo do Livro: Os historiadores tm analisado as concees sobre a educao da infncia que originaram a existncia de prticas

    escolares e no escolares (instituies de assistncia educativa ou de recolhimento), dependendo das finalidades a ela atribuda. Estes posicionamentos historiogrficos, relacionados com a criana e a sua infncia reclamam uma anlise hermenutica e uma reflexo integrada no tempo e espao histrico, com rigorosidade e validade interpretativa. A historicidade e a complexidade dos fenmenos na realidade da infncia ou da criana, principalmente as outras infncia, aquelas margem da normalidade, estabelecida pela escola e sociedade, estiveram marcadas pela historicidade em si

    da Histria, ou do carter histrico da infncia na modernidade e contemporaneidade. Este o propsito do livro abordar a histria dessas outras infncias nos seus diferentes enunciados e no contexto histrico em que viveram. O autor analisa no primeiro captulo o descobrimento, a gnese, a revalorizao e a transformao da criana e sua infncia, como construo social na modernidade luz da Histria Social e da Educao. Num segundo captulo destaca a categoria natural social da infncia e as vrias vises das correntes sociopsicolgicas e psicopedaggicas e a conquista

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    dos direitos fundamentais da Criana. No seguinte captulo aborda as Polticas sociais e assistenciais do acolhimento, da assistncia e proteo a essas outras infncias, ou seja, aquela infncia que se encontrava em condio de carncia, abandono, mendicidade, vadiagem ou em dificuldades e situaes sociais. No ltimo captulo, designado por Encerramento institucional da infncia (acolhimento, reeducao e/ou formao de um ofcio) desenvolve os aspetos

    essenciais da institucionalizao desses menores, os movimentos e instituies de acolhimento e assistncia, o sistema educativo dos internatos asilares, a distino entre normal e anormal e referncia a algumas instituies para essa infncia dita anormal e/ou atardada (Instituto Mdico Pedaggico da Casa Pia; Colnia S. Bernardino, Instituto Navarro de Paiva).

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    TTULOS PUBLICADOS

    O PENSAMENTO SOCIAL

    O Amor que Transforma o Mundo Teologia da Caridade

    Moralidade Pessoal na Histria

    Humanizar a Sociedade

    Entre Possibilidades e Limites

    Cristos Pensadores do Social

    Caminhos para uma vida solidria

    Maritain e Bento XVI: Sobre a Modernidade e o Relativismo

    Cuidar do Outro

    Pobreza e Relaes Humanas

    Dar se de Verdade: Para um desenvolvimento Solidrio

    A Conscincia Social da Igreja Catlica

    Impacto da Doutrina Social da Igreja

    tica e Teologia

    AS PERSONALIDADES E AS SUAS OBRAS

    Cnego Jos M. Serrazina

    Proteco Social e (re)educao de Menores

    Criminalidade, Gerao e Educao de Menores

    Teresa de Saldanha A obra scio educativa

    Cartas de Ozanam

    Um Intelectual ao Servio dos Pobres

    OS TEMAS SOCIAS

    Gerontologia/Gerontagogia: Animao Sociocultural em Idosos

    Perspectivas sobre o Envelhecimento Ativo

    Servio Social e Desemprego de Longa Durao

    Rendimento Social de Insero

    Crimes e Criminosos no norte de Portugal

    Crianas sem a Sua Infncia

    O SOCIAL GLOBAL

    Um Genocdio de Proximidade

    Procisso dos Passos: Uma vivncia no Bairro Alto