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O Corinthians prepara festa no Parque São Jorge para apresentar a nova barriga de Ronaldo Fenômeno à torcida do Timão. A Fiel está louca para ver o resultado da lipo! TUTTY HUMOR Agora vai O choque de ordem da prefeitura do Rio removeu do Largo da Cario- ca, no centro, um saxofonista de rua que ali tocava havia 25 anos a troco da generosidade dos passan- tes. Era mesmo o que faltava para a cidade voltar a ser “maravilhosa”. Lixão espacial Gás metano em Marte pode ser liberado pelo lixo que a Grã-Breta- nha estaria mandando regularmen- te para o espaço. Parece maluqui- ce, mas os cientistas também não têm nenhuma explicação melhor para o fenômeno. Fenômeno antigo Pesquisadores do Museu Nacional descobriram nas asas do pteros- sauro estruturas tão complexas quanto a engenharia de sustenta- ção das orelhas do Rivellino. Caça-gripados O próximo passo para garantir a qualidade do ar que se respira em São Paulo deve ser multar quem espirrar em público e prender quem tossir em recinto fechado. No inverno, o ideal seria proibir pessoas gripadas de saírem de casa por pelo menos 40 dias. A cara do dono O presidente Barack Obama já tem quase tantos pêlos brancos quanto Bo, o primeiro-cachorro da Casa Branca. A observação é da sogra do presidente. Papo de doido Entreouvido numa pausa para o cafezinho no Senado: “Você já reparou como o Mão Santa está fisicamente cada vez mais parecido com Napoleão Bonaparte?” Eu, hein! EVASÃO DE PRIVACIDADE A arte de encaixar um museu num postal URBANISMO Boate que dará lugar ao projeto fez história nos anos 90. E ainda está aberta A gora é que os fu- mantes passivos vão ver o que é bom pra tosse! De uma hora para ou- tra ficaram sem a cota de nico- tina que consumiam regular- mente, ainda que a contragos- to, na noite paulistana. Foram eles que pediram, mas será que chegaram a refletir sobre a falta que a fumaça do vizinho poderá despertar no organis- mo dos antitabagistas? Vamos observá-los para ver como se comportam no fim de semana. Se começarem a chu- par balas compulsivamente ou se irritarem com qualquer coi- sa, já viu, né? Não sei se exis- tem estudos sobre a depen- dência química do fumante passivo, mas é possível que a festa de inauguração da lei antifumo acabe numa tre- menda crise de abstinência de gente que nunca fumou. Outro provável efeito co- lateral da nova lei em vigor: pelos cálculos dos ecologis- tas de plantão, a quantidade absurda de cinzeiros joga- dos no lixo por falta de ser- ventia vai levar pelo menos 300 anos para se decompor na natureza. Como se fosse haver natureza daqui a 300 anos. Eu, hein! Dependência passiva Arquitetos apresentam propostas para o MIS, em Copacabana Alexandre Rodrigues Felipe Werneck RIO Uma seleção internacional pa- ra definir o projeto arquitetôni- co do Museu da Imagem e do Som (MIS) na Praia de Copaca- bana produziu visões distintas de como um prédio pode se tor- nar um novo ícone para o Rio. Sete escritórios apresentaram propostas para o museu, orça- do em R$ 44 milhões. Os dese- nhos mostram o empenho de grandes arquitetos para com- por a paisagem do Rio. O MIS, que se espreme em dois prédios históricos do cen- tro desde 1965, ganhou a pro- messa de uma sede com a desa- propriação da boate Help e de um restaurante, na Avenida Atlântica. Numa alternativa que pode evitar desacertos co- mo a Cidade da Música, que con- sumiu R$ 500 milhões num pro- jeto do francês Christian de Portzamparc, o governo esta- dual definiu o orçamento e os 6 mil metros quadrados de área construída (incluindo estacio- namento) num edital. O principal dilema dos con- correntes foi como aproveitar a vista privilegiada sem abrir mão do ambiente controlado pa- ra as exposições temporárias e permanentes do museu, dedica- do à história cultural brasileira registrada em fotos, filmes, ví- deos, discos e gravações de cen- tenas de artistas. O acervo será organizado pela Fundação Ro- berto Marinho, que vai aplicar os recursos audiovisuais dos museus da Língua Portuguesa e do Futebol, em São Paulo. Os cariocas Thiago Bernar- des e Paulo Jacobsen pensaram nas montanhas da cidade para romper o paredão de edifícios com um conjunto do que pare- cem ser quatro grandes rochas. Angulosos e irregulares, os vo- lumes se integram suavemen- te, explorando vazios e direcio- nando diferentes pontos de vis- ta. “Ao adicionar um ícone a um ícone, tinha de ser algo sutil, mas atraente”, define Thiago. O Rio povoa a imaginação do arquiteto Daniel Libeskind des- de a infância na Polônia, quan- do ganhou de uma tia um souve- nir com uma foto de Copacaba- na. “No cinza em que vivia, o co- lorido daquela imagem era uma janela para o mundo”, diz ele, que propôs cores, janelas e formas irregulares. O paulistano Isay Wein- feld também quis ser reve- rente com o panorama, mas adotou outro caminho. Para não ver o acervo competindo com as janelas, projetou sa- las fechadas. Deixou o cená- rio externo para as passare- las, rampas e escadas. Cada um dos acessos tem forma e material diferentes. “É um projeto que prioriza a fun- ção, sem deixar de reveren- ciar a paisagem.” Os nova-iorquinos Eliza- beth Diller e Ricardo Scofi- dio quiseram tirar do chão as formas do calçadão de Rober- to Burle Marx. Projetaram uma estrutura que permite a visão da praia de todos os an- dares, cortados por grandes rampas, com um vão central livre no térreo, além de jar- dins suspensos e um terraço. “Os prédios da orla formam uma parede. Não queríamos uma muralha, mas algo poro- so, aberto”, descreve Diller. Já o japonês Shigeru Ban buscou motivação no “corpo das mulheres, a única coisa que pode competir com a na- tureza”. Ele mostrou croquis do prédio recheados de dese- nhos de mulheres de biquíni. Trata-se de uma grande es- trutura circular de madeira vazada e vidro, que encobre um prédio de oito pisos. Rodrigo Lopez e Fernan- do Falcon, de São Paulo, pro- jetaram um grande paralele- pípedo inclinado que forma duas ágoras sobrepostas: praças no térreo e um terra- ço. Projeções na lateral do prédio vizinho atrairiam pe- destres e moradores do Mor- ro do Cantagalo. “A ideia é potencializar a vida pública do bairro, não ter um museu fechado, mas vivo. E servir de mirante dessa vista, hoje reservada a quem tem apar- tamento ou pode pagar hotel caro”, diz Lopez. Represen- tantes do escritório Brasil Arquitetura não falaram. O vencedor será anunciado na segunda-feira. DILLER E SCOFIDIO – Permitindo a visão da praia de todos os andares, nova-iorquinos propõem grandes rampas e jardins suspensos LIBESKIND – Arquiteto polonês teve como inspiração suas primeiras impressões do Rio, projetando um prédio irregular e cheio de cores LOPEZ E FALCON – Dupla de São Paulo imaginou um paralelepípedo gigante e inclinado, criando praças no térreo e um terraço BRASIL ARQUITETURA – Os autores do projeto, Francisco Fanucci, Marcelo Ferraz e Marcelo Suzuki, são formados pela FAU-USP FENÔMENO CIRÚRGICO DIFERENTE – Ao contrário locais similares, ali não há mulheres nuas ISAY WEINFELD – Para que o acervo não dispute a atenção com a vista da praia, paulistano projetou salas fechadas e circulação ao ar livre BERNARDES E JACOBSEN – Cariocas pensaram em volumes angulosos e irregulares para ‘quebrar’ o paredão de edifícios da avenida SHIGERU BAN – Estrutura circular vazada inspirada nas curvas femininas é a aposta do japonês para ‘competir com a natureza’ Tutty Vasques escreve todos os dias no portal Estadao.com.br, de terça a sábado neste caderno e aos domingos no caderno Aliás Inaugurada há 25 anos, a disco- teca Help consolidou-se na dé- cada de 1990 como um dos prin- cipais redutos de prostituição no País. Lá dentro, não há mu- lher sem roupa, nem perfor- mance erótica, como em outras boates de Copacabana. Para en- trar, cada um – homem ou mu- lher – paga R$ 28 antes de meia- noite, e R$ 38 até o fechamento, no fim da madrugada. Cabem 2 mil pessoas. Mulheres vão em busca de clientes, e vice-versa, geralmen- te estrangeiros. Em 2008, o go- vernador Sérgio Cabral Filho (PMDB) disse: “Desapropriei a Help, que é um antro de prosti- tuição. Vamos construir ali o no- vo Museu da Imagem e do Som.” O governo do Estado de- positou em juízo R$ 13 milhões para a desapropriação do terre- no, de 1.600 metros quadrados, na Avenida Atlântica, mas o va- lor está sendo questionado na Justiça. Enquanto isso, a Help continua funcionando, e o famo- so painel de pernas, iluminado. Em 2005, quando esteve no Rio, o escritor australiano DBC Pier- re ficou hospedado em Copaca- bana. “Essa discoteca tem uma ótima reputação nos EUA. Há sites dizendo que não se paga muito por uma mulher, ensinan- do como conseguir as mais no- vas. É muito triste. O livro que estou terminando é sobre isso.” Para a ex-prostituta Gabrie- la Leite, autora do livro Filha, mãe, avó e puta (Objetiva), a Help é “um dos melhores luga- res do Rio para a prostituta tra- balhar”. “Sinto muito que está fechando. A Help nunca foi de explorar. As pessoas vão conti- nuar a existir. Esse moralismo e tentativa de higienização são preocupantes.” F.W. e A.R. De mulheres de biquíni como inspiração a um paralelepípedo gigante. Veja as 7 propostas para o Museu da Imagem e do Som BAPTISTÃO/AE MARCOS DE PAULA/AE O projeto vencedor será conhecido na segunda-feira PROPOSTAS Projetos levam em conta a paisagem Chegou ao PT a fofoca de que Marta Suplicy está ficando! “Ficando pra trás”, comenta-se no diretório nacional do partido. C16 CIDADES/METRÓPOLE SEXTA-FEIRA, 7 DE AGOSTO DE 2009 O ESTADO DE S.PAULO

A arte de encaixar um museu

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Page 1: A arte de encaixar um museu

●OCorinthians prepara festanoParque São Jorge paraapresentar a nova barrigadeRonaldo Fenômeno à torcidadoTimão. A Fiel está loucapara ver o resultadoda lipo!

TUTTY HUMOR●Agora vaiOchoquedeordemdaprefeituradoRio removeudoLargodaCario-ca, nocentro, umsaxofonistaderuaqueali tocavahavia 25anosatrocodagenerosidadedospassan-tes.Eramesmooque faltavaparaacidade voltar a ser “maravilhosa”.

● Lixão espacialGásmetano emMarte pode serliberado pelo lixo que aGrã-Breta-nhaestariamandando regularmen-te para o espaço. Parecemaluqui-ce,mas os cientistas tambémnãotêmnenhuma explicaçãomelhorpara o fenômeno.

● FenômenoantigoPesquisadores doMuseuNacionaldescobriramnas asas do pteros-sauro estruturas tão complexasquanto a engenharia de sustenta-ção das orelhas doRivellino.

●Caça-gripadosOpróximopasso para garantir aqualidade do ar que se respira emSãoPaulo deve sermultar quemespirrar empúblico e prenderquem tossir em recinto fechado.No inverno, o ideal seria proibirpessoas gripadas de saíremdecasa por pelomenos 40 dias.

●Acara do donoOpresidente BarackObama játemquase tantos pêlos brancosquantoBo, o primeiro-cachorrodaCasaBranca. A observação éda sogra do presidente.

●Papo dedoidoEntreouvido numapausa parao cafezinho noSenado: “Vocêjá reparou comooMãoSantaestá fisicamente cada vezmaisparecido comNapoleãoBonaparte?” Eu, hein! ●

EVASÃODEPRIVACIDADE

Aartedeencaixarummuseunumpostal

URBANISMO

Boatequedarálugaraoprojetofezhistórianosanos90.Eaindaestáaberta

Agora é que os fu-mantes passivosvão ver o que ébom pra tosse! Deuma hora para ou-

tra ficaram sem a cota de nico-tina que consumiam regular-mente, ainda que a contragos-to, na noite paulistana. Forameles que pediram, mas seráque chegaram a refletir sobrea falta que a fumaça do vizinhopoderá despertar no organis-mo dos antitabagistas?

Vamos observá-los para vercomo se comportam no fim desemana. Se começarem a chu-par balas compulsivamente ouse irritarem com qualquer coi-

sa, já viu, né? Não sei se exis-tem estudos sobre a depen-dência química do fumantepassivo, mas é possível quea festa de inauguração dalei antifumo acabe numa tre-menda crise de abstinênciade gente que nunca fumou.

Outro provável efeito co-lateral da nova lei em vigor:pelos cálculos dos ecologis-tas de plantão, a quantidadeabsurda de cinzeiros joga-dos no lixo por falta de ser-ventia vai levar pelo menos300 anos para se decomporna natureza. Como se fossehaver natureza daqui a 300anos. Eu, hein! ●

Dependênciapassiva

Arquitetos apresentam propostaspara o MIS, em Copacabana

Alexandre RodriguesFelipe WerneckRIO

Uma seleção internacional pa-radefinir oprojeto arquitetôni-co do Museu da Imagem e doSom(MIS)naPraiadeCopaca-bana produziu visões distintasde comoumprédio pode se tor-nar um novo ícone para o Rio.Sete escritórios apresentarampropostas para o museu, orça-do em R$ 44 milhões. Os dese-nhos mostram o empenho degrandes arquitetos para com-por a paisagemdoRio.

O MIS, que se espreme emdois prédios históricos do cen-tro desde 1965, ganhou a pro-messadeuma sede comadesa-propriação da boate Help e deum restaurante, na AvenidaAtlântica. Numa alternativaque pode evitar desacertos co-moaCidadedaMúsica,quecon-sumiuR$500milhõesnumpro-jeto do francês Christian dePortzamparc, o governo esta-dual definiu o orçamento e os 6mil metros quadrados de áreaconstruída (incluindo estacio-namento) num edital.

O principal dilema dos con-correntes foicomoaproveitaravista privilegiada sem abrirmãodoambientecontroladopa-ra as exposições temporárias epermanentesdomuseu,dedica-do à história cultural brasileiraregistrada em fotos, filmes, ví-deos,discosegravaçõesdecen-tenasde artistas.Oacervo seráorganizado pela Fundação Ro-berto Marinho, que vai aplicaros recursos audiovisuais dosmuseus da Língua Portuguesae do Futebol, emSão Paulo.

Os cariocas Thiago Bernar-desePauloJacobsenpensaramnas montanhas da cidade pararomper o paredão de edifícioscom um conjunto do que pare-cemserquatrograndesrochas.Angulosos e irregulares, os vo-lumes se integram suavemen-te, explorando vazios e direcio-nandodiferentes pontos de vis-ta. “Aoadicionarumíconeaumícone, tinha de ser algo sutil,mas atraente”, define Thiago.

ORiopovoaa imaginaçãodoarquitetoDanielLibeskinddes-de a infância na Polônia, quan-doganhoudeumatiaumsouve-nir comuma foto de Copacaba-na. “Nocinzaemquevivia, oco-loridodaquela imagemerauma

janelaparaomundo”,dizele,que propôs cores, janelas eformas irregulares.

O paulistano Isay Wein-feld também quis ser reve-rente com o panorama, masadotou outro caminho. Paranãoveroacervocompetindocom as janelas, projetou sa-las fechadas. Deixou o cená-rio externo para as passare-las, rampas e escadas. Cadaum dos acessos tem forma ematerial diferentes. “É umprojeto que prioriza a fun-ção, sem deixar de reveren-ciar a paisagem.”

Os nova-iorquinos Eliza-beth Diller e Ricardo Scofi-dioquiseramtirardochãoasformasdocalçadãodeRober-to Burle Marx. Projetaramumaestruturaquepermiteavisãodapraiadetodososan-dares, cortados por grandesrampas, comumvão centrallivre no térreo, além de jar-dinssuspensoseumterraço.“Os prédios da orla formamumaparede. Não queríamosumamuralha,masalgoporo-so, aberto”, descreveDiller.

Já o japonês Shigeru Banbuscoumotivação no “corpodas mulheres, a única coisaquepodecompetir comana-tureza”.Elemostroucroquisdoprédiorecheadosdedese-nhos demulheresde biquíni.Trata-se de uma grande es-trutura circular de madeiravazada e vidro, que encobreumprédio de oito pisos.

Rodrigo Lopez e Fernan-doFalcon,deSãoPaulo,pro-jetaramumgrandeparalele-pípedo inclinado que formaduas ágoras sobrepostas:praças no térreo e um terra-ço. Projeções na lateral doprédio vizinho atrairiam pe-destresemoradoresdoMor-ro do Cantagalo. “A ideia épotencializar a vida públicado bairro, não ter ummuseufechado, mas vivo. E servirde mirante dessa vista, hojereservada a quem tem apar-tamentooupodepagarhotelcaro”, diz Lopez. Represen-tantes do escritório BrasilArquitetura não falaram. Ovencedor será anunciado nasegunda-feira.●

DILLERESCOFIDIO–Permitindoavisãodapraiade todososandares,nova-iorquinos propõem grandes rampas e jardins suspensos

LIBESKIND–Arquitetopolonês tevecomo inspiraçãosuasprimeirasimpressões do Rio, projetando umprédio irregular e cheio de cores

LOPEZEFALCON–DupladeSãoPaulo imaginouumparalelepípedogigante e inclinado, criando praças no térreo e um terraço

BRASILARQUITETURA–Osautoresdoprojeto, FranciscoFanucci,Marcelo Ferraz eMarcelo Suzuki, são formados pela FAU-USP

FENÔMENOCIRÚRGICO

DIFERENTE–Aocontrário locais similares, ali nãohámulheresnuas

ISAYWEINFELD–Paraqueoacervonãodisputeaatençãocomavistada praia, paulistano projetou salas fechadas e circulação ao ar livre

BERNARDESEJACOBSEN–Cariocaspensaramemvolumesangulosose irregulares para ‘quebrar’ o paredão de edifícios da avenida

SHIGERUBAN–Estruturacircular vazada inspiradanascurvasfemininas é a aposta do japonês para ‘competir com a natureza’

TuttyVasques escreve todos os dias no portalEstadao.com.br, de terça a sábado nestecaderno e aos domingos no cadernoAliás

Inauguradahá25anos, a disco-teca Help consolidou-se na dé-cadade1990comoumdosprin-cipais redutos de prostituiçãono País. Lá dentro, não há mu-lher sem roupa, nem perfor-manceerótica, comoemoutrasboatesdeCopacabana.Paraen-trar, cada um – homem oumu-lher–pagaR$28antesdemeia-noite, eR$38atéo fechamento,no fimdamadrugada. Cabem2mil pessoas.

Mulheres vão em busca declientes,evice-versa,geralmen-te estrangeiros. Em 2008, o go-vernador Sérgio Cabral Filho(PMDB) disse: “Desapropriei a

Help, que é um antro de prosti-tuição.Vamosconstruiraliono-vo Museu da Imagem e doSom.” O governo doEstado de-

positou em juízo R$ 13 milhõesparaadesapropriaçãodoterre-no, de 1.600metros quadrados,naAvenidaAtlântica,masova-

lor está sendo questionado naJustiça. Enquanto isso, a Helpcontinuafuncionando,eofamo-so painel de pernas, iluminado.Em2005,quandoestevenoRio,oescritoraustralianoDBCPier-re ficou hospedado emCopaca-bana. “Essa discoteca tem umaótima reputação nos EUA. Hásites dizendo que não se pagamuitoporumamulher,ensinan-do como conseguir as mais no-vas. É muito triste. O livro queestouterminandoésobre isso.”

Para a ex-prostitutaGabrie-la Leite, autora do livro Filha,mãe, avó e puta (Objetiva), aHelp é “um dos melhores luga-resdoRioparaaprostituta tra-balhar”. “Sinto muito que estáfechando. A Help nunca foi deexplorar. As pessoas vão conti-nuar a existir. Esse moralismoe tentativa de higienização sãopreocupantes.” ● F.W. eA.R.

Demulheres de biquíni comoinspiração a umparalelepípedo gigante. Veja as 7

propostas para oMuseu da ImagemedoSom

BAPTISTÃO/AE

MARCOS DE PAULA/AE

O projetovencedor seráconhecido nasegunda-feira

PROPOSTAS

Projetoslevamemcontaapaisagem

●Chegou aoPTa fofocade queMartaSuplicy estáficando!“Ficandopratrás”,comenta-seno diretórionacionaldopartido.

C16 CIDADES/METRÓPOLE SEXTA-FEIRA, 7 DE AGOSTO DE 2009O ESTADO DE S.PAULO