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A ARTE NA PRIMEIRA INFÂNCIA Luísa Silva 1 Data: 19 de Fevereiro de 2014

A arte na primeira infancia

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Page 1: A arte na primeira infancia

A ARTE NA PRIMEIRA INFÂNCIA

Luísa Silva

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Data: 19 de Fevereiro de 2014

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Objectivo Geral:

- Dotar as amas da resposta social – creche familiar, de ferramentas

capazes para uma optimização de conhecimentos, que levarão ao

desenvolvimento de actividades com o grupo de crianças, onde se

prevê maior desenrolamento das capacidades cognitivas.

Curso: A arte na primeira infânciaNome da Formadora: Luísa Silva

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Conteúdos:

◊ A arte na primeira infância:▪ “Importância da primeira infância”.

◊ O desenvolvimento das garatujas:▪ Garatujas desordenadas;▪ Garatujas controladas;▪ Atribuição de nomes às garatujas.

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◊ Significação da cor.

◊ As garatujas como processo de desenvolvimento:▪ A criança que garatuja e o seu meio;▪ As garatujas como reflexo do desenvolvimento.

◊ Motivação artística:▪ Os materiais artísticos;▪ O uso incorreto dos materiais.

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A criança mobiliza todo o seu ser quando se entrega

espontaneamente a uma atividade criadora. É um verdadeiro meio de

disciplina interior que envolve processos de formas superiores de vida

mental e que traz à criança, no plano geral, equilíbrio e harmonia,

preparando-a ainda para a aprendizagem formal.

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Fig. 1

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Nem sempre as palavras exprimem, em toda a sua plenitude, a

intensidade de uma vivência. Por vezes são necessários meios diferentes

de expressão, como os jogos, as actividades artísticas, que permitem a

realização dos desejos, a satisfação de necessidades pessoais e a

afirmação do eu. É através da expressão livre que a criança realiza a

síntese entre a expressão do Eu e a submissão ao real.

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Fig. 2

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Exercício 1:

Analise a seguinte afirmação:

“Criar é um dos atributos mais preciosos de uma pessoa humana.

Equivale a viver intensamente.”

Malylda Bessa

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A arte na primeira infância

- Importância da primeira infância

Os primeiros anos de vida são, provavelmente, os mais decisivos

no desenvolvimento da criança. Durante esse período inicial, ela começa

a estabelecer padrões de aprendizagem, atitudes e um sentido de si

mesma como ser, tudo o que irá ter reflexos na sua vida toda.

A arte pode contribuir imensamente para esse desenvolvimento,

pois é a interação entre a criança e o seu meio que se inicia a

aprendizagem.

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Exercício 2:

Analise a seguinte afirmação:

“A arte é um veículo de intermediação entre pensar e saber. Se

queremos futuros adultos mais equilibrados, deveríamos ajudá-los a

desenvolver a capacidade de vincular sentimento com pensar e fazer. A arte é

esse grande vinculo do meio, do coração.”

Munir Dertkigil

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A criança exprime-se vocalmente muito cedo, mas o seu primeiro

registo permanente assume, com frequência, a forma de garatuja, por

volta dos dezoito meses de idade.

Podemos assim dizer, que as garatujas são os primeiros

“gatafunhos” das crianças.

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Fig. 3

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É lamentável que a própria palavra “garatuja” tenha conotações

negativas para os adultos. Esse vocábulo pode sugerir uma perda de

tempo ou, então, ausência de conteúdo válido.

Na realidade, a garatuja pode ser exatamente o oposto de tudo

isso, pois o modo que se recebem esses primeiros rabiscos e a atenção

que se lhes presta podem ser a causa de a criança pequena desenvolver

atitudes que permanecerão nela, quando iniciar a sua escolaridade

formal.

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Desenvolvimento das garatujas

As garatujas tendem a seguir uma ordem bastante previsível.

Começam com traços desordenados, no papel, e, gradualmente, evoluem

para desenhos que têm um conteúdo reconhecível pelos adultos.

É entre os dezoito meses e quatro anos, aproximadamente, que

aparece a primeira imagem visual, então ocorre o extraordinário

desenvolvimento.

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As garatujas classificam-se em três principais categorias:

- garatujas desordenadas;

- garatujas controladas;

- garatujas com atribuição de nomes.

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- Garatujas desordenadas

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Fig. 4

Fig. 5

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Podemos concluir que as principais características das garatujas desordenadas são:

- primeiro contacto da criança com o lápis e o papel;

- desenha pelo prazer do movimento;

- as linhas ocorrem ao acaso em todas as direções;

- aparece como traço leve pois não há controle motor dos

movimentos;

- variam as formas de segurar o lápis;

- a criança não faz ligação do olho com a mão;

- não há representação do desenho.

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- Garatujas controladas

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Fig. 6

Fig. 7

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Fig. 8

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A maioria das crianças, nesta fase, aborda as garatujas com

grande entusiasmo, uma vez que as linhas se repetem e quase sempre,

são traçadas com grande vigor, pois nesta altura denota-se uma

coordenação entre o desenvolvimento visual e motor. É raro

encontrarmos pontos ou pequenos modelos repetidos, pois isto significa

que a criança teria de levantar o lápis do papel.

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- Atribuição de nome às garatujas

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Fig. 9

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Nesta fase a criança atribui nomes às suas garatujas, sendo de

grande importância pois indica uma transformação no seu pensamento.

A criança opta por dar nome à sua garatuja, como por exemplo,

“esta é a mamã” ou “esta sou eu a correr”, podendo não ser

reconhecidos, mas para a criança é o que este indica.

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O significado da cor

Selecionar cores, pode, muitas vezes, distrair a criança,

desviando-a dos rabiscos para a atividade de jogar com elas. É de grande

importância que a criança possa distinguir os seus traços do resto da

página em que trabalha.

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Fig. 10

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As mudanças de cor são, às vezes, significativas na fase de

atribuição de nomes às garatujas, visto que, neste caso, as cores talvez

tenham significado para a criança.

É importante concluir que nas fases das garatujas a criança

mostre gozo na criação de linhas e formas, desenvolva o domínio da sua

coordenação e comece as suas primeiras relações pictóricas com o meio

circundante.

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Fig. 11

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As garatujas como processo do desenvolvimento

Através da garatujas a criança desenvolve métodos de trabalho,

sendo a interacção entre ela e o seu meio decisivo na aprendizagem, que

por sua vez favorece o progresso da criatividade infantil.

Torna-se necessário que o adulto transmita diversas sugestões,

aponte alternativas, dê estímulos e faça a criança sentir que o seu

produto final é digno de interesse.

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- A criança que garatuja e o seu meio (26)

Existe uma grande relação entre a criança e a maneira como

aborda as suas garatujas de forma e as relaciona com o seu meio.

Assim sendo, é importante para a evolução emocional da criança

que esta seja encorajada a desenvolver conceitos e a compreender as

possibilidades das garatujas.

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Fig. 12

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- As garatujas como reflexo do desenvolvimento

A arte exprime as reacções do homem ao seu meio; na fase das

garatujas, isto é facilmente observado, pois a garatuja pode ser

considerada o reflexo do desenvolvimento físico e emocional da criança.

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Fig. 13

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Exercício 3:

Analise a seguinte afirmação:

“Os cuidadores devem considerar os rabiscos da criança como parte

total da criança.”

Retirado do “Projecto A arte na primeira infância

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Motivação artística

Nas primeiras fases das garatujas, não é necessária motivação

especial, exceto a de proporcionar à criança os materiais adequados e

incentivá-la a que prossiga na sua atividade.

O adulto deve sempre cativar/encorajar a criança no seu

desenvolvimento artístico e nunca interferir.

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Fig. 14

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Tempo esperado que a criança desenvolva a atividade:

- criança muito pequena – alguns minutos;

- 3 anos – 15 minutos;

- 4 anos – 20 a 30 minutos.

Contudo é importante salientar que, não existe nenhum relógio

que deverá marcar o tempo que a criança deve assumir ou expressar no

papel.

Nenhum adulto deve interferir na atividade da garatuja, somente

deve observar a criança a pintar/desenhar.

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- Materiais artísticos(aqui)

A criança, durante a fase das garatujas, precisa sentir, precisa

experimentar sensações, os materiais usados devem estimular a livre

expressão.

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Fig. 15

Page 30: A arte na primeira infancia

Alguns exemplos de materiais que não consideram próprios para

crianças nesta idade:

-o tipo usual de lápis é pouco apropriado para a criança uma vez

que este não desliza com facilidade na superfície do papel e quebra com

demasia;

-materiais como jornais velhos, amostras e papel de parede ou

retratos de papel de embrulho, estão deslocados no que diz respeito às

garatujas.

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Fig. 16

Fig. 17

Page 31: A arte na primeira infancia

(5)Alguns exemplos de materiais próprios para crianças nesta idade:

-o lápis preto, de bom tamanho e sem invólucro, é um meio

excelente e fácil de se obter;

- o giz branco para o quadro negro;

- canetas “hidrográficas”, de ponta de feltro ou de nylon, com carga

de tinta preta;

- papel branco ou de cor clara, no formato A4 ou A3, é o mais

adequado para o trabalho em pintura;

- barro ou plasticina.

O uso da tinta satisfaz as necessidades emocionais da criança dando

o resultado de alegria.31

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A formação, por parte das crianças, como por exemplo de roscas

e bolas, sem tentar a representação de um objecto específico,

corresponde às garatujas controladas.

Psicologicamente, trata-se da mesma transformação no processo

mental que se descreve na parte “Atribuição de nomes às garatujas”.

Também, neste caso, a criança transferiu-se do pensamento cinestésico

para o pensamento imaginativo.

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Page 33: A arte na primeira infancia

- O uso incorreto dos materiais

A finalidade principal dos materiais artísticos é facultar à criança o

momento de expressar-se, então, o uso incorreto dos materiais poderá

interferir na actividade.

Ocasionalmente, cuidadores e professores poderão programar

certos trabalhos artísticos, como por exemplo, colar, cortar, dobrar, etc…

com o objectivo de obter um produto final.

Qualquer material novo deve ser cuidadosamente examinado, para

assegurar que o seu emprego pode favorecer o desenvolvimento natural da

criança, desenvolvendo a sua própria expressão criativa.

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Exercício 4:

Analise a seguinte afirmação:

“Os cuidadores de crianças com idade de primeira infância e pré-

escolar, estão numa posição excelente para proporcionar a oportunidade de a

criança prosseguir, por meio das suas experiências artísticas, para ajudá-la a

desenvolver a confiança e a sensibilidade imprescindíveis à autoexpressão e

para lhe proporcionar toda a gama de materiais e a atmosfera favorável às

atividades criativas”

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Resumindo, é extremamente importante facilitar a estimulação e

a motivação necessárias ao desenvolvimento de uma crescente

conscientização do meio, assim como o incentivo e a aprovação dos atos

criadores. Todas estas responsabilidades recaem, indiscutivelmente ,

sobre os ombros dos pais e cuidadores.

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Fig. 18

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Agradeço desde já a vossa colaboração, espero que esta

formação tenha sido fundamental para uma melhor compreensão no

que diz respeito “a arte na primeira infância”.

“Toda a criança é artista.

O problema é como permanecer artista depois de crescer.”

Picasso

Obrigado!

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