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A ARTE PERDIDA (NO TEMPO)DE SE FAZER DISCIPULO arte perdida de fazer discípulosDocument Transcript 1. APELO IMPORTANTE Para você que disponibiliza o fruto do nosso trabalho em seu site, blog, etc.: Continue à vontade para redistribuir nossos e- books, mas seja um cristão honesto e NÃO RETIRE os créditos de quem teve o trabalho de digitalizar (ou reeditar) e distribuir esta obra! NÃO QUEIRA RECEBER OS CRÉDITOS POR ALGO QUE VOCÊ NÃO FEZ! Nós não vamos tomar nenhuma atitude contra você, mas Deus está vendo! Doação de André S. Lima Reeditado por SusanaCap www.semeadores.net Nossos e-books são disponibilizados gratuitamente, com a única finalidade de oferecer leitura edificante atodos aqueles que não tem condições econômicas para comprar. Se você é financeiramente privilegiado, então utilize nosso acervo apenas para avaliação, e, se gostar, abençoe autores, editoras e livrarias, adquirindo os livros. Semeadores da Palavra e-books evangélicos 2. A Arte perdida de fazer discípulos Uma orientação prática àqueles que querem discipular LeRoy EimsTraduzido do original em inglês: The Lost Art of Disciple MarkingCopyright © 1978 por LeRoy EimsTodos os direitos reservados.Prefácio de Robert E. ColemanTradução: João A. de Souza FilhoRevisão: Heloísa WeyCapa: Holy DesignSegunda edição: Setembro de 2002Todos os direitos em língua portuguesa reservados à Editora Atos Ltda.Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida porqualquer meio - eletrônico, mecânico, fotocópias, etc. - sem a devida permissãodos editores, podendo ser usada apenas para citações breves.Publicado com a devida autorização e com todos os direitos reservados pelaEditora Atos Ltda.Caixa Postal 402 30161- 970Belo Horizonte MGTelefone: 0800-315580www.editoraatos.com.br 3. ÍNDICE Agradecimentos..................................................... ........................................6 Prefácio à edição brasileira......................................................... ...................7 Apresentação....................................................... ...........................................8 Prefácio........................................................... ...............................................10 A necessidade da multiplicação de discípulos.........................................12 Exemplos bíblicos de treinamento no

A Arte Perdida de Fazer Dsiscipulo

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A ARTE PERDIDA (NO TEMPO)DE SE FAZER DISCIPULOarte perdida de fazer discpulosDocument Transcript 1. APELO IMPORTANTE Para voc que disponibiliza o fruto do nosso trabalho em seu site, blog, etc.: Continue vontade para redistribuir nossos e- books, mas seja um cristo honesto e NO RETIRE os crditos de quem teve o trabalho de digitalizar (ou reeditar) e distribuir esta obra! NO QUEIRA RECEBER OS CRDITOS POR ALGO QUE VOC NO FEZ! Ns no vamos tomar nenhuma atitude contra voc, mas Deus est vendo! Doao de Andr S. Lima Reeditado por SusanaCap www.semeadores.net Nossos e-books so disponibilizados gratuitamente, com a nica finalidade de oferecer leitura edificante atodos aqueles que no tem condies econmicas para comprar. Se voc financeiramente privilegiado, ento utilize nosso acervo apenas para avaliao, e, se gostar, abenoe autores, editoras e livrarias, adquirindo os livros. Semeadores da Palavra e-books evanglicos 2. A Arte perdida de fazer discpulos Uma orientao prtica queles que querem discipular LeRoy EimsTraduzido do original em ingls: The Lost Art of Disciple MarkingCopyright 1978 por LeRoy EimsTodos os direitos reservados.Prefcio de Robert E. ColemanTraduo: Joo A. de Souza FilhoReviso: Helosa WeyCapa: Holy DesignSegunda edio: Setembro de 2002Todos os direitos em lngua portuguesa reservados Editora Atos Ltda.Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida porqualquer meio - eletrnico, mecnico, fotocpias, etc. - sem a devida permissodos editores, podendo ser usada apenas para citaes breves.Publicado com a devida autorizao e com todos os direitos reservados pelaEditora Atos Ltda.Caixa Postal 402 30161-970Belo Horizonte MGTelefone: 0800-315580www.editoraatos.com.br 3. NDICE Agradecimentos.............................................................................................6 Prefcio edio brasileira............................................................................7 Apresentao..................................................................................................8 Prefcio..........................................................................................................10 A necessidade da multiplicao de discpulos.........................................12 Exemplos bblicos de treinamento no discipulado..................................23 Fazendo discpulos na igreja primitiva.....................................................35 Pessoas ajudam pessoas..............................................................................49 O processo na formao de discpulos......................................................60 Alvos no treinamento de um discpulo.....................................................76 Trabalhadores so poucos...........................................................................94 A arte de preparar obreiros.......................................................................104 Alvos no treinamento do obreiro.............................................................116 A necessidade de liderana.......................................................................133 Como treinar lderes..................................................................................149 Confiana e ousadia...................................................................................162 Alvos para o treinamento de discpulos..................................................168 Multiplicao de discpulos......................................................................204 Perfil do convertido, do discpulo, do obreiro e do lder......................207 Tempo previsto nas trs etapas do treinamento.....................................210 Contracapa..................................................................................................212 *** Ao Dr. Clyde W. Taylor, valoroso servo de Deus, usadopoderosamente no mundo inteiro, em cujo ministrio muitos 4. obreiros foram qualificados e levantados para a glria deDeus. 5. AGRADECIMENTOS Em 1973, passei a primavera e o vero na companhia deMarvin Smith. Ele era o diretor dos Navegadores na frica e,na ocasio, usufrua com sua famlia um tempo de merecidodescanso nos Estados Unidos. Juntos, gastamos muitashoras de comunho e amizade, conversando sobre as vriasformas de preparao de obreiros e em como levantarhomens e mulheres altamente qualificados para a obra deDeus. Marvin dedicara meses analisando os mais diversosconceitos; de minha parte, durante seis meses esforcei-mepor encontrar os passos e detalhes necessrios na formaode discpulos. Ns dois andvamos envolvidos na formaode discpulos h anos, mas nunca havamos colocado nopapel os elementos que utilizvamos e que, passo a passo,contribuem para a formao de discpulos. Foi conversando que chegamos a um denominadorcomum: nossas descobertas se encaixavam perfeitamente.Agora, poderamos escrever e comunicar de forma clara osprincpios bblicos que estvamos praticando e queaprendramos no decorrer dos anos. Boa parte do contedo deste livro, incluindo o quadromultiplicativo do Apndice 2, fruto desse estudo que Marvine eu fizemos. 6. PREFCIO EDIO BRASILEIRA Editado pela primeira vez em 1978, este livro apresentauma fundamentao bblica sobre o discipulado que jamaisenvelhece. Nessa poca, houve uma nfase ao discipulado emtodas as partes do mundo, e os ensinamentos de LeRoyespalharam-se pelos quatro cantos. Vale destacar que aorganizao Navegadores marcou presena no grandeavivamento que se esboou desde ento. Os membros doNavegadores eram treinados para levar o Evangelho a todosos lugares e a treinar os novos convertidos a seremtestemunhas eficazes do Senhor Jesus. A edio deste livro em portugus preenche uma lacunana igreja evanglica brasileira, trazendo um tema to antigoquanto atual, mas sem os vcios e mazelas quecontaminaram o verdadeiro discipulado em algumas igrejasdo Brasil. O enfoque de LeRoy bblico e, levado a srio,corrigir os desacertos to comuns entre os que fizeram dodiscipulado apenas um mtodo ou estrutura, com o fim deengordar as estatsticas da igreja. Todo lder deveriareproduzir-se em outros homens, aumentando o nmero depessoas na grande ceifa deste final dos tempos. Formarhomens para o ministrio tarefa de todos ns. E LeRoybuscou nas pginas da Bblia os mtodos para a formaodesse potencial para a igreja: discpulos que se reproduzemem novos discpulos, obreiros que se reproduzem em novosobreiros e lderes que se reproduzem noutros homens. Esse livro no deve ser lido; deve ser estudado e levado asrio. O futuro da Igreja depende da qualidade dos lderesque formamos! Os editores 7. APRESENTAO Jesus veio a este mundo com o propsito de morrer, eem sua jornada para a cruz dedicou sua vida na formao dealguns discpulos, os quais foram comissionados a procederda mesma maneira, para que, pelo processo de reproduo, oEvangelho do Reino alcanasse os confins da Terra. O estilo de vida do Filho de Deus foi o modelo a serimitado por todos os seus seguidores princpio claramenteexpresso na ordem de "fazer discpulos de todas as naes". Aforma, claro, fica condicionada aos dons de cada indivduoe ao papel de cada pessoa na sociedade onde est inserida;no entanto, cada pessoa que cr em Cristo chamada adesempenhar um papel condizente com sua vocao e estilode vida. Lamentavelmente, poucos entendem o que isso significa,especialmente quando diz respeito ao viver dirio. Muitaspessoas em posio de liderana na igreja no tm a menoridia do que seja ensinar algum a observar e a guardar tudoo que Jesus ordenou. Nesse sentido, no causa surpresa ofato de tantos crentes no conseguirem ir muito longe emsua peregrinao de f, nem aprenderem a desenvolver opotencial de seu ministrio. Por isso estou recomendando este livro. Nele, o autoraborda o verdadeiro sentido do discipulado, no comoprograma institucional vago, mas como orientao prticaqueles que querem discipular. O tratamento simples eprtico. O mandamento de nosso Senhor no ser uma arteperdida; basta que as pessoas sigam, de todo corao, osconselhos apresentados neste livro. A experincia do autorautentica a importncia da obra. LeRoy Eims no umterico do tema, mas um homem que pratica o queaconselha, j que durante vrios anos vem se envolvendo naformao de homens para Cristo. Muitos so os obreiros em 8. vrias partes do mundo que atestam a fidelidade e o cuidadoque LeRoy a eles dedicou. Sua maneira de abordar o tema reflete a estratgia dosNavegadores, da qual representante ministerialinternacional. O que diz, no entanto, no direito exclusivode nenhuma organizao, mas discipulado bsico do NovoTestamento. Qualquer pessoa lucrar com a leitura destelivro. Melhor ainda: a aplicabilidade das verdades aquiapresentadas trar novo sentido e prazer o prazer de vivera grande comisso. Robert E. Coleman Seminrio Teolgico de Asbury Autor de O Plano Mestre de Evangelismo 9. PREFCIO Quando minha filha Becky ainda cursava o EnsinoFundamental, costumvamos fazer longas caminhadasjuntos. Passevamos entre imponentes pinheiros, sobcarvalhos antigos torcidos pelo vento, observando a grandequantidade de rvores e flores que embelezavam a regio nascercanias de nossa casa. Certo dia, conversamos sobre umarbusto esquisito, que insistia em crescer beira docaminho. Expliquei minha filha que deveramos nosorgulhar daquele arbusto, pois, mesmo no sendo umarvore imponente, tinha crescido at atingir o seu potencial.Era um arbusto adulto que se destacava das demais rvorespelas folhas que permaneciam verdes o ano inteiro. O sol e aschuvas constantes levaram-no a alcanar seu tamanhonatural. Os bebs so assim tambm. Crescero se algum osajudar. Vibram de alegria quando algum lhes oferece amamadeira ou abre a tampa do iogurte e, com a colher, leva-lhes o alimento boca. Agora que Becky cresceu, casou-se e tem uma filha,observo admirado a forma como ela alimenta a criana.Quando a pequena Joy Elise v a comida, fica retorcendo-sede alegria, como se um circo novo chegasse cidade. Tudo oque a me faz colocar a comida ao alcance de Joy, e ela fazo resto. Toda pessoa que se converte a Cristo precisa ter aoportunidade de se alimentar e de crescer. Todo novo crenteanela chegar maturidade e ao seu potencial em Deus.Muitos alcanariam a maturidade crist se algum apenaslhes desse a chance de alcanar a comida, ou os ajudasse emseus problemas, ou lhes desse treinamento necessrio, ou sedispusesse a sofrer e a se sacrificar um pouco, ou aindamais: se esse algum estivesse disposto a orar bastante. 10. Neste livro, queremos analisar o processo decrescimento da vida crist desde o momento em que a pessoavem a Cristo, at se tornar um discpulo ou discpula,trabalhando e cooperando eficazmente com Jesus.Examinaremos o que alimenta e educa, os cuidadosnecessrios para que a pessoa se torne espiritualmentequalificada e desenvolva seu potencial como obreiro na Igrejado Senhor Jesus Cristo. Os conceitos e princpios que estaremos sugerindo eexaminando diferem da filosofia do crescimento rpido e damaturidade instantnea. O verdadeiro crescimento exigetempo e lgrimas, amor e pacincia. Exige-se do lder que eleveja, pela f, as pessoas, sob a tica de Deus; como Deusquer que elas sejam na vida adulta. E, claro, algunsconhecimentos ajudar-nos-o a levar as pessoas a setornarem adultas, como Deus almeja. No pretendemos, com este livro, apresentar toda acadeia do processo de treinamento, nem somos presunososa ponto de pensar que temos a soluo para todos osproblemas do crescimento espiritual. Na realidade, no temosa soluo para todos os problemas. O que nos propomos comeste livro apresentar algumas informaes que ajudem oslderes cristos a fortalecer algum elo da cadeia de seuministrio com as pessoas. O livro no apresenta a cadeiacompleta, mas trata apenas de um elo da corrente: comotreinar e qualificar as pessoas para a obra de Deus. O livro se fundamenta no estudo da Palavra de Deus ena experincia de obreiros envolvidos numa organizao cujamisso fazer discpulos e levar pessoas a serem eficazes naobra de Deus. Nosso maior desejo e orao que o EspritoSanto use este livro para fortalecer os elos fracos, na correntedo crescimento espiritual, equipando os crentes para quesejam mais ativos e eficazes no servio do Senhor. LeRoy Eims Colorado Springs, Colorado, janeiro, 1978 11. CAPTULO 1 A NECESSIDADE DA MULTIPLICAO DE DISCPULOS Crescia a palavra de Deus, e, em Jerusalm, se multiplicava o nmero dos discpulos (At 6.7). - ARA Certo dia, um pastor (desses que vivem muito ocupados)chamou-me por telefone. Poderamos nos encontrar,perguntou, em algum lugar, para falarmos sobre comotreinar obreiros em sua igreja? Ele se dispunha a tomar umavio e a encontrar-me em qualquer lugar dos EstadosUnidos, a fim de conversarmos sobre esse tema durante umdia ou mais. Estava desesperadamente cata de ajuda, porisso marcamos uma data. Descobri, depois de passarmos algum tempo juntos, queseu problema era bastante comum. Ele era pastor de umaigreja que crescia em ritmo acelerado e saudvel. Muita gentese convertia a Cristo, o nmero de pessoas aumentava a cadareunio, e havia dois cultos aos domingos de manh. Deus oestava abenoando de forma maravilhosa. Mas ele enfrentava um srio problema: estava ciente deque se no treinasse obreiros, homens e mulheres de suacongregao, muitos membros no seriam ajudados nosprimeiros estgios do crescimento cristo. Com isso no setornariam discpulos robustos e fortes de Cristo. O pastorsabia que ele era a chave de tudo. Todo o processo teria decomear com ele, e no poderia ser delegado nem entregue aum "departamento" da igreja. Como lder espiritual dessagente, teria de assumir a liderana do treinamento. No entanto, ele apresentou mais uma dificuldade eramuito ocupado! Os assuntos da igreja demandavam-lhe todoo tempo. Como qualquer pastor, gastava muito tempoapagando focos de incndios que surgiam aqui e ali. Malterminava de resolver um problema, outro surgia. 12. Consternado e frustrado, descobriu que se ocupavademais com as mesmas pessoas e com os mesmosproblemas, apaziguando, ajudando nos relacionamentos,aconselhando situaes difceis entre casais e muitos outrosproblemas. Mas ele alimentava um sonho. As vezes trancava-se nogabinete imaginando um ministrio diferente. Que bom seria,pensava, se eu tivesse um grupo de pessoas dedicadas,homens e mulheres maduros e qualificados espiritualmenteque pudessem me ajudar a resolver alguns dos problemasespirituais que surgem todos os dias na igreja. Ele no estava pensando naqueles membros da igrejaque compravam as fitas com seus sermes e as distribuamentre pessoas carentes, ou naqueles que trabalhavam noministrio social, prestando ajuda financeira, levandoagasalhos e alimentos, ou ainda nos que colaboravam naescola dominical ou nas questes administrativas. Eleimaginava ter uma igreja cheia de pessoas que soubessemlevar algum a Cristo, guiando-o passo a passo desde aconverso at a maturidade em Cristo; levando o convertido auma vida de completa dedicao, compromisso, frutificao;a um discipulado maduro, e que, por sua vez, repetisse omesmo processo com outras pessoas. Ele ficava ali, rindo consigo mesmo na privacidade deseu gabinete, pois os sonhos que acalentava eram to vividosque quase podia toc-los com as mos. Mas caa na realidadelogo que o telefone tocava: Mais um problema na igreja, e eleera a nica pessoa capaz, em toda a congregao, parasocorrer e ajudar. Deixava de lado seu sonho, pegava aBblia, fechava a porta do gabinete e saa para tratar de maisum caso. Discpulos em ao Vejamos uma outra cena. Quatro casais se renem paraum estudo bblico numa noite qualquer da semana. Durante 13. os ltimos quatro meses vm-se reunindo com freqncia etrs deles j entregaram a vida a Cristo. Um dos homens daigreja dirige os estudos, e acabaram de se encontrar para umbate-papo informal sobre a vida crist. Na hora de comear oestudo bblico, o telefone toca. "O Joo est a?" (Joo um dos que se converteram hquatro meses). "Est sim. Mas neste momento est ocupado. Estestudando a Bblia". Do outro lado da linha, uma voz desesperada suplica:"Por favor! Preciso falar com ele agora". "S um momento". Joo pega o telefone e ouve. "Est bem", diz. "Estarei anum instante". Joo volta para a sala e explica ao grupo o que estacontecendo. Um colega de trabalho precisa de ajudaurgente. Ele e a esposa tiveram uma discusso acirrada, e amulher dele quer expuls-lo de casa. A coisa j no andavabem nos ltimos dias, e Joo sente que hora de agir. O lder do grupo concorda que hora de fazer algumacoisa, e enquanto Joo sai em socorro do amigo o grupocomea a orar. Assim, Joo, convertido h pouco tempo,toma sua Bblia e sai na tentativa de salvar um casamento. Oestudo bblico se transforma numa reunio de orao. Isso realmente aconteceu. O lder do grupo me contoualguns dias depois. Joo foi poderosamente usado por Deus econduziu aquele casal a Cristo. Agora os dois desejamparticipar de um grupo de estudo bblico. O lder percebeu que teria de dedicar um tempo extraajudando Joo com alguns questionamentos, j que ele e suaesposa estavam conduzindo novas pessoas a Cristo. Joo,que era vido no aprendizado da Palavra de Deus, queriasaber mais, e sentia que precisava de muita ajuda. O ldervibrava de alegria ao perceber que o Senhor estava usando 14. aquele tempo para aprofundar o relacionamento entre ele eJoo, em Cristo. Esse acontecimento caiu como uma luva no grupo deestudo bblico de Joo. Ficou evidente, ento, que cada umdeles teria a oportunidade de compartilhar as boas novas queestavam aprendendo com outras pessoas. O estudo bblicodespertou maior interesse em todos eles. Cenas como essa se repetem todos os dias. No umcaso isolado. Na realidade, a histria do pastor que queriaum encontro comigo teve um final feliz. Depois de um diajuntos, conversando sobre o discipulado e treinamento deobreiros, comeou a colocar em prtica os princpios quecompartilhei com ele, os mesmos que apresento neste livro. Hoje, de forma contnua, discpulos e obreiros soerguidos como fruto do seu ministrio, cujo impacto pode sersentido na vizinhana e entre seus amigos. Os membros desua igreja so usados por Deus para levar outras pessoas aCristo, ajudando os novos convertidos a repetir o mesmoprocesso com aqueles que eles ganham. Esse conceito de multiplicao de discpulos no foi toaceito no passado como o em nossos dias. Poucos foram osque se envolveram com o discipulado. Muitos, no entanto,esto voltando prtica bblica. A importncia da ajuda pessoal Logo que minha esposa Virgnia e eu aceitamos a Cristo,encontramos Waldron Scott, um homem de nossa idade quedemonstrou grande interesse em nos ajudar. Ele foraajudado na f crist por um de seus colegas, enquantoestavam aquartelados na Ilha de Guam, durante a SegundaGuerra Mundial. ramos colegas de classe na faculdade e elevinha nossa casa uma vez por semana, para nos ajudar emnosso crescimento espiritual. 15. Tudo comeou quando lhe perguntei por que havia tantadiferena entre seu modo de vida e o nosso. ramos todiferentes. Ele citava as Escrituras de cor e salteado, e aquilo meimpressionava. Estava sempre falando de como Deusrespondia suas oraes e conhecia muito bem a Bblia. Ele veio nos visitar e fez algumas perguntas: Voc lBblia regularmente? No. Raramente. Voc estuda algumtexto bblico? Outra vez, no. Voc memoriza os versculosbblicos? Ah! Finalmente pude dizer sim. No domingoanterior, o pastor havia pregado sobre Mateus 6.33; fiqueito impressionado que vim recitando o texto enquanto dirigiao carro. "timo", disse-me Scott. "Repita-o para mim". Noconseguia me lembrar do versculo. Notei que alguma coisaestava faltando no banco de dados de minha memria. Entoele me perguntou: "Voc ora?" "Claro que oro", respondi. "Antes das refeies, costumoorar uma orao que memorizei". Estvamos tomando nossoslugares mesa, por isso orei: "Abenoa esse alimento. Emnome de Jesus, amm". Durante os momentos que passamos juntos l em casa,ficou evidente que orar no se resumia quelas palavras.Logo meu amigo se disps a se reunir comigo e com minhaesposa para compartilhar algumas coisas que tanto oajudaram. Ficamos na expectativa do prximo encontro. Comeamos. Scotty nos ensinou a ler a Bblia e aentender o que estvamos lendo. Ensinou-nos a estudarsozinhos e, com o auxlio do Esprito Santo, a aplicar aslies aprendidas em nossas vidas. Aprendemos comomemorizar a Palavra de forma que o Esprito Santo usasse ostextos no dia-a-dia de nossas vidas. Aprendemos tambm aassimilar os textos e a injet-los em nosso corpo espiritualatravs da meditao. Tambm ensinou-nos a orar e aesperar em Deus. Que ano abenoado tivemos! Tnhamos 16. fome e Scotty nos alimentava. Scotty se disps a gastarmuitas horas conosco. Entrei para o segundo ano da universidade, e mesmoassim Scotty continuava a se encontrar conosco. Crescamosespiritualmente, e a cada dia novas descobertas espirituaisdeixavam-nos empolgados. Descobrimos a emocionanteaventura da vida crist abundante, e o Senhor se tornavacada vez mais pessoal e real em nossas vidas. Na metade do primeiro semestre, um colega fez-me aseguinte observao: "Sabe, LeRoy, ando observando-o e vejoque sua vida crist bem diferente da minha". Comeou afazer-me perguntas, praticamente as mesmas que eu fizera aScotty no ano anterior. Ri e perguntei: "Voc l a Bblia de forma regular econstante?" "No". "Nem estuda a Bblia?" No, outra vez. "Voc memoriza textos bblicos?" Tambm no. "Voc dedica tempo orao?" Outro no como resposta. Sugeri que deveramos nos encontrar para conversarsobre esses temas. Ele demonstrou entusiasmo e disposio,e comeamos. Compartilhei com ele tudo o que Scotty meensinara, e ele comeou a crescer na vida crist. Passou apesquisar a Palavra, a orar, a testemunhar de Cristo, e oEsprito Santo operou grandemente em sua vida naquele ano. No ano seguinte, passei a freqentar a Universidade deWashington, e meu amigo tambm se transferiu para outraescola. Alguns meses depois que as aulas comearam, recebiuma carta interessante enviada por ele. Ele estavafreqentando as reunies de estudo bblico na universidade eum colega o procurara buscando conhecer melhor a vidacrist. Parece que aquele estudante notou algo diferente emsua vida e queria descobrir o segredo. Meu amigo fez asmesmas perguntas que eu lhe fizera sobre ler, estudar, 17. memorizar as Escrituras e orar. Por haver demonstradointeresse nesses temas, meu amigo comeou a compartilharcom ele as coisas que aprendera comigo, as mesmas que euhavia aprendido com Scotty. Nesse nterim, um estudante cristo se encontroucomigo no campo universitrio... e assim continuou. Soanos de envolvimento com pessoas, ajudando-as em sua vidapessoal e no crescimento espiritual. Noto que pastores,missionrios, estudantes universitrios, seminaristas emilitares andam pelo mesmo caminho, ajudando seuscolegas. Hoje, vemos um grande interesse na multiplicaode discpulos em muitas igrejas. Multiplicar ou no eis a questo Falando com um crente piedoso, tempos atrs,perguntei: "Bob, o que lhe d mais prazer na vida?" " fcil,LeRoy: levar uma pessoa a Cristo". Concordei com ele. Agente se alegra quando isso acontece o novo convertido eos cus tambm. Mas disse a Bob: "Existe algo maior queisso". Ele ficou surpreso. O que seria maior do que levar umapessoa a Cristo? Continuei: "Quando a pessoa que voc levoua Cristo se torna um crente dedicado, comprometido e umdiscpulo maduro a ponto de poder levar outros a Cristo,conduzindo-os maturidade. Isso o que vale". "Claro! Nunca havia pensado nisso", exclamou. No deadmirar que nunca ouvira falar disso antes. Naquela pocaesse conceito era desconhecido, mas ele estava disposto aaprender. E aprendeu. Hoje, muitos crentes amadureceram ese comprometeram, tornando-se discpulos frutferos em doiscontinentes, pelo exemplo e ardor de Bob e sua visomultiplicadora de discpulos. Por outro lado, a falta desse conhecimento podeacarretar srias conseqncias. Falei com um missionrioexperiente, no pas onde trabalhava, e ele me contou umahistria que no consigo esquecer. Parece-me que estava no 18. campo missionrio h quinze anos e seu trabalho seguiauma rotina normal. Logo que ali chegou, encontrou Johnny,um jovem envolvido em coisas bem diferentes. Johnny era um discpulo de Cristo, comprometido, masno agia conforme as "regras". Em contraste com aabordagem missionria da poca, Johnny gastava a maiorparte de seu tempo encontrando-se com outros jovensdaquele pas. O missionrio tentava de todas as formas fazercom que Johnny se endireitasse, mas o jovem continuavacom suas prticas e abordagens "diferentes". Os anos sepassaram, e o veterano missionrio precisou deixar o pas,pois seu visto expirara. Sentado diante de mim, sorvendo uma xcara de caf,ele me disse: "LeRoy, todo esse tempo nesse pas e nenhumresultado positivo. Claro, muita gente freqenta os cultos,mas no sei o que acontecer com esse pessoal quando eupartir. No so discpulos. Freqentam os cultos, ouvemmeus sermes, mas no falam de Jesus a ningum. Poucossabem conduzir algum a Cristo. Agora que estou de partida,percebo que gastei meu tempo sem obter resultados". E continuou: "Ento olho para o ministrio do Johnny.Um dos homens que ele ajudou agora professor nauniversidade. Essa pessoa usada poderosamente por Deuse est ganhando muitos universitrios Para Cristo. Um outrolidera um grupo evangelstico e tem uma equipe de discpuloscomposta de quarenta pessoas. Outro, numa cidade prxima,vive cercado de trinta e cinco discpulos comprometidos. Trsjovens foram para o campo missionrio e esto liderandoequipes naqueles pases, multiplicando o nmero dediscpulos. Deus os tem abenoado ricamente". "Existe um enorme contraste entre minha vida e a dele. uma tragdia. Sempre achei que eu estava certo. O que elefazia parecia sem sentido algum, insignificante, mas agoraolho os frutos e fico admirado!" Uma nuvem de tristeza seabateu sobre ns. 19. Em outra ocasio, eu era o conferencista de umcongresso no Meio-Oeste. Um pastor, que investira osmelhores anos de sua vida trabalhando como missionrio noOriente Mdio, e que agora residia numa cidade prxima,veio conferncia. Na reunio de abertura compartilhei essetexto com os participantes: "E ele designou alguns paraapstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, eoutros para pastores e mestres, com o fim de preparar ossantos para a obra do ministrio, para que o corpo de Cristoseja edificado" (Ef 4.11,12). Procurei explicar que a nfase do texto era que Deushavia concedido lderes igreja com o fim de nos treinar eedificar para o ministrio. Expus que o ministrio era tarefade todos ns clero e leigos. Uma irmandade de pessoasque testemunham de Cristo o que precisamos ser masque necessitam de treinamento. Depois da palestra, esse homem veio falar comigotrazendo nas mos o Novo Testamento em grego. "exatamente isso o que diz aqui", declarou. A seguir, virou ascostas, entrou no quarto, pegou suas malas e comeou aabandonar o local da conferncia. Reagi assustado, fui atrsdele e perguntei se o havamos ofendido em alguma coisa.Queramos pedir-lhe perdo por alguma palavra ofensiva. "Vocs no me ofenderam", respondeu. "J tenho tudode que preciso. Meu povo ter de ouvir sobre esse tema!"Dizendo isso, entrou no carro e foi embora. Ele queria voltarpara sua congregao e, naquele mesmo domingo, pregaraquela mensagem, comeando uma nova etapa na vida desua igreja. Nos ltimos tempos, o pas em que servia comomissionrio fragmentara-se numa guerra racial, e o diolevou muita gente morte. s vezes, imagino se aquele pasno seria diferente se, h trinta anos esse homem tivesseimplantado uma viso de discipulado num grupo de homense mulheres, como Johnny fez em outro campo missionrio. 20. Um colega de ministrio e eu fomos palestrantes em umcurso de evangelismo. Os seminrios de evangelizaoduraram trs dias, e cada palestra duas horas e meia. Haviamuitos participantes. Nosso tema era: "O discipulado naigreja local". Durante a sesso de perguntas e respostas, um pastormais velho ps-se de p e comeou a falar de sua experinciaem discipular alguns homens de sua igreja. Ele comearaesse trabalho h trs anos e dispunha, agora, de um grupode homens corajosos, destemidos e fiis, que num estalar dededo estavam de prontido. Tudo comeou com um homem;mais tarde ele e esse homem treinaram outros dois quedemonstraram algum interesse. O processo de discipuladocontinuou, e depois de algum tempo os quatro comearam ase reunir com outros quatro. O ministrio se multiplicou, eagora ele tinha sua disposio vrios homens altamentequalificados e treinados na vida espiritual, ajudando-o noministrio da igreja. O pastor nos contou que esse tipo de trabalho trazgrandes recompensas e senso de realizao. Foi a melhorcoisa que lhe acontecera em trinta e cinco anos de ministrio.Depois daquele relato, os olhos de todos comearam abrilhar, antecipando a glria futura. Mal podiam esperar paraentrar no ministrio pastoral e comear a tarefa demultiplicao de discpulos. H alguns anos um homem me procurou, motivado poruma grande idia. Estava muito entusiasmado e queria tercerteza de que eu participaria de seu projeto na obra deDeus. Escutei-o atentamente. Quando terminou, recusei oconvite que me fizera. Perguntou, surpreso, por que eu noqueria trabalhar com ele. "Por duas razes", respondi."Primeiro, porque sua proposta no bblica. Segundo,porque no funciona". Gosto do ministrio de multiplicao de discpulosporque bblico e funciona. uma abordagem dasEscrituras que nos ajuda a cumprir a Grande Comisso (Mt 21. 28.18-20) e a treinar obreiros (Mt 9.37, 38), que hoje, comonos dias de Cristo, so raros. Venho praticando isso h vinte e cinco anos, e funciona.Quando alguns de ns nos envolvemos no ministrio demultiplicao de discpulos na dcada de 50, muita coisaestava para ser descoberta. No havamos ainda codificado eorganizado o mtodo, e o chamvamos de "mtodo detrabalhar com homens e mulheres". Desde ento, vejopastores, donas de casa, missionrios, enfermeiras,professores e donos de mercearias, todos envolvidos na vidade outras pessoas. Esse remdio no "cura tudo", mas cura algumas coisas.De uma coisa estou certo: quando voc gasta tempoindividualmente com outro crente, com o fim de edificar avida dessa pessoa estudando a Palavra, orando, mantendocomunho e fazendo um treinamento sistemtico algumascoisas comeam a acontecer em sua vida tambm. Que Deuslhe conceda pacincia, amor e perseverana para comear acompartilhar as bnos que Ele lhe concedeu com outraspessoas. 22. CAPTULO 2 EXEMPLOS BBLICOS DE TREINAMENTO NO DISCIPULADO Ao amanhecer, chamou seus discpulos e escolheu doze deles, a quem tambm designou apstolos (Lc 6.13). Quando um pastor observa a congregao no culto dedomingo noite, o que v? Muitas coisas. V pessoas queno so membros de sua igreja, algumas curiosas, outrasque vieram apenas observar e ainda outras que vieramtrazidas por amigos preocupados com elas. V pessoas cujoscoraes esto tomados de tristeza, gente deprimida,desiludida e outros cujos alicerces familiares desmoronaram.V crentes recm-convertidos, vidos pela palavra eentusiasmados com a nova vida em Cristo. V os "velhos"crentes que h anos ouvem a mensagem da palavra de Deuse reagem s chamadas de desafios com um bocejo, e vpessoas fiis que chegam cedo, antes de as portas seabrirem. V os recm-casados e aqueles cujos casamentosesto em crise. V famlias com problemas financeiros,contas vencidas em hospitais e homens de negcios cujasempresas no saem do vermelho. V pais que foramdespedidos de seus empregos e o agricultor que aguarda comexpectativa a chuva, do contrrio perder toda a safra. Seusolhos percorrem a congregao. Ele a tudo v. Quando se levanta diante do povo, um pensamento oinquieta: Como trazer uma mensagem ou duas por semana,que responda s inquietaes desse povo? A congregaotranspira suas necessidades na proporo das pessoas alipresentes. O que responder a esse dilema? Se quisermos responder a essa questo, primeiramentetemos de perguntar: "Jesus enfrentou alguma vez esse tipode situao? As multides que vinham a Ele tinham tambmseus problemas e necessidades?" Os evangelhos dizem que 23. sim. Seu ministrio era repleto de milagres, de multides, delongas horas com o povo, canseira e conflitos espirituais.Leprosos esperavam ser tocados por Ele; cegos gritavam seunome ao ouvirem-no passar; advogados tentavam incrimin-lo; pecadores de ambos os sexos o amavam, alguns cuidavamde suas necessidades, outros molhavam seus ps comlgrimas. Multides entusiasmadas a seguiam; mais tardeuma multido exigiu sua morte. Sua vida era permeada devariadas emoes, oposio e atividade. Quase no final de seu ministrio, Jesus dirigiu ao Pai aorao conhecida como "orao sacerdotal", intercedendo porseus discpulos. Nela, Jesus faz a surpreendente declarao:"Eu te glorifiquei na terra, completando a obra que me destepara fazer" (Jo 17.4). Qual a importncia dessa declarao? Acaso Jesus noglorificava a Deus em cada pensamento, palavra e obras,cada hora do dia? Sim. E surpreendente ver tudo isso luzde nossos fracassos. Mas a declarao mais verdadeira echocante : "consumando a obra que me confiaste para fazer"(ARA). Muitos de ns estamos familiarizados com a obraredentora de Cristo e lembramos muito bem de suas palavrasna cruz: "Est consumado!" (Jo 19.30) Nesse glorioso atofinal Ele realizou a nossa redeno; morreu por nossospecados; libertou-nos! O que Jesus queria dizer com a expresso "consumandoa obra que me confiaste para fazer"? Observandoatentamente, vejamos que Ele no menciona milagres emultides, mas sim, por quarenta vezes, os homens queDeus lhe havia dado no mundo. Esses homens eram suaobra. Seu ministrio tocou milhares de pessoas, mas treinouapenas doze. Ele se entregou na cruz em favor de milhes depessoas, no entanto, durante os trs anos e meio de seuministrio, entregou-se totalmente em favor de doze homens. Sempre que ensinamos e pregamos, enfatizamos comclareza o ministrio redentor de Jesus Cristo, algo que jamais 24. deveremos negligenciar. Precisamos, no entanto, estudar,entender e proclamar o ministrio de ensino que Ele exerceucom alguns homens. Trs princpios podem ser observadosnesse treinamento. O princpio da seleo Os homens escolhidos por Jesus eram pessoas comuns pescadores, coletores de impostos e outros. Quandochegou a hora de escolher os que deveria treinar, passou anoite em orao. "Num daqueles dias, Jesus saiu para omonte a fim de orar, e passou a noite orando a Deus. Aoamanhecer, chamou seus discpulos e escolheu doze deles, aquem tambm designou apstolos" (Lc 6.12,13). Este um dos pontos importantes da seleo. Jesus nopegou a primeira pessoa que demonstrou interesse; para Ele,aquele era um momento decisivo, com conseqnciasimprevisveis. Conseqncias eternas. No podemosmensurar; sabemos, no entanto, que os resultados daqueleministrio se mantm at o dia de hoje e, pela graa de Deus,continuaro na vida de muitas pessoas no porvir. Qualquer pessoa que queira se envolver no ministrio defazer discpulos (Mt 28.19) deve analisar o aspecto seletivocom ateno. mais fcil pedir a algum para entrar que doque para sair: atravs da seleo evitam-se desapontamentose tristezas na escolha da pessoa errada. Por que Jesus escolheu alguns homens to humanos esujeitos a fracassos? Imaginemos uma escolha feita com basena cultura, na capacidade intelectual e no poderioeconmico: pessoas que nunca foram assediadas pelo medo,que nunca erraram ou disseram coisas erradas, que nuncasofreram enfermidades nem tiveram desejos, problemas epecados. Como reagiramos? Nunca nos identificaramos comgente assim. Seramos tentados a deixar tudo de lado eacharamos que seria bem melhor continuar a viver nossavida medocre de sempre! 25. No eram apenas homens comuns, eram diferentes unsdos outros; no doze cpias! No eram doze soldadinhos dechumbo moldados na mesma forma, doze rplicas de retratosimpressos na mesma mquina, ou doze esttuas de plsticoreproduzidas igualmente. Um exemplo disso que Simo, oZelote, odiava os romanos que governavam a Palestina,enquanto Mateus, coletor de impostos, trabalhava paraRoma. O que depreendemos disso? Que lies prticasinferimos desses exemplos? Uma lio parece bvia: aofazermos discpulos, no devemos selecionar os que tmtemperamentos e personalidades iguais aos nossos, nemescolher apenas os que agem de maneira cordial e que seencaixam em nossos padres de vida. Sempre bom ter naequipe alguns "cabeas-duras" ao lado de pessoas calmas eestudiosas. A obra de Cristo tem aspectos multiformes e, s vezes,uma pessoa rude e disponvel se encaixa maisadequadamente numa tarefa especfica do que um filsofoerudito, e vice-versa. Deus ama a variedade. Voc podeencontrar na natureza rosas selvagens ao lado de violetasazuis, palmeiras e pinheiros, cactos e magnlias, e umcampo de girassis. No zoolgico, maravilhamo-nos com avariedade de animais: a girafa, o hipoptamo, a gazela, omacaco, o bem-te-vi e a guia. Na hora de escolher homens emulheres para discipular, necessrio abandonar nossapropenso ao conformismo e seguir o exemplo de Jesus. Os homens que Jesus escolheu eram chamados degalileus, a quem os sofisticados irmos de Jerusalmconsideravam provincianos e atrasados. Eram trabalhadoresrudes, comparados aos filsofos e aos eruditos da cidadegrande. Por saberem pouco, eram mais facilmente ensinveisdo que a elite cultural de Jerusalm. No estou afirmandoque Jesus despreza aqueles que tm cultura e conhecimento.Ele conversou durante um bom tempo com Nicodemos, 26. membro do sindrio e mestre em Israel. Mais tarde escolheua Saulo, de Tarso, e o colocou como lder da igreja. O princpio da associao Com que propsito Jesus escolheu doze apstolos?"Escolheu doze, designando-os apstolos, para queestivessem com ele, os enviasse a pregar..." (Mc 3.14). Jesus escolheu esses homens para que estivessem comele. Essa idia no era novidade na poca, pois no AntigoTestamento existem vrios exemplos de homens treinadospara o ministrio associados com outros homens de Deus. Deus ordenou a Elias que escolhesse Eliseu como seuajudante e para que levasse a termo o ministrio depois quepartisse. Eliseu no foi encontrado na escola de profetas,estudando e meditando, mas trabalhando na lavoura (1 Rs19.15, 16, 19). Os discpulos tambm foram chamados paraestar com Jesus enquanto ocupados em seus trabalhos (Mt4.18-22; 9.9). Elias, ao aproximar-se de Eliseu, no suplicou que esteo acompanhasse, nem usou de sua autoridade profticaforando-o a entrar no ministrio. Toda pessoa precisacalcular o preo e entrar no treinamento do discipuladovoluntariamente. Percebe-se, pelo dilogo entre eles, queElias no ligava se Eliseu quisesse continuar a arar a terra.J que seria seu colaborador, Eliseu deveria aprender deforma voluntria (1 Rs 19.19-21). Eliseu pagou um alto preo para seguir a Elias. Com aperversa rainha Jezabel aterrorizando o reino de Israel, noera uma poca favorvel para algum se dispor a ser profetade Deus ou associar-se a um deles. Se fosse consultar carnee sangue, Eliseu seria aconselhado a permanecer atrs doarado, cuidando da lavoura, o que afinal era mais seguro elucrativo. 27. Eliseu, entretanto, estava ciente da tremenda riquezaespiritual a seu dispor, se gastasse tempo com o profeta deDeus. Assim, depois de quebrar o arado e matar os bois, seuganha-po numa demonstrao de entrega total , seguiua Elias (1 Rs 19.21). Para fazer o que? Servi-lo. Os quelideram, primeiro devem aprender a servir. Tambm verdade que quando treinamos indivduos temos de nosconscientizar de que devemos gastar horas com eles,conversando e associando-nos s atividades normais de seudia-a-dia. Este um dos motivos de no se poder escolher muitaspessoas de uma s vez. Voc ter de se desdobrar de muitasformas, e mesmo assim no poder dedicar tempo dequalidade a cada uma delas. Suas reservas emocionais solimitadas, e assim como as horas gastas em treinamento comcada um. Esse limite, claro, imposto pela sua prpriacapacidade espiritual e emocional. um grande erro tentarfazer muitas coisas rapidamente e com tantas pessoas. Ao estudarmos a forma associativa desses dois homens,descobrimos que Elias numa exigiu que Eliseu continuasseao seu lado, Ao contrrio, em trs ocasies, pediu que Eliseureavaliasse seu relacionamento com ele e o deixasse, seassim o desejasse. Eliseu soube escolher. Tanto em Gilgalquanto em Betel e Jeric, Eliseu teve a oportunidade dedesistir, mas decidiu permanecer ao lado de Elias (2 Rs2.1-6). Permanecer ao lado de Elias foi uma deciso irreversvel.Ele calculara o preo e decidira que aquele era seuministrio. Portanto, ao escolher alguns homens e associar-se a eles no ministrio, voc deve deix-los livres para queouam a Deus em vrias questes; deve saber dimensionar oenvolvimento que ter com eles e conscientizar-se de que osencontros entre vocs no devero servir para seu benefciopessoal, mas sim para o deles. Moiss e Josu ilustram bem esse ponto. Josu foi aresposta de Deus orao de Moiss, e uma das primeiras 28. coisas que Moiss fez foi honrar seu discpulo (Nm 27.15-20).Esse um ponto importante. Conversei com homens queconfessaram ter medo de treinar outros para a liderana,receosos de perderem a lealdade e o respeito do povo. Taislderes queriam ser o centro das atenes, sentiam o prazerao ver as pessoas totalmente dependentes deles. Moiss, noentanto, delegou sua autoridade a Josu. Percebe-se, nesse contexto, que Moiss se sentia seguroem Deus e alegrava-se por Josu poder ajud-lo a carregar ofardo de cuidar do povo. Nessa associao, Josu estava aolado de Moiss ajudando-o e se preparando para cuidar doministrio depois de sua partida. "Sucedeu, depois da mortede Moiss, servo do Senhor, que este falou a Josu, filho deNum, servidor de Moiss, dizendo: Moiss, meu servo, morto; dispe-te, agora, passa este Jordo, tu e todo estepovo, terra que eu dou aos filhos de Israel" (Js 1.1, 2). O Antigo Testamento fornece ampla evidncia de que otreinamento ministerial no era uma novidade nos dias deJesus. No momento de abordar seus discpulos com essaidia, estes sabiam o que isso significava e se regozijaramdiante da oportunidade que Jesus lhes oferecia. No tinhama menor idia de tudo o que lhes aconteceria, mas alegraram-se e sentiram-se honrados com o convite que lhes fora feito. Anos depois, quando a f crist se espalhou sob aliderana daqueles homens, o processo continuou. Pedro estava acompanhado de alguns homens quandofoi casa de Cornlio: "O Esprito me disse que no hesitasseem ir com eles. Estes seis irmos tambm foram comigo, eentramos na casa de um certo homem" (At 11.12). Mais tarde, o apstolo Paulo deu continuidade a esseministrio de treinamento de homens que com ele seassociaram. "Sendo acompanhado por Spatro, filho de Pirro,de Beria; Aristarco e Secundo, de Tessalnica; Gaio, deDerbe; e Timteo, alm de Tquico e Trfimo, da provncia dasia" (At 20.4). 29. Escrevendo pela ltima vez a Timteo, Paulo lembrou-odas coisas que com ele compartilhara: "Voc tem seguido deperto o meu ensino, a minha conduta, o meu propsito, aminha f, a minha pacincia, o meu amor, a minhaperseverana..." (2 Tm 3.10) O efeito do ministrio de formao de discpulos sobre oshomens poderoso, dramtico e transformador. quaseinacreditvel a transformao vista na vida dos dozeapstolos. certamente um dos maiores milagres dasEscrituras. V-los saindo das praias humildes da Galiliapara o centro sofisticado de Jerusalm, e mais, v-losdiscutirem no respeitvel sindrio de Jerusalm um dosmaiores milagres do discipulado que tiveram com Jesus. O Antigo Testamento registra um fenmeno semelhante.Davi acolheu ao seu lado um bando de homens perseguidos,descontentes e desanimados, tornando-se o chefe de todoseles. Depois de algum tempo, aqueles homens comearam aser transformados. Associando-se a Davi e servindo sob suasordens, tornaram-se os grandes heris daqueles dias. Daviconseguiu transmitir seu esprito de guerra e de vitriaqueles homens. Foram transformados em guerreiros hericos e bravos, eseus feitos entraram para a histria. A Bblia nos diz: "Soestes os principais valentes de Davi, que o apoiaramvalorosamente no seu reino, com todo o Israel, para ofazerem rei, segundo a palavra do Senhor, no tocante a essepovo" (1 Cr 11.10). O restante do captulo registra os feitosdesses homens fortes, valentes e corajosos. A transformaona vida desses homens foi tambm um milagre, poisagarraram-se a Davi e o fizeram rei de Israel. Todo pastor tem em sua congregao homens que someros espectadores do reino de Deus. No entanto, esseshomens, se receberem ajuda, estaro dispostos a se envolverde todo corao com o pastor no ministrio. Mas o pastorprecisa pagar um preo. Esses homens precisam de seussermes e de seus ensinamentos, mas o pastor ter tambm 30. de compartilhar sua vida com eles. E h um preo a ser pago.O apstolo Joo disse: "Nisto conhecemos o que o amor:Jesus Cristo deu a sua vida por ns, e devemos dar a nossavida por nossos irmos" (1 Jo 3.16). No vale a pena? Quais os resultados ou dividendosdesse tipo de ministrio? Jesus escolheu doze homens para que andassem comEle e fossem enviados a pregar. O treinamento dos doze tinhadois propsitos: primeiro, torn-los teis a Ele, ajudando-oem sua misso; segundo, que continuassem a obra depoisque Ele partisse. Eles seriam enviados a pregar ao alto escalo poltico ereligioso dos judeus, aos filsofos de Atenas, aos adoradoresde dolos, aos brbaros, aos soldados romanos a todosquantos quisessem ouvi-los. Jesus estava ciente de que otreinamento teria de muito profundo, pois aqueles homensenfrentariam toda sorte de oposio. Seriam apedrejados nasruas, violentamente surrados e lanados nas prises. Porisso a preparao era to vital. Um treinamento superficial euma entrega parcial no suportariam as provaes. Foramsalvos para salvar a outros, mas a estrada que iriampalmilhar era pedregosa e cheia de espinhos. O princpio da instruo Alm de fazer daqueles homens seus discpulos,levando-os a participar com Ele no dia-a-dia de seuministrio, Jesus dedicava tempo instruo dos doze. "Elelhes disse: "A vocs foi dado o mistrio do Reino de Deus,mas aos que esto fora tudo dito por parbolas" (Mc 4.11). Eles estavam cientes de seu compromisso. "Eu os estouenviando como ovelhas entre lobos. Portanto, sejam astutoscomo as serpentes e sem malcia como as pombas. Tenhamcuidado, pois os homens os entregaro aos tribunais e osaoitaro nas sinagogas deles. Por minha causa vocs sero 31. levados presena de governadores e reis como testemunhasa eles e aos gentios" (Mt 10.16-18). Jesus sabia que no seria assim to fcil. Ele ospreparou para enfrentai" oposio e rejeio. "E, se algumpovoado no os receber nem os ouvir, sacudam a poeira dosseus ps quando sarem de l, como testemunho contra eles"(Mc 6.11). bem melhor quando os homens sabem que no podementrar no treinamento do discipulado com a cabea nasnuvens. Quando Jesus escolheu a Paulo, deu, por intermdiode Ananias, um vislumbre do que o esperava no fim docaminho. Dizendo a Ananias o que teria de dizer a Paulo,assim Jesus se manifestou: "V! Este homem meuinstrumento escolhido para levar o meu nome perante osgentios e seus reis, e perante o povo de Israel. Mostrarei a eleo quanto deve sofrer pelo meu nome" (At 9.15,16). Quando treinar discpulos e trabalhadores em potencial,deixe-os enfrentar algumas das tribulaes e lutas que vocenfrentou ou enfrenta no ministrio. Fale das vezes em quevoc foi rejeitado e expulso de certos lugares. Conte-lhessobre o custo do discipulado. Dawson Trotman, fundador dos Navegadores,costumava nos levar a um lugar retirado, onde falava daslutas e vitrias de seu ministrio, sempre apontando paraDeus, que nos d a vitria. Suas lutas sempre terminavamcom grandes vitrias. O versculo que mais gostava decompartilhar conosco era: "Toda arma forjada contra ti noprosperar; toda lngua que ousar contra ti em juzo, tu acondenars; esta a herana dos servos do Senhor e o seudireito que de mim procede, diz o Senhor" Is 54.17). Jesus falou aos seus discpulos: "Vocs no meescolheram, mas eu os escolhi para irem e darem fruto, frutoque permanea, a fim de que o Pai lhes conceda o quepedirem em meu nome" (Jo 15.16). 32. Jesus treinava os seus discpulos no ardor da batalha.s vezes levava-os a algum lugar especial, mas o treinamentose dava no "campo". Participavam ativamente de seu ministrio. Jooguardava na memria a cena daqueles dias: "O que era desdeo princpio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos,o que contemplamos e as nossas mos apalparam istoproclamamos a respeito da Palavra da vida. A vida semanifestou; ns a vimos e dela testemunhamos, eproclamamos a vocs a vida eterna, que estava com o Pai enos foi manifestada" (1 Jo 1.1,2). Jesus estava disposio de seus homens. A Palavraeterna se tornou audvel, visvel e tangvel. Eles viviamprximos de Jesus. Foram escolhidos para estar com Ele,com o objetivo grandioso de serem preparados para oministrio. Era um treinamento direcionado, a fim de que ofruto deles fosse permanente. Ele no os escolheu para quevivessem reclusos, em comunho apenas entre eles, por issoo treinamento no foi num "mosteiro", mas onde a batalha setravava. Nesse sentido, cometi muitos erros. Tentei treinardiscpulos reunindo-os uma vez por semana num lugartranqilo, para conversar sobre a vida crist, ministrando-lhes algumas lies suplementares em seminrios ou emreunies especiais. No funcionou. Aqueles que estavam aomeu lado nos momentos de dificuldades e de lutas doministrio, no campo da batalha, onde se perde e se ganha,so hoje pessoas frutferas para Deus. Com alegria observoos frutos do ministrio delas. Concluindo, trs coisas so obrigatrias quele que quertreinar discpulos corajosos, fortes, leais e produtivos noministrio de Jesus Cristo: 1. Saber com clareza o que transmitir aos discpulos, entender o propsito de Deus e saber quais os ingredientes bsicos do discipulado. 33. 2. Ter uma viso ampla e completa do que espera desses homens. Conhecer os elementos fundamentais do carter cristo, e o tipo de pessoas que os discpulos devem ser. 3. Ter uma viso clara do que esses homens precisam aprender a fazer e um plano funcional no qual estejam envolvidos. Vimos neste captulo a maneira como Jesus trabalhoucom seus apstolos, e tivemos uma viso clara dessa prticano Antigo Testamento. Todos costumavam selecionarcuidadosamente seus seguidores; usavam o princpio deestar "com eles" o conceito de associao e exemplo, ejuntos separavam tempo para uma instruo slida, clara eeficaz. O que mais nos empolga que nenhuma dessas coisasest fora do alcance do crente comum. Todos ns podemospartilhar com algum o que aprendemos e podemos orar paraque nossa vida seja um exemplo de maturidade, ajudando aspessoas a crescer na devoo a Cristo, para que sejameficientes na causa do Mestre. 34. CAPTULO 3 FAZENDO DISCPULOS NA IGREJA PRIMITIVA Eles se dedicavam ao ensino dos apstolos e comunho, ao partir do po e s oraes (At 2.42). Meu pai era mestre-carpinteiro e construiu muitas casasna cidade onde nasci. Era um operrio altamente qualificadoe primava pelos detalhes. No entanto, no nasci com suashabilidades. J trabalhei numa equipe de carpinteiros, masnunca tive muito sucesso com a profisso. Na realidade, nosei como os construtores conseguem colocar em p aquelascasas de madeira. Fico admirado vendo os prdios seremedificados e pasmado com a ateno que se d s fundaes.Parece que a equipe de trabalhadores inoperante, poischega a gastar meses trabalhando na escavao do solo.Quanto maior o edifcio, mais tempo gastam trabalhando nafundao que suportar toda a estrutura. Cerca de dois mil anos atrs, Jesus comeou ummovimento que se espalharia pelos confins da Terra. SeuEvangelho deveria ser pregado ao mais humilde trabalhadore ao nobre palaciano. Deveria cobrir todo o mundo com asboas novas de salvao a todos os homens. O exemplo e o comissionamento de Jesus O ministrio de Jesus durou pouco mais de trs anos. Achave de trabalho foi o treinamento dos Doze, denominadosapstolos. Esse treinamento foi o fundamento de todo o seuministrio, e na maior parte do tempo Jesus esteveconcentrado nesses homens. Ele sabia que o sucesso de seutrabalho dependeria da dedicao, lealdade, coragem e f daspessoas que escolhera e treinara. 35. Esse aspecto causou forte impresso em minha vidalogo que me converti. Participei de uma conferncia em que,numa das mensagens, o preletor enfatizou a importnciadesses homens na vida de Jesus, e contou-nos uma histriaque mexeu com nossa imaginao. Falou do retorno de Jesusao cu sua ascenso e a empolgao dos anjos quandoo viram chegar. Como bom orador, ele retratou a cena. Contou-nos de um anjo que fez a Jesus a seguintepergunta, logo de sua chegada ao cu: "Que planos voc tempara dar continuidade ao trabalho que comeou na Terra?" Sem hesitar, Jesus respondeu: "Deixei a tarefa nas mosdos apstolos". Outro anjo perguntou: "E se eles fracassarem?" Semtitubear, Jesus respondeu: "No tenho plano alternativoalgum". O preletor fez questo de afirmar que era apenas umahistria, mas conseguiu nos comunicar sua mensagem. Ofuturo do cristianismo, na Terra cresceria ou diminuiria sobo ministrio desses homens. As ltimas palavras de Jesus aos seus discpulos foram:"Mas recebereis poder, ao descer sobre vs o Esprito Santo, esereis minhas testemunhas tanto em Jerusalm como emtoda a Judia e Samaria e at aos confins da terra" (At 1.8 -ARA). As palavras e sereis minhas testemunhas so a chavepara a propagao da misso de Jesus no livro de Atos. Aestratgia expansionista deveria comear por Jerusalm,depois Judia e Samaria, e finalmente at os confins daTerra. Que reao os apstolos tiveram a essecomissionamento? O que se passava na mente deles?Certamente imaginaram que a misso que Jesus tinha paraeles era, de fato, enorme. Era um vasto mundo, com gente eidiomas diferentes. Quem dentre eles saberia falar aos partose medos? Algum sabia falar o idioma da Mesopotmia e daCapadcia? 36. Se essa era a preocupao deles, estavam errados.Jesus sempre tinha um plano. Ele dissera aos seusdiscpulos: "No saiam de Jerusalm, mas esperem pelapromessa de meu Pai, da qual lhes falei. Pois Joo batizoucom gua, mas dentro de poucos dias vocs sero batizadoscom o Esprito Santo" (At 1.4, 5). O dia de Pentecostes A promessa da vinda do Esprito Santo cumpriu-se dezdias depois da ascenso de Jesus. Chegando o dia de Pentecoste, estavam todos reunidos num s lugar. De repente veio do cu um som, como de um vento muito forte, e encheu toda a casa na qual estavam assentados. E viram o que parecia lnguas de fogo, que se separaram e pousaram sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Esprito Santo e comearam a falar noutras lnguas, conforme o Esprito os capacitava (At 2.1-4). Durante a festa de Pentecostes como em outras festasjudaicas os judeus das naes prximas vinham paraJerusalm. Ficavam para a festa, alegravam-se com abondade e com as bnos de Deus e regressavam. Esta festano era diferente, mas nela aconteceu um elemento surpresa. Os apstolos, por terem sido cheios do Esprito Santo erecebido capacitao para falar em outras lnguas, estavamnas ruas de Jerusalm, pregando o Evangelho. Havia em Jerusalm judeus, tementes a Deus, vindos de todas as naes do mundo. Ouvindo-se o som, ajuntou-se unia multido que ficou perplexa, pois cada um os ouvia falar em sua prpria lngua. Atnitos e maravilhados, eles perguntavam: "Acaso no so galileus todos estes homens que esto falando? Ento, como os ouvimos, cada um de ns, em nossa prpria lngua materna? Partos, medos e elamitas; habitantes da Mesopotmia, Judia e Capadcia, 37. do Ponto e da provncia da sia, Erigia e Panflia, Egito e das partes da Lbia prximas a drene; visitantes vindos de Roma, tanto judeus como convertidos ao judasmo; cretenses e rabes. Ns os ouvimos declarar as maravilhas de Deus em nossa prpria lngua!" (At 2.5-11) O povo de Jerusalm ficou extasiado. Muitos delesestavam acostumados a participar das festas e nunca tinhamvisto uma coisa dessas. Para alguns, os apstolos estavambbados. Ouvindo essa acusao, Pedro se levantou e pregouo primeiro sermo registrado no livro de Atos. Em resposta queles acusadores, Pedro cita um textodas Escrituras. Um pescador galileu, sem muitoconhecimento de gramtica, levanta-se no centro deJerusalm, ergue a voz e enche as ruas com a mensagem doCristo ressurreto. Como lhe ocorreu responder aoszombadores usando um texto das Escrituras? A resposta bvia: havia andado com Jesus mais de trs anos e o ouviraresponder tantas vezes aos crticos. Vivera trs anos comAquele que freqentemente citava as Escrituras. Pedroaprendera muito bem sua lio e agora citava um texto doprofeta Joel (2.28-32). Pedro foi logo ao centro da questo a mensagem doEvangelho: Israelitas, ouam estas palavras: Jesus de Nazar foi aprovado por Deus diante de vocs por meio de milagres, maravilhas e sinais que Deus fez entre vocs por intermdio dele, como vocs mesmos sabem. Este homem lhes foi entregue por propsito determinado e pr-conhecimento de Deus; e vocs, com a ajuda de homens perversos, o mataram, pregando-o na cruz. Mas Deus o ressuscitou dos mortos, rompendo os laos da morte, porque era impossvel que a morte o retivesse (At 2.22-24). Pregou uma mensagem sobre o Cristo crucificado eressuscitado, luz das Escrituras, comprovando o que dizia. 38. Os resultados foram tremendos. "Quando ouviram isso,ficaram aflitos em seu corao, e perguntaram a Pedro e aosoutros apstolos: Irmos, que faremos?" (At 2.37) O teste de uma mensagem no se boa ou ruim, masse Deus a usa. A bno de Deus est nela? Aqui Deusabenoou tremendamente, pois trs mil pessoasresponderam ao Evangelho (At 2.41). A seguir vem uma das declaraes mais interessantesdas Escrituras: "Eles (os convertidos) se dedicavam ao ensinodos apstolos e comunho, ao partir do po e s oraes"(At 2.42). O que fascina nessa passagem o que no estregistrado. O que aconteceu entre os versculos 41 e 42? Oque fizeram os apstolos para manter esse povo em singelacomunho? Voc j tentou realizar uma reunio com novosconvertidos, depois de uma campanha evangelstica ou dealguma reunio especial? Quantos compareceram? Provavelmente poucos. Mas os apstolos, depois detreinados por Jesus, tiveram grande sucesso. Como isso foipossvel? O ministrio do acompanhamento Os apstolos viram-se, de repente, com trs mil novosconvertidos diante deles. O que essa gente pretendia fazer?Possivelmente o que sempre fizeram participar da festa evoltar para suas casas, espalhadas por todo o mundo. Mas osapstolos tinham outros planos. Qual era seu comissionamento? Conseguir convertidos?No. Sua misso (e a nossa) era fazer discpulos (Mt 28.19).Jesus deixara isso bem claro, e eles o ouviram falar dediscipulado muitas vezes, conheciam o padro de exignciade Jesus e o que Ele esperava de seus seguidores. 39. Os padres de Jesus Se vocs permanecerem em mim, e as minhas palavras permanecerem em vocs, pediro o que quiserem, e lhes ser concedido. Meu Pai glorificado pelo fato de vocs darem muito fruto; e assim sero meus discpulos (Jo 15.7, 8). Disse Jesus aos judeus que haviam crido nele: "Se vocs permanecerem firmes na minha palavra, verdadeiramente sero meus discpulos. E conhecero a verdade, e a verdade os libertarei" (Jo 8.31, 32). Um novo mandamento lhes dou: Amem-se uns aos outros. Como eu os amei, vocs devem amar-se uns aos outros. Com isso todos sabero que vocs so meus discpulos, se vocs se amarem uns aos outros (Jo 13.34, 35). Se algum vem a mim e ama o seu pai, sua me, sua mulher, seus filhos, seus irmos e irms, e at sua prpria vida mais do que a mim, no pode ser meu discpulo. E aquele que no carrega sua cruz e no me segue no pode ser meu discpulo (Lc 14.26, 27). Da mesma forma, qualquer de vocs que no renunciar a tudo que possui no pode ser meu discpulo (Lc 14.33). Os planos de Jesus O que os apstolos deveriam fazer com os novosconvertidos? Esperar at que esses trs mil novos crentesque visitavam Jerusalm voltassem para suas cidades? Creioque no. Num dos encontros de Jesus com os discpulos, depoisde haver ressuscitado, Ele fez a Pedro algumas perguntasdiretas. 40. Depois de comerem, Jesus perguntou a Simo Pedro: "Simo, filho de Joo, voc me ama mais do que estes?" Disse ele: "Sim, Senhor, tu sabes que gosto muito de ti". Disse Jesus: "Cuide dos meus cordeiros". Novamente Jesus disse: "Simo, filho de Joo, voc realmente me ama?" Ele respondeu: "Sim, Senhor, tu sabes que gosto muito de ti". Disse Jesus: "Pastoreie as minhas ovelhas". Pela terceira vez, ele lhe disse: "Simo, filho de Joo, voc me ama?" Pedro ficou magoado por Jesus lhe ter perguntado pela terceira vez "Voc me ama?" e lhe disse: "Senhor, tu sabes todas as coisas e sabes que gosto muito de ti". Disse-lhe Jesus: "Cuide das minhas ovelhas" (Jo 21.15-17 - parfrase). A primeira coisa que Jesus pediu a Pedro foi quealimentasse suas ovelhas e cordeiros. Portanto, ali estavamtrs mil novos cordeiros, recm-nascidos para o reino deDeus, e a ordem de Jesus para que fossem alimentados ediscipulados. A atividade dos apstolos Com o objetivo de prover alimentao e hospedagem aos queprecisavam ser alimentados e discipulados os que originalmenteno pretendiam ficar em Jerusalm por muito tempo , osapstolos decidiram tomar algumas decises urgentes.Criaram condies para que os novos convertidos ficassem erecebessem o treinamento ps-converso, e fossem ajudadosem suas necessidades. Os que criam mantinham-se unidos e tinham tudo em comum. Vendendo suas propriedades e bens, distribuam a cada um conforme a sua necessidade. Todos os dias, continuavam a reunir-se no ptio do templo. Partiam o po em suas casas, e juntos participavam das refeies, com alegria e sinceridade de corao, louvando a Deus e tendo a simpatia de todo o povo. E o Senhor lhes acrescentava diariamente os que iam sendo salvos (At 2.44-47). 41. Nos registros seguintes do livro de Atos esses novosconvertidos no so muito visveis, mas devem ter sido comocrianas numa famlia, observando tudo, ouvindoatentamente, e depois a tudo imitando. O nmero delescomeou a crescer, e numa outra ocasio mais cinco milforam acrescentados (At 5.14). Exemplos para os novos convertidos medida que milhares eram trazidos para o reino, o queacontecia com os novos convertidos? Viam os apstolossendo surrados, ameaados e lanados nas prises por causado testemunho de Cristo (At 4.17; 5.18, 40). Observavamcomo os apstolos pregavam o Evangelho em todas asoportunidades (At 3.14, 15; 4.10, 33; 5.30, 31). Estavam presentes quando os apstolos reagiram comalegria diante da perseguio que lhes foi imposta. "E eles seretiraram do Sindrio regozijando-se por terem sidoconsiderados dignos de sofrer afrontas por esse Nome" (At5.41 - ARA). Ouviam atentamente os apstolos ensinarem aPalavra de Deus: "Todos os dias, no templo e de casa emcasa, no deixavam de ensinar e proclamar que Jesus oCristo" (At 5.42). Qual o efeito de todas essas coisas na vida dessesdiscpulos em fase de crescimento? Que lies aprenderam?As respostas parecem bvias, medida que os vemos agindocomo discpulos e obreiros no corpo de Cristo. O treinamentodos apstolos foi bem assimilado. Eram como gravadores defita cassete, gravando tudo o que ouviam. Logo estariamlevando a mensagem a todas as partes do mundo. A hora do teste E ento chegou o momento de serem provados. Depoisda morte de Estvo, uma tremenda perseguio sobreveio a 42. toda a igreja. "Naquela ocasio desencadeou-se grandeperseguio contra a igreja em Jerusalm. Todos, exceto osapstolos, foram dispersos pelas regies da Judia e deSamaria" (At 8.1). bom observar que esse acontecimento o passoseguinte para o cumprimento da grande comisso dada emAtos 1.8. Todos foram dispersos, menos os apstolos. Por queno foram dispersos? Por haverem recebido apoio religioso deGamaliel que declarara: "Deixem esses homens em paz esoltem-nos. Se o propsito ou atividade deles for de origemhumana, fracassar; se proceder de Deus, vocs no serocapazes de impedi-los, pois se acharo lutando contra Deus"(At 5.38,39). Os lderes religiosos concordaram com ele, no entantono havia proteo para os crentes comuns, por isso fugiram,mas no em disparada correria. "Entrementes, os que foramdispersos iam por toda parte pregando a palavra" (At 8.4 -ARA). Por que fizeram isso? Por que saram por toda partepregando a palavra? Por haverem se convertido numaatmosfera de testemunho e percebido que era a coisa maisnatural que poderiam fazer. Era como entendiam ocristianismo. Aprenderam e viram o testemunho de seuslderes, por isso agiram dessa forma. Precisamos levar esse ponto a srio se quisermos fazerdiscpulos nos dias de hoje. Se quisermos uma certa atitudena vida das pessoas com as quais estamos trabalhando,temos de levar em conta o poder do exemplo pessoal. Essesnovos crentes apenas seguiram o exemplo de seus lderes. O ministrio de Filipe O Esprito de Deus, ento, nos leva a olhar para umdesses homens, um dicono. "Indo Filipe para uma cidade deSamaria, ali lhes anunciava o Cristo" (At 8.5). Iremos 43. encontr-lo pregando o nome de Cristo naquela regio, e"houve grande alegria naquela cidade" (At 8.8). Mais tarde, encontramos Filipe testemunhando a umhomem que viajava numa carruagem. "Ento Filipe,comeando com aquela passagem da Escritura, anunciou-lheas boas novas de Jesus" (At 8.35). Filipe seguiu o exemplodos apstolos. Tornou-se uma testemunha efetiva do nomede Jesus. O treinamento que tivera levou-o a ser um obreiroresponsvel. Outros ministrios Algumas pessoas que estavam em Jerusalm no dia dePentecostes eram de Cirene (At 2.10), receberam o Evangelhoe foram treinadas pelos apstolos. Depois que foramdispersas por causa da perseguio, reaparecem pregandoem outro lugar. Os que tinham sido dispersos por causa da perseguio desencadeada com a morte de Estvo chegaram at a Fencia, Chipre e Antioquia, anunciando a mensagem apenas aos judeus. Alguns deles, todavia, cipriotas e cinereus foram a Antioquia e comearam a falar tambm aos gregos contando-lhes as boas novas a respeito do Senhor Jesus. A mo do Senhor estava com eles, e muitos creram e se converteram ao Senhor (At 11.19-21). Vemos que os que foram dispersos pregavam o SenhorJesus, tinham um poderoso testemunho e a mo do Senhorestava com eles. A mensagem era bem simples: pregavam aCristo, e muitos creram. O interesse contnuo dos apstolos Outro fato precisa ser observado no treinamento dessesdiscpulos. Foram dispersos, mas os apstolos no os 44. abandonaram, pelo contrrio acompanharam aquelesdiscpulos com orao e cuidados: Notcias desse fato chegaram aos ouvidos da igreja em Jerusalm, e eles enviaram Barnab a Antioquia. Este, ali chegando e vendo a graa de Deus, ficou alegre e os animou a permanecerem fiis ao Senhor, de todo o corao. Ele era um homem bom, cheio do Esprito Santo e de f; e muitas pessoas foram acrescentadas ao Senhor (At 11.22-24). Um importante princpio para o treinamento emergedesse texto. Essas pessoas moravam longe de Jerusalm,mas no foram esquecidas. Quando ficou evidente queprecisavam de ajuda ministerial, os apstolos trataram decuidar de suas necessidades. Resumo da aplicao Agora que j vimos o ministrio dos apstolos depois daascenso de Jesus e o subseqente trabalho dos discpulospor eles treinados, podemos verificar que muito do quefizeram pode ser aplicado s nossas vidas e ministrios.Alguns pastores me perguntam: "Voc cr que essetreinamento de discipulado funciona na igreja de hoje?" Minha resposta sempre a mesma: funcionou na igrejade Jerusalm e tambm na igreja de Antioquia. Essa prticateve incio na igreja do Novo Testamento, cresceu e fez asigrejas prosperarem. No h por imaginar que no funcionariana igreja de hoje. A Grande Comisso a mesma. A mensagem doEvangelho tambm Ns ministramos no poder do mesmoEsprito Santo. Temos a mesma Palavra de Deus e apromessa que Jesus deixou aos seus discpulos: "Eu estareisempre com vocs, at o fim dos tempos" (Mt 28.20). 45. Ento, qual o problema em nossos dias? Por que novemos essa prtica na Igreja? Por que so to raros osdiscpulos produtivos, dedicados e maduros? A razoprincipal que dependemos de programas e materiais, ou deoutros mtodos, para fazermos a obra. O ministrio deve continuar atravs de pessoas, no deprogramas. Deve ser levado adiante por algum, no porcoisas. Discpulos no so produzidos em massa nem emsrie. No podemos "jogar" a pessoa dentro de um programae esperar que ela saia como discipulado no fim da linha demontagem. Fazer um discpulo demanda tempo. Precisamosdedicar-lhe ateno espiritual e nos envolvermos com ele.Passar horas orando por ele. Precisamos pacincia eentendimento para ensin-lo a buscar por si mesmo ariqueza da Palavra de Deus; pacincia at que se alimentesozinho e saiba buscar no Esprito Santo o poder para viver. Acima de tudo, precisamos ser exemplo de vida paracada um, o que tambm leva tempo. O exemplo deixado por Paulo Fazer discpulos exige tempo e trabalho, mas osresultados so permanentes. O apstolo Paulo um exemplode como esse trabalho demorado e do alto custo disseministrio. Ele acabara de sair numa viagem missionria, e Deus oabenoara grandemente. Muitos se converteram ao Senhor.Milhares ouviram o evangelho. Ele quase perdera a vida, masnaquela viagem, depois de ser apedrejado e deixado comomorto, retornou aos mesmos lugares onde enfrentara tantaoposio, Fortalecendo os discpulos e encorajando-os apermanecer na f" (At 14.22). Depois de sua viagem missionria, Paulo retornou paraAntioquia. Algum tempo depois, preocupado com o estadoespiritual dos irmos, ele convidou Barnab, e ele propsuma nova viagem: "Voltemos para visitar os irmos em todas 46. as cidades onde pregamos a palavra do Senhor, para vercomo esto indo" (At 15.36). Sempre falamos dessa viagemcomo a segunda viagem missionria de Paulo, mas narealidade essa foi a primeira viagem de discipulado intensivoque ele fez. "Passou, ento, pela Sria e pela Cilcia,fortalecendo as igrejas" (At 15.41). Depois de uma viagem longa e difcil, retornou aAntioquia. O Esprito de Deus falou-lhe ao corao, e elepartiu em nova misso. "Depois de passar algum tempo emAntioquia, Paulo partiu dali e viajou por toda a regio daGalcia e da Frgia, fortalecendo todos os discpulos" (At18.23). Claro que isso exigiu dele tempo e energia, mas oapstolo Paulo era um formador de vidas. Numa carta escrita anos depois, Paulo expe esse tipode ministrio. Falando de Jesus, disse: Ns o proclamamos, advertindo e ensinando a cada um com toda a sabedoria, para que apresentemos todo homem perfeito em Cristo. Para isso eu me esforo, lutando conforme a sua fora, que atua poderosamente em mim (Cl 1.28, 29). Veja cuidadosamente. Ele trabalhava e lutava com todasas foras que Deus lhe dava. O que fazia Paulo? Conduziapessoas a Cristo e as levava maturidade. O processo eradifcil e exigia dele muita energia. Certa ocasio, falandoqueles que trabalhavam na causa de Cristo, disse: "Por isso,vigiem! Lembre-se de que durante trs anos jamais cessei deadvertir cada um de vocs disso, noite e dia, com lgrimas"(At 20.31). E fazia o mesmo com os irmos de Tessalnica: Pois vocs sabem que tratamos cada um como um pai trata seus filhos, exortando, consolando e dando testemunho, 47. para que vocs vivam de maneira digna de Deus, que os chamou para o seu Reino e glria (1 Ts 2.11,12). Assim, terminamos de ver, de forma concisa, oministrio levado a efeito pelos apstolos escolhidos porJesus. Eles exerciam seu ministrio sendo aoitados, levadospara as prises, sob ameaas, em meio a terremotos,naufrgios, compl de mortes, milagres e a muitas outrascoisas, subindo e descendo as montanhas e navegando pelomundo mediterrneo. O Diabo tentou de tudo para faz-los desistir, masagentaram firmes! A ordem foi bem clara: "Vo e faamdiscpulos" (Mt 28.19), e foi exatamente isso que fizeram.Mostraram firmeza, dedicao, estabilidade e abundaram naobra do Senhor. 48. CAPTULO 4 PESSOAS AJUDAM PESSOAS Busquei entre eles um homem que tapasse o muro e se colocasse na brecha perante mim, a favor desta terra, para que eu no a destrusse; mas a ningum achei (Ez 22.30). Em qualquer congregao encontramos todo tipo deinteressados na obra do Senhor. Alguns no passam demeros espectadores; gente que vem apenas para olhar eouvir. Esto ali por vrias razes: por hbito senso de devercumprido, presso dos amigos, contatos comerciais, ouapenas para fazer amigos. Alguns so crentes, levados pelamultido, outros descrentes, mas todos esto no culto daigreja. Ao lado desses, existem os participantes, pessoas que sedispem a fazer alguma coisa na igreja; em alguns casos,fazem o melhor que podem. Ajudam na escola dominical,recepcionam as pessoas no culto ou ajudam em outrosdepartamentos da congregao. Alguns at ensinam naescola dominical ou se envolvem em vrios servios eatividades. Esses ajudantes so a espinha dorsal da igreja; sem elesela no existiria. Por isso, quando falamos em discipulado naigreja, no podemos negligenciar essas pessoas nem aatividade que exercem. A igreja deve oferecer os mais diversostipos de atividades, dando a cada um a sensao de sentir-seem casa. A escola dominical precisa continuar a funcionarcom classes para todas as idades, e a igreja deve promoveratividades nas quais as pessoas se sintam bem. Mesmoassim, essas pessoas esto ali desde o comeo, fazendo amesma coisa. Elas no podem ser ajudadas por coisas; tmde ser ajudadas por algum. 49. Numa de nossas mudanas, adquirimos uma casa queno tinha jardim; a frente e os fundos eram de terra batida.Um amigo nosso comprou as leivas de grama, e o vizinho aolado fez o mesmo, comprando-as da mesma empresa.Quando colocadas, o jardim ficou lindssimo, tanto que aempresa usou nossos dois gramados como comercial emsuas vendas. Nosso vizinho decidiu irrigar seu gramado com umsistema subterrneo, que foi instalado antes de a grama sercolocada. Eu comprei uma mangueira e a entreguei paraminha esposa, Virgnia. Assim, uma loira aguava o meujardim, enquanto meu vizinho apenas ligava e desligava oscontroles do sistema de irrigao. Depois de quatro anos, o gramado de meu vizinho voltouao que era antes terra cheia de ervas daninhas. Nossagrama continuava esplendorosamente verde. Qual era adiferena? O cuidado pessoal. Sempre que uma parte dogramado amarelava, Virgnia dava especial ateno irrigando-o parte. O sistema automtico no permitia que se desseateno ao gramado, depois que alguns regadoresenferrujaram ou entupiram com terra, certas partes dojardim no recebiam gua alguma. Logo, a grama secou eficou destruda, enquanto do nosso lado tudo era verde. No se pode deixar um jardim merc de um sistema deirrigao, num clima to seco como o nosso, esperando quetudo fique verde. Cada leiva de grama precisa de cuidadosespeciais. Isto tambm verdadeiro com respeito s pessoas.Cada um de ns tem necessidades especiais que s podemser preenchidas por outras pessoas. Nenhum sistema ouprograma, mesmo que funcione maravilhosamente, atenders necessidades humanas. Por sermos indivduos, temosnecessidades individuais que podem ser supridas apenas porpessoas. Existe o perigo de no reconhecermos que alguns noesto preparados, ou no querem o treinamento dodiscipulado. Alguns pastores, ao descobrirem o ministrio 50. efetivo do discipulado, no af de iniciarem uma nova vida naigreja, dispensam alguns elementos ou os levam a imaginarque so pessoas do segundo escalo no reino de Deus.Outros so muito apressados e admitem no grupo dediscipulado pessoas desqualificadas, quando as demandasso muito grandes, e nem todos conseguem a mesmaperformance no grupo. Algumas pessoas no conseguematingir um bom desempenho e saem feridas no processo.Para que haja sucesso eficaz, a igreja deve adaptar-se dediversas maneiras, a fim de atender s necessidades dos noconvertidos, dos novos crentes, dos crentes mornos e dosmais comprometidos. Para que algum se envolva no ministrio do discipuladoe para se torne um discpulo, trs coisas so necessrias logono comeo. A motivao do discipulado e o envolvimento das pessoas O primeiro passo, quando se quer comear um grupo dediscipulado, a motivao. As pessoas devem ser motivadasem duas direes: interna e externa. A motivao interna aque leva as pessoas a se comprometerem com o Senhor JesusCristo; a externa a que as leva a testemunhar por JesusCristo. Todo esse processo deve ser executado debaixo demuita orao e reflexo, da mesma maneira que um novoprdio precisa ser bem planejado antes de ser edificado. Nossa igreja sabia da necessidade de se expandir a reaeducacional, e isso foi comunicado aos irmos em todas asclasses da escola dominical. Devido ao crescimento, tivemosde remanejar algumas classes, e a minha foi uma delas.Nossa classe de adultos tinha espao de sobra, por issotrocamos de sala com outro grupo. No entanto, isso foitratado com meses de antecedncia, de sorte que quandochegou o dia da mudana, todos sabiam o que fazer. 51. A princpio, sentimo-nos um tanto deslocados na novasala, mas com o tempo nos acostumamos. Afinal, paga-se umpreo pelo progresso. A escola dominical crescia, e Deusestava nos abenoando. Depois ficamos sabendo que havia se formado umacomisso para estudar a construo de novas salas. Levandoem conta as possibilidades e alternativas, foi mencionado quea nova edificao ocuparia o espao das salas existentes. Atroca de idias durou meses, e de vez em quando tnhamosum relatrio da comisso de construo pondo-nos a par dasdecises. Durante todo o processo, a congregao ficou cienteda necessidade de novos prdios. A igreja continuava a crescer, a situao ficava cada vezmais difcil, e a necessidade de expanso, urgente.Finalmente veio a deciso: vamos construir! Alguns membrosachavam que no era preciso, mas a maioria tinha certeza deque este era o caminho. Fizemos um jantar, e quandolevantamos as ofertas, todos os recursos surgiram. Naquelanoite conseguimos todo o dinheiro! As pessoas tm umcorao bondoso. Agora, o que teria acontecido se, de repente, sem queningum soubesse, sem planejamento ou dilogo, duranteum culto da igreja o pastor fizesse um apelo pedindo que osirmos se comprometessem a dar ofertas para a construo?Seramos pegos de surpresa com a novidade, e alguns, quecostumam resistir a tudo que repentino ou sem consultaprvia, logo se oporiam. Se a igreja no fosse preparada, opovo no responderia positivamente. Se um pastor quiser comear um trabalho dediscipulado em sua igreja, deve planejar e discutir comalguma antecedncia. O certo faz-lo lentamente, sempressa, e no com um monte de gente ao mesmo tempo. Osespectadores esto l e alguns querem continuar assim. Motivar as pessoas ao discipulado pode ser um projetoempolgante. Voc poder notar, no tempo certo, os quedemonstram interesse no discipulado: So aqueles que 52. sabem que precisam gastar tempo com a Palavra de Deus,estudando-a, memorizando-a e estabelecendo um tempodirio de orao. (A forma para incutir isso na vida de seusdiscpulos est no captulo 5). Comunho com o Senhor Depois de observar se as pessoas de sua igreja tminteresse no discipulado, voc pode comear uma outracampanha, desta vez usando o tema da comunho com oSenhor como partida. Voc deve ter como alvo o surgimento de um grupo forte,formado por pessoas que demonstrem profundo interesse noestudo da Palavra de Deus e na vida de orao; pessoas emque a vida de Cristo flui com seu poder redentor e contagiamtodos ao seu redor. Isso s ser possvel depois de secertificar de que os membros de sua igreja no dependemmais de seu sermo dominical para serem alimentados, masque conseguem alimentar-se atravs do estudo dirio daPalavra de Deus. Certa vez, viajei com minha famlia de Fort Lauderdaleat Tampa, na Flrida, e fiquei impressionado com o nmerode fazendas onde os laranjais desaparecem de vista,curvados com o peso das frutas. Paramos para dormir num hotel no condado de Orange.Pela manh, no restaurante do hotel, pedi suco de laranja eovos. A garonete voltou instantes depois, se desculpando:"Lamento, mas nossa mquina de espremer laranjasquebrou". A princpio perdi a fala. Sabia que estvamos cercadospor milhares de ps de laranja e que havia laranjas nacozinha (colocaram fatias de laranjas na decorao do pratoque trouxeram), mas no tinham como fazer suco de laranjapara o meu caf da manh. 53. Refleti sobre o caso. Qual era o problema? No haviasuco de laranja? Estvamos em meio a milhes de litros desuco de laranja que no haviam sido processados. Oproblema que a garonete se tornara dependente doespremedor de frutas. Agora que estava quebrado, ela nosabia como preparar um copo de suco! isso que acontece com alguns crentes: tm Bblias portodos os cantos da casa, mas, se o pastor no puder pregarno culto dominical, voltam para casa sem alimento espiritual.No conseguem alimentar suas almas. Se ningum selevantar, abrir as Escrituras e lhes trouxer uma mensagemda Palavra de Deus, regressam famintos! O problema no que a despensa do cu esteja vazia, eno haja alimento espiritual; o problema que os crentes,por si s no sabem encontrar alimento. So como bebs,cercados por latas e vidros cheios de alimento carnes,frutas e vegetais , mas que morrem de fome se ningumlhes oferecer a comida. Jesus, depois de ressuscitar, pediu a Pedro quealimentasse seus cordeiros e ovelhas, deixando implcita aidia de que deveria conduzir o rebanho para queencontrasse alimento. Quando uma pessoa vem a Cristo,necessita de que algum a ajude a encontrar alimento, masna congregao pessoas que nunca aprenderam a buscar oseu prprio alimento nas Escrituras. Nossa responsabilidade principal, como crentes, sermos capazes de manter uma dieta saudvel e diria, emcomunho com o Senhor Jesus e a sua Palavra, levandooutros irmos a fazerem o mesmo. Testemunhando de Cristo Treinar os irmos para que sejam eficazes notestemunho cristo um dos aspectos mais gratificantes datarefa do discipulado. E no h como testemunhar se nogastarmos tempo em comunho com o Senhor Jesus Cristo. 54. Dois princpios devem ser ensinados aos crentes: primeiro,que Deus opera, e segundo, Ele usa as pessoas. Deus quem faz a obra. As pessoas devem saber queDeus quem opera; esse o primeiro princpio dotestemunho. Por no ter sido inventado por homens, nodeve ser realizado na fora humana. Se analisarmos a grande mensagem que Pedro pregouno dia de Pentecostes (Atos 2), o que veremos? Ousadia.Vibramos com as palavras e com a coragem de Pedro naproclamao do Evangelho de Jesus Cristo. Sentiramosorgulho dele, e diramos: "Que homem!" Ento perceberamoso que o escritor inspirado declarou daqueles dias: "E oSenhor lhes acrescentava diariamente os que iam sendosalvos" (At 2.47). No era Pedro, era Deus! Se qualquer coisa de alto valor espiritual acontece nestemundo porque Deus permitiu. isso o que vemos tanto noAntigo como no Novo Testamento. Vejamos a vida de Davi e de seus valentes guerreiros.Um deles era Eleazar, filho de Dod. Ele foi um dos quelutaram contra os filisteus depois que os israelitas fugiram, elutou to poderosamente que a espada grudou-lhe na mo.Admiramos a coragem e o vigor desse valente guerreiro deDeus. "Naquele dia, o Senhor efetuou grande livramento" (2Sm 23.10). O Senhor? Pensvamos que fosse Eleazar, mas oescritor afirma ter sido Deus. Sam, filho de Ag, foi outro valente de Davi, que lutouvitoriosamente contra os filisteus depois de todo o povo deIsrael ter fugido. A declarao da vitria vem nas seguintespalavras: "E o Senhor efetuou grande livramento" (2 Sm23.12). Deus foi quem concedeu a vitria pelas mos deSam. Se algum quiser produzir frutos e testemunhar comousadia de Jesus, deve observar o que acabo de dizer.Quando um discpulo entende esse princpio, perde o medo e 55. o nervosismo de testemunhar s pessoas, porque aprende adepositar sua confiana em Deus, e no em si mesmo. Deusopera atravs de nossas vidas. Deus usa pessoas. O segundo princpio dotestemunho que Deus usa as pessoas. Homens e mulheresescolhidos por Deus so meios que Ele usa para aproclamao das boas novas. Um exemplo poderoso e dramtico desse princpio aconverso de Cornlio, um centurio romano temente aDeus, homem de boas obras e de orao. Uma tarde, numaviso, um anjo apareceu a ele, dando-lhe algumasinstrues: "Suas oraes e esmolas subiram como ofertamemorial diante de Deus. Agora, mande alguns homens aJope para trazerem um certo Simo, tambm conhecidocomo Pedro, que est hospedado na casa de Simo, ocurtidor de couro, que fica perto do mar" (At 10.4-6). Sempre que estudamos esse acontecimento, nosdeparamos com uma indagao. Por que o anjo no disseapenas: "Cr no Senhor Jesus e sers salvo, tu e tua casa"?(At 16.31 - ARA) Por que o anjo no disse: "Arrependam-se, ecada um de vocs seja batizado..." (At 2.38)? Afinal, Cornlioestava humildemente ajoelhado, dava ofertas, era honesto etinha devoo a Deus. Por que o anjo no lhe pregoudiretamente a mensagem do Evangelho, ao invs de deixarinformaes detalhadas num mapa complicado? E se ele seesquecesse do nome da cidade, ou da pessoa com quemPedro estava? A razo de o anjo no explicar a Cornlio a mensagemdo Evangelho simples: Deus no usa a anjos comotestemunhas do Evangelho, e sim pessoas. Imagine o que Deus poderia ter feito para que as boasnovas de Jesus chegassem a este mundo perturbado. Elepoderia fazer com que as estrelas no cu ficassem de talforma que o texto de Joo 3.16 seria escrito em todas as 56. lnguas e visto por todos. Poderia colocar em rbita um anjocom um megafone, proclamando a mensagem de Cristo emtodos os idiomas. Mas escolheu pessoas. As pessoas so as verdadeiras testemunhas de JesusCristo, e isso se deve ao fato de manterem comunho comEle. Jesus falou aos seus discpulos: "Permaneam em mim, e eu permanecerei em vocs. Nenhum ramo pode dar fruto por si mesmo, se no permanecer na videira. Vocs tambm no podem dar fruto, se no permanecerem em mim. Eu sou a videira; vocs so os ramos" (Jo 15.4, 5). Dar frutos resulta permanecermos em Cristo, por issonossa comunho com Ele deve estar em primeiro lugar;testemunhar no andar sobrecarregado, mas transbordar. Cristo, por nosso intermdio, ministrando aos outros.Paulo disse: "No me atrevo a falar de nada, exceto daquiloque Cristo realizou por meu intermdio em palavra e em ao,a fim de levar os gentios a obedecerem a Deus" (Rm 15.18 Grifo do autor). Era Cristo, por intermdio de Paulo, agindoem outras pessoas. A importncia do testemunho ensinada em muitaspassagens das Escrituras. As ltimas palavras de Jesus aseus discpulos no Monte das Oliveiras foram: "E sereisminhas testemunhas" (At 1.8 -ARA). Anos depois, escrevendo igreja de Roma, Paulo disseque fora "chamado para ser apstolo, separado para oevangelho de Deus". (Rm 1.1). Foi de acordo com essaperspectiva que viveu toda sua vida separado para pregaro Evangelho. Desde quando Paulo comeou a pensar dessa maneira?Em seu testemunho diante do rei Agripa, ele mencionoualgumas das palavras que Jesus lhe falou no caminho de 57. Damasco. Jesus lhe disse: "Agora, levante-se, fique em p.Eu lhe apareci para constitu-lo servo e testemunha do quevoc viu a meu respeito e do que lhe mostrarei" (At 26.16). Vale observar que as ltimas palavras de Cristo aoscrentes e apstolos, no Monte das Oliveiras, e as primeiraspalavras ditas a Paulo, na estrada de Damasco, tm a vercom testemunho. Isso o que Deus tem no corao paratodos os redimidos por seu Filho. Deus salvou a Paulo com ofim de us-lo na grande tarefa de levar o Evangelho a todosos povos. Ele foi salvo a fim de testemunhar. a evangelizao que manter vivo seu programa dediscipulado Sem isso o propsito de Deus no se realizar. Opovo de Deus no um balde onde as riquezas de Cristo sodepositadas, mas canal de bnos, para levar Cristo snaes. O testemunho deve estar acompanhado por uma vida deorao, reflexo e planejamento, e os mais capacitados paraevangelizar, certamente, sero os seus discpulos. Asoportunidades so ilimitadas; as necessidades, enormes.Discpulos comprometidos, em perfeita comunho com oSenhor, so os que mais vantagem tm, sempre que aoportunidade surgir. Costumo fazer a seguinte pergunta aos pastores: "O quevoc prefere: ter em sua congregao cem pessoascomprometidas noventa por cento, ou dez cem por centocomprometidas?" A resposta a essa pergunta determinar afilosofia do seu ministrio e estabelecer quanta energia vocdeve dedicar a um grupo de trabalhadores espiritualmentequalificados para o reino. As pessoas, hoje, esto muito interessadas no que aBblia diz, e muitas gostariam de viver uma vida de maiorcomunho com Cristo e sua Palavra. Muitas almejam sermais efetivas na orao. Sonham em se tornar valentesguerreiros de Deus imbatveis na f, cheios do Esprito eprofundos em sua devoo a Cristo. 58. Esses irmos enchem as livrarias em busca das ltimasnovidades em publicaes crists; freqentam seminriosevanglicos, institutos bblicos e conferncias em quepregadores famosos pregam a Palavra de Deus. A resposta,no entanto, para aqueles que esto buscando uma realidadeespiritual mais profunda, pode ser encontrada no programade discipulado slido, sem alardes, de qualquer igreja local.Esse o desafio proposto a essa gerao! *** Este e-book foi digitalizado pela equipe do Semeadores da Palavra e-books evanglicos. Se no encontrou essa informao na 2 pgina, ento voc o baixou de um site desonesto, que no respeita o trabalho dos outros, e retirou os crditos. Venha se abastecer de literatura evanglica diretamente da fonte: www.semeadores.net/blog Frum (para pedidos e trocas de idias): www.semeadoresdapalavra.top-forum.net Mas o livro ainda no acabou. Continue na pgina seguinte! *** 59. CAPTULO 5 O PROCESSO NA FORMAO DE DISCPULOS Portanto, assim como vocs receberam Cristo Jesus, o Senhor, continuem a viver nele, enraizados e edificados nele, firmados na f, como foram ensinados, transbordando de gratido (Cl 2.6, 7). Imagine uma fbrica de calados de sua cidade. Odiretor investiu enormes somas em dinheiro e contratoumuitos empregados para fabricar os calados mais luxuososdo pas. Ele gasta com pagamento dos funcionrios, nacompra de mquinas e de couro da melhor qualidade. Afbrica est a pleno vapor, com centenas de funcionrioscorrendo de um lado para outro. As mquinas cortam,costuram e colam a plena capacidade. Certo dia, o presidente pergunta ao diretor: "Quantospares de calados fabricamos at agora?" "Nenhum", responde o diretor. "Nenhum!", exclama o presidente. "H quanto tempovoc est operando as mquinas?" "H dois anos". Dois anos e nenhum par de sapato pronto?"Exatamente", diz o diretor. "Ainda no fabricamos nenhumpar de sapatos, mas estamos bastante ocupados. Quaseesgotados de tanto ar. Nenhum de ns tem folga, todostrabalhamos ativamente." O diagrama dessa fbrica que no produz nenhum parde sapatos poderia ser assim: 60. O que o proprietrio deveria fazer num caso assim? Terum enfarte? Zangar-se? Despedir os funcionrios? Descobrironde est problema? Poderia fazer tod