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A ASTROLOGIA NAS GRANDES CIVILIZAÇÕES “A Astrologia constitui, desde alguns milênios, um dos bens espirituais comuns a toda a humanidade; sua literatura pode ser qualificada de mundial; representa provavelmente o único campo onde o Oriente e o Ocidente, os cristãos, os muçulmanos e os budistas se compreendem sem dificuldade.” Franz Boll

A astrologia nas grandes civilizações

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A ASTROLOGIA NAS GRANDES CIVILIZAÇÕES

“A Astrologia constitui, desde alguns milênios, um dos bens espirituais comuns a toda a humanidade; sua literatura pode ser qualificada de mundial; representa provavelmente o único campo onde o Oriente e o Ocidente, os cristãos, os muçulmanos e os budistas se compreendem sem dificuldade.” Franz Boll

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Astrologia Mesopotâmica Assíria, Babilônia e Caldéia

Os caldeus olhavam a Astrologia sob o ponto de vista das constelações e das estrelas

Fixas porque era a coisa mais estável que tinham para comparar e para localizar os corpos celestes ao longo da eclíptica . Apesar disso conheciam os planetas até Saturno, e os chamavam de intérpretes entre o céu e os homens. Nesse sistema, os signos nos céus eram vistos como pistas para as intenções dos deuses. Nosso familiar zodíaco de 12 constelações foi projetado na Mesopotâmia, o zodíaco original era composto por 18 signos. A Astrologia tornou-se importante para o plantio, cultivo e colheita, foi a 1ª astrologia, chamada de agricultural ou natural em que o Sol e a Lua eram visados. As raças nômades dos vaqueiros, davam ênfase à Lua, por causa do período de vida animal, para acoplamento e procriação. As raças agrícolas davam ênfase ao Sol, em vista dos ciclos de vegetação: o Sol era o doador de vida.

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Astrologia para os reis Para os povos antigos a Astrologia centrava-se no estado e na comunidade, onde o rei era o centro de todas as coisas. Sabe-se de previsões feitas para o rei Sargão I da Babilônia, em 2350 AC. O horóscopo mais antigo feito para uma pessoa, data de 20/04/409 AC. A Astrologia só foi se individualizar, e a se interessar pelo estudo do homem, a partir da tomada de Alexandria e o homem só passou a ser considerado como microcosmo da Idade Média em diante, antes era o Estado.

Sargão I e seu astrólogo

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Sacerdotes caldeus criam a Astrologia Em todas as civilizações mesopotâmicas, encontraríamos no clero, uma categoria de padres: a dos adivinhos, que cultivaram aquilo que viria a ser a Astrologia: a arte divinatória baseada num conhecimento preciso dos movimentos dos astros na abóbada celeste em relação com os episódios da vida humana. Os grande templos comportavam uma torre chamada Ziggourat pelos babilônios, com 7 andares coloridos, simbolizava as regiões sucessivas que unem a Terra ao Céu. No cimo dessas torres, os adivinhos observavam o movimento dos astros no céu, tinham uma mestria matemática e sabiam calcular as datas dos eclipses. Deve-se a eles as divisões do calendário no Ocidente, ainda usadas: dias, meses, horas. Da regularidade do Sol e dos outros astros, esses Astrólogos extraíram uma crença num determinismo universal, regendo indivíduos e coletividades.

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Astrologia Chinesa

Conhece-se a partir de 2000 aC. Os chineses foram uma das poucas culturas a desenvolver um sistema complexo de Astrologia inteiramente independente das influências mesopotâmicas (ponto inicial para a Astrologia ocidental e para a hindu). A Lua é um dos fatores principais na Astrologia Chinesa. Os signos chineses são anuais dos 12 animais. Eles agrupam as estrelas em constelações bem diferentes. Muito das complexidades da tradição caíram de moda mesmo entre os astrólogos chineses, depois da Idade Dourada da Astrologia chinesa clássica. O animal do ano da pessoa mora no coração dela e a pessoa tinha que cumprir este papel na vida. O signo chinês tem vida própria. Conta-se que Buda, ao morrer, chamou os animais para se despedir deles. Somente 12 compareceram e esses animais representam os 12 anos na Astrologia chinesa.

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Astrologia Grega

Cláudio Ptolomeu Aristarco de Samos Hiparco

Um sacerdote caldeu chamado Beroso transferiu-se para a Grécia onde relatou a história de sua terra numa obra chamada Babiloníaca, aí falando da Astrologia. Fundou na ilha de Cós, por volta de 640 aC., uma escola onde a ensinava. Aristóteles falou dos 4 elementos: fogo, terra, água e ar, associados aos comportamentos das pessoas. Aristarco de Samos disse que a Terra girava em torno do Sol, a teoria do heliocentrismo, depois defendida por Copérnico, mas também já conhecida dos hindus e egípcios. Hiparco descobriu a Precessão dos equinócios, o que origina as eras. Ptolomeu, por volta de 150 DC., é figura muito importante na Astrologia, pois a codificou em sua obra Tetrabiblos. Portanto o que hoje se sabe das bases principais da Astrologia foi o que Ptolomeu apresentou. Na Grécia pela primeira vez, foi determinado o grau do Signo Ascendente, ao qual chamou-se Horóscopo “observo aquele que surge”. O 1o horóscopo com hora tem data de 70 AC. Na Grécia começou a comercialização da Astrologia, onde apareceram também os primeiros charlatães. É grande a identificação da Astrologia com a Mitologia grega, como nos 12 trabalhos de Hércules.

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Astrologia em RomaAtingiu grande popularidade, ao ponto dos romanos não atravessarem a rua sem consultarem os astros. Os astrólogos foram chamados primeiro de matemáticos, depois de caldeus. Proliferaram também os charlatães. O Imperador Augusto mandou cunhar moedas com o seu signo. Agripina, mãe de Nero, pediu a Trasilus que fizesse o horóscopo de seu filho. Trasilus disse-lhe que Nero reinaria, mas que a mataria. O imperador Tibério conhecia a Astrologia e estudava o mapa das personagens importantes para descobrir quem é que poderia suceder-lhe, mandando-as matar em seguida. Tibério Augusto e a moeda Trasilus

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Astrologia Egípcia

Em Dendera, encontra-se uma das mais antigas representações do zodíaco, pintada no teto do Templo de Hathor. Na tumbas de Ramsés VI, Faraó que reinou durante a vigésima dinastia (1200-1085AC), aparece um notável mapa estelar na forma de um homem sentado. Nesse mapa teria sido possível ler as culminações das estrelas a cada hora da noite, ao longo do ano inteiro. Em tempos muito antigos os egípcios praticavam uma forma mística de astrologia que dependia do foco religioso e econômico da sua civilização: o Nilo. As cheias que traziam fertilidade a uma região estéril eram ativadas por uma combinação do Sol e de Sírius. Deram muita importância aos decanatos, a divisão dos signos em 3 partes. Grande Importância de Hermes Trimegisto, a quem se atribui o livro Kaibalion, onde estão os 7 princípios do universo e da Astrologia, os mais conhecidos são: Correspondência: assim em cima com embaixo; Polaridade: princípios masculino e feminino; Causa e efeito: toda causa transforma-se num efeito. Os egípcios adotaram direta e indiscriminadamente a Astrologia mesopotâmica, foi somente mais tarde, depois que a

cultura helenística foi imposta sobre a terra do Nilo, que os egípcios contribuíram para a astrologia.

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A Astrologia entre os Árabes

Muito da sobrevivência da Ciência e da filosofia clássicas se deve ao fato de terem sido preservadas e usadas pelas avançadas culturas árabes no norte da África e Mediterrâneo oriental, a partir do século VIII. Os estudos astronômicos árabes Tiveram uma grande orientação astrológica. Eles definiram uma forma nova, ainda que dúbia de astrologia prática, para ser usada para todo tipo de adivinhação na Vida cotidiana. Sua Astrologia usava símbolos de armas cortantes e se especializaram em previsões. Albumazar, 805-865, de Bagdá, foi o maior dos astrólogos árabes, disse que o mundo começou num alinhamento de planetas em Áries e que acabaria num alinhamento em Peixes. Ele escreveu que “assim como os movimentos dessas estrelas errantes (os 7 planetas) nunca se interrompem, as gerações e alterações de coisas terrenas nunca têm um fim. Apenas pela observação dos movimentos planetários podemos compreender as inúmeras diversidades de mudança neste mundo.” O Introductorium de Albumansur foi um dos primeiros livros a aparecer, traduzido na Espanha e na Europa, no início da Idade Média. E se comprovaria altamente influente no reflorescimento da Astrologia e da Astronomia.•