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A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NO PAIF Mirelly de Lima Ferreira 1 , Milena Pereira de Melo 2 , Adriana Cruz de Oliveira Nunes³, Juliana Teixeira Moreira 4 Orientadora: Ms. Fabyane Kássia Scofield da Cunha ¹ ² ³ 4 Faculdade São Lourenço - UNISEPE / Rua Madame Schimidt, 90 – Bairro Federal – São Lourenço/MG Resumo- Atualmente, diversas famílias encontram-se em situações de risco, devido às vulnerabilidades que estas apresentam. Com o objetivo de proteger a família, que é a base da sociedade, segundo a Constituição Federal, o Estado proporciona políticas públicas, que serão executadas pelos profissionais do SUAS. No âmbito social, essas políticas são operacionalizadas pelo Assistente Social, que através das ferramentas do SUAS buscarão atender tais demandas. Palavras-chave: Famílias, PAIF, Assistente Social, Vulnerabilidade Social. INTRODUÇÃO Um dos eixos estruturantes da Política Nacional de Assistência Social (PNAS) é a ''matricialidade sociofamiliar'', ou seja, as ações do Assistente Social devem voltar-se para a família. Pensando no atendimento às famílias, criou-se, em 2001 um projeto piloto, o Programa Núcleo de Apoio à Família (NAF), em 2003 criou-se o Plano Nacional de Atendimento Integral às Famílias (PAIF), porém, com a criação da PNAS em 2004 esse plano foi aprimorado transformando-se em Programa. Atualmente, o PAIF tornou-se uma ação continuada, sendo um serviço oferecido, obrigatoriamente nos CRAS (Centro de Referência de Assistência Social). Segundo a Tipificação Nacional de serviços socioassistenciais “O Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família – PAIF consiste no trabalho social com famílias, de caráter continuado, com a finalidade de fortalecer a função protetiva das famílias, prevenir a ruptura de seus vínculos, promover seu acesso e usufruto de direitos e contribuir na melhoria de sua qualidade de vida. Prevê o desenvolvimento de potencialidades e aquisições das famílias e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, por meio de ações de caráter preventivo, protetivo e proativo.’’ Trataremos, neste trabalho, sobre a atuação do assistente social junto as famílias no PAIF. A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NO PAIF O Assistente Social é um profissional crítico capaz de intervir na realidade social. Tem como objetivo combater as várias expressões da questão social. Esse profissional é apto para trabalhar em diversas áreas, porém ‘’suas ações devem possuir centralidade na família para concepção e implementação dos benefícios, serviços, programas e projetos. '' (PNAS, 2004). Para se alcançar tais objetivos, através do CRAS, o assistente social possui como ferramenta o PAIF, que possibilita uma intervenção, que vise a proteção, promoção e prevenção das famílias, atendendo suas demandas e fortalecendo seus vínculos. O trabalho social realizado no PAIF com as famílias deve ser pautado na ética profissional, através do conhecimento teórico-metodológico e técnico-operativo, com a finalidade de garantir seus direitos e contribuir para uma boa convivência familiar. As famílias a serem atendidas prioritariamente pelo serviço devem encontrar-se em situações de vulnerabilidade social e que se enquadrem no perfil para participação de outros programas, como por exemplo, o de transferência de renda (Bolsa Família). Todos os usuários devem estar inscritos no CADÚNICO (Cadastro Único). Ao trabalhar com as famílias o assistente social precisa adquirir uma postura diferenciada frente a essa demanda, buscando conhecer a totalidade da realidade e uma transformação da mesma, adquirindo como princípio, segundo a NOBRH SUAS, a desburocratização da relação, a privacidade do usuário, o sigilo profissional, entre outros, com o objetivo de garantir um atendimento mais próximo dos usuários e uma relação de confiança, para que o real problema seja identificado. No primeiro momento, o profissional deve realizar a acolhida, onde ocorre o primeiro contato com o usuário, que possibilita o conhecimento da realidade onde ele está inserido. Deve-se manter um diálogo aberto e uma escuta qualificada. A partir desse conhecimento, o profissional traçará planos a cerca de quais serão as próximas ações a serem tomadas, podendo inseri-lo em oficinas com famílias, ações comunitárias, ações particularizadas ou encaminhamentos de acordo com suas necessidades. FONTE: Orientações técnicas sobre o PAIF, vol. 2. 2012. O Assistente Social deverá acompanhar as famílias atendidas, não apenas buscar uma ação imediata, mas ações que modifiquem realmente a situação em que elas vivem, buscando amenizar as raízes das vulnerabilidades encontradas, impedindo que estas se alastrem causando rompimentos dos vínculos. Esse acompanhamento deve ter como objetivo potencializar as famílias, tornando-as protagonistas de suas histórias. Sendo assim, é necessário que o profissional tenha em mente que cada família atendida possui sua particularidade e sua própria organização e que suas ações devem ser pautadas no seu projeto ético político, buscando práticas que não sejam baseadas no senso comum e carregadas de preconceitos. É necessária a formação de um profissional crítico, que não aja segundo princípios assistencialistas e clientelistas, mas que reconheça suas ações como frutos de políticas públicas pautadas em leis. As ações realizadas devem ser planejadas, buscando mudanças efetivas na realidade, prevenindo ações improvisadas e sem direção, que podem acarretar uma prática focalizada e assistencialista. CONCLUSÃO As ações do Assistente Social em torno da família são de total importância para a sociedade, que muitas vezes necessita de uma política que fortaleça seus vínculos e proporcione oportunidades para que sua função seja executada de maneira plena. Quando esse trabalho não é executado de uma maneira eficaz, as famílias podem continuar em vulnerabilidade e seus vínculos podem ser rompidos. A atuação do Assistente Social é de suma importância no trabalho com as famílias, pois ele é um profissional que possui, através de sua formação, um acervo de informações capazes de auxiliar o usuário a romper com a realidade vulnerável em que ele se encontra. REFERÊNCIAS BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988. BRASIL. Ministério de Desenvolvimento Social e Combate á fome. Política Nacional de Assistência Social – PNAS. Brasília, 2004. BRASIL. Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à fome. Tipificação de Serviços Socioassistenciais. Brasília, DF. 2009. BRASIL. Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à fome. Orientações técnicas sobre o PAIF. Vol. 2. 1ª Ed. Brasília, DF. 2012. BRASIL. Ministério de Desenvolvimento Social e Combate á fome. Norma Operacional Básica da Assistência Social – NOB-RH/SUAS. Brasília, 2005. Figura 1- Ações do PAIF FONTE: Orientações técnicas sobre o PAIF, vol. 2. 2012.

A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NO PAIF - Vestibular (4).pdf · família, que é a base da sociedade, ... ''matricialidade sociofamiliar'', ou seja, as ações do Assistente Social

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Page 1: A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NO PAIF - Vestibular (4).pdf · família, que é a base da sociedade, ... ''matricialidade sociofamiliar'', ou seja, as ações do Assistente Social

A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NO PAIF Mirelly de Lima Ferreira 1, Milena Pereira de Melo 2, Adriana Cruz de Oliveira Nunes³, Juliana Teixeira Moreira 4

Orientadora: Ms. Fabyane Kássia Scofield da Cunha

¹ ² ³ 4 Faculdade São Lourenço - UNISEPE / Rua Madame Schimidt, 90 – Bairro Federal – São Lourenço/MG

Resumo- Atualmente, diversas famílias encontram-se em situações de risco, devido às vulnerabilidades que estas apresentam. Com o objetivo de proteger afamília, que é a base da sociedade, segundo a Constituição Federal, o Estado proporciona políticas públicas, que serão executadas pelos profissionais do SUAS.No âmbito social, essas políticas são operacionalizadas pelo Assistente Social, que através das ferramentas do SUAS buscarão atender tais demandas.

Palavras-chave: Famílias, PAIF, Assistente Social, Vulnerabilidade Social.

INTRODUÇÃO

Um dos eixos estruturantes da Política Nacional de Assistência Social (PNAS) é a''matricialidade sociofamiliar'', ou seja, as ações do Assistente Social devem voltar-separa a família.

Pensando no atendimento às famílias, criou-se, em 2001 um projeto piloto, oPrograma Núcleo de Apoio à Família (NAF), em 2003 criou-se o Plano Nacional deAtendimento Integral às Famílias (PAIF), porém, com a criação da PNAS em 2004esse plano foi aprimorado transformando-se em Programa.

Atualmente, o PAIF tornou-se uma ação continuada, sendo um serviço oferecido,obrigatoriamente nos CRAS (Centro de Referência de Assistência Social). Segundo aTipificação Nacional de serviços socioassistenciais “O Serviço de Proteção eAtendimento Integral à Família – PAIF consiste no trabalho social com famílias, decaráter continuado, com a finalidade de fortalecer a função protetiva das famílias,prevenir a ruptura de seus vínculos, promover seu acesso e usufruto de direitos econtribuir na melhoria de sua qualidade de vida. Prevê o desenvolvimento depotencialidades e aquisições das famílias e o fortalecimento de vínculos familiares ecomunitários, por meio de ações de caráter preventivo, protetivo e proativo.’’

Trataremos, neste trabalho, sobre a atuação do assistente social junto as famíliasno PAIF.

A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NO PAIF

O Assistente Social é um profissional crítico capaz de intervir na realidade social.Tem como objetivo combater as várias expressões da questão social.

Esse profissional é apto para trabalhar em diversas áreas, porém ‘’suas açõesdevem possuir centralidade na família para concepção e implementação dosbenefícios, serviços, programas e projetos. '' (PNAS, 2004).

Para se alcançar tais objetivos, através do CRAS, o assistente social possui comoferramenta o PAIF, que possibilita uma intervenção, que vise a proteção, promoção eprevenção das famílias, atendendo suas demandas e fortalecendo seus vínculos.

O trabalho social realizado no PAIF com as famílias deve ser pautado na éticaprofissional, através do conhecimento teórico-metodológico e técnico-operativo, coma finalidade de garantir seus direitos e contribuir para uma boa convivência familiar.

As famílias a serem atendidas prioritariamente pelo serviço devem encontrar-se emsituações de vulnerabilidade social e que se enquadrem no perfil para participação deoutros programas, como por exemplo, o de transferência de renda (Bolsa Família).Todos os usuários devem estar inscritos no CADÚNICO (Cadastro Único).

Ao trabalhar com as famílias o assistente social precisa adquirir uma posturadiferenciada frente a essa demanda, buscando conhecer a totalidade da realidade euma transformação da mesma, adquirindo como princípio, segundo a NOBRH SUAS,a desburocratização da relação, a privacidade do usuário, o sigilo profissional, entreoutros, com o objetivo de garantir um atendimento mais próximo dos usuários e umarelação de confiança, para que o real problema seja identificado.

No primeiro momento, o profissional deve realizar a acolhida, onde ocorre oprimeiro contato com o usuário, que possibilita o conhecimento da realidade onde eleestá inserido. Deve-se manter um diálogo aberto e uma escuta qualificada.

A partir desse conhecimento, o profissional traçará planos a cerca de quais serãoas próximas ações a serem tomadas, podendo inseri-lo em oficinas com famílias,ações comunitárias, ações particularizadas ou encaminhamentos de acordo com suasnecessidades.

FONTE: Orientações técnicas sobre o PAIF, vol. 2. 2012.

O Assistente Social deverá acompanhar as famílias atendidas, nãoapenas buscar uma ação imediata, mas ações que modifiquem realmentea situação em que elas vivem, buscando amenizar as raízes dasvulnerabilidades encontradas, impedindo que estas se alastrem causandorompimentos dos vínculos.

Esse acompanhamento deve ter como objetivo potencializar asfamílias, tornando-as protagonistas de suas histórias.

Sendo assim, é necessário que o profissional tenha em mente que cadafamília atendida possui sua particularidade e sua própria organização eque suas ações devem ser pautadas no seu projeto ético político,buscando práticas que não sejam baseadas no senso comum ecarregadas de preconceitos.

É necessária a formação de um profissional crítico, que não ajasegundo princípios assistencialistas e clientelistas, mas que reconheçasuas ações como frutos de políticas públicas pautadas em leis.

As ações realizadas devem ser planejadas, buscando mudançasefetivas na realidade, prevenindo ações improvisadas e sem direção, quepodem acarretar uma prática focalizada e assistencialista.

CONCLUSÃO

As ações do Assistente Social em torno da família são de totalimportância para a sociedade, que muitas vezes necessita de uma políticaque fortaleça seus vínculos e proporcione oportunidades para que suafunção seja executada de maneira plena.

Quando esse trabalho não é executado de uma maneira eficaz, asfamílias podem continuar em vulnerabilidade e seus vínculos podem serrompidos.

A atuação do Assistente Social é de suma importância no trabalho comas famílias, pois ele é um profissional que possui, através de suaformação, um acervo de informações capazes de auxiliar o usuário aromper com a realidade vulnerável em que ele se encontra.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa doBrasil. Brasília, DF: Senado, 1988.

BRASIL. Ministério de Desenvolvimento Social e Combate á fome. PolíticaNacional de Assistência Social – PNAS. Brasília, 2004.

BRASIL. Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à fome.Tipificação de Serviços Socioassistenciais. Brasília, DF. 2009.

BRASIL. Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à fome.Orientações técnicas sobre o PAIF. Vol. 2. 1ª Ed. Brasília, DF. 2012.

BRASIL. Ministério de Desenvolvimento Social e Combate á fome. NormaOperacional Básica da Assistência Social – NOB-RH/SUAS. Brasília,2005.

Figura 1- A ções do PAIFFONTE: Orienta ções t écnicas sobre o PAIF, vol. 2. 2012.