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A BACIA ARAÍBA DO SUL - LIVRO D BACIA DO RIO P · bacia do rio Paraíba do Sul localiza-se na Região Sudeste entre os Estados de São Paulo (13.900km²), Minas Gerais (20.700km²)

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    1 Apresentação

    2 Breve Histórico

    3 Características Principais da Bacia

    4 Ocupação e Uso do SoloCobertura Vegetal e Uso Atual do Solo

    Unidades de Conservação

    Vulnerabilidade Ambiental - Potencial e

    Impactos da Erosão

    5 Recursos HídricosHidrografia

    Disponibilidade Hídrica

    Usos e Demandas Hídricas

    6 Saneamento AmbientalAbastecimento de Água

    Esgotamento Sanitário

    Resíduos Sólidos Urbanos

    Resíduos Sólidos Industriais

    Drenagem Urbana

    Sumário

    7 Qualidade da ÁguaDiagnóstico

    Simulação

    8 Enquadramento das ÁguasLegislação Federal

    Legislação do Estado de São Paulo

    Legislação do Estado de Minas Gerais

    Legislação do Estado do Rio de Janeiro

    9 Programa de InvestimentosRio de Janeiro

    Minas Gerais

    São Paulo

    10 Projeto Inicial

    11 Organização da GestãoCEIVAP

    Outros Organismos da Bacia

    Agência Nacional de Águas

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    A importância política e econômica da bacia do rio Paraíba do Sul no contexto nacional

    vem exigindo ações do Governo e a mobilização de diversos setores da sociedade para a

    recuperação dessa bacia que, em decorrência da poluição, dentre outros fatores, tem registrado

    acelerado processo de degradação dos seus recursos hídricos.

    Estudos recentemente realizados, mencionados neste documento, não deixam dúvidas

    de que os altos índices de contaminação das águas do Paraíba do Sul, em função de seu uso

    predatório e descontrolado, fruto, em grande parte do descaso ou desconhecimento de seus

    usuários - ao mesmo tempo, seus maiores beneficiários - clamam por ações reparadoras

    capazes de reverter esse processo e assegurar à atual e às futuras gerações a necessária

    disponibilidade de água, em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos.

    Ações dessa natureza hoje só logram êxito se emanadas de eficiente sistema de gestão dos

    recursos hídricos, estruturado consoante a Lei Federal 9.433/97, que estabelece em seus

    fundamentos o princípio de que a água é um recurso natural limitado, dotado de valor

    econômico, e de que a unidade territorial para a gestão dos recursos hídricos é a bacia hidrográfica.

    Este documento pretende expor, em síntese, o conhecimento acumulado e sistematizado

    sobre os fatores relacionados à conservação e recuperação dos recursos hídricos na bacia do rio

    Paraíba do Sul, como também apresentar os esforços até hoje envidados naquela bacia com

    ênfase nos projetos mais recentemente executados.

    1 . Apresentação

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    Mapa de Localização daBacia do Paraíba do Sul

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    A primeira iniciativa governamental de alcance interestadual voltada para a gestão dos recursoshídricos da bacia do rio Paraíba do Sul, foi a criação do Comitê Executivo de Estudos Integradosda Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (CEEIVAP), no final da década de 1970. O CEEIVAPfoi responsável pela execução de vários estudos, os Projetos Gerenciais, que propunham aimplementação de ações multissetoriais destinadas à recuperação e ao gerenciamento da bacia.

    Apesar de contar com amparo legal, com base na Portaria Interministerial n.º 90, promulgadaconjuntamente pelos Ministérios das Minas e Energia e do Interior em 1978, o CEEIVAP tinhafunção eminentemente consultiva, cuja finalidade era "sugerir, às autoridades federais e estaduais,medidas para a efetiva recuperação e proteção dos recursos naturais, objetivando harmonizar odesenvolvimento econômico, que aí ocorre, com as necessidades de preservação do ambiente,mormente dos recursos hídricos, indispensáveis à população e às atividades aí desenvolvidas".

    Embora tenha sido importante a contribuição do CEEIVAP naidentificação e proposição de ações para a recuperação da bacia, não houve

    suficiente apoio político para, de fato,implementar as medidas propostas.

    Em 1992, em decorrência da experiênciabem-sucedida da bacia do rio Doce, teve inícioa Cooperação França-Brasil para a bacia do rioParaíba do Sul. Essa Cooperação, ao longo desete anos, realizou amplo trabalho deatualização, aquisição e sistematização de dados

    relacionados aos recursos hídricos da bacia, sobretudo relativos à qualidadeda água e à atividade industrial.

    Em 22 de março de 1996, pelo Decreto n.º 1.842 o Presidente da Repúblicainstituiu o novo Comitê para Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíbado Sul (CEIVAP), instalado em 18 de dezembro de 1997. Esse foi oprimeiro passo para a efetiva implantação de um novo modelo de gestão nabacia, fortalecido mediante a aprovação da Lei 9.433/97, que instituiu aPolítica Nacional de Recursos Hídricos e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de RecursosHídricos, e das leis estaduais de recursos hídricos dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro eMinas Gerais, as quais ainda se encontram em fase de regulamentação.

    Antes disso, porém, em junho de 1996, o Governo Federal celebrou convênios com osEstados do Rio de Janeiro e São Paulo, visando à elaboração de programas de investimentos paraa recuperação ambiental da bacia no âmbito do Projeto Qualidade das Águas e Controle daPoluição Hídrica (PQA) da então Secretaria de Política Urbana do Ministério do Planejamento e

    2 . BreveHistórico

    1-Piscicultura em Paraibuna (SP)2-Aqüicultura na Região Serrana3-Olericultura na Região Serrana4-Reservatório da tomada d’águade Leopoldina (MG)

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    Viveiro de mudas,Paraibuna (SP)

    Orçamento (SEPURB/MPO). O Estado de Minas Gerais, à época da celebração desses instrumentos, passava poruma reestruturação institucional e não pôde assinar o convênio.

    No entanto, o Programa de Investimentos referente ao trecho mineiro da bacia foi elaborado posteriormente comoparte do Projeto Preparatório para o Gerenciamento dos Recursos Hídricos do Paraíba do Sul. Os estudos resultantesdesses convênios começaram em janeiro de 1997 e foram concluídos em março de 1999.

    O conjunto dos investimentos previstos no PQApara os três Estados, a serem implementados numperíodo de 20 anos, foi estimado em R$ 3,0 bilhões. Noentanto, os estudos realizados demonstram que,mediante um eficiente sistema de gestão e se a cobrançapelo uso da água for introduzida na bacia, já a partir doquarto ano da cobrança os recursos gerados serão capazesde garantir a totalidade dos investimentos previstos.

    Após a conclusão do PQA, a Secretaria de RecursosHídricos do Ministério do Meio Ambiente (SRH/MMA),intermediada pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC)do Ministério das Relações Exteriores, e o BancoInternacional para Reconstrução e Desenvolvimento(Banco Mundial), em articulação com os três Estados e oCEIVAP, decidiram executar, com recursos de um Grantdo Governo japonês, o Projeto Preparatório para oGerenciamento dos Recursos Hídricos do Paraíba do Sul.

    O Projeto Preparatório - executado pelo Laboratóriode Hidrologia da Coordenação dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia da Universidade Federal doRio de Janeiro (COPPE/UFRJ) - foi coordenado pela SRH/MMA e administrado pela Organização das NaçõesUnidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Contou com o estreito acompanhamento do CEIVAP, pormeio de suas câmaras técnicas e seu Escritório Técnico. Seu objetivo central consistiu em elaborar o Projeto Inicial,visando à implantação da gestão dos recursos hídricos na bacia mediante a execução de parte das intervençõespropostas no PQA, envolvendo investimentos da ordem de US$ 40 milhões. Metade desse valor seria provenientede financiamento pelo Banco Mundial.

    Recentemente, com a instalação da Agência Nacional de Águas (ANA), esse processo adquiriu nova dinâmica, comdestaque para a implantação da cobrança dos recursos hídricos, aprovada pelo CEIVAP para ter início a partir do anode 2002, a criação de sua Agência de Bacias, que deverá ocorrer ainda em 2001, e o lançamento do Programa Nacionalde Despoluição de Bacias Hidrográficas, que será implantado prioritariamente na bacia do rio Paraíba do Sul.

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    Com uma área de drenagem de cerca de 55.500km², abacia do rio Paraíba do Sul localiza-se na Região Sudesteentre os Estados de São Paulo (13.900km²), Minas Gerais(20.700km²) e Rio de Janeiro (20.900km²), conforme mostrao mapa político-administrativo da bacia na página seguinte.

    A bacia do Paraíba do Sul drena uma das regiões maisdesenvolvidas do país, abrangendo parte do Estado deSão Paulo, na região conhecida como Vale do ParaíbaPaulista, parte do Estado de Minas Gerais, denominadaZona da Mata Mineira, e metade do Estado do Rio deJaneiro. Em toda essa extensão há atualmente 180municípios, 36 dos quais estão parcialmente inseridos nabacia, distribuídos como mostra o mapa político -administrativo da bacia.

    A população total da bacia, segundo a contagem doIBGE de 1996, é de 5.246.066 habitantes, 87% dos quaisvivem nas áreas urbanas. A tendência de concentraçãopopulacional nas áreas urbanas, como pode ser observadona tabela, segue o mesmo padrão de outras regiõesbrasileiras e é um dos fatores responsáveis pelo aumentoda poluição hídrica na bacia.

    Os estudos demográficos elaborados nos projetos doPQA e no Projeto Preparatório sobre as cidades paulistas,mineiras e fluminenses da bacia do Paraíba do Sulapresentam as seguintes projeções populacionais:

    3 . Características Principais da Bacia

    Vista parcial da cidade de Barra do Piraí (RJ),banhada pelo Paraíba do Sul

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    Até meados do século XVIII, a agricultura e a pecuária concentravam-se na faixa litorânea doterritório brasileiro, onde a monocultura da cana-de-açúcar e as pastagens substituíam as árvores e osanimais da Mata Atlântica. A maior parte da bacia do Paraíba do Sul era coberta de florestas.

    A extensão e a forte declividade da Serra do Mar constituíram, por muito tempo, importanteobstáculo à expansão da economia colonial nas terras da bacia e em boa parte das regiões Sul e Sudeste.

    Nas últimas décadas do século XVIII, teve início a segunda grande monocultura agrícola deexportação do país - o café - expandindo-se, a partir dos núcleos de apoio das rotas de exploração deminérios do interior, entre o Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.

    Tal como a cana-de-açúcar, a cafeicultura desenvolveu-se sob um "tripé colonial": monocultura,latifúndio e trabalho escravo - onde o cuidado com o que hoje se chama capacidade de uso das terrasera absolutamente inexistente. Em pouco tempo, as lavouras de café expandiram-se pelas terras doVale do Paraíba, destruindo, "a ferro e fogo", suas matas naturais.

    O modo inadequado de cultivo do café, em linhas ao longo das encostas em uma região de relevopredominantemente acidentado, levou a cafeicultura rapidamente à decadência, reduzindo a extensão ea importância econômica do café em menos de um século de exploração. Enquanto avançava adecadência da cafeicultura, a pecuária se desenvolvia, substituindo a agricultura como atividade econômicaprincipal, até meados do século XX, quando o país entra na era industrial, transformando a região deuma condição de economia e população essencialmente rurais para uma condição predominantementeurbana, em menos de três décadas.

    4 . Ocupação e Uso do Solo

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    1-Viveiro de mudas, Paraibuna (SP)2-Área de reflorestamento com eucalipto,Sta. Maria Madalena (RJ)3-Área de reflorestamento com pupunha,Sta. Maria Madalena (RJ)

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    As florestas naturais, que ocupavam a maior parte da bacia antes da expansão da cafeicultura, estãohoje reduzidas a 11% do território, em remanescentes isolados e que são mais expressivos apenasonde o relevo se torna montanhoso, como nas cristas da Serra do Mar e da Serra da Mantiqueira,principalmente na região de Itatiaia.

    De acordo com o mapeamento utilizado, ocorrem na bacia duas categorias de florestas, ambasconsideradas parte do bioma Mata Atlântica que se estende de norte a sul da costa atlântica brasileira eestá reduzido a 7% de sua extensão original: a floresta ombrófila, sob influência de clima mais úmido,e a floresta estacional, que se distribui nas áreas de clima mais seco, com períodos secos bem pronunciadosnos meses de inverno (julho a setembro).

    Do que restou de florestas na bacia, a floresta ombrófila ocupa maior área, respondendo por 67%dos remanescentes florestais, sendo que a maior parte (52%) situa-se no Estado de São Paulo, 46% noRio de Janeiro e 2% em Minas Gerais. Dos remanescentes de floresta estacional, 51% estão em terrasmineiras, 47% em terras fluminenses e apenas 2% no trecho paulista da bacia.

    A distribuição das classes de vegetação e uso do solo, observada no mapa de cobertura vegetal, foiidentificada a partir da interpretação visual de imagens de satélite LANDSAT-TM em escala 1:100.000,tomadas no período 1993-95. A área ocupada por classe, em hectares, pode ser vista na tabela a seguir:

    Cobertura Vegetal e Uso Atual do SoloCobertura Vegetal e Uso Atual do SoloCobertura Vegetal e Uso Atual do SoloCobertura Vegetal e Uso Atual do SoloCobertura Vegetal e Uso Atual do Solo

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    1-Área de pastagem degradadaem São Sebastião do Alto (RJ)2-São José do Vale do Rio Preto (RJ)3-Área cultivada, Sumidouro (RJ),Região Serrana

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    Apesar de a área de florestas na bacia do Paraíba do Sul já estar severamente reduzida,a destruição persiste, tanto por exploração de madeira e lenha, como por incêndiosacidentais ou criminosos.

    No estado mineiro, embora os investimentos em silvicultura para a produção decarvão vegetal tenham aumentado nos últimos anos, as matas nativas continuam sendoregularmente exploradas para lenha e carvão. Segundo o IBGE, Minas Gerais é o maiorconsumidor de florestas para carvão vegetal, respondendo pela metade do que foi extraídoem todos os estados no período 1990-97. No trecho mineiro da bacia, a quantidade decarvão vegetal proveniente de matas nativas nos oito últimos anos (85.000 toneladas)foi superior à de 13 estados brasileiros, incluindo todos da Região Norte, exceto o Pará(maior produtor de carvão depois de Minas Gerais).

    Em termos de área ocupada, a pecuária aparece ainda como principal forma de usodo solo na bacia, embora boa parte do que se classifica como campo/pastagem (vermapa de cobertura vegetal e uso do solo) seja de terras degradadas, com pouca ounenhuma atividade agropecuária. Enquanto a classe de campo/pastagem ocupava, em1995, cerca de 37.500 km² (70% das terras da bacia), o Censo Agropecuário do IBGEregistrava, no mesmo ano, uma área 25% menor utilizada efetivamente como pastagemno conjunto dos municípios da bacia.

    Segundo o IBGE, a atividade agropecuária sofreu significativa redução no período1985-1995 em quase todos os municípios da bacia, principalmente na região de lavouras,que sofreu reduções de 35% em Minas Gerais, 41% no Rio de Janeiro e 46% em SãoPaulo (ver gráfico a seguir). A redução da área utilizada com pastagens ocorreu apenas empastagens "naturais" (menos 17% em média), ou seja, aquelas que são renovadas à custade queimadas anuais, sem preparo do solo e plantio de gramíneas. As pastagens plantadas,ao contrário, aumentaram, mas não o suficiente para compensar a redução na área daspastagens naturais.

    Acompanhando as perdas na atividade agropecuária, verifica-se que a população ruralcontinua diminuindo. Em termos de pessoal ocupado com essa atividade, houve reduçãode 30%, aproximadamente, em toda a bacia entre 1985 e 1995. Hoje, 86% da populaçãoda bacia concentram-se em área urbana.

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    Unidades de ConservaçãoUnidades de ConservaçãoUnidades de ConservaçãoUnidades de ConservaçãoUnidades de Conservação

    Há um razoável número de Unidades de Conservação (UC) nabacia, embora metade ou mais dos remanescentes florestais não estejaprotegida como U.C. Mesmo as áreas legalmente protegidas emUnidades de Conservação, na prática, não usufruem dessa condição.Em todas elas são comuns ações ilegais de extração de madeira, palmitoe plantas ornamentais e de caça e pesca, além de queimadas e ocupaçõesirregulares. As áreas de remanescentes florestais não enquadradas nessasunidades, embora “protegidas" por outras leis ambientais (CódigosFlorestal, de Caça e Pesca e das Águas, Decreto Federal nº 750/93 deProteção da Mata Atlântica, etc.), são ainda muito mais suscetíveis aodesmatamento e outras ações predatórias.

    Pelo Decreto Federal nº 91.304, de 3/6/85, que dispõe sobre aimplantação de Área de Proteção Ambiental nos Estados de MinasGerais, Rio de Janeiro e São Paulo, foi criada a APA Federal da Serrada Mantiqueira, que une os três Estados da bacia. Em São Pauloabrange os municípios de Campos do Jordão, Santo Antonio doPinhal, São Bento do Sapucaí, Guaratinguetá 1, Pindamonhangaba,Cruzeiro, Lavrinhas, Piquete e Queluz. Em Minas Gerais, Baependi,Bocaina de Minas, Delfim Moreira, Itamonte, Itanhandu, Liberdade,Marmelópolis, Passa Vinte, Piranguçu, Pouso Alto, Virgínia,Venceslau Brás e Passa Quatro. No Estado do Rio de Janeiro, osmunicípios de Resende e Itatiaia.

    1-Pastagem e remanescente daMata Atlântica, Volta Redonda (RJ)2-Agricultura na Região Serrana3-Viveiro de mudas emSão José do Vale do Rio Preto (RJ)4-Reflorestamento e cultivo de chuchuem São José do Vale do Rio Preto (RJ)

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    1 . Em destaque os municípios que fazem parte da bacia do Rio Paraíba do Sul.

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    São PauloNo trecho paulista da bacia do Paraíba do Sul estão registradas as seguintes Unidades

    de Conservação, de âmbito municipal, estadual e federal:

    Minas GeraisAs Unidades de Conservação existentes hoje nos municípios mineiros da bacia somam

    uma área total de cerca de 40.000 ha, o que corresponde a pouco mais de 35% da área totalde remanescentes florestais da bacia. Neste cálculo, por falta de dados mais detalhados,considerou-se a área total das UCs, que, em alguns casos, ultrapassa o limite da bacia.

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    Vulnerabilidade AmbientalVulnerabilidade AmbientalVulnerabilidade AmbientalVulnerabilidade AmbientalVulnerabilidade AmbientalPotencial e Impactos da ErosãoPotencial e Impactos da ErosãoPotencial e Impactos da ErosãoPotencial e Impactos da ErosãoPotencial e Impactos da Erosão

    A erosão constitui grave problema na bacia, tendo em vista que ocorre de forma generalizada em praticamentetodos os municípios e está relacionada a diversas causas, bem como a diversas conseqüências, dificultando em muitoa implantação de ações de controle de efeito mais extenso e duradouro.

    Dentre os fatores ambientais relacionados à erosão na bacia o relevo é o preponderante. Associado aos tipos desolo e às formas de uso do solo, pode propiciar condições para o rápido avanço de processos intensos de erosão,como as ravinas e as voçorocas.

    Os problemas relacionados à erosão não encerram todas as condições de vulnerabilidade ambiental de determinadaregião, mas compreendem ampla gama de fatores que podem agravar os demais. Uma área de alta potencialidade àerosão certamente criará as condições para que problemas de drenagem a jusante sejam agravados pelo aporte desedimentos que reduzirão a capacidade de escoamento das águas nas calhas dos rios. De outro lado, os problemasde saneamento poderão ser agravados peloaumento na quantidade de lixo e poluentesorgânicos carreados com os sedimentosprovenientes da erosão.

    Por meio de sistemas de informaçõesgeográficas (SIG) foi avaliada a vulnerabilidadeda bacia do Paraíba do Sul quanto à ocorrênciade erosão de forma qualitativa. Definiu-seuma escala relativa de classes de potencialidadeà erosão, de muito baixa a muito alta, comrelação aos fatores de relevo, solos, vegetação e uso da terra. No caso de relevo e solos, foram utilizados os mapas doProjeto Radambrasil e, no de vegetação e uso do solo, os mapas do então Grupo Executivo para Recuperação e Obrasde Emergência (GEROE) do Estado do Rio de Janeiro.

    A avaliação do potencial da bacia a processos erosivos foi realizada em duas etapas: primeiramente, entre oscomponentes do meio físico e, em seguida, entre esses e a vegetação e o uso do solo. A integração temática entre relevoe solos permite visualizar como se distribui a potencialidade à erosão no meio físico, ou seja, no aspecto ambiental,que sofre pouca alteração ao longo do tempo "humano" (não-geológico). O resultado dessa análise demonstrouconsiderável vulnerabilidade à erosão em grande parte da bacia. Em termos de área, há cerca de 1,6 milhão de hectaresno conjunto das classes de alta e muito alta potencialidade do meio físico à erosão.

    A análise integrada das classes de vegetação e uso do solo com o mapa do meio físico evidencia a importância dacobertura florestal na contenção dos processos erosivos. Onde ainda há florestas a vulnerabilidade à erosão é reduzida

    1-2-Saibreira em área urbana3-Voçorocas, Barra Mansa (RJ)

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    significativamente, passando das classes de muito alta e alta para baixa e muito baixa (ver mapa desuscetibilidade à erosão). Destaca-se que a classe de média potencialidade tende mais para alta do que parabaixa, considerando-se as observações de campo, onde muitas ocorrências de processos intensos de erosãosão registradas.

    A região compreendida no Vale do Paraíba, desde a região de Cruzeiro e Queluz, no trecho paulista dabacia, até a região de Vassouras, no trecho fluminense, principalmente entre o rio Paraíba do Sul e a rodovia

    Presidente Dutra, é das mais críticas quanto àocorrência de erosão acelerada, com muitas ravinase voçorocas ao longo das íngremes encostascobertas por ralas pastagens.

    O volume de sedimentos transportados parao rio Paraíba do Sul, nessa região, é incalculável, eos resultados podem ser observados na turbidezdo rio e nos problemas de assoreamento dosreservatórios de Funil e do Sistema Light, querecebe as águas do Paraíba do Sul desviadas emBarra do Piraí.

    No trecho mineiro da bacia predomina aerosão laminar (ou superficial) com menorocorrência de voçorocas. Esse tipo de erosão, noentanto, é responsável pelas perdas de solo dacamada agricultável, representando redução da jábaixa fertilidade, e suas conseqüências sobre aqualidade das águas são evidenciadas por suaturbidez, mesmo no período seco do ano.

    A atividade mineral, especialmente a extraçãode areia e argila, é responsável por grande parte daprodução de sedimentos nos corpos d'água da

    bacia. No trecho paulista constitui um dos mais graves problemas ambientais.Grande parte das cidades da bacia vem enfrentando problemas de deslizamentos de encostas em

    conseqüência do crescimento rápido e desordenado. Quanto maiores as cidades e mais acidentado o relevo,pior a situação, tal como ocorre na Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro (Teresópolis, Petrópolis eNova Friburgo, por exemplo), em Juiz de Fora, Barra do Piraí e Barra Mansa. Nas cidades de menor portetambém há constantes incômodos e perdas materiais e humanas em face dos problemas de ocupação ouerosão das encostas.

    1-Voçorocas às margens do Paraíba do Sul2-Erosão em taludes desprotegidos, Barra Mansa (RJ)3-Área de mineração na bacia do rio Pomba (MG)4-Extração de areia por cava5-Turbidez resultante de extração mineral e erosão,rio Pomba (MG)

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    HidrografiaHidrografiaHidrografiaHidrografiaHidrografia

    O Paraíba do Sul nasce na Serra daBocaina, no Estado de São Paulo, a 1.800mde altitude, e deságua no norte fluminense,no município de São João da Barra,percorrendo uma extensão aproximada de1.150km. Sua bacia tem forma alongada, comcomprimento cerca de três vezes maior que alargura máxima, e distribui-se na direção leste-oeste entre as serras do Mar e da Mantiqueira,situando-se em uma das poucas regiões dopaís de relevo muito acidentado, de colinosoa montanhoso, chegando a mais de 2.000mnos pontos mais elevados, onde se destacao Pico das Agulhas Negras no maciço doItatiaia, ponto culminante da bacia, a2.787m de altitude.

    Das poucas áreas planas existentes, citam-se o delta do Paraíba, com extensa planícieflúvio-marinha, que abrange parte dosmunicípios fluminenses de Campos dosGoytacazes, São João da Barra e São Fran-cisco do Itabapoana e, ao longo do rio Paraíbado Sul e de alguns de seus maiores afluentes,planícies fluviais, pouco extensas,destacando-se as bacias sedimentares deTaubaté (SP) e Resende (RJ).

    Ao longo de seu percurso, o rio Paraíbado Sul apresenta trechos com característicasfísicas distintas, os quais podem ser divididosde acordo com a seguinte classificação:

    5 . Recursos Hídricos

    Curso superior: estende-se da nascenteaté a cidade de Guararema (SP), a 572m dealtitude, apresentando fortes declives e re-gime torrencial, com declividade média de4,9m/km e extensão de 317km.

    Curso médio superior: começa emGuararema e segue até Cachoeira Paulista(SP), onde a altitude é de 515m. Nesse trecho,o rio é bastante sinuoso e meandrado,percorrendo terrenos sedimentares degrandes várzeas. A declividade média cai para0,19 m/km numa extensão de 208km.

    Curso médio inferior: situa-se entreCachoeira Paulista (SP) e São Fidélis (RJ),onde a altitude é de 20m, a declividade média,de 1,0m/km, e sua extensão, 480km. O rioapresenta-se encaixado e com trechosencachoeirados.

    Curso inferior: o trecho final do Paraíbaestende-se de São Fidélis à foz, com 95kmde extensão e declividade média de 0,22m/km, atravessando a Baixada Campista,extensa planície litorânea.

    Entre seus afluentes mais importantes,destacam-se, pela margem esquerda, os riosJaguari, Paraibuna, Pirapetinga, Pomba eMuriaé e, pela margem direita, Bananal,Piraí, Piabanha e Dois Rios. O mapa dapágina seguinte mostra os principais riosda rede hidrográfica.

    1-Barragem do rio Paraibuna,Paraibuna (SP)2-Represa Morro Grande, Areal (RJ)3-Rio Bananal, Barra Mansa (RJ)

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    Com relação ao trecho fluminense, o quadro a seguir apresenta as vazões de 95%, obtidas dos

    estudos de modelagem de qualidade da água do PQA/RJ.

    As vazões médias de longo termo em algumas estações fluviométricas,

    situadas no rio Paraíba do Sul, estão reunidas no quadro a seguir:

    Disponibilidade HídricaDisponibilidade HídricaDisponibilidade HídricaDisponibilidade HídricaDisponibilidade Hídrica

    Não há, na bacia do Paraíba do Sul, estudo de disponibilidade hídrica integrado

    que envolva a bacia como um todo. Os trabalhos existentes foram

    desenvolvidos por Minas Gerais e São Paulo e abrangem apenas as áreas da

    bacia de cada um desses Estados.

    A estimativa das disponibilidades hídricas do trecho paulista baseia-se num estudo

    de regionalização de vazões desenvolvido na década de 1980 pelo Departamento

    de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo (DAEE). O estudo de

    regionalização de vazões de Minas Gerais, "Deflúvios Superficiais no Estado de

    Minas Gerais", foi publicado em 1993 pela Companhia de Saneamento de Minas

    Gerais (COPASA-MG). No Estado do Rio de Janeiro, não há estudo atualizado

    de regionalização de vazões mínimas, utilizando-se o estudo da Fundação Estadual

    de Engenharia do Meio Ambiente (FEEMA), intitulado “Estudo das Vazões

    Mínimas dos Principais Cursos de Água do Estado do Rio de Janeiro”.

    O quadro a seguir apresenta as vazões de 95% e Q7,10 do rio Paraíba do Sul no

    trecho paulista, de acordo com o estudo de regionalização de vazões elaborado no

    âmbito do PQA/SP, com o objetivo de simular a qualidade da água do rio Paraíba

    do Sul nesse trecho.

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    Usos e Demandas HídricasUsos e Demandas HídricasUsos e Demandas HídricasUsos e Demandas HídricasUsos e Demandas Hídricas

    No mapa Concentração e Principais Usos da Água, estão localizadas as principais cidades da bacia que usama água para abastecimento e diluição de esgotos domésticos, as usinas hidroelétricas que usam as águas para ageração de energia e as áreas com sistemas de irrigação, definidas pelos estudos da Cooperação França-Brasil.Também são apresentadas as áreas industriais consideradas mais críticas.

    Uso UrbanoUso UrbanoUso UrbanoUso UrbanoUso Urbano

    A maior parte das sedes municipais e distritais do Estado do Rio de Janeiro e deMinas Gerais dispõe de sistema de abastecimento de água, atendendo a cerca de 85%e 90%, respectivamente, da população atual. O índice médio de atendimento pelossistemas de distribuição de água do trecho paulista é de 96%. O gráfico apresenta aestimativa das vazões atualmente captadas nos três estados.

    Além do abastecimento domiciliar da população residente na bacia, as águas do

    Paraíba do Sul constituem o principal manancial de abastecimento da RegiãoMetropolitana do Rio de Janeiro, atendendo a uma população de mais de 8 milhõesde habitantes. Aproximadamente 2/3 da vazão do rio (~160m3/s) são captados ebombeados na elevatória de Santa Cecília para as usinas do Sistema Light e, juntamentecom uma vazão de até 20m3/s desviada do rio Piraí, contribuem para o rio Guandu,onde se localizam a captação e a estação de tratamento de água da CEDAE.

    O Paraíba do Sul e seus afluentes são os corpos receptores dos efluentes urbanos dabacia e, dessa forma, utilizados como meio de diluição. A ausência de tratamento dosesgotos domésticos na maioria das cidades constitui um dos principais fatores de degradaçãoda qualidade dos recursos hídricos e, ainda, de riscos à saúde da população. As áreas demaior concentração populacional sofrem, naturalmente, situações mais críticas de qualidadeda água, destacando-se os trechos do próprio Paraíba do Sul nas regiões de São José dosCampos, Volta Redonda, Barra Mansa, Barra do Piraí e Juiz de Fora, no afluente Paraibuna,e de Petrópolis, no afluente Piabanha. A estimativa das cargas de DBO remanescenteslançadas nos cursos d'água da bacia pelos três Estados consta do quadro a seguir:

    Decantador circular daETA, Santos Dumont (MG)

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    A demanda no trecho paulista em 1995 foi de cerca de 10,7m3/s, segundoo PQA/SP e a do trecho fluminense, no mesmo ano, da ordem de 19,7m3/s deacordo com a Cooperação França Brasil. Não se dispõe de estimativa confiávelpara a demanda das indústrias mineiras. Comparando-se, todavia, as demandasdomésticas e industriais de São Paulo e do Rio de Janeiro, verifica-se a importânciado uso da água para abastecimento industrial na bacia do Paraíba do Sul.

    O uso para diluição de efluentes industriais ocasiona forte contaminaçãodas águas e da biota aquática na bacia. Embora imprecisos e defasados, osdados sobre poluição industrial são alarmantes.

    No setor mineiro da bacia, segundo a Fundação Estadual do Meio Ambiente(FEAM), localizam-se cerca de 2.000 indústrias, entre metalúrgicas, químicas,têxteis, alimentícias, de papel e outras, a maioria das quais se situa na sub-baciado rio Paraibuna, em Juiz de Fora.

    Os municípios de Cataguases e Ubá também desenvolvem atividadesindustriais significativas no contexto da bacia. No trecho paulista existem mais de 2.500 indústrias registradas na CETESB.

    Destacam-se as químicas, metalúrgicas e siderúrgicas, de material elétrico e eletrônico,petroquímicas, de papel e celulose, alimentícias, têxteis, etc. A despeito da enormidadedo parque fabril, não mais de 20 indústrias são responsáveis por 85% da cargaquímica lançada na bacia.

    No trecho fluminense, o parque fabril é também amplo e diversificado, commais de 4000 indústrias do setor de transformação, porém com preponderânciaquanto ao uso da água, de siderúrgicas e metalúrgicas situadas no trecho entre Itatiaiae Barra do Piraí. A maior parte da carga poluente é lançada entre Barra Mansa e VoltaRedonda, sendo um conjunto de apenas 44 indústrias responsável por mais de 80%da poluição total. Na Baixada Campista, destacam-se as indústrias sucro-alcooleiras.

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    Vista parcial de VoltaRedonda (RJ) e da Cia.Siderúrgica Nacional

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    Uso Agrícola

    A bacia do Paraíba do Sul apresenta grande potencial para irrigação,mas somente uma pequena área é utilizada com tal finalidade. Em1993, a extinta Secretaria Especial da Região Sudeste estimou áreascom possibilidades de serem usadas para irrigação, conforme mostrao quadro abaixo:

    Recreação

    Em geral, o uso da água para recreação ocorre apenas em pontos específicos da bacia,principalmente nas regiões serranas, nas nascentes de diversos cursos d'água, onde hácachoeiras e a canoagem é bastante difundida. O uso da água para recreação é muitodisseminado na bacia do Paraibuna (MG), constituindo para alguns municípios, como ossituados na sub-bacia do rio Preto, o principal atrativo turístico, e seus visitantes sãoprocedentes até mesmo de outros Estados. Além disso, uma nova modalidade de esporte,o rafting, vem sendo praticada no rio Paraibuna, entre o município de Levy Gasparian (RJ)e a confluência com o rio Paraíba do Sul, no município de Três Rios (RJ).

    Rafting no rio Paraibuna (RJ)

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    1-Cafeicultura,Muriaé (MG)3-Uso agrícola naRegião Serrana

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    1-2-Uso agrícola na Região Serrana

    De modo geral, os dados disponíveis sobre irrigação são escassos; por isso, ésentida a necessidade de realizar um cadastro abrangente e detalhado a respeito dessaatividade em todas as regiões da bacia.

    No Rio de Janeiro, as principais áreas irrigadas encontram-se no baixo Paraíba, nasvárzeas marginais do Paraíba e na Baixada Campista. Em São Paulo, localizam-se nasvárzeas ribeirinhas do Paraíba e, em Minas Gerais, nas margens dos rios Pomba eMuriaé. Nas regiões serranas de São Paulo e do Rio de Janeiro, tem havido dificuldadesde expansão das áreas irrigadas em função do alto custo implicado na implantação desistema de irrigação.

    A área ocupada com agricultura no trecho fluminense da bacia foi reduzida em quase50% entre os anos de 1985 e 1996. Em algumas áreas, verifica-se uma certa escassez deágua devido à pouca proteção dos mananciais utilizados para irrigação.

    No Estado de São Paulo, as principais culturas são o arroz, o milho e oshortifrutigranjeiros. A área cultivada com arroz irrigado no Vale do Paraíba (método deinundação permanente), na safra 94/95, era de 14.700ha, com produtividade superior àdo restante do Estado. A demanda total de água para irrigação no trecho paulista dabacia, em 1995, foi de 11,5m3/s, correspondendo a uma área irrigada de 25.000ha. Noque se refere a Minas Gerais, o café representa 80% do total de lavouras perenes, sendocultivado principalmente na microrregião de Muriaé. O censo do IBGE (1995-1996)mostra que a área total irrigada no trecho mineiro da bacia é de aproximadamente 18.300ha.

    Com relação a poluição por uso agrícola, no Estado do Rio de Janeiro, nas regiõesonde se concentram as lavouras de olerícolas, em especial na Região Serrana, o uso defertilizantes e agrotóxicos é fonte de contaminação no ambiente, nos alimentos e nostrabalhadores rurais.

    Em Minas Gerais, segundo o Instituto Mineiro de Gestão da Águas (IGAM), é práticacomum o uso de agrotóxicos sem qualquer tipo de controle na região produtora de café ede hortaliças, ocorrendo, com alguma freqüência, casos de intoxicação entre os agricultores.

    No trecho paulista da bacia os principais problemas ambientais da agricultura devárzea são os riscos de contaminação direta dos corpos hídricos por fertilizantes eagrotóxicos, bem como a significativa contribuição de sólidos em suspensão para oscursos d'água em função do preparo do solo para o plantio na várzea.

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    Pescado da bacia

    A atividade pesqueira na bacia desenvolve-se principalmente no baixo curso dos rios Paraíba do Sul,Muriaé e Dois Rios, onde se estende vasta planície com vários ambientes lacustres, restingas e manguezais. Noplano esportivo, a pesca é praticada em toda a bacia. A aqüicultura vem-se expandindo nos últimos anos.

    A degradação ambiental oriunda da poluição tóxica e orgânica reduziu significativamente os estoques depeixe e, conseqüentemente, a atividade pesqueira. Além disso, as barragens, à exceção de Ilha dos Pombos,não possuem escadas para peixes, o que, por um lado, impede a subida para a desova e, por outro, facilita aatuação de pescadores profissionais a jusante das represas na época da piracema.

    As condições de navegabilidade na bacia não são boas, e não há tradição de transportefluvial no Paraíba do Sul, embora na segunda metade do século XIX tenha operado umalinha de vapores no trecho entre Caçapava e Cachoeira Paulista. Com a construção daferrovia e, depois, da rodovia em paralelo ao rio (atual BR-116), a navegação praticamentedesapareceu. Foram, todavia, realizados alguns estudos sobre navegação na bacia, conformeindica o Boletim Geográfico do IBGE (1965). A Portobras, em 1978 e 1980, tambémrealizou estudos, sendo que o de 1980 resultou em propostas de projetos para os trechosentre Guararema e Barra do Piraí (435km) e Barra do Piraí e São João da Barra (357km),nunca implementadas.

    Embarcação de pesca, Fozdo rio Paraíba do Sul

    Pesca e Aqüicultura

    Geração de EnergiaNavegação

    O potencial hidrelétrico inventariado da bacia corresponde a 1,7% do totalbrasileiro (IBGE - Anuário Estatístico do Brasil). Hoje, a potência instaladasupera 1.500MW, incluindo usinas de pequeno e médio porte operadas pordiversas concessionárias e as que compõem o Sistema Light. Além disso, umconjunto de hidrelétricas por construir, situadas no baixo Paraíba, tais comoSimplício, Itaocara, Sapucaia e São Fidélis, poderão agregar ao sistema umageração de cerca de 830MW.

    O Sistema Light é essencialmente constituído por um conjunto de obrashidráulicas destinadas à transposição de vazão de até 160m3/s do rio Paraíbado Sul para a vertente atlântica da Serra do Mar, com a finalidade de aproveitaro potencial elétrico propiciado pela queda de 295,50m. Nesse sistema, aUsina Elevatória (UEL) de Santa Cecília deriva as águas do Paraíba do Sulpara o reservatório de Santana e, posteriormente, a UEL de Vigário transfereas águas para o seu reservatório. Daí, depois de ultrapassar a Serra do Mar, aságuas descem por gravidade e alimentam as usinas de Nilo Peçanha, FontesNova e Pereira Passos, juntamente com as águas do reservatório de Lajes,formado pelo represamento do Ribeirão das Lajes e pelas águas desviadas dorio Piraí. A vazão desviada do rio Paraíba do Sul e do rio Piraí para a vertenteatlântica da Serra do Mar perfaz um total de até 180m3/s.

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    32Reservatório de Vigário (RJ)

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    As águas do Paraíba do Sul respondem diretamente pelo abastecimento de cerca de 14 milhões de pessoas, dos quais4,85 milhões vivem em áreas urbanas na própria bacia e o restante na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, que consomeuma vazão de aproximadamente 50 m3/s, vazão esta transposta, via Sistema Light, da bacia do Paraíba do Sul para a baciado rio Guandu, contribuinte da baía de Sepetiba.

    Os sistemas de abastecimento de água atendem hoje a cerca de 96%(São Paulo), 85% (Rio de Janeiro) e 90% (Minas Gerais) da populaçãourbana da bacia, sendo os serviços prestados, em parte dos municípios,pelas respectivas empresas estaduais de saneamento, SABESP, CEDAE eCOPASA. Nos demais municípios, os serviços são operados pelasprefeituras, diretamente ou mediante os serviços autônomos de água eesgoto ou, ainda, por empresas municipais.

    Os sistemas quase nunca são setorizados, carecem de cadastrosadequados, de macromedição e de universalização da micromedição, demaneira geral. As tarifas praticadas nos municípios não atendidos pelasempresas estaduais divergem muito entre si e são, via de regra e com raríssimasexceções, muito baixas ou mesmo nulas, o que inviabiliza qualquerpossibilidade de auto-sustentabilidade dos serviços. Na tentativa de buscarreverter essa situação e ante a dificuldade de promover investimentos comrecursos próprios, no Estado do Rio de Janeiro, três municípios - Petrópolis,Nova Friburgo e Campos dos Goytacazes - privatizaram os serviços deabastecimento de água.

    Quanto aos mananciais, embora em geral não apresentem problemasde quantidade, apesar das elevadas perdas verificadas na distribuição, osproblemas de poluição em alguns municípios são críticos e afetam diretamentea qualidade da água bruta, com reflexos negativos nos custos de tratamento.

    As perdas físicas e de desperdício (água usada, mas não cobrada pela ausência da medição) não podem ser corretamenteavaliadas na bacia, como um todo, por carência de dados. Observa-se, contudo, que nos municípios onde os serviços deabastecimento são melhor estruturados e é possível avaliar ou medir as perdas, o índice situa-se, em média, em torno de40%, chegando em caso isolado a 63%. Esses índices correspondem aos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro; em MinasGerais a situação é menos crítica, situando-se em torno de 35%.

    A água destinada ao abastecimento público, não incluída a quantidade revertida para a Região Metropolitana do Rio deJaneiro, é hoje da ordem de 15 m3/s, distribuída pelos três estados, como está indicado no texto sobre os usos da água.

    6 . Saneamento AmbientalAbastecimento de Água

    Reservatório de Paraibuna (SP)

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    Esgotamento Sanitário

    Uma das maiores fontes de poluição dos recursos hídricos da bacia do Paraíba do Suldecorre do baixo percentual de tratamento dos esgotos coletados. As redes de coleta eafastamento atendem, atualmente, a cerca de 81,9%, 45,0% e 48,5% das populaçõesurbanas, respectivamente, dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais,enquanto o tratamento limita-se a apenas 10,4%, 2,0% e 1,2% das mesmas populações.Esse quadro desolador, com baixos índices de tratamento, ocasiona intensa poluiçãodos cursos d'água que cruzam ou tangenciam as áreas urbanas, gerando óbviosinconvenientes, inclusive a possibilidade de disseminação de doenças de veiculação hídrica.

    Enquanto no abastecimento de água as empresas estaduais de saneamento ou asprefeituras e seus serviços autônomos procuram atender ao aumento da demanda decorrenteda expansão demográfica, promovendo a ampliação do atendimento de forma quasecontinuada, o mesmo não acontece com o esgotamento sanitário. À exceção do Estado deSão Paulo, onde a SABESP é a responsável pelo esgotamento sanitário em mais de 40%dos municípios da sub-bacia paulista, a participação da CEDAE, no Rio de Janeiro, e daCOPASA, em Minas Gerais, é praticamente nula, visto que os convênios de prestação dosserviços de saneamento quase sempre se limitam ao abastecimento de água.

    Quando esses serviços estão a cargo das prefeituras ou de serviços autônomos(SAAE's), observa-se que, com poucas exceções nos três Estados, não é dada a devidaimportância ao esgotamento sanitário, pois se limita, quando muito, à simples coleta eao afastamento dos efluentes domésticos, o que é realizado, muitas vezes, por meio darede de drenagem pluvial.

    Quanto à cobrança pela prestação dos serviços, salvo alguns poucos municípios emcada Estado e ainda outros onde o esgotamento sanitário é responsabilidade das empresasestaduais de saneamento, as tarifas praticadas são geralmente irrisórias ou inexistem e,em alguns municípios, são substituídas por taxas anuais de valor praticamente simbólico.O quadro a seguir sintetiza a situação do esgotamento sanitário na bacia.

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    Os problemas referentes aos sistemas de limpeza urbana são uma constante em praticamentetodos os municípios da bacia. A falta de equipamentos, a inexistência de fonte própria de recursospara custear os serviços, a carência de pessoal técnico qualificado e a disposição inadequada do lixo sãoproblemas presentes em quase todos eles, só variando a intensidade com que ocorrem. Isso é agravadopor uma situação financeira deficitária, comum a parte expressiva dos municípios e que se refletediretamente nos sistemas de limpeza urbana, quase sempre impossibilitados de atender à populaçãode forma permanente e satisfatória.

    Na maioria dos municípios, em especial nos situados nas partes mineira e fluminense da bacia,embora a coleta dos resíduos domésticos possa ser considerada satisfatória, a disposição final dosresíduos se dá em verdadeiros lixões a céu aberto, quase sempre com a presença decatadores que vivem em condições sub-humanas. Os terrenos utilizados sãogeralmente áreas desapropriadas, alugadas ou anexadas à administração municipalsem a devida licença ambiental de instalação e operação. A disposição de resíduosnessas áreas sem, pelo menos, o mínimo de tratamento, como, por exemplo, umacobertura adequada, contribui para o desenvolvimento de vetores biológicos e oagravamento da situação ambiental como um todo.

    Em 1999, foram coletadas na bacia cerca de 2.598 toneladas diárias de lixo, dasquais 29% corresponderam a São Paulo, 48% ao Rio de Janeiro e 23% a MinasGerais. No que concerne aos resíduos sólidos dos serviços de saúde, não se dispõede uma avaliação criteriosa dos quantitativos atualmente gerados. Tomando-se,todavia, como referência alguns poucos municípios que apresentam razoável controlesobre os resíduos gerados, pode-se supor que a produção de resíduos sólidos dosserviços de saúde na bacia seja da ordem de 1.250 toneladas anuais.

    No Estado de São Paulo a situação é menos crítica; dos 34 municípios com sedena bacia, 10 deles, que respondem por uma produção diária da ordem de 457 toneladas de resíduos,têm condições de disposição que são consideradas pela CETESB como atendendo às exigênciasambientais. Nos demais, que geram cerca de 292 t/dia, a disposição é feita de forma inadequada,sendo que em 20 deles ocorre na forma de lixões.

    Ainda com respeito à disposição dos resíduos dos serviços de saúde, os municípios paulistasestão, de modo geral, melhor aparelhados do que os do restante da bacia. As maiores cidades, porserem pólos de desenvolvimento, concentram a quase totalidade, em peso, dos resíduos gerados naregião e estão capacitadas para tratá-los adequadamente. Algumas dessas cidades cuidam, também,dos resíduos gerados em cidades menores, vizinhas. Somente 16 municípios, dentre os 34 da bacia,

    Resíduos Sólidos Urbanos

    1-2-Disposição inadequada de lixo

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    tratam adequadamente os resíduos dos serviços de saúde. Os que não tratam, porém, geramquantidades irrisórias de resíduos, visto contarem com estrutura mínima de saúde, destinada,apenas, para atendimento emergencial e ambulatorial.

    No Estado do Rio de Janeiro, durante a elaboração do PQA foram visitados 22 municípios,todos com população superior a 15 mil habitantes e abrigando cerca de 81,5% da populaçãofluminense da bacia. Neles, exceto três onde o lixo disposto é periodicamente coberto, o que confereum certo grau de controle ao aterro, a disposição dos resíduos sólidos é quase sempre realizada emlixões sem maiores cuidados. Os resíduos dos serviços de saúde são dispostos juntamente com orestante do lixo ou, em alguns poucos casos, em valas separadas, onde são aterrados ou queimadosa céu aberto.

    Em Minas Gerais a situação é semelhante à do Estado do Rio de Janeiro. Dos 10 municípiosvisitados durante a elaboração do Programa de Investimentos no âmbito do Projeto Preparatório,municípios esses que respondem por cerca de 74,9% da população urbana mineira da bacia, adisposição dos resíduos sólidos é realizada quase sempre de forma inadequada. Em cinco deles olixo é disposto e coberto com solo, havendo, portanto, algum controle do aterro, muito emboraessa cobertura nem sempre seja executada de forma sistemática e continuada. Nos demais municípiosos resíduos são dispostos em lixões. Dos 10 municípios, cinco contam com usinas de reciclagem,embora apenas duas estejam operando, mas, mesmo assim, de forma precária. Em apenas ummunicípio existe dispositivo para captação e pré-tratamento do chorume e somente em dois háincineração de resíduos sólidos dos serviços de saúde; nos demais, esses resíduos são dispostos emvalas separadas dos outros tipos de resíduos ou simplesmente manipulados sem qualquer segregação.

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    3-Queima de lixo patogênico

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    No trecho paulista da bacia há mais de 2.500 indústrias registradas na CETESB, emboraapenas 19 respondam por cerca de 85% da produção de resíduos sólidos. Nesse trecho são

    gerados, por ano, aproximadamente 26,61 milhões de toneladas deresíduos sólidos, dos quais 535,60 toneladas são resíduos de Classe 1(resíduos perigosos), 25,04 milhões de toneladas de resíduos Classe 2(resíduos não inertes) e 1,04 milhão de toneladas, de Classe 3 (resíduosinertes). A situação, todavia, está sob controle, não havendo, a curtoprazo, necessidade de investimento em coleta e tratamento, sobretudodevido ao funcionamento regular de dois aterros de grande portelicenciados para resíduos industriais (Classes 1 e 2) com tecnologia dereconhecimento internacional, um em São José dos Campos e o outroem Tremembé. A situação dos resíduos no trecho paulista da baciaencontra-se, portanto, basicamente equacionada e com tendência demelhoria contínua pela ativa atuação da CETESB.

    No trecho fluminense o parque industrial reúne mais de 4.000indústrias, sendo algumas de grande porte (siderúrgicas, metalúrgicas,químicas, etc.), embora apenas 44 sejam responsáveis por cerca de 80%da carga poluente total da bacia fluminense. A cada ano são geradosaproximadamente 3,02 milhões de toneladas de resíduos sólidos, dasquais 106,4 mil toneladas são de resíduos Classe 1, 1,89 milhão detoneladas de Classe 2 e 1,02 milhão de toneladas de Classe 3. A instalaçãodo aterro para resíduos industriais em Nova Iguaçu, na BaixadaFluminense, somada aos controles existentes, permite concluir que adisposição de resíduos Classe 1 está equacionada.

    Com relação aos resíduos Classe 2, a situação é bastante diferente.Sua produção é elevada, e grande parte deles está disposta em aterrosurbanos ou em lixões, o que torna imperiosa a solução dessa questão,sobretudo considerando que os sistemas de controle estão basicamente

    voltados para a Classe 1. Oitenta por cento da geração de resíduos Classe 2 de toda a regiãosão constituídos por escória siderúrgica, o que representa risco de contaminação se houvercontato permanente com a água, pois, nesse caso, há lixiviação de metais. Cabe, portanto,buscar solução para tão grande problema e, paralelamente, tornar efetivo o sistema decomando e controle desse tipo de poluição.

    Resíduos Sólidos Industriais

    Resíduosindustriais

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    Assoreamento do canalLimoeiro, Além Paraíba (MG)

    Os reservatórios de cabeceira (Paraitinga, Paraibuna eJaguari) no Estado de São Paulo, juntamente com oreservatório de Funil no Estado do Rio de Janeiro,proporcionam controle bastante satisfatório no que se referea enchentes de caráter regional nos dois terços superiores dorio. Neles, as inundações urbanas são hoje, na maioria dasvezes, de âmbito municipal , provocadas pelotransbordamento dos cursos d'água afluentes do Paraíbado Sul, que promovem a drenagem dos núcleos urbanos.Os motivos das inundações são basicamente os mesmos:invasão da calha principal dos cursos d'água pelas construçõesribeirinhas, que restringem a seção de escoamento, lixodomiciliar e entulhos despejados que aceleram o processode assoreamento e insuficiência de seção de escoamento sobpontes, entre outros.

    Em situações excepcionais, as cidades atravessadas pelorio Paraíba do Sul são inundadas por suas águas, tal comoocorrido na cheias mais recentes, nos meses de janeiro de1997 e de 2000.

    Já no terço inferior, afluentes importantes como o rioMuriaé, que ao longo de seu curso atravessa áreas urbanasde diversos municípios, contribuem para recorrentesinundações de caráter regional na bacia, afetando, no trechofluminense, principalmente os municípios de Campos,Cardoso Moreira, Italva, Itaperuna, Natividade e Laje doMuriaé e, no trecho mineiro, os municípios de Patrocíniodo Muriaé e Carangola. A cheia de janeiro de 1997 chegou acobrir mais de 95% da área urbana do município de CardosoMoreira, deixando desabrigadas quase 9 mil pessoas emtoda a região. Os prejuízos materiais também foram vultosos.Extensas áreas urbanas foram também atingidas nosmunicípios de Patrocínio de Muriaé e Itaperuna, com alturasde inundação superiores a 1,50m na região central.

    Drenagem urbana

    No setor mineiro estão cadastradas cerca de 2.000 indústrias, segundo dados daFEAM. As informações disponíveis na FEAM sobre inventário de resíduos na bacia doParaíba do Sul são bastante limitadas. Elas, porém, indicam a produção na bacia de cercade 245,8 mil toneladas anuais de resíduos, sendo 19,6 mil toneladas de resíduos Classe1; 189,4 mil de resíduos Classe 2; e 36,8 mil de resíduos Classe 3, segundo documentaçãode licenciamento na área a partir de 1994.

    Os resíduos industriais são depositados, em sua maioria, em lixões ou,excepcionalmente, em aterros controlados, uma vez que nenhum dos municípios da regiãopossui aterros sanitários.

    O quadro atual é grave e o equacionamento desse problema passa, necessariamente,pela implantação de aterros sanitários e industriais, que atendam a áreas mais densamentepovoadas e com maior número de indústrias. Paralelamente há que implementar as açõesde comando e controle, hoje levadas a efeito de forma incipiente e tímida.

    O gráfico a seguir mostra as quantidades de resíduos gerados na bacia por Estado.

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