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Plano Nacional de Integração Hidroviária AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES AQUAVIÁRIOS - ANTAQ LABORATÓRIO DE TRANSPORTES E LOGÍSTICA – LABTRANS/UFSC BACIA DO SUL RELATÓRIO EXECUTIVO Desenvolvimento de Estudos e Análises das Hidrovias Brasileiras e suas Instalações Portuárias com Implantação de Base de Dados Georreferenciada e Sistema de Informações Geográficas Fevereiro 2013

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Plano Nacional de Integração Hidroviária

AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES AQUAVIÁRIOS - ANTAQLABORATÓRIO DE TRANSPORTES E LOGÍSTICA – LABTRANS/UFSC

BACIA DO SUL

RELATÓRIO EXECUTIVO

Desenvolvimento de Estudos e Análises das Hidrovias Brasileiras e suas Instalações Portuárias com Implantação de Base de Dados Georreferenciada e Sistema de Informações Geográficas

Fevereiro 2013

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República Federativa do Brasil

Dilma Roussef

Presidenta da República

Secretaria de Portos (SEP)

José Leônidas Cristino

Ministro Chefe

Ministério dos Transportes

Paulo Sérgio Passos

Ministro dos Transportes

Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ)

Diretoria Colegiada

Pedro Brito (Diretor-Geral Substituto)

Fernando José de Pádua C. Fonseca (Diretor Interino)

Mário Povia (Diretor Interino)

Superintendência de Navegação Interior (SNI)

Adalberto Tokarski (Superintendente)

Superintendência de Portos (SPO)

Bruno de Oliveira Pinheiro (Superintendente Substituto)

Superintendência de Fiscalização e Coordenação (SFC)

Giovanni Cavalcanti Paiva (Superintendente)

Superintendência de Navegação Marítima e de Apoio (SNM)

André Luís Souto de Arruda Coelho (Superintendente)

Superintendência de Administração e Finanças (SAF)

Albeir Taboada Lima (Superintendente)

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Bacia do Sul Relatório Executivo

iv ANTAQ/UFSC/LabTrans

FICHA TÉCNICA

AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES AQUAVIÁRIOS

Gerência de Desenvolvimento e Regulação da Navegação Interior (GDI) José Renato Ribas Fialho - Gerente Eduardo Pessoa de Queiroz - Coordenador Isaac Monteiro do Nascimento Gerência de Estudos e Desempenho Portuário (GED) Fernando Antônio Correia Serra - Gerente Herbert Koehne de Castro José Esteves Botelho Rabello Gerência de Portos Públicos (GPP) Samuel Ramos de Carvalho Cavalcanti – Gerente Substituto Paulo Henrique Ribeiro de Perni Camila Romero Monteiro da Silva Superintendência de Fiscalização e Controle (SFC) Frederico Felipe Medeiros Unidade Administrativa Regional do Paraná (UARPR) Fábio Augusto Giannini ENTIDADES COLABORADORAS Ministério dos Transportes (MT) Administrações Hidroviárias Unidades Administrativas Regionais da ANTAQ (UAR’s) Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) VALEC - Engenharia, Construções e Ferrovias S.A. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) Agência Nacional de Águas (ANA) Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e suas Federações Confederação Nacional do Transporte (CNT) e suas Federações Petrobras Transporte S/A (TRANSPETRO) Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (APROSOJA) Sociedade de Portos e Hidrovias do Estado de Rondônia (SOPH) Superintendência de Portos e Hidrovias do Rio Grande do Sul (SPH) Porto Fluvial de Petrolina (PE)

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Relatório Executivo Bacia do Sul

ANTAQ/UFSC/LabTrans v

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

Roselane Neckel - Reitora Lúcia Helena Martins Pacheco - Vice-Reitora Sebastião Roberto Soares- Diretor do Centro Tecnológico Jucilei Cordini - Chefe do Departamento de Engenharia Civil Laboratório de Transportes e Logística Amir Mattar Valente - Coordenador Geral do Laboratório Equipe Técnica - Transporte e Logística Fabiano Giacobo - Coordenador Estudos André Ricardo Hadlich - Responsável Técnico Daniele Sehn - Economista André Felipe Kretzer Carlo Vaz Sampaio Felipe Souza dos Santos Gabriella Sommer Vaz Guilherme Tomiyoshi Nakao Humberto Assis de Oliveira Sobrinho Jonatas J. de Albuquerque Larissa Steinhorst Berlanda Luiz Gustavo Schmitt Marjorie Panceri Pires Natália Tiemi Gomes Komoto Priscila Lammel Fernando Seabra - Consultor Pedro Alberto Barbetta - Consultor Equipe Técnica - Tecnologia da Informação Antônio Venícius dos Santos - Coordenador Base de dados Georreferenciada Edésio Elias Lopes - Responsável Técnico Caroline Helena Rosa Guilherme Butter Demis Marques Paulo Roberto Vela Junior Sistema Luiz Claudio Duarte Dalmolin - Responsável Técnico Emanuel Espíndola Rodrigo Silva de Melo José Ronaldo Pereira Junior Sérgio Zarth Junior Leonardo Tristão Tiago Lima Trinidad Robson Junqueira da Rosa Design Gráfico Guilherme Fernandes Heloisa Munaretto Revisão de Textos Lívia Carolina das Neves Segadilha Paula Carolina Ribeiro Pedro Gustavo Rieger Renan Abdalla Leimontas

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Bacia do Sul Relatório Executivo

vi ANTAQ/UFSC/LabTrans

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AHSUL Administração das Hidrovias do Sul ALM Agência de Desenvolvimento da Bacia da Lagoa Mirim ANA Agência Nacional de Águas ANTAQ Agência Nacional de Transportes Aquaviários CODESP Companhia Docas do Estado de São Paulo CPRS Capitania dos Portos do Rio Grande do Sul DNIT Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística LabTrans Laboratório de Transportes e Logística PAC Programa de Aceleração do Crescimento PIB Produto Interno Bruto PK Ponto quilométrico medido a partir da foz do rio PNIH Plano Nacional de Integração Hidroviária PNLT Plano Nacional de Logística de Transportes RFFSA Rede Ferroviária Federal S.A. SPH Superintendência de Portos e Hidrovias TIR Taxa Interna de Retorno TMA Taxa Mínima de Atratividade UFSC Universidade Federal de Santa Catarina VPL Valor Presente Líquido

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Relatório Executivo Bacia do Sul

ANTAQ/UFSC/LabTrans vii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Hidrovias do Sul ............................................................................................................. 2

Figura 2 - Área Inicial de Estudo .................................................................................................... 3

Figura 3 - Área de Influência Final ................................................................................................. 4

Figura 4 - Área contígua e área total de influência ....................................................................... 8

Figura 5 - Principais produtos movimentados em comércio exterior pelas regiões da área

contígua às Hidrovias do Sul em 2010 e 2030 ............................................................................ 10

Figura 6 - Região que abrange o Rio Jacuí em destaque ............................................................. 15

Figura 7 - Região que abrange o Rio Taquari em destaque ........................................................ 16

Figura 8 - Municípios de São Sebastião do Caí, São Leopoldo e Gravataí, onde iniciam os rios

Caí, Sinos e Gravataí, respectivamente ....................................................................................... 17

Figura 9 - Carregamento nas hidrovias - Fluxo 2015 (t) .............................................................. 30

Figura 10 - Carregamento nas hidrovias - Fluxo 2020 (t) ............................................................ 31

Figura 11 - Carregamento nas hidrovias - Fluxo 2025 (t) ............................................................ 32

Figura 12 - Carregamento na hidrovia - Fluxo 2030 (t) ............................................................... 33

Figura 13 – Hidrovia do Sul com seus terminais existentes e áreas propícias ............................ 35

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Bacia do Sul Relatório Executivo

viii ANTAQ/UFSC/LabTrans

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Grupos de produtos .................................................................................................... 7

Quadro 2 - Instalações Portuárias nas Hidrovias do Sul.............................................................. 18

Quadro 3 - Cenário modal rodoviário ......................................................................................... 20

Quadro 4 - Cenário modal ferroviário ......................................................................................... 20

Quadro 5 - Cenário modal hidroviário ........................................................................................ 21

Quadro 6 - Áreas propícias para instalação de novos terminais hidroviários............................. 22

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Relatório Executivo Bacia do Sul

ANTAQ/UFSC/LabTrans ix

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Bacia do Sul: Representatividade de produtos com base no PNLT - 2004 (mil t) ........ 6

Tabela 2 - Volumes das exportações e importações observadas (2010) e projetadas (2015,

2020, 2025 e 2030) ...................................................................................................... 9

Tabela 3 - Projeção dos principais produtos da região ampla das Hidrovias do Sul entre 2010-

2030 (t) ...................................................................................................................... 11

Tabela 4- Projeção quinquenal da carga alocada, por produtos, para as Hidrovias do Sul - 2015-

2030 (t) ...................................................................................................................... 13

Tabela 5 - Carregamentos nos terminais - Fluxo 2015 (t) ........................................................... 23

Tabela 6 - Carregamentos nos terminais - Fluxo 2020 (t) ........................................................... 24

Tabela 7- Carregamentos nos terminais - Fluxo 2025 (t) ............................................................ 24

Tabela 8- Carregamentos nos terminais - Fluxo 2030 (t) ............................................................ 25

Tabela 9 - Carregamento nas Hidrovias do Sul - Fluxo 2015 (t) .................................................. 26

Tabela 10 - Carregamento nas Hidrovias do Sul - Fluxo 2020 (t) ................................................ 27

Tabela 11 - Carregamento nas Hidrovias do Sul - Fluxo 2025 (t) ................................................ 28

Tabela 12 - Carregamento nas Hidrovias do Sul - Fluxo 2030 (t) ................................................ 29

Tabela 13 - Comparativo entre as áreas propícias para instalação de terminais. ...................... 34

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Relatório Executivo Bacia do Sul

ANTAQ/UFSC/LabTrans xi

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 1

2 A HIDROVIA ................................................................................................................ 1

2.1 Localização ............................................................................................................... 1

2.2 Determinação da Área de Influência ....................................................................... 2

3 IDENTIFICAÇÃO DOS PRODUTOS RELEVANTES PARA ANÁLISE .................................. 4

3.1 Grupos ................................................................................................................. 7

4 PROJEÇÃO DOS FLUXOS DE COMERCIALIZAÇÃO E TRANSPORTE .............................. 8

4.1 Resultados da projeção de demanda da área contígua às Hidrovias do Sul ........... 8

4.2 Resultados da projeção de demanda da Área de Influência total das Hidrovias do Sul ............................................................................................................... 10

4.3 Resultados da alocação da carga total para as Hidrovias do Sul ........................... 11

5 DIAGNÓSTICO DA REDE DE TRANSPORTE ATUAL .................................................... 14

5.1 Hidrovias do Sul ...................................................................................................... 14

5.2 Portos, Intermodalidade e Acessos ........................................................................ 18

6 DEFINIÇÃO DA REDE FUTURA A SER ANALISADA - NOVAS OUTORGAS DE TERMINAIS HIDROVIÁRIOS ....................................................................................... 19

6.1 Montagem dos cenários de infraestrutura ............................................................ 20

7 SIMULAÇÃO DOS PROJETOS ..................................................................................... 22

7.1 Carregamento em Terminais ................................................................................. 22

7.2 Carregamento na Hidrovia ..................................................................................... 25

8 AVALIAÇÃO ECONÔMICA DE PROJETOS................................................................... 34

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 35

REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 37

xiANTAQ/UFSC/LabTrans

Bacia do SulRelatório Executivo

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS............................................................................

LISTA DE FIGURAS.....................................................................................................

LISTA DE QUADROS...................................................................................................

LISTA DE TABELAS.....................................................................................................

PREFÁCIO..................................................................................................................

vi

vii

viii

ix

xiii

SUMÁRIO

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PREFÁCIO

A Agência Nacional de Transportes Aquaviários – ANTAQ – tem a honra de apresentar à

sociedade, ao setor produtivo e aos diversos órgãos governamentais o presente Plano Nacional

de Integração Hidroviária – PNIH.

Conhecer as características físico-geográficas, as demandas e ofertas de cada segmento

representativo de produção de cargas é ação primária para a geração de alternativas ao mercado

sobre onde e como investir. Dessa forma, o trabalho ora apresentado significa uma maior com-

preensão dos espaços produtivos brasileiros em relação aos movimentos de cargas, em especial,

ao setor da navegação interior.

O foco foi gerar resultados sustentados em metodologia sólida, utilizando a experiência

acadêmica da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a grande vivência dos técnicos

da ANTAQ, bem como com as evidências e expectativas do mercado que hoje lida com cargas

produtivas. Dessa integração surge o PNIH, instrumento abrangente com fundamentação, base

metodológica e coerência com a realidade dos agentes produtores e transportadores de carga.

O PNIH é, portanto, fruto da integração do conhecimento acadêmico e científico, do pla-

nejamento, representado pela utilização dos dados disponíveis no Plano Nacional de Logística de

Transportes – PNLT, e das bases de dados evidenciadas na realidade do transporte de cargas na

navegação interior. Some-se a isso, sua característica dinâmica, representada pela ferramenta de

informações geográficas denominada SIGTAQ, capaz de atualizar rapidamente novas projeções,

e de responder adequadamente às variações naturais de mercados em evolução.

Contribuir com a readequação da matriz de transporte de carga e redução da emissão

de poluentes atmosféricos, indicando possíveis áreas para a instalação terminais hidroviários,

são apenas algumas das características que podem ser observadas da leitura do PNIH. Assim,

a ANTAQ disponibiliza uma ferramenta moderna, atualizada e aberta aos desafios a serem en-

frentados por aqueles que trabalham pela redução dos custos logísticos brasileiros de forma

sustentável, objetivo para o qual as hidrovias tem papel importante. Esperamos com isso, tornar

mais fácil a análise de novos investimentos, a seleção de caminhos alternativos para o transporte

de cargas, bem como colaborar com os planejadores de políticas públicas, na medida em que

poderão dispor de instrumento ágil e bem sustentado, na formulação dos instrumentos legais a

eles incumbidos.

xiiiANTAQ/UFSC/LabTrans

Bacia do SulRelatório Executivo

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Relatório Executivo Bacia do Sul

ANTAQ/UFSC/LabTrans 1

1 INTRODUÇÃO

O Relatório Executivo do estudo da Bacia do Sul destaca os principais resultados das análises de cenários logísticos para inserção de terminais hidroviários nas vias navegáveis que compõem as Hidrovias do Sul. Os detalhes desse estudo constam nos cadernos de relatório técnico e de metodologia. Além dessa breve introdução, o presente relatório está organizado nos próximos oito capítulos, a saber:

Capítulo 2: A Hidrovia;

Capítulo 3: Identificação dos Produtos Relevantes para Análise;

Capítulo 4: Projeção dos Fluxos de Comercialização e Transporte;

Capítulo 5: Diagnóstico da Rede de Transporte Atual;

Capítulo 6: Definição da Rede Futura a Ser Analisada - Novas Outorgas de Terminais Hidroviários;

Capítulo 7: Simulação dos Projetos;

Capítulo 8: Avaliação Econômica de Projetos; e

Capítulo 9: Considerações Finais.

Além dos capítulos elencados nesse resumo executivo, foram disponibilizados à ANTAQ os relatórios técnicos completos contendo tabelas com resultados mais detalhados referentes à etapa de simulação.

2 A HIDROVIA

Este capítulo do relatório traz, inicialmente, a caracterização da Bacia do Sul no que diz respeito às suas principais informações geográficas, como localização, principais rios e afluentes. Em seguida, apresenta os resultados da determinação da Área de Influência da Bacia, conforme os procedimentos detalhados no Relatório de Metodologia.

2.1 Localização

A Bacia Hidrográfica do Atlântico Sul tem início na divisa entre os estados de São Paulo e do Paraná e estende-se até o Arroio Chuí, no Rio Grande do Sul. Tem área total de 185.856 quilômetros quadrados e apresenta como principal bioma a Mata Atlântica, muito desmatada em virtude da ocupação humana (AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS - ANA, 2012).

O tipo climático predominante na Bacia Hidrográfica é tropical chuvoso, sem estação seca e sem geada. Seu índice pluviométrico anual apresenta uma média de 1.573mm e diminui de norte para sul, passando de 1.749 milímetros (unidade hidrográfica Litoral de Santa Catarina) a 1.381 milímetros (unidade hidrográfica Litoral do Rio Grande do Sul). Já o regime

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Bacia do Sul Relatório Executivo

2 ANTAQ/UFSC/LabTrans

hidrológico apresenta período de águas baixas entre dezembro e abril e período de águas altas entre julho e setembro (BRASIL DAS ÁGUAS, 2012).

Conforme mencionado na introdução deste relatório, este estudo tem como foco as hidrovias localizadas no estado do Rio Grande do Sul. As Hidrovias do Sul analisadas são constituídas pelos rios Jacuí e Taquari, os quais se unem e chegam à Lagoa dos Patos pelo Lago Guaíba, seguindo pelo Canal de São Gonçalo e finalmente chegando à Lagoa Mirim. Fazem parte das hidrovias, ainda, os rios Caí, Sinos e Gravataí, que se encontram no delta do Jacuí, formando o Lago Guaíba.

O Rio Taquari, a Lagoa Mirim e as duas eclusas do Rio Jacuí estão sob a responsabilidade da Administração das Hidrovias do Sul (AHSUL). Por sua vez, a Lagoa dos Patos, o Canal de São Gonçalo, o Lago do Guaíba, o Rio Jacuí, o Rio Gravataí, o Rio dos Sinos, o Rio Caí e as eclusas de Amarópolis, o Anel de Dom Marco, Bom Retiro e Fandango são administrados pela SPH, autarquia vinculada à Secretaria de Infraestrutura e Logística do Rio Grande do Sul (ANTAQ, 2011a). A Figura 1 apresenta as Hidrovias do Sul analisadas neste estudo.

Figura 1 - Hidrovias do Sul Fonte: Elaboração própria

2.2 Determinação da Área de Influência

Devido à pequena extensão das Hidrovias do Sul, a Área Inicial de Estudo reduzia-se aos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Na Figura 2 estão em destaque os estados que faziam parte dessa Área Inicial de Estudo, suas microrregiões constituintes e a Lagoa Mirim, o Canal de São Gonçalo, a Lagoa dos Patos, a Lagoa Guaíba, os rios Gravataí, dos Sinos, Caí, Jacuí e Taquari. Os cálculos utilizados para a determinação da Área de Influência encontram-se no Relatório de Metodologia, assim como mais detalhes do processo encontram-se no Relatório Técnico desta Bacia.

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Relatório Executivo Bacia do Sul

ANTAQ/UFSC/LabTrans 3

Figura 2 - Área Inicial de Estudo

Fonte: Elaboração própria

A Área de Influência Final relativa à região das Hidrovias do Sul é igual à Área das microrregiões com 95% da Atratividade Total, visto que todas as microrregiões envolvidas pelo Cordão de Área de Influência já se encontravam entre aquelas delimitadas anteriormente. A Figura 3 ilustra a Área de Influência Final da Hidrovia do Sul.

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Bacia do Sul Relatório Executivo

4 ANTAQ/UFSC/LabTrans

Figura 3 - Área de Influência Final

Fonte: Elaboração própria

Considerando que todas as hidrovias do estudo encontram-se no Rio Grande do Sul, já era esperado que sua Área de Influência Final se encontrasse, em sua maioria, nesse estado. A área estende-se para o norte, incluindo as microrregiões catarinenses localizadas mais ao sul, como pôde ser observado na Figura 3.

3 IDENTIFICAÇÃO DOS PRODUTOS RELEVANTES PARA ANÁLISE

Com o objetivo de discutir questões referentes às Hidrovias do Sul, tais como cargas movimentadas, gargalos de infraestrutura e a possibilidade de atração de novas cargas para a hidrovia, realizou-se, em 16 de novembro de 2011, na cidade de Porto Alegre (RS), uma reunião com representantes da ANTAQ, empresários da região, operadores e representantes da AHSUL. As informações repassadas foram relevantes para o estudo proposto porque possibilitaram visualizar fatores que podem impedir ou impulsionar o desenvolvimento da hidrovia como alternativa viável de transporte.

As cargas com perspectiva de serem movimentadas, de acordo com as conclusões obtidas na reunião, são farelo de soja e biodiesel. Já as perspectivas para movimentação de contêineres são pequenas, pois a logística e as taxas pagas (intermodais) tornam o transporte pela hidrovia menos viável em comparação com o transporte rodoviário. Produtos de maior

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Relatório Executivo Bacia do Sul

ANTAQ/UFSC/LabTrans 5

valor agregado também não apresentam perspectiva de movimentação, pois cargas como as com origem no complexo metalúrgico de Bento Gonçalves são transportadas por caminhão e não por contêiner, em virtude dos custos de seguro e de taxas intermodais. Os presentes na ocasião também sugeriram que houvesse uma modernização no Porto de Rio Grande, pois quando o terminal está lotado, as barcaças são deixadas em segundo plano, já que possuem baixa prioridade em relação aos navios que navegam em longo curso.

Seguindo os procedimentos detalhados no Relatório de Metodologia, foram encontrados os totais por produto da matriz do Plano Nacional de Logística e Transportes (PNLT) para a Bacia do Sul e a representatividade destes. Na Tabela 1 estão destacados os produtos considerados relevantes, que somam 90% do total da movimentação. Os produtos diferem dos obtidos junto à ANTAQ devido às diferenças metodológicas na obtenção dos dados e aos diferentes anos consultados.

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Bacia do Sul Relatório Executivo

6 ANTAQ/UFSC/LabTrans

Tabela 1 - Bacia do Sul: Representatividade de produtos com base no PNLT - 2004 (mil t)

Fonte: Dados do PNLT (documento reservado)

Produto Fluxo 2004 % % acumuladaCarga geral 20.536,94 19,236% 19,236%Outros produtos e serviços da lavoura 10.890,00 10,200% 29,436%Produtos da exploração florestal e da silvicultura 7.266,88 6,807% 36,243%Petróleo e gás natural 7.234,51 6,776% 43,019%Carvão mineral 5.282,29 4,948% 47,967%Arroz em casca 5.129,75 4,805% 52,772%Produtos químicos inorgânicos 4.962,22 4,648% 57,420%Minerais não metálicos 4.068,24 3,811% 61,230%Óleos de milho, amidos e féculas vegetais e rações 3.641,41 3,411% 64,641%Óleo de soja em bruto e tortas, bagaços e farelo de soja 3.369,67 3,156% 67,797%Arroz beneficiado e produtos derivados 3.166,83 2,966% 70,764%Milho em grão 3.146,57 2,947% 73,711%Óleo diesel 2.683,60 2,514% 76,224%Soja em grão 2.582,57 2,419% 78,643%Carne de aves fresca, refrigerada ou congelada 2.322,21 2,175% 80,819%Produtos químicos orgânicos 2.045,56 1,916% 82,735%Leite de vaca e de outros animais 1.840,94 1,724% 84,459%Fabricação de resina e elastômeros 1.723,16 1,614% 86,073%Gasoálcool 1.585,68 1,485% 87,558%Cimento 1.580,03 1,480% 89,038%Gasolina automotiva 1.235,52 1,157% 90,195%Farinha de trigo e derivados 1.152,71 1,080% 91,275%Outros produtos do refino de petróleo e coque 1.037,71 0,972% 92,247%Bovinos e outros animais vivos 851,69 0,798% 93,045%Trigo em grão e outros cereais 793,83 0,744% 93,788%Semiacabacados, laminados planos, longos e tubos de aço 768,98 0,720% 94,509%Cana-de-açúcar 696,98 0,653% 95,162%Óleo combustível 637,97 0,598% 95,759%Fumo em folha 589,99 0,553% 96,312%Carne de suíno fresca, refrigerada ou congelada 517,00 0,484% 96,796%Celulose e outras pastas para fabricação de papel 512,77 0,480% 97,276%Suínos vivos 484,68 0,454% 97,730%Frutas cítricas 438,31 0,411% 98,141%Aves vivas 399,41 0,374% 98,515%Abate e preparação de produtos de carne 387,68 0,363% 98,878%Farinha de mandioca e outros 271,88 0,255% 99,133%Óleo de soja refinado 245,56 0,230% 99,363%Gás liquefeito de petróleo 216,56 0,203% 99,566%Mandioca 131,15 0,123% 99,688%Automóveis, camionetas e utilitários 117,63 0,110% 99,799%Pesca e aquicultura 98,95 0,093% 99,891%Produtos do fumo 60,39 0,057% 99,948%Ovos de galinha e de outras aves 39,61 0,037% 99,985%Café torrado e moído 15,78 0,015% 100,000%Café solúvel 0,28 0,000% 100,000%Caminhões e ônibus 0,07 0,000% 100,000%

TOTAL 106.762,15 100,000% 100,000%

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3.1 Grupos

Os produtos selecionados para o estudo da Bacia do Sul (e igualmente para as demais bacias) foram reunidos em cinco grupos distintos, de acordo com o acondicionamento das cargas e/ou valores dos fretes para que a simulação pudesse ser realizada de forma satisfatória. O Quadro 1 apresenta os cinco agrupamentos.

Quadro 1 - Grupos de produtos

Fonte: Elaboração própria

AlimentíciosCarga geralBovinos e outros animais vivosCarne bovinaCarne de avesCarne suínaCelulose e outras pastas para fabricação de papel (papel e celulose)CerâmicosDerivados de ferroFumoMadeirasMateriais elétricosProdutos cerâmicosProdutos da exploração florestal e da silviculturaReatores e equipamentosSemi-acabacados, laminados planos, longos e tubos de açoTêxteis e calçadosDerivados de petróleoEtanolOutros produtos do refino de petróleo e coquePetróleo e gás naturalSuco de laranjaLeite de vaca e de outros animaisÓleo de soja em bruto e tortas, bagaços e farelo de sojaÓleos de milho, amidos e féculas vegetais e raçõesAdubosCarvão mineralCimentoGusa e ferro-ligasMinerais metálicos não ferrososMinerais não metálicosMinério de ferroProdutos químicos inorgânicosSalAçúcarCereaisArroz beneficiado e produtos derivadosArroz em cascaCafé em grãoCana-de-açúcarCereaisMilho em grãoOutros produtos e serviços da lavouraProdutos das usinas e do refino de açúcarSoja em grãoTrigo em grão e outros cereais

GRUPO 4 Granel Sólido

GRUPO 3 Granel Líquido

Agrícola

GRUPO 2 Granel Líquido

GRUPO 1 Carga Geral

GRUPO 5 Granel Sólido

Agrícola

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4 PROJEÇÃO DOS FLUXOS DE COMERCIALIZAÇÃO E TRANSPORTE

Este capítulo trata da caracterização socioeconômica da Área de Influência, dos resultados das projeções de demanda da Área de Influência e da alocação da carga total das Hidrovias do Sul. As projeções de demanda referem-se a todas as cargas movimentadas, em qualquer modal de transporte, na Área de Influência das hidrovias. Uma vez obtida a estimativa do total da carga, a malha de transporte é carregada e obtém-se, por minimização de custos logísticos, a carga alocada às Hidrovias do Sul.

4.1 Resultados da projeção de demanda da área contígua às Hidrovias do Sul

Esta seção descreve os resultados obtidos a partir do modelo de expansão de demanda para a área contígua. Os resultados referem-se às movimentações de carga nas microrregiões da bacia, as quais podem ser identificadas por uma região contígua aos rios e lagoas das Hidrovias do Sul. A Figura 4 ilustra as regiões da chamada área contígua às hidrovias, bem como a Área de Influência total das Hidrovias do Sul.

Figura 4 - Área contígua e área total de influência

Fonte: Elaboração própria

A Tabela 2 sintetiza os principais produtos movimentados nas hidrovias no ano de 2010 e suas respectivas projeções para o período 2015-2030.

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Tabela 2 - Volumes das exportações e importações observadas (2010) e projetadas (2015, 2020, 2025 e 2030)

Fonte: BRASIL (2012b)

Após análise da Tabela 2, pode-se afirmar que para a maioria dos produtos com maior importância na pauta de exportação e importação, registra-se uma taxa de crescimento positiva para o período de projeção, com destaque para a soja, que se mantém como o produto de maior movimentação nas hidrovias e apresenta um crescimento de 55% entre 2010 e 2030. Outro destaque de movimentação é a queda de derivados de petróleo, tanto em importação quanto em exportação, o que pode ser consequência de maior autossuficiência da região em relação a esse produto.

Nas exportações, percebe-se um grande crescimento, em termos percentuais, do milho, que cresce 10,5 vezes de 2010 para 2030 - ainda que, em termos de volume absoluto, esse número não seja tão significativo. As movimentações de arroz e de carne de aves também apresentam crescimento considerável, sendo carne de aves, em termos absolutos, o principal destaque das exportações ao longo do período projetado.

Nas importações, o grupo de maior importância é o de adubos e fertilizantes. Além de sua relevância absoluta, esse produto tem um crescimento considerável ao longo do período de projeção. O grande destaque no tocante ao crescimento de quantidade movimentada é o grupo de papel e celulose, que cresce quase 5,5 vezes no período 2010-2030. Vale ressaltar

Produtos 2010 2015 2020 2025 2030Adubos e Fertilizantes (t) 3.235.077 2.996.601 3.338.578 3.655.334 3.924.603Produtos Alimentícios (t) 144.283 134.295 141.923 147.312 151.748Derivados de Petróleo (t) 3.220.393 2.054.132 2.032.333 2.032.138 2.032.146Minérios, Metais, Produtos Metalúrgicos e Pedras Preciosas (t) 995.962 695.710 701.184 702.327 702.450Produto das Indústrias Químicas (t) 1.107.523 870.130 1.437.894 2.271.555 3.031.190Trigo (t) 413.545 513.603 514.940 514.944 514.944Arroz (t) 90.833 148.416 157.014 157.323 157.332Milho(t) 43.443 168.000 187.732 181.405 197.908Cereais (t) 152.325 306.989 414.567 485.394 510.626Papel e Celulose (t) 120.171 121.844 204.885 327.728 493.976 Petróleo (t) 4.760.712 5.028.199 5.030.981 5.031.645 5.031.597

Produtos 2010 2015 2020 2025 2030Adubos e Fertilizantes (t) 315.166 200.133 210.085 226.607 232.408Produtos Alimentícios (t) 381.227 489.931 495.375 487.030 484.067Papel e Celulose (t) 577.070 632.461 693.168 759.703 832.624Derivados de Petróleo (t) 590.983 328.682 318.454 317.881 317.847Arroz (t) 142.641 733.317 928.890 933.984 935.433Óleo de Soja (t) 406.443 522.636 546.615 555.243 572.084Carne de Aves (t) 737.208 1.117.023 1.671.342 2.370.427 3.267.387Minérios, Metais, Produtos Metalúrgicos e Pedras Preciosas (t) 129.208 184.020 202.462 203.105 205.863Produto das Indústrias Químicas (t) 1.367.908 1.559.349 1.571.905 1.572.527 1.572.557Soja (t) 5.943.576 5.095.077 7.037.898 7.833.297 9.250.028Trigo (t) 425.045 364.051 373.574 373.600 373.600Carne Suína (t) 122.435 142.076 159.224 163.018 163.524Cerâmicos (t) 285.323 459.174 577.371 744.456 821.356Fumo (t) 341.338 677.749 893.029 1.115.051 1.325.380Madeira (t) 1.061.175 1.354.123 1.409.725 1.435.717 1.471.965Milho (t) 21.835 232.672 284.518 281.010 290.947Têxteis e Calçados (t) 119.199 171.419 175.456 175.692 175.705

Importação

Exportação

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que em 2010 a importação de papel foi de aproximadamente 86%, e de celulose em torno de 14% (BRASIL, 2012c), confirmando a dependência de papel importado.

1 - A legenda “Minérios” refere-se ao grupo de produtos Minérios, Metais, Produtos Metalúrgicos e Pedras Preciosas, em toneladas.

Figura 5 - Principais produtos movimentados em comércio exterior pelas regiões da área contígua às Hidrovias do Sul em 2010 e 2030

Fonte: BRASIL (2012b)

Após análise da Figura 5, podem ser notadas variações significativas na movimentação total, como queda na participação dos derivados de petróleo, de 14% em 2010 para 6% em 2030; e aumento significativo do fluxo de carnes de aves, que caem de 3% em 2010 para 8% em 2030. Soja, o produto com a maior representatividade da movimentação total, tem sua participação acrescida de dois pontos percentuais no período em análise, alcançando 24% em 2030. Adubos e fertilizantes, produtos de grande importância na pauta de importação, apresentam também um crescimento considerável na movimentação total, crescendo quatro pontos percentuais.

4.2 Resultados da projeção de demanda da Área de Influência total das Hidrovias do Sul

Após detalhar os resultados da projeção da área contígua às Hidrovias do Sul, pode-se agregá-los à projeção inicial do PNLT, ou seja, as projeções para as microrregiões da região contígua são substituídas pela projeção calculada pela metodologia alternativa. A projeção do restante das microrregiões da Área de Influência continua inalterada. Conforme descrito no Relatório de Metodologia, a mescla dessas duas projeções resulta na projeção modificada da demanda total das microrregiões consideradas como potencial de carga.

22%

17%

14%

13%

9%

4%

4%

3%

3%

3% 2%

1%

1%

1% 1%

2%2010

Soja (t) Petróleo (t) Derivados de Petróleo (t)Adubos e Fertilizantes (t) Produto das Indústrias Químicas (t) Minérios¹ (t)Madeira (t) Trigo (t) Carne de Aves (t)Papel e Celulose (t) Produtos Alimentícios (t) Óleo de Soja (t)Fumo (t) Cerâmicos (t) Arroz (t)

24%

13%

6%

11%

12%

2%

4%

2%

8%

3%

2%

1%3%

2%3% 3%

2030

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Os resultados dessa projeção total estão apresentados na Tabela 3. Por razões de processamento (diferentes classificações de produtos entre ANTAQ e PNLT), essa tabela não apresenta grupos de produtos iguais aos da área contígua, dispostos na Tabela 2.

Tabela 3 - Projeção dos principais produtos da região ampla das Hidrovias do Sul entre 2010-2030 (t)

Fonte: BRASIL (2012b); ANTAQ (2011a); dados do PNLT (documento reservado)

Analisando os resultados obtidos, pode-se observar que os minerais não metálicos destacam-se em volume de movimentação. Dentre os produtos com maior crescimento de demanda na área total de influência das Hidrovias do Sul, estão: óleo de soja, carne de aves, leite, milho, silvicultura, carvão mineral, fumo e arroz. Alguns destes com baixo potencial de movimentação nas hidrovias (como leite), outros com potencial que depende de ajustes de capacidade e de operação na direção de movimentação de contêineres (como fumo e minerais não metálicos) e outros que já são transportados pelas hidrovias (arroz). Embora alguns produtos tenham demanda projetada em queda - o que ocorre principalmente com produtos da pauta de importações, como adubos, derivados de petróleo e trigo -, a maior parte das mercadorias apresenta uma expansão rápida da demanda, o que representa um potencial significativo para a consolidação das hidrovias.

4.3 Resultados da alocação da carga total para as Hidrovias do Sul

Os itens anteriores apresentaram a estimativa da projeção de demanda de carga para a Área de Influência das Hidrovias do Sul - a qual é resultado da projeção do PNLT (interpolada

Produtos 2010 2015 2020 2025 2030Minerais não metálicos 17.269.935 17.485.681 20.745.294 29.866.251 48.264.143 Carga Geral 16.329.717 17.366.935 20.774.262 28.908.714 43.695.503 Derivados do Petróleo 8.572.089 7.411.014 7.381.768 7.381.664 7.381.585 Soja 7.488.061 7.576.217 10.425.725 9.926.377 12.321.487 Adubos e fertilizantes 6.455.469 5.050.729 5.370.910 5.687.473 5.956.747 Produtos químicos inorgânicos 6.247.862 6.919.961 7.823.054 10.402.615 15.001.595 Outros produtos e serviços da lavoura 5.311.952 6.275.682 8.107.384 12.074.723 19.037.368 Silvicultura 4.885.568 5.861.290 7.959.605 12.430.776 20.270.587 Trigo 3.645.439 2.418.183 2.405.906 2.405.738 2.405.745 Óleos de milho, amidos e féculas vegetais e rações 3.150.793 4.125.140 5.001.432 6.223.646 9.364.357 Óleo de soja 2.082.218 2.099.056 2.496.344 5.442.230 12.221.479 Milho 1.766.885 1.775.723 1.863.959 3.204.484 7.355.311 Leite 1.426.591 1.422.163 2.043.484 3.340.020 5.800.164 Arroz 1.364.180 1.912.623 2.463.791 3.249.816 4.888.324 Minério de ferro 1.125.170 879.730 903.647 905.433 908.313 Madeira 1.061.175 1.354.123 1.409.725 1.435.717 1.471.965 Arroz beneficiado e produtos derivados 867.110 1.050.914 1.281.982 1.784.493 2.666.254 Cimento 806.317 123.260 854.650 1.416.560 1.950.081 Carne de Aves 737.208 1.117.023 1.671.342 2.370.427 3.267.387 Papel e Celulose 697.239 754.305 898.053 1.087.431 1.326.599 Carvão mineral 639.788 828.533 1.002.393 1.532.257 2.497.764 Produtos alimentícios 525.513 624.226 637.297 634.342 635.809 Fumo 341.338 677.749 893.029 1.115.051 1.325.380 Cerâmicos 285.324 459.174 577.371 744.456 821.357 Cereais 152.325 306.989 414.567 485.394 510.626 Carne Suína 122.435 142.076 159.224 163.018 163.524 Têxtil 119.199 171.419 175.465 175.692 175.705

Total 93.476.900 96.189.918 115.741.663 154.394.798 231.685.159

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e ajustada para os novos horizontes de planejamento) e de uma nova estimativa para a movimentação de cargas na denominada área contígua às hidrovias (obtida a partir de fluxos de comércio exterior).

A partir dessa movimentação total de carga na área de influência, o passo seguinte é proceder à alocação da carga no modal mais eficiente, considerando a origem e o destino da carga. O capítulo 9 (Simulação dos Projetos) do Relatório de Metodologia relata o procedimento de carregamento da malha de transporte, o qual segue o princípio de minimização do custo logístico. De acordo com esse princípio, todas as cargas projetadas na área total de influência das Hidrovias do Sul são alocadas ao modal mais eficiente do ponto de vista do custo logístico.

A Tabela 4 apresenta a carga alocada nas hidrovias durante a etapa de simulação. Tais resultados referem-se à movimentação total das Hidrovias do Sul considerando os diferentes horizontes de planejamento. É importante notar que esta é a carga total transportada pelas hidrovias em cada ano, independente da distância percorrida. Isto é, a carga alocada refere-se ao volume total transportado em toneladas indistintamente da origem e destino1. No capítulo 7 deste relatório serão apresentados os resultados de carregamento organizados por terminais, por grupo de produto e por trecho de hidrovia.

1Uma alternativa é ponderar o volume transportado pela distância percorrida e referir o resultado em tku

(tonelada por quilômetro útil). Esse procedimento está além do escopo deste estudo e dificultaria a comparação da carga alocada com a demanda projetada.

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Tabela 4- Projeção quinquenal da carga alocada, por produtos, para as Hidrovias do Sul - 2015-2030 (t)

Fonte: BRASIL (2012b); dados do PNLT (documento reservado)

De acordo com o carregamento da projeção de demanda de carga, o crescimento da movimentação nas Hidrovias do Sul será de cerca de 8% ao ano entre o período de 2020-2030. Entre os principais produtos com potencial de movimentação podem-se destacar a classificação de carga geral (que, pela definição da ANTAQ, se refere a cargas gerais conteinerizadas), os minerais não metálicos, produtos da exploração florestal e silvicultura (madeira) e soja em grão. Alguns desses produtos já são movimentados pelas hidrovias, como soja em grãos, adubos e papel e celulose, sendo soja em grãos a carga que possui maior participação na movimentação das hidrovias (ANTAQ, 2011a).

Devido a sua localização e ligação com os Portos de Rio Grande e Porto Alegre, as hidrovias possuem alta viabilidade para o comércio exterior. Dos produtos da pauta de exportação, sendo soja em grão um produto com grande participação, 100% são transportados pelo Porto de Rio Grande. Em relação às importações, estas ocorrem por Porto Alegre, mas com uma participação baixa, representando apenas 5% da movimentação nesse sentido. Como principais produtos da pauta de importação destacam-se os adubos e fertilizantes (ANTAQ, 2011a).

Muitas das cargas estimadas para a Área de Influência dessas hidrovias podem ser alocadas por outros modais de transporte, como o rodoviário ou o ferroviário, sejam tais

Produtos 2015 2020 2025 2030Carga geral 9.729.115 11.775.929 17.110.436 26.171.680 Minerais não metálicos 5.006.518 7.418.530 12.257.408 20.473.019 Produtos da exploração florestal e da silvicultura 2.308.385 3.957.000 7.088.141 12.197.180 Soja em grão 5.332.127 7.215.310 7.511.390 8.499.790 Petróleo e gás natural 6.377.008 6.323.920 6.322.623 6.320.279 Produtos químicos inorgânicos 2.821.907 3.276.338 4.231.184 5.470.365 Adubos 3.786.161 4.056.447 4.349.274 4.599.688 Carne de Aves 824.396 1.225.230 1.737.531 2.395.002 Arroz em casca 1.073.397 1.365.831 1.691.061 2.175.627 Óleo de soja em bruto e tortas, bagaços e farelo de soja 1.250.962 1.476.572 1.736.574 2.044.031 Outros produtos e serviços da lavoura 604.081 790.517 1.270.219 1.952.303 Óleos de milho, amidos e féculas vegetais e rações 875.381 1.008.405 1.250.042 1.587.373 Fumo 617.090 810.071 1.008.441 1.195.640 Trigo 1.214.678 1.175.416 1.172.350 1.172.051 Madeiras 1.064.260 1.107.725 1.128.048 1.156.520 Arroz beneficiado e produtos derivados 368.672 458.061 745.123 1.062.188 Milho em grão 280.761 318.384 507.593 1.011.829 Papel e Celulose 417.761 482.682 588.092 720.731 Minério de ferro 686.906 702.939 704.599 705.702 Alimentícios 359.700 370.045 367.976 367.955 Cereais 196.933 232.232 266.894 280.176 Têxtil 136.080 139.464 139.661 139.673 Cerâmicos 62.290 77.888 100.415 110.789 Carne Suína 84.842 90.820 91.601 91.697 Cimento - 17.283 35.560 53.340 Carvão mineral 78 93 137 159

TOTAL 45.479.490 55.873.133 73.412.374 101.954.785

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cargas destinadas ao mercado interno ou internacional. Há também movimentação por navegação de cabotagem, com grande destaque para adubos, fertilizantes e trigo. Nesse tipo de navegação, adubos e fertilizantes saem do Rio de Janeiro (RJ) e desembarcam em Canoas (RS). O trigo, por sua vez, sai de Rio Grande (RS) para diversos destinos, como Belém (PA). Posteriormente, a carga oriunda desse tipo de navegação é distribuída nos estados (RS e RJ, respectivamente nesse caso) por navegação interior. Dentre as cargas que utilizam esse tipo de navegação, destacam-se a soja em grãos e o papel e celulose; estas saem, em boa parte, de Guaíba (RS) - cidade que conta com uma fábrica da Celulose Riograndense - com destino ao Porto de Rio Grande (RS), através do qual são exportadas (ANTAQ, 2011a).

Além disso, as Hidrovias do Sul possuem ligação com as principais regiões industriais do Rio Grande Sul, como a região metropolitana de Porto Alegre e a região da serra (como Caxias do Sul, por exemplo), com a qual faz interconexão terrestre de cerca de 100 quilômetros. Essas regiões possuem diversas indústrias, principalmente dos setores têxtil, moveleiro, alimentício, químico, de metalurgia, mecânica e materiais elétricos. Todos esses setores industriais produzem bens e necessitam de insumos que, comumente, são transportados em contêineres.

Assim, pode-se dizer que as regiões industriais próximas às Hidrovias do Sul representam um potencial para movimentação de diversas mercadorias em contêineres (de exportação, importação e mesmo cabotagem) nas hidrovias, o que pode ser constatado pelo resultado obtido nas projeções e alocação, que apresentaram significativo montante e rápido crescimento das cargas gerais.

Cabe ressaltar que as cargas gerais se referem a cargas gerais conteinerizadas. Possuem uma característica, porém, que é o fato de diversos tipos de mercadorias serem transportados em um mesmo contêiner, o que é justificável pela existência de um grande número de pequenas indústrias nessas regiões industriais.

5 DIAGNÓSTICO DA REDE DE TRANSPORTE ATUAL

Neste capítulo é realizada a análise da rede de transporte existente na Bacia do Sul. O conteúdo desta etapa subsidiou a definição da rede que seria posteriormente utilizada nas simulações.

5.1 Hidrovias do Sul

Segundo a ANTAQ (2011a), as Hidrovias do Sul possuem extensão total navegável de 1.100 quilômetros com um calado médio de 2,5 metros. O sistema de sinalização das hidrovias conta atualmente com boias cegas com película refletiva, balizas em terra e placas indicativas em seu decorrer para a demarcação quilométrica (BRASIL, 2012e). Há restrições à navegabilidade por conta das águas altas, em virtude da velocidade de escoamento do curso d’água. Seus regimes hidrológicos apresentam como período de águas baixas os meses compreendidos entre dezembro e abril, e como período de águas altas, de julho a setembro. A

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seguir apresenta-se cada via navegável que compõe as hidrovias, descritas de acordo com Costa (1998).

Rio Jacuí

Tem suas principais nascentes localizadas no Planalto, a cerca de 10 quilômetros a leste da cidade de Passo Fundo (RS), a uma altitude de aproximadamente 730 metros. Toda sua área de drenagem é caracterizada pelo uso intensivo do solo para agricultura e pecuária. É navegável da cidade de Dona Francisca (RS) até Porto Alegre (RS) e seu comprimento total é de aproximadamente 750 quilômetros, dos quais 370 são navegáveis por embarcações de até 2,5 metros de calado. Recebe a contribuição do Rio Taquari na margem esquerda. Juntamente com os rios Gravataí, Sinos e Caí, forma o Delta do Jacuí, um conjunto de canais que segue para a Lagoa dos Patos. A Figura 6 destaca o trecho navegável do Rio Jacuí.

Figura 6 - Região que abrange o Rio Jacuí em destaque

Fonte: Elaboração própria

Rio Taquari

Situa-se na região nordeste do estado do Rio Grande do Sul. Possui uma extensão aproximada de 140 quilômetros e é o principal afluente do Rio Jacuí. Nasce com a denominação de Rio das Antas até a confluência com o Rio Guaporé, nas imediações da cidade de Muçum (RS), onde passa a ser chamado de Taquari. A navegação é possível desde a sua foz no Rio Jacuí, junto à cidade de São Jerônimo (RS), até o porto de Taquari, distante 86 quilômetros. A Figura 7 ilustra a região onde o rio está inserido.

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Figura 7 - Região que abrange o Rio Taquari em destaque

Fonte: Elaboração própria

Rio Caí

Tem seus formadores na Serra Geral, entre 900 e 1.000 metros de altitude, desembocando no delta do Jacuí. Contribui para a formação do estuário do Rio Guaíba após um percurso de 195 quilômetros. É um dos mais importantes afluentes do Rio Jacuí, sendo navegável durante todo o ano entre Porto Alegre (RS) e São Sebastião do Caí (RS), numa extensão de 93 quilômetros, com profundidades que variam de meio metro a quatro metros. Possui uma ponte ferroviária na localidade de Passo do Caí (RS), com limitador de 9 metros em águas mínimas.

Rio dos Sinos

Tem seus formadores na Serra Geral, entre 500 e 600 metros de altitude, desembocando no delta do Jacuí. Também contribui com a formação do Rio Guaíba, num percurso de cerca de 120 quilômetros. Destes, 44 são navegáveis, com profundidades entre 1 e 2 metros, ligando Porto Alegre (RS) a São Leopoldo (RS). Possui uma ponte ferroviária no ponto quilométrico (PK) 14,47, cujo limitador é de 8,16 metros em águas mínimas (CAPITANIA DOS PORTOS DO RIO GRANDE DO SUL - CPRS, 2008).

Rio Gravataí

Nasce na região dos banhados ao norte da Lagoa dos Patos e desemboca no delta do Jacuí, contribuindo com a formação do Rio Guaíba. É um rio de planície, de baixa velocidade, sinuoso e com muitos meandros. Permite navegação durante todo o ano, até Gravataí, a 66 quilômetros da foz, de barcos com até 1,5 metros de calado. Já para barcos maiores, com até

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quatro metros e meio de calado, a navegação é possível somente até Vila Niterói, a 8 quilômetros da foz. A Figura 8 destaca os três afluentes do Jacuí.

Figura 8 - Municípios de São Sebastião do Caí, São Leopoldo e Gravataí,

onde iniciam os rios Caí, Sinos e Gravataí, respectivamente Fonte: Elaboração própria

O Rio Gravataí possui um ponto de restrição à navegação no PK 9,5, com pontes ferroviárias e rodoviárias, que apresentam alturas livres de 4,69 metros (ferroviárias), 6,64 metros e 7,04 metros (rodoviárias) (Capitania dos Portos do Rio Grande do Sul - CPRS, 2008).

Rio Guaíba

Desenvolve-se entre o delta do Jacuí, junto à cidade de Porto Alegre (RS), e a ponta de Itapuã, onde tem início a Lagoa dos Patos. Como hidrovia, é usado em toda a sua extensão de cerca de 50 quilômetros, seja para acesso ao porto de Porto Alegre ou para a ligação ao sistema hidroviário interior. Tem calado de 5,1 metros e largura útil de 80 metros. É alimentado pelo delta do Jacuí que recebe águas dos rios Jacuí, Sinos, Caí e Gravataí. A partir do Guaíba, as águas vão para a Lagoa dos Patos e, consequentemente, para o Oceano Atlântico.

Lagoa dos Patos

É a maior lagoa do Brasil, com 265 quilômetros de comprimento estendidos paralelamente ao Oceano Atlântico. Ao nordeste, encontra a Lagoa do Casamento, e a noroeste, o Rio Guaíba, que faz a transição entre a Lagoa dos Patos e o delta do Jacuí. Ao sul, a lagoa comunica-se com o mar no município de Rio Grande (RS), através do Canal do Norte, e com a Lagoa Mirim, através do Canal de São Gonçalo. É navegável por embarcações

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fluviomarítimas de até 5,1 metros de calado, em praticamente toda a sua extensão. A fim de garantir o acesso de embarcações de maior porte, a profundidade é mantida através de dragagem sistemática e constante em alguns pontos. Possui uma área de 9.800 quilômetros quadrados e largura média de 33 quilômetros, que se divide entre o Canal de São Gonçalo e a Lagoa Mirim.

5.2 Portos, Intermodalidade e Acessos

Ao longo das Hidrovias do Sul existem quatro portos organizados e quinze terminais de uso privativo. O Quadro 2 relaciona esses terminais de acordo com a via a qual pertencem segundo dados da ANTAQ (2011b).

Quadro 2 - Instalações Portuárias nas Hidrovias do Sul

Fonte: ANTAQ (2011b)

5.2.1 Porto de Estrela

Sua construção foi iniciada em 1975, conforme projeto destinado a atender à demanda do transporte de trigo e soja no corredor de exportação do Porto de Rio Grande. Seu acesso foi viabilizado após a construção da barragem eclusa da de Bom Retiro do Sul. Segundo a ANTAQ (2012), o porto é administrado pela Administração do Porto de Estrela, vinculada à Companhia Docas do Estado de São Paulo (CODESP). Dispõe de seis berços, sendo três para operações de embarque e três para desembarque, distribuídos no cais de 585 metros. O acesso ao porto pode ser feito pelos seguintes modais:

Rodoviário: RS-453/BR-453 - com aproximadamente 270 quilômetros de extensão e boas condições de tráfego.

Via Navegável Instalação PortuáriaRio Jacuí TUP Copelmi

Porto de EstrelaTUP MitaTUP Moinho Taquariense

Rio dos Sinos TUP Rio dos SinosTUP NiteróiTUP OleoplanTUP SHVTUP TergasulPorto de Porto AlegreTUP CMPC GuaíbaPorto de Rio GrandeTUP BianchiniTUP CevalTUP Terminal Marítimo Luiz FogliattoTUP Yara Brasil FertilizantesPorto de PelotasTUP Cimbagé

Canal de Acesso ao Terminal Santa Clara TUP Santa Clara

Lagoa dos Patos

Canal de São Gonçalo

Rio Taquari

Rio Gravataí

Lago do Guaíba

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o BR-386: possui 447 quilômetros de extensão e boas condições de trafegabilidade. Está sob concessão do estado do quilômetro 134 ao 386. Possui trechos em manutenção.

Ferroviário: pelo ramal de uma das linhas da Ferrovia Sul-Atlântico S/A, malha Sul, da Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA), que dista 11 quilômetros da cidade de Estrela.

5.2.2 Porto de Porto Alegre

Foi inaugurado em 1913 por iniciativa do estado do Rio Grande do Sul e está localizado à esquerda do Rio Guaíba, na parte noroeste de Porto Alegre (RS). É administrado pela Superintendência de Portos e Hidrovias. O acesso ao porto pode ser feito pelos seguintes modais:

Rodoviário: pelas rodovias BR-116 e BR-290. Esta última, no sentido leste se conecta à BR-101, em Osório, e para oeste se estende até a BR-472, próximo à Uruguaiana (RS), na fronteira com a Argentina.

Ferroviário: pela Ferrovia Sul-Atlântico S/A, malha Sul, que atinge as fronteiras com a Argentina e o Uruguai. A malha é interligada pelas linhas-tronco Porto Alegre-Uruguaiana e Tronco-Sul, na direção dos estados de Santa Catarina e São Paulo.

Fluvial e lacustre: Lagoa dos Patos e Rio Guaíba.

5.2.3 Porto de Pelotas

Administrado pela SPH, o porto está localizado na região meridional do estado, no município de Pelotas (RS), à margem esquerda do Canal de São Gonçalo. O canal de entrada possui 80 metros de largura e profundidade de 6,5 metros, ao longo do percurso de nove quilômetros a partir da Lagoa dos Patos. Possui um cais acostável com três berços, com extensão de 500 metros e profundidade de seis metros. São utilizados três armazéns para carga geral e graneis com capacidade total de 27.000 toneladas. O acesso ao porto pode ser feito pelos seguintes modais:

Rodoviário: pela BR-332/BR-471 que interceptam a BR-116, a qual se conecta à BR-293 a oito quilômetros da cidade de Pelotas (RS).

Ferroviário: pela Ferrovia Sul-Atlântico S/A.

Fluvial e lacustre: pela Lagoa dos Patos e Lagoa Mirim, pelo canal de São Gonçalo e pelo Rio Jaguarão.

6 DEFINIÇÃO DA REDE FUTURA A SER ANALISADA - NOVAS OUTORGAS DE TERMINAIS HIDROVIÁRIOS

Neste capítulo do relatório apresenta-se a rede de transporte a ser utilizada nas simulações, de acordo com as premissas estabelecidas no Relatório de Metodologia. Serão

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apresentados os cenários de infraestrutura montados para os diferentes modais em cada horizonte de estudo e que exercem influência nas Hidrovias do Sul.

6.1 Montagem dos cenários de infraestrutura

Neste item expõem-se os cenários de infraestrutura identificados para cada tipo de modal e a configuração das respectivas malhas em cada horizonte de análise.

6.1.1 Modal Rodoviário

O Quadro 3 mostra as obras rodoviárias que podem influenciar a navegação nas Hidrovias do Sul, tendo como fonte os dados do Banco de Informações e Mapas de Transporte (BIT) e o PAC. As rodovias levantadas a partir dessas fontes foram incluídas na malha de transporte utilizada nas simulações. A essas rodovias foi atribuída velocidade padrão de 54 quilômetros por hora e classificação de pavimentadas.

Quadro 3 - Cenário modal rodoviário

Fonte: BRASIL (2012f)

6.1.2 Modal Ferroviário

Considerando a Área de Influência da bacia em estudo, a principal ferrovia de interesse para as Hidrovias do Sul é a Ferrovia Norte-Sul, em seu trecho que corta a região Sul. No Quadro 4 apresenta-se o trecho referente à bacia com seu horizonte de conclusão. As informações desse modal foram obtidas por meio da VALEC, entretanto, como a companhia não possui informações detalhadas sobre possíveis projetos para esse trecho dentro da área de influência da hidrovia, os técnicos da ANTAQ optaram por considerá-lo no último horizonte de simulação.

Quadro 4 - Cenário modal ferroviário

Fonte: VALEC (2012)

2015 2020 2025 2030BR-116 De Dois Irmãos (RS) a Porto Alegre (RS) X X X X

BR-392 De Pelotas (RS) ao Rio Grande (RS) X X X X

De Sapucaia do Sul (RS) à BR-386, em Canoas (RS) X X X X

De Biachini (RS) a Porto Alegre (RS) X X X X

De Lagoa Vermelha (RS) a Barracão (RS), na Rodovia RS-477 X X X X

De Barracão (RS) à Rodovia RS-477, em Pontão (RS) X X X X

De Pontão (RS) à Rodovia BR-285, em Lagoa Vermelha (RS) X X X X

BR-448

BR-470

HorizonteRodovia Trecho

2015 2020 2025 2030Ferrovia Norte-Sul De Panorama (SP) a Rio Grande (RS) X

HorizonteFerrovia Trecho

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6.1.3 Modal Hidroviário

O modal hidroviário, por ser o foco deste projeto, é o que apresenta mais obras de infraestrutura dentro dos horizontes de projeto definidos. As informações do Quadro 5 foram repassadas pela ANTAQ, as quais foram obtidas a partir de análises feitas junto ao DNIT, Ministério dos Transportes e de uma análise de conjuntura entre os técnicos da Agência.

Quadro 5 - Cenário modal hidroviário

Fonte: ANTAQ (2012)

6.1.4 Novas outorgas de terminais hidroviários

Os trechos da Bacia do Sul aptos a receberem novos terminais hidroviários são:

Rio Jacuí: da cidade de Dona Francisca (RS) para a jusante e até a sua foz no Lago Guaíba;

Rio Taquari: da cidade de Muçum (RS) até a sua foz no Rio Jacuí;

Rio Caí: da cidade de São Sebastião do Caí (RS) até a sua foz no Delta do Rio Jacuí;

Rio Sinos: da cidade de São Leopoldo (RS) até a sua foz no delta do Rio Jacuí;

Rio Gravataí: da cidade de Gravataí (RS) até a sua foz no delta do Rio Jacuí;

Lago do Guaíba: do Delta do Rio Jacuí para jusante até a sua confluência com a Lagoa dos Patos;

Lagoa dos Patos: da sua confluência com o Lago Guaíba para jusante e até a sua confluência com o Oceano Atlântico;

Rio Trecho 2015 2020 2025 2030Da foz no Lago do Guaíba até Cachoeira do Sul X X X XDe Cachoeira do Sul até o município de Dona Francisca (RS)

X X

Da foz, no Rio Jacuí, até o Porto de Estrela X X X X

Do Porto de Estrela até a cidade de Muçum (RS) X X

Rio CaíDe São Sebastião do Caí até a foz no Delta do Jacuí

X X X X

Rio dos SinosDa confluência entre a cidade de São Leopoldo e a BR-116 até a foz no Delta do Jacuí

X X X X

Da foz do Rio Jacuí até o TUP Niteroi X X X XDo TUP Niteroi até o PK 21 X X

Lago GuaíbaDo Delta do Rio Jacuí para a jusante até a confluência com a Lagoa dos Patos

X X X X

Lagoa MirimDa foz do Arroio de São Miguel até a embocadura de montante do Canal de São Gonçalo

X X X X

Lagoa dos PatosDa sua confluência com o Lago Gauíba para a jusante até sua confluência com o Oceano Atlântico

X X X X

Canal de São GonçaloDo seu emboque de montante na Lagora Mirim até sua foz (ou emboque de jusante) na Lagoa dos Patos

X X X X

Canal de acesso ao Terminal Santa Clara

X X X X

Rio Jaguarão X X X

Rio Gravataí

Rio Jacuí

Rio Taquari

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Lagoa Mirim: da foz do arroio São Miguel até a embocadura de montante do canal de São Gonçalo;

Canal de São Gonçalo: do seu emboque de montante na Lagoa Mirim até a sua foz (ou emboque de jusante) na Lagoa dos Patos; e

Canal de Acesso ao Terminal Santa Clara.

De acordo com os procedimentos descritos no Relatório de Metodologia, foram determinadas as áreas propícias para instalação de novos terminais hidroviários, as quais se encontram no Quadro 6.

Quadro 6 - Áreas propícias para instalação de novos terminais hidroviários

Fonte: Elaboração própria

Essas áreas propícias para a instalação de novos terminais foram adicionadas à malha de transporte nos horizontes apropriados e fizeram parte da simulação descrita no capítulo 7.

7 SIMULAÇÃO DOS PROJETOS

Neste capítulo do relatório, são apresentados os resultados obtidos na etapa de simulação. Conforme detalhado no Relatório de Metodologia, com o objetivo de selecionar as áreas mais propícias para instalação de terminais, utilizou-se um processo iterativo, podendo haver sucessivas etapas de simulação e exclusões de terminais da rede de transporte.

7.1 Carregamento em Terminais

Rio Grande e Porto Alegre, com portos de importância já estabelecidos, apresentam as maiores movimentações, somando mais da metade dos fluxos totais nas hidrovias, com o primeiro sendo a saída das Hidrovias do Sul para o Atlântico, e o segundo, a capital do estado. O TUP Copelmi (no município de Charqueadas - RS), Estrela e São Sebastião do Caí são os outros terminais com maior movimentação na hidrovia.

Todos os grupos de produtos possuem movimentação significativa, com destaque para carga geral e granel sólido. Carga geral é o grupo de maior fluxo na hidrovia, principalmente por produtos de exploração florestal e silvicultura (madeiras) e a própria carga geral. Granel líquido tem como produto apenas petróleo e gás natural, ambos com uma movimentação que

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se mantém estável durante os horizontes. Do Grupo de granel sólido, os principais produtos são minerais não metálicos e produtos químicos inorgânicos, enquanto granel sólido agrícola possui uma variedade de produtos com movimentação significativa, entre eles: soja, arroz e trigo.

Apesar de já apresentar diversos terminais existentes, a alocação indica que ainda há demanda suficiente para a instalação de alguns terminais novos. Há cinco áreas propícias de terminais que apresentaram fluxo significativo, elencados a seguir com seus horizontes ótimos de abertura:

Área Propícia de Montenegro (2015);

Área Propícia de São Sebastião do Caí (2015);

Área Propícia de Arambaré (2025);

Área Propícia de Dona Francisca (2025); e

Área Propícia de Restinga Seca (2025).

As Tabelas 5 a 8 mostram os carregamentos totais, por terminal e por grupo de produto, para cada um dos horizontes.

Tabela 5 - Carregamentos nos terminais - Fluxo 2015 (t)

Fonte: Elaboração própria

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 TotalRio Grande 7.412.143,11 4.518.359,44 1.350.433,00 10.769.016,27 7.946.544,19 31.996.496,01 Porto Alegre / TUP Aracruz Guaíba 10.613.368,99 3.979.291,12 579.100,52 6.395.230,80 2.169.556,36 23.736.547,79 TUP Copelmi 654.044,11 1.873.071,92 180.725,68 2.597.982,62 1.303.202,22 6.609.026,55 Pelotas 1.086.671,37 443,99 264.766,62 649.645,88 891.634,29 2.893.162,15 Estrela 1.683.250,42 1.858.614,80 298.880,96 410.782,37 825.195,65 5.076.724,20 Cachoeira do Sul 381.548,50 - 864.814,80 565.920,99 289.973,95 2.102.258,24 Área propícia de São Sebastião do Caí 5.077.670,49 - 52.599,14 16.162,00 150.452,57 5.296.884,20 Área propícia de Montenegro 1.161.322,45 8,44 43.869,32 161.002,29 121.822,97 1.488.025,47 Rio Pardo 1.133.581,33 - 128.165,05 280.774,95 121.569,70 1.664.091,03 TUP Oleoplan 115.196,91 - - - 92.388,01 207.584,92 TUP Santa Clara 414.823,83 - 48.946,00 - - 463.769,83

Total 29.733.621,51 12.229.789,71 3.812.301,09 21.846.518,17 13.912.339,91 81.534.570,39

PortosFluxo total por Grupo 2015

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Bacia do Sul Relatório Executivo

24 ANTAQ/UFSC/LabTrans

Tabela 6 - Carregamentos nos terminais - Fluxo 2020 (t)

Fonte: Elaboração própria

Tabela 7- Carregamentos nos terminais - Fluxo 2025 (t)

Fonte: Elaboração própria

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 TotalRio Grande 9.135.318,37 4.546.729,10 1.543.932,18 13.818.979,05 10.104.442,65 39.149.401,35 Porto Alegre / TUP Aracruz Guaíba 14.180.178,00 4.008.063,12 689.846,43 9.024.689,61 2.840.170,77 30.742.947,93 Área propícia de São Sebastião do Caí 6.827.081,87 - 53.129,18 13.748,05 167.629,56 7.061.588,66 TUP Copelmi 765.497,47 1.790.679,22 159.083,98 2.835.787,17 1.386.287,46 6.937.335,30 Estrela 1.989.390,88 1.777.128,19 577.522,49 429.236,72 1.082.371,62 5.855.649,90 Pelotas 1.214.673,52 1.617,81 231.522,57 610.489,53 1.195.643,72 3.253.947,15 Cachoeira do Sul 508.623,17 - 1.037.495,41 681.824,02 366.275,71 2.594.218,31 Rio Pardo 1.439.899,37 - 90.205,07 287.263,24 177.059,46 1.994.427,14 Área propícia de Montenegro 1.540.736,82 8,96 39.082,63 152.226,85 166.905,06 1.898.960,32 TUP Santa Clara 589.163,47 - 63.072,14 - - 652.235,61 Jaguarão 92.334,10 63,57 8.467,82 76.756,62 180.899,71 358.521,82 TUP Oleoplan 123.756,84 - - - 87.004,93 210.761,77

Total 38.406.653,88 12.124.289,97 4.493.359,90 27.931.000,86 17.754.690,65 100.709.995,26

PortosFluxo total por Grupo 2020

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 TotalRio Grande 12.206.845,93 4.551.392,46 1.891.239,26 19.264.390,38 10.670.371,94 48.584.239,97 Porto Alegre / TUP Aracruz Guaíba 22.101.951,48 4.012.584,83 963.569,57 14.133.180,62 3.936.515,37 45.147.801,87 Área propícia de São Sebastião do Caí 10.815.344,28 - 45.984,72 18.301,70 221.141,35 11.100.772,05 TUP Copelmi 999.532,59 1.782.729,87 124.673,19 3.397.154,42 1.472.676,86 7.776.766,93 Estrela 2.550.060,86 1.769.231,40 930.731,84 645.375,84 927.577,02 6.822.976,96 Pelotas 1.598.278,73 65,04 153.396,87 607.128,07 1.330.672,12 3.689.540,83 Cachoeira do Sul 616.701,76 - 1.210.879,06 998.087,63 431.753,77 3.257.422,22 Rio Pardo 1.891.288,10 - 60.219,72 387.645,66 239.902,64 2.579.056,12 Área propícia de Montenegro 2.131.709,13 8,98 30.195,21 172.784,20 199.175,89 2.533.873,41 TUP Santa Clara 921.604,89 - 43.377,14 - - 964.982,03 Área propícia de Dona Francisca 485.113,08 - 12.524,85 46.958,38 289.887,99 834.484,30 Área propícia de Arambaré 232.863,25 1.784,00 67.742,67 82.466,89 243.259,84 628.116,65 Área propícia de Restinga Seca 176.716,46 - 23.660,00 30.369,06 323.202,54 553.948,06 Jaguarão 112.522,46 65,10 3.080,00 34.327,20 197.249,93 347.244,69 TUP Oleoplan 175.023,85 - 3.281,76 - 102.083,19 280.388,80

Total 57.015.556,85 12.117.861,68 5.564.555,86 39.818.170,05 20.585.470,45 135.101.614,89

PortosFluxo total por Grupo 2025

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Relatório Executivo Bacia do Sul

ANTAQ/UFSC/LabTrans 25

Tabela 8- Carregamentos nos terminais - Fluxo 2030 (t)

Fonte: Elaboração própria

7.2 Carregamento na Hidrovia

As Tabelas 9 a 12 apresentam os resultados de movimentação total em cada um dos trechos das Hidrovias do Sul, em cada horizonte de estudo.

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 TotalPorto Alegre / TUP Aracruz Guaíba 35.318.180,97 4.013.003,76 1.505.736,04 22.574.501,82 5.303.678,51 68.715.101,10 Rio Grande 16.877.017,16 4.551.814,34 2.250.593,25 27.600.465,43 12.238.768,12 63.518.658,30 Área propícia de São Sebastião do Caí 17.921.952,74 - 59.231,37 33.564,46 364.807,36 18.379.555,93 TUP Copelmi 1.407.297,06 1.781.894,63 84.895,72 3.913.268,20 1.707.498,98 8.894.854,59 Estrela 3.371.280,13 1.768.399,63 1.266.221,31 1.131.771,24 1.090.206,90 8.627.879,21 Pelotas 2.332.028,70 65,00 103.019,17 802.275,21 1.781.971,48 5.019.359,56 Cachoeira do Sul 938.591,16 - 1.414.108,28 1.735.543,68 725.250,99 4.813.494,11 Área propícia de Montenegro 2.986.654,98 9,00 40.579,12 238.652,03 248.824,64 3.514.719,77 Rio Pardo 2.498.669,15 - 52.161,10 628.331,06 334.621,45 3.513.782,76 TUP Santa Clara 1.430.453,07 - - - - 1.430.453,07 Área propícia de Dona Francisca 792.011,93 - 12.240,05 42.408,06 479.204,88 1.325.864,92 Área propícia de Restinga Seca 274.291,88 - 63.914,17 31.038,63 595.575,43 964.820,11 Área propícia de Arambaré 359.472,67 1.809,00 5.666,78 82.790,39 323.203,64 772.942,48 Jaguarão 163.641,14 65,00 10.771,24 26.868,29 295.864,06 497.209,73 TUP Oleoplan 276.810,21 - - - 117.961,13 394.771,34

Total 86.948.352,95 12.117.060,36 6.869.137,60 58.841.478,50 25.607.437,57 190.383.466,98

PortosFluxo total por Grupo 2030

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Bacia do Sul Relatório Executivo

26 ANTAQ/UFSC/LabTrans

Tabela 9 - Carregamento nas Hidrovias do Sul - Fluxo 2015 (t)

Fonte: Elaboração própria

INÍCIO FIM G01 G02 G03 G04 G05 Total

Área Propícia de Dona Francisca Área Propícia de Restinga Seca - - - - - - Área Propícia de Restinga Seca Cachoeira do Sul - - - - - - Cachoeira do Sul Rio Pardo 381.548,50 - 864.814,80 565.920,99 289.973,95 2.102.258,24 Rio Pardo Confluência Rio Taquarí 1.515.129,83 - 992.979,85 846.695,94 411.543,65 3.766.349,27 Confluência Rio Taquarí TUP Copelmi 3.164.497,87 1.858.614,80 1.239.221,65 1.257.478,31 1.186.914,24 8.706.726,87 TUP Copelmi Confluência Canal Santa Clara 3.726.237,60 14.457,12 1.327.682,19 3.848.524,23 2.391.310,58 11.308.211,72 Confluência Canal de Santa Clara TUP Santa Clara 414.823,83 - 48.946,00 - - 463.769,83 Confluência Canal de Santa Clara Confluência Rio Caí 4.141.061,43 14.457,12 1.376.628,19 3.848.524,23 2.391.310,58 11.771.981,55 Confluência Rio Caí Confluência Rio dos Sinos 9.942.135,29 14.465,56 1.403.164,61 3.993.364,52 2.550.636,24 17.903.766,22 Confluência Rio dos Sinos Confluência Lago Guaíba 9.942.135,29 14.465,56 1.403.164,61 3.993.364,52 2.550.636,24 17.903.766,22

Muçum Estrela - - - - - - Estrela Mariante 1.683.250,42 1.858.614,80 298.880,96 410.782,37 825.195,65 5.076.724,20 Mariante TUP Moinho Taquariense 1.683.250,42 1.858.614,80 298.880,96 410.782,37 825.195,65 5.076.724,20 TUP Moinho Taquariense TUP Mita 1.683.250,42 1.858.614,80 298.880,96 410.782,37 825.195,65 5.076.724,20 TUP Mita Confluência Rio Jacuí 1.683.250,42 1.858.614,80 298.880,96 410.782,37 825.195,65 5.076.724,20

Confluência Lagoa Mirim Pelotas - - - - - - Pelotas Confluência Lagoa dos Patos 841.327,12 410,48 249.557,38 124.279,23 680.207,83 1.895.782,04

Jaguarão Rio Jaguarão - - - - - - Rio Jaguarão Confluência Lagoa Mirim - - - - - -

Área Propícia de São Sebastião do Caí Área Propícia de Montenegro 5.077.670,49 - 52.599,14 16.162,00 150.452,57 5.296.884,20 Área Propícia de Montenegro Confluência Rio Jacuí 6.238.992,94 8,44 96.468,46 177.164,29 272.275,54 6.784.909,67

Área Propícia de Gravataí TUP Oleoplan - - - - - - TUP Oleoplan Confluência Rio Jacuí 115.196,91 - - - 92.388,01 207.584,92

Área Propícia de São Leopoldo TUP Rio dos Sinos - - - - - - TUP Rio dos Sinos Delta do Rio Jacuí - - - - - -

Confluência Rio Jacuí/Gravataí Porto Alegre 9.878.822,66 14.465,56 1.403.164,61 3.993.364,52 2.531.316,25 17.821.133,60 Porto Alegre Confluência Lagoa dos Patos 6.760.160,43 3.993.756,68 1.239.239,71 8.444.342,52 4.225.759,93 24.663.259,27 Confluência Lagoa dos Patos Confluência Longo Curso 6.754.459,55 3.993.756,68 1.235.877,21 8.444.342,52 4.225.759,93 24.654.195,89

Confluência Lagoa dos Patos Pelotas - - - - - - Confluência Lago Guaíba Rio Grande 6.436.415,01 3.994.167,16 1.032.176,85 8.555.895,35 4.130.863,24 24.149.517,61 Rio Grande Confluência Longo Curso 6.883.015,79 4.518.359,44 1.225.660,15 10.636.572,68 7.275.174,79 30.538.782,85

Rio Caí

Rio Gravataí

Rio dos Sinos

Lago Guaíba

Lagoa dos Patos

Rio Jaguarão

TRECHO

Rio Jacuí

Rio Taquarí

Canal de São Gonçalo

Fluxo Total por Grupo - 2015

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Relatório Executivo Bacia do Sul

ANTAQ/UFSC/LabTrans 27

Tabela 10 - Carregamento nas Hidrovias do Sul - Fluxo 2020 (t)

Fonte: Elaboração própria

INÍCIO FIM G01 G02 G03 G04 G05 Total

Área Propícia de Dona Francisca Área Propícia de Restinga Seca - - - - - - Área Propícia de Restinga Seca Cachoeira do Sul - - - - - - Cachoeira do Sul Rio Pardo 508.623,17 - 1.037.495,41 681.824,02 366.275,71 2.594.218,31 Rio Pardo Confluência Rio Taquarí 1.948.522,54 - 1.127.700,48 969.087,26 543.335,17 4.588.645,45 Confluência Rio Taquarí TUP Copelmi 3.901.650,08 1.777.128,19 1.654.387,51 1.398.323,98 1.581.013,75 10.312.503,51 TUP Copelmi Confluência Canal Santa Clara 4.573.930,61 13.551,03 1.696.382,11 4.231.389,81 2.852.925,15 13.368.178,71 Confluência Canal de Santa Clara TUP Santa Clara 589.163,47 - 63.072,14 - - 652.235,61 Confluência Canal de Santa Clara Confluência Rio Caí 5.163.094,08 13.551,03 1.759.454,25 4.231.389,81 2.852.925,15 14.020.414,32 Confluência Rio Caí Confluência Rio dos Sinos 13.075.238,25 13.559,99 1.783.490,32 4.372.565,87 3.080.277,01 22.325.131,44 Confluência Rio dos Sinos Confluência Lago Guaíba 13.075.238,25 13.559,99 1.783.490,32 4.372.565,87 3.080.277,01 22.325.131,44

Muçum Estrela - - - - - - Estrela Mariante 1.989.390,88 1.777.128,19 577.522,49 429.236,72 1.082.371,62 5.855.649,90 Mariante TUP Moinho Taquariense 1.989.390,88 1.777.128,19 577.522,49 429.236,72 1.082.371,62 5.855.649,90 TUP Moinho Taquariense TUP Mita 1.989.390,88 1.777.128,19 577.522,49 429.236,72 1.082.371,62 5.855.649,90 TUP Mita Confluência Rio Jacuí 1.989.390,88 1.777.128,19 577.522,49 429.236,72 1.082.371,62 5.855.649,90

Confluência Lagoa Mirim Pelotas 92.334,10 63,57 8.467,82 76.756,62 180.899,71 358.521,82 Pelotas Confluência Lagoa dos Patos 1.011.586,48 1.618,74 224.047,77 161.407,17 1.064.880,30 2.463.540,46

Jaguarão Rio Jaguarão 92.334,10 63,57 8.467,82 76.756,62 180.899,71 358.521,82 Rio Jaguarão Confluência Lagoa Mirim 92.334,10 63,57 8.467,82 76.756,62 180.899,71 358.521,82

Área Propícia de São Sebastião do Caí Área Propícia de Montenegro 6.827.081,87 - 53.129,18 13.748,05 167.629,56 7.061.588,66 Área Propícia de Montenegro Confluência Rio Jacuí 8.367.818,69 8,96 92.211,81 165.974,90 334.534,62 8.960.548,98

Área Propícia de Gravataí TUP Oleoplan - - - - - - TUP Oleoplan Confluência Rio Jacuí 123.756,84 - - - 87.004,93 210.761,77

Área Propícia de São Leopoldo TUP Rio dos Sinos - - - - - - TUP Rio dos Sinos Delta do Rio Jacuí - - - - - -

Confluência Rio Jacuí/Gravataí Porto Alegre 13.016.416,63 13.559,99 1.783.490,32 4.372.565,87 3.072.047,38 22.258.080,19 Porto Alegre Confluência Lagoa dos Patos 8.487.541,50 4.021.623,11 1.388.740,70 11.229.880,34 5.190.821,27 30.318.606,92 Confluência Lagoa dos Patos Confluência Longo Curso 8.483.165,91 4.021.623,11 1.384.563,63 11.229.880,34 5.190.821,27 30.310.054,26

Confluência Lagoa dos Patos Pelotas - - - - - - Confluência Lago Guaíba Rio Grande 8.049.971,89 4.023.241,85 1.213.345,56 11.345.116,59 5.197.637,37 29.829.313,26 Rio Grande Confluência Longo Curso 8.526.041,93 4.546.729,10 1.449.280,75 13.687.268,19 9.202.303,31 37.411.623,28

Rio Jacuí

Rio Taquarí

Canal de São Gonçalo

Rio Jaguarão

Rio Caí

TRECHO

Rio Gravataí

Rio dos Sinos

Lago Guaíba

Lagoa dos Patos

Fluxo Total por Grupo - 2020

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Bacia do Sul Relatório Executivo

28 ANTAQ/UFSC/LabTrans

Tabela 11 - Carregamento nas Hidrovias do Sul - Fluxo 2025 (t)

Fonte: Elaboração própria

INÍCIO FIM G01 G02 G03 G04 G05 Total

Área Propícia de Dona Francisca Área Propícia de Restinga Seca 485.113,08 - 12.524,85 46.958,38 289.887,99 834.484,30 Área Propícia de Restinga Seca Cachoeira do Sul 661.829,54 - 36.184,85 77.327,44 613.090,53 1.388.432,36 Cachoeira do Sul Rio Pardo 1.258.290,74 - 1.247.063,91 1.075.415,07 1.044.844,30 4.625.614,02 Rio Pardo Confluência Rio Taquarí 3.149.578,84 - 1.307.283,63 1.463.060,73 1.284.746,94 7.204.670,14 Confluência Rio Taquarí TUP Copelmi 5.574.997,22 1.769.231,40 2.148.116,35 2.108.436,57 1.846.684,02 13.447.465,56 TUP Copelmi Confluência Canal Santa Clara 6.475.967,01 13.498,47 2.178.983,96 5.505.590,99 3.131.203,92 17.305.244,35 Confluência Canal de Santa Clara TUP Santa Clara 921.604,89 - 43.377,14 - - 964.982,03 Confluência Canal de Santa Clara Confluência Rio Caí 7.397.571,90 13.498,47 2.222.361,10 5.505.590,99 3.131.203,92 18.270.226,38 Confluência Rio Caí Confluência Rio dos Sinos 19.755.811,69 13.507,45 2.263.402,15 5.666.950,79 3.402.613,74 31.102.285,82 Confluência Rio dos Sinos Confluência Lago Guaíba 19.755.811,69 13.507,45 2.263.402,15 5.666.950,79 3.402.613,74 31.102.285,82

Muçum Estrela - - - - - - Estrela Mariante 2.550.060,86 1.769.231,40 930.731,84 645.375,84 927.577,02 6.822.976,96 Mariante TUP Moinho Taquariense 2.550.060,86 1.769.231,40 930.731,84 645.375,84 927.577,02 6.822.976,96 TUP Moinho Taquariense TUP Mita 2.550.060,86 1.769.231,40 930.731,84 645.375,84 927.577,02 6.822.976,96 TUP Mita Confluência Rio Jacuí 2.550.060,86 1.769.231,40 930.731,84 645.375,84 927.577,02 6.822.976,96

Confluência Lagoa Mirim Pelotas 112.522,46 65,10 3.080,00 34.327,20 197.249,93 347.244,69 Pelotas Confluência Lagoa dos Patos 1.360.870,98 65,10 141.194,10 38.232,43 1.198.910,58 2.739.273,19

Jaguarão Rio Jaguarão 112.522,46 65,10 3.080,00 34.327,20 197.249,93 347.244,69 Rio Jaguarão Confluência Lagoa Mirim 112.522,46 65,10 3.080,00 34.327,20 197.249,93 347.244,69

Área Propícia de São Sebastião do Caí Área Propícia de Montenegro 10.815.344,28 - 45.984,72 18.301,70 221.141,35 11.100.772,05 Área Propícia de Montenegro Confluência Rio Jacuí 12.947.053,41 8,98 76.179,93 191.085,90 420.317,24 13.634.645,46

Área Propícia de Gravataí TUP Oleoplan - - - - - - TUP Oleoplan Confluência Rio Jacuí 175.023,85 - 3.281,76 - 102.083,19 280.388,80

Área Propícia de São Leopoldo TUP Rio dos Sinos - - - - - - TUP Rio dos Sinos Delta do Rio Jacuí - - - - - -

Confluência Rio Jacuí/Gravataí Porto Alegre 19.701.510,38 13.507,45 2.266.683,91 5.666.950,79 3.426.635,31 31.075.287,84 Porto Alegre Confluência Lagoa dos Patos 11.891.331,62 4.026.092,28 1.608.719,58 16.453.977,49 5.546.800,02 39.526.920,99 Confluência Lagoa dos Patos Confluência Longo Curso 11.767.987,07 4.027.876,28 1.661.134,01 16.536.444,38 5.628.226,98 39.621.668,72

Confluência Lagoa dos Patos Pelotas 232.863,25 1.784,00 67.742,67 82.466,89 243.259,84 628.116,65 Confluência Lago Guaíba Rio Grande 10.964.090,27 4.027.941,38 1.553.713,79 16.533.491,15 5.311.526,44 38.390.763,03 Rio Grande Confluência Longo Curso 11.440.728,82 4.551.392,46 1.678.767,19 19.080.855,22 10.109.074,59 46.860.818,28

Rio Jacuí

Rio Taquarí

Canal de São Gonçalo

Rio Jaguarão

Rio Caí

Rio Gravataí

Rio dos Sinos

Lago Guaíba

Lagoa dos Patos

TRECHO Fluxo Total por Grupo - 2025

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ANTAQ/UFSC/LabTrans 29

Tabela 12 - Carregamento nas Hidrovias do Sul - Fluxo 2030 (t)

Fonte: Elaboração própria

As Figuras 9 a 12 ilustram o fluxo em cada trecho da hidrovia, considerando seus portos e terminais portuários.

INÍCIO FIM G01 G02 G03 G04 G05 Total

Área Propícia de Dona Francisca Área Propícia de Restinga Seca 792.011,93 - 12.240,05 42.408,06 479.204,88 1.325.864,92 Área Propícia de Restinga Seca Cachoeira do Sul 1.066.303,81 - 76.154,22 73.446,69 1.074.780,31 2.290.685,03 Cachoeira do Sul Rio Pardo 1.981.259,65 - 1.490.262,50 1.808.990,37 1.800.031,30 7.080.543,82 Rio Pardo Confluência Rio Taquarí 4.479.928,80 - 1.542.423,60 2.437.321,43 2.134.652,75 10.594.326,58 Confluência Rio Taquarí TUP Copelmi 7.688.656,31 1.768.399,63 2.656.336,47 3.569.092,67 2.303.569,19 17.986.054,27 TUP Copelmi Confluência Canal Santa Clara 8.985.512,19 13.495,00 2.726.106,35 7.482.360,87 3.604.665,23 22.812.139,64 Confluência Canal de Santa Clara TUP Santa Clara 1.430.453,07 - - - - 1.430.453,07 Confluência Canal de Santa Clara Confluência Rio Caí 10.415.965,26 13.495,00 2.726.106,35 7.482.360,87 3.604.665,23 24.242.592,71 Confluência Rio Caí Confluência Rio dos Sinos 30.519.014,72 13.504,00 2.825.916,84 7.700.415,72 3.969.600,33 45.028.451,61 Confluência Rio dos Sinos Confluência Lago Guaíba 30.519.014,72 13.504,00 2.825.916,84 7.700.415,72 3.969.600,33 45.028.451,61

Muçum Estrela - - - - - - Estrela Mariante 3.371.280,13 1.768.399,63 1.266.221,31 1.131.771,24 1.090.206,90 8.627.879,21 Mariante TUP Moinho Taquariense 3.371.280,13 1.768.399,63 1.266.221,31 1.131.771,24 1.090.206,90 8.627.879,21 TUP Moinho Taquariense TUP Mita 3.371.280,13 1.768.399,63 1.266.221,31 1.131.771,24 1.090.206,90 8.627.879,21 TUP Mita Confluência Rio Jacuí 3.371.280,13 1.768.399,63 1.266.221,31 1.131.771,24 1.090.206,90 8.627.879,21

Confluência Lagoa Mirim Pelotas 163.641,14 65,00 10.771,24 26.868,29 295.864,06 497.209,73 Pelotas Confluência Lagoa dos Patos 2.095.389,62 65,00 113.164,94 73.034,06 1.749.342,69 4.030.996,31

Jaguarão Rio Jaguarão 163.641,14 65,00 10.771,24 26.868,29 295.864,06 497.209,73 Rio Jaguarão Confluência Lagoa Mirim 163.641,14 65,00 10.771,24 26.868,29 295.864,06 497.209,73

Área Propícia de São Sebastião do Caí Área Propícia de Montenegro 17.921.952,74 - 59.231,37 33.564,46 364.807,36 18.379.555,93 Área Propícia de Montenegro Confluência Rio Jacuí 20.908.607,72 9,00 99.810,49 272.216,49 613.632,00 21.894.275,70

Área Propícia de Gravataí TUP Oleoplan - - - - - - TUP Oleoplan Confluência Rio Jacuí 276.810,21 - - - 117.961,13 394.771,34

Área Propícia de São Leopoldo TUP Rio dos Sinos - - - - - - TUP Rio dos Sinos Delta do Rio Jacuí - - - - - -

Confluência Rio Jacuí/Gravataí Porto Alegre 30.456.325,39 13.504,00 2.825.916,84 7.700.415,72 4.016.969,26 45.013.131,21 Porto Alegre Confluência Lagoa dos Patos 16.842.587,86 4.026.507,76 1.890.844,44 24.484.152,42 6.534.782,83 53.778.875,31 Confluência Lagoa dos Patos Confluência Longo Curso 16.636.986,81 4.028.316,76 1.891.846,34 24.566.942,81 6.599.867,77 53.723.960,49

Confluência Lagoa dos Patos Pelotas 359.472,67 1.809,00 5.666,78 82.790,39 323.203,64 772.942,48 Confluência Lago Guaíba Rio Grande 15.354.036,81 4.028.381,76 1.883.621,60 24.607.601,69 6.015.839,38 51.889.481,24 Rio Grande Confluência Longo Curso 15.838.909,33 4.551.814,34 1.932.567,74 27.286.335,57 11.797.219,24 61.406.846,22

Lago Guaíba

Lagoa dos Patos

Rio Taquarí

Canal de São Gonçalo

Rio Jaguarão

Rio Caí

Rio Gravataí

Rio dos Sinos

Rio Jacuí

Fluxo Total por Grupo - 2030TRECHO

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30 ANTAQ/UFSC/LabTrans

Figura 9 - Carregamento nas hidrovias - Fluxo 2015 (t)

Fonte: Elaboração própria

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ANTAQ/UFSC/LabTrans 31

Figura 10 - Carregamento nas hidrovias - Fluxo 2020 (t)

Fonte: Elaboração própria

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32 ANTAQ/UFSC/LabTrans

Figura 11 - Carregamento nas hidrovias - Fluxo 2025 (t)

Fonte: Elaboração própria

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ANTAQ/UFSC/LabTrans 33

Figura 12 - Carregamento na hidrovia - Fluxo 2030 (t)

Fonte: Elaboração própria

Em geral, o carregamento na hidrovia segue a variação da projeção de demanda em sua Área de Influência. A movimentação apresenta tendências bem definidas e sem grandes oscilações entre os horizontes. Não há obras de infraestrutura tão impactantes na região, exceto pela conexão da Ferrovia Norte-Sul a Rio Grande (RS) no horizonte de 2030 e os novos terminais hidroviários. Devido à distância, também não há grande concorrência com outras hidrovias do país.

A maior movimentação em todos os horizontes ocorre na Lagoa dos Patos e no Lago Guaíba, trechos finais entre os rios da hidrovia e a saída de longo curso no Rio Grande. Em seguida, aparece o Rio Jacuí com os trechos com maior carregamento, especialmente após as confluências com os rios Taquari e Caí, também com fluxos significativos. O Rio Jaguarão, no entanto, apresenta baixa movimentação e o Rio dos Sinos não apresenta nenhuma movimentação nos horizontes simulados, provavelmente devido ao grande número de terminais existentes nas proximidades.

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34 ANTAQ/UFSC/LabTrans

A partir do horizonte de 2025, um novo trecho do Rio Jacuí entra na malha hidroviária, possibilitando a navegação até o município de Dona Francisca (RS) e adicionando à rede as novas áreas propícias de Restinga Seca e Dona Francisca. No Rio Taquari, o trecho entre Estrela (RS) e Muçum (RS) se torna apto à navegação, no entanto, a área propícia desse município não apresenta movimentação significativa.

O Rio dos Sinos, apesar de apresentar uma área propícia em São Leopoldo (RS) e o TUP Rio dos Sinos, não apresentou carregamento na simulação, com o fluxo sendo desviado para outros terminais próximos, como, por exemplo, as áreas propícias de São Sebastião do Caí e Montenegro. O Rio Jaguarão já possui um terminal hidroviário, mas a carga transportada é pouco significativa.

8 AVALIAÇÃO ECONÔMICA DE PROJETOS

Neste capítulo do relatório são apresentados os resultados da análise de viabilidade econômico-financeira das áreas propícias de terminais hidroviários que apresentaram movimentação significativa após as simulações do capítulo 7, considerando fatores tais como Investimento, Custo Operacional, Movimentação Média, Receita Média Anual, VPL e TIR. Para as Hidrovias do Sul, cinco terminais hidroviários foram analisados.

A Tabela 13, a seguir, apresenta um comparativo entre as áreas propícias para instalação de terminais nas Hidrovias do Sul avaliadas nesse capítulo.

Tabela 13 - Comparativo entre as áreas propícias para instalação de terminais.

Fonte: Elaboração própria

Todos os terminais analisados nesse capítulo apresentam viabilidade, com VPL positivo e TIR próxima ou superior à TMA. O terminal que apresenta melhores resultados é o localizado na área propícia de Arambaré, com TIR de 10,66% e VPL positivo de R$ 14.662.204,00; no entanto, só entra em operação no horizonte de 2025. A área propícia do terminal de Restinga Seca apresenta também bons valores de TIR e custos de investimento relativamente baixos.

Conforme a metodologia utilizada, a movimentação estimada determina os investimentos, custos e receitas de cada área propícia de terminal. Consequentemente, os anos de abertura exercem influência significativa na análise de viabilidade, uma vez que a movimentação pode variar bastante em horizontes posteriores. Logo, mudanças nos anos de abertura podem alterar a viabilidade dos terminais analisados.

Na Figura 13 é representada a Hidrovia do Sul com seus terminais portuários existentes e áreas propícias para instalação de novos terminais portuários.

Área Propícia de terminalInvestimento

(R$)Custo Operacional

Médio (R$/ano)Movimentação Média (t/ano)

Receita Média Anual (R$/ano)

VPL TIR StatusAno Ótimo de

Abertura

São Sebastião do Caí 120.000.000 4.731.874 15.710.646 47.067.412 186.993.144 8,37% Viável 2015Montenegro 28.000.000 1.027.212 3.105.302 9.270.868 38.625.404 8,95% Viável 2015Ambaré 10.000.000 298.476 1.065.751 3.108.384 14.662.204 10,66% Viável 2025Dona Francisca 19.000.000 609.427 2.013.796 5.892.539 24.356.196 8,37% Viável 2025Restinga Seca 13.000.000 330.945 1.540.044 4.424.752 20.027.253 9,47% Viável 2025

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ANTAQ/UFSC/LabTrans 35

Figura 13 – Hidrovia do Sul com seus terminais existentes e áreas propícias

Fonte: Elaboração própria

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Foi possível constatar que a Bacia do Sul consiste de um complexo de rios com atual navegação comercial cortando cidades importantes do Rio Grande do Sul e um sistema de eclusas e programas de manutenção. Devido a curta extensão das hidrovias do estado, o modal rodoviário aparece como um forte concorrente. Além disso, algumas empresas já estão se instalando mais próximo ao Porto de Rio Grande, visando minimizar custos de transporte na exportação. Com a retomada de investimentos, é de se esperar que a circulação de cargas nas hidrovias aumente e permita às indústrias do interior do estado escoar sua produção até o Rio Grande.

Isso se comprova no carregamento da rede, onde há volume considerável de todos os grupos, com destaque para carga geral e granel sólido. Entre os principais produtos alocados nas hidrovias, estão: minerais não metálicos, produtos químicos inorgânicos, petróleo e gás natural, soja, arroz, trigo e carga geral.

Nos horizontes simulados, o carregamento nas hidrovias seguiu a tendência de crescimento da projeção de demanda apresentada no capítulo 4. Não há grandes obras de infraestrutura a serem implantadas em horizontes próximos, exceto pelos novos terminais hidroviários e pela conexão da Ferrovia Norte-Sul em 2030, mas isso não alterou a movimentação nas hidrovias de forma significativa. A distância também faz com que as Hidrovias do Sul tenham uma Área de Influência própria não compartilhada com outras

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36 ANTAQ/UFSC/LabTrans

hidrovias. Desse modo, não há concorrência com as hidrovias das demais bacias pelo transporte de cargas.

A Lagoa dos Patos e o Lago Guaíba apresentam os maiores fluxos em todos os horizontes, por sua localização entre o Porto de Rio Grande (a saída de longo curso da bacia) e o restante dos rios do estado. Como rio mais extenso das hidrovias, o Rio Jacuí também apresenta carregamento considerável, principalmente após as significativas contribuições dos rios Taquari e Caí.

No Rio Taquari, o trecho entre Estrela (RS) e Muçum (RS) se torna apto à navegação em 2025, no entanto a área propícia desse município não apresenta movimentação. Desse modo, só há fluxo no trecho entre Estrela e a confluência com o Rio Jacuí.

O Rio dos Sinos, apesar de apresentar uma área propícia em São Leopoldo (RS) e o TUP Rio dos Sinos, não apresentou carregamento na simulação, com o fluxo sendo desviado para outros terminais próximos, como por exemplo, os terminais nas áreas propícias de São Sebastião do Caí e Montenegro. O Rio Jaguarão já possui um terminal hidroviário, mas a carga transportada é pouco significativa.

As maiores movimentações ocorrem em portos e terminais já existentes, como Porto Alegre, Rio Grande, TUP Copelmi e Estrela, justificando investimentos para a expansão da capacidade desses terminais. Mesmo assim, após o estudo detalhado de macrolocalização no capítulo 6, novas áreas propícias para a instalação de terminais hidroviários foram identificadas, sendo adicionadas à rede de transportes nos mesmos horizontes em que os trechos de hidrovias se tornam navegáveis. Tais áreas foram simuladas no capítulo 7, através de um processo iterativo: se uma dessas áreas propícias para terminal apresentasse fluxo menor que 500.000 toneladas, era excluída da malha e então uma nova simulação era realizada com os terminais restantes.

Desse total, cinco novas áreas propícias para instalação de terminais obtiveram carregamento significativo e, de acordo com a análise realizada no capítulo 8, são economicamente viáveis, sendo listadas a seguir com seus anos ótimos de abertura:

Área Propícia de Montenegro (2015);

Área Propícia de São Sebastião do Caí (2015);

Área Propícia de Arambaré (2025);

Área Propícia de Dona Francisca (2025); e

Área Propícia de Restinga Seca (2025).

O terminal que apresenta melhores resultados é o localizado na área propícia de Arambaré, seguido da área propícia de Restinga Seca.

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Relatório Executivo Bacia do Sul

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Bacia do Sul Relatório Executivo

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