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A Base Biológica e Energética do Inconsciente (Federico Navarro) A BASE BIOLÓGICA E ENERGÉTICA DO INCONSCIENTE Federico Navarro A importância da percepção inclusa em uma crise sistêmica me induziu a uma explicação mais do que uma interpretação do fenômeno do inconsciente. Utilizo o ter- mo inconsciente como adjetivo e não como substantivo (o inconsciente). A Psicanálise e também a terapia psicocorpórea (que seria melhor chamar de terapia somatopsicológi- ca) fala sobre a importância do fenômeno do qual não conhecemos, o nôumeno ! 1 É um mérito de Freud, ter demonstrado que no ser humano, existe uma ativi- dade inconsciente da psique. O paradigma pós-reichiano considera o inconsciente como atributo (ou seja, como adjetivo e não substantivo) que pode ser trazido à luz, através da tomada de consciência ( não de conhecimento!) [Nota do editor] (Nôumeno). Kant dividiu o mundo filosófico em fenômeno e nôumeno. Na visão kantiana, o fenô 1 - meno é possível de ser conhecido, quando se encontra sujeito às formas a priori da sensibilidade, do entendimento e da razão; o nôumeno, Kant denomina coisa em si, não podendo, em hipótese alguma, ser conhecido, mas somente pensado. Não é dada, ao homem, a capacidade de conhecer o nôumeno, portanto, fica impossibilitado o conhecimen- to acerca dos diversos enunciados metafísicos: a permanência da alma, o mundo como totalidade, e a existência de um ser originário. Retirado do website: http://www.ufsj.edu.br/Pagina/metanoia1/Arquivos/neilson11.pdf EFEN - Escola Pós-Reichiana Federico Navarro Rua Teresa Guimarães 67 - Botafogo http://www.orgonomia.- com.br 1

A BASE BIOLÓGICA E ENERGÉTICA DO INCONSCIENTE · Isto significa que se conseguirmos descarregar os Engramas (e também os Complexos e os Gatilhos), aliviaremos as dores e as ameaças

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A Base Biológica e Energética do Inconsciente (Federico Navarro)

A BASE BIOLÓGICA E ENERGÉTICA DO INCONSCIENTEFederico Navarro

A importância da percepção inclusa em uma crise sistêmica me induziu a uma

explicação mais do que uma interpretação do fenômeno do inconsciente. Utilizo o ter-

mo inconsciente como adjetivo e não como substantivo (o inconsciente). A Psicanálise e

também a terapia psicocorpórea (que seria melhor chamar de terapia somatopsicológi-

ca) fala sobre a importância do fenômeno do qual não conhecemos, o nôumeno !1

É um mérito de Freud, ter demonstrado que no ser humano, existe uma ativi-

dade inconsciente da psique. O paradigma pós-reichiano considera o inconsciente como

atributo (ou seja, como adjetivo e não substantivo) que pode ser trazido à luz, através da

tomada de consciência ( não de conhecimento!)

[Nota do editor] (Nôumeno). Kant dividiu o mundo filosófico em fenômeno e nôumeno. Na visão kantiana, o fenô1 -meno é possível de ser conhecido, quando se encontra sujeito às formas a priori da sensibilidade, do entendimento e da razão; o nôumeno, Kant denomina coisa em si, não podendo, em hipótese alguma, ser conhecido, mas somente pensado. Não é dada, ao homem, a capacidade de conhecer o nôumeno, portanto, fica impossibilitado o conhecimen-to acerca dos diversos enunciados metafísicos: a permanência da alma, o mundo como totalidade, e a existência de um ser originário.

Retirado do website: http://www.ufsj.edu.br/Pagina/metanoia1/Arquivos/neilson11.pdfE F E N - E s c o l a P ó s - R e i c h i a n a F e d e r i c o N a v a r r o • R u a Te r e s a G u i m a r ã e s 6 7 - B o t a f o g o h t t p : / / w w w. o r g o n o m i a . -

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A vegetoterapia carátero-analítica sublinha a importância da emoção do medo na

formação do inconsciente.

Freud falou da importância de se fazer consciente o inconsciente; mas se o incon-

sciente é um substantivo não pode se fazer conhecido, isto é, um substantivo não pode

mudar de significado. Por isto nós falamos do inconsciente como de um atributo, isto é,

adjetivo.

A neuropsicologia, também aceitando a existência da atividade inconsciente, não

dá uma explicação da dinâmica da base biológica ligada à corporalidade.

Laborit, em seu texto fundamental sobre a inibição da ação, fala do inconsciente e

sublinha que a sua localização cerebral se encontra na base do cérebro, ou seja, no reptil-

iano, embora não explique a dinâmica da tomada de consciência e do conhecimento do

conteúdo do inconsciente.

Existe uma relação óbvia entre o medo e o instinto de conservação, que é uma

função do cérebro reptiliano, para promover o mecanismo de homeostase que assegura

a sobrevivência.

Nós sabemos que todas as manifestações patológicas são fenômenos reativos

para proteger a vida, e isto é o sistema aberto de dissipação e auto-organização como

ilustrado por Prigogine. Isto significa o quanto é importante a experiência como elemen-

to estruturante do aspecto mental da existência., assim como a Ecologia profunda

ressalta hoje.

O cérebro reptiliano (onde se encontram os centros nervosos responsáveis pelas

funções vitais) promove o comportamento baseado em automatismos, estereotipias, rit-

ualidades, etc. Cada comportamento pode realizar-se, obviamente, somente através da

muscularidade.

Jacobson demonstrou que as emoções são ancoradas nos músculos; cada exper-

iência tem um valor emotivo, o que confirma a tese de Jacobson que o homem pensa

com os músculos!

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A muscularidade está sob a influência do sistema neurovegetativo, através do

qual um bloco muscular (Reich) impede a expressão emocional e por isso a lembrança

da experiência ligada à emoção. Assim sendo, a emoção permanece bloqueada no reptil-

iano, o que a torna inconsciente.

A carga energética da emoção se descarrega então através dos automatismos, das

ritualidades, dos sonhos, dos atos falhos (lapsos), etc. A cor negativa de uma experiên-

cia emocional impede a pessoa de reagir instintivamente e o engrama permanece anco2 -

rado na muscularidade inibida.

Nas condições musculares de grande tensão ou de relaxamento (os opostos se

encontram = funcionalismo energético!), a lembrança inconsciente de uma vivência, en-

contra a possibilidade (potência!) de se exprimir indiretamente, de uma maneira distor-

cida ou automática, e assim, através da emersão do conteúdo reprimido se verifica que

a vivência inconsciente torna-se consciente.

Os actings de minha metodologia da vegetoterapia carátero-analítica, estimulan-

do a neuromuscularidade ao passar da tensão ao relaxamento, permitem a tomada de

consciência das memórias emocionais reprimidas ou removidas naquilo que é chamado

do inconsciente.

[Nota do editor] (Engrama). Segundo a Análise Transacional, Engrama é um traço gravado por um estimulo no pro2 -toplasma de um tecido. Este traço gravado corresponderia a uma memória celular que definiria uma programação gravada a nível corporal. Quanto maior o trauma (ou maior energia depositada nos Engramas) mais bloqueado se torna o acesso à realidade (ou maior energia é retirada da Mente Causa).

Isto significa que se conseguirmos descarregar os Engramas (e também os Complexos e os Gatilhos), aliviaremos as dores e as ameaças ligadas a eles, e além disso, o que é mais importante, conseguiremos recuperar o acesso aos fatos reais (a energia da Mente Causa) e passaremos a transformar esta informação reativa em outra informação. Quando o indivíduo descarrega um Engrama, a informação não é perdida por ele. A energia é descarregada e fica apenas a in-formação do que aconteceu sem a carga para reagir. Ou seja, deixa de ser uma conduta reativa latente para ser apenas memória (banco de dados).

Retirado do website: http://www.josesilveira.com/indiv.htmE F E N - E s c o l a P ó s - R e i c h i a n a F e d e r i c o N a v a r r o • R u a Te r e s a G u i m a r ã e s 6 7 - B o t a f o g o h t t p : / / w w w. o r g o n o m i a . -

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