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50 Defesa vegetal e sustentabilidade do agronegócio Regulamentação e uso de produtos à base de agentes biológicos para o controle de doenças de plantas e pragas no Brasil Trazilbo José de Paula [únior' Madelaine Venzon 2 Hudson Teixeira? Wagner Bettiol" Marcelo Augusto Boechat Morandi" Francys Mara Ferreira Vilella/' Maria Luiza Marcico Publio de Castro 7 Resumo - O uso de produtos à base de agentes biológicos para o controle de pragas e doenças de plantas tem experimentado forte crescimento nos últimos anos no Brasil. Esse fato tem contribuído para avanços significativos na legislação brasileira em relação a esses produtos. Há, atualmente, uma série de diretrizes governamentais que orientam todos os passos necessários para a regulamentação da produção e do uso de produtos biológicos, o que garante ao setor produtivo regras claras e ao consumidor final a certeza da disponibilidade de produtos seguros ao meio ambiente, à saúde humana e gerados sem uso exploratório da biodiversidade. Salienta-se, ainda, a importância da padroniza- ção de metodologias a ser utilizadas nas etapas de controle de qualidade e fiscalização, o que irá repercutir na melhoria dos produtos biológicos brasileiros. Palavras-chave: Antagonistas. Biocontrole. Controle alternativo. Controle biológico. Produto biológico. INTRODUÇÃO Há em todo o mundo uma demanda crescente por produtos agrícolas livres de resíduos de agrotóxicos e por uma agri- cultura que cause menor impacto sobre os recursos naturais. Nesse contexto, o uso de produtos à base de agentes biológicos para o controle de pragas e de doenças de plantas tem experimentado forte crescimento nos últimos anos, apesar de existirem ainda inúmeros entraves, especialmente relacio- nados com a adequação da legislação para o registro de produtos no Ministério da Agri- cultura, Pecuária eAbastecimento (MAPA). Segundo Bettiol (2011), apesar da importância dos produtos biológicos, o mercado mundial ainda é bastante restrito, em comparação com os produtos químicos: no caso do controle de doenças de plantas, o porcentual de uso de produtos biológicos é de, aproximadamente, 1%. Entretanto, a comercialização de produtos biológicos deve crescer nos próximos anos, especial- mente em razão da pressão da sociedade por alimentos livres de agrotóxicos e das novas políticas públicas para a adoção ampla da agricultura de base ecológica. 1Engs Agrs, Ph.D., Pesq. EPAMIG Zona da Mata, Caixa Postal 216, CEP 36570-000 Viçosa-MG. Correio eletrônico: [email protected] 2EngnAgr', Ph.D., Pesq. EPAMIG Zona da Mata, Caixa Postal 216, CEP 36570-000 Viçosa-MG. Correio eletrônico: [email protected] 3Eng U Agr U , D.Sc., Pesq. EPAMIG Sul de Minas, Caixa Postal 176, CEP 37200-000 Lavras-MG. Correio eletrônico: [email protected] 4Eng Q Agrs, D.Sc., Pesq. EMBRAPA Meio Ambiente, Caixa Postal 69, CEP 13820-000 Jaguariúna-Sl', Correio eletrônico: [email protected] sEng"Agrs, D.Sc., Pesq. EMBRAPAMeio Ambiente, Caixa Postal 69, CEP 13820-000 Jaguariúna-Sã Correio eletrônico: [email protected] 6Bióloga, D.Sc., CESIS - Soluções em Regulamentação e Registro de Produtos Ltda., SCLN 11 BL D sala 204, CEP 70754-540 Brasília-DF. Correio eletrônico: [email protected] 7Bióloga, M.Sc., CESIS - Soluções em Regulamentação e Registro de Produtos Ltda., SCLN 11 BL D sala 204, CEP 70754-540 Brasília-DF. Correio eletrônico: [email protected] lntor me-Aqr opecuár!o, 8elo Horizonte, v.34, n.276, p.50-57, set.lout. 2013

à base de agentes biológicos para ocontrole de …ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/95508/1/2013AP45.pdf · em agricultura orgânica éuma destas de-monstrações deesforço

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50 Defesa vegetal e sustentabilidade do agronegócio

Regulamentação e uso de produtos à base de agentesbiológicos para o controle de doenças de plantas

e pragas no BrasilTrazilbo José de Paula [únior'

Madelaine Venzon2Hudson Teixeira?Wagner Bettiol"

Marcelo Augusto Boechat Morandi"Francys Mara Ferreira Vilella/'

Maria Luiza Marcico Publio de Castro 7

Resumo - O uso de produtos à base de agentes biológicos para o controle de pragas edoenças de plantas tem experimentado forte crescimento nos últimos anos no Brasil.Esse fato tem contribuído para avanços significativos na legislação brasileira em relaçãoa esses produtos. Há, atualmente, uma série de diretrizes governamentais que orientamtodos os passos necessários para a regulamentação da produção e do uso de produtosbiológicos, o que garante ao setor produtivo regras claras e ao consumidor final a certezada disponibilidade de produtos seguros ao meio ambiente, à saúde humana e geradossem uso exploratório da biodiversidade. Salienta-se, ainda, a importância da padroniza-ção de metodologias a ser utilizadas nas etapas de controle de qualidade e fiscalização, oque irá repercutir na melhoria dos produtos biológicos brasileiros.

Palavras-chave: Antagonistas. Biocontrole. Controle alternativo. Controle biológico.Produto biológico.

INTRODUÇÃO

Há em todo o mundo uma demandacrescente por produtos agrícolas livres deresíduos de agrotóxicos e por uma agri-cultura que cause menor impacto sobre osrecursos naturais. Nesse contexto, o uso deprodutos à base de agentes biológicos parao controle de pragas e de doenças de plantastem experimentado forte crescimento nos

últimos anos, apesar de existirem aindainúmeros entraves, especialmente relacio-nados com a adequação da legislação para oregistro de produtos no Ministério da Agri-cultura, Pecuária eAbastecimento (MAPA).

Segundo Bettiol (2011), apesar daimportância dos produtos biológicos, omercado mundial ainda é bastante restrito,em comparação com os produtos químicos:

no caso do controle de doenças de plantas,o porcentual de uso de produtos biológicosé de, aproximadamente, 1%. Entretanto, acomercialização de produtos biológicosdeve crescer nos próximos anos, especial-mente em razão da pressão da sociedadepor alimentos livres de agrotóxicos e dasnovas políticas públicas para a adoçãoampla da agricultura de base ecológica.

1Engs Agrs, Ph.D., Pesq. EPAMIG Zona da Mata, Caixa Postal 216, CEP 36570-000 Viçosa-MG. Correio eletrônico: [email protected]

2EngnAgr', Ph.D., Pesq. EPAMIG Zona da Mata, Caixa Postal 216, CEP 36570-000 Viçosa-MG. Correio eletrônico: [email protected]

3EngU AgrU, D.Sc., Pesq. EPAMIG Sul de Minas, Caixa Postal 176, CEP 37200-000 Lavras-MG. Correio eletrônico: [email protected]

4EngQAgrs, D.Sc., Pesq. EMBRAPA Meio Ambiente, Caixa Postal 69, CEP 13820-000 Jaguariúna-Sl', Correio eletrônico: [email protected]

sEng"Agrs, D.Sc., Pesq. EMBRAPAMeio Ambiente, Caixa Postal 69, CEP 13820-000 Jaguariúna-Sã Correio eletrônico: [email protected]

6Bióloga, D.Sc., CESIS - Soluções em Regulamentação e Registro de Produtos Ltda., SCLN 11 BL D sala 204, CEP 70754-540 Brasília-DF.Correio eletrônico: [email protected]

7Bióloga, M.Sc., CESIS - Soluções em Regulamentação e Registro de Produtos Ltda., SCLN 11 BL D sala 204, CEP 70754-540 Brasília-DF.Correio eletrônico: [email protected]

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Atualmente, vários produtos de contro-le à base de agentes biológicos são comer-cializados sem avaliação oficial consistenteque ateste sua eficiência, conformidade einocuidade, com base no que está estabele-cido na legislação brasileira para produtoscom o mesmo fim. Dessa forma, muitosesforços têm sido feitos nos últimos anos,especialmente por parte das instituiçõesde pesquisa, com apoio do MAPA, paramelhorar a qualidade dos produtos bioló-gicos disponíveis no mercado, bem comoos processos de fiscalização pelos órgãoscompetentes. É fundamental que todo oprocesso de produção, regulamentação euso de produtos à base de agentes de bio-controle seja bem estabelecido e conhecidopelos agricultores e técnicos envolvidos emtoda a escala de produção.

AGENTES BIOLÓGICOS PARAO CONTROLE DE DOENÇAS EPRAGAS NO BRASIL

Alguns levantamentos de produtosbiológicos comercializados no Brasil têmsido feitos nos últimos anos. Paula Júnioret al. (2009), por exemplo, realizaram umlevantamento dos produtos biológicos indi-cados para o controle de doenças de plantase de pragas no Brasil, e apresentaram, paracada produto, informações básicas, comonome comercial, agente biológico, doen-ças/patógenos e pragas visados, culturaspara as quais os produtos são indicados,formulações disponíveis, métodos de apli-cação e empresas produtoras. Entretanto,o processo de registro de novos produtosà base de agentes biológicos no MAPA ébastante dinâmico, havendo frequentes en-tradas e retiradas de produtos do mercado.Atualmente, dezenas de produtos à base defungos e bactérias com alguma indicaçãopara o biocontrole, são comercializadas noBrasil (BRASIL, 2013).

Controle biológico dedoenças

Bettiol et al. (2012) realizaram recen-temente um levantamento de informaçõestécnicas de produtos recomendados parao controle biológico de doenças. Segundo

esse levantamento, no mercado mundialestão disponíveis mais de 40 espécies deantagonistas utilizados para o controlede doenças de plantas, sendo o gêneroTrichoderma responsável por quase metadedos antagonistas comercializados, seguidode Bacillus, Paecilomyces, Pseudomonase Streptomyces (Gráfico 1). Como indi-ca o Gráfico 2, dos produtos à base deTrichoderma, a espécie T. harzianum é amais comercializada, sendo encontradaem 38% dos produtos comerciais. Nosprodutos à base de Bacillus, a espécie B.subtilis representa 62% dos produtos co-mercializados. Para os produtos à base dePseudomonas, as espécies P jluorescense P chlororaphis representam metadedos produtos comerciais. Em relação aPaecilomyces , a espécie P lilacinus épredominante. Há de se considerar, po-rém, que muitos produtos biológicos nãoespecificam qual espécie do antagonista éutilizada (BETTIOL et a!., 2012).

Em geral, esses produtos são reco-mendados para o controle de Fusariumspp., Pythium spp., Rhizoctonia solani,Macrophomina phaseolina, Sclerotinia

sclerotiorum, Sclerotium rolfsii, Botrytiscinerea e Moniliophthora perniciosa (ex-Crinipellis perniciosa) nas culturas de fei-jão, soja, algodão, fumo, morango, tomate,cebola, alho, flores e plantas ornamentaise cacaueiro.

Controle biológico depragas

Diversos produtos biológicos são utili-zados para o controle de artrópodes pragas.Dentre esses, destacam-se os produtosformulados a partir de bactérias, fungos,vírus e nematoides e os agentes de controlebiológico como os insetos parasitoides eos ácaros e insetos predadores. A disponi-bilidade de agentes biológicos indicadospara o controle de pragas e comercializa-dos mundialmente é grande, chegando amais de 230 espécies de insetos e ácarosentomófagos (LENTEREN, 2012). NoBrasil, existem diversos produtos biológi-cos disponíveis no mercado; no entanto,poucos possuem registro no MAPA. Parao parasitoide Cotesia fiavipes, utilizadono controle da broca da cana-de-açúcar,há dez produtos comerciais registrados

• Streptomyces

• Trichoderma

Bacillus

• Paeacilomyces

• Pseudomonas

• Rhizobium

outros

Gráfico 1 - Principais gêneros de antagonistas presentes em produtos biológicos comer-cializados mundialmente para o controle de fitopatógenos

FONTE: Bettiol et aI. (2012).

Informe Agropecuário, 8elo Horizonte, v.34, n.276, p.50·57, set.lout. 2013

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no MAPA. Além desses, há registro ácaro-rajado (Tetranychus urticae) empara o parasitoide Trichogramma galloi diversas culturas. Entre os produtos for-para o controle de lepidópteros, assim mulados a partir de entomopatógenos,como para o ácaro predador (Neoseiulus registrados no MAPA, estão diversoscalifornicus), utilizado no controle do produtos comerciais à base de Bacillus

• Trichoderma harzianum

• Trichoderma spp.

Trichoderma viride

• Paeacilomyces lilacinus

• Paeacilomyces sp.

thuringiensis, Baculovirus anticarsia,Metarhizium anisopliae e Beauveriabassiana (Gráfico 3). Há registro de umne-matoide, Steinernema puertoricense, parao controle de pragas que habitam o solo.

A

c

• Bacillus subtil/is

• Bacillus spp.

B

• Pseudomonas fluorescens

• Pseudomonas syringae

• Pseudomonas spp.

• Pseudomonas chororaphis

DGráfico 2 - Principais espécies antagonistas utilizadas para o controle de doenças de plantas presentes em produtos biológicos comer-

cializados mundialmente para o controle de fitopatógenos

FONTE: Bettiol et aI. (2012).

NOTA: A - Trichoderma; B - Bacilfus; C - Paeci/omyces; O - Pseudomonas.

• Bacillus thuringiensis

• Baculovirus anticarsia

• Beauveria bassiana

• Metarhizium anisopliae

• Steinernema puertoricense

Gráfico 3 - Porcentagem de produtos formulados a partir de entomopatógenos e registra dos no Ministério da Agricultura, Pecuária eAbastecimento (MAPA) - abril, 2013

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REGULAMENTAÇÃO DEPRODUTOS BIOLÓGICOS

Considerando que o uso de produtosbiológicos é uma ferramenta inovadora nocenário atual do agronegócio brasileiro, éfundamental atender às exigências do mar-co regulatório (conjunto de leis, decretos enormativas que regulam o funcionamentode determinado setor), no que se refereà regulamentação da produção e do usodesses produtos. É por meio desse conjuntode diretrizes que se tem um ambiente deconciliação entre os interesses do setorprodutivo e as expectativas do mercadoconsumidor. O Brasil possui uma dasmais avançadas legislações para o registrode produtos voltados para a agriculturae ambientes urbanos. Entretanto, outrosaspectos da legislação devem ser obser-vados pelos empreendedores que buscama legalização de suas atividades, como olicenciamento ambiental, a utilização dopatrimônio genético e o acesso ao conhe-cimento tradicional para fins de pesquisae comercialização.

Apesar de esforços recentes, a buro-cracia que envolve as análises e os docu-mentos necessários para a regulamentaçãode produtos biológicos ainda é grande,inclusive em razão da falta de pessoalqualificado nas instâncias públicas e pri-vadas. Há uma crescente sinalização dogoverno para tomar ágeis os processos parao registro desses produtos. A possibilidadede registro de produtos com uso aprovadoem agricultura orgânica é uma destas de-monstrações de esforço governamental ematender com agilidade aos anseios da socie-dade por uma agricultura mais sustentável.

O registro de um produto é fundamentalpara tomar legal sua comercialização noPaís. Independentemente se fabricadosno Brasil ou importados, os produtosbiológicos precisam ser registrados. Paraa população e o meio ambiente, o registroé garantia de segurança, e, para o consu-midor, garantia de padrões de qualidade eeficiência.

Entretanto, antes mesmo de discutiro registro do produto em si, há que seconsiderar a regularização da empresa pro-

dutora e o correto enquadramento do pro-duto. Dessa forma, o primeiro passo a serseguido deve ser o da constituição legal daempresa, que inclui a observância das re-gras de adequação da atividade em relaçãoao licenciamento ambiental. O Iicencia-mento ambiental é um dos instrumentos deexecução da Lei nQ 6.938, de 31 de agostode 1981 (BRASIL, 1981), que dispõe sobrea Política Nacional do Meio Ambiente(PNMA). Tem por objetivo a preservação,a melhoria e a recuperação da qualidade doambiente, visando assegurar condições aodesenvolvimento socioeconômico, aos in-teresses da segurança nacional e à proteçãoda dignidade da vida humana. Atendendo aestes objetivos, foi criado o Conselho Na-cional do Meio Ambiente (Conama), quetem também como função estabelecer asdiretrizes para o licenciamento ambienta!.O licenciamento pode ser de competênciafederal, estadual ou municipal/distrital,dependendo da localidade e da atividadedo empreendimento. A Lei nQ 6.938, de31/8/1981 (BRASIL, 1981) é clara, quandomenciona que "a construção, instalação,ampliação e funcionamento de estabe-lecimentos e atividades utilizadoras derecursos ambientais, considerados efetivaou potencialmente poluidores, bem comoos capazes, sob qualquer forma, de causardegradação ambiental, dependerão deprévio licenciamento por órgão estadualcompetente".

Outro instrumento de execução daPNMA é o Cadastro Técnico Federal deAtividade e Instrumentos de Defesa Am-biental. A Lei nQ 10.165, de 27 de dezem-bro de 2000 (BRASIL, 2000) disciplina oCadastro Técnico Federal (CTF), institui aTaxa de Controle e Fiscalização Ambiental(TCFA), cujo fato gerador é o exercício re-gular do poder de polícia conferido ao Ins-tituto Brasileiro do Meio Ambiente e dosRecursos Naturais Renováveis (Ibama),para controle e fiscalização das atividadespotencialmente poluidoras e utilizadorasde r cursos naturais. Essa taxa deve serpaga a cada trimestre, enquanto a empresaestiver ativa e inscrita no CTF, e categorizaas atividades potencialmente poluidoras e

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utilizadoras de recursos ambientais, dentreestas a produção, o transporte e a comer-cialização de agrotóxicos e afins.

Superados os trâmites legais de estabe-lecimento da empresa, parte-se para o re-gistro do produto. Para tal, o empreendedordeve enquadrar corretamente o produto, afim de seguir a regulamentação pertinente.Os produtos biológicos podem ser consi-derados Saneantes/Domissanitários, Ino-culantes/Biofertilizantes ou Agrotóxicos.

Um produto se encaixa na categoria Sa-neantelDomissanitário, quando se destinaà utilização em ambientes domiciliares,coletivos ou públicos ou no tratamentoda água (em ambientes domiciliares). OsDomissanitários da categoria desinfestan-tes são os inseticidas para uso doméstico,para uso por empresas especializadas ejardinagem amadora. Um mesmo produ-to, por exemplo, um inseticida, pode serregistrado tanto como Domissanitário, sefor destinado à aplicação em ambientesurbanos, quanto como Agrotóxico, casoseja destinado à aplicação em ambientesagrícolas, sendo observadas legislaçõesdiferentes em cada uma das finalidades. Oregistro de produtos na categoria Saneante/Domissanitário é obtido na Agência Nacio-nal de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Os produtos da categoria Inoculantes/Biofertilizantes são aqueles que contêm,em sua composição, microrganismos comatuação favorável ao crescimento de plan-tas, como por exemplo, Bradyrhizobiumsp. e Rhizobium sp. Quem disciplina estacategoria de registro é o MAPA e as Su-perintendências Estaduais de Agricultura.Devem ainda ser registrados os estabele-cimentos que produzam, comercializam,exportam ou importam produtos dessacategoria.

ALei nQ.802, de 11 de julho de 1989-Agrotóxicos e afins (BRASIL, 1989), de-fine um produto da categoria Agrotóxicoscomo:

[...] produtos e os agentes de processosfísicos, químicos ou biológicos, desti-nados ao uso nos setores de produção,no armazenamento e beneficiamentode produtos agrícolas, nas pastagens,

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na proteção de florestas, nativas ouimplantadas, e de outros ecossistemas etambém de ambientes urbanos, hídricose industriais, cuja finalidade seja alterara composição da flora ou da fauna, a fim

de preservá-Ias da ação danosa de seresvivos considerados nocivos.

Aqui enquadram-se os agentes bioló-gicos de controle (parasitoides, predadorese nematoides), os agentes microbiológicosde controle (fungos, bactérias e vírus),os semioquímicos, outros bioquímicos,extratos vegetais e minerais, utilizados naagricultura com a finalidade de controlarorganismos considerados nocivos.

No Brasil, o MAPA, aAnvisa e o Ibamasão os órgãos federais responsáveis pelaavaliação e registro de agrotóxicos e afins.Todas as solicitações de registro devem sersubmetidas a cada um desses órgãos.

O Registro Especial Temporário (RET),como o próprio nome indica, é concedidode forma temporária, com prazo de até trêsanos, para que a empresa possa realizaros testes de laboratório (toxicológicos eecotoxicológicos) e de eficiência e prati-cabilidade agronômica necessários e paraque os órgãos governamentais façam asdevidas análises, cada qual dentro de suacompetência. Portanto, o RET é solicitadoantes do início dos procedimentos de pes-quisa e experimentação, inclusive no casode importação de produtos. É importanteressaltar que o RET não habilita a empresaa comercializar o produto.

Atualmente, é possível solicitar o RETeletronicamente. O Sistema Eletrônicode Requerimento e Análise de RegistroEspecial Temporário (Sisret) é utilizadode forma integrada pelo MAPA, Anvisa eIbama, possibilitando maior agilidade noprocesso. Entretanto, esse procedimentoestá disponível apenas para moléculasquímicas convencionais, não compreen-dendo as solicitações de RET para produ-tos microbiológicos, macrobiológicos esemioquímicos.

Uma vez gerados os dados necessáriospara a submissão do pleito, procede-se àsolicitação de Registro Federal do produto.Este, se concedido, habilitará a empresa a

comercializar o produto. Para a submissãoda solicitação de Registro Federal, visandoà comercialização do produto, é necessárioque sejam seguidas as instruções da Leinº 7.802, de 11/7/1989 (BRASIL, 1989),do Decreto nº 4.074, de 4 de janeiro de2002 (BRASIL, 2002) e de cada uma dasPortarias, Resoluções e Instruções Norma-tivas Conjuntas vigentes, para cada tipode produto, inclusive aqueles aprovadospara uso em agricultura orgânica. Para osprodutos que podem ser considerados debaixa toxicidade e periculosidade, existemnormativas específicas, visando à avaliaçãocaso a caso.

A avaliação dos agentes biológicos decontrole é realizada de forma totalmentediferenciada dos demais produtos. Nolugar dos testes requeridos para os outrosprodutos, são solicitadas informações arespeito de parâmetros como caracteriza-ção biológica dos indivíduos, efeitos nasaúde humana e animal, comportamentoambiental, eficiência e praticabilidade etambém a respeito do controle de qualidadedos indivíduos produzidos em laboratório.Outro ponto importante a ressaltar é queo registro de um agente biológico não éconcedido por cultura, mas sim por alvobiológico.

Para submeter um produto microbio-lógico, semioquímico ou bioquímico aoRegistro Federal, o interessado deveráencaminhar testes específicos que demons-trem o perfil fisico-químico, comportamen-to toxicológico e ambiental, além de testesde genotoxicidade, a depender do caso.Como os produtos considerados de baixatoxicidade e periculosidade são analisadoscaso a caso, deve-se estar atento às suascaracterísticas individuais para não reali-zar testes desnecessários, aumentando oscustos do registro.

Todos os testes laboratoriais devemser realizados de acordo com as normasdo Sistema da Qualidade Boas Práticas deLaboratório (BPL), seguindo metodologiasreconhecidas nacional e internacionalmen-te. No Brasil, o Instituto Nacional de Me-trologia, Qualidade e Tecnologia (lnmetro)é a unidade de monitoramento que audita

os laboratórios quanto à competência. narealização de testes laboratoriais dentrodo Sistema da Qualidade BPL. Os testesde eficiência e praticabilidade agronômi-ca devem ser conduzidos em instituiçõescredenciadas pelo MAPA.

Diferentemente dos agrotóxicos quími-cos convencionais, não há obrigatoriamen-te, para os produtos biológicos/naturais,a necessidade de pleitear o Registro dosProdutos Técnicos utilizados como basedas formulações de pronto uso destinadasà comercialização. Isso porque as normati-vas específicas apresentam a possibilidadedo registro direto dos produtos formuladossem a necessidade da apresentação do Cer-tificado de Registro do Produto Técnico.Esta sinalização concedida pelo governofoi um grande apoio ao setor de produtosbiológicos/naturais, principalmente se forconsiderado que o custo dos testes necessá-rios para o registro do produto técnico podechegar a R$ 5 milhões. Outra sinalizaçãopositiva do governo, que vem benefician-do a cadeia produtiva e, indiretamente, oconsumidor final, é a via recentementecriada do registro de produtos biológicos/naturais como insumos aprovados comuso em agricultura orgânica. A via deregistro como "produto fitossanitário comuso aprovado para agricultura orgânica" éuma abertura que o governo criou para darmais celeridade aos processos de registrode produtos, desde que estes tenham emsua composição apenas elementos per-mitidos na legislação de orgânicos. Paraesse tipo de registro, os produtos que játiverem sido publicados em normativascom as especificações de referência es-tão dispensados da necessidade de RET.

Após a obtenção do Certificado deRegistro Federal, a empresa deverá realizaro cadastro do produto nos Estados ondedeseja comercializá-lo. Em alguns Estadosesse procedimento é rápido e barato. Entre-tanto, há Estados que exigem praticamentea montagem de um novo dossiê,

Outro ponto a considerar, quando sebusca a legalização de produtos biológicos/naturais para comercialização, é o marcoregulatório sobre Acesso ao Patrimônio

I n f o r m e A'g r o p e c u á r i o, B e Io H o r i z o n Ie, v. 34, n. 2 7 6, p. 5 O- 5 7, se t./ ou t. 2 01 3

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Genético (BRASIL, 2001), que abarca osprodutos biológicos por se tratar de uso eexploração da biodiversidade para fins depesquisa e comercialização. A Lei de Aces-so - Medida Provisória nº 2.186-16, de23 de agosto de 2001 (BRASIL, 2001) -,como é comumente denominada, veio aten-der à Convenção de Biodiversidade, quedeclara que os países membros têm direitossobre seus recursos genéticos. A Convençãode Biodiversidade também estabelece anecessidade de repartição de benefícios, aopreconizar uma distribuição justa e equiva-lente para cada ator do processo, e consi-derar todos os direitos sobre os recursos etecnologias envolvidos, contribuindo, dessemodo, para a conservação da diversidadebiológica e para o uso sustentável de seuscomponentes. Nessa Medida Provisória,patrimônio genético é definido como:

[...] informação de origem genética,contida em amostras do todo ou departe de espécime vegetal, fúngico,microbiano ou animal, na forma demoléculas e substâncias provenientesdo metabolismo destes seres vivos ede extratos obtidos destes organismosvivosoumortos, encontradosem condi-ções in situ, inclusive domesticados,oumantidos em condições ex situ, desdeque coletados in situ no território na-cional, na plataforma continental ou nazona econômica exclusiva. (BRASIL,2001, art. 7, inciso I).

O órgão responsável por deliberarsobre esta matéria e normatizar a questãode acesso ao patrimônio genético e co-nhecimento tradicional é o Conselho deGestão do Patrimônio Genético (CGEN),vinculado ao Ministério do Meio Ambiente(MMA).

Apesar de complexo e, muitas vezes,dispendioso, o Brasil possui um arcabouçolegal para a regulamentação da produçãoe do uso de produtos biológicos, o quegarante ao setor produtivo regras claras eigualitárias a todos e ao consumidor finala certeza da disponibilidade de produtosseguros ao meio ambiente, à saúde hu-mana e gerados sem uso exploratório dabiodiversidade.

PADRONIZAÇÃODAS METODOLOGIASPARA AVALIAÇÃO DACONFORMIDADE EQUALIDADE DE PRODUTOSBIOLÓGICOS NO BRASIL

Como mencionado anteriormente, em-bora diversos produtos sejam amplamentecomercializados e utilizados na agriculturabrasileira, poucos estão devidamenteregistrados no MAPA e outros estão emprocesso de registro. Este fato dificulta afiscalização e propicia o surgimento de pro-dutos com baixa qualidade no mercado, oque acaba gerando a perda de credibilidadeno controle biológico por parte dos agri-cultores (JENKINS; GRZYWACZ, 2000).Além disso, a ausência de registro impedeque muitos produtos sejam utilizados emsistemas certificados para exportação, oque pode gerar barreiras não tarifáriasao desenvolvimento do agronegóciobrasileiro. No mercado interno, empresasidôneas também são prejudicadas com aindefinição de metodologias oficiais paraanálise, pois concorrem com produtos debaixa qualidade e de custo menor.

Nos Estados Unidos e na Europa, asespecificações mínimas oficializadas paraos produtos biológicos já estão estabe-lecidas e regulamentadas (FAO, 2008;ESTADOS UNIDOS, 2010). No Brasil,tais especificações constam de uma listade substâncias e práticas com uso aprova-do para a agricultura orgânica, no anexoVIII da Instrução Normativa nº 64, de 18de dezembro de 2008 (BRASIL, 2008).Em julho de 2009, o Decreto nº 6.913, de23 de julho (BRASIL, 2009), adicionoualguns dispositivos ao Decreto nº 4.074,de 4/1/2002 (BRASIL, 2002) e estabele-ceu os procedimentos para o registro dosprodutos fitossanitários com uso aprovadopara a agricultura orgânica. Apesar dosavanços significativos na Legislação Fe-deral de Agrotóxicos, no Brasil, ainda nãohá metodologias validadas para a análisede. conformidade e controle de qualidadedos produtos. As informações contidas nosrótulos dos produtos comercializados sãoparciais, confusas e contraditórias, o que

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impede a análise adequada e a comparaçãodos resultados. Além disso, a ausênciade metodologias padronizadas dificulta arealização dos testes e a emissão de laudosexigidos para o registro nos órgãos deman-dantes, ou seja, MAPA, Anvisa e Ibama.

Portanto, o desenvolvimento de me-todologias para a avaliação da qualidadedos produtos biológicos comercializadosno País é de extrema importância e podecontribuir promover a legalização deprodutos e, assim, garantir sua qualidadee efetividade (TEIXEIRA et al., 2010).Uma vez desenvolvidas e padronizadas,essas metodologias podem ser utilizadasnos trabalhos de inspeção e fiscalizaçãopelos órgãos e laboratórios oficiais, o que,sem dúvida, irá repercutir na melhoria dosprodutos biológicos nacionais.

Projeto Qualibio

A crescente expansão da demanda pelouso de bioprodutos e o conhecimento derelatos frequentes de desempenho, aquémdo razoável de alguns produtos usados nocontrole fitossanitário, levaram à formaçãode uma rede de pesquisa liderada pelaEmbrapa Meio Ambiente, e apoiada pordiversos laboratórios de diferentes institui-ções, incluindo Instituto Biológico (IB) doestado de São Paulo, EPAMIG, EmbrapaArroz e Feijão, Universidade Federal dePelotas (UFPel) e Comissão Executivapara o Plano da Lavoura Cacaueira/Centro de Pesquisas do Cacau (Ceplac/Cepec). Essa rede de pesquisa funcionouna prática com o desenvolvimento de umprojeto denominado: "Projeto Qualibio -Desenvolvimento de metodologia analíticae amostral para avaliação de conformidadee da inocuidade de produtos comerciaisformulados à base de agentes microbianosde biocontrole", financiado pelo ConselhoNacional de Desenvolvimento Científicoe Tecnológico (CNPq), em parceria como MAPA. O principal objetivo da rede foiestabelecer critérios, parâmetros e meto-dologias para a avaliação da conformidadee da qualidade de produtos comerciaisformulados à base de agentes microbianosde biocontrole. Mais especificamente, o

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projeto se propôs a selecionar e padronizaras metodologias de análises dos produtosà base de agentes microbianos de biocon-trole para fins de certificação, registro efiscalização desses insumos, bem comovalidar e publicar as propostas de méto-dos analíticos oficiais para avaliação daqualidade dos produtos à base de agentesmicrobianos de biocontrole. Finalmente,outro objetivo específico importante foitreinar os atores envolvidos na cadeia.Os trabalhos envolveram levantamentos,seleção, desenvolvimento e validação demetodologias oficiais voltadas para esseimportante segmento do agronegócio bra-sileiro, a fim de integrar não só aspectosmercadológicos, tecnológicos, científicos,organizacionais e ambientais, mas tambémde buscar atendimento às exigências dosconsumidores brasileiros e do mercadointernacional.

Após a conclusão do Projeto Qualibio,observa-se que foram desenvolvidas evalidadas metodologias para avaliação daqualidade dos principais produtos biológi-cos para o controle de doenças de plantascomercializados no Brasil, principalmen-te os produtos à base de Trichoderma,Bacillus e Clonostachys, que são a basepara avaliar outros produtos contendobioagentes. Atenção especial foi dadaao treinamento de integrantes da cadeia,bem como a discussão com a sociedadesobre a situação do controle biológico e oestímulo, para que as empresas registremos seus produtos. Muitas considerações eresultados desse projeto estão disponíveisna Embrapa Meio Ambiente".

Foram desenvolvidas e validadas asmetodologias para a análise de produtosbiológicos à base de Trichoderma, Bacilluse Clonostachys nas formulações disponí-veis no mercado brasileiro. Para os produ-tos à base de Trichoderma e Clonostachysforam desenvolvidas metodologias paraavaliar o número de esporos, de unidadesformadoras de colônias e a viabilidadedos esporos. No caso de Trichoderma,uma metodologia foi proposta para a

formulação pó de esporo e outra para asdemais formulações - pó molhável (PM),suspensão concentrada (SC) e grânulosdispersíveis em água (GRDA=WG).Além disso, foi desenvolvido o softwareCalibra que registra e realiza os cálculosdos resultados obtidos. Esse software édisponibilizado pela Embrapa Meio Am-biente". Para avaliar a qualidade de pro-dutos à base de Bacillus foi desenvolvidauma metodologia padrão de obtenção deunidades formadoras de colônias (UFCs)e um programa para avaliar os resultadosgerados. Atualmente, a metodologia paraa avaliação de contaminantes dos produtosbiológicos está em processo de validaçãopelas unidades executoras.

Foram realizados quatro treinamentosrelacionados com as metodologias comTrichoderma, três com Bacillus e três como software Calibra. As empresas produtorasdesses bioagentes estão utilizando as me-todologias padronizadas para Trichodermae Bacillus como rotina para monitorar aqualidade dos produtos e processos nas em-presas e durante a fase de comercialização.O mesmo vem ocorrendo com os laborató-rios prestadores de serviços. Dessa forma,os objetivos do projeto foram alcançados eestão colaborando com o desenvolvimentodo controle biológico no Brasil. Com basena análise dos resultados, fica clara a ne-cessidade do estabelecimento de padrõesmínimos para a avaliação da conformidadee da qualidade dos bioprodutos.

AGRADECIMENTO

À Fundação de Amparo à Pesquisado Estado de Minas Gerais (Fapemig), àFundação de Amparo à Pesquisa do Estadode São Paulo (Fapesp) e ao Conselho Na-cional de Desenvolvimento Científico eTecnológico (CNPq).

REFERÊNCIAS

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