Upload
lydien
View
213
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
A C I D A D E N O E X T R E M O O R I E N T E
Teoria e História do Urbanismo I 2016
Profa. Noemi Yolan Nagy Fritsch
O Extremo Oriente compreende a Índia, Indochina, China e
ilhas próximas.
A Unificação dos impérios da China ocorreu no séc. III a.C. e
a do Japão no final deste mesmo século.
A civilização urbana iniciou-se a partir de 2000 a.C.
CARACTERÍSITICAS GEOGRÁFICAS
• Territórios tropicais, mais quentes que o norte do
continente.
• Isolado do resto da Ásia pelo sistema montanhoso do
Himalaia.
• Banhado por rios que descem do Himalaia e irrigam a
planície.
• Relevo e localização geográfica beneficiam a cultura do
arroz, que cresce na água e não requer rotação com
outras culturas.
• No Norte as montanhas abrigam os inimigos: nômades
não civilizados, animais selvagens e vento frio.
• No Sul são encontradas a paz, a planície cultivada, o
mar e sol.
PRINCÍPIOS DA DUALIDADE DO UNIVERSO
Yin e yang são dois conceitos básicos do Taoísmo que expõem a
dualidade de tudo que existe no universo. Descrevem as duas
forças fundamentais opostas e complementares que se encontram
em todas as coisas: o yin é o princípio feminino, a terra, a
passividade, escuridão e absorção. O yang é o princípio masculino,
o céu, a luz e atividade.
Estas duas forças, yin e yang, seriam a fase seguinte do “tao",
princípio gerador de todas as coisas, de onde surgem.
O Yin e o Yang são os princípios opostos da
cultura oriental:
• norte x sul
• montanha x planície
• frio x calor
• sombra x luz.
Sendo parte de uma das mais antigas civilizações conhecidas, o
Império Chinês já existia antes mesmo da ascensão de Roma no
mundo antigo, e perdurou mesmo após a queda do Império
Romano.
Sua cultura influenciou vários países vizinhos como o Japão e a
Coréia, sobrevivendo até a atualidade com muitos de seus
costumes culturais.
China
Criam-se grandes estados unitários com a administração do
excedente como garantia da sobrevivência geral.
No leste da China encontram-se dois rios, o Yang-Tsé-Kiang e o
Huang-Ho, também conhecido como rio Amarelo.
Este segundo foi o responsável pelo desenvolvimento da agricultura
e o surgimento de cidades na região. Ele se torna muito raso e
arenoso durante as secas, e após as chuvas ele se enche e cobre
as planícies.
Esta dinâmica irrigava as terras e os camponeses podiam plantar
na época em que estavam secas.
História
A China foi governada por diferentes linhagens de reis e
imperadores, devido a isso, costuma-se dividir a história da
China Antiga baseando-se nos períodos de governo de cada
dinastia.
As cinco primeiras dinastias chinesas foram:
1. Dinastia Xia, 2205-1818 a.C.
A existência dessa dinastia é controvérsia entre os
historiadores, de modo que não se sabe ao certo se ela
realmente existiu.
2. Dinastia Shang, 1500-1050 a.C.
Os escritos encontrados referentes ao período da dinastia
Shang são considerados os mais antigos registros escritos da
história da China.
3. Dinastia Zhou, 1050-256 a.C.
Os Zhou eram de uma poderosa família e tinham o costume de
distribuir terras aos seus aliados. Eram apoiados por famílias
nobres e ricas, e cada uma destas famílias governava uma
província.
4. Dinastia Qin, 221-207 a.C.
O rei Qin, após vencer a dinastia Zhou, conquistou
um território após o outro e fez crescer o seu reino.
Chegou ao ponto de conquistar quase toda a China e
ganhou o título de "primeiro rei de Qin". Qin tornou-se
o fundador do Império Chinês e estabeleceu pela
primeira vez um Estado unificado.
5. Dinastia Han, 206 a.C. - 220 d.C.
Esta dinastia se caracterizou por tentar comprar
aliados vizinhos através de presentes como tecidos de
seda, espelhos de bronze, etc. Nesta época os
chineses se consideravam o centro do mundo,
chegando a chamar seu país de “Império do Meio”.
Durante esta dinastia, a China teve um grande
aumento da população e muitos avanços técnicos mas
os camponeses continuavam vivendo sob condições
precárias, o que causou violentas revoltas camponesas
no início da Era Cristã. Estas revoltar contribuíram para
o enfraquecimento do Império chinês, trazendo ao fim
a dinastia Han.
Ocupação Urbana
A cidade é a sede do poder (regula e representa todo o território) e tem valor simbólico (mediação entre os opostos).
Ocupação urbana
• Complexidade da organização da sociedade implica em ordem visível geométrica e arquitetônica.
• Há uma multiplicidade de espaços e edifícios.
• Muros com forma regular determinam o espaço e são defesa contra
inimigos.
Pingyao Ancient City
• Os eixos de simetria ligam a cidade aos pontos cardeais.
• Regras urbanísticas e de construção são codificadas na era Chu
(1050 a 250 aC.) e transmitidas até a época moderna (por volta do
séc. XVI).
• Cidades estritamente ligadas ao território agrícola: começam como
cidade-refúgio: residência estável da classe dirigente (sacerdotes,
guerreiros e técnicos) e acolhimento temporário da população
camponesa do distrito circundante.
• A cidade era parte de um sistema regional modular de economia
urbana. Ela espelha a hierarquia do Estado em uma escala
menor. Cada módulo, urbano ou rural, na hierarquia, portanto, tinha
a mesma base populacional e de poder político. O ranking
econômico de uma cidade determinada a sua dimensão, medida
em li (em chinês:里; Pinyin: Lǐ), que foi considerado o comprimento
de uma aldeia, como definido pelo Imperador Amarelo. A unidade de
medida li corresponde a mais ou menos 530 m.
• Essas cidades se distinguem de acordo com a grandeza em 3
categorias: tcheng, ji e tu. As capitais podem ser muito maiores, de
perímetro externo de até 100 li e população por volta de 1 milhão de
habitantes.
Dois cinturões de muros: um interno que encerra a cidade habitada
e um externo que abrange um espaço vazio de hortas e pomares.
Arquitetura Urbana
• As regras de construção da casa também permanecem fixas
desde o período Han até os tempos recentes.
• A casa é um recinto análogo (semelhante) à cidade, vinculada à
mesma orientação e acessível habitualmente pelo sul.
• Todos os ambientes se abrem para um ou mais pátios internos,
quadrados ou retangulares. Alternância de luz e sombra (yin x
yang).
• Elementos construtivos principais e fixos: plataforma de base,
muros externos e cobertura em madeira.
• Elementos secundários: divisórias internas de tijolo (sem função
estrutural) móveis para acompanhar as mudanças das funções
domésticas.
• Geralmente os edifícios são de apenas 1 pavimento. Densidade baixa:
100 hab./ha.
• As casas se desenvolvem a partir de ruas com largura moderada para
onde se abrem somente as portas de entrada e as altas janelas
de alguns ambientes secundários.
Casa burguesa chinesa com
pátio (séc. XVIII Pequim).
A. Porta de entrada
B. Quartos externos para os
hóspedes
C. Segunda porta
D. Quartos internos para os
hóspedes
E. Ambientes laterais
F. Corpo de estrutura principal
G. Serviços
Arquitetura Rural • As casas rurais podem se interpenetrar com a natureza.
• Os ambientes conservam sua forma regular e simétrica,
mas o conjunto se torna irregular para aderir às
características do local.
• A jardinagem vincula-se por entre as obras de arquitetura.
Conjuntos monumentais • Destacam-se principalmente os palácios do imperador, suprema
autoridade religiosa e civil.
• Edifícios destinados às cerimônias públicas, rigidamente agrupados ao
redor do eixo de simetria, que vai do sul para o norte.
Cidade de Pequim.
Mapa europeu de 1829.
1. Cidade Proibida ou Purpúrea
(recinto formal do palácio)
2. Cidade Imperial
3. Cidade Tártara ou Interna
4. Cidade Chinesa ou Externa
5. Jardins informais
5
Eixo da composição geral da Cidade Proibida.
Pequim.
Eixo: percurso impressionante através da sucessão de pátios
fechados.
• Edifícios e espaços para a vida privada, incorporados ao
jardim paisagístico.
• O jardim foge a regra da geometria e desequilibra, à
direita ou à esquerda, a composição geral.
• Regularidade x irregularidade (yin x yang).
Japão Ocupação urbana • O quadro geográfico (falta de grandes espaços planos e de
rios navegáveis) exclui nos primeiros tempos a presença de
grandes cidades.
• Após a unificação do país há a necessidade (exigência) de
uma cidade capital, que é projetada segundo as regras
chinesas, codificadas nos períodos Han e Tang.
• Do séc. VI ao VIII dC., uma série destas cidades fé fundada
a curta distância na região Yamato.
Kyoto - Japão
1. Montanhas
(defesa e relação
com o céu)
2. Plantações
3. Rio
4. Palácio Imperial
1
2 3 4
1. Palácio Imperial
2. Vila Imperial
Schinsen-in
3. Vila Imperial
Suzaku-in
4. Palácio de
recepção
5. Palácio de
recepção
6. Mercado
7. Templo
8. Templo
1. Entrada principal
2. Sala de audiência
principal
3. Sala de audiência
secundária
4. Palácio Imperial
5. Sala de espera
6. Templo
7. Templo
8. Edifícios secundários
Recinto Imperial.
Kyoto.
1. Recinto externo
2 – 6. Portas externas
7. Recinto interno
8 – 11. Portas internas
12 – 14. Salas de recepção
15 – 22. Anexos das salas
23 – 28. Apartamento
privado
29 – 35. Anexos do
apartamento
36 – 37. Sala de espera
38 – 39. Recintos de
serviço
Palácio Imperial.
Palácio Imperial como se apresenta
atualmente depois da reconstrução de 1655,
que reproduz as estruturas mais antigas.
Kyoto.
Arquitetura Utilizam modelos chineses com características originais de simplificação
geométrica e de desenvoltura.
Nas residências e templos suburbanos a arquitetura é feita com
resultados mais novos e requintados.
E. Entrada
W. Laboratório
R. Recepção
D. Jantar
L. Estar
S. Estúdio
O. Quarto dos anciãos
K. Cozinha
U. Lavanderia
B. Banheiro
Ch. Quarto dos
adolescentes
V. Varanda
T. Alcova
C. Depósito
Ba. Banheiro
G. Jardim
Residências.
Cada casa é flanqueada por uma faixa de jardim que restabelece também nestas
condições a relação interna-externa (yin yang).
Liberdade informal da instalação paisagística (que precede e influencia
os jardins ingleses do século XVIII).
Constância da esquadria nos edifícios, baseados no
módulo planimétrico e altimétrico dos tatami (cerca de
0.90 x 1.80 m). Tatami significava originariamente
"dobrado e empilhado", é o piso tradicional japonês.
O tatame tradicional é feito de palha de arroz prensada
revestida com esteira de junco e faixa preta lateral. Seu
formato e tamanho são padronizados. É o piso das áreas
secas de uma residência e serve de medida para os
cômodos.
Índia
Mandala é uma circunferência usada como arte pelos antigos
povos. A mandala ainda é criada no presente geralmente
usando compasso.
• A mandala como simbolismo do centro do mundo dá forma não
apenas as cidades, aos templos e aos palácios reais, mas também
a mais modesta habitação humana.
• A morada das populações primitivas é comumente edificada a
partir de um poste central e coloca seus habitantes em contato
com os três níveis da existência: inferior, médio e superior.
• A habitação para ele não é apenas um abrigo, mas a criação do
mundo que ele, imitando os gestos divinos, deve manter e renovar.
Assim, a mandala representa para o homem o seu abrigo interior
onde se permite um reencontro com Deus.
• Normalmente divididas em quatro secções, pretende ser
um exercício de meditação e contemplação. O objetivo da
arte na cultura budista tibetana é reforçar as
quatro nobres verdades.