A Colonia Penal - Kafka

Embed Size (px)

Citation preview

  • 7/29/2019 A Colonia Penal - Kafka

    1/7

    DE FRANZ KAFKA

    ROTEIRO

    SYLVAIN RICARD

    DESENHO

    MAL

    CORES

    ALBERTINE RALENTI

    TRADUO

    CAROL BENSIMON

    NA COLNIA PENAL

  • 7/29/2019 A Colonia Penal - Kafka

    2/7

    Copyright Guy Delcourt Productions, 2007

    Grafia atualizada segundo o Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa de 1990,que entrou em vigor no Brasil em 2009.

    Ttulo original

    Dans la colonie pnitentiaire

    Preparao

    Lgia Azevedo

    Reviso

    Viviane T. MendesMarina Nogueira

    Composio

    Lilian Mitsunaga

    [2011]

    Todos os direitos desta edio reservados EDITORA SCHWARCZ LTDA.

    Rua Bandeira Paulista 702 cj. 32

    04532-002 So Paulo SP BrasilTelefone: (11) 3707-3500Fax: (11) 3707-3501

    www.companhiadasletras.com.brwww.blogdacia.com.br

    A marca FSC a garantia de que a madeira utilizadana fabricao do papel deste livro provm de florestasque foram gerenciadas de maneira ambientalmentecorreta, socialmente justa e economicamente vivel,alm de outras fontes de origem controlada.

    Esta obra foi composta em Penal e impressa pela Geogrfica em ofsete

    sobre papel Couch Reflex Matte da Suzano Papel e Celulose para aEditora Schwarcz em maio de 2011.

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)(Cmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

    Ricard, SylvainNa colnia penal / de Franz Kafka ; roteiro Sylvain Ricard ;

    desenho Mal ; cores Albertine Ralenti ; Traduo CarolBensimon. So Paulo : Companhia das Letras, 2011.

    Ttulo original : Dans la colonie pnitentiaire.ISBN 978-85-359-1856-4

    1. Histrias em quadrinhos I. Kafka, Franz, 1883-1924. II.Mal. III. Ralenti, Albertine. IV. Ttulo.

    11-03181 CDD-741.5

    ndice para catlogo sistemtico:1. Histrias em quadrinhos 741.5

  • 7/29/2019 A Colonia Penal - Kafka

    3/7

    Tanto o homem Franz Kafka quanto sua obra so fascinantes. Umade suas companheiras, Milena Jesenska, dizia a respeito dele: Franz como um homem nu entre pessoas vestidas. [] um homemforado ao ascetismo por sua terrvel lucidez, por sua pureza, por suaincapacidade de aceitar o comprometimento. Comprometimento,

    eis a palavra-chave, a situao da qual Kafka sempre quis fugir, masque o aprisionava sistematicamente. Ele detestava seu trabalho buro-crtico, mas nunca o abandonou. Tinha horror de seu pai, mas suafigura autoritria o fascinava, quase o paralisava. Seu mais forte dese-jo era escrever, mas nenhum de seus textos o satisfazia totalmente.

    A novela terrivelmente violenta que Na colnia penalnasceu nosprimrdios da 1- Grande Guerra. Mais surrealista que aterrorizante,a situao deixa o leitor desamparado diante de sua enormidade: amquina, instrumento de execuo capital, cuja beleza e perfeio sse igualam barbrie absoluta de seu objetivo; o oficial, de profun-da e ingnua sinceridade, de um engajamento irrestrito e de uma fi-delidade animal por seu defunto comandante (o genial inventor damquina); o viajante, o soldado e o condenado, ao mesmo tempo es-pectadores (e portanto voyeurs, assim como o leitor) e atores destapardia da justia, cada um como um contraponto ao metdico ereceoso oficial. Disso resulta uma dissonncia to aguda que acabapor dar uma dimenso tocante e quase infantil splica do oficial, aderradeira reivindicao do direito de existir como filho espiritual dosaudoso comandante.

    A leitura deNa colnia penal um desafio, tamanha a proximidadedo atroz e do cruel com a leveza, a suavidade e a beatitude. MasKafka no exagera na absurda obstinao do homem autodestrui-o. Um olhar para a atualidade, para nossas telas de televiso, pode

    indicar que o homem colocou com frequncia a sua inventividadea servio da destruio do outro e que a fascinao diante da dor cada vez mais banalizada. Basta ver que a violncia dos homenssobre outros homens bate todos os recordes de audincia (execuessumrias, guerras, atentados), e no h sombra de dvida de queuma execuo pblica na Place de la Concorde teria mais sucesso emais (tele)espectadores que qualquer outra festividade

    o que explica como a obra fascinante que Na colnia penaltorna--se o espelho da sociedade em que vivemos e daquilo que somos.

    Sylvain Ricard

  • 7/29/2019 A Colonia Penal - Kafka

    4/7

    UMAPARELHOSINGULAR.

    7

  • 7/29/2019 A Colonia Penal - Kafka

    5/7

    CERTO,EST TUDOPRONTO!

    OS UNIFORMES SOMUITO PESADOS PARA ESTE

    TIPO DE CLIMA.

    SIM, MAS SIMBOLIZAM A PTRIA.NO QUEREMOS

    PERDER APTRIA.

    8

  • 7/29/2019 A Colonia Penal - Kafka

    6/7

    OBSERVEENTOESTE

    APARELHO.

    ANTES ERA PRECISO COLOCARA MO NA MASSA, MAS AGORA

    ELE OPERA SOZINHO.

    ACONTECE, CLARO,DE DAR ALGUM PROBLEMA

    MAS ESPERO QUE NOSEJA O CASO HOJE.

    ENFIM, NO IMPOSSVEL.

    QUE A MQUINADEVE TRABALHARPOR DOZE HORAS

    SEGUIDAS!

    MESMO QUE HAJA INCIDENTES,ELES COSTUMAM SER MNIMOS, ERAPIDAMENTE OS SOLUCIONAMOS.

    O SENHOR NOQUER SE SENTAR?

    9

  • 7/29/2019 A Colonia Penal - Kafka

    7/7

    NO SEI SEO COMANDANTEJ EXPLICOUCOMO FUNCIONAO APARELHO

    NO?

    UMA INVENO DE NOSSOANTIGO COMANDANTE. TRABALHEI

    NELA DO PRIMEIRO TESTEAT SUA CONCLUSO.

    NO ENTANTO, CABE SOMENTEA ELE A GLRIA DA INVENO.

    O SENHOR J OUVIU FALAR DENOSSO ANTIGO COMANDANTE?

    NO?

    ORA, TUDO AQUI OBRADELE! A ORGANIZAO DESTA

    COLNIA TO COERENTEQUE SEU SUCESSORNADA PODE MUDAR.

    ALIS, O NOVOCOMANDANTE TEVE QUE

    RECONHECER ISSO

    UMAPENA QUEO SENHORNO TENHACONHECIDOO ANTIGO

    COMANDANTE

    MAS EU FALO,FALO, E O

    APARELHO DELEEST AQUI, ASUA FRENTE!

    ELE COMPOSTO, COMO OSENHOR PODE VER, DE TRSPARTES. A CAMA,O DESENHADOR

    EAQUI, ORASTELO.

    10