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A Condição Humana - Hannah Arendt

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Page 1: A Condição Humana - Hannah Arendt

Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJInstituto de Filosofia e Ciências Sociais - IFCSGrupo de Teoria Política Contemporânea - Hannah ArendtOrientador/Coordenador: Ivo CoserAluna: Lidiane dos Anjos Matos DRE: 109029283 – 3ºperíodo

Social, Sociedade, Necessidade, Utilidade e Liberdade em A condição Humana, de Hannah Arendt

O labor e o trabalho são atividades humanas fundamentais que envolvem respectivamente a necessidade e a utilidade, compondo conjuntamente com a ação, o condicionamento da vida humana. Sendo que diferentemente da ação, o labor e o trabalho orientam obrigatoriamente o homem para um conjunto de condutas ou comportamentos em que não se coloca a sua individualidade e as ações que politicamente constroem sua liberdade. Ou seja, não há escolhas ou autonomia, dando ao comportamento orientado pelo labor e ao comportamento orientado pelo trabalho, certo grau de previsibilidade, já que um se orienta necessariamente pelo funcionamento biológico do homem e o outro se orienta utilitariamente pelo relacionamento que o homem estabelece com a materialidade das coisas e do mundo. Na ação, há certa imprevisibilidade, já que o comportamento é orientado pela individualidade – não dizendo que a política se reduza a um instrumento de realização individual – que é construída quando o homem passa conviver com outros homens em um mundo organizado politicamente. Praticando juntamente com a liberdade, a vida propriamente humana – na polis, diferentemente de como é na modernidade, o que dá substancialidade e conteúdo à liberdade é a igualdade, e não necessariamente a justiça. E não se pode falar de liberdade sem direta ou indiretamente falar de política. As duas estão intrinsecamente relacionadas.

A ciência da economia passa a ter como objeto de investigação a administração no/do social já que a previsibilidade do comportamento orientado obrigatoriamente pela necessidade e pela utilidade transformou - se, sistemática e metodologicamente, em um critério científico para a análise da sociedade, ou seja, as condutas necessárias e úteis ao serem transportadas da esfera privada para a esfera pública adquiriram visibilidade e reconhecimento – ou em outras palavras, publicidade.

“A principal diferença entre o emprego aristotélico e o posterior emprego medieval da expressão bios politikos denotava explicitamente somente as esferas dos assuntos humanos, com ênfase na práxis, necessária para estabelece - lá e mantê-la. Nem o labor e o trabalho eram vistos como suficientemente dignos para construir um bios, um modo de vida autônoma e autenticamente humana; uma vez que serviam e produziam o que era necessário e útil, não podiam ser livres e independentes das necessidades humanas. (...)” (p.21).

Em Hannah Arendt, percebe-se o estabelecimento, deliberadamente, de uma relação de inferioridade e superioridade, respectivamente, entre a esfera privada e a esfera política. Mas percebe-se concomitantemente uma relação de complementaridade e transversalidade – no que diz respeito ao desenvolvimento da individualidade do homem nos estágios de condicionamento da vida humana - entre as mesmas, já que é através da satisfação das necessidades da vida na

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administração doméstica, que o homem torna-se potencialmente capaz de ir para esfera pública e exercer efetivamente sua liberdade em um mundo organizado politicamente. E o que vai possibilitar a existência da esfera pública, ou seja, o que vai fazer com que a política não seja instrumentalizada convenientemente para satisfação de necessidades é simultaneamente o estabelecimento de uma esfera que funcionalmente se ocupará do social e do privado. Ou seja, para que liberdade possa ser efetivamente construída, é necessário que se atenda a um pré-requisito fundamental, a libertação. A esfera privada é caracteristicamente administração, manutenção e funcionalização das necessidades do homem enquanto animal. Já na esfera pública, o homem se dignifica como tal, age espontaneamente e sem a coercitividade/constrangimento das necessidades. Há uma coexistencialidade entre as esferas.

“Embora o erro de interpretação e equacionamento das esferas política e social sejam tão antigos quanto à tradução latina de expressões gregas e sua adaptação a pensamento político romano-cristão, a confusão que deles decorre agravou-se no uso moderno e na moderna concepção de sociedade. A distinção entre uma esfera de vida privada e uma esfera de vida pública corresponde as esferas da família e da política como entidades diferentes e separadas, pelo menos desde o surgimento da antiga cidade-estado; mas ascendência da esfera social, que não era nem privada nem pública em seu sentido restrito do termo, é um fenômeno relativamente novo, cuja origem coincidiu com o surgimento da era moderna e que encontrou sua forma política no estado nacional.” (p. 37)

A esfera social que é uma combinação das duas esferas coloca simultaneamente a administração e manutenção do privado com a instrumentalização do político para a satisfação das necessidades. Logo, percebe que na modernidade e na contemporaneidade, a relação de inferioridade e superioridade entre as esferas, coloca agora, o social categoricamente acima do político. Isto, historicamente, se dá pela insatisfação das camadas mais pobres, que ao se envolverem na organização de movimentos revolucionários, colocaram suas necessidades biológicas como justificativas para exercício do poder político – consolidando um “hibridismo” entre doméstico e público que surgiu no Antigo Regime. Logo, o labor tornou-se atividade típica do social. Na modernidade, a administração da vida doméstica invadiu a esfera pública transformando a política fundamentalmente em uma função da sociedade. E a sociedade passou a ser o lugar, teoricamente, da liberdade e da igualdade. Hannah Arendt percebe que a política se transformou, significativamente, em regime governamental responsabilizado pela manutenção e organização do desenvolvimento do social/sociedade. O que houve de fato foi uma confusão sistemática entre social e político não se respeitando os limites e as características devem constituir cada esfera. Uma comunidade passou a ser necessariamente considerada uma organização política.

“Em nosso entendimento, a linha divisória é inteiramente difusa, porque vemos o corpo de povos e comunidades políticas como uma grande família cujos negócios diários devem ser atendidos por uma gigantesca administração doméstica nacional e gigantesca. O pensamento científico que corresponde a nossa concepção, já não é ciência política, e sim economia nacional ou economia social, ou, ainda, a Volkswirtschaft, todas as quais indicam uma espécie de administração doméstica coletiva, o que chamamos de sociedade é o conjunto de famílias economicamente organizadas de modo a constituírem o fac-símile de uma única família sobre-humana, e sua forma política de organização é denominada nação (...)” (pp. 37-38).

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“(...) Era sob a lei desta necessidade que a multidão se precipitava para auxiliar a Revolução Francesa, que a inspirou a empurrou para frente e eventualmente a conduziu a ruína, porque está era a multidão dos pobres. Quando apareceram na cena política, a necessidade apareceu com eles, e com o resultado foi que a força do antigo regime se tornou impotente e a nova república nasceu morta; a liberdade teve de se render à necessidade, à urgência do processo da vida. (...)” (p.60).

Na tradição de pensamento filosófico da Antiguidade Clássica, as esferas, social e política eram dicotomicamente posicionadas, sendo a primeira, a administração da vida doméstica – que quando bem executada, dá funcionalidade para a satisfação das necessidades biológicas – com relações hierarquizadas constituídas legitimamente pela violência e do outro lado, a esfera política em que os homens agem livremente e se tratam igualmente. Na modernidade, a confusão entre social e político, fez com que o primeiro transformasse o último em um instrumento para realização das necessidades particulares. Ou seja, a política foi transformada em

administração do nacional.

Para Hannah Arendt, a ação política é a única atividade humana que depende essencialmente do convívio entre homens. É uma atividade comunicacional em que as palavras e os discursos constituem significativamente a condição humana. Uma condição humana em que conscientemente se constrói a liberdade, que por sua vez, só pode ser construída através do convívio igualitário entre os homens. Para Max Weber, por exemplo, ação é um comportamento humano necessariamente com sentido que envolve um significado subjetivamente pensado. Especificamente, a ação social é um comportamento humano significativamente orientado pelo comportamento do outro, e que envolve o estabelecimento de um planejamento construído através ou a partir do pensamento racional. Por envolver, estatisticamente, uma regularidade, é segundo Weber um objeto sociológico por excelência.

Quando se fala em social e político, interpreto como dois modos distintos de socialização. Uma socialização que se dá “socialmente” e uma socialização que se dá “politicamente”. Na primeira, a constituição e a organização da convivência “humana” se orientam por pensamentos e comportamentos padronizados – há um uniformismo e conformismo nas atividades humanas – e uma cultura massificada que impossibilitam a construção do individualismo/individualidade. Padronização, esta que é estabelecida necessariamente pela regularidade do funcionamento e da manutenção do biológico. Já na segunda, há uma convivência verdadeiramente humana – que hierarquicamente já superou a esfera privada – que permite através da ação e do discurso, a construção da singularidade na dimensão do sujeito e a construção da pluralidade na dimensão do coletivo – construções que permitem a existência, necessária para o desenvolvimento humano, da “individualidade” e da “coletividade”. Para Hannah Arendt, a esfera política diferentemente da esfera social permite que o homem produza conhecimento e reconhecimento sobre si e sobre a humanidade. Nesta convivência, o homem através de seu posicionamento como sujeito, torna-se conscientemente humano. Logo, para Hannah, o que determina o homem não é a constituição anatômica e fisiológica, e sim sua capacidade racional de reconhecer-se, e ser reconhecido e diferenciar-se, e ser diferenciado, como homem. Em sua análise coloca-se sistemática e metodologicamente, a observação histórica junto com a teoria filosófica da Antiguidade Clássica. Ou seja, a autora a partir da conceituação filosófica das duas esferas, nos mostra que o

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desenvolvimento histórico da humanidade, não foi realmente fiel às distinções entre as esferas. A esfera social retirou da esfera pública e da esfera privada, respectivamente, o reconhecimento e a administração das necessidades. Entendendo-se, que o público não é mais o lugar da glorificação e o privado não é mais o lugar das necessidades. Historicamente, o político se perde e o social se encontra.

“A passagem da sociedade – a ascensão da administração caseira de suas atividades, seus problemas e recursos organizacionais – do sombrio interior do lar para luz da esfera pública não apenas dilui a antiga divisão entre o privado e o político, mas também alterou o significado dos dois termos e a sua importância para a vida do indivíduo e do cidadão, ao ponto de torná-los quase irreconhecíveis.” (p.47).

Em sua obra, Sobre a Revolução, as revoluções, francesa e americana, colocaram o doméstico no âmbito do político. A administração do doméstico, na dimensão social, deixou de ser o meio, para ser a finalidade da existência. As relações políticas deixam de ter finalidades nelas mesmas, e se transformaram em instrumento e ferramenta do social. O político é tecnicamente o gerenciamento do social. Logo, na compreensão de Hannah Arendt, a esfera política não existe mais. Coloca que a questão da representação/representatividade é algo eminentemente importante no corpo político, mas que nesta não se colocou essencialmente a questão da liberdade.

Os processos de industrialização e urbanização combinados com o crescimento populacional criaram circunstancialmente as condições que transformaram o social e o político respectivamente na finalidade e na ferramenta da vida humana. Há conceitual e proporcionalmente, segundo Arendt, uma ascensão do social e um declínio do político. Pobreza, miserabilidade, desigualdade socioeconômica, desemprego, violência e criminalidade, são caracteristicamente, as condições da sociedade que se transformam – na maioria dos casos, revolucionariamente – em critérios ou justificativas para a instrumentalização e funcionalização do político cujo objetivo era a administração e manutenção das necessidades biológicas. Com isto também podemos compreender, que a individualidade que antes era construída na esfera política – que intrinsecamente, através da comunicação e do relacionamento entre as subjetividades permitia concomitantemente a construção da pluralidade – agora passa ser institucional e juridicamente uma responsabilidade da sociedade. Não há nos comportamentos observados na sociedade, espontaneidade ou imprevisibilidade . Ocorreu uma normatização e regulamentação dos comportamentos e condutas já que todos passaram, e passam, unanimemente por um processo de constrangimento social.

Os processos de industrialização e urbanização, característicos da Modernidade e da Contemporaneidade, transformaram revolucionariamente, estruturas e contextos sociais culturais, comportamentais, morais, religiosos, políticos, administrativos, institucioanais, organizacionais, juridícos, econômicos, tecnológicos, artísticos e intelectuais. Simultaneamente está tranformação – principalmente com o surgimento e consolidação do capitalismo – tranformou-se o labor e o trabalho, em substituição a ação, nas atividades humanas pelas quais o homem produz conhecimento/reconhecimento sobre si próprio e sobre a humanidade e constrói permanentemente sua personalidade e identificação, ou melhor dizendo, sua individualidade. Para Hannah, isto acabou com a

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separação necessária entre privado e político e com a possibilidade do homem verdadeiramente se conhecer como homem, já que labor e o trabalho caracterizados intrinsecamente pela necessidade e utilidade impossibilitam que o homem consiga produzir conhecimento sobre si próprio e , conseqüentemente, constituir sua individualidade.

“(...) Ao invés da ação, a sociedade espera de cada um dos seus membros um certo tipo de comportamento, impondo inúmeras e variadas regras, todas elas tendentes a normalizar os seus membros, fazê-los comportarem-se, a abolir a ação espontânea ou a reação inusitada. (...)” (p.50).

Mas para Arendt, as individualidades devem ser criadas na esfera política para que as mesmas possam ser posicionadas horizontalmente com relação às outras. Colocando a igualdade como algo sendo construído fundamentalmente pela convivência e comunicação entre os homens, é não pela condição material dos mesmos. Diferentemente do que se observa na Modernidade, em que as mesmas, ao serem criadas na esfera social colocam-se verticalmente com relação às outras.

“(...) A notável coincidência da ascensão da sociedade com o declínio da família indica claramente que o que ocorreu na verdade foi a absorção da família por grupos sociais correspondentes (...)” (p.49)

O desenvolvimento da sociedade coloca inextricavelmente a administração das necessidades doméstica na esfera pública.

“(...) O surgimento da sociedade de massa, pelo contrário, indica apenas que os vários grupos sociais foram absorvidos por uma sociedade única, tal como as unidades familiares haviam sido absorvidas por grupos sociais; com o surgimento da sociedade de massas a esfera do social atingiu finalmente, após séculos de desenvolvimento, o ponto em que abrange e controla, igualmente e com igual força, todos os membros de determinadas comunidades. Mas a sociedade equaliza em qualquer circunstância, e vitória da igualdade no mundo moderno e apenas o reconhecimento político e jurídico, do fato de que a sociedade conquistou a esfera pública, e que a distinção e a diferença reduziram-se a questões privadas do indivíduo. (...)” (pp. 50-51).

O processo de diferenciação e reconhecimento do indivíduo não é, mas realizado politicamente pela esfera pública, e sim institucional e juridicamente pela sociedade, que através do constrangimento executa a normatização dos comportamentos e condutas. Logo, segundo Arendt, na sociedade não disponibiliza mecanismos reais para construção da individualidade, já que a mesma não tem com pré-requisito a liberdade, mas sim coerção.

“(...) A necessidade e a vida são tão intimamente aparentadas e correlatas que a própria vida é ameaçada quando se elimina totalmente a necessidade. Pois longe de resultar automaticamente no estabelecimento da liberdade, a eliminação da necessidade apenas obscurece a linha que separa a liberdade da necessidade (Todas as discussões sobre liberdade, nas quais esta última nunca é vista como um estado objetivo da existência humana, mas constituí um insolúvel problema de

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subjetividade, de vontade inteiramente indeterminada ou determinada, ou resulta da necessidade, evidenciam o fato de que já não se percebe a diferença objetiva e tangível entre ser livre e ser forçado pela necessidade).” (p. 81). Para que aja uma relação de inferioridade e superioridade entre o público e o privado, é necessário que também se tenha uma coexistência entre as mesmas.

“(...) Uma das características da privacidade, antes da descoberta da intimidade, era que o homem existia nessa esfera não como um ser verdadeiramente humano, mas somente como exemplar da espécie humana animal. (...)” (p. 55).

Há dois homens: um constituído biologicamente – que para Arendt é um animal. E o homem constituído politicamente – que é verdadeiramente um homem, já que conscientemente conhece e reconhece a sua humanidade.

“A mais clara indicação de que uma sociedade constitui a organização pública do próprio processo vital talvez seja encontrada no fato de que, em tempo relativamente curto, a nova esfera social transformou as comunidades modernas em sociedades de operários e de assalariados; em outras palavras, essas comunidades concentram-se imediatamente em torno da única atividade necessária para manter a vida – o labor. (...) A sociedade é a forma na qual o fato da independência mútua em prol da subsistência, e de nada mais, adquire importância pública, e na qual as atividades que dizem respeito à mera sobrevivência são admitidas em praça pública. (...)” (p. 56).

Na modernidade e contemporaneidade percebe o estabelecimento do labor e do trabalho, em substituição a ação, como o processo de conhecimento/reconhecimento do homem. O descobrimento da humanidade não é mais um compromisso da esfera política, e sim da social.

“(...) Somente quando as coisas podem ser vistas por muitas pessoas, numa variedade de aspectos, sem mudar de identidade, de sorte que os que estão à sua volta sabem que vêem o mesmo na mais completa diversidade, pode a realidade do mundo manifestar-se de maneira real e fidedigna.” (p. 67).

Das três atividades fundamentais que são constitutiva e representativamente o condicionamento da vida humana, ação é a única que possibilita o homem criar a partir do consciente e do inconsciente, suas categorias de entendimento e com isto se posicionar no mundo. Ou seja, ao classificar o mundo, ele simultaneamente se classifica.

“(...) Para o individuo, viver uma vida inteiramente privada significa, acima de tudo, ser destituído de coisas essenciais à vida verdadeiramente humana: ser privado da realidade que advém do fato de ser visto e ouvido por outros, privado de uma relação objetiva com eles decorrente do fato de ligar-se e separar-se deles mediante um mundo comum de coisas, e privado da possibilidade de realizar algo mais permanente que a própria vida. A privação da privacidade reside na ausência de

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outros; para estes, o homem não se dá conhecer, e, portanto é como se não existisse. (...)” (p. 68).

A história nos trouxe em seu processo de desenvolvimento, uma realidade em que a maiorias dos membros da sociedade não tinha nem mesmo fisicamente a sua esfera privada, logo a maioria dos homens da sociedade ficou impossibilitada a sua própria existência humana.

“Embora a distinção entre o privado e o público coincida com a oposição entre necessidade e liberdade, entra futilidade e realização e, finalmente entre vergonha e honra, não é de forma alguma verdadeiro que somente o necessário, o fútil e o vergonhoso tenham lugar na esfera privada. (...)” (p. 83).

Na esfera política quando os homens não conseguem se posicionar adequadamente vão inevitavelmente transformar a política em uma ferramenta para a satisfação da necessidade. Isto pode ser causado tanto pelos homens pobres como pelos homens ricos.