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127 BRASIL A CONSTRUÇÃO DE UMA POLÍTICA PÚBLICA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE NO CONTEXTO ESCOLAR: UM RELATO DA EXPERIÊNCIA BRASILEIRA Clélia Maria de Sousa Ferreira Parreira, Educadora, Assessora Técnica do Projeto de Promoção da Saúde, da Secretaria de Políticas de Saúde do Ministério da Saúde A adoção do conceito de promoção da saúde, como elemento redirecionador das políticas do Ministério da Saúde, impõe a necessidade de se sistematizar, em conformidade com os prin- cípios do Sistema Único de Saúde, propostas intersetoriais que provoquem ou reforcem o des- envolvimento de ações com os mais diferentes setores. O setor educacional, no entanto, dada a sua capilaridade e a sua abrangência é, potencial- mente, um aliado importante para a concretização de ações de promoção da saúde voltadas para o fortalecimento das capacidades dos indivíduos para a tomada de decisões favoráveis à sua saúde e de sua comunidade, para a criação de ambientes saudáveis e para a consolidação de uma política intersetorial voltada para a qualidade de vida, pautada no respeito ao indiví- duo e tendo como foco a construção de uma nova cultura da saúde. Para tanto, é importante implementar estratégias integradas de aproximação com o siste- ma educacional, suas unidades de ensino e suas representações políticas, sem deixar de consi- derar como essencial a formação e qualificação docentes, posto que a expectativa que se tem é a de que estas estratégias fomentem à adoção de hábitos de vida mais saudáveis e promovam as mudanças individuais e organizacionais necessárias. O Ministério da Saúde do Brasil compreende, por um lado, que o período escolar é fun- damental para se trabalhar a saúde na perspectiva de sua promoção, desenvolver ações volta- das para a prevenção de doenças e para o fortalecimento dos fatores de proteção. As crianças, jovens e adultos que se encontram nas escolas vivem momentos em que os hábitos e as atitu- des estão sendo criados e, a depender da idade ou da abordagem, estão sendo revistos. Por outro lado, ele reconhece que além da escola ter uma função pedagógica que lhe é específica ela tem uma função social e política voltada para a transformação da sociedade. Transformação que está intrinsecamente relacionada ao exercício da cidadania e ao acesso às oportunidades de desenvolvimento e de aprendizagem, razões que justificam o investimento do MS em ações voltadas para a comunidade escolar como uma das formas de dar concretude às propostas de promoção da saúde no País. No Brasil, de acordo com o Censo Escolar 2001 1 , existem 451.062 escolas no País. É um quantitativo expressivo de alunos matriculados e a grande concentração delas está no âmbito 1 Fonte: Censo Escolar, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais.

A CONSTRUÇÃO DE UMA POLÍTICA PÚBLICA DE … · Neste sentido, foi assinada a Portaria Interministerial 766/GM, de 17 de maio de 2001, ... 2De acordo com os dados do Sistema de

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A CONSTRUÇÃO DE UMA POLÍTICA PÚBLICA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE NO CONTEXTO ESCOLAR:UM RELATO DA EXPERIÊNCIA BRASILEIRA

Clélia Maria de Sousa Ferreira Parreira, Educadora, Assessora Técnica do Projeto de Promoção da Saúde, da Secretaria de Políticas de Saúde do Ministério da Saúde

A adoção do conceito de promoção da saúde, como elemento redirecionador das políticasdo Ministério da Saúde, impõe a necessidade de se sistematizar, em conformidade com os prin-cípios do Sistema Único de Saúde, propostas intersetoriais que provoquem ou reforcem o des-envolvimento de ações com os mais diferentes setores.

O setor educacional, no entanto, dada a sua capilaridade e a sua abrangência é, potencial-mente, um aliado importante para a concretização de ações de promoção da saúde voltadaspara o fortalecimento das capacidades dos indivíduos para a tomada de decisões favoráveis àsua saúde e de sua comunidade, para a criação de ambientes saudáveis e para a consolidaçãode uma política intersetorial voltada para a qualidade de vida, pautada no respeito ao indiví-duo e tendo como foco a construção de uma nova cultura da saúde.

Para tanto, é importante implementar estratégias integradas de aproximação com o siste-ma educacional, suas unidades de ensino e suas representações políticas, sem deixar de consi-derar como essencial a formação e qualificação docentes, posto que a expectativa que se tem éa de que estas estratégias fomentem à adoção de hábitos de vida mais saudáveis e promovamas mudanças individuais e organizacionais necessárias.

O Ministério da Saúde do Brasil compreende, por um lado, que o período escolar é fun-damental para se trabalhar a saúde na perspectiva de sua promoção, desenvolver ações volta-das para a prevenção de doenças e para o fortalecimento dos fatores de proteção. As crianças,jovens e adultos que se encontram nas escolas vivem momentos em que os hábitos e as atitu-des estão sendo criados e, a depender da idade ou da abordagem, estão sendo revistos. Poroutro lado, ele reconhece que além da escola ter uma função pedagógica que lhe é específicaela tem uma função social e política voltada para a transformação da sociedade.Transformação que está intrinsecamente relacionada ao exercício da cidadania e ao acesso àsoportunidades de desenvolvimento e de aprendizagem, razões que justificam o investimentodo MS em ações voltadas para a comunidade escolar como uma das formas de dar concretudeàs propostas de promoção da saúde no País.

No Brasil, de acordo com o Censo Escolar 20011, existem 451.062 escolas no País. É umquantitativo expressivo de alunos matriculados e a grande concentração delas está no âmbito

1 Fonte: Censo Escolar, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais.

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do ensino fundamental, ensino médio e educação de jovens e adultos, cujos estudantes encon-tram-se em idades privilegiadas para a formação de valores e hábitos favoráveis à saúde. Nestarede de escolas, no entanto, destaca-se o predomínio de escolas públicas. Das 177.880 escolasdo ensino fundamental, 159.228 são da rede pública de ensino. O mesmo ocorre no ensinomédio, onde das 20.220 escolas, 13.916 são públicas; e com a educação de jovens e adultos emque das 30.554, 28.481 são públicas. Este quadro, sugere que uma ação direcionada para estarede pública de ensino, terá uma abrangência excepcional, tanto do ponto de vista geográficoquanto populacional. De acordo com os dados preliminares do Censo Escolar 2002, foramregistradas 89.776.363 matrículas nas diferentes escolas e níveis de ensino, sendo que70.467.992 delas foram efetivadas no ensino fundamental, 8.783.737 no ensino médio e3.792.738 na educação de jovens e adultos. É um público que demanda ações educativas emsaúde e merece o desenvolvimento de ações integradas e coesas para que se alcance sucesso eimpacto.

De acordo com dados da Área Técnica de Saúde do Adolescente e do Jovem da Secretariade Políticas de Saúde do MS, mais da metade da população mundial tem menos de 25 anos deidade sendo que no caso brasileiro, a população entre 10 e 24 anos representa um terço dapopulação geral, o que significa mais de 51 milhões de jovens. A situação da juventude brasi-leira merece atenção especial uma vez que já se dispõe de dados que apontam para o cresci-mento do número de mortes decorrentes da violência2, do aumento do desemprego3, da gravi-dez precoce4, do número de casos de doenças sexualmente transmissíveis5, do envolvimentodesta população com drogas e seu tráfico. Somente para se ter uma idéia do impacto da vio-lência neste grupo populacional, a depender da Região, mais de 70% desses jovens morremvítimas de causas externas (homicídio, agressão, acidente de trânsito e suicídio) e o númerodestes jovens que já teve algum tipo de relação com drogas e, por esta razão, encontra-se emalgum tipo de medida sócio-educativa, é expressivo.

Uma estratégia direccionada para esta população que pretende teralcance significativo precisa estar associada à escola, onde grande partedela se encontra

Neste sentido, foi assinada a Portaria Interministerial 766/GM, de 17 de maio de 2001, cujoobjetivo é a elaboração dos Parâmetros Curriculares Nacionais em Ação para os temas trans-versais Saúde e Orientação Sexual. Com esta pactuação, os Ministérios da Saúde e da Educação

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2 De acordo com os dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM, do Ministério da Saúde, 16.133 jovens entre 10e 19 anos morrem por causas externas. Destas, destacam-se as agressões (6.865), os acidentes de transporte (3.847), os afoga-mentos (1.743), os eventos indeterminados (1.515) e os suicídios (698).

3 A taxa de desemprego entre jovens é superior a 13%, enquanto a média brasileira é de 7,5%.

4 Segundo dados do DATASUS, em 1993 haviam sido feitos 2.856.255 partos, dos quais 26.505 em meninas de 10 a 14 anos e611.608 em jovens entre 15 e 19 anos. Estes números aumentam significativamente com o passar dos anos e, de acordo com amesma fonte, em 2000 dos 2.504.654 partos realizados, 32.486 foram de meninas entre 10 e 14 anos e 646.801 em jovens entre15 e 19 anos.

5 Segundo o Boletim Epidemiológico (Ano XIII, nº 1 – Dez/99 a Jun/00) no total geral de infectados no Brasil, 24.261 estão entreos 10 e os 24 anos. Os casos de AIDS nesta população já apontam para um índice de 11,7% do total dos casos para os jovens e16,2% para as jovens nesta faixa etária.

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deram um passo importante para a implementação de uma ação integrada que terá, de início,o alcance de 2.779 municípios que já aderiram ao Programa Parâmetros CurricularesNacionais em Ação. O Programa6 conta com uma Rede Nacional de Formadores composta de167 consultores contratados, que atuam nos 301 pólos de formação constituídos. Os númerosque expressam a abrangência da execução do Programa apontam para 20.815 coordenadoresde grupos e para 384.109 professores distribuídos em todo o território nacional.

Para a implementação desta estratégia de ação intersetorial, estão sendo agregadas as ins-tâncias políticas de ambos os setores – saúde e educação – na elaboração, execução e avaliaçãodesta iniciativa conjunta (Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Educação, da UniãoNacional dos Secretários Municipais de Educação, do Conselho Nacional de SecretáriosEstaduais de Saúde, do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde) e daOrganização Pan-Americana de Saúde no Brasil.

A elaboração coletiva dos Parâmetros Curriculares Nacionais em Ação Saúde é um marco euma concretização de um desejo de que se possa pensar a educação e a saúde sob uma óticamais integradora. A expectativa que temos, ao elaborarmos os Parâmetros é a de participarmosda formação continuada dos professores, contribuindo para a construção de uma nova cultu-ra da saúde, na qual a educação e a saúde tenham sentidos e significados mais integrais e queresultem na elaboração de projetos de vidas mais saudáveis.

No entanto, os Parâmetros, para que possam ser trabalhados em sala de aula, precisam desencadear uma reflexão sobre as práticas de saúde dos próprios professores, alunos, funcio-nários e comunidade escolar. Afinal, as sugestões contidas nos Parâmetros, mais do que orien-tações metodológicas, são contribuições para que o professor possa dar sentido às questões desaúde que o rodeiam. É no cotidiano escolar e na escola, como espaço privilegiado de forma-ção, que as relações - sejam com o conhecimento, com os grupos de alunos, de pais, de profes-sores e com a comunidade – acontecem.

Na perspectiva da promoção da saúde, os processos educativos têm como principais eixosa construção de vidas mais saudáveis e a criação de ambientes favoráveis à saúde, o que signi-fica conceber a educação como processo. Processo este que trata o conhecimento como algoque é construído e apropriado e não meramente como algo a ser transmitido. Conhecimento,por sua vez, que é fruto da interação e cooperação entre sujeitos que são diferentes, que trazemexperiências, interesses, desejos, motivações, valores e crenças que são únicas, singulares, masque são, ao mesmo tempo, plurais, e por isso diversas. Um conhecimento que é incompleto ehistórico.

No entanto, a educação e a saúde, como campos de conhecimentos e de práticas, têm sidoconsideradas a partir de suas especificidades, o que tem feito com que a educação seja associa-da à escola e aos processos de aprendizagem; e a saúde, por sua vez, seja mais identificada comos serviços de saúde e aos processos de adoecimento. Tal concepção vem fazendo com que asações educativas sejam incorporadas às práticas em saúde exclusivamente do ponto de vistainstrumental de modificar comportamentos individuais e a saúde seja vista apenas como aprestação de assistência aos educandos, sobretudo àqueles que apresentam alguma limitaçãoou deficiência na sua aprendizagem escolar.

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6 Fonte: Secretaria de Educação Fundamental, Ministério da Educação, Fevereiro/ 2002, dados referentes a 2001.

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Se vista de uma forma mais ampliada, a relação entre saúde e educação vai além de açõespontuais, passando a estabelecer um outro ponto de interseção, o que permite uma maior inte-gração dos saberes acumulados por tais campos, posto que os processos educativos, assim comoos processos de saúde e doença, incluem, igualmente, tanto conscientização e autonomia quantoa necessidade do desenvolvimento de ações coletivas e de fomento à participação. Ambas pers-pectivas, de educação e de saúde, vêm sendo revistas no sentido de diminuir a fragmentação pre-sente tanto na abordagem quanto na produção do conhecimento e no desenvolvimento das prá-ticas sobretudo as que envolvem as ações educativas no contexto da promoção da saúde.

Assim como a aprendizagem, a saúde envolve movimentos e mobilização de recursosinternos e externos e para que o professor seja capaz de organizar e estimular situações deaprendizagem e gerar a progressão desses processos, ele terá, certamente, que mobilizar tam-bém seus recursos internos e externos. Quando se propõe a reflexão sobre a concepção desaúde que cada um tem, pensamos que isso, para ser efetivo, precisaria implicar em uma refle-xão sobre a saúde dos próprios professores, seja individualmente ou coletivamente. O estres-se diário dos docentes, o esforço repetitivo que o cotidiano exige, o enfrentamento de situaçõ-es dramáticas e de sofrimento, parecem não ser objeto de discussão e de reflexão no ambienteescolar. A busca do equilíbrio e da superação dos sentimentos gerados pelas dificuldades esituações estressantes, sejam as aflições ou os dilemas éticos colocados pela própria profissão,aparecem de forma isolada, retirando a possibilidade do grupo rever a própria dinâmica esco-lar, resultando na procura individualizada de ajuda nos consultórios médicos ou nos grupos deapoio. Se pensamos um escola promotora de saúde, precisamos incluir, necessariamente, estaidéia de saúde, de estar saudável, que parece não estar associada ao bem-estar docente. Por isso,levantar como esta concepção foi sendo construída ao longo das histórias de vida de cada um,significa repensar esta mesma construção tanto no grupo de professores quanto avançar nadiscussão coletiva sobre a construção de vidas mais saudáveis.

Para se promover saúde não é suficiente informar. Para que isso aconteça é necessário umarelação dialogal, uma comunicação emancipadora, onde os sujeitos sejam envolvidos numaação educativa, formativa e criativa, levando em conta a necessária reconstrução do saber daescola e a formação continuada dos docentes. Se por um lado, promover saúde implica ourequer ter paz, educação, alimentação, renda, ecossistema saudável, recursos sustentáveis, jus-tiça e eqüidade, por outro lado, desenvolver ações de promoção da saúde no contexto escolarpassa pelo respeito às possibilidades e limites do corpo, do intelecto e das emoções, da partici-pação social e do estabelecimento de alianças.

Hoje, sabe-se mais sobre ensino-aprendizagem da mesma forma que se sabe mais sobresaúde e doença do que na época em que os programas de saúde eram verticais e obrigatóriospelo currículo, período em que as ações de saúde no contexto escolar estavam dirigidas basi-camente para a higiene pessoal. Em que pese a importância dessas ações, hoje a saúde deixa deser uma ação isolada ou um conteúdo específico e passa a ser um tema transversal, dada a suaurgência e importância social.

A saúde, na sua inteireza, assim como os demais temas transversais apontados pelosParâmetros Curriculares Nacionais - a pluralidade cultural, a ética, a orientação sexual, a cida-dania, o meio ambiente, o trabalho e o consumo - lida com as condições concretas dos sujei-tos e das comunidades e, exatamente por isso, são complementares e interdependentes. Nestesentido, é impossível discutí-los como se fossem conceitos isolados. No cotidiano escolar estes

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temas emergem nas situações concretas de violência, de preconceito, nos momentos de toma-da de decisões, nas interações e na organização dos rituais e das festas, nos impasses entre pes-soas e grupos, nos conteúdos dos textos e materiais de estudo e de trabalho.

O sentido do trabalho escolar está em lidar com os valores, as crenças, os mitos e as repre-sentações que se tem sobre a própria relação do saber-fazer-ser educador e educando. Por issoé importante organizar e estimular situações de aprendizagem nas quais a saúde possa ser com-preendida como direito de cidadania e um pressuposto ético, valorizando as ações voltadaspara a sua promoção. Uma promoção da saúde entendida como sendo determinada por mui-tos fatores que não se limitam aos fatores biológicos e que podem estar interagindo de diver-sas maneiras. Têm momentos em que nos angustiamos e por isso nos sentimos fracos paralidar com as dificuldades, com as limitações. Existem momentos em que, ainda que estejamosacometidos por alguma doença, temos força para reagir e continuar em frente, positivamente.Isso demonstra as múltiplas faces dessa condição de estar saudável ou estar doente e se o pro-fessor lida com as questões de saúde e doença reconhecendo tal complexidade, ele irá lidar comas questões de saúde e de doença de uma maneira diferenciada.

Promover saúde é tocar nas diferentes dimensões humanas, é considerar a afetividade, aamorosidade e a capacidade criadora e a busca da felicidade como igualmente relevantes ecomo indissociáveis das demais dimensões. Por isso, a promoção da saúde é vivencial e é cola-da ao sentido de viver e aos saberes acumulados tanto pela ciência quanto pelas tradições cul-turais locais e universais.

Criar momentos de debates sobre fatores desfavoráveis à saúde presentes nas realidadesdos alunos e da comunidade escolar, mobilizando projetos, ações, com relação à saúde indivi-dual e coletiva, considerando a saúde sob seus diferentes aspectos, é possível quando se favore-ce o desencadear do desejo de conhecer e utilizar os recursos da própria localidade voltadospara a promoção da saúde e para a atenção à doença. Os serviços que podem contribuir paraesta promoção não se limitam aos serviços de saúde. Dispomos de uma rede de apoio que, nasmais diferentes formas e instâncias, são fundamentais nesta promoção. São os conselhos desaúde, de direitos da mulher, de cidadania, de defesa da criança e do adolescente, tutelares,associações de moradores, de pescadores, de domésticas, de professores, grêmios estudantis,movimentos ligados a partidos políticos ou às igrejas e tantos outros. São inúmeras as formase os nomes que compõem tais redes e elas serão potencializadas quanto mais as ações foremintersetoriais.

No entanto, mobilizar recursos, no nosso entendimento, significa não somente envolverestas redes ou os setores governamentais e não-governamentais em ações institucionais nocampo da saúde. Significa participar, a partir dos diferentes espaços que dispomos, da cons-trução de um projeto que tem como horizonte a qualidade de vida de todos e de cada um.Tanto para o educando quanto para o educador o exercício de troca, de diálogo, de embates,de compartilhamento de saberes e fazeres, da crítica da realidade, possibilitará a construção daautonomia, da solidariedade e da cooperação cidadã e se manifestará na redefinição dos eixostemáticos para as diferentes áreas e na eleição das abordagens e dos conteúdos. Esta mobiliza-ção de recursos, que em um primeiro momento tem o local como ponto de partida, vai sendoalargada e alcançando dimensões mais amplas e incorporando outras redes do município, doestado, da região, do país, do continente, tomando, na perspectiva mais global, uma dimensãoplanetária.

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REDE DE ESCOLAS PROMOTORAS DE SAÚDE NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO:UMA AÇÃO LOCAL FORTALECIDA PELA RLEPS

Carlos dos Santos Silva, Médico. Mestre em Pediatria. Gerente do Programa de Saúde Escolarda Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro.

Introdução

O município do Rio de Janeiro é uma cidade metrópole de referência como pólo cultural,político e cientifico do Brasil, marcada pela diversidade sócio cultural e por contrastes econô-micos das grandes metrópoles; tem cerca de 6 milhões de habitantes, entre os quais quase 2milhões são de crianças e adolescentes na faixa etária de 0 e 19 anos. Possui uma rede munici-pal de educação que consta de 1.035 escolas e cerca de 700.000 alunos, da educação infantil eensino básico fundamental e uma rede municipal de saúde, que em gestão plena, possui cercade 116 unidades básicas de saúde e 25 hospitais.

Na década de 90, imprimiu-se ao Programa de Saúde Escolar deste município uma pro-posta de atenção integral à saúde da criança e do adolescente em idade escolar fundamentan-do sua organização numa perspectiva crítica e no escopo da política de saúde definida pelaSecretaria Municipal de Saúde.

Os objetivos deste Programa firmaram-se pela Macrofunção de Políticas Sociais daPrefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, que ratificou a importância da atuação integrada entreos diversos setores do Governo, por articular o trabalho e a intervenção de órgãos e gestoresafinados na condução das políticas públicas como particularmente, as de Saúde, de Educaçãoe de Desenvolvimento Social.

Diferente de propostas verticais e modelos médico-terapêuticos, essencialmente assisten-ciais e medicalizantes, o gerenciamento do Programa de Saúde Escolar do município do Rio deJaneiro se conduziu, nos últimos anos, na ótica da Iniciativa de Escolas Promotoras de Saúdeo que veio favorecer no espaço da escola, uma ação mais reflexiva e crítica do conceito deSaúde, com prioridade para os investimentos na promoção de saúde como melhoria da quali-dade de vida da comunidade escolar e com desenvolvimento de ações locais participativas.

Antecedentes

A observação dos antecedentes da formação de uma rede municipal de Escolas Promotorasde Saúde no Rio de Janeiro aponta a importância estratégica de organização de uma RedeLatino-americana de Escolas Promotoras de Saúde como ponto de incentivo ao desenvolvi-mento de trabalho de redes locais e municipais, como esta.

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A publicação, em 19951, de diretrizes de uma proposta de Saúde Escolar para o municípiodo Rio de Janeiro, que assinalavam três eixos básicos como: educação e saúde; desenvolvimen-to e aprendizagem; e participação popular; e propunham ações na escola por integração inter-setorial e formação de grupos de trabalho regionais e locais, data das primeiras publicaçõessobre Escolas Promotoras de Saúde pela OPAS2,3. A seleção das atividades desse Programa deSaúde Escolar como representante do Brasil no vídeo da OPAS sobre Escolas Promotoras deSaúde4 apresentado na 7a Reunião das Primeiras Damas da América Latina (Panamá - 1997) ea participação de representação deste Programa na II Reunião da Rede Latino-americana deEscolas Promotoras de Saúde (Cidade do México - 1998) foram medidas decisivas que con-substanciaram o processo de formação da rede municipal de Escolas Promotoras de Saúde noRio de Janeiro. A partir desses referenciais e antecedentes, o trabalho com a criação de EscolasPromotoras de Saúde se baseou na perspectiva de incentivar a autonomia da ação local em queum programa de saúde pudesse ser construído com os sujeitos para os quais suas atividadesestão voltadas e não apenas programado de forma vertical em que os indivíduos tornam-seobjetos passivos dessas atividades e/ou de outros saberes.

O projeto "Nessa Escola Eu Fico" (1999)5, foi o precursor da Rede Municipal de EscolasPromotoras de Saúde com a proposta de integrar a Política de Saúde às Políticas Sociais,aumentando o tempo de permanência da criança e do adolescente na escola e lutando pelamelhoria da qualidade dessa escola, estimulando na comunidade escolar a capacidade de pen-sar, atuar e de tomar decisões. Ao priorizar a auto-estima e a ação protagonista de crianças eadolescentes tinha por objetivo desenvolver atividades complementares na escola para criarambientes saudáveis e um entorno social favorável ao desenvolvimento e aprendizagem nasdiferentes linguagens e atividades artísticas, esportivas e culturais dentro do contexto históri-co e social da comunidade.

Escolas Promotoras de Saúde: Um projeto de rede

Deste modo, a partir de 2000, as ações do Programa se voltaram para a criação de EscolasPromotoras de Saúde6 na rede municipal de educação presumindo uma proposta inclusiva, esti-mulando a participação de todos os atores envolvidos e a execução de projetos locais a partir dasdemandas e prioridades da comunidade escolar de modo que a escola pudesse representar o pólode irradiação das ações de promoção de saúde na comunidade. Até 2002 foram trabalhadas 120escolas (12% da rede escolar) e cerca de 111.600 alunos (16% do total de alunos).

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1 Silva; Carlos dos Santos (Org.) Saúde Escolar numa Perspectiva Crítica. Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Riode Janeiro/RJ. 3a edição – 1999

2 Organização Pan-americana de Saúde (OPAS/OMS). Promoción y Educación de la Salud Escolar. Una Perspectiva Integral:Marco Conceptual y Operativo. División de Promoción y Protección de la Salud.

3 Organização Pan-americana de Saúde (OPAS/OMS). Escuelas Promotoras de Salud. Modelo y Guía para la Acción. WashingtonDC. 1996

4 OPAS. Vídeo Escolas Promotoras de Saúde. Washington D.C. 1998

5 Silva, Carlos S.; Rocha, Carlos A.S.;Soares, Marcela C. Nessa Escola Eu Fico. Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social doRio de Janeiro. Boletim ano 1 nº 1. 1999.

6 Silva, Carlos S. Escola Promotora de Saúde. Promoção de Saúde na Escola. Secretaria Municipal de Saúde. Prefeitura da Cidadedo Rio de Janeiro, 2a edição. RJ, 2000.

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O financiamento para criação dessa Rede vem de recursos do Sistema Único de Saúde(SUS), com repasses do Ministério da Saúde para o município destinado a implementação deprogramas de saúde coletiva; e da própria Secretaria Municipal de Saúde, com recursos dotesouro municipal que subsidiou o Projeto através de Convênio com a Universidade Federal doRio de Janeiro.

Estratégias: Pesquisas, capacitação professional, avaliação

A partir de indicadores de saúde, dados epidemiológicos e da necessidade de identificarfatores de risco e fatores de proteção à infância e adolescência, foram realizados estudos e pes-quisas com objetivo de aferir uma investigação sobre as condições de saúde da comunidadeescolar e de sugerir soluções para minimizar os principais agravos.

Na pesquisa sobre "Saúde e Nutrição7"(1999), foram estudados eventos nos escolarescomo: déficit nutricional de peso e estatura, anemia por deficiência de ferro e a obesidade;marcando uma tendência de aumento da obesidade em crianças e adolescentes. Outra pesqui-sa, "Solta a Voz8" (1999), com 1.529 alunos, em amostra representativa da rede, a partir de 7anos de idade, abordou temas como tabaco, álcool e outras drogas, sexualidade, aids, doençassexualmente transmissíveis, acidentes e situações agressivas, entre outros, apontando índicescomo 12,3% de experimentação de tabaco, 56,2% de álcool, 2,4% de drogas ilícitas entre esco-lares e 10% deles referiram início de atividade sexual; eventos com maior freqüência antes dos14 anos de idade.

A análise da relação dos escolares com seus principais núcleos de convivência, família,escola e comunidade, sugere que em situações de dúvidas sobre esses temas os escolares pro-curam em 1a instância, a família (sobretudo, representada pela figura da mãe) e em escala bemreduzida a escola (professora); enquanto os serviços de saúde praticamente não foram men-cionados pelos alunos como fonte de informações e apoio nessas situações.

Os estudos contribuem para análise de como pensam e agem os alunos; podem nortear aimplementação de políticas públicas saudáveis; e possibilitam reforçar estratégias como: neces-sidade da escola trabalhar em parceria com os núcleos familiar e comunitário; e da necessida-de de reorientação dos serviços de saúde na perspectiva de promoção de saúde para nova rela-ção com a comunidade escolar.

Para o desenvolvimento dessa Rede outras estratégias foram fundamentais, como: elabo-ração, publicação e divulgação de materiais educativos (cartazes, folder, boletins, revistas evídeos) e a realização de oficinas, grupos de discussão com centros de estudos e seminários quepossibilitaram capacitação técnica de profissionais, sobretudo professores, e identificação deatores chaves, além do processo de intercâmbio e troca de experiências entre as escolas.

Simultâneo às ações das equipes e desenhado a partir da avaliação do processo, o planoavaliativo foi oportuno para análise constante e revisão permanente de sua execução. A abor-

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7 Rugani, I. R. Castro et alii. II Pesquisa de Saúde e Nutrição em Escolares. Instituto de Nutrição Annes Dias Secretaria Municipalde Saúde do Rio de Janeiro, RJ. Boletim nº 2- março 2000.

8 Silva; Carlos S e Mendes, Sonia R. Solta a Voz: Saúde e Risco em Escolares. Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro. Riode Janeiro/RJ. 2002.

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dagem metodológica privilegiou a análise qualitativa das informações coletadas cuja essênciafoi a percepção dos indivíduos participantes, das equipes técnicas, gerenciais e das escolas, edos usuários, que foi viabilizada por pesquisadores que entraram em contato e visitaram asescolas participantes.

Escolas Promotoras de Saúde: De projeto à iniciativa

A elaboração do Projeto Escolas Promotoras de Saúde se revelou estratégico para sistema-tizar a promoção de saúde na escola na rede pública de educação do município do Rio deJaneiro/Brasil. Contudo, alianças e parcerias foram fundamentais, como por exemplo: Institutode Nutrição Annes Dias, no campo da alimentação; Fórum 21 da Cidade, na construção deambientes saudáveis; Programa de Saúde do Adolescente, na proposta de ação protagonistacom investimentos em linguagem teatral e outras técnicas metodológicas na formação deagentes jovens e de adolescentes multiplicadores; no acesso a métodos contraceptivos e na dis-cussão de questões relacionadas à sexualidade como gravidez na adolescência, doenças sexual-mente transmissíveis e aids. No plano das doenças crônicas com ambientes livres de tabaco ede outras drogas; no Movimento "Agita Rio", com incentivo à prática de atividades físicas; comPrograma de Saúde Bucal nas ações de escovação; e com a Secretaria Municipal de Educação,na formação de Núcleos de Adolescentes Multiplicadores nas escolas, gerenciados pelo Projetode Orientação Sexual e ao Uso Indevido de Drogas; entre outras.

Dessa forma, a atuação articulada de vários setores e programas de saúde, não restrita aoPrograma de Saúde Escolar, colaborou para que inúmeras iniciativas que envolvem diferentesprofissionais e instâncias da Secretaria Municipal de Saúde e da Secretaria Municipal deEducação fossem dirigidas a subgrupos e/ou à totalidade da comunidade escolar, compreen-dendo hoje, ações incorporadas ao currículo e a prática pedagógica da escola. O que foi deci-sivo para universalização de algumas atividades para a rede de escolas como um todo, nãoestando restritas apenas as escolas trabalhadas, o que amplia a proposta de Projeto de EscolasPromotoras de Saúde à Iniciativa.

Ressalta-se que para os avanços no processo, o apoio político da Prefeitura da Cidade, aintegração com Universidades, Organizações Não Governamentais e outros segmentos dasociedade civil são também fundamentais para almejar essa Incitativa à agenda política daCidade.

Desafios a serem enfrentados

O acompanhamento do processo permitiu aos gestores, identificar importantes desafiospara consolidação de uma política de promoção de saúde na escola. Algumas questões seimpõem aos técnicos e à própria Iniciativa, como: garantir independência e autonomia daescola na luta por melhores condições de vida da comunidade respeitando a iniciativa local;garantir que ações e programas possam rever suas atividades de acordo com a necessidadeapresentada por cada comunidade envolvida; garantir estrutura básica de apoio e atendimen-to as demandas levantadas e identificadas como prioritárias pela comunidade escolar; garantira porta de entrada da comunidade escolar aos serviços de saúde e o principio de reorientação

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desses serviços com prioridade para a promoção de saúde; garantir o repasse regular de recur-sos necessários; e manter o princípio de inclusão de todos os atores no processo e controle damelhoria de suas condições de saúde e vida no exercício de "empoderamento" da comunidadeescolar.

Antes que tais questões se estabeleçam como entraves é possível (re) pensar estratégias pre-vistas e fortalecer os pilares de promoção de saúde tanto do ponto de vista técnico quanto polí-tico na gestão da Cidade para conferir às mudanças necessárias o curso de institucionalizaçãode uma Iniciativa e pretende-la na agenda política municipal, mas, sobretudo por iniciativaprópria da comunidade.

O desenvolvimento de ações locais sustentáveis é o grande desafio e exigiu nova estratégiacomo realização de oficinas de trabalho para professores, identificados como atores chaves,para elaboração e planejamento de projetos.

O trabalho realizado em parceria com o Centro de Promoção de Saúde (CEDAPS) atravésde metodologia de "Construção Compartilhada de Soluções em Saúde" (PSBH9) gerou 45 pro-jetos elaborados de acordo com as demandas da escola e a realidade local a partir da visão dospróprios participantes. Todos são coordenados por professores e envolvem hoje, 37 das escolasparticipantes. Ressalta-se que cerca de 30% desses projetos priorizaram a prevenção da violên-cia, tema que se consolida como uma das demandas mais freqüentes e desafiantes dessas comu-nidades escolares.

Estima-se, pois que esses Projetos cujos responsáveis recebem apoio para implementa-los,possam subsidiar ações e decisões locais consolidando a inserção da promoção de saúde noprojeto político pedagógico dessas escolas qualificando-as como Escolas Promotoras de Saúdede modo que apontem novos desafios, reclamem por mais investimentos e garantam uma par-ticipação mais efetiva dos atores locais no exercício do poder comunitário local.

Novos planos/Novos desafios: Um processo constante

Entende-se a Iniciativa Municipal de "Escolas Promotoras de Saúde" pelo compromisso ea capacidade que a escola, a comunidade e os serviços de saúde têm de desenvolver parcerias eotimizar recursos locais em ação integradora e articulada para o desenvolvimento de conheci-mentos, habilidades para a vida, estímulo a atitudes saudáveis para a construção de ambientesfavoráveis à saúde.

De modo que essa Iniciativa possa contribuir para a construção de uma escola cidadã, quese configure como um espaço de permanente interlocução com as demandas da sociedade pos-sibilitando a reflexão crítica e um processo de desenvolvimento e aprendizagem capazes de for-mar o homem pleno em seus direitos e deveres, solidário com o outro e com a natureza e meioambiente em que convive.

A escuta e o acompanhamento do processo apontam outras demandas, novos desafios eexigem novos planos, como por exemplo: a) dar ênfase à construção da paz estimulando rela-

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9 CEDAPS. Rio de Janeiro. RJ. Problem Solving for Better Health (PSBH), programa internacional desenvolvido pela DreyfusHealth Foundation, representada no Brasil pelo CEDAPS. Boletim Interação nov. 2002; 17.

MEMORIA

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ções mais harmônicas e solidárias na comunidade escolar como plano de prevenção da vio-lência, destaque das demandas da escola nas suas diferentes formas; b) melhorar o acesso dacomunidade escolar aos serviços de saúde, com Núcleos de Saúde Escolar nas unidades desaúde e equipes capacitadas para defender a reorientação desses serviços para a promoção desaúde; c) realizar novas pesquisas e estudos que possibilitem uma análise comparativa dosdados, antes e depois das ações implementadas; d) estabelecer sistema de monitoramento dosprincipais fatores de riscos e de proteção à saúde de crianças e adolescentes em idade escolar;e) implementar programas de captação de recursos humanos, técnicos e representantes dacomunidade.

Todavia como a equidade, fator determinante da saúde, ainda não se faz presente frente aacentuadas desigualdades sociais e econômicas com níveis de saúde e de educação muitoaquém do mínimo possível para cidadãos e a comunidade; e a pobreza e a vulnerabilidadesocial propiciam a exclusão e não permitem oportunidades efetivas de melhoria da qualidadede vida por políticas que não estão efetivamente comprometidas com a promoção da saúde, hámuito mais a fazer como: advogar pela promoção de saúde e buscar evidências de que aIniciativa de Escolas Promotoras de Saúde pode efetivamente contribuir para reverter esse qua-dro desfavorável e propiciar a interação com a família e a comunidade por espaços de convi-vência que sejam saudáveis, de apoio, informação, formação, acesso, diálogo, escuta e confian-ça, que garantam a aquisição de habilidades para a vida e a participação ativa do sujeito ecomunidade no controle das suas condições de saúde.

A Escola Promotora de Saúde no município do Rio de Janeiro pressupõe um trabalho naótica de inclusão e de participação em que a escola também possa representar o equipamentosocial que protagonize a ação de mudança desse quadro desfavorável, o que não significa espe-rar que a escola sozinha possa reverter essa situação, mas que somada à ação de diferentes par-ceiros da área social possa representar o pólo irradiador desse conjunto de ações de uma redede atores comprometidos com mais justiça social e econômica, solidariedade e equidade, por-tanto comprometidos com a promoção de saúde e a melhoria da qualidade de vida da comu-nidade, do bairro, da cidade. Para que essa rede de Municipal de Escolas Promotoras de Saúdepossa contribuir efetivamente, para a construção de um Rio de Janeiro mais saudável.

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