A contribuição da Psicologia Sócio-Histórica para as pol púb

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A CONTRIBUIO DA PSICOLOGIA SCIO-HISTRICA PARA A ELABORAO DE POLTICAS PBLICAS

Insero do psiclogo no campo das polticas pblicasCONTEXTO CIENTFICO: Perda da neutralidade X engajamento com objeto de estudo Rompimento com o modelo totalizante (modernista) e com a fragmentao dos saberes especializados(ps-modernistas) CONTEXTO POLTICO: Rompimento com regimes totalitrios Criao do Estado Democrtico de Direito CONTEXTO PROFISSIONAL: Mudana de paradigma/Psicologia com compromisso social (Institucional e Prtico). Ex.: criao da ABRAPSO, da CNDH/CFP e de publicaes Politizao do psiclogo: insero nas polticas pblicas, diminuio da demanda privada, reivindicao dos M.S, ampliao dos servios pblicos e concursos pblicos, reformas curriculares, etc. Construo de novas prticas frente aos novos contextos

QUAL O LUGAR DA PSICOLOGIA NAS POLTICAS PBLICAS ? Viso tradicional Descontextualizao Regulao/disciplina Acomodao/clientelismo Interveno padro Viso da Psicologia Sciohistrica Contextualizao Participao ativa Inovao/Criao Transformao social Emancipao/autonomia Teorizao crtica Interao dialtica Atuao na formulao, execuo, monitoramento e avaliao.

QUAL O LUGAR DA PSICOLOGIA NAS POLTICAS PBLICAS ? - Pensar de forma dialtica esses lugares e contextos de prtica autoritrias e emancipatrias. - Mais do que pensar a que pblico a psicologia est a servio, pensar de que forma ela est a servio.

DESAFIO:Passagem de uma perspectiva simplista para o paradigma da complexidade.

Sujeito Social

QUAL O LUGAR DA PSICOLOGIA SCIOHISTRICA NAS POLTICAS PBLICAS ? Se o seu pressuposto propiciar mudanas subjetivas e sociais, como prescindir do sujeito? Como prescindir da realidade concreta? E ainda, com prescindir da interface de saberes? Importncia da interdisciplinaridade de saberes. Prticas de interao participativas que redefinem os elementos internos dos campos originais. Tendncia reciprocidade, participao, compartilhamento, horizontalizao e democratizao das relaes de poder. Interao participativa entre diversas fronteiras de saber. A interlocuo entre disciplinas se faz atravs de recortes que se abrem para novos campos epistmicos.

QUAL O LUGAR DA PSICOLOGIA SCIOHISTRICA NAS POLTICAS PBLICAS ? Uma proposta ampla de atuao. Os efeitos da violao de direitos no sujeito e coletivos ocorrem de diversas formas: indiferena, recluso, individualismo, fragilidade, revolta, transtornos psquicos, repetio de atos, violncia, pnico, indignao, busca de restabelecimento das regras sociais, etc. O posicionamento frente ao acontecido diferenciar, de acordo com suas particularidades, com o contexto no qual se insere o demandante e com o tratamento tcnico dado questo pela equipe.

QUAL O LUGAR DA PSICOLOGIA SCIOHISTRICA NAS POLTICAS PBLICAS ?

Geralmente o pblico-alvo de baixa renda, que, diante do desamparo social, recorre aos servios pblicos e busca a lei atravs de instituies, inclusive como forma de reordenamento subjetivo e social, muitas vezes essa a nica oportunidade de serem escutados na sua singularidade. Por isso, a relevncia de que, alm da qualificao especializada, o profissional tenha uma formao crtica e uma articulao com a realidade social.

QUAL O LUGAR DA PSICOLOGIA SCIOHISTRICA NAS POLTICAS PBLICAS ? Alm de trabalhar com os conflitos interpessoais, subjetivos e acometimentos psicopatolgicos frente violao de direitos, o psiclogo tambm trabalha com os acontecimentos da cidade, por meio do apoio e promoo de aes afirmativas, de frentes populares e de mobilizaes sociais diversas na reivindicao por direitos. A atuao deve ser entendida numa interface com prticas que ultrapassam a experincia subjetiva, incidindo sobre o social. O atendimento dos cidados que tenha sido, ou mesmo se sentido violado em seus direitos, deve ser atendido dentro de uma abordagem que conjuga orientaes sociais, jurdicas, atendimento psicolgico e insero em grupos de reunies de carter decisrio, poltico e social.

QUAL O LUGAR DA PSICOLOGIA SCIOHISTRICA NAS POLTICAS PBLICAS ? Relevncia das Psicologias Sociais Crticas para uma abordagem psicossocial Articulao das prticas de capacitao/(in)formao e articulao. interveno,

Prtica multifacetada que promova os direitos fundamentais, conjugando aspectos psicolgicos, jurdicos, sociais, polticos, econmicos, etc.

Frente complexidade dos processos sociais e subjetivos que envolvem o discurso e a prtica do psiclogo nas polticas pblicas, h o imperativo de um constante dilogo entre diferentes teorias e prticas, o que poder nos permitir que, diante das incompletudes dos diferentes campos do saber, ao contrrio do impasse, nos faa surgir o (ou um) novo.

Sistematizao de operadores relativos s dimenses tica, terica e metodolgica, para a efetivao de um modelo de prtica psicolgica nas polticas pblicas

DIMENSO TICA: Uma postura tcnica emancipatria e no assistencialista; O reconhecimento, principalmente, das dimenses social, cultural, histrica e inconsciente, na produo de subjetividades; Compreenso da prtica psicolgica atravs das ferramentas que ela possui de universal e de cultural, bem como sua interdependncia; necessria para a transformao subjetiva e social; Superao das contradies, implicando articular as dimenses individual e coletiva, pblica e privada, objetiva e subjetiva.

DIMENSO TERICA: Uma concepo complexa de sujeito, incluindo diferentes e mesmo contraditrias determinaes que devem ser enfrentadas na prtica concreta; Uma concepo de trabalho participativo e poltico; Um saber engajado com o objeto de estudo e contextualizado scio - histrico- culturalmente; Articulao dialtica entre desejo e responsabilidade, direitos e deveres como estratgia de emancipao subjetiva e social.

DIMENSO METODOLGICA: O trabalho em equipes interdisciplinares como ferramenta prioritria; A indissociabilidade das prticas individuais e coletivas, ou de promoo e interveno efetiva ou a tomada de conscincia junto ao trabalho de implicao subjetiva com a queixa; Oferta de (in)formao e convite subjetivao; O trabalho com a queixa com vistas formulao da demanda; A co-participao do sujeito como ator do processo social nas tomadas de deciso, construo participativa de direitos.

CONSIDERAES FINAIS Diante da complexidade humana e social, somos convocados a trabalhar nas polticas pblicas pelo vis psicossocial e interdisciplinar contribuindo para uma cultura pluralista, emancipatria e de carter democrtico.

Referncia Bibliogrfica:CARMONA, Andra Moreira. A prtica interdisciplinar de psiclogos no campo dos direitos humanos: tentativa de formalizao. Dissertao de Mestrado, UFMG, 2006