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III ENECS – ENCONTRO NACIONAL SOBRE EDIFICAÇÕES E COMUNIDADES SUSTENTÁVEIS A CONTRIBUIÇÃO DAS ÁREAS VERDES NO DESENHO URBANO AMBIENTAL Luis Guilherme Aita Pippi ( [email protected]) Arquiteto, Mestrando do Programa de Pós- Graduação em Tecnologia do Ambiente Construído/ Departamento de Arquitetura e Urbanismo/ UFSC. Sonia Afonso ([email protected]) Arquiteta, Dra, Professora e Orientadora do Departamento de Arquitetura e Urbanismo / Projeto e Tecnologia do Ambiente Construído/ UFSC. Alina Santiago ([email protected]) Arquiteta, Dra, Professora da disciplina: Paisagem e Ambiente / Departamento de Arquitetura e Urbanismo / Projeto e Tecnologia do Ambiente Construído/ UFSC. RESUMO Este estudo visa analisar a situação crítica em que se encontram as cidades hoje, apontando fatores que têm originado as condições atuais, como crescimento urbano desarticulado, resíduos urbanos, aumento da densidade populacional, poluição, erosão e desmatamento. Quando entendermos estas raízes, poderemos então analisar alternativas viáveis para serem implementadas em um Desenho Ambiental Urbanístico Sustentável. As diretrizes baseadas na sustentabilidade do ambiente urbano de nossas cidades deverão portanto levar em consideração aspectos como educação, saúde, segurança, abastecimento, cidadania e as questões físico-territoriais, ambientais, ecológicas e sócio-econômicos, bem como a aplicação de leis e o orçamento participativo. Este texto discute a importância das áreas verdes como elementos contribuidores para o projeto de sustentabilidade dentro do Desenho Urbano Ambiental. Assim, estaremos organizando e consolidando os setores urbanos, de maneira que se garanta uma melhor qualidade de vida para as nossas cidades. Palavras-chave: Desenho Urbano Ambiental, Espaços livres, Áreas Verdes THE CONTRIBUTION OF GREEN SPACES IN ENVIRONMENTAL URBAN DESIGN ABSTRACT This study aims to analyze the current environmental plight within the urban context, pointing out factors that have generated the present conditions. These factors such as, unarticulated urban growth, urban residuals, increase in the population density, pollution, erosion and deforestation are the origin of the sad state in which our cities find themselves today. By understanding these roots we may then analyze viable alternatives that can be implemented in a Sustainable Urban Environmental Design. Directives based on the urban environmental sustainability of our cities, therefore, must consider aspects such as education, health, security, resource supplies, citizenship and physical, territorial, environmental, ecological and socio-economic questions as well as the application of laws and a democratically defined public budget. By these means we will be able to organize and consolidate the urban sectors in order to guarantee a better quality of life for our cities. Keywords: Environmental Urban Design, Open Space, Green Space

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III ENECS – ENCONTRO NACIONAL SOBRE EDIFICAÇÕES E COMUNIDADESSUSTENTÁVEIS

A CONTRIBUIÇÃO DAS ÁREAS VERDES NO DESENHO URBANOAMBIENTAL

Luis Guilherme Aita Pippi ([email protected]) Arquiteto, Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia do Ambiente Construído/ Departamento de Arquitetura e Urbanismo/ UFSC.Sonia Afonso ([email protected]) Arquiteta, Dra, Professora e Orientadora do Departamento de Arquitetura eUrbanismo / Projeto e Tecnologia do Ambiente Construído/ UFSC.Alina Santiago ([email protected]) Arquiteta, Dra, Professora da disciplina: Paisagem e Ambiente / Departamentode Arquitetura e Urbanismo / Projeto e Tecnologia do Ambiente Construído/ UFSC.

RESUMO

Este estudo visa analisar a situação crítica em que se encontram as cidades hoje, apontando fatores que têmoriginado as condições atuais, como crescimento urbano desarticulado, resíduos urbanos, aumento dadensidade populacional, poluição, erosão e desmatamento. Quando entendermos estas raízes, poderemosentão analisar alternativas viáveis para serem implementadas em um Desenho Ambiental UrbanísticoSustentável. As diretrizes baseadas na sustentabilidade do ambiente urbano de nossas cidades deverãoportanto levar em consideração aspectos como educação, saúde, segurança, abastecimento, cidadania e asquestões físico-territoriais, ambientais, ecológicas e sócio-econômicos, bem como a aplicação de leis e oorçamento participativo. Este texto discute a importância das áreas verdes como elementos contribuidorespara o projeto de sustentabilidade dentro do Desenho Urbano Ambiental. Assim, estaremos organizando econsolidando os setores urbanos, de maneira que se garanta uma melhor qualidade de vida para as nossascidades.

Palavras-chave: Desenho Urbano Ambiental, Espaços livres, Áreas Verdes

THE CONTRIBUTION OF GREEN SPACES IN ENVIRONMENTAL URBANDESIGN

ABSTRACT

This study aims to analyze the current environmental plight within the urban context, pointing out factors thathave generated the present conditions. These factors such as, unarticulated urban growth, urban residuals,increase in the population density, pollution, erosion and deforestation are the origin of the sad state in whichour cities find themselves today. By understanding these roots we may then analyze viable alternatives thatcan be implemented in a Sustainable Urban Environmental Design. Directives based on the urbanenvironmental sustainability of our cities, therefore, must consider aspects such as education, health, security,resource supplies, citizenship and physical, territorial, environmental, ecological and socio-economicquestions as well as the application of laws and a democratically defined public budget. By these means wewill be able to organize and consolidate the urban sectors in order to guarantee a better quality of life for ourcities.

Keywords: Environmental Urban Design, Open Space, Green Space

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1. 1. INTRODUÇÃO

O ambiente natural tem sido modelado em seu detrimento pelo homem. O espaço urbanotem crescido de maneira desorganizada e desarticulada da paisagem urbana e seu contextofísico, social e ambiental. A falta de integração entre a cidade e o meio ambiente naturaltêm resultado na degeneração e degradação de nossas cidades, bem como de todos os seusecossistemas.

Conforme “GORE (1992) o problema não é o efeito da urbanização sobre o ambiente, masa sua relação com ela mesma, pois está faltando organização em nossas cidades”.

Esta desorganização urbana tem desencadeado um círculo vicioso envolvendo muitosfatores tais como o crescimento urbano desarticulado, resíduos urbanos, aumento dadensidade populacional, exclusão social e territorial, violência, fome, poluição, erosão,desmatamentos, deslizamentos, degradação litorânea, falta de saneamento, problemas dedrenagem natural, falta de espaços livres de lazer, além de problemas econômicos, sociais epolíticos. Fatores como o turismo insensível, a ocupação clandestina e a pobreza aindaestão contribuindo em grande escala para piorar este cenário.

A partir desta problemática, surgem várias perguntas: Como relacionar natureza – homem –cidade? Qual o papel das áreas verdes e parques na hora de se criar espaços dinâmicos,saudáveis e sustentáveis? Como recuperar o ambiente natural degradado e recuperar o caosurbano?

Através das respostas a estas perguntas e muitas outras, é que iremos examinar os processosurbanos ambientais e assim implantar uma gestão ecologicamente sustentável para odesenho urbano e ambiental. É entendendo as necessidades urbanas, ambientais e sociais ecombatendo os problemas mencionados acima, que poderemos propiciar para as nossascidades um crescimento novo, produtivo, evolutivo, coletivo, ecológico e equilibrado entrea cidade-sociedade-natureza.

Não é possível manter a natureza intacta, pois muitas das regiões naturais e seusecossistemas já desapareceram. Porém, outras paisagens naturais ainda estão intactas, oupodem ser recuperadas, ou e podem ser transformadas a nosso favor, urbanizando, atravésdo respeito com as leis ambientais, delimitando-se assim as áreas propícias à urbanização eresguardando áreas verdes para o lazer da sociedade e conservação e/ou preservação dosrecursos naturais.

Assim, poderemos formar uma cidade harmônica através da criação de um novo ambienteurbano, baseado no equilíbrio, na qualidade de vida populacional e na sustentabilidadetanto da cidade como para suas estruturas. Para que obtenha o resgate e a conservaçãodestes bens paisagísticos é preciso primeiramente se combater o crescimento urbanodescontrolado e muitas vezes ilegal, resguardar áreas para a criação de áreas verdes dentrodo desenho urbano de nossas cidades e depois criar princípios para a conservação ambientale paisagística que fomentem a re-educação social e a sustentabilidade urbana.

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2. 2. CONCEITOS SOBRE DESENHO URBANO E DESENHO AMBIENTAL

O conceito de desenho urbano nos remete ao projeto de uma determinada cidade ou partedela. Assim sendo, a arquitetura, o urbanismo e o paisagismo são tratados que devem estarinterligados para a conformação de um desenho urbano que vise a busca da qualidade devida e sua sustentabilidade.

Segundo “POPPER (1998) o desenho urbano deve ser compreendido nas suas dimensõesde produto e processo. Como produto constitui-se uma antevisão do que o espaçoagenciado pelo ato de vontade do desenhista tem a condições de vir a ser, contendo umcaráter prescritivo. Como processo implica em lidar com o conjunto de conhecimentos nabusca de uma solução para um problema em especial”.

Ainda conforme “POPPER (1998) o desenho urbano, como fruto de uma ação racionalfrente a um problema específico, traduz-se numa proposição de um arranjo morfológicoque, através de modalidades peculiares de ordenação de elementos construídos e espaçosabertos, produz uma configuração”.

O desenho urbano que tem se conformado em nossas cidades não tem levado emconsideração o meio ambiente natural e seus atributos, e isto tem resultado no declínio daqualidade de vida humana. Estes problemas originam-se do colapso entre o meio ambientenatural e as cidades, gerando assim conflitos sociais e ambientais. Por isso, a importânciado desenho urbano e ambiental para nossas cidades, que se dá tanto de maneira conceitualcomo propositiva, uma vez que sua configuração reflete diretamente na representaçãoespacial dos sistemas urbanos, isto é dos espaços urbanos.

“POPPER (1998) afirma que o espaço urbano, ou seja, o território objeto de agenciamentohumano, que se destina ao cumprimento de finalidades socialmente definidas comourbanas, num dado momento histórico e por uma formação social particular, consiste numarranjo morfológico no qual se distinguem dois componentes fundamentais: o edifício, ouseja, os elementos que servem de limites ou barreiras físicas às possibilidades demovimento das pessoas e que possuem uso e acesso mais ou menos controlado, e osespaços livres, aqueles que são delimitados pelos edifícios e por onde se realizam oscontatos sociais”.

“FRANCO (1997) neste trabalho utilizo-me com freqüência dos neologismos: zoneamento,planejamento, projeto e desenho acrescidos da palavra ambiental, o que denota aincorporação de conceitos de várias disciplinas e especialmente da ecologia, ao campo daarquitetura e do planejamento territorial”.

Através de um planejamento ecológico que o desenho ambiental procura buscar a melhoriada qualidade de vida e sustentabilidade urbana. Segundo“MCHARG (1994), precisamosproduzir as análises dos impactos ambientais, para assim formular um planejamentoecológico, baseado no relacionamento saudável entre o homem e o meio ambiente, ealiados à tecnologia contemporânea e o conhecimento científico, criar uma estratégia quefavoreça a ambos”.

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Surge então o desenho ambiental como um processo de planejamento que busca a melhoriada qualidade ambiental urbana. Podemos citar alguns dos criadores do planejamento edesenho ambiental, baseados na visão ecológica e presente nos trabalhos de Ian Mcharg(trabalhos com planos ambientais de nível regional em busca do desenvolvimento e dasustentabilidade) e Lawrence Halprin (cujos trabalhos ambientais incluíam a participaçãocomunitária no processo do planejamento urbano e ambiental). Ambos deixaram através deseus trabalhos um grande legado para o desenho ambiental urbano de nossas cidades.

Conforme “FRANCO (1997) o desenho ambiental distancia-se do paisagismo quandoenvolve a idéia não apenas de um projeto, mas a idéia de um processo. Para isto, o DesenhoAmbiental pressupõe o conceito ecossistêmico em que a ação antrópica esteja incluída,bem como a idéia de nega-entropia inserida na reciclagem dos recursos, na preservação ena conservação ambientais. Isso no plano sócio-cultural se traduz pela otimização dosrecursos energéticos e participação comunitária, tanto no processo da criação das propostaspara o ambiente quanto no monitoramento na gestão destas na fase posterior, ou pós–projeto (uso e avaliação pós-ocupação)”.

Segundo “VIEIRA (1998) diversos estudos focalizam os desafios ligados à gestão deecossistemas urbanos vistos não só do ângulo do controle da poluição, da recuperação dasáreas degradadas e da criação ou expansão de áreas verdes, mas como fonte de recursospotencialmente aproveitáveis do ponto de vista econômico”. (Sachs, 1986 e Boyden 1981).“A percepção do meio ambiente enquanto potencial desconhecido ou pouco explorado derecursos mobilizáveis para a satisfação de necessidades básicas condiciona, portanto, aformação de uma base social de apoio à preservação da qualidade ambiental”.

O conjunto das relações espaciais que existentes na morfologia urbana são definidas pelaorganização dos espaços abertos (espaços verdes e áreas verdes) na cidade. A utilizaçãodestes espaços abertos de maneira adequada frente às necessidades ambientais, ecológicas esociais, isto é com a preservação e conservação ambiental e ecológica dentro da cidade,acabam por constituir em áreas de grande valor ao desenho urbano ambiental, pois sãoáreas reservadas à integração entre sociedade e natureza, visando assim umasustentabilidade para o futuro.

3. 3. ESPAÇOS LIVRES PÚBLICOS E ÁREAS VERDES

Um dos conceitos que permanece praticamente indefinido em nossa sociedade é o conceitode espaço livre. Mas Miranda M. Magnoli esclareceu nos anos 80 os diferentes conceitos deespaços livres. Estes serviram para um embasamento conceitual perante outros autores,como por exemplo, o conceito segundo “MACEDO (1995) no contexto urbano, tem-secomo espaços livres todas as ruas, praças, largos, pátios, quintais, parques, jardins, terrenosbaldios, corredores externos, vilas, vielas e outros”. O autor, ainda define os seguintesconceitos:

“Espaços verdes – Toda área urbana ou porção do território ocupada por qualquer tipo devegetação e que tenham um valor social. Neles estão contidos bosques, campos, matas,jardins, alguns tipos de praças e parques, etc. enquanto que terrenos devolutos e quetais nãosão necessariamente incluídos neste rol. O valor social atribuído pode ser vinculado ao seu

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utilitarismo em termos de área de produção de alimentos, ao interesse para a conservaçãoou preservação de conjuntos de ecossistemas ou mesmo de um único ecossistema, ao seuvalor estético, cultural e mesmo a sua destinação para o lazer ativo ou passivo”.

“Área Verde – Basicamente refere-se aos mesmos elementos referenciados anteriormente eque ainda designam toda e qualquer área onde por um motivo qualquer exista vegetação.Este termo também é comumente utilizado para denominar o conjunto de áreas de lazerpúblico de uma cidade englobando praças, parques, hortos e bosques. Não considero queesta última denominação precisa, pois é sabido que nem todas as praças são áreas de lazere/ou necessitam ser ajardinadas para desempenhar seu papel de espaço social. A utilizaçãodo termo sistema de espaços livres públicos de lazer e/ou conservação é precisa e objetiva eevita o uso irresponsável do conceito para os mais diversos fins (políticos e quetais)”.

Já conforme a opinião de “BARCELLOS (1999) algumas vezes o espaço livre é entendidocomo sendo objeto de estudo da arquitetura da paisagem, entretanto, sua função no campoteórico-conceitual, como será visto a seguir, é mais limitada, embora se deva considerarsuas funções como igualmente essenciais”. “Costuma-se definir espaço livre por seuoposto, espaço fechado, o qual é determinado pela existência dos planos das paredes e tetosdas edificações. O espaço livre é entendido, assim, como todo espaço não ocupado pelovolume das edificações destinadas ao abrigo das atividades humanas”.

Assim, podemos entender que o espaço livre é apenas um elemento constituinte dapaisagem e que o sistema de espaços livres são nada mais do que todos os espaços nãoocupados pelas edificações no ambiente urbano de nossas cidades. Podemos considerar queas áreas verdes podem constituir as mais variadas unidades de paisagem em nossas cidades,como por exemplo: jardins, praças, parques, play-grounds, florestas e arborização pública.

Ainda segundo “BARCELLOS (1999) as profundas transformações introduzidas pelasconcepções do urbanismo modernista, em grande parte das cidades de fato têm geradodificuldades para se nomear tais configurações. Esse é o caso da expressão área verde, queapós inicialmente ser utilizada pelos arquitetos sem uma amarração conceitual, passou aodomínio popular com vagos e contraditórios sentidos. Em alguns casos ela é usada paradesignar determinadas porções de superfícies de espaços livres cobertas por vegetação,incluindo-se aí um leque de espaços livres que vai do simples canteiro até o bosque; emoutras, é usada para se referir às praças e parques de uma cidade. No último caso aexpressão área verde é utilizada com a conotação de espaço livre destinado ao lazer e àrecreação”.

Portanto, as áreas verdes de uso público constituem um sistema complexo e de extremaimportância ao desenho urbano ambiental, uma vez que a quantidade destas áreas verdes nacidade, pode vir a refletir diretamente na sua qualidade de vida.

4. 4. O PLANEJAMENTO DA SUSTENTABILIDADE URBANA

O desafio para arquitetos, engenheiros, urbanistas, paisagistas e administradores de hoje éde desenvolver uma cidade auto-sustentável com qualidade de vida. Para obter estaqualidade é preciso respeitar o meio ambiente e organizar nossas cidades de maneira

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saudável, para evitar os problemas futuros, como: falta de abastecimento e recursos,doenças, aumento do custo, poluição, etc.

Conforme “LIMA-E-SILVA et al (2002) desenvolvimento sustentável – Econ. Forma dedesenvolvimento econômico que não tem como paradigma o crescimento, mas a melhoriada qualidade de vida; que não caminha em direção ao esgotamento dos recursos naturais,nem gera substâncias tóxicas no meio ambiente em quantidades acima da capacidadeassimilativa do sistema natural; que reconhece os direitos das gerações futuras em usufruir,do planeta, tal qual o conhecemos; que busca fazer as atividades humanas funcionarem emharmonia com o sistema natural, de forma que este tenha, preservadas suas funções demanutenção da vida por tempo indeterminado”.

A gestão de um desenho urbano ambiental com diversas áreas verdes pode vir a contribuirpara um projeto de sustentável para as nossas cidades, através da melhoria do nível de vidade todas as camadas sociais, o bem estar das pessoas e a preservação e/ou conservação dosrecursos naturais. Para isto, se faz necessário mencionar alguns aspectos de como odesenho urbano ambiental e as áreas verdes podem contribuir para um projeto desustentabilidade:

- a estruturação urbana através de um sistema de espaços públicos (parques e praças) nopapel de articulação e integração social, e também a integração da sociedade com anatureza;- a mobilização urbana pela implantação de um sistema de corredores e serviços detransporte que incentivem o uso de transporte público e a redução dos impactos dosveículos privados e também a inserção de arborização das vias públicas na cidade;- a introdução da atividade ecoturística nas áreas verdes;- o controle do uso do solo, resguardando as áreas verdes de valor ecológico da ocupaçãourbana;- a recuperação e o manejo dos ambientes naturais degradados, visando à promoção de umaqualificação ambiental e paisagística dos recursos hídricos e suas vegetações nativas;- a qualificação do ambiente natural através da conservação e proteção dos ecossistemas edos recursos naturais, garantindo uma paisagem saudável e com qualidade de vida;- a promoção econômica, através da participação municipal na geração e tutela dosempreendimentos econômicos, gerando empregos e critérios baseados na sustentabilidadeambiental;- a re-educação social onde haja a participação da sociedade no processo, de maneira que ameta sustentável possa ser alcançada;- a organização das funções urbanas através da auto-suficiência;- o uso tecnológico, de geoprocessamentos, recursos de informática avançada ecomunicação, para acompanhar as transformações, analisar os impactos, simularalternativas e tomar decisões, e também o acesso à informação, de todo o sistema deInformações de dados;- a criação de novas potencialidades;- a criar de soluções para a saúde pública e medidas de ações de saneamento básico;- o controle dos recursos naturais e artificiais e dos resíduos urbanos;- a democratização, pela participação de toda sociedade;- a regionalização, como base de representação política e da descentralização do poder;

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- a flexibilização das ações de planejamento, geradoras de soluções morfológicas efuncionais para cada caso;- as iniciativas públicas e privadas devem ocorrer de maneira sistêmica, para que ocorrauma maior integração das áreas funcionais às políticas de desenvolvimento;

5. 5. EXEMPLOS SIGNIFICATIVOS DE NOVOS DESENHOS URBANOS: UMACONTRIBUIÇÃO PARA A SUSTENTABILIDADE URBANA

Através da inserção de áreas verdes dentro das cidades, como parques, corredoresecológicos, praças e arborização urbana, é que iremos garantir em parte a sustentabilidadeurbana, através da promoção dos seguintes aspectos: conservação dos recursos naturais,qualidade de vida, lazer, recreação, integração social, integração da sociedade com anatureza e educação ambiental. Os exemplos significativos a seguir propiciam um maiorentendimento de como as áreas verdes e os novos desenhos urbanos ambientais têm sidousados para a promoção da sustentabilidade urbana.

5. 1. Seaside – Flórida – E.U.A

Seaside é conformada por um grande plano urbanístico em 1.220 hectares, composta poruma população mista, formando um total de 5.000 edificações, com as seguintes atividadesurbanas: Comércio, habitação, turismo e espaços públicos de lazer (praças, mercadopúblico, feira de artesanato e horti-frutigrangeiros). Quanto ao desenho urbano ambientalde Seaside, podemos ainda mencionar os seguintes aspectos:

- O tráfego lento de veículos e a preferência é dada ao pedestre e ciclista;- A reserva de áreas verdes urbanas, a conservação dos ecossistemas naturais e a

integridade das edificações com o ambiente natural;- O paisagismo urbano e arborização das ruas, garantindo o conforto térmico;- Os equipamentos urbanos e infra-estrutura;- Qualidade de vida;

Figura 1 – Vista Aérea de Seaside.Fonte: Arquivo Pessoal (2001).

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Figuras 2 e 3 – Infra-estrutura urbana de Seaside.Fonte: Arquivo Pessoal (2001).

Figura 4 – Jardins e Arborização Pública de Seaside.Fonte: Arquivo Pessoal (2001).

5. 2. Vancouver – Canadá

A região é composta por diversos espaços públicos verdes, como praças e parques. OGoverno juntamente com o Estado e a Prefeitura promoveu a construção de diversasunidades habitacionais, com tipologias modernas e estilísticas, tanto do conjunto como dasedificações, dando beleza e qualidade urbana ao local. Em 2002, ocorreu a reconstruçãourbana, para atender as necessidades sociais e econômicas, e assim poder atender a grandedemanda. A nova tendência tipológica urbana é a de ter o térreo ocupado pelo comércio(lojas e restaurantes) e os demais pavimentos pela habitação.

O objetivo das habitações sociais são os seguintes: promover a segurança e garantir umamoradia para todos, incentivar a integração social pelas áreas verdes de lazer econservação e garantir a qualidade de vida.

Figura 5 – Áreas Verdes (Parques e Praças). Figura 6 – Vista Panorâmica de Vancouver Fonte site:

www.city.vancouver.bc.ca/commsvcs/cityplans/populationhousing/populationandhousinglevelone.htm#region (2002).

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Figuras 7 e 8 - Exemplo das Unidades de Habitação Social e suas Áreas Verdes.Fonte site:

www.city.vancouver.bc.ca/commsvcs/cityplans/populationhousing/populationandhousinglevelone.htm#region(2002).

Figuras 9 e 10 - Nova tendências das tipologias edificadas: comércio no térreo e habitaçãonos demais andares. Média densidade e baixa altura.

Fonte site:www.city.vancouver.bc.ca/commsvcs/cityplans/populationhousing/populationandhousinglevelone.htm#region

(2002).

Figuras 11 e 12 – Introdução de tipologias arquitetônicas contemporâneas com grandequalidade estilística. Alta densidade e baixa altura.

Fonte site:www.city.vancouver.bc.ca/commsvcs/cityplans/populationhousing/populationandhousinglevelone.htm#region

(2002).

5. 3. Ecocolonia de Netherlands – Países Baixos

O projeto apresentou os seguintes objetivos:

- Proporcionar a qualidade global do tecido urbano e do meio ambiente natural;

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- Reduzir os riscos técnicos e econômicos;- Integrar a sociedade, o urbanismo e a ecológica;- Garantir a diversidade social e comunitária;- Harmonizar os espaços públicos e privados;- Respeitar à escala humana;- Utilizar a coleta da água das chuvas para garantir o abastecimento e a sobrevivência

dos ecossistemas;- Garantir os espaços de lazer, bem como a beleza natural e paisasgística;- Incentivar o tráfego preferencialmente de pedestres e ciclistas;- Utilizar os benefícios dos recursos naturais: energia, insolação, reciclagem dos

resíduos;- Proporcionar os limites entre a infra-estrutura e a parte natural;

As habitações apresentam tipologias variadas, sendo que as edificações da periferia sãodestinadas ao uso misto: comércio e serviços no térreo e habitação nos demais pavimentos,enquanto que, as edificações do interior, são mais sossegadas e de uso residencial, podendochegar no máximo a três pavimentos.

Figura 13 – Desenho Urbano Ambiental da Maquete e do projeto da Ecocolônia deNetherlands.

Fonte: Ruano (1999).

Figuras 14 e 15: Qualidade arquitetônica, áreas verdes e equipamentos urbanosFonte: Ruano (1999).

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Figuras 16 e 17 – Integração entre as unidades habitacionais com a natureza.Fonte: Ruano (1999).

5. 4. Projeto Ecológico para o loteamento de residências em Dellaware – E.U.A

O projeto propiciou a implementação de apenas 70 unidades habitacionais para garantir ocontrole de densidade pela limitação dos lotes, e isto beneficiou a conexão tanto com anatureza, como pelas unidades de vizinhança. A conservação do meio natural peloscorredores naturais, situados entre os lotes, garantiu a qualidade de vida do bairro. O uso deruas ‘cudesak’ recuperou o uso da rua como local de lazer e convívio.

Figura 18 – Corredores naturais entre os lotes.Fonte : Forman (1995).

5. 5. Bairro de Habitação Social em Sant Just Desvern – Espanha

As iniciativas sustentáveis como o uso de energia solar e a conservação dos recursosnaturais propiciaram a qualidade de vida do bairro.

Figura 19 – Conservação dos recursos naturais entre os lotes Fonte: Ruano (1999).

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5. 6. Conjunto de Paques e Praças – Curitiba – Brasil

Curitiba é considerada como uma cidade ecológica e é uma das poucas cidades brasileiras aaplicar os princípios sustentáveis. Seu planejamento urbano e turístico está baseado nasustentabilidade e na iniciativa integrada. A cidade é composta por um cinturão verde de 26parques e praças, um sistema de transporte coletivo e diversos equipamentos urbanos epaisagísticos. Isto contribuiu para reforçar o caráter comunitário e a integração social nestesespaços; as medidas de conservação da natureza e a participação social fomentaram aformação do planejamento ecológico e assim, garantindo a qualidade de vida da cidade.

Figura 20 – Parque: Bosque Zaninel Figura 21 – Castelo do Parque Tinguá.

Fonte: BARCELLOS (1999).

5. 7. A Arborização Urbana em Porto Alegre – Brasil

A Secretaria Municipal do Meio Ambiente – SMAM e a Secretaria Municipal de Obras eViação – SMOV estabeleceram nos anos 90 um Plano de Arborização das Vias Públicas dePorto Alegre. Podemos perceber a arborização urbana presente em quase todos os bairrosdesta região metropolitana, bem como a introdução de diversos parques e praças devizinhança.

Conforme a “NORMA PARA A ARBORIZAÇÃO PÚBLICA EM PORTO ALEGRE –SMAM (1998) a arborização urbana é essencial para dar as melhores condições de vida àpopulação. É ela que faz a melhor integração na cidade das realizações humanas(edificações) com o meio ambiente, sendo responsável também por diversos fatores, comoos que seguem: fatores químicos; fatores físicos e ecológicos, fatores paisagísticos e fatorespsicológicos”.

- Fatores químicos: ocorre a diminuição da poluição atmosférica e melhoria daqualidade do ar, decorrente da fotossíntese e do processo de troca e purificação doar oriundos da presença das folhas.

- Fatores físicos e psicológicos: a arborização contribui para melhoria das condiçõesdo solo, bem como no processo cíclico hidrológico. Ocorre uma amenização datemperatura nas cidades, principalmente no verão, e também a redução da poluiçãoatmosférica e sonora. Também reduz o efeito acumulativo de edificações e dodesmatamento e queimadas em nosso meio ambiente.

- Fatores Paisagísticos: a arborização urbana pode contribuir para o embelezamentopaisagístico , isto é, estético das cidades, e também para a sinalização das viaspúblicas. Através das áreas verdes é que poderemos resgatar o sentimento de beleza

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natural em nosso ambiente.A presença da arborização pública presente nas ruas,avenidas, praças e parques, podem vir a contribuir paisagisticamente no meiourbano de maneira dinâmica, pois as características vegetais acabam se modificandoconforme as mudanças das estações do ano: forma, cor, textura e cheiro. Poderemosperceber estas mudanças floração, frutificação, folhagem e porte arbóreo.

- Fatores Psicológicos: o uso das áreas verdes no ambiente de nossas cidades,promovem uma sensação de conforto, tranquilidade e qualidade de vida às nossascidades, pois além de reduzir o stress intenso da vida urbana, pode resgatar demaneira harmônica, o relacionamento saudável da humanidade com a natureza.

5. 8. Os Jardins de Raubaudi no Sul da França

A preocupação ecológica no conjunto permitiu a criação de espaços públicos e privadosque contribuíram para a formação das quadras e a formação de espaços de integraçãosocial; Os afastamentos dos lotes propiciaram uma melhor ventilação e insolação dasunidades habitacionais.

Figura 22 – Espaços privados e públicosFonte: Ruano (1999).

6. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através da aplicação de práticas e programas de gestão ambiental urbana, como a inserçãode áreas verdes no desenho urbano. Assim, poderemos contribuir para a sustentabilidade eo desenvolvimento de nossas cidades. Para isto, é preciso combater os problemas urbanos eassim fomentar a criação de um planejamento urbanístico mais saudável e integrado aomeio natural onde poderemos obter a conservação de todos os ecossistemas, garantindoassim a proteção ambiental e a adequação dos espaços abertos ao crescimento da cidade.

Conforme “RUANO (1999) para uma melhor organização urbana ambiental precisamosorientar os objetivos com base na sustentabilidade e na qualidade de vida de nossas cidades,através da análise, organização e do bom funcionamento dos seguintes aspectos:mobilidade urbana, recursos, participação, comunidade, eco-turismo, revitalização e tele-povoados”.

A criação de técnicas e procedimentos projetuais urbanos, arquitetônicos, paisagísticos eambientais devem ser produzidos de maneira compatível à nossa realidade brasileira,

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garantindo os níveis econômicos e a uniformidade da execução das habitações. Também sefaz necessária, a definição de conceitos de implantação urbana, de maneira que se possaobter a integração: espacial, social, funcional, morfológica e ambiental.

Segundo “FORMAN (1995) quando planejamos, quando conservamos, quandodesenhamos, quando gerenciamos e quando fazemos decisões sábias para as paisagens, eespecialmente para as regiões, manifestamos o pensamento sustentável e atuamos para asgerações futuras”.

Enfim, precisamos re-organizar nossas cidades, para assim resgatar as belezas naturaisainda presentes na sua paisagem, garantir o bem estar social e integrar harmonicamente asociedade e a natureza, obtendo uma qualidade de vida e contribuindo para garantir umasustentabilidade para nossas futuras gerações.

Conforme a “NORMA PARA A ARBORIZAÇÃO PÚBLICA EM PORTO ALEGRE –SMAM (1998) concluímos que a vegetação se impõe como um elemento natural essencial àvida da cidade, devendo por isso ser altamente considerada na ordem das prioridades porocasião do planejamento urbano. Somente assim, poderemos, no futuro, evitar de tratar asconseqüências da implantação de uma arborização inadequada, sugando aos poucos,recursos quer humanos, quer materais, de que o município dispõe, bem como usufruir detodas as qualidades advindas do cumprimento de um bom e responsável plano deurbanização”.

Podemos sugerir alguns procedimentos de gestão dos espaços livres para as nossas cidades,segundo “MACEDO (1995):

- O estabelecimento de critérios de distribuição de espaços livres públicos, a serdelimitado de acordo com carências sociais, acessibilidade e manutenção derecursos ambientais finitos, como água e florestas nativas e de proteção dos solosfrágeis;

- O estabelecimento prévio ao crescimento urbano, as expansões das cidades de áreasprioritárias à construção e/ou efetivação de espaços livres, isto é, a criação emanutenção de estoques/reservas de futuros espaços livres públicos para lazer econservação;

- A inclusão das praias e áreas de beira-água (rios, lagos e represas) quando utilizadospela comunidade como participantes efetivos dos sistemas de espaços livres deedificação urbanos e/ou como áreas de reserva para o lazer e/ou conservação;

- A consideração dos espaços livres como um sistema e não como áreas residuais”.

Através de uma visão futura de nossas cidades, baseadas no ambiente urbano e natural,como por exemplo, a introdução e uso de áreas verdes em nossas cidades, é que poderemosentão, promover objetivos e metas que busquem uma integração social, econômica eambiental baseadas no seguinte princípio: o de formar uma cidade mais sustentável.

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7. 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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BOYDEN, S. (1981) The Ecology of a city and its people. The case of Honk Kong. Camberra:ANUP.

FORMAN, R.T.T. (1995) Land Mosaics: The Ecology of Landscapes and Regions. CambridgeUniversity Press. Cambridge.

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LIMA-E-SILVA … (et. Al.). (2002) Dicionário brasileiro de ciências ambientais. 2. ed. Rio deJaneiro: Thex Ed.

LYLE, J.T (1984) Ecosystems. American Publications. 4th Ed. New York.

MACEDO, S. S. (1995) Espaços Livres. Em Paisagem e Ambiente Ensaios, São Paulo n. 7 p.15-56jun 1995.

MCHARG, I.L (1994) Design with Nature. John Wiley. New York.

POPPER, K. (1998) O processo de desenho urbano em conjuntos habitacionais Paisagem eAmbiente. São Paulo n. 11, p. 203-276 – dez 1998.

RUANO, M. (1999) Ecourbanismo Entornos Humanos Sostenibles: 60 proyectos EditorialGustavo Gili, AS. Barcelona.

SACHS, I. (1974) Environnement et styles de dévelopment. Annales 3: 533-570.SECRETARIA MUNICIPAL DO MEIO AMBIENTE – SMAM E SECRETARIA MUNICIPALDE OBRAS E VIAÇÃO - SMOV (1998) Normas para o estabelecimento do plano deurbanização das vias públicas de Porto Alegre Cleida Maria da C. Feijó Gomes, coordenadora.3.ed. ver. Porto Alegre.

VIEIRA (1998) Meio ambiente, desenvolvimento e planejamento Meio Ambiente,desenvolvimento e cidadania – desafios para as ciências sociais – CORTEZ – Ed. UFSC, p. 45 – 97.

Site:www.city.vancouver.bc.ca/commsvcs/cityplans/populationhousing/populationandhousinglevelone.htm#region (acessado em 20 de julho de 2002 as 10:00).

Site:[email protected] (acessado em 20 de julho de 2002 as 11:30).