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Práticas Interacionais em Rede Salvador - 10 e 11 de outubro de 2012
A CONVERSAÇÃO EM REDE NO FACEBOOK.
TRÊS CONCEITOS DE INTERAÇÃO SOCIAL
Siméia Rêgo de Oliveira 1
Cláudio Cardoso de Paiva 2
Resumo: A cibercultura se apoia nos princípios da conexão, interação e colaboração,
alavancas básicas para a comunicação mediada por computador. Nessa direção, o artigo
observa a conversação em rede, no Facebook, considerando três modos de interação social
com base nos conceitos de “solidariedade” (Durkheim), “sociabilidade” (Goffman) e
“socialidade” (Maffesoli). Deste modo, contempla os níveis de afetividade projetada em rede,
através dos códigos digitais implícitos nos comandos “curtir”, “comentar”, “compartilhar”.
Metodologicamente se norteia pela fenomenologia para compreender o significado das
conversações, considerando a interação gerada pela escrita oralizada e a hipertextualidade das
novas mídias. Assim, busca contribuir para a reflexão das práticas sociais mediadas pela
tecnologia, com base nas teorias da sociologia e da comunicação, visando capturar o sentido
da comunicação compartilhada pelos atores sociais conectados aos suportes eletrônicos.
Palavras-chave: Facebook, Conversação em rede, interação social.
Abstract: The Ciberculture is Based on the principle of connection and promotes to a
computer-mediated communication. Through this perspective the article notices the
networking conversation on Facebook social network, considering three modes of social
interaction based on the concepts of “solidarity” (Durkheim), “sociability” (Goffman) and
“sociality” (Maffesoli). Therefore, examines the levels of affection projected on Facebook
social network, which are implicit on social plug-ins “comments”, “share” and “like”.
Methodologically is guided by the phenomenology as a way to understand the meaning of
conversations on networking considering the interaction created through the oral writing and
hypertextuality of digitals new medias. Thus, the research seeks to contribute to the reflection
of social practices mediated by technology, from the dialogue between sociology and the
communication theories, aiming cultural changes associated to the supports in electronic
media.
Keywords: Facebook, conversation networking, social interaction.
INTRODUÇÃO
O campo da Comunicação, desde o tempo forte dos meios de massa até o boom da
informatização e das mídias pós-massivas, tem experimentado hibridizações surpreendentes;
isto se verifica no nível empírico, pois os suportes (verbais e audiovisuais) não cessam de se
1 Mestranda em Comunicação vinculada ao PPGC/UFPB. E-mail: [email protected] 2 Professor Associado, Departamento de Comunicação, PPGC/UFPB. E-mail: [email protected]
2
misturar (SANTAELLA, 2001) e no nível epistemológico, pois os saberes que informam este
campo têm se desenvolvido nas interfaces com as ciências duras (engenharia, física, biologia)
e as ciências interpretativas (sociologia, semiologia, história da arte). Logo, considerando a
natureza complexa da comunicação digital, convém adotar uma perspectiva interdisciplinar na
análise das mídias e ambientes informacionais, tanto no plano virtual quanto presencial.
As imagens, sons e textos interagem na liquidez do ciberespaço, gerando interfaces e
conexões e encontros imprevistos na linha de tempo dos assinantes do Facebook. Tudo isso
vai compor a substância das conversações em redes sociais, objeto de investigação nas
pesquisas de Recuero (2012), Fragoso, Recuero e Amaral (2011), entre outros.
Os processos de comunicação digital promovem as conversações em rede por meio do
compartilhamento das falas escritas, imagens e sons, propiciando uma formação cultural que
“privilegia a inteligência coletiva” (LÉVY, 1999, p.24); este fenômeno resulta da combinação
da engenharia tecnológica e atitude social afirmativa ligada nos vários modos de comunicar.
O presente estudo se realiza com base em três chaves metodológicas:
- A primeira consiste no exame das matrizes teóricas utilizadas na análise da
comunicação digital e as interfaces com as formas da cultura e suas inscrições no cotidiano;
- A segunda se volta para a comunicação em rede explorando os seus três níveis de
interação, com base nos conceitos de “solidariedade”, “sociabilidade” e “socialidade”;
- A terceira contempla a dimensão pragmática da cibercultura, observando as
modalidades dos afetos projetados em rede através códigos digitais, implícitos nos comandos
“curtir”, “comentar” e “compartilhar” instalados na interface do Facebook.
Em suma, a pesquisa consiste num esforço de explorar a “comunicação em rede”,
particularmente o Facebook, observando os três níveis de interação mesurados em sua
duração, permanência e intensidade, que podem ser compreendidos à luz dos conceitos de
“solidariedade” (Durkheim), “sociabilidade” (Goffman) e “socialidade” (Maffesoli).
MATRIZES TEÓRICAS
OS ATORES, AS SENSAÇÕES EM REDE E O TRABALHO DO CONCEITO
Entende-se que as mediações tecnológicas têm resultado em importantes mutações na
esfera pública e vida privada. Ao longo da história das mídias, os espelhos das vaidades
3
humanas foram aprimorados no âmbito da sociedade de consumo, mas por outro lado as
escolhas, protestos, decisões pessoais e coletivas têm tirado bom proveito das redes sociais.
Nesse contexto, o fenômeno da comunicação, segundo Wolton (2004, p.10), expressa
uma “necessidade antropológica fundamental” e envolve inapelavelmente as expressões da
ética, do direito e liberdade. Por sua vez, a comunicação digital, sendo mais interativa,
tecnicamente coloca o sujeito diante de um conjunto de opções que fazem a diferença na hora
de tomar decisões; por esse prisma, o Facebook abre espaço para a expressão de uma
eticidade original e cabe aos atores em rede aproveitarem essa oportunidade.
As redes sociais mudaram radicalmente os modos de interação no cotidiano, mas é
preciso entender esta experiência como uma instância “sociotécnica”, respeitando os vetores
afetivos, estéticos, psicossociais e cognitivos que estão na base do acontecimento tecnológico.
O novo fenômeno comunicacional é caracterizado pela presença dos atores sociais
conectados em rede, convergência das mídias, aumento dos suportes/canais de comunicação,
circulação e compartilhamento de mensagens, proliferação dinâmica de linguagens e signos
que moldam o pensamento e o comportamento humano (SANTAELLA, 2007).
Pierre Lévy (1999) filósofo e principal teórico dessa área conceitua este fenômeno em
três termos: a internet, o ciberespaço e a cibercultura, significando que a internet seria o
espaço em si, o ciberespaço o meio de comunicação composto pela junção da infraestrura, do
universo de informações e do homem que acessa essa rede, e a cibercultura o conjunto de
técnicas materiais e intelectuais que se desenvolvem junto ao ciberespaço; estes são alinhados
em três princípios: a interconexão, as comunidades virtuais e a inteligência coletiva.
CIBERCULTURA E ESCRITA ORALIZADA
Em nossa época, muitas das substâncias que estiveram dispersas, separadas, se
aglutinam e se reúnem, configurando uma nova ambiência sociocomunicacional. Segundo
Bolle de Bal (1985 apud LEMOS, 2002), a emergência da reliance (agregação) pós-moderna
como conseqüência à deliance (desintegração) moderna foi uma resposta ao espírito da
modernidade excessivamente racionalista, tecnicista e individualista.
A partir do final do século XX, com o advento da internet, a rede mundial de
computadores, compreendida como uma grande teia sociocognitiva construída na interface da
comunicação e das novas tecnologias, expandiu o ciberespaço. Surgiu, assim, uma formação
cultural incrementada pelas tecnologias digitais, cuja característica principal é a de simular uma
4
experiência em que parecemos vivenciar na espessura no tempo real, imediato, live, em que se dá a
abolição do espaço físico-geográfico.
Entretanto pesquisas mais recentes como a de Erick Felinto (2010) definem a
cibercultura como uma “tecnocultura contemporânea” (p.40), uma categoria de época que se
confunde imanentemente com o cenário material, simbólico e imaginário contemporâneo, um
culto a uma juventude que ainda não se contaminou pelo ceticismo da humanidade.
A partir dessa análise percebe-se que o enfoque da cibercultura se dá numa formação
discursiva “que não envolve apenas discurso no sentido estrito, mas também práticas, objetos,
imaginários e formas de sociabilidade” (FELINTO, 2010, p.42), e cujo suprassumo se agita na
combinação paradoxal de duas forças antagônicas conflitantes no período iluminista: o
racionalismo e o romantismo que ainda permeiam a sociedade e agora refratadas para o
ambiente virtual (FELINTO, 2010).
Por esse prisma podemos entender como as prosas do mundo, as narrativas verbais,
migram para a escrita oralizada das redes sociais através da linguagem digital. E a substância
dessa conversação são as narrativas escritas oralizadas, em que os atores perfazem uma
escritura do sujeito, forjando uma identidade que criaram para si, na qual acreditam piamente.
COTIDIANO
Pensadores como Durkheim, Weber e Maffesoli fizerem as análises do cotidiano sem
explorar exatamente o campo midiático, mas, o campo sociológico associando às ciências da
comunicação e da linguagem. Assim, distintas matrizes epistemológicas captam as formas da
cotidianidade e da vida cotidiana, considerando o discurso midiático. Uma proposta pertinente
para estudá-lo seria a partir da análise do tecido constitutivo da vida social, considerando a
“tribalização do mundo”, na desagregação das formas tradicionais e no renascimento de
algumas formas sociais; esta é a proposta da sociologia compreensiva, de Maffesoli (1998).
Então, o cotidiano seria entendido pela rotina. No nada de novo encontramos
condições e possibilidades de resistência que alimentam sua própria ruptura (PAIS, 2003).
Entretanto, além da definição de rotina, Featherstone (1997) inscreve mais quatro
características importantes para compreensão do cotidiano: 1. A esfera feminina (da produção
e manutenção); 2. A imediatez; 3. O estar-junto, o lúdico; 4. O heterogêneo em que a magia
das vozes é mais valorizada que a linearidade da escrita.
5
Note-se nos estudos contemporâneos a tradução do cotidiano a partir das interfaces do
campo sociológico com as ciências da comunicação e da linguagem; por essa via podemos
entender os espectros da cultura virtual3, resultado da valorização do imaginário.
A partir dessa “fusão”, novas retóricas sociais, tais como a conversação em rede, vêm
sendo criadas ou redirecionadas para o ambiente online; este é o caso das redes sociais como
o Facebook e as suas comunidades virtuais, organizadas em torno das falas escritas.
COMUNIDADES VIRTUAIS
O conceito de comunidade, estudado desde o século XIX, em Tonnies (1947 apud
RECUERO, 2009), expõe que as relações comunitárias (Gemeinscht) englobam toda vida
social de conjunto, íntima, interior e exclusiva. Para esse sociólogo, a comunidade, em
oposição à sociedade (Gesellschaft) - invenção da modernidade, normativa - tinha motivação
afetiva e lidava com a interação, ou seja, seria o estado ideal dos grupos humanos.
Os sites de redes sociais surgiriam de modo similar, sendo construídos com base na
interação social refratada para ambiência online. E as comunidades virtuais são constituídas
de conexões moldadas à imagem e semelhança das comunidades tradicionais. Todavia,
surpreendentemente, as redes sociais ultrapassam os limites do comunitarismo original e hoje,
as analogias e representações configuradas por essas redes se tornaram mais complexas,
ampliando as fronteiras dos “seus correspondentes offline” (RECUERO, 2012).
No contínuo das interfaces da tecnologia e comunicação social se instalam as
comunidades virtuais, novas estratégias de interação que expressam agrupamentos humanos
surgidos no ciberespaço (RECUERO, 2003).
Nos sites de redes sociais que acolhem as comunidades virtuais se inscrevem as
conversações em rede. Segundo Recuero (2012, p. 01), o fenômeno dessas redes consolida
“práticas coletivas, em que a conversação é acessível a diferentes grupos, interconectados
dentro de uma mesma rede, cuja infraestrutura está proporcionada pelos sites de rede social”.
Ou seja, “é preciso pensar como a conversação em rede está alterando o modo como nos
comunicamos, o que dizemos, o que fazemos e o que pensamos” (p. 01).
3 Ver divisão das eras culturais em Santaella (2003).
6
FACEBOOK COMO REDE FECHADA
Os sites de rede social seriam àquelas ferramentas que permitiriam aos seus usuários
(1) a criação de um perfil individualizado, (2) a publicização de suas redes sociais e (3) a
interação (BOYD e ELLISSON, 2007 apud RECUERO, 2012). A lógica das redes online
modificou então a dinâmica da rede social e a torna distante da ideia da rede social offline.
Nesse entendimento, o Facebook é um site de rede social que funciona através de
perfis e comunidades (RECUERO, 2009). Comportando cerca de 955 milhões4 de usuários
ativos é o mais privado das demais redes sociais online, pois apenas os seus assinantes podem
ver os perfis uns dos outros. É pertinente ressaltar que, atualmente, o serviço possibilita ao
usuário definir suas configurações de segurança, escolhendo se suas postagens serão públicas
ou não.
O Facebook é considerado como uma rede fechada emergente. E se adequa à
compreensão do que Recuero (2009) percebe como conceito de comunidade emergente,
embasada nas interações recíprocas dos seus atores, que se caracterizam pela interação mútua
e reciprocidade à medida que há troca pela intimidade e confiança.
A conversação no Facebook resulta de uma sofisticada engenharia de sistemas lógico-
matemáticos, mas pode ser manipulada por pessoas com os mínimos recursos cognitivos
considerando as competências tecnológicas contemporâneas tais como “a experiência do
usuário” e “intuição”.
A prova disso é o fácil acesso a compartilhar e disponibilizar conteúdos tanto no
ambiente do site quanto em outros sites, a partir dos comandos “comentar”, “compartilhar” e
“curtir” cujas funções perpassam pelo ato de partilhar conteúdos de interesse do usuário com
os seus amigos conectados no Facebook.
O “curtir” 5 e o “compartilhar” “traduzem os modos de usar de plug-in social; foram
lançados em 2010 como forma de encorajar as pessoas tanto a compartilharem seus interesses
em conteúdos fora do Facebook (artigos, vídeos, produtos etc.) quanto oferecer
recomendações para seus amigos [online] no Facebook”. Deste modo, o botão “curtir”
permite a expressão dos interesses dos usuários conectados, na divulgação e
compartilhamento de links exteriores ao site com seus amigos, com apenas um click.
4 Veja mais informações sobre o crescimento do Facebook no link da Revista Superinteressante. Disponível em:
<http://migre.me/a5yUz>. Acesso em: 28 jul. 2012 5 Veja mais informações no link “Facebook: central de ajuda”. Disponível em:< http://migre.me/a5OkM >.
Acesso em 28 jul. 2012
7
O plug-in “compartilhar”6 foi delineado para distribuir conteúdo do Facebook com
outros integrantes do site. Trata-se de um link funcional de compartilhamento interno, cuja
real utilidade é a interação com outros links. A sua intenção subjacente é promover os
conteúdos postados pelos usuários em seu mural, permitindo que ao visitar essa página o
interlocutor possa enviar esses conteúdos a outros perfis no Facebook7.
O plug-in “comentar” indica uma participação mais ativa da rede de amigos, presença
solidária opinando sobre os posts, as fotos e demais conteúdos; expressando seus afetos, sua
gratidão, sua indignação, traduzidos em termos de uma oralidade escrita.
Nessa compreensão lança-se um olhar sobre as funções técnicas dos dispositivos que
estão associados às intenções, afetos e cognições geradores de subjetividades e formas de
coesão social, as quais têm constituído o nosso objeto de interesse.
METODOLOGIA
Este estudo se orienta pelo veio filosófico da fenomenologia e almeja capturar o
significado do fenômeno atual das conversações e interações geradas pelas escritas oralizadas
e a linguagem hipertextual das novas mídias. Nessa empreitada, atentamos para as narrativas e
conversações resultantes dos níveis de interação no Facebook, considerando os graus de
afetividade projetados em rede, através dos plug-ins “curtir” e “compartilhar” e “comentar”.
OS TRÊS NÍVEIS DE INTERAÇÃO
Em meados do século XIX em franca ascensão do processo de modernização social, a
noção de progresso é valorizada estabelecendo a norma de conduta, a partir do positivismo
(Comte/Durkheim). A sociedade perpassa por uma crise existencial, pois as relações sociais
estão submissas à lógica da produção, segundo aponta Karl Marx. Assim, a sociologia tenta
entender as causas que definem o comportamento social. E nessa perspectiva, as interações
entre os indivíduos (Weber) se tornam objeto de estudo dos cientistas sociais.
Historicamente, a interação tem sido objeto de contínuas investigações. E a sociologia
definiu três níveis de interação que norteiam a comunicação, os quais podem ser encontrados
6 É pertinente observar que desde fevereiro de 2012, sem aviso prévio aos usuários, não há mais uma
diferenciação entre os botões “compartilhar” e “curtir”. Esses dois plug-ins foram modificados e entraram numa
espécie de fusão de funções e, praticamente, hoje, fornecem a mesma experiência social. 7 Mais informações sobre a utilização do botão compartilhar em outras redes acesse o link. Disponível em:
<http://migre.me/a5OjI >. Acesso em: 28 jul. 2012.
8
no conceito de solidariedade em Durkheim (Sociologia Clássica); a sociabilidade em
Goffman (sociologia moderna) e a socialidade em Maffesoli (sociologia pós-moderna).
SOLIDARIEDADE EM DURKHEIM
O sociólogo francês Émile Durkheim organizou o conceito de solidariedade social
cuja função é a interação do corpo social garantindo-lhe a unidade. O corpo social ou tecido
social seria composto por grupos por sua vez constituídos pelo indivíduo e sua consciência
tanto como indivíduo quanto coletiva, seria o “eu” e o “nós”. Esta consciência coletiva
produziria os indivíduos. No grupo, este efeito “se constitui e se torna responsável pela coesão
entre os membros [...] o qual evolui a partir da divisão social do trabalho [...]”
(QUINTANEIRO, BARBOSA e OLIVEIRA, 2002, p.70), indo além do mundo econômico,
cujo principal efeito é produzir solidariedade.
Para Durkheim, os laços que consolidam o grupo em si e religam seus membros
constituem a solidariedade, a qual pode ser subdividida em “mecânica” e “orgânica”. A
solidariedade mecânica é constituída pelos laços cujos indivíduos não se pertencem, mas se
agregam sob a égide do Estado, da nação, língua, das semelhanças compartilhadas; e a
solidariedade orgânica que reflete a “condensação da sociedade considerando sua base
exclusivamente profissional. [...] Ambas evoluem em ordem inversa, mas, asseguram a coesão
social em sociedades simples e complexas” (p.74).
Émile Durkheim faz ainda uma análise da sociedade a partir do fato social, ou seja, a
partir das regras e normatividades que nutrem a vida dos indivíduos em sociedade. Sua análise
sobre a religião ao lado da moral permeia a visão sociológica da representação coletiva,
percebida considerando sua “autonomia quanto à vida social e sua eficácia como
transformadora das situações de fato” (p.11). Para o sociólogo a sociedade prevaleceria sobre
o indivíduo e as ditas instituições sociais equilibrariam o sistema.
Encontram-se aqui as dicas para pensar as formas da “atração social” nos sites e redes
de conversação e relacionamento. São alguns insights assimilados da sociologia clássica para
entender as configurações societais em curso no ciberespaço e poder ajudar na
problematização e questionamento dos modos como as redes sociais podem prover formas de
solidariedade, da confiança e da generosidade.
9
SOCIABILIDADE EM GOFFMAN
Ervin Goffman, pesquisador norte-americano, propôs uma análise da sociedade a
partir das interações; sendo um dos fundadores da Escola de Chicago, contribuiu para a chave
metodológica preocupada com o “interacionismo simbólico”.
Para Goffman (1985) a interação social se daria face a face, traduzindo “a influência
recíproca dos indivíduos sobre as ações uns dos outros, quando em presença física imediata”.
O autor direciona seus estudos das representações de maneira inversa à lógica clássica,
baseando-se na “crença do indivíduo na impressão da realidade” (p.25), e o conceito de
representação é usado para referir “toda atividade de um indivíduo, que se passa num período
caracterizado pela sua presença contínua diante de um grupo particular de observadores e que
tem sobre estes alguma influência” (p. 29).
Para Park (1950 apud GOFFMAN, 1985) o mundo é uma grande teatralidade, e nos
comunicamos por meio de máscaras sociais
[...] a palavra pessoa em sua acepção primeira quer dizer máscara [...] [é] o
reconhecimento do fato de que todo o homem esta sempre e em todo o lugar, mais ou
menos conscientemente representando um papel [...]. É nesses papéis que nos
conhecemos a nós mesmos. [...] Esta máscara é o nosso mais verdadeiro eu (p.27).
Essa apreciação nos ajuda a entender o significado atual dos perfis, codinomes,
avatares na comunicação colaborativa das redes sociais, pois, permanece uma necessidade de
“preservação das distâncias” (COOLEY, 1922 apud GOFFMAN, 1985). Goffman considera
esses grupos de indivíduos, como equipes8, cuja “moeda social básica é o respeito de um lado
e a vergonha do outro” (RIEZLER, [19--] apud GOFFMAN, 1985, p. 69).
De algum modo, a sociabilidade descrita por Goffman antecipa o estado atual da
comunicabilidade mediada pelo Facebook, em que os atores interagem afetivamente e
cognitivamente com outros interlocutores, mas devidamente guardados nos interiores
eletrônicos e protegidos pela segurança blindada das telas. O importante aí talvez seja reter o
sentido de uma pulsão social, originalmente de ordem intimista, individual, molecular, que
assegura a formação das comunidades de interesse em torno das narrativas compartilhadas.
8 Conceito elaborado por Goffman (1985) para “o grupo de indivíduos que coopera na encenação de uma rotina
particular” (p.78).
10
SOCIALIDADE EM MAFFESOLI
Para Maffesoli (1998) a termo socialidade indica a saturação e o fim dos grandes
sistemas e das macroestruturas; daí a importância do sentimento que organiza a vida em
comunidade. O sociólogo entende que a socialidade pode ser apreendida em várias direções.
Na obra O tempo das tribos (1988), explica que socialidade é tudo o que se passa no contexto
social sem se prender às regras nem ao contrato social.
A “efervescência e eflorescência” (p.105), “numa dimensão afetiva e sensível” (p.
102) traduzem o novo espírito do tempo, o reagrupamento, o fenômeno do religare, em que o
homem não é mais considerado isoladamente. A socialidade se organiza pelo sensível,
resultante da “experiência e reconhecimento do outro, emanada da relação dos espíritos” (p.
103), e se constitui pela prática do “estar-junto à toa” (p.111), em constante retroalimentação.
Remete à uma “ética da estética”, cuja etimologia refere-se ao sentido da “faculdade comum
de sentir, de experimentar” (MAFFESOLI, 1998, p.105).
O autor faz uma sociologia da religião e com ênfase antropológica resgata o ethos
fundador da religiosidade ensinada por Cristo, avessa à cristianização institucionalizada,
considerando a prática cristã uma expressão seminal da socialidade. Pequenos grupos datados
do início do cristianismo contribuíram para a sua construção, sendo uma prática convival e
que antes de dogmatizar sua fé fora uma “religiosidade popular” (p.84). Compara a prática
religiosa à política, sendo esta última uma forma profana da socialidade e que no fim das
contas resgata e atualiza “as formas elementares da vida religiosa”.
Prevalece a identificação com a tribo, cuja “forma massiva” ao invés da “forma do
povo” é táctil, diferentemente da organização social. Hoje, esse neotribalismo refaz os termos
do tribalismo tradicional, em que se verificam a fluidez e efervescência, pelos ajuntamentos
pontuais e pela dispersão versus a estabilidade
a pessoa representa papéis tanto dentro de sua atividade profissional quanto no seio das
diversas tribos de que participa. Mudando o seu figurino, ela vai, de acordo com seus
gostos (sexuais, culturais, religiosos, amicais) assumir o seu lugar, a cada dia, nas diversas peças do theatrum mundi. [...] A propósito da vida cotidiana à autenticidade
dramática do social corresponde a trágica superficialidade da socialidade (p. 108).
Logo, a socialidade está ligada à (noosfera) comunidade de ideias, afetos e sensações.
Nesse contexto, a lógica da comunicação verbal e ao mesmo tempo não-verbal constitui uma
vasta rede que liga os indivíduos entre si, performando a socialidade que traduz a principal
modalidade de interação contemporânea, e na sociedade do (pós)espetáculo (da internet)
11
funciona como vetor de um reencantamento do mundo animado pelas aparências as quais
seriam ressaltadas na “profundidade que estaria oculta na superfície das coisas”
(MAFFESOLI, 1998, p. 108).
OS AFETOS COLETIVOS E OS ATOS DE FALA DIGITAIS: “CURTIR”, “COMENTAR”
E “COMPARTILHAR”
Os atores conectados no site da rede social Facebook experimentam múltiplas
sensações e intensidades afetivas. Tais estados da alma podem ser percebidos nas
conversações projetadas a partir da ativação das ferramentas “comentar”, “compartilhar” e
“curtir”, que remetem aos diversos níveis de subjetividade e sociabilidade. A agregação social
mediada pelo Facebook tanto pode atualizar as formas duradouras da solidariedade clássica,
quanto prover os afetos mutantes, nômades e provisórios, expressos no termo “socialidade”
que prevalece no “instante eterno” da comunicação eletrônica, por meio das linguagens
líquidas e velocidade midiática.
Como estratégia metodológica, recorremos à empiricidade de duas narrativas postadas
no Facebook para avaliar como estas expressam as formas afetivas e societais em curso;
assim os escritos são reveladores das sensações, emoções e sentimentos, principalmente
quando associados às figuras, imagens, fotos e depoimentos postados pelos atores. A primeira
narrativa é ilustrada pelas figuras 1 e 2, e a segunda, pelos grafitos 3 e 4, que seguem mais
adiante.
A figura 1 apresenta a fotografia de uma professora assassinada pelo ex-marido que
não aceitava a separação. O post da figura 2 denuncia esse ex-marido que segundo a polícia
havia fugido, provavelmente, portando documentação falsa para um estado da Região Norte.
A repercussão dessas postagens se concretizou no cotidiano presencial, numa manifestação de
repúdio à violência contra a mulher.
O post da figura 1 obteve mais de 50 acessos, confirmados pelo efeito de feedback, um
“sistema de resposta” resultante do acionamento do comando “curtir”. Cerca de 500
compartilhamentos expressam um sentimento de solidariedade, assim como os comentários
publicizados traduzem - em modulações distintas - os sentimentos de perplexidade e
indignação. Notamos aí uma conjunção formidável entre a sensibilidade e a tecnicidade: os
sentimentos de luto, indignação e revolta são mediados pelo uso dos utilitários (dispositivos
12
sociotécnicos) que permitem aos usuários curtir, comentar e compartilhar os seus afetos nas
postagens.
O primeiro exemplo, explícito na figura 1, bastante comentado, informa um ato de
violência. Convém então apreciar a ação de comentar o post envolvida por um sentimento de
interação que resulta da forma de solidariedade clássica, uma vez que o comentarista expressa
o “sentimento de simpatia cuja fonte é a semelhança” (QUINTANEIRO, BARBOSA e
OLIVEIRA, 2002, p.72). Note-se aqui uma evidência de coesão social a partir da
identificação, afirmando o desejo universal de preservação da vida, da individualidade. Logo,
os comentários no Facebook funcionam como oportunidade para a ação ético-comunicativa.
Os comandos digitais que ativam as funções “curtir” e “compartilhar” exprimem aos
atos de fala e formas interativas motivadas por estados psicossociais e eticidades, cujos
ritmos, durações e intensidades são ligados, respectivamente, às noções de socialidade e
sociabilidade.
O ato de compartilhar remete a um significado de interação em analogia com o
conceito de “contrato social”. A expressão textual do usuário revela uma postura de cidadão
indignado, cuja máscara social precisa ser notada. O avatar necessita se justificar diante da
comunidade, da qual faz parte, a qual observa e por esta é observado. Ele compartilha o
conteúdo das postagens com os demais e afirma sua atitude redistribuindo a informação (e sua
carga afetiva) em outros sites; essa experiência traduziria à noção da sociabilidade em rede.
No caso do post concernente ao episódio de violência contra a mulher, o usuário que
“curte” a postagem reage instantaneamente ao susto gerado pela imagem e narrativa da
violência, numa atitude que o leva a simplesmente aderir à comunidade ou repudiar
vigorosamente a ação criminosa. O reagrupamento, na perspectiva do tocar da massa, segundo
Maffesoli (1998), se une pela sensibilidade em fusão, no seu “ethos específico” (p. 102).
Assim, os atores conectados incentivam e conclamam os demais a se indignarem também,
“curtindo”, investindo na dinâmica da velocidade da informação em rede.
A partir deste trágico acontecimento foram realizadas várias manifestações em repúdio
à violência contra a mulher, cujas conseqüências incidem nos planos virtual e presencial.
Destaque-se a página do Facebook “Vida Plena”, cujo foco incide na causa da não-violência
contra qualquer indivíduo, com pretexto de gênero, sob quaisquer circunstâncias. A intenção é
postar textos de conscientização, denunciativos por quaisquer dos membros. Outra novidade é
que podem participar, discutir, colaborar, opinar e interagir mediante as aquisições das senhas
e login que permitem acesso ao site.
13
Figura 1- Post denunciando professora vítima de violência
Fonte: Verônica Ismael (2012)
Figura 2 - Post denunciando o ex-marido acusado do crime, que está foragido
Fonte: Verônica Ismael (2012)
O post da figura 3 apresenta uma mãe segurando a fotografia do filho que havia sido
sequestrado, e o da figura 4, o reencontro dessa mãe com o menino; o fato teve repercussão
nacional. A fotografia do resgate foi compartilhada no Facebook por meio das falas escritas e
emocionadas dos usuários, reconvocados a partilharem do júbilo materno, uma vez que já
haviam se sensibilizado e compartilhando a sua dor. Ainda assim o post que registra o
sequestro obteve mais de 8 mil e 200 compartilhamentos e mais de 767 mil “curtidas”. A
figura 4 indica que o resgate obteve mais de mil respostas ao estímulo da ferramenta “curtir” e
quase 6 mil compartilhamentos. O fato curioso é que ambos os posts foram divulgados por
perfis de jornalistas, que fizeram questão de informar o seu métier.
Observe-se que o regime dos afetos que levou ao registro dos comentários da figura 4
foi guiado pelo espírito de gratidão. Como efeito da representação coletiva, a gratidão (e a
confiança) constituiria parte essencial na formação do tecido ético-social. O episódio
14
envolvendo a mãe e o filho sequestrado revela o universo ideológico do grupo, a eticidade, o
sistema de crença que concede forma e sentido à comunidade virtual.
No âmbito do ato de “compartilhar”, os observadores que compõem as equipes
preservam a “manutenção da distância social” (RIEZLE, [19--] apud GOFFMAN, 1985).
A socialidade demonstrada no plug-in “curtir” dá-se na apreciação de uma
“religiosidade popular” embasada no fenômeno religioso estudado por Maffesoli (1998); num
“transcendente imanente” (no latim, do ut des) que indica a forma como “as massas esperam
algo em troca de seus cultos e devoções” (p. 89). O povo enquanto massa tem potência e age
organicamente em função da responsabilidade essencial de triunfar sobre a morte
cotidianamente. Este seria um sentido afirmativo da vida religiosa e contemplativa.
Assim, demonstram-se as funções “compartilhar”, “curtir” e “comentar”, como partes
integrantes da conversação em rede, norteada pelas distintas modulações afetivas que
promovem as interações sociais motivadas pela solidariedade, sociabilidade e socialidade.
Figura 3 - Post com imagem de mãe segurando fotografia de filho roubado
Fonte: William Massucatto (2012)
Figura 4 – Post com imagem da mãe com seu filho resgatado
Fonte: Fabiane Vasconcelos (2012)
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apreciamos os modos de interação mediada pela tecnologia do Facebook, e
verificamos que, embora a natureza deste fenômeno seja volátil, nômade e transitória, a rede
pode gerarar vínculos afetivos cimentados pela confiança, gratidão e generosidade.
As interações mais intensas e duradouras na alta modernidade atualizaram os matizes
da experiência designada na sociologia clássica como solidariedade. Na era industrial, com a
aceleração dos tempos da produção, consumo e lazer, as relações se enraízam na superfície do
tecido social, efetivando-se de forma mais esporádica, transitória e menos duradoura,
podemos então detectar o “fenômeno societal em ato”, fundando o locus da sociabilidade.
No mundo contemporâneo, as experiências dos indivíduos e grupos se realizam
mediadas pelas redes e telas e as formas sociais se concretizam por meio das tecnologias da
virtualidade, o que afeta o mundo do trabalho, vida e linguagem. Na era da comunicação
digital, os conteúdos se afirmam pelo viés da estética. Ou seja, as falas, narrativas e
conversações se projetam nas redes sociais por meio dos afetos, sensações e sentimentos, que
determinam a sua permanência ou desaparecimento; este é o domínio da “socialidade”.
Os exemplos citados, mesmo de forma quantitativamente incipiente, indicam que as
três modalidades da “coesão social” se projetam nos sites de conversação e relacionamento,
como o Facebook. Ou seja, mesmo sendo um meio de lazer, diversão e entretenimento, essa
plataforma digital nos apresenta os estilos de subjetividade, as sensações de pertencimento, a
teatralização e as modalidades de “atração” que agrega os indivíduos na sociedade em rede.
Entende-se que existe uma referência cultural universal, elaborada a partir da
necessidade do bem-estar e da felicidade (MARQUES DE MELO, 1996), percebida na
cultura de massas e ampliada pela velocidade da informação pós-massiva. E essa mudança em
si não é boa nem má. Ocorre que as mediações tecnológicas têm modificado as culturas, e os
atores sociais nas diversas gerações tendem a se adaptar, se apropriar e igualmente a
transformar os ambientes culturais, através dos usos das ferramentas tecnológicas e adequá-
las de acordo com os seus desejos, expectativas e necessidades.
O Facebook atua na sociedade midiatizada de maneira inédita, propiciando - na linha
do tempo dos atores conectados em rede - o exercício de uma comunicação colaborativa, cuja
natureza é híbrida, conjugando as dimensões tecnoafetivas e sociotecnológicas.
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Dependendo da maneira como os indivíduos e comunidades vão lidar com tal
hibridação, será definida a sua participação nos processos básicos que asseguram o exercício
da cidadania, do direito e da liberdade, nos interstícios da vida cotidiana, no século XXI.
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