Upload
truongnhu
View
215
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
Nicole Oliveira
BACHAREL EM DIREITO PELA UNIV. MACKENZIE, MESTRE EM DIREITO INTERNACIONAL E RESOLUÇÃO DE CONFLITOS PELA UNIV. PARA A PAZ DA ONU, COSTA RICA E MESTRE EM TRANSFORMAÇÃO DE CONFLITOS INTERNACIONAIS PELA UNIVERSIDADE DE INNSBRUCK, ÁUSTRIA.
ATUOU COMO DIRETORA DA CASA DE CULTURA E CIDADANIA, CAMPAIGNER DE CLIMA E COORDENADORA DE ARRECADAÇÃO DE RECURSOS NO GREENPEACE BRASIL E DO VITAE CIVILIS.
ATUALMENTE É LÍDER DA EQUIPE DA 350.ORG NA AMÉRICA LATINA.
Ligando os pontos entre
Agronegócio e Mudanças Climáticas
Mudanças Climáticas
Impactos das mudanças climáticas
Que o Agronegócio tem a ver com isso?
Não Vote em Ruralista e outras Soluções
Mudanças Climáticas
O aumento da concentração dos gases de efeito estufa na atmosfera é que leva ao que se chama de aquecimento global e, consequentemente, às mudanças climáticas.
Gases de Efeito Estufa
Existem muitos gases de efeito estufa • Dióxido de carbono (CO2) – mais abundante • Metano • Óxido nitroso • CFCs • Ozônio
Os gases na atmosfera que absorvem calor na superfície da Terra são chamados gases de efeito estufa e existem naturalmente na nossa atmosfera em pequenas quantidades.
Gases de efeito estufa são naturalmente armazenados no
nosso planeta
• acima do solo, em plantas, árvores e nos oceanos
• sob o solo na forma de combustíveis fósseis – carvão, petróleo, gás
natural e mais.
• em processos digestivos de animais e decomposição de matéria
orgânica
Atualmente já estamos na zona de perigo
“Se a humanidade deseja preservar um planeta semelhante ao que a
civilização se desenvolveu e onde a vida na Terra está adaptada,
evidências paleoclimáticas e as mudanças climáticas em curso sugerem
que a concentração de CO2 terá que ser reduzida das atuais 387 ppm para
no máximo 350ppm.”
Dr. James E. Hansen, 2008
Climatologista da NASA
1988: PNUMA e OMM criam o IPCC para melhorar o nível de entendimento científico sobre as mudanças climáticas 1990: IPCC recomenda criação de convenção para cooperação internacional em torno do enfrentamento das mudanças climáticas e redução das emissões de GEE 2007- Publicação do AR4 – Prêmio Nobel da Paz
O maior projeto de pesquisa da história
As coisas estão mudando e podem ser medidas:
• Temperatura
• Gelo do Ártico
• Geleiras
• Aumento do nível do mar
• Eventos climáticos extremos
• Doenças
• Queda da produção agrícola
O Ártico está aquecendo duas vezes mais rapidamente que
o resto do mundo
Entre 1979 e 2007, o Ártico perdeu mais de 40% do seu gelo
1979 2007
As geleiras estão derretendo diante dos nossos olhos
Em uma pesquisa feita em 2005, de 442 geleiras, 398 - ou 90% - estão encolhendo.
No começo de 2009, pesquisadores na Bolívia foram medir a geleira Chacaltaya e
acabaram descobrindo que ela tinha desaparecido completamente.
Se nada for feito, caminhamos para um mundo 3-4 grausºC mais
quente
•Ásia (centro e sul): queda de 30% da produção agrícola
•América Latina: desertificação e salinização de 50% das terras agrícolas até 2050
•1.5-2.5 bilhões de pessoas a mais em todo o mundo expostas à dengue
•Diminuição de 50% da água dos rios na região do Mediterrâneo, sul da África e partes
da América do Sul, provocando a escassez de água para milhões de pessoas
Secas prejudicarão a produção agrícola (Fonte: William Cline, Center for Global
Development)
A medida é "% perda prevista na produtividade agrícola"
O colapso na produção de alimentos
“Estamos começando a entender que de todas as coisas horríveis
que os seres humanos conseguiram fazer, nada vai reprimir mais as
pessoas de forma tão poderosa quanto acabar com a estabilidade
física do planeta da qual dependem as pessoas mais pobres e
vulneráveis para obterem o pão do dia-a-dia.”
– Bill McKibben, ativista, escritor, ambientalista e co-fundador da 350.org
Nossos ecossistemas:
As mudanças climáticas podem causar a extinção de 20 a 30%
das espécies do planeta até o fim do século
Impactos nos oceanos
• Aumento do nível do mar
• Acidificação
• Aumento da temperatura da superfície do mar
• Alteração ou desaparecimento de correntes
oceânicas
Previsão do aumento do nível do mar em 1 metro (estimativa
conservadora) Delta do Nilo em 2000 Delta do Nilo com o aumento de 1 metro do nível
do mar
IPCC-AR4: “0.18 – 0.59 m até 2100”
Post-AR4: “0.8 to 2.4 m até 2100“ (Hansen: “vários metros“)
A propagação de doenças
infecciosas
“O aquecimento global aumenta a
ocorrência de malárias e dengue, diz
ONU.”
- Bloomberg, Nov. 27, 2007
Crise e ameaça aos direitos humanos
“Em 2010, 42 milhões de pessoas na China e
no Paquistão,foram forçadas a deixar suas
casas por consequência de desastres
naturais.”
Junho de 2011, Relatório do Conselho Norueguês de Refugiados
Floresta Amazônica Cientistas preveem a redução significativa da
quantidade de chuva na Floresta Amazônica
Ao invés de ser um sumidouro de carbono, a
Amazônia vai passar a emitir CO2
Fonte: NASA
Impactos agravados por causa dos ciclos de realimentação (feedback
loops) e pontos de não retorno como:
•A savanização da floresta amazônica
•Derretimento da camada de gelo da Groenlândia
•Liberação de metano devido ao derretimento de permafrost
•Mudança das monções na Índia
O Brasil possui uma das cinco maiores áreas de produção
rural do mundo, ocupando 38% do território nacional com
agricultura e pecuária.
Brasil é o maior produtor mundial de soja, laranja, açúcar, etanol, carne e frango. Tem o segundo maior rebanho bovino do mundo. Está entre os três maiores exportadores de produtos agrícolas e é o maior exportador de proteína animal.
O modelo agrícola brasileiro privilegia a produção para o mercado de commodities, produzindo monoculturas em larga escala.
O setor do agronegócio representa 59% das emissões totais do Brasil, incluindo as emissões dos processos de produção agropecuária, queima de combustíveis fósseis para energia e boa parte das emissões por desmatamento.
Se o agronegócio fosse um país, seria o 10º maior emissor do mundo
O Brasil é o 4º maior emissor de GEE do mundo, ficando atrás somente dos Estados Unidos, União Européia e China.
- Desmatamento - Emissões de gases de efeito estufa - Uso indiscriminado de agrotóxicos e transgênicos - Poluição do solo - Violações dos direitos humanos: trabalho escravo, perseguição de indígenas, agricultores - Violações dos direitos animais
Nesse modelo agrícola, os direitos humanos e a proteção ambiental são obstáculos para o crescimento e desenvolvimento.
OS RURALISTAS
- Maior e mais poderosa bancada do Congresso Nacional
- Geralmente Latifundiários
- Políticos financiados pelo Agronegócio e que atuam em nome dele
- Rede de 13 mil políticos
- São maioria na Comissão do Trabalho Escravo, Comissão da PEC das Terras Indígenas,
Comissão da MP do Código Florestal, Comissão da Agricultura, Comissão da Amazônia.
- Responsáveis por grandes retrocessos relacionados à questão florestal, comunidades
tradicionais e indígenas e climática.
As consequências da falta de ação são sérias.
Mas há razões para ter esperança:
• Existem soluções para o corte de emissões.
• Nós temos a capacidade de organizar um movimento para
demandar ação.
Comprar alimentos sazonais
Comprar alimentos produzidos localmente
Apoiar a agricultura familiar e a agroecologia
Melhorar as práticas agrícolas e de silvicultura
A revolução necessária para chegar às 350 ppm custará muitos menos
do que os custos dos impactos das mudanças climáticas
Roberto Lenox
MÉDICO SANITARISTA – MEMBRO DA COORDENAÇÃO DA MARCHA MUNDIAL DO CLIMA - MEMBRO DA COORDENAÇÃO NACIONAL DO
SOS CLIMA TERRA
Delmar Mattes GEÓLOGO, CONSULTOR E PROFESSOR
APOSENTADO DA ESCOLA DE ENGENHARIA DE LINS, FOI SECRETÁRIO DE VIAS PÚBLICAS E DE
OBRAS DA PREFEITURA DE SÃO PAULO NA ADMINISTRAÇÃO LUIZA ERUNDINA
A crise da água, suas causas e as políticas
para enfrentá-las
APEOESP SINDICATO DOS PROFESSORES DO ENSINO OFICIAL DO
ESTADO DE SÃO PAULO
SET/2014
Falta d´água vem ocorrendo em
vários bairros da Capital e municípios
das regiões metropolitanas de São
Paulo, ALÉM DE Campinas E outros
municípios do Estado
SITUAÇÃO EXTREMAMENTE GRAVE
APEOESP - SET/2014
APEOESP - SET/2014
• O racionamento vem ocorrendo de fato
• Diminuição de atividades produtivas: industrias, agricultura e serviços
• A importância do Sistema Cantareira para a metrópole de São Paulo e Campinas
• Bônus (rico não tem tanto interesse em economizar)
• Remanejamento de captações de outros
reservatórios
• Captação no chamado “volume morto” e agora o
segundo volume : O MORTO DO MORTO
• Criação do GTAG (sigla do comitê anticrise)
MEDIDAS EMERGENCIAIS ADOTADAS PELO GOVERNO E PELA SABESP
Governo paulista foi autorizado a usar 100 bilhões de litros extras do volume morto do
Sistema Cantareira
RISCOS DE COLAPSO DO SISTEMA
• Governo e a SABESP apostam numa possibilidade de chuvas intensas a partir
de outubro – previsões sempre inseguras
• As possibilidades de desabastecimento foram previstas em várias
oportunidades desde 2004
• Enquanto aumentava o consumo de água e a poluição hídrica diminuía a
produção de água nos reservatórios
• A ocorrência de chuvas intensas escondia a falta de capacidade dos
reservatórios, especialmente o Sistema Cantareira, de atenderem as
necessidades de consumo
• A tendência é piorar: não foram tomadas medidas adequadas
RAZÕES DAS MEDIDAS INADEQUADAS ADOTADAS
• Esconder o péssimo de gerenciamento e as irregularidades da SABESP
• Evitar o desgaste eleitoral do Governador
• Ao mesmo tempo foi feita uma operação de “blindagem” na mídia
• Ela visa criar um clima de tranquilidade, como se o problema não
existisse
O QUE PRECISA SER FEITO DE IMEDIATO
• Estabelecer um plano emergencial (Plano de Contingência) com ampla participação dos
municípios e da sociedade
• Implantar o racionamento de água para permitir um enfrentamento organizado e
menos danoso dos efeitos da crise
• Criação de um Fórum Regional das Águas composto pelos Comitês de Bacia com maior
representação da sociedade civil para enfrentar a crise
• Iniciar discussões para elaborar políticas destinadas a enfrentar as CAUSAS MAIS
PROFUNDAS DA CRISE
CAUSAS MAIS PROFUNDAS
É preciso desmistificar que a crise é culpa exclusiva da falta de chuvas Embora passamos por estiagem:
ELA NÃO É A CAUSA PRINCIPAL
A causa mais profunda está na cobiça e na busca pelo lucro de um bem público essencial e vital
1) Degradação e desmatamento dos mananciais legalmente protegidos por: ocupações clandestinas, intensa urbanização e projetos governamentais (Ex. Rodoanel). Deterioração da qualidade da água.
Billings - www.redebrasilatual.com.br Associação Cantareira | Brasilândia
Obras do Rodoanel
2) Mercantilização da água e Privatizações:
Sabesp a com ações negociadas na Bovespa e na
Bolsa de Nova York
conversavinagrada.blogspot.com
resistir.info
CMI Brasil -
[Fotos][Goiás]
Trabalhadorxs
urbanitárixs
manifestam ...
A Guerra pela Água na Bolívia | Blog
3) Políticas de redução de consumo nos mananciais (gestão de demanda):
tratamento de esgotos, conservação ecossistemas, redução das perdas na
rede, redução do consumo doméstico nos condomínios (hidrômetros
individualizados), substituição de equipamentos sanitários, reuso da água em
domicílios. Industrias e estabelecimentos comerciais
4) Águas subterrâneas:
eliminar a clandestinidade da exploração (poços), contaminações pelo pouco
cuidado na manutenção, impedir o rebaixamento do nível pela exploração acima
da capacidade de recarga
5) Gestão de Recursos Hídricos democrático e participativo: controle social para equacionar conflitos, controlar e aprovar programas para
tomadas de decisões, implantar e acompanhar planos de contingência em situações de crise
slideplayer.com.br
6) Agravamento dos eventos climáticos extremos:
precipitações intensas e estiagens acentuadas, principalmente pela intensa
urbanização e “ilhas do calor”, além do e aquecimento global (Plano Nacional de
segurança Hídrica).
Seca na represa Jaguari-Jacareí, que faz parte do Sistema Cantareira; reservatório tem pior nível da história, com 8,2% de seu volume total (Foto: Luis Moura/Estadão Conteúdo