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Hotmail A CRISE DE ABASTECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA DE 2001/2002 Conhecida também como “Crise do Apagão”, afetou o fornecimento e distribuição de energia elétrica no Brasil entre 1 de julho de 2001 e 27 de setembro de 2002 sendo causada, basicamente, por falta de chuvas e por falta de planejamento e investimentos em geração de energia. Segundo o RELATÓRIO SOBRE A CRISE DE ABASTECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA, 2002 : “Assim, o aumento da demanda; a sangria continuada dos reservatórios; a falta de chuvas na temporada2000/2001; a falta de investimentos pelo Governo Federal, praticamente o único investidor, até o final da década de 80; o fato de não ter havido concessões novas para produção independente [...]; a insuficiência de investimentos em obras estratégicas [...] e o atraso do Programa Prioritário de termelétricas estão sem dúvida, entre as causas da crise de abastecimento de 2001” Duas medidas provisórias foram editadas assim que a os efeitos da crise elétrica começaram a ser sentidos pela sociedade, MP nº 2.147 de 15 de maio de 2001 e a MP nº 2.198, de 28 de junho de 2001. Esta ultima criou o Programa Emergencial de redução do Consumo de Energia Elétrica, segundo Relatório sobre a Crise de Abastecimento de Energia Elétrica era objetivo desse programa: I - estabelecer plano de contingenciamento de carga, [...] para redução compulsória da demanda de energia elétrica; II - otimizar o consumo de energia, priorizando setores estratégicos; III - deflagrar campanhas educativas [...]; IV - estimular a imediata substituição de equipamentos com níveis de consumo tecnologicamente superados; V – [...] propiciar a concessão de bônus por consumo reduzido de energia elétrica; VI – estabelecer limites de uso e fornecimento de energia;

A CRISE ENERGÉTICA BRASILEIRA DE 2001

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A CRISE DE ABASTECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA DE 2001/2002

Conhecida também como “Crise do Apagão”, afetou o fornecimento e distribuição de energia elétrica no Brasil entre 1 de julho de 2001 e 27 de setembro de 2002 sendo causada, basicamente, por falta de chuvas e por falta de planejamento e investimentos em geração de energia.

Segundo o RELATÓRIO SOBRE A CRISE DE ABASTECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA, 2002: “Assim, o aumento da demanda; a sangria continuada dos reservatórios; a falta de chuvas na temporada2000/2001; a falta de investimentos pelo Governo Federal, praticamente o único investidor, até o final da década de 80; o fato de não ter havido concessões novas para produção independente [...]; a insuficiência de investimentos em obras estratégicas [...] e o atraso do Programa Prioritário de termelétricas estão sem dúvida, entre as causas da crise de abastecimento de 2001”

Duas medidas provisórias foram editadas assim que a os efeitos da crise elétrica começaram a ser sentidos pela sociedade, MP nº 2.147 de 15 de maio de 2001 e a MP nº 2.198, de 28 de junho de 2001. Esta ultima criou o Programa Emergencial de redução do Consumo de Energia Elétrica, segundo Relatório sobre a Crise de Abastecimento de Energia Elétrica era objetivo desse programa:

I - estabelecer plano de contingenciamento de carga, [...] para redução compulsória da demanda de energia elétrica;

II - otimizar o consumo de energia, priorizando setores estratégicos;

III - deflagrar campanhas educativas [...];

IV - estimular a imediata substituição de equipamentos com níveis de consumo tecnologicamente superados;

V – [...] propiciar a concessão de bônus por consumo reduzido de energia elétrica;

VI – estabelecer limites de uso e fornecimento de energia;

VII – estimular a autoprodução de energia;

Um outro programa teve inicio à época com a finalidade de aumentar a oferta de energia no país, foi o Programa Estratégico Emergencial de Energia Elétrica, que segundo o RELATÓRIO SOBRE A CRISE DE ABASTECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA,2002, visava:

I. diversificar a matriz energética, de modo a reduzira dependência do regime hidrológico;

II. fomentar pesquisas no desenvolvimento de fontes alternativas de energia;

III. maximizar a produtividade das fontes geradoras instaladas e concluir os projetos em implantação.

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Para viabilizar todos esse projetos o Governo implementou uma série de Medidas

Provisórias, Decretos e resoluções que segundo Relatório sobre a Crise de Abastecimento de

Energia Elétrica somavam no mês de fevereiro de 2002 a 152 documentos. Entre eles estavam

a MP nº 2.204 de 8 de agosto de 2001 que assegurou investimentos de R$ 1,145 bilhão para a

Eletrobrás, a Resolução nº 4, de 22 de maio de 2001, DOU 23 de maio de 2001 que dispõe

sobre limite de consumo e fornecimento de energia elétrica e medidas de redução do

consumo, a Resolução nº 23 de 5 de julho de 2001 que cria o Programa Emergencial de

Energia Eólica, a Resolução nº 104, de 24 de janeiro de 2002 que estabelece metas de

consumo para a iluminação pública, residencial, industrial e serviços das regiões Sudeste,

Centro-Oeste e Nordeste, dentre outros. Também com o intuito de encontrar soluções

emergenciais que pudessem evitar a falta de abastecimento total de energia elétrica a Medida

Provisória nº 2.147, também criou a Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica, e também

em 2001 foi criada pelo Congresso Brasileiro a Comissão Especial Mista, que teve por finalidade

estudar as causas da crise bem como propor medidas para atenuar suas consequências.

As primeiras medidas para desestatização do setor foi a com a promulgação da Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995 e a Lei nº 9.074, de 07 de julho de 1995, que estabeleceram o regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos, liberando assim o mercado de energia elétrica do monopólio estatal e estabelecendo normas para outorga e prorrogações das concessões e permissões de serviços públicos, respectivamente. O modelo tinha como principio a privatização de toda a distribuição, geração e transmissão. Foram efetivamente privatizadas, a maioria das empresas de distribuição e a minoria das empresas de geração, sendo que o racionamento de 2001, paralisou o processo de privatização do setor elétrico. Outros pontos fundamentais de implantação do modelo foram a desverticalização das empresas do Setor Elétrico, a criação do Operador Nacional do Sistema (ONS) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), a instituição do Mercado Atacadista de Energia (MAE), a livre comercialização de energia, o livre acesso à transmissão e distribuição e a proibição do comportamento anticompetitivo.

Todas essas medidas adotadas pelo Governo de Fernando Henrique Cardoso tiveram como principal objetivo afastar o Brasil de colapso energético maior do que o previsto.

A População

O racionamento foi provocado pelo déficit de geração de energia em comparação ao

consumo. Em março de 2001, o governo federal admitiu a possibilidade de haver uma crise no

abastecimento, o Ministério de Minas e Energia (MME) cogitou a possibilidade de interrupções

temporárias e regionais no fornecimento e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)

apresentou um projeto que multava quem consumisse mais energia do que a meta de redução

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do consumo. A economia compulsória de energia por parte dos consumidores foi iniciada em

1º de junho de 2001 e terminou em 1º de março, de 2002.

As regras básicas do racionamento, com as metas iniciais, eram: consumidores

residenciais, comerciais e industriais de baixa tensão dos Estados das regiões Sudeste, Centro-

Oeste e Nordeste, com consumo mensal acima de 100 kWh, tinham de reduzir 20% do seu

gasto energético; consumidores comerciais e industriais, de média e alta tensão, tinham metas

que variavam entre redução de 15% e 25%, conforme o ramo de atividade; e consumidores

com consumo mensal máximo de 100 kWh ficaram isentos das penalidades do racionamento.

O que marcou a população foram às medidas do governo federal para forçar os

brasileiros a racionar energia. A partir de 1º de julho de 2001, os consumidores tiveram que

cortar voluntariamente 20% do consumo de eletricidade, caso contrário, teriam um aumento

no valor da energia. Segundo o plano, quem consumisse até 100 quilowatts/hora por mês (30%

dos lares brasileiros) não precisaria economizar nada. Acima dessa faixa, a redução era

obrigatória e os que não aderissem ao pacote corriam o risco de ter a luz cortada - por três dias

na primeira infração, e seis dias em caso de reincidência. O governo ainda impôs uma

sobretaxa às contas de energia que fossem superiores a 200 quilowatts/hora por mês, pagando

50% a mais sobre o que excedesse a este patamar. Haveria uma segunda sobretaxa, de 200%,

para as contas acima de 500 quilowatts.

REFERÊNCIAS

1. A Crise de Abastecimento de Energia Elétrica: relatório.- Brasília: Senado Federal, Secretaria Especial de Editoração e Publicações,2002.

2.http://pt.wikipedia.org/wiki/Crise_do_apag%C3%A3o.Acesso em 21/01/2014.

3.http://www.osetoreletrico.com.br/web/component/content/article/57-artigos-e-materias/393-gerenciamento-de-energia-no-brasil.html. Acesso em 21/01/2014.