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Paulo Cesar de Abreu Paiva Junior – Gestão de Políticas Públicas – EACH - USP LESTE (E-mail: [email protected] / [email protected])
AACCHH33550033 -- TTEEOORRII AASS DDAA DDEEMM OOCCRRAACCII AA Prof. Dr. Wagner Pralon Mancuso
Resenha da literatura recomendada - Aula 05
(Robert Michels)
A Crítica Elitista à Democracia "Não se concebe democracia sem organização. (...) O princípio da organização deve ser considerado como a condição absoluta da luta política conduzida pelas massas..." (Michels, frases da primeira parte, caps. 1 e 2) "Quem diz organização, diz tendência para a oligarquia. Em cada organização, quer se trate de um partido, de uma união de ofícios, etc., a tendência aristocrática manifesta-se de forma bastante acentuada. (...) Quanto mais o aparelho de uma organização se complica, isto é, quanto mais ela vê aumentar o número de seus adeptos, seus fundos crescerem e sua imprensa desenvolver-se, mais terreno perde o governo exercido diretamente pela massa, suplantado pelo crescente poder dos comitês." (Michels, trecho da primeira parte, caps. 2)
Diante das relevantes temáticas abordadas e da restrição de espaço, cabe ressaltar de
maneira mais objetiva os principais argumentos e seus desdobramentos sem mais floreios.
O autor inicia o excerto recomendado com a questão da organização e seus
reflexos na consolidação na tese que defende e, posteriormente, comenta de maneira mais
detida: a organização dos partidos e de outras diversas instituições da sociedade sob uma
condição de regime democrático, apresentam (como contradição, diga-se de passagem)
uma ordem favorecedora de tendências oligárquicas. Tais tendências justificam as
dificuldades de se consolidar um governo das massas, repleto de dificuldade técnicas e
mecânicas, como as questões da representação, deliberação e delegação de poderes.
TEXTO BASE:
Robert Michels - Sociologia dos Partidos Políticos -
Brasília: editora da UnB, 1981. (Primeira parte: capítulos 1 e 2;
quinta parte: capítulos 3 e 4; sexta parte: capítulos 1, 2 e 3).
Paulo Cesar de Abreu Paiva Junior – Gestão de Políticas Públicas – EACH - USP LESTE (E-mail: [email protected] / [email protected])
Nesse quadro, o ideal prático da democracia se torna destoante com os
procedimentos dos partidos em sua consolidação de respectivas "elites" internas. O tão
satisfatório e apregoado " self-government" acaba por ser reformado, resultando em uma
"reunião de delegados políticos profissionais embasados pelas inspirações técnicas
patrocinadas ou fomentadas pelos seus respectivos partidos políticos". É dessa maneira,
segundo o autor, que a esfera do controle democrático se reduz a uma "igreja" política, de
algum partido ou parceria.
Para finalizar a resenha, que infelizmente deve ser limitada à pragmática "folha e
meia", vale citar o exemplo dado sobre os primórdios do socialismo alemão: Michels
comenta que o assim chamado VERTRAUENSMANN (o homem de confiança) passava a
ser substituído pelo BERZIRKSLEITER (ou político-profissional) sob a mesma lógica.
Aparentemente, a ação de se transformar os chefes ocasionais em chefes
profissionais parece confirmar a tese principal de que de "maneira natural" vão se
consolidando métodos e lógicas de controle cada vez mais restritas e restritivas: o
chefe "profissional" é sempre munido de inspirações e conhecimentos que nem sempre são
contemplados nos chefes "ocasionais", parte de uma porção mais possível nos partidos.
Concluir-se-ia, então, à luz do estudo explicitado, que no gênero humano - inevitavelmente
- percebem-se os notáveis como tendência natural, e pelos notáveis exercitando suas
participações políticas é que os governos tendem a se alicerçar.