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A CULTURA DA MANGA · 1 Embrapa Informação Tecnológica Brasília, DF 2006 A CULTURA DA MANGA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical

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Embrapa Informação TecnológicaBrasília, DF

2006

A CULTURA DA MANGA

Empresa Brasileira de Pesquisa AgropecuáriaEmbrapa Mandioca e Fruticultura TropicalMinistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

2a ediçãorevisada e ampliada

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Coleção Plantar, 53

Produção editorial: Embrapa Informação TecnológicaCoordenação editorial: Fernando do Amaral Pereira

Mayara Rosa CarneiroLucilene Maria de Andrade

Revisão de texto e tratamento editorial: Francisco C. MartinsEditoração eletrônica: Grazielle Tinassi OliveiraIlustração da capa: Álvaro Evandro X. Nunes

1ª edição1ª impressão (1994): 5.000 exemplares2ª impressão (2000): 500 exemplares3ª impressão (2002): 1.000 exemplares4ª impressão (2003): 1.000 exemplares5ª impressão (2006): 1.000 exemplares

2ª edição1a impressão (2006): 1.000 exemplares

© Embrapa 2006

Todos os direitos reservados

A reprodução não autorizada desta publicação, no todoou em parte, constitui violação dos direitos autorais (Lei 9.610).

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Embrapa Informação Tecnológica

A cultura da manga. – 2. ed. revisada e ampliada – Brasília, DF :Embrapa Informação Tecnológica, 2006.63 p. : il. – (Coleção Plantar, 53).

ISBN 85-7383-371-8

1. Colheita. 2. Doença. 3. Embalagem. 4. Plantio. 5. Variedade.I. Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical. II. Coleção.

CDD 634.44

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Autores

Nelson FonsecaEngenheiro agrônomo, D.Sc. em Fitotecnia,pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical,[email protected]

Getúlio Augusto Pinto da CunhaEngenheiro agrônomo, D.Sc. em Fitotecnia,pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical,[email protected]

Antonio Souza do NascimentoEngenheiro agrônomo, Ph.D. em Entomologia,pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical,[email protected]

Hermes Peixoto Santos FilhoEngenheiro agrônomo, M.Sc. em Fitopatologia,pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical,[email protected]

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Apresentação

O agronegócio brasileiro é carente de informaçõesdirecionadas ao pequeno produtor. O objetivo daColeção Plantar é preencher essa lacuna com informa-ções oportunas e precisas sobre como produzir hortali-ças, frutas e grãos numa área do sítio ou da fazenda, ouaté mesmo num quintal.

Elaborado em linguagem conceitual simples edireta, o texto de cada título é dirigido ao produtor familiar,na certeza de que essas informações vão contribuir paraa geração de mais alimentos, renda e emprego para osbrasileiros, permitindo, assim, que a agricultura familiarincorpore-se ao agronegócio.

No momento em que o agronegócio conquista omercado internacional, a Embrapa Informação Tecnoló-gica reafirma a importância desta coleção didática comoreferência para o produtor familiar produzir com segu-rança, qualidade e eficiência.

Fernando do Amaral PereiraGerente-Geral

Embrapa Informação Tecnológica

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Sumário

Introdução........................................... 9Clima...................................................11Solo....................................................12Cultivares.............................................15Preparo da Muda.................................20Plantio.................................................22Tratos Culturais....................................26Adubação de Manutenção....................28Podas...................................................33Indução Floral....................................39Controle de Doenças............................44Controle de Pragas...............................48Colheita...............................................52Beneficiamento....................................54Embalagem e Comercialização.............55Rendimento.........................................57Coeficientes de Produção......................58Referências........................................... 68

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Introdução

A manga é uma das frutas mais procu-radas no mundo. Consumida principalmenteao natural, pode ser transformada emnumerosos produtos: polpa simples, suco,sorvete, geléias, compotas, etc. É ótima fontede vitaminas A e C (Tabela 1).

A procura pela manga tem aumentadobastante nos mercados interno e externo,alcançando preços compensadores. Porisso, em matéria de frutas para o Brasil, amangueira (Mangifera indica L.) representauma opção importante, especialmente paraa Região Semi-Árida do Nordeste.

Contudo, para que se tenha êxito nasua cultura é preciso adotar práticas adequa-das de cultivo, de modo que o produtoatenda às exigências do mercado consu-midor. É essencial que a fruta tenha boa

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qualidade e o custo de sua produção sejacompetitivo.

Clima

A mangueira se adapta bem em áreasonde as estações seca e chuvosa se apresen-tam bem definidas. O período seco deveocorrer bem antes do florescimento, demodo a permitir à planta um período derepouso vegetativo e prolongar-se até afrutificação, para evitar os danos causadospela antracnose e o oídio. Após a frutifica-ção, é benéfica a ocorrência de chuva, poisestimula o desenvolvimento dos frutos eimpede sua queda.

Na Região Semi-Árida, as chuvas deixamde ser relevantes, desde que se possa recorrerà irrigação. Quando se pode contar com umsistema de irrigação, o plantio da mangueirapode ser feito em qualquer época do ano.

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Quando não se dispõe dele, realiza-se oplantio no período das águas.

Solo

Rústica, a mangueira vegeta e frutificabem tanto em solos arenosos quanto nosargilosos, ligeiramente ácidos ou alcalinos.Quando se tem em vista a exploração comer-cial, sempre que possível, preferem-se ossolos areno-argilosos, soltos, profundos ede boa fertilidade. Solos de baixadas, sujeitosa encharcamento, e os pedregosos, devemser evitados. As áreas que permitem amecanização são especialmente indicadas.

As operações de preparo do solo são feitascom antecedência e consistem na roçagem,queima do mato, encoivaramento e destoca.Após a limpeza da área, procede-se à araçãoe, de 20 a 30 dias depois, à gradagem, cole-tando-se, então, amostras de solo para análise.

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Na Região Semi-Árida nordestina, oespaçamento que se tem utilizado, com bonsresultados, é o de 8 m entre ruas por 5 mentre plantas. Com essa disposição, são 250plantas por hectare. Nas regiões Sudeste eCentro-Oeste, o espaçamento mais comumé o de 10 x 10 m, sendo a densidade de 100plantas por hectare. Densidades maiores que250 plantas/ha podem ser usadas. Noentanto, as operações de manejo do pomar– podas, irrigação, nutrição, uso de regula-dor de crescimento vegetal (paclobutrazol)e déficit hídrico – tornam-se mais exigentes,principalmente para manter o tamanho daplanta no espaçamento preestabelecido.

Determinado o espaçamento, faz-se oalinhamento, de preferência em quadrado ouquincôncio, que consiste em marcar com umpiquete o local onde será aberta a cova quereceberá o enxerto de mangueira. Quando

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se utiliza área com declive acentuado, alinha-se em curva de nível, com vistas ao controleda erosão.

Após a marcação da área, são abertasas covas. Estas medem 60 x 60 x 60 cm.Deve-se ter o cuidado de separar a camadade terra da superfície (Fig. 1a), da camadado subsolo (Fig. 1b). No momento dereencher a cova, essas camadas serãoinvertidas no interior dela.

Fig. 1. Preparação da cova

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Cultivares

Cuidados especiais devem ser tomadosna escolha da cultivar a ser plantada,sabendo-se que são necessários grandesinvestimentos na instalação de um pomar demangueiras e que só a partir do terceiro anoelas começam a dar produção econômica.

As cultivares mais indicadas são as quealiam a alta produtividade a qualidades comoa coloração atraente do fruto (de preferênciavermelha), bom sabor, pouca fibra, resistên-cia ao manuseio e ao transporte para merca-dos distantes. Devem ainda ser tolerantes àantracnose e não sujeitas à alternância deprodução.

A cultivar Tommy Atkins responde por80% dos plantios de manga em função desua maior resistência a pragas e doenças, epor apresentar maior durabilidade pós-

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colheita. Possui uma coloração avermelhadana casca, um requisito básico para a exporta-ção. Entretanto, tem pouco cheiro e é media-namente fibrosa. Contudo, outras cultivarestêm surgido como promissoras, quanto àprodutividade e à qualidade dos frutos. Aseguir, são descritas algumas característicasde cultivares, que poderão ser incluídas emnovos plantios.

Tommy Atkins – Os frutos são médiosa grandes, chegando a pesar de 400 a 700 g,de cor amarela a vermelha-brilhante, comsuperfície lisa, casca grossa e resistente; apolpa é amarelo-escura, de excelente sabor,doce (17% de açúcares) e pouca fibra. Asemente é pequena e mono-embriônica.Precoce a meia-estação, produção regular eárvore vigorosa. Relativamente resistente àantracnose e ao transporte, mas bastantesuscetível ao colapso-interno-do-fruto.

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Haden – Os frutos são médios agrandes, chegando a medir de 400 a 600 g.A cor é amarelo-rosada; a polpa é sucosa,sem fibras, doce (17% de açúcares), de corlaranja-amarelada. A semente é pequena emono-embriônica. A ‘Haden’ é precoce àmeia-estação. Além de vegetar muito, a plantaé considerada alternante e suscetível àantracnose e à seca-da-mangueira.

Keitt – Os frutos são grandes,chegando a pesar de 600 a 900 g, a cor éamarelo-esverdeada com laivos fracosavermelhados; polpa de coloração amarela-intensa, sem fibras, sucosa; a semente épequena; poliembriônica; a planta é muitoprodutiva, com hábito de crescimentotípico, ramos longos e abertos. Quanto àépoca de maturação, é tardia. É relati-vamente resistente à antracnose e aotransporte.

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Kent – Frutos grandes, pesando de 600a 750 g, ovalados, de casca verde-claro-amarelada, tornando-se avermelhada, quandomadura, e de maturação tardia; a polpa éamarelo-alaranjada, doce, sem fibra, aromá-tica e sucosa. A semente é pequena e mono-embriônica. A árvore é vigorosa e produtiva.

Palmer – Os frutos são médios a gran-des, chegando a pesar de 400 a 600 g,quando imaturos, apresentam cor verde-arro-xeada e, quando maduros, tornam-se coradosde vermelho-escuro. A polpa é amarelada,firme e com pouca ou nenhuma fibra.A relação polpa/fruto é de 0,7 com polpafirme, teor médio de fibras e casca fina.As sementes são mono-embriônicas ecompridas. A ‘Palmer’ apresenta copa abertae suscetível a antracnose, mas com poucocolapso interno. O teor de Brix é 19%, superiorao da ‘Tommy Atkins’, o que deve concorrerpara seu sabor superior.

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Espada – Os frutos são médios, che-gando a pesar 200 a 400 g. De cor verde-intenso ou amarelo-esverdeado, alongadocom base côncava, com casca lisa e espessa.A polpa tem muita fibra, é de cor amareladae representa 60% do peso do fruto. Possuibom sabor, com Brix variando de 17% a21%. Tem lugar de destaque no mercadointerno, sendo muito utilizada como porta-enxerto. A semente é poliembriônica, alonga-da, coberta com fibras e possui muitas nervuras.

Rosa – Os frutos são médios, chegan-do a medir até 350 g. A cor é amarelo a rosa-avermelhado. Apresenta formato alongadocordiforme e a casca é espessa e lisa. A polpaé amarelo-ouro, com Brix de 14% a 16% emoderadamente suculenta, fibrosa e de sabormédio, com odor terebintinoso. A sementeé, predominantemente, poliembriônica.A ‘Manga-Rosa’ é uma das cultivares mais

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importantes do Nordeste e muito conhecidano Brasil.

Surpresa – Essa cultivar produz frutosde médio a grande, chegando a pesar de 400a 600 g. Apresentam coloração amarela-intensa; a polpa é amarela, firme, sucosa,muito doce, de sabor agradável e sem fibra.A semente é pequena; a planta é muitoprodutiva e relativamente resistente àantracnose. Quanto à época de maturação,a cultivar Surpresa é meia-estação a tardia.

Preparo da Muda

A muda ou enxerto pode ser feita napropriedade ou adquirida de viveiristasidôneos. Conquanto todas as cultivaressirvam como porta-enxertos, as maisutilizadas têm sido a Espada, a Carlota, aUbá, a Coquinho, a Santa Alexandrina e aItamaracá, entre outras.

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Uma vez colhidos os frutos destinadosao preparo dos porta-enxertos, procede-seà retirada da polpa, lavagem das sementes esecagem à sombra, em local ventilado. Comauxílio de uma tesoura-de-poda, retira-se oinvólucro coriáceo (endocarpo ou casca),que envolve as amêndoas.

A seguir, estas são postas a germinarem embalagens ou sacos de plástico de po-lietileno preto, nas dimensões 35 cm x 20 cmx 0,20 mm (altura x largura x espessura),enchidos de um substrato geralmente de soloou contendo uma mistura de três partes deterra vegetal, uma parte de esterco de curralbem curtido, 3,0 kg de superfosfato simplese 0,5 kg de cloreto de potássio por metrocúbico de mistura de terra e esterco.

Deve ser semeada uma amêndoa emcada saco, posicionada com a parte ventralvoltada para baixo, numa profundidade sufi-

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ciente para que ela seja coberta. Do contrário,poderá comprometer o sistema radicular daplanta, que ficará torcido. Seis meses apósa semeadura, os porta-enxertos estarão emcondições de receber o enxerto.

Os métodos comumente utilizados paraenxertia, com algumas variações, são a garfa-gem e a borbulhia (ver Coleção Plantar,No 54 - Produção de Mudas de Manga). Oprimeiro confere desenvolvimento mais rápi-do ao enxerto, o que possibilita transplantá-lo para o local definitivo 3 a 4 meses após aenxertia, enquanto o segundo permite maioreconomia de material de propagação, nocaso de gemas ou de borbulhas.

Plantio

As adubações das covas são feitasconforme as recomendações da análise dosolo. Se necessário, faz-se uma calagem na

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cova 1 a 2 meses antes do plantio da muda.Geralmente, recomendam-se 20 L de estercode curral bem curtido (caprino, ovino oubovino), ou 5 L de esterco de galinha, ferti-lizantes fosfatado, potássico e uma misturade micronutrientes. Os adubos devem serbem misturados com o solo, antes do plantioda muda.

As operações do plantio propriamentedito são precedidas pelo preparo, cerca de30 dias, antes da mistura de solo para opreenchimento da cova. As adubações dascovas são feitas conforme as recomen-dações da análise de solo. Se necessário,faz-se uma calagem na cova 1 mês antes doplantio da muda. Geralmente, recomenda-seque a terra da superfície da cova (Fig. 1a)seja misturada com 10 a 20 L de esterco decurral bem curtido, fertilizantes fosfatado,potássico e uma mistura de micronutrientes.

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Lança-se dentro da cova metade da terramisturada, e sobre esta acomoda-se a muda,uma vez removido o envoltório de plástico.Coloca-se a muda de tal modo que fiquecom seu colo ligeiramente acima do níveldo terreno (Fig. 2a).

A outra metade da mistura é utilizadapara completar o enchimento da cova. Final-mente, faz-se uma bacia em torno da mudae irriga-se com 10 a 20 L de água (Fig. 2b).

Deita-se palha ou capim seco sobre acova, para evitar o aquecimento excessivodo solo junto à muda recém-plantada. A co-bertura da muda com palhas de ouricuri ououtro material disponível na região – quedeve ser feita logo após o plantio –, tambémajuda a evitar a insolação direta sobre oenxerto.

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Fig. 2 . Plantio de muda.

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Tratos Culturais

As práticas culturais, realizadas nacultura da mangueira, têm a finalidade defornecer condições favoráveis ao desenvolvi-mento das plantas, resultando em aumentode produtividade e melhor qualidade do fruto.Constituem os principais tratos culturais:manejo de mato, irrigação, adubação demanutenção, podas e indução floral.

Durante a formação do pomar, reco-menda-se manter a faixa de plantio livre demato. Para tanto, efetua-se o coroamento dasplantas e/ou as capinas nas faixas de plantio,que podem ser manuais, mecânicas ouquímicas (herbicidas).

Nos primeiros anos após o plantio, umaboa prática consiste em consorciar o man-gueiral com culturas temporárias, de prefe-rência de porte baixo, como feijão, amen-

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doim, milho, soja, arroz-de-sequeiro, melan-cia, abóbora, melão ou mesmo com fruteiras,como mamão, maracujá e abacaxi, a fim dese fazer uso mais racional da terra e reduziros custos de implantação da cultura.

Em relação à irrigação da mangueira, épreciso considerar vários aspectos, como osistema radicular e as fases de desenvolvi-mento da planta, o clima, o solo, etc. Duranteos primeiros meses após o plantio e até asmangueiras começarem a produzir, nosperíodos de falta de chuva, a irrigação éextremamente necessária, para que elas sedesenvolvam de modo satisfatório.

Já nas plantas em fase de produção,caso o método de indução floral seja pelodéficit hídrico, interrompe-se a irrigação 1 a2 meses antes da época do florescimento,para que entrem em repouso vegetativo.

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Durante o florescimento e o desenvolvimentodos frutos, as irrigações devem ser freqüen-tes, para se evitar a queda de flores e defrutos recém-formados.

Na cultura da mangueira, vários méto-dos de irrigação podem ser utilizados. Amicro-aspersão e o gotejamento parecem seros melhores, por serem eficientes, permitirema fertirrigação (isto é, fertilizantes incorpora-dos à água de irrigação) e não aumentaremo risco de ocorrência de doenças.

Adubação de Manutenção

Com base nos resultados da análise dosolo e em análise foliar, pode-se fazer umaadubação criteriosa e, assim, manter o pomarem bom nível nutricional. Com base nessesresultados, os técnicos da Embrapa, dasempresas estaduais de pesquisa e da exten-são rural podem prestar informações pre-

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cisas aos produtores interessados nessacultura.

Como orientação geral, aconselha-setomar por base as doses de adubos ecorretivos registradas no livro A Cultura daMangueira (GENÚ; PINTO, 2002) e asTabelas 2 e 3 do Manual de Adubação eCalagem para o Estado da Bahia (CO-MISSÃO ESTADUAL DE FERTILIDADEDO SOLO, 1989). Essas indicações seacham sujeitas a alterações nas diversasregiões produtoras, decorrentes de resulta-dos experimentais e das análises de solo.

No caso da calagem e adubação damangueira, devem ser consideradas duassituações distintas. Uma diz respeito à culturaem condição de sequeiro, e a outra à culturairrigada.

Quanto ao modo e à época de aplicaçãodos adubos, no caso da cultura em condição

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de sequeiro, lançam-se na cova, por ocasiãoda implantação da cultura, metade donitrogênio (N), sob a forma orgânica, e ofósforo (P) recomendados. Já o N mineral eo potássio (K) são aplicados entre 30 e 60dias após o transplante (Tabela 2).

Na fase de desenvolvimento, o P deveser lançado de uma única vez, no início daestação chuvosa, e o N e o K, em duas doses(no início e no final da estação chuvosa).

No período de frutificação, sempre quepossível, as doses anuais de fertilizantes sãofracionadas em duas épocas (antes dafloração e no início da frutificação).

Havendo possibilidade, utiliza-se parteda adubação nitrogenada sob a formaorgânica, nas fases de desenvolvimento e defrutificação. Após as adubações de cober-tura, faz-se uma escarificação ou uma

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gradagem leve, para reduzir as perdas denutrientes.

No caso de cultura em condição irriga-da, o calcário é aplicado a lanço em toda aárea de plantio, e em seguida faz-se suaincorporação ao solo. Recomenda-se, tam-bém, fazer uma aplicação na cova de plantio.Em pomares já instalados, aplicar o calcárioa lanço e passar a grade superficialmente.Em qualquer um dos casos, as dosagens sãodeterminadas pelos resultados da análisedo solo.

Em plantios comerciais, providencia-se,também, a análise foliar, de modo a verificarse são adequados os teores de nitrogênio (N),cálcio (Ca) e micronutrientes, principalmenteBoro (Bo) e Zinco (Zn), para suprir as neces-sidades desses elementos pela mangueira.Por exemplo, a suficiência de cálcio reduz a

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incidência de um distúrbio conhecido comodegeneração-da-polpa-do-fruto (soft-nose).

Quanto ao modo e à época de aplicaçãodos adubos, o N e o K são lançados a cadaperíodo de 4 meses, iniciando com o plantio(Tabela 3). O P é aplicado todo de uma vez.No período de frutificação, as adubaçõescom N e K devem ser ajustadas, para queseja feita uma aplicação antes da floração eoutra no início da formação dos frutos. Aadubação seguinte só deve ser feita após acolheita.

Podas

As podas são importantes para aformação da planta, como também paraproporcionar o equilíbrio entre as raízes e aparte aérea, regularizando seu vigor,florescimento e produção. Também propor-cionam a manutenção do porte e do bom

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estado sanitário da planta, além de frutos demelhor qualidade.

Nota: após cada planta podada, as ferramentasutilizadas devem ser desinfetadas com água

sanitária, para evitar a disseminação de doenças.

Os cortes devem ser inclinados, semlascas nos ramos, para evitar acúmulo deumidade no local podado. Todos os locaispodados devem ser tratados com uma pastafúngica, à base de cobre.

Os restos vegetais devem ser remo-vidos de debaixo das copas das plantas.Por sua vez, os restos vegetais com sinto-mas de doenças devem ser queimados e osoutros materiais podados, de preferênciatriturados para formação de compostosorgânicos.

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Entre as podas mais importantes, estãoas de formação e de produção (limpeza, levan-tamento de copa, lateral, topo e aberturacentral).

As podas de formação consistem emaproximadamente 4 a 5 operações, para for-mar uma planta estruturalmente bem confor-mada, capaz de sustentar boas cargas defrutos. A primeira poda é feita abaixo do nó,em ramo maduro, a uma altura de cerca de60 cm do solo.

Após a brotação, selecionam-se trêsramos em localização alternada do caule, queserão os futuros troncos ou pernadas daplanta. Os demais ramos são eliminados,fazendo-se novos cortes abaixo do nó dosramos selecionados, quando atingirem 1 ou2 emissões foliares seguidas.

O mesmo procedimento é feito até aquarta poda, onde a partir desta (quinta

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poda), o corte será feito acima do nó, seleci-onando-se os ramos da planta para areprodução. Essa fase da planta é atingidaentre 2,5 e 3 anos de idade.

As podas de limpeza consistem naretirada de ramos secos e doentes (princi-palmente com Colletotrichum, Fusarium eBotryodiplodia), proporcionando melhorasseio e evitando focos de doenças. Osramos com frutificação tardia também sãoeliminados na colheita ou logo em seguida.

As podas de levantamento de copaconsistem na retirada dos ramos vegetativospróximos do solo, deixando a copa entre0,50 e 1,00 m de altura. Essa operação auxiliano controle de ervas daninhas, facilita aaplicação de cobertura morta, melhora adistribuição da água de irrigação e evita que

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os frutos dos ramos mais baixos entrem emcontato com o solo.

As podas laterais têm a finalidade demanter um espaçamento entre as fileiras deplantas, permitindo a passagem de tratores eimplementos para efetuar as pulverizações,colheitas, etc.

A poda do topo ou superior da copatem o objetivo de manter uma altura estávelda planta, geralmente entre 4,0 a 5,0 m.

As podas de abertura central da copaconsistem na eliminação de ramos localiza-dos no centro da copa ou ramos bem desen-volvidos com crescimento vertical, os quaisdificilmente produzem frutos. Essa poda éfeita para aumentar a luminosidade e a aeraçãono interior da copa, favorecendo a emissãode inflorescências dos ramos interiores, alémde melhorar a coloração dos frutos.

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Indução Floral

A indução floral é uma prática degrande importância, pois propicia o aumentoda produção e possibilita o deslocamentode colheitas para períodos de entressafra,ocasionando maior retorno econômico.Existem os métodos convencional e orgânicode indução floral da mangueira. O métodoconvencional de indução do florescimentoda mangueira ‘Tommy Atkins’, principal-mente na Região do Submédio São Francis-co (Juazeiro, BA e Petrolina, PE), é medianteo uso do paclobutrazol (PBZ) em regime deirrigação constante da planta, de nitratos ede adubações químicas à base de macro emicro elementos.

Após a colheita de frutos, são feitas aspodas dos ramos com restos florais daúltima safra, seguida da irrigação da planta e

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de adubação, principalmente nitrogenada oude pulverizações foliares de nitrato depotássio (1% a 2%), para quebrar adormência das gemas e obter a emissão denovos fluxos foliares. Quando esses novosramos atingirem cerca de 20 dias de idade, éfeita a aplicação do PBZ (1 mL doingrediente ativo por metro de diâmetro decopa) ao redor do caule da planta, para deterseu crescimento.

Após 90 dias da aplicação de PBZ naplanta, quando os ramos estiverem bemmaduros, são iniciadas as pulverizaçõesfoliares com nitrato de potássio de 3% a4%, alternando ou não com nitrato de cálcioa 2%, para quebrar a dormência das gemas.

O intervalo das pulverizações de nitratodeve ser semanalmente. Em torno de 30 diasapós o início das pulverizações de nitrato,

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ocorre o florescimento da planta. Na épocade desenvolvimento de frutos, são feitasnovas adubações químicas para a nutriçãoda planta e, decorridos 105 a 110 dias apóso florescimento, tem-se a nova colheita defrutos.

Em outros métodos convencionais deindução do florescimento da mangueira,sugerem-se as inclusões de pulverizações desulfato de potássio, para aumentar o teor decarboidratos na planta e impedir novoscrescimentos vegetativos, de pulverizaçõesde ethephon para acelerar a maturação dosramos, de 1 ou 2 pulverizações com micro-nutrientes (zinco e boro) para proporcionarmaior número de flores perfeitas e do usode déficit hídrico da planta, para reduzir aconcentração de PBZ e o consumo de águada irrigação.

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Nesses métodos, são feitas duas pulve-rizações de sulfato de potássio (2%), inicia-das 30 dias após a aplicação do PBZ, comintervalo em torno de 10 dias entre umapulverização e outra. Após 12 dias da últimapulverização com sulfato de potássio, faz-se a aplicação de ethephon, 1 ou 2 aplicações(com intervalo de 2 semanas uma da outra),na concentração de 300 ppm cada.

As pulverizações com zinco e boro sãofeitas nos intervalos entre cada pulverizaçãode nitrato, caso esses elementos estejam comníveis foliares abaixo de 70 ppm e 100 ppm,respectivamente. O déficit hídrico é iniciadoaos 70 dias após a aplicação do PBZ, commonitoramento da água, para evitar oamarelecimento e a queda das folhas. Oretorno da irrigação, com reposição total danecessidade da planta, deve ser quando asgemas apresentarem sintomas de brotação.

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No cultivo orgânico, o método da indu-ção floral é feito pelo uso do déficit hídrico,de podas, de biofertilizantes e de adubaçõesorgânicas (compostagem, estercos deanimais, rochas moídas e adubação verde).Após a colheita, são feitas as podas dosramos terminais da mangueira e adubaçõesorgânicas, (principalmente compostagem eestercos de animais) para forçar o cresci-mento vegetativo da planta.

Após as brotações vegetativas e o de-senvolvimento dos novos ramos (entre 1 e 2meses de idade), é iniciado o déficit hídricomonitorado, retirando-se a água da irrigaçãogradualmente ou de vez, da planta. Quandoos ramos estiverem maduros (folhas voltadaspara baixo e quebradiças), são feitas aspulverizações foliares dos biofertilizantes,para quebrar a dormência das gemas.

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Na época de florescimento da planta ede desenvolvimento de frutos, são feitasnovas adubações orgânicas, para nutriçãoda planta. Para esse sistema de cultivo, oretorno da irrigação normal da planta ocorrena época de florescimento pleno damangueira.

Controle de Doenças

Há doenças que podem comprometera produção de frutos. As mais danosas, emnossas condições, estão indicadas a seguir:

Antracnose – É causada pelo fungoColletotrichum gloeosporioides, quepermanece nos galhos secos de um ano paraoutro. As folhas apresentam manchasescuras, de tamanho e contorno irregulares.Nas áreas onde essas manchas ocorrem, ostecidos morrem. As inflorescências tambémficam escuras, tornam-se quebradiças e

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acabam por cair. Nos frutos, surgem lesõesirregulares, deprimidas e escuras, chegandoa atingir até a parte interna.

Um importante controle dessa doençaé a poda dos galhos. A antracnose tambémpode ser controlada com o uso de fungicidasà base de cobre: benomyl (30 g/100 L deágua), mancozeb (250 g/1 00 L de água) etriazóis ou Tebuconazole a 0,25%. Ascultivares Tommy Atkins e Keitt são consi-deradas medianamente resistentes.

Seca-da-mangueira – É causada pelofungo Ceratocystis fimbriata. As folhas daponta dos ramos atacados amarelecem,murcham e secam. Posteriormente, os ramostambém secam e a planta chega a morrer.Essa doença é disseminada por uma pequenabroca (Hypocryphalus mangiferae), que sóé vetor quando o fungo existe no pomar.

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Deve-se inspecionar o pomar perio-dicamente e, uma vez detectada essa doença,deve-se cortar a parte atingida a 40 cm doponto da infecção e queimar os ramosatacados. Em seguida, deve-se pincelar aparte cortada com pasta à base de cobre.

Em pomares com plantas de 4 a 5 anosde idade, deve-se primeiramente pincelarcom dimecron a 0,35%, do tronco até asprimeiras forquilhas. Depois, pincelar compasta cúprica nas mesmas áreas. Isso reduzo aparecimento da doença, em função docontrole do vetor. Devem-se marcar asplantas tratadas, para facilitar novasinspeções. As cultivares Tommy Atkins, Keitte Kent são consideradas medianamenteresistentes.

Oídio – O fungo Oidium mangiferaecausa sérios prejuízos às folhas, aos ramosnovos, às inflorescências, às flores e aos

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frutos. Apresenta-se sob a forma de um póbranco-acinzentado, que se deposita sobrea superfície dos órgãos atacados. Estesperdem sua função e caem. Para seu controle,fazem-se pulverizações com produtos à basede enxofre. A primeira aplicação se faz algunsdias antes do florescimento; a segunda, apósa queda das flores, e a última, depois daformação dos frutos.

Botriodiplodia – O pedúnculo e a partebasal do fruto assumem coloração escura econsistência mole. Os frutos procedentes docampo devem ser imersos em água quente(55°C), em mistura com benomyl (por2 minutos) ou com fungicidas cúpricos (por5 minutos).

Colapso-interno-do-fruto – Ocorre oamolecimento da polpa, às vezes, com sepa-ração da casca. Como medida de controle,colhe-se o fruto “de vez”. Manter o pomar,

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em que a ocorrência do distúrbio seja alta,com adubação na qual os teores denitrogênio são baixos, com teor de cálcio nafolha em torno de 2,5%. Fazer a calagem e,se necessário, aplicar cálcio complementar.

Malformação – As inflorescênciasformam uma massa compacta de flores estéreis.Nas gemas vegetativas, há a formação debrotos curtos e folhas rudimentares. Comoo problema parece estar relacionado comataque de ácaros (Eriophyes mangiferae) efungos (Fusarium subglutinans, F.oxysporum, F. sacchari), recomendam-sepulverizações com acaricidas e fungicidasapós a poda e a eliminação dos ramos commalformação.

Controle de Pragas

Diversas espécies de insetos causamdanos à mangueira. As principais são as des-

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critas abaixo, onde, em seguida, os métodosde controle também são indicados.

Moscas-das-frutas – As espécies quemais prejudicam a mangueira são aAnastrepha obliqua, A. fraterculum eCeratitis capitata, esta conhecida comomosca-do-mediterrâneo.

As principais medidas de controleconsistem em:

• Evitar plantios próximos às fruteirasmuito atacadas pelas moscas.

• Coletar os frutos atacados e enterrá-los em covas fundas.

O controle direto do inseto é feito como uso de iscas tóxicas, à base de trichlorfon(80%, 200 g) ou malathion (200 mL) e 1 Lde proteína hidrolisada.

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Esses produtos são misturados commelaço ou açúcar-mascavo (5 kg/100 L deágua). Após o preparo uniforme da mistura,borrifam-se as plantas em aproximadamente1 m2 de copa. O tratamento é repetidoquinzenalmente e suspenso 30 dias antes doinício da colheita.

No caso de exportação, os frutos sãomergulhados num tanque com água quente(46°C), circulante, durante 75 minutos (frutoscom até 425 g) ou 90 minutos (frutos com426 a 650 g). Em volta da área de empacota-mento, deve-se usar um telado (plástico oumetálico), para evitar uma possível infestaçãopelas moscas-das-frutas, após o tratamento/resfriamento. Faz-se, também, obrigatoria-mente, o monitoramento do pomar.

Cochonilhas – A principal espécie é aAucalopsis tubercularis, encontrada naRegião Semi-Árida e no Cerrado (com baixa

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umidade relativa do ar). Essa praga suga aseiva de todas as partes verdes da planta,causando queda de folhas, secamento deramos e o aparecimento de fumagina,geralmente provocando maiores danos empomares com 1 a 3 anos de idade.

O controle dessa praga é feito mediantea pulverização de óleo mineral misturado aum inseticida fosforado, evitando-se aaplicação nas horas mais quentes do dia eno período de floração.

Broca-da-mangueira (Hypocryphalusmangiferae) – Esse besouro está associadoà seca-da-mangueira, como transmissor dofungo Ceratocystis fimbriata, iniciando oataque pelos ramos mais finos no topo dacopa, onde aparecem os ramos secos.Devem-se efetuar inspeções periódicas nopomar e eliminar a planta nova ou os ramos

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atacados de plantas adultas. Após a podados ramos afetados, faz-se a pulverizaçãoou o pincelamento com carbaril, misturadoa um fungicida à base de cobre.

Ácaros – O principal deles é o Eriophyesmangiferae, de coloração branca, comaspecto de verme. Ele ataca as gemas termi-nais e as inflorescências, causando atrofia emorte de brotos terminais de mudas e deplantas adultas. Sua presença, associada àmalformação da inflorescência, exige controlerigoroso em viveiros e pomares em forma-ção, com acaricidas específicos. Nas plantasadultas, recomenda-se fazer a poda dosramos e das inflorescências atacadas.

Colheita

Quando enxertada e conduzida de acordocom os requisitos técnicos exigidos pelacultura, a mangueira inicia a frutificação no

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segundo ano após o plantio. Contudo, aprodução econômica ocorre só a partir doterceiro ano.

No Brasil, o florescimento natural começaem maio, e a colheita pode ser feita entre 5 e6 meses depois, podendo variar tanto entreas cultivares como de uma região para outra.Nas regiões secas e quentes, ou em plantiosirrigados, a colheita pode ser feita pratica-mente em qualquer época do ano, medianteo uso da indução floral.

Os frutos são colhidos completamentedesenvolvidos ou “de vez”, a fim de chegarao mercado consumidor em bom estado deconservação e de maturação. A colheita deveser feita à mão, cortando-se o pedúnculocom uma tesoura de poda. No caso deplantas altas, usa-se uma vara, com umasacola presa em sua extremidade.

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Devem-se evitar ferimentos na casca epancadas nos frutos. Para garantir sua con-servação pós-colheita, os frutos devem seracondicionados cuidadosamente em caixasapropriadas, que devem ser mantidas à sombra.

Beneficiamento

Quando os frutos são colhidos em po-mares sadios, onde as condições climáticasnão permitiram o ataque de doenças ou sefez o controle eficiente da antracnose, nãohá necessidade de tratamento fitossanitárioapós a colheita.

Nesses casos, efetua-se a lavagem dosfrutos, para que fiquem livres de poeira, seivae restos vegetais. A seguir, os frutos sãoenxutos, colocados sobre uma esteira outablado, e classificados por tamanho, estágiode maturação e sanidade.

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Quando houver necessidade de umtratamento, a imersão dos frutos em água àtemperatura de 55°C mais fungicida, durante2 minutos, será eficaz para o controle daantracnose pelo período de 2 semanas.

Embalagem e Comercialização

Na comercialização de manga, a caixacomumente utilizada é a do tipo querosene,com as dimensões externas de 52 cm decomprimento, 25 cm de largura e 36 cm dealtura. A tampa é de ripas, o peso bruto variade 27 a 28 kg, e o peso líquido, de 22 a 23 kg.Comporta, em média, 40 frutos grandes e120 pequenos.

O padrão ideal de caixa é o que diminuio número de camadas. Geralmente, frutosgrandes devem ser acondicionados numaúnica camada, os médios em duas, e ospequenos, em três.

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A embalagem ideal para manga é a caixade papelão, que apresenta uma série devantagens sobre os outros tipos de embala-gem. No entanto, seu uso ainda é limitado,por onerar o produto, restringindo-se aalguns produtores de Minas Gerais, doEstado de São Paulo, de Pernambuco e daBahia.

As caixas usadas em Minas Gerais têmas seguintes dimensões externas: 42 x 32 x12 cm; 42 x 21 x 10 cm e 33 x 21 x 10 cm.Esses três tipos comportam, respectiva-mente, 15, 8 e 6 mangas. São perfurados natampa e lateralmente para permitir a ventilaçãoe a eliminação de gás carbônico e etileno,resultantes da respiração dos frutos.

Na comercialização da manga, a quali-dade é fundamental. Assim é que os frutosoriundos de pomares bem conduzidos, co-

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lhidos cuidadosamente, beneficiados e acon-dicionados em embalagens apropriadas têma preferência do consumidor e alcançammaior cotação no mercado.

Rendimento

A produção econômica depende deuma série de fatores inerentes à cultura, taiscomo: variedade, clima, solo, tratos culturais,espaçamento, método de colheita, pragas edoenças.

Entretanto, sabe-se que o número defrutos colhidos por planta é muito pequeno,em relação ao grande número de flores pro-duzidas. Num pomar bem conduzido, obtêm-se, de uma planta adulta, de 500 a 700 frutos/hectare/ano. No Nordeste brasileiro, conse-guem-se rendimentos de 20 mil a 30 milquilos/hectare/ano.

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Coeficientes de Produção

Na Tabela 4, encontram-se informaçõesrelativas aos coeficientes técnicos para ainstalação e a manutenção de um pomar demanga de 1 ha, no espaçamento de 10 x 10 m.Para sua instalação, consideram-se os 3primeiros anos, a partir do plantio, iniciando-se a manutenção no quarto ano.

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Referências

COMISSÃO ESTADUAL DE FERTILIDADE DO

SOLO (Salvador, BA). Manual de adubação ecalagem para o Estado da Bahia. 2. ed. rev. aum.

Salvador, 1989. 176 p.

GENÚ, P. J. de C.; PINTO, A. C. de Q. A culturada mangueira. Brasília, DF: Embrapa Informação

Tecnológica, 2002. 452 p.

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Endereços

Embrapa Informação TecnológicaParque Estação Biológica (PqEB)

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Coleção Plantar

Títulos Lançados

A cultura do alhoAs culturas da ervilha da lentilhaA cultura da mandioquinha-salsa

O cultivo de hortaliçasA cultura do tomateiro (para mesa)

A cultura do pêssegoA cultura do morangoA cultura do aspargoA cultura da ameixeiraA cultura da mangaA cultura do chuchu

Produção de mudas de mangaA cultura da maçã

A cultura do urucumA cultura da pimenta-do-reino

A cultura da castanha-do-brasilA cultura do cupuaçu

A cultura da pupunhaA cultura do açaí

A cultura da goiabaA cultura do mangostão

A cultura do guaranáA cultura da batata-doce

A cultura da graviola

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A cultura do dendêA cultura do caju

A cultura da amora-preta (2ª edição)A cultura da melancia

A cultura do mamão (2ª edição)A cultura da banana (2ª edição)

A cultura do limão-taiti (2ª edição)A cultura da acerola (2ª edição)

A cultura da batataA cultura da cenouraA cultura do melãoA cultura da cebolaA cultura do sapoti

A cultura do coqueiro: mudasA cultura do coco

A cultura do abacaxi (2ª edição)A cultura do gergelim

A cultura do maracujá (3ª edição)A propagação do abacaxizeiro (2ª edição)

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