A Definicao Do Mestre - Papus

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  • 8/2/2019 A Definicao Do Mestre - Papus

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    A DEFINIO DO MESTREPapus

    Somos guiados passo a passo em nossa evoluo, e os guias que nos so enviados peloinvisvel vm de diferentes planos; em linguagem mstica "apartamentos", segundo o gnerode faculdade que eles devem evoluir.

    Trata-se de mestres, mas necessrio darmos a este termo, de imediato, seu significadoverdadeiro e geral, porque em nossa poca de mediocracia universal, termos to elevadoscomo "mestre" so atribudos, pela cortes nice dos arrivistas, a qualquer indivduo quelhes possa ser de alguma utilidade em sua ascenso s alegrias e aos horrores materiais.

    O Mestre um guia, e ele pode devotar-se evoluo de trs tipos de faculdades humanas:pode dirigir a evoluo da coragem, do trabalho manual ou das foras fsicas como o oficial, omestre construtor ou o professor de boxe. realmente um Mestre, mas este o produto dasociedade e age sobre a poro fsica das faculdades humanas.

    Esse tipo de maestria coroado por um enviado do plano invisvel que se chama "oConquistador" e que faz evoluir a humanidade como a febre faz evoluir as clulas humanas nabatalha, no terror, no sacrifcio e na matana em todos os planos.

    O segundo tipo de maestria visa evoluo do mental humano. Ele comea pelo Mestre deescola, a quem Grosjean quer sempre retornar para chegar ao professor universitrio, comtodos os intermedirios possveis.

    Tudo isto constitui a banda dos queridos Mestres, horda sagrada que defende justamente suasprerrogativas e eleva diante do profano a barreira das cincias tcnicas e dos exames.

    Esse tipo de maestria dominado por um enviado do mundo invisvel vindo do apartamentoque os antigos chamavam Hermes, trimegista, e que chamamos pessoalmente o Mestreintelectual, caracterizado pelas luzes que projeta em todos os planos de nstruo.

    Acima, enfim, encontramos aquele que o nico a ter verdadeiramente direito a esse ttulo deMestre. o enviado real, encarregado de evoluir as faculdades espirituais da humanidade, eele apela a forasque bem poucos compreendem e de quem poucos ainda podem seguir as incitaes. Este aquele a quem chamamos um Mestre espiritual, que foi assim chamado por Marc Haven, emseu maravilhoso estudo sobre Cagliostro, o Mestre Desconhecido, e por Sdir, em seuscomentrios sobre o Evangelho, o homem livre.

    Seja qual for o nome que lhe demos, ele chega a certo perodo manifestando-se abertamente,aa outros perodos ocultando-se em meio aos humanos e agindo esconhecido para o bemcoletivo e todos os que podem entrar em contato com ele guardam uma tal lembrana que seucorao permanece comovido por vrias encarnaes.

    dele que Sdir diz, em uma de suas conferncias: "Mas quando o Mestre aparece, comoum sol que se ergue no corao do discpulo; todas as nuvens se desfazem; todas as ganguesse desagregam; uma nova claridade, ao que parece, se expande no mundo; esquecem-sedissabores, desesperos e ansiedades; o pobre corao to infeliz se lana rumo s radiosaspaisagens entrevistas, sobre as quais o tranqilo esplendor da Eternidade estende suasglrias; nada mais terno lana sombras na Natureza; tudo, enfim, se concilia na admirao, na

    adorao e no amor". aquele que provoca discpulos ardorosos ou adversrios impiedosos eque recebe, como Cagliostro, cartas desse tipo: "Eu ficaria feliz, ento, se pudesse dar-lheprovas dessa afeio terna e respeitosa da qual foi penetrado, dessa afeio da alma que nosei dar e que sinto to vivamente. Minha existncia fsica e moral pertence a ele; que ele

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    disponha dela como do mais legtimo apangio... Minha mulher, meus irmos, meus pais, Medu Piqueet e sua famlia, que tambm lhe devem grandes obrigaes, querem... Que o SenhorConde de Cagliostro esteja persuadido de quefomos afetados alm da expresso de tudo o que os acontecimentos imprevistos lhe fazemsofrer, e que nossa ambio e nossa glria estariam satisfeitas se pudssemos encontrarocasies de servir-lhe de maneira til, a homenagem simples e espontnea de nossoscoraes".

    Estas classificaes, como todas as classificaes humanas, so forosamente um poucoartificiais; em geral um Mestre aborda, mais ou menos, as trs categorias a que nos referimos,e como tudo no invisvel coletivo, esses enviados se prendem no a personalidades, mas a"apartamentos". Assim, um enviado do apartamento do Cristo estsempre ligado lei Cristal solar, o que fecha a porta invisvel a todos os impostores.

    perigoso deixar-se chamar "Mestre", porque, alm da evocao dos seres de orgulho quevelam ao nosso redor, isto d quele que aceita esse ttulo, a responsabilidade de todos asfaltas cometidas por seus auto-intitulados discpulos.

    Assim vosso servidor, que no passa na realidade de um pobre soldado desse exrcito, no

    tendo sequer podido nele obter os gales de cabo, fica desagradavelmente impressionado cadavez que lhe enfiam goela abaixo o ttulo de "Mestre".

    Consolo-me imaginando que estou fazendo uma viagem Itlia. Nesse pas encantador,recebe-se um ttulo nobilirio segundo o valor da gorjeta que se distribui aos empregados dostrens; por cinqenta centavos -se cavalheiro; por um franco, duque ou excelncia; e porcinco francos, -se pelo menos prncipe. O nmero de Mestres que so mestres como oviajante Itlia prncipe, de tal forma grande na terra, principalmente nos centrosintelectuais, que o verdadeiro Mestre tem razo de permanecer desconhecido.

    Permitam-me abrir um parntesis aqui. a propsito de uma associao misteriosa de homensevoludos, conhecidos sob o ttulo de "Rosa- Cruz". Esse ttulo um nome exotrico, cujafinalidade ocultar o nome secreto e verdadeiro da sociedade em questo. Ora, uma multidode ambiciosos, que nada sabem de real sobre esta sociedade, ornam-sea torto e a direito com esse nome e dizem, misteriosamente aos seus amigos e conhecidos:"Admirem-me, vejam minha belas plumas de pavo; no digam a ningum: Eu sou Rosa-Cruz".

    No falamos, bem entendido, do 18 grau do escocismo. Ora, os verdadeiros Rosa-cruzes (elesso dez, ao todo) no se dizem tal. Apresso-me a dizer que no sou um deles, mas osconheo. Eles se divertem muito em ver que o nome profano de sua sociedade serdesavergonhadamente empregado de todas as maneiras; um pouco como um societrio daComdie-Franaise que v na provncia um figurante se esforando para desempenhar seupapel e copiar seu nome. Ele sorri, mas no se aborrece.

    De onde vem esse nome de "Mestre"? Na Frana, do latim magister que, decomposto em suasrazes nos d: MaG, fixao em uma matriz (intelectual ou espiritual) do princpio Apela cincia G; IS, dominao da serpente (S) pela cincia divina (I), caracterstica do nomede "SIS";

    TR, proteo pelo sacrifcio de qualquer expanso (R). Se, deixando de lado as chaveshebraicas e o tar, dos quais acabamos de nos servir, nos voltarmos ao snscrito, obteremosduas palavras: MaGa, que quer dizer "felicidade e sacrifcio" com seu derivado "Magoni", aaurora, e IsTa, que quer dizer "o corpo do sacrifcio", a oferenda.

    O Mestre, o Maga Ista, ou o Magisto, o Mago, pois aquele que vem sacrificar-se, que d seuser em oferenda para a felicidade de seus discpulos. Compreender-se- agora o smbolo

    manico do Pelicano e a lei misteriosa "O iniciado matar o Iniciador".

    Antes de deixar o snscrito, digamos que a palavra "Guru" originou a palavra francesa

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    "Grave"; o instrutor, aquele a quem chamamos "o Mestre intelectual", o Grave professor, eisto no tem qualquer ligao, em geral, com o plano das foras divinas.