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Curso
COMO ENFRENTAR ESSA DIFÍCIL,MAS MARAVILHOSA TAREFA DE EDUCAR OS FILHOS
Sonia das Graças Oliveira Silva
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Por: Sonia das Graças Oliveira Silva1
Tema:COMO ENFRENTAR ESSA DIFÍCIL, MAS MARAVILHOSA, TAREFA DE EDUCAR OS FILHOS
OBJETIVOS
Num processo de leituras e pesquisas pretende-se repensar a educação ao
longo da vida e a difícil tarefa de educar os filhos que, nos dias atuais, torna-se cada
vez mais complicada. Estimular a reflexão sobre o tema, assim como o
levantamento de possíveis dúvidas, bem como, tentativa de elucidá-las da melhor
maneira possível é a intenção deste curso.
Educar é algo desafiador e complexo e consiste, sobretudo, na possibilidade
dos pais crescerem junto com os filhos, respeitando e acompanhando a trajetória
que vai da dependência quase total do bebê para a crescente autonomia e
independência do filho já adulto.
No entanto, nós pais, não temos muita experiência. O que temos em relação
à arte de educar é o nosso próprio sentimento, nossas intuições, sensibilidades e a
própria força do vínculo que une pais e filhos. 1 Sonia das Graças Oliveira Silva. Professora, Empresária, Especialista em Educação Infantil pela FACED, Faculdade de Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora. Especialista em Mídia e Deficiência, pela FACOM, Faculdade de Comunicação da Universidade Federal de Juiz de Fora.
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Na tentativa de elucidar o mais possível este assunto, que para muitos pais
gera uma enorme insegurança, venho colocar-me à disposição para esclarecer
alguma dúvida, usando bem mais que conhecimentos bibliográficos, mas
conhecimentos práticos da vivência de quem também já passou por etapas difíceis,
outras mais fáceis e prazerosas, mas que no final nos levam, a nós todos, pais e
mães, a esta bagagem gratificante e única que é o contato com os nossos filhos.
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Módulo 1A DIFÍCIL TAREFA DE EDUCAR1.1 O comportamento dos pais e sua influência1.2 Pequeno histórico sobre educação antigamente
Módulo 2A EDUCAÇÃO DENTRO DO LAR2.1 analisando a atitude dos pais
Módulo 3A CAMINHO DA PRIMEIRA ESCOLA3.1 Quanto ao perfil profissional do professor de educação infantil
Módulo 4A ESCOLA NA FORMAÇÃO DO CIDADÃO4.1 O papel da escola
Módulo 5A RELAÇÃO FAMÍLIA e ESCOLA5.1 – A importância da família na vida da criança
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1 – A DIFÍCIL TAREFA DE EDUCAR
♣ (Obs. Abaixo)
A tarefa de educar os filhos é muito complexa. Até chegar a idade adulta a
criança passa por várias fases. A cada nova etapa no desenvolvimento da criança é
um desafio à criatividade, à paciência e à flexibilidade dos pais. A cada tempo os
pais são obrigados a mudar os padrões de conduta, mudar quanto ao atendimento
às necessidades e solicitações dos filhos.
É importante ressaltar que sempre falarei em pais, simbolizando o pai e a mãe e sempre falarei em filhos, simbolizando filhos e filhas.
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São inúmeras as dúvidas e perguntas que passam pela cabeça dos pais
quando sentem que aquele ser pequenino está sob sua total responsabilidade.
Sentem-se, de modo geral, inseguros, desorientados e indefinidos em seu papel de
educadores. A preocupação em fazer sempre o certo, o que é bom para o
desenvolvimento emocional da criança, muitas vezes acaba por atrapalhar e fazer
com que os pais percam o bom senso e a espontaneidade.
As crianças, desde que nascem, participam de diversas práticas sociais no
seu cotidiano, dentro e fora da escola. Desse modo, adquirem conhecimentos sobre
a vida ao seu redor. A família, os parentes e os amigos, a escola, a igreja, o posto
de saúde, o mercado, a rua entre outros, constituem espaços de construção do
conhecimento social.
Assim sendo, na escola, a criança encontra a possibilidade de ampliar as
experiências que traz de casa e de outros lugares, estabelece novas formas de
relação e de contato com uma grande diversidade de costumes, hábitos e
expressões culturais. Daí a grande importância de se colocar a criança na escola,
não deixá-la fora dessa oportunidade de continuar aquilo que os pais começaram
em casa.
1.1 O comportamento dos pais e sua influência
Realmente, a criança sofre influência das pessoas que a cercam. Essa
influência acontece de forma natural e, geralmente, inconsciente. Para as crianças,
os adultos são modelos de comportamento e a forma como agem diante de
situações boas, prazerosas ou situações difíceis, complicadas, é um referencial
fundamental para sua formação. A prova disso é que muitas vezes nós, pais e mães,
“nos enxergamos” nas atitudes de nossos filhos.
O que se torna um grande problema é quando os pais tentam fazer dos filhos
uma continuação de si mesmos, ou ainda, tentam dar na vida dos filhos uma
reviravolta que gostariam de ter dado em suas próprias vidas.
Aí, os adultos passam a ser “ditadores” do destino de seus filhos, causando,
muitas vezes, discórdia e sofrimento, pois pensam que podem controlar o presente e
o futuro das crianças e adolescentes.
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Os pais, de modo geral, fazem somente planos bons para os filhos, sonham
coisas maravilhosas para a vida deles. Mas, é importante levar em conta que nem
sempre esse sonho é o melhor para eles.
Muitos exemplos podem ser considerados, como aqueles pais que querem
escolher a carreira profissional que os filhos devem seguir. Por vezes, essa carreira
é a que eles, os pais, por um motivo ou outro, não conseguiram seguir. Tem-se a
impressão que querem ver nos filhos a si próprios, quando mais jovens, interferindo
até mesmo na aparência física, opinando sobre os cuidados com o corpo dos filhos,
o que devem fazer, revelando nesse modo de agir os ideais de sua própria beleza.
A criança e o adolescente precisam ter os próprios sonhos, precisam idealizar
a própria vida. A influência desse modo pode acarretar insegurança e medo de não
se dar bem em uma profissão que não foi a escolhida pelos pais e isso pode fazer
com que os filhos acabem escolhendo e se ajustando a sonhos que não eram os
seus.
Percebe-se, então que, muitas vezes, semelhanças existentes entre pais e
filhos, pode ser fruto da convivência, do comportamento dos adultos. E aí está um
grande desafio nas relações familiares: aprender a aceitar as diferenças, as opiniões
de outras pessoas, aceitar que os desejos dos filhos podem ser diferentes dos
desejos dos pais.
1.2 Pequeno histórico sobre a educação antigamente
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Antigamente, as crianças acompanhavam os adultos em todas as suas
atividades, os pais comandavam sua educação e exerciam ao máximo sua
autoridade sobre os filhos, reprimindo quase todos os seus desejos.
Era comum ver crianças aprendendo o trabalho dos pais; estudar não era
importante (bem o contrário de hoje, que os pais querem que os filhos estudem para
depois pensar em trabalho). A partir da Idade Média, surgiu a escola que tinha a
responsabilidade de educar. Algumas pessoas se especializaram na tarefa de
ensinar e então, alguns locais específicos para isso, foram construídos.
No princípio, a escola era apenas para as elites, ensinava-se a cultura da
aristocracia e conteúdos religiosos. As crianças mais simples recebiam educação
em seus próprios lares, principalmente, educação para o trabalho.
A Revolução Industrial, as máquinas e o processo de industrialização
dificultaram educar para o trabalho dentro de casa. Devido às exigências do
manuseio das novas tecnologias, o ensino foi entregue as pessoas qualificadas. A
família acabou perdendo uma de suas funções e por meio de várias reivindicações,
a escola se estendeu a todas as camadas sociais.
Na escola acontecia, então, todo o aprendizado formal, sendo a escrita,
leitura, cálculos, etc. e também o aprendizado social, como transmissão de valores e
modelos de comportamento.
A tecnologia continuou seu avanço e aos pais cada vez ficava mais difícil
acompanhar as mudanças, desse modo a escola procurou atualizar-se no sentido de
informar e formar novos cidadãos.
Atualmente, é quase impossível as crianças aprenderem tudo sem sair de
casa. A criança precisa ter acesso a todo tipo de informação, ela tem que freqüentar
uma escola, não se admite, na sociedade de hoje, que haja crianças fora da escola.
(ou pelo menos, admite-se bastante esforços para que isso não aconteça).
“Como eu vou saber da terra, quero a vida até o fundo,
se eu nunca me sujar? Quero ter barro nos pés, eu
Como eu vou saber das gentes, quero aprender o mundo!”
sem aprender a gostar? (Pedro Bandeira)
Quero ver com os meus olhos,
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Coincidentemente, durante a fase de elaboração deste curso, a TV Globo exibiu o
programa Globo Repórter, na sexta feira dia 12/10, dia da criança. Abaixo transcrevo
exatamente o que foi exibido, com o título de: PAIS E FILHOS: UMA RELAÇÃO
DELICADA.
Programa da Rede Globo exibido em 12/10/2007.
Pais e filhos: uma relação delicadaEncontre esta matéria em: www.globo.com [http://globoreporter.globo.com
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Uma família na favela de Heliópolis, outra num bairro de classe média, no Jardim da Saúde. Os dois ficam na Zona Sudeste de São Paulo. A cozinha de um é muito diferente da cozinha do outro. Mas a relação entre pais e filhos enfrenta os mesmos desafios.
Olhar de pai, olhar de mãe, olhar de filho. Durante dez dias, Leandro Ledo, de 18 anos, a mãe, o pai e o irmão dele filmaram o dia-a-dia da vida deles. O Globo Repórter pediu, eles aceitaram e usaram a câmera de um amigo da família. Na outra casa, a câmera é do músico Vicente Madeira, pai de Danilo, de 18 anos. Os dois também tiveram dez dias para filmar e revelar a intimidade entre pai e filho.
Como é ser amigo do filho e, ao mesmo tempo, conseguir dar os limites?
"Talvez o segredo seja ser amigo", comenta Vicente.
"Pelo que eu vejo dos meus amigos, é bem diferente do comum. Quando eu falo, eles acham até engraçado tanta amizade assim. Eles perguntam: 'É um pai ou é um amigo'", conta Danilo.
Amizade é importante, mas tem seus limites. Na outra família, a dona de casa Janeci Ledo sabe que ser mãe é ser amiga, mas é, principalmente, poder dizer "não".
"Outro dia, o Ricardo (irmão de Leandro) saiu e me ligou para perguntar: 'Mãe, posso dormir na casa do meu amigo?'. Eu falei: 'Não conheço ele. Então, não vai dormir'. Ele insistiu, mas eu não deixei. E ele obedeceu", conta Janeci.
Dizer "não" nunca dispensa uma boa conversa.
"O importante é sempre trocar idéias", ressalta Vicente.
O motoqueiro e o carona estão chegando. Na direção, o pai; na garupa, o filho. Agora, no estúdio, vão tirar da cabeça a relação pai e filho. Serão apenas companheiros da mesma música. Na guitarra, Danilo; no vocal, Vicente.
A música aproximou pai e filho durante a adolescência do rapaz. Além de estudar música juntos, eles têm uma banda. E os ensaios continuam em casa. Os erros e os acertos ensinam Vicente a encontrar um caminho para educar e incentivar o filho.
Danilo escolheu ser músico. E, por enquanto, deixou a faculdade de lado.
"Se eu estivesse no lugar dele, talvez continuasse a faculdade. Mas eu sempre falei para ele: 'A decisão é exclusivamente sua. Eu vou apoiá-lo no que você desejar'. Ele pegou toda uma gama de informações que eu passei para ele, formou uma opinião própria e tomou uma decisão. Já demonstrou uma maturidade muito grande. Isso para mim foi uma experiência fantástica, uma das mais difíceis", diz Vicente.
Vicente acompanha a evolução de Danilo bem de perto. E a cada nova indecisão, está sempre disponível para encaminhar o filho.
Mas o que fazer quando o filho fecha a porta do quarto?
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A MELHOR HERANÇA
Na luz fraca da casa onde vive, Yuri Ricardo dos Santos lê os livros que se espremem na gaveta da sala. Ele tem 10 anos e adora os estudos, os livros, a escola. Só que para chegar lá é preciso atravessar uma avenida muito perigosa.
"Só lembro que a moto passou o sinal vermelho. Depois, eu não lembro mais", conta Yuri.
Naquela manhã de maio, Yuri foi atropelado, passou por várias cirurgias nas pernas e desde então não conseguiu mais voltar para a escola. Mas ele continua no caminho de ser bom aluno, em casa mesmo, com a ajuda da avó, Isolina Lencino dos Santos. "Eu sou metida!", diz.
Dona Isolina sabe que não é preciso ser professora para ensinar o que tem valor nessa vida. "Ser bom colega, bom filho, procurar não mentir. Mesmo que ele seja culpado de alguma coisa, deve falar a verdade. Foi o que eu aprendi quando era pequena e procuro passar para ele", conta.
Yuri diz que a avó é um exemplo. "Me sinto uma pessoa feliz!", revela o neto orgulhoso. "Eu estou aprendendo, então, não posso parar, não posso desistir", adianta o menino, que pretende estudar por muitos anos.
Todas as cidades deixam alguma herança para seus filhos. Porto Alegre, por exemplo, deixa o Rio Guaíba. Resta aos seus herdeiros saber cuidar desse rio que abraça a cidade docemente. Todo pai e toda mãe deixa alguma herança para seus filhos. Às vezes, um objeto. Às vezes, um gesto. Uma dedicação ao trabalho, uma crença na educação. Resta aos filhos saber cuidar dessa herança recebida.
"Foi a necessidade. Queria que meus filhos tivessem o que eu não tive", diz a aposentada Dalila da Silva Cristaldo, que é como uma árvore grande no quintal – uma referência sólida na vida dos filhos e dos netos. Firme nos seus propósitos, mas flexível para aceitar seu destino. Quando tinha 38 anos, ficou viúva.
"Eu estava com cinco filhos: três meninas e dois rapazes. Para trabalhar sem deixá-los, lavei para fora na minha casa mesmo. Lavava e botava tudo no quarador. Não tinha sabão em pó, não tinha essas coisas. À tarde, as gurias que já estavam em casa ficavam cuidando da outra pequena enquanto eu ia fazer faxina em outra casa. Eu fazia isso com muito prazer. E saí vitoriosa! Eu fazia de tudo para eles estudarem", conta dona Dalila.
O filho mais velho, Paulo Roberto Cristaldo, virou advogado e um dia se deu conta de que a mãe, analfabeta, quem sabe, também gostaria de aprender a ler, ainda que tarde, ainda que fraca das vistas.
"Até então eu não sabia o quão importante era estudar para ela", diz o primogênito.
"Ele me buscava e me levava. Quando ele saía de noite para o colégio, eu ficava cuidando dos filhos dele para ele e a mulher dele estudarem", conta dona Dalila.
Os cinco filhos de dona Dalila estudaram – uns mais, outros menos – e levam hoje uma vida confortável. Na casa dela, o cheiro do café é uma presença antiga das tardes em que
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Diante do exposto gostaria de questionar com os leitores o seguinte:
1- Você já se sentiu inseguro em alguma ocasião, ao ter que decidir algo
importante sobre a educação dos seus filhos?
2- Você considera que a realidade da educação nas famílias hoje é muito
diferente de antigamente?
3- Por que será que cada vez mais mãe e pai têm dificuldades de educar os
filhos?
4- Você considera que os pais devem influenciar os filhos nas decisões quanto
ao futuro, quanto à carreira?
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Transcrevo abaixo um artigo de Alessandro Garcia que relata a perplexidade
de se ter abundância de conhecimentos e mesmo assim os pais sentem a
dificuldade de se educar um filho nos dias atuais. Este artigo faz um breve resumo
sobre o livro de Vitória Camps: O que se deve ensinar aos filhos. É mais uma
bibliografia que recomendo para leitura.
A aventura de educar os filhos
Atualmente, não é a ignorância a principal responsável pela dúvida sobre de que forma se deve realizar determinada ação ou proceder em determinado caso. A abundância de conhecimentos é o que produz mais perplexidade, maiores questionamentos e desorientação sobre um enorme leque de possibilidades que se abre. Nisto, se inclui com certeza, a paternidade e a forma de se educar os filhos, uma “arte” que nunca primou pela facilidade, mas que, nos dias atuais, encontra ainda mais empecilhos frente às técnicas diversas, e especialistas das mais diferentes correntes a afirmar o que se deve e o que não se deve ser feito.
O que se deve ensinar aos filhos é o título do livro e a pergunta que a filósofa espanhola Victoria Camps propõe para tornar ainda mais saudável tal debate, e tentar enriquecer todo e qualquer meio onde a questão da educação dos filhos se faz presente.
Desde o começo, vê-se que a autora não pretende dar uma resposta definitiva sobre o tema. Já no prólogo esclarece não ser especialista em psicologia, nem em pedagogia ou qualquer outra disciplina que poderia ser mais apropriada para tratar sobre o tema. Utiliza-se,
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então, do que conhece: a filosofia e a experiência de ser mãe de três filhos (para ela, a tarefa de educar uma criança possui muito mais segredos e meandros do que os que poderiam ser transcritos em forma de um manual de instruções).
É para a vida que um filho é criado. Não há, portanto, regras rígidas e pré-estabelecidas para se obter êxito na boa educação de uma criança. Da mesma maneira que fatalmente uma mulher chega a ser mãe sem ter se preparado fundamentalmente para sê-lo, as receitas também de nada serviriam para tentar moldar os descendentes de quem se encarrega desta louca e maravilhosa tarefa.
Se não há regras, no entanto, fica a cargo do instinto (ou, quem sabe, de um certo “talento natural”) a educação de um filho? Bem, se não há receita, para que serve escrever (e mesmo ler) um livro cujo título se propõe à elucidação? E, por favor, não se culpe uma possível tradução oportunista: o título original do livro aparece com a mesma tentadora frase em resposta às dúvidas de qualquer pai ou mãe (Qué hay que enseñar a Los Hijos).
Victoria Camps, como boa filósofa que mostra ser, nada mais faz do que contribuir – e de maneira bem significativa – para as questões que invariavelmente se levantam nestas horas. E sua contribuição se dá de uma maneira prática e direta. Se é verdade que a abundância de conhecimentos gera mais perplexidade, a autora não se perde em rodeios ao abordar assuntos que considera de fundamental importância. Por isso, o livro é dividido em dezenove capítulos, nomeados com uma idéia ou conceito, que servem tanto para elaborar perguntas (e suscitar reflexões) quanto para abordar pontos primordiais sobre o que se é considerado virtude e passível de ser ensinado aos filhos.
E são idéias e conceitos essenciais – felicidade, caráter, responsabilidade, auto-estima, respeito, gratidão, liberdade, amabilidade, etc. – que podem ser lidos como se consulta um dicionário (neste caso, buscando o significado que a autora coloca e que usa, na maioria das vezes, a partir do senso comum). Ou ainda regando-se ao prazer de estabelecer diálogo com a autora sobre determinados temas que se vinculam uns aos outros, como quem conversa com uma "mãe amiga" sobre os desafios da criação de uma criança. Afinal, é a despretensão que norteia as páginas do livro: despretensão de dar respostas definitivas, porque simplesmente não há respostas definitivas.
Começando pela "felicidade", a autora recorre a Sêneca para afirmar que “a vida feliz é a que está em conformidade com a natureza das coisas”. Frase que em si já é um ótimo argumento para reforçar que ser feliz pode ser simplesmente saber aceitar. Aceitar a própria realidade: a sua e a dos filhos que não devem ser o resultado das frustrações dos pais ou dos seus desejos pessoais não realizados.
No fim das contas, vê-se nisso uma certa ingenuidade; a mesma que abriga desejos de conquista da felicidade. Vista como algo táctil, ou como um objetivo a ser alcançado, ela nada mais é do que o próprio prazer da realização de tantas pequenas e grandes coisas. Ter em vista, continuamente, esta verdade, já poderia ser um grande "atalho" para muitos pais que nada mais querem a não ser felicidade dos filhos.
No entanto, educar uma criança para felicidade, para, digamos a "não-realização" imediata e para a fuga dos modelos de oferecidos pela sociedade é a grande questão. Como levar uma criança a entender que "felicidade" não está necessariamente na conquista do mais "belo", no mais "rico" e no mais "forte"? Cabe aos pais se perguntarem se não são os próprios
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fomentadores da disputa da satisfação a qualquer preço. Conforme vão se apresentando os capítulos, descobre-se o quanto é difícil
proporcionar a tão sonhada "boa educação". Se a necessidade de se desvencilhar de regras rígidas esbarra em uma tentativa de “educar na liberdade”, quão irresponsáveis e indisciplinados não poderão ser nossos filhos? E como embutir-lhes o respeito sem produzir, ao mesmo tempo, o medo?
São perguntas que se estendem por exatas 118 páginas e que funcionam quase como um terapia de grupo de pais. Pois, longe da imposição pedagógica, dos “macetes” ou das formas “modernas” de educação, o que se tem neste livro é um material de leitura fácil e agradável.
Como não poderia deixar de aparecer em um livro desta espécie, são gastas algumas páginas para um pequeno debate acerca da televisão. É um dos poucos momentos em que seu discurso se iguala ao de todos os detratores da TV, com argumentos já vistos e revistos. Considero perda de tempo acusar, igualmente, a publicidade como "manipuladora" e dar eco a teorias antiquadas que vêem os programas televisivos como "monstros devoradores da infância": “As crianças – há estatísticas que o confirmam – passam horas demais vendo televisão, e vendo certos programas que vão da trivialidade ao mau gosto, quando não caem no decididamente desaconselhável.”
São pontos, no entanto, que, de maneira alguma, ofuscam o valor da obra (e da sua conveniente contribuição em tempos onde tudo é "fácil", "rápido" e "descartável"). Livros assim servem como um lembrete de como é preciso manter-se atento às pequenas peculiaridades e aos grandes esforços durante a educação das crianças. Uma tarefa que não se reduz a pequenas receitas, e para a qual são necessários permanentes atenção e amor.
O que se deve ensinar aos filhos - 118 págs. São Paulo: Martins Fontes, 2003 Victoria Camps, natural de Barcelona e catedrática de filosofia moral da Universidad Autônoma de Barcelona. É autora de diversos livros, entre os quais: Virtudes Públicas, prêmio Espasa de Ensayo 1990; Los Valores de La Educación; Manual de Civismo, escrito em colaboração com Salvador Giner; e El Siglo de Las Mujeres, sua obra mais recente.
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Após essa leitura peço que façam uma resenha crítica (Um texto com suas
palavras, baseado nessas leituras sugeridas, deixando claro sua crítica a respeito
das dificuldades em educar filhos hoje em dia) e me enviem por e-mail
([email protected]), assim como um texto com as respostas das perguntas
feitas na página 14 acima. Então passaremos para o segundo módulo do curso.
2 – EDUCAÇÃO DENTRO DO LAR
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Hoje em dia, as famílias, independente da classe social a que pertencem se
organizam das mais variadas maneiras. Além da família tradicional que é formada
pelo pai, mãe e filhos aparecem hoje as famílias monoparentais, ou seja, somente a
mãe ou somente o pai está presente.
Outras famílias foram constituídas por novos casamentos e existem filhos
advindos dessas novas relações. Ainda temos as grandes famílias, comuns na
história brasileira, onde numa mesma casa convivem várias gerações, ou pessoas
ligadas por graus de parentescos diversos. Também é possível encontrar várias
famílias morando juntas, na mesma casa.
Saliento que é um fato que as crianças têm direito de ser educadas no seio de
suas famílias. Está presente no Estatuto da Criança e do Adolescente que a família
é a primeira instituição social responsável pela efetivação dos direitos básicos das
crianças.
Portanto, as instituições escolares precisam ter diálogo aberto com as
famílias, considerando-as como parceiras na educação dessas crianças. Nesse
sentido, as instituições de educação infantil e seus profissionais devem desenvolver
a capacidade de ouvir, de observar e aprender também com as famílias.
É muito importante compreender o que ocorre com as famílias das crianças,
entender seus valores, seus hábitos, como se relacionam com outras pessoas. Tudo
isso poderá ajudar na construção em conjunto de ações em benefício das próprias
crianças.
2.1 Analisando as atitudes dos pais
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A falta de tempo dos pais: alguns pais não sabem nada sobre seus filhos, vivem
ausentes de casa. Não têm tempo para conversar com os filhos. Os filhos não
percebem a casa como um lar, apenas moram nela.
Pais que protegem demais: Eles tentam resolver todos os problemas dos filhos, se
apegam excessivamente eles e, às vezes, consideram que os filhos não
conseguirão enfrentar determinadas situações ajudando mais do que precisariam.
Isso torna os filhos dependentes, precisando de atenção e ajuda constante de outras
pessoas.
Pais autoritários, dominadores, exigentes: Esses pais ajudam a criar filhos
impulsivos e agressivos, desenvolvendo neles uma personalidade insegura e
instável. Desse modo eles terão dificuldades para se adaptarem aos grupos de
amigos, às brincadeiras, dificultando suas amizades.
Pais que tudo permitem: Estes pais mimam demais os filhos e admitem seus
caprichos. As crianças tornam-se egoístas e ficam esperando dos outros atenção
contínua, não conseguem aceitar frustrações e reagem com impaciência e
agressividade.
A indiferença de alguns pais para com os filhos: Esses pais não dão mostras de
carinho e afeto. As crianças ficam tristes e fogem da convivência com os outros, têm
dificuldades em relacionar-se porque não tiveram a base de afeto necessária para
isso. Agem com os companheiros com a mesma frieza com que são tratados. Muitas
vezes, essa indiferença significa uma rejeição aos filhos e os pais os tratam com
prepotência e insensibilidade. Isso diminui a auto-estima das crianças e resulta, mais
tarde, em atitudes anti-sociais e agressivas.
Está comprovado que, se as relações familiares, entre pai e mãe, entre pais e
filhos e entre irmãos forem adequadas, os filhos conseguirão adaptar-se mais
facilmente à convivência social fora de casa.
Para os pais demonstrarem carinho com os filhos não precisam renunciar a
exigir coisas deles. As próprias crianças demonstram que querem que os pais
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exijam delas, quando recebem menos atenção sentem-se menos queridas. Com
carinho, os pais devem ter para com os filhos uma exigência compreensiva, ou seja,
ser ao mesmo tempo compreensivos e exigentes. A compreensão sem exigência
cria pais permissivos, e a exigência sem compreensão cria pais autoritários.
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Vamos ler um artigo que fala no tema: Falando sobre limites.
FALANDO SOBRE LIMITES
Por Sonia das Graças Oliveira Silva
Muitas vezes, impor limites é uma questão de bom senso. Na relação pais e filhos é vital que se tenha o diálogo, a compreensão e o amor. Por vezes, a indisciplina, o grito, o choro, são sinais, são pedidos de ajuda, são pedidos de limites por parte das crianças. Quando os pais cedem e não percebem, eles praticamente deixam as crianças sem parâmetros para a vida.
Existem famílias que dão tanta liberdade para os filhos que mais parece abandono. Não demonstram preocupação, nem tentam corrigi-los nos erros ou ajudá-los em seus problemas. Essa autonomia dada pelos pais aos filhos deve ser observada. A educação da atualidade fez com que pais se tornassem muito modernos e desaprendessem de dizer não. A liberdade excessiva produz adultos sem noção de limites e responsabilidades.
As noções de educação dos filhos passaram por grandes mudanças, desde quando o pai, senhor absoluto da casa fazia com que os filhos o respeitassem e obedecessem, não sendo possível por parte dele nenhum gesto de carinho aos filhos. Os anos 90 trouxeram pais que procuravam encontrar um ponto de equilíbrio entre aquela autoridade opressiva e a noção de liberdade sem fronteiras que a sucedeu.
Educar implica batalhas. E há que se pensar em para que e como se educar. É preciso ter clareza quando for dizer não. Os pais não podem abrir mão de sua autoridade de pais ao educar e nem devem ter medo ao enfrentar o filho em seus momentos de raiva.
A educação com baixos limites tem causado resultados desastrosos. Segundo o Psicólogo Armando Correa de Siqueira Neto, alguns pontos-chave são destacados no processo de educação como, o sacrifício. A tarefa da educação requer sacrifícios como o da paciência, perseverança e firmeza. No dia-a-dia é que se constrói a educação, portanto, a sua manutenção persistente é fundamental. A constância permite um resultado bem melhor.
Consciência e vontade na educação dos filhos são fundamentais. Atitudes como deixar que os filhos decidam sozinhos sobre suas vidas e seus afazeres é fugir das responsabilidades de pais e de educadores e não é educar. Educação envolve erros e acertos. Tão errado como abandonar os filhos é achar que eles
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devem seguir à risca tudo que foi idealizado pelos pais. Não existe uma receita infalível que transforma filhos em adultos felizes e bem sucedidos.
Educar envolve a consciência. O pais precisam se questionar se estão educando para a auto confiança e auto-estima dos filhos. Precisam ter clareza mental, ter equilíbrio, o que levará a harmonia, serenidade, flexibilidade e espontaneidade.
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É necessário haver um debate onde questionaremos alguns fatos:
Qual é a realidade de nossas crianças hoje em dia? Como andam as famílias?
Como anda seu tempo para seu filho?
Você é um pai ou mãe que tudo permite? Ou você impõe limites a seu filho?
Você agrada seus filhos com muitos presentes, como que justificando sua ausência
em casa ao lado deles?
Você acredita que o mais importante não é a quantidade de tempo no lar, mas a
qualidade do tempo ao lado dos filhos?
Responda para mim a pelo menos alguma dessas questões e passaremos para o
módulo seguinte.
3 – A CAMINHO DA PRIMEIRA ESCOLA
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O ser humano está o tempo todo aprendendo. Nesse sentido é papel
fundamental da família decidir, desde cedo, o quê sua criança precisa aprender e
qual escola deverá freqüentar.
O ingresso na escola é um evento muito importante na vida de uma criança,
pois é o primeiro passo rumo à independência em relação aos pais. Trata-se da
preparação de um espaço próprio, que marcará sua trajetória para o futuro.
Para os pais também se trata de um tempo decisivo, principalmente se é o
primeiro filho. É um momento de separação, tem-se a impressão de que aquele
bebê cresceu e está se tornando menos dependente, e nós pais, não gostamos
disso, pois queremos nossos “filhotes” sempre ao nosso redor.
Quando este novo espaço surge, vários sentimentos se entrelaçam em
função da “separação” que acontece com a ida da criança para a instituição de
educação infantil. Estes sentimentos evidenciam o desejo que a mãe tem de que a
criança se adapte na escola ou não. Quando se menciona a questão de não querer
que o filho fique na escola, não é um pensamento premeditado e sim um sentimento
que foge ao controle dos pais.
Segundo Joana Maria Rodrigues Di Santo, Pedagoga, Psicopedagoga,
Mestre em Educação, diretora do CRE e Consultora em Educação, alguns pais
sentem-se culpados por colocarem os filhos muito cedo na escola. No entanto, nos
dias de hoje, em que as famílias são cada vez menores o que dificulta as relações
das crianças com outras da mesma idade, o fato de muitas delas ingressarem na
escola nos primeiros anos de vida pode representar um ganho, favorecendo o
desenvolvimento infantil.
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Alguns cuidados são importantes para o ingresso da criança na primeira
escolinha, pois é um ambiente novo, muitas pessoas estranhas, com outras regras
diferentes a seguir.
É necessário preparar a criança para sua entrada na escola. Levá-la para
conhecer as instalações, mostrando tudo com entusiasmo, pode ser o primeiro
passo.
Quanto mais nervosos os pais parecerem, mais apavorada ficará a criança.
Ela poderá entender que, se sua mãe está tão ansiosa, parecendo triste ao
despedir-se dela é porque não deve ser muito bom ficar neste colégio. Daí para
começar o choro é rapidinho. E, não raras as vezes, que choram as duas, a mãe e a
criança.
Por isso, é tão importante os pais ficarem calmos e naturais, transmitindo,
assim, essa calma e naturalidade para sua criança. A escola deve ser um lugar de
prazer para seu filho e um ingresso tranqüilo na vida escolar ajudará a criança a se
relacionar com o novo ambiente e a enfrentar alguma dificuldade que porventura
surgir.
Depende muito da habilidade e eficiência dos pais escolherem a escola
adequada às expectativas da família, e, é claro, que vá agradar a pessoa mais
interessada: a criança. Os pais deverão estar atentos às diversas propostas
oferecidas na cidade. E são tantas! São muitas propagandas recebidas em casa ou
veiculadas pelos meios de comunicação. Cada uma apregoando mais e mais
maravilhas que sua criança irá vivenciar se estudar naquela escola!
Cuidar de uma criança em um contexto educativo demanda a integração de
vários campos de conhecimentos e a cooperação de profissionais de diferentes
áreas.
São muitos os aspectos a considerar, assim vejamos:
- Você entende a escola de educação infantil como um lugar para passar o tempo da
criança? Um lugar onde deixá-la por algumas horas?
- Ou você acha que é bom que seu filho vá para a escola para conviver com outras
crianças de sua idade e não importa qual é a proposta pedagógica da escola?
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- Você se preocupa em saber quais os princípios de ensino-aprendizagem seguidos
pela escola? Você sabe quais são os valores humanos e sociais que essa escola
preconiza?
Alguns valores considerados importantes pela escola devem ser analisados
pelos pais. Por exemplo: se a escola considera importante a participação dos pais e
da comunidade na vida escolar.
Essa escola respeita as diferenças individuais e culturais de cada um?
Os professores trabalham em conjunto? Eles acreditam na capacidade e no
desejo de aprender das crianças? A escola está empenhada na formação de seres
humanos melhores e está ensinando valores compatíveis com essa formação?
A escola entende que é necessário à criança brincar muito, visto que isso
ajuda em seu desenvolvimento? Valoriza o tempo de brincadeiras, incentivando-as e
ensinando a criança a brincar?
Essa escola respeita a idade da criança de 4 ou 5 anos, não a obrigando a se
alfabetizar se não for de sua vontade? Isso poderá acontecer automaticamente
desde que a criança participe por sua livre vontade de atividades voltadas para a
alfabetização.
Na visita à escola deve-se observar tudo, perguntar tudo que tiver vontade,
não levar dúvidas para casa, pois você entrará em pânico se houver dúvida.
Perceber a forma de atendimento, observar algumas atividades, ver se há facilidade
para estacionamento, ver como é a entrada e a saída de crianças, se existem
porteiros ou pessoas responsáveis pela saída das crianças.
Outro ponto a ressaltar é quanto ao espaço físico. É primordial ter um espaço
bom, tanto interno quanto externo, ao ar livre, de preferência, com áreas verdes.
É preciso haver muita limpeza, ordem, organização dos espaços.
Os objetos escolares precisam ser do tamanho adequado às crianças.
Play-grounds modernos, com brinquedos próprios para evitar que as crianças
se machuquem.
No caso de escadas, verificar se há o uso de material anti-derrapante.
Cozinha em perfeitas condições de higiene, com funcionários preparados
para este serviço.
Verificar tudo em relação à segurança da criança.
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Havendo tanque de areia, verificar se é coberto para não haver contaminação
com fezes de animais e a troca e lavagem da areia periodicamente.
Enfim, são muitos pontos, que podem fazer com você seja até considerado
“chato” por algumas pessoas da escola, mas se isso acontecer, será um bom motivo
para você perceber que essa escola não será boa para seu filho. Você deve estar
sim, preocupado com o lugar onde seu filho passará grande parte do dia.
Desse modo, as instituições de ensino infantil precisam favorecer um
ambiente físico e social onde as crianças se sintam protegidas e acolhidas, e ao
mesmo tempo seguras para se arriscar e vencer desafios. Quanto mais rico e
desafiador for esse ambiente, mais ele lhes possibilitará a ampliação de
conhecimentos acerca de si mesmos, dos outros e do meio em que vivem.
Aos pais, resta perceber se a escola, preocupada em fazer com que os
alunos desenvolvam capacidades, ajusta sua maneira de ensinar e seleciona os
conteúdos de modo a auxiliá-los a se adequarem às várias vivências a que são
expostos em seu universo cultural; se ela considera as capacidades que os alunos já
têm e as potencializa; se, se preocupa com aqueles alunos que encontram
dificuldade no desenvolvimento das capacidades básicas.
Embora os indivíduos tenham a tendência, em função de sua natureza, a
desenvolver capacidades de maneira heterogênea, é importante salientar que a
escola tem como função potencializar o desenvolvimento de todas as capacidades,
de modo a tornar o ensino mais humano, mais ético.
3.1 Quanto ao perfil profissional do professor de educação infantil
O professor (dirijo-me de forma genérica, pensando em professor ou
professora) que trabalha direto com crianças precisa ter uma competência
polivalente. Isso significa dizer que deverá trabalhar com conteúdos de naturezas
diversas, que abrangem desde cuidados básicos essenciais até conhecimentos
específicos provenientes das diversas áreas do conhecimento.
Torna-se necessário, então, uma formação bastante ampla do profissional,
que deverá refletir constantemente sua prática, aperfeiçoar-se sempre. É importante
também, que haja um debate com colegas, diálogo com as famílias e a comunidade,
sempre na busca de informações novas para o trabalho que desenvolve.
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Segundo a educadora Guiomar Namo de Mello, em entrevista para a revista
Nova Escola (2004), em resposta à pergunta: Como deveria ser o currículo para
formar professores competentes?
A educadora responde que “ninguém ensina o que não aprendeu”. Por isso o
curso de formação precisa dar peso grande ao conteúdo que vai ser ensinado.
Abaixo transcrevo um poema que considerei uma ótima definição do professor que
trabalha com carinho e arte.
[...]
Arte está em toda parte
Arte está em toda parteEstá na educaçãoPedagogia é uma arteA arte de conduzirAbrir novos horizontesE acreditar no porvirProfessor,Arte é a reflexãoDe sua prática educativaArte é ser mediadorArte é ser pesquisadorÉ ser facilitadorArte é tudo que incentiva
Professor,Na arte de ensinarA ação que mais fascinaÉ sua arte de moldarO que já é obra prima.
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Obra prima sem minutaExige arte e desveloDepende da sua condutaDe estima ou de zelo.Arte, professor, é...Ao entrar em sua salaPerceber cada educandoCada um com sua falaOutros até se calando
É como a arte de ler o ventoQue diz como está o tempoProfessor, esse é o momentoDa arte de se lerLer seus educandosQue são artistas esperandoFazer arte para aprenderArte está em toda parteEstá na vida!Vida.Obra de arte divinaTudo que se descortinaÉ a arte de viver bemComo? Arte? Onde se vê?Quem é o artista?O artista desta arteEncontra-se em toda a parteUm deles... pode ser você!
*( Maria Terezinha Alves Castilho) - Supervisora de educação infantil da Escola Municipal Padre Germano Mayer - Arapongas/
PARA REFLETIR: Um pequeno poema que diz muita coisa:
Professora
“Ela entrou na sala e viu rostos que perscrutavam, indagavam, esperavam. Começou a dizer-lhes de suas férias, mas descobriu que esta palavra ali era oca e distante. Abriu então seu caderno de planos e quis ensinar-lhes as maravilhas que ali escrevera, mas aprendeu que menino triste não tem gosto para manejar o lápis. Quis ensinar uma canção, mas o canto se tornou um choro. Tentou contar-lhes de bruxas, de fadas, de gigantes, mas percebeu que não crêem em fantasias os meninos que vivem da verdade de cada dia.
Por um instante a professora não encontrou o que fazer. Então, apenas sorriu para a classe e decidiu dar-lhes primeiro a sua amizade.
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Depois, mansamente, lhes daria ensinamentos.Bem-aventurada!”
(Maria Célia Bueno) do livro: A educação pré-escolar, Marieta Lúcia Machado Nicolau.
Analisando esse 3º módulo podemos considerar as seguintes questões:
Quais as causas do ingresso de crianças bem pequenas nas instituições de ensino?
4 – A ESCOLA NA FORMAÇÃO DO CIDADÃO
O papel fundamental da educação no desenvolvimento das pessoas e das
sociedades amplia-se ainda mais no despertar do novo milênio e aponta para a
necessidade de se construir uma escola voltada para a formação de cidadãos
(PCNs, 1998).
Na escola, durante processos de socialização, a criança tem a oportunidade
de desenvolver a sua identidade e autonomia. Interagindo com os amiguinhos se dá
a ampliação de laços afetivos que as crianças podem estabelecer com as outras
crianças e com os adultos. Isso poderá contribuir para o reconhecimento do outro e
para a constatação das diferenças entre as pessoas; diferenças essas, que podem
ser aproveitadas para o enriquecimento de si próprias.
As instituições de educação infantil se constituem em espaços de
socialização, propiciam o contato e o confronto com adultos e crianças de várias
origens socioculturais, de diferentes religiões, etnias, costumes, hábitos e valores,
fazendo dessa diversidade um campo privilegiado da experiência educativa.
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Desse modo, na escola, criam-se condições para as crianças conhecerem,
descobrirem e ressignificarem novos sentimentos, valores, idéias, costumes e
papéis sociais.
A escola deve dar total atenção à criança como pessoa, que está num
contínuo processo de crescimento e desenvolvimento, compreendendo sua
singularidade, identificando e respondendo às suas necessidades.
A atenção recebida na escola reflete na criança fazendo com que tome
consciência do mundo de diferentes maneiras em cada etapa de seu
desenvolvimento. As transformações que ocorrem em seu pensamento se dão
simultaneamente ao desenvolvimento da linguagem e de suas capacidades de
expressão.
A criança bem atendida, considerada um cidadão, enquanto cresce se depara
com fenômenos, fatos e objetos do mundo; pergunta, reúne informações, organiza
explicações e arrisca respostas. Desse modo, ocorrem mudanças fundamentais no
seu modo de conceber a vida, a natureza e a cultura.
Além de promover a educação da criança, mostrando o correto, muitas vezes
a escola terá que propiciar situações para que os pais reflitam sobre seus papéis e
atribuições, tendo em vista que seus filhos permanecem mais tempo com os
profissionais da escola do que com eles mesmos.
A criança é movida pelo interesse e curiosidade, e, motivada pelas respostas
dadas pelo profissional da escola, através de informações vindas dos livros, notícias,
reportagens, televisão, rádio, etc. ela ficará segura, sentindo-se protegida naquele
espaço onde é cidadã.
A infância é um período de desenvolvimento cultural do ser humano, cuja
importância vai ficando cada vez mais clara e precisa à medida que avançam os
conhecimentos sobre o desenvolvimento do cérebro.
As descobertas nesta área já são tão importantes que chegam a afetar a
natureza de currículos da Educação Infantil em alguns países. É o caso, por
exemplo, da França, que introduziu um currículo para a infância apoiado em pilares
diferenciados dos que nortearam a educação da infância durante a maior parte do
século XX.2
2 Revista CRIANÇA, publicação do MEC/SEB, nº 42, 2006.
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Neste novo currículo, as práticas culturais da infância ganham relevo e o
tempo é distribuído de forma que atividades que envolvam música e movimento
sejam equiparadas em importância às atividades mais especificamente voltadas à
apropriação da leitura e da escrita. Busca-se, assim, uma escolarização que vise à
formação da criança enquanto ser de cultura em desenvolvimento.
4.1 O papel da escola
Se acreditarmos que o principal papel da escola é o desenvolvimento integral
da criança, devemos considerá-la em suas várias dimensões: afetiva, ou seja, nas
relações com o meio, com as outras crianças e adultos com quem convive;
cognitiva, construindo conhecimentos por meio de trocas com parceiros mais e
menos experientes e do contato com o conhecimento historicamente construído pela
humanidade; social, freqüentando não só a escola como também outros espaços de
interação como praças, clubes, festas populares, espaços religiosos, cinemas e
outras instituições culturais; e finalmente na dimensão psicológica, atendendo suas
necessidades básicas como higiene, alimentação, moradia, sono, além de espaço
para fala e escuta, carinho, atenção, respeito aos seus direitos (MEC, 2005).
Podemos então observar que os Parâmetros Curriculares Nacionais
elaborados pela secretaria de Educação Fundamental do Ministério da Educação
(MEC), em 1998, ressaltam tudo isso do seguinte modo: são objetivos do ensino
fundamental que os alunos sejam capazes de:
• compreender a cidadania como participação social e política, assim como exercício de direitos e deveres políticos, civis e sociais, adotando, no dia-a-dia, atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças, respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito;
• posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações sociais, utilizando o diálogo como forma de mediar conflitos e de tomar decisões coletivas;
• conhecer características fundamentais do Brasil nas dimensões sociais, materiais e culturais como meio para construir progressivamente a noção de identidade nacional e pessoal e o sentimento de pertinência ao país;
• conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro, bem como aspectos socioculturais de outros povos e nações, posicionando-se
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contra qualquer discriminação baseada em diferenças culturais, de classe social, de crenças, de sexo, de etnia ou outras características individuais e sociais;
• perceber-se integrante, dependente e agente transformador do ambiente, identificando seus elementos e as interações entre eles, contribuindo ativamente para a melhoria do meio ambiente;
• desenvolver o conhecimento ajustado de si mesmo e o sentimento de confiança em suas capacidades afetiva, física, cognitiva, ética, estética, de inter-relação pessoal e de inserção social, para agir com perseverança na busca de conhecimento e no exercício da cidadania;
• conhecer o próprio corpo e dele cuidar, valorizando e adotando hábitos saudáveis como um dos aspectos básicos da qualidade de vida e agindo com responsabilidade em relação à sua saúde e à saúde coletiva;
• utilizar as diferentes linguagens - verbal, musical, matemática, gráfica, plástica e corporal - como meio para produzir, expressar e comunicar suas idéias, interpretar e usufruir das produções culturais, em contextos públicos e privados, atendendo a diferentes intenções e situações de comunicação;
• saber utilizar diferentes fontes de informação e recursos tecnológicos para adquirir e construir conhecimentos;
• questionar a realidade formulando-se problemas e tratando de resolvê-los, utilizando para isso o pensamento lógico, a criatividade, a intuição, a capacidade de análise crítica, selecionando procedimentos e verificando sua adequação.
O que temos ainda hoje é um caminho a ser percorrido. Um caminho de
cooperação que só será efetivo se os pais compreenderem que à escola não cabe
exercer a função moral da família. E, se a escola promovesse ações de
conscientização junto a essas famílias para que ficasse clara a importância do dever
de cada um no desenvolvimento do aluno/filho, e que, embora essa parceria escola
e família seja essencial, cada um desses setores deve conservar suas
particularidades (DI SANTO, 2007).
Você acha que a escola está se preocupando em formar cidadãos? Escreva
algo sobre isso.
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5 – A RELAÇÃO FAMÍLIA e ESCOLA
A qualidade da Educação Infantil depende, cada vez mais, da parceria entre a escola e a família. Abrir canais de comunicação, respeitar e acolher os saberes dos pais e ajudar-se mutuamente. Eis algumas ações em que as únicas beneficiadas são as nossas crianças pequenas. (Renata Carraro)3
Em casa a criança experimenta o primeiro contato social de sua vida,
convivendo com sua família e os entes queridos. As pessoas que cuidam das
3 CARRARO, Renata. Reportagem Revista Criança – MEC/SEB, 2006.
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crianças, em suas casas, naturalmente possuem laços afetivos e obrigações
específicas, bem como diversas das obrigações dos educadores nas escolas.
Porém, esses dois aspectos se complementam na formação do caráter e na
educação de nossas crianças.
A participação dos pais na educação dos filhos deve ser constante e
consciente. A vida familiar e escolar se completa.
Torna-se necessária a parceria de todos para o bem-estar do educando.
Cuidar e educar envolvem estudo, dedicação, cooperação, cumplicidade e,
principalmente, amor de todos os responsáveis pelo processo que é dinâmico e está
sempre em evolução.
Os pais e educadores não podem perder de vista que, apesar das
transformações pelas quais passa a família, esta continua sendo a primeira fonte de
influência no comportamento, nas emoções e na ética da criança.
É fato que família e escola representam pontos de apoio e sustentação ao ser
humano e marcam a sua existência. A parceria família e escola precisa ser cada vez
maior, pois quanto melhor for a parceria entre ambas, mais positivos serão os
resultados na formação do sujeito.
A parceria com a família e os demais profissionais que se relacionam de
forma direta ou indireta com a criança é que vai ser o diferencial na formação desse
educando. A vida nessa instituição deve funcionar com base na tríade pais –
educadores – crianças, como destaca Bonomi (1998). O bom relacionamento entre
esses três personagens (dois dos quais são protagonistas na escola – educadores e
crianças) é fundamental durante o processo de inserção da criança na vida escolar,
além de representar a ação conjunta rumo à consolidação de uma pedagogia
voltada para a infância.
A Professora Di Santo lembra que a fundamentação para a relação educação/
escola/família como um dever da última para com o processo de escolarização e
importância de sua presença no contexto escolar é publicamente amparada pela
legislação nacional e diretrizes do MEC, aprovadas no decorrer dos anos 90, tais
como: Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8069/90), nos artigos 4º e 55; Lei
de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9394/96), artigos 1º, 2º, 6º e 12; Plano
Nacional de Educação (aprovado pela Lei nº 10172/2007), que define como uma de
suas diretrizes a implantação de conselhos escolares e outras formas de
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participação da comunidade escolar (composta também pela família) e local na
melhoria do funcionamento das instituições de educação e no enriquecimento das
oportunidades educativas e dos recursos pedagógicos e, ainda, a Política Nacional
de Educação Especial, que tem como uma de suas diretrizes gerais: adotar
mecanismos que oportunizem a participação efetiva da família no desenvolvimento
global do aluno.
.......................................................***.........................................***.............................
Abaixo transcrevo um artigo já publicado exatamente neste tema: Relação
família/escola.
A RELAÇÃO FAMÍLIA/ESCOLA
Por Sonia das Graças Oliveira Silva
Hoje em dia há a necessidade de a escola estar em perfeita sintonia com a família. A escola é uma instituição que complementa a família e juntas tornam-se lugares agradáveis para a convivência de nossos filhos e alunos. A escola não deveria viver sem a família e nem a família deveria viver sem a escola. Uma depende da outra na tentativa de alcançar o maior objetivo, qual seja, o melhor futuro para o filho e educando e, automaticamente, para toda a sociedade.
Um ponto que faz a maior diferença nos resultados da educação nas escolas é a proximidade dos pais no esforço diário dos professores. Infelizmente, são poucas as escolas que podem se orgulhar de ter uma aproximação maior com os pais, ou de realizarem algumas ações neste sentido. Entretanto, estas ações concretas, visando atrair os pais para a escola, podem ser uma ótima saída para formar melhor os alunos dentro dos padrões de estudos esperados e no sentido da cidadania.
Atualmente, os pais devem estar cada vez mais atentos aos filhos, ao que eles falam, o que eles fazem, as suas atitudes e comportamentos. E, apesar de ser difícil, a escola também precisa estar atenta. Eles se comunicam conosco de várias formas: através de sua ausência, de sua rebeldia, seu afastamento, recolhimento, choro, silêncio. Outras vezes, grito, zanga por pouca coisa, fugas, notas baixas na escola, mudanças na maneira de se vestir, nos gestos e atitudes. Os pais devem perceber os filhos. Muitas vezes, através do comportamento, estão querendo dizer alguma coisa aos pais. E estes, na correria do dia-a-dia, nem prestam atenção àqueles pequenos detalhes.
Por vezes, os jovens estão tentando pedir ajuda e, mesmo achando que o filho ultimamente está “meio estranho”, muitos pais consideram isso como normal, “coisa de adolescente”, vai passar, é só uma fase. Há que se observar estes sinais. Podem dizer muito de problemas que precisam ser solucionados, como inadequação, dificuldades nas disciplinas, com os colegas, com os professores, e outras causas.
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Aí entra a parceria família/escola. Uma conversa franca dos professores com os pais, em reuniões simples, organizadas, onde é permitido aos pais falarem e opinarem sobre todos os assuntos, será de grande valia na tentativa de entender melhor os filhos/alunos. A construção desta parceria deveria partir dos professores, visando, com a proximidade dos pais na escola, que a família esteja cada vez mais preparada para ajudar seus filhos. Muitas famílias sentem-se impotentes ao receberem, em suas mãos os problemas de seus filhos que lhe são passados pelos professores, não estão prontas para isso.
É necessária uma conscientização muito grande para que todos se sintam envolvidos neste processo de constantemente educar os filhos. É a sociedade inteira a responsável pela educação destes jovens, desta nova geração.
As crianças e jovens precisam sentir que pertencem a uma família. Sabe-se que a família é a base para qualquer ser, não se refere aqui somente família de sangue, mas também famílias construídas através de laços de afeto. Família, no sentido mais amplo, é um conjunto de pessoas que se unem pelo desejo de estarem juntas, de construírem algo e de se complementarem. É através dessas relações que as pessoas podem se tornar mais humanas, aprendendo a viver o jogo da afetividade de modo mais adequado.
Percebe-se que muito tem sido transferido da família para a escola, funções que eram das famílias: educação sexual, definição política, formação religiosa, entre outros. Com isso a escola vai abandonando seu foco, e a família perde a função. Além disso, a escola não deve ser só um lugar de aprendizagem, mas também um campo de ação no qual haverá continuidade da vida afetiva. A escola que funciona como quintal da casa poderá desempenhar o papel de parceira na formação de um indivíduo inteiro e sadio. É na escola que deve se conscientizar a respeito dos problemas do planeta: destruição do meio ambiente, desvalorização de grupos menos favorecidos economicamente, etc.
Na escola deve-se falar sobre amizade, sobre a importância do grupo social, sobre questões afetivas e respeito ao próximo.
Reforço aqui a necessidade de se estudar a relação família/escola, onde o educador se esmera em considerar o educando, não perdendo de vista a globalidade da pessoa, percebendo que, o jovem, quando ingressa no sistema escolar, não deixa de ser filho, irmão, amigo, etc.
A necessidade de se construir uma relação entre escola e família, deve ser para planejar, estabelecer compromissos e acordos mínimos para que o educando/filho tenha uma educação com qualidade tanto em casa quanto na escola.
5.1 – A importância da família na vida da criança
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O primeiro grupo de pessoas com quem a criança, ao nascer, tem contato é a
família. É interessante que logo a criança já demonstra suas preferências, seus
gostos e suas diferenças individuais. Também a família tem seus hábitos, suas
regras, enfim, seu modo de viver. É desse modo que a criança começará a aprender
a agir, a se comportar, a demonstrar seus interesses e tentará se comunicar com
esta família.
Está aí, neste círculo de pessoas que rodeiam a criança, a fonte original da
identidade da criança.
Desde cedo, os pais precisam transmitir à criança os seus valores, como,
ética, cidadania, solidariedade, respeito ao próximo, auto-estima, respeito ao meio
ambiente, enfim, pensamentos que leve essa criança a ser um adulto flexível, que
saiba resolver problemas, que esteja aberto ao diálogo, às mudanças, às novas
tecnologias.
A criança já aprende desde pequena o que a mãe não gosta, o que é
perigoso, o que pode e o que não pode fazer. Percebe-se, então, a importância da
orientação dos pais.
À família cabe entender que a criança precisa de liberdade, mas por si só não
tem condições de avaliar o que é melhor ou pior para ela mesma. A família é o
suporte que toda criança precisa e, infelizmente, nem todas têm. É o sustentáculo
que vai ajudar a criança a desenvolver o conhecimento ajustado de si mesmo e o
sentimento de confiança em suas capacidades afetiva, física, cognitiva, ética,
estética, de inter-relação pessoal e de inserção social, para agir com perseverança
na busca de conhecimento e no exercício da cidadania;
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Aqui faço uma sugestão de leitura e peço que elabore um pequeno resumo do
que você entende sobre a importância da família na vida da criança.
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Livro: OS FILHOS VÊM DO CÉUSub Titulo: Técnicas positivas de educar os filhos...Autor: John Gray, PH. D. Tradução:Ione Maria de Souza
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O célebre escritor sabe o quão difícil e incerta é a tarefa de educar um filho – ele tem uma filha e duas enteadas – e acredita que os pais nunca cometem erros por falta de amor, mas por não conhecer uma maneira melhor de educar. Ao partir do princípio de que os jovens de hoje são muito mais sofisticados e conscientes, Gray conclui que eles têm necessidades diferentes dos de antigamente. Portanto, se os pais quiserem que eles sejam aptos a competir no mundo atual, precisam prepará-los com os métodos mais modernos e adequados. As técnicas apresentadas no livro servem para filhos de qualquer idade e têm efeito imediato em seu comportamento.
Gray sugere um método não punitivo de educação. Segundo ele, as crianças podem ser voluntariosas, desde que cooperadoras. Sua vontade deve ser incentivada, em vez de anulada, o que é fundamental para desenvolver a confiança, a sensibilidade e a cooperação. Se no passado tentava-se criar filhos submissos, hoje é preciso torná-los líderes confiantes. Para que isso aconteça, eles não devem ser controlados pelo medo de apanhar. Segundo o autor, a violência não só gera sujeitos sem iniciativa como também cruéis. Uma pessoa só respeita as outras quando é respeitada. Por isso, o pai e a mãe devem pedir, em vez de exigir; buscar a cooperação, não a obediência; recompensar, não punir. Alguém questiona que um chefe obtém melhores resultados quando não abusa da autoridade e incentiva seus subordinados?
Seguindo esta lógica, Gray defende que não há necessidade de destacar os erros cometidos pelos filhos, mas de enfatizar e recompensar o que eles fazem corretamente. E a forma mais saudável de fazer isso é oferecendo a eles mais tempo com os pais. É o que acontece quando a mãe diz, por exemplo: “Se você se vestir logo, teremos tempo de tomar um sorvete depois” Assim, a criança se sente motivada a fazer o que deve ser feito. Não vale a pena obter dela um excelente comportamento se for à custa de sua auto-estima, com palmadas, ameaças e sanções. O que torna uma criança mimada não é dar-lhe mais, é dar-lhe mais para evitar confrontos. E há uma grande diferença entre um pirralho lamuriento e um pequeno brilhante negociador.
Para aquelas situações em que nada parece funcionar, quando o filho não faz o que os pais querem de jeito algum, Gray admite o uso de um último recurso: a suspensão. Trata-se de deixá-lo sozinho, privado das coisas de que mais gosta. O autor recomenda um minuto de suspensão para cada ano de vida do rebento – se seu filho tem 7 anos, deixe-o isolado por sete minutos nesses momentos críticos. Parece pouco, mas Gray assegura ser o suficiente, desde que a suspensão nunca seja usada com ameaça prévia e não seja entendida como um castigo.
O método pretende que pais e filhos tenham sempre em mente cinco mensagens: 1) É bom ser diferente; 2) É bom cometer erros; 3) É bom expressar emoções negativas; 4) É bom querer mais e 5) É bom dizer não, mas lembrem-se de que mamãe e papai é que mandam. E que não se pense que Gray é excessivamente benevolente. Ele diz coisas como “Deus fez as crianças pequeninas para que os pais possam levantá-las e mudá-las de lugar” e “Às vezes, a criança precisa apenas chorar bastante para se sentir melhor”.
Quando John Gray chamou seu livro de Os filhos vêm do céu, ele quis dizer que todos nascem bons. Sua teoria é de que não existe criança má, apenas criança fora do controle dos pais. E aqui ele explica como os filhos devem ser educados, levando-se em conta fatores como temperamento, ritmo de aprendizagem e tipo de inteligência. Ao longo da obra, diversas questões vêm à tona. Como tornar as tarefas divertidas? Como lidar em público com uma criança exigente? Como dar ordens a um adolescente? Quais as peculiaridades de filhos de pais divorciados? O que fazer quando o filho usa drogas? Como lidar com a linguagem desrespeitosa? Tudo é respondido com grande conhecimento de causa. E como estamos falando do autor de Homens são de Marte, mulheres são de Vênus, é claro que as diferenças entre meninos e meninas têm especial destaque.
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Abaixo faço uma enquete para meus leitores amigos:
1 – Qual o real papel de pais e educadores na educação de hoje?
2 – Como pais e educadores podem contribuir para formação do ser integral?
3 – A educação do século XXI requer novas habilidades e os pais e educadores
estão preparados para este desafio?
4 – Qual a importância da educação familiar?
5 – Quais responsabilidades a família e a escola possuem no desenvolvimento do
indivíduo?
6 – Você, professor, já se encontrou em alguma situação difícil em relação à família
de seu(a) aluno(a)?
7 – Você tem percebido diálogo entre família e escola?
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABRAMOVICH, Fanny. Quem educa quem? São Paulo: Summus, 1985.
ARIÈS, Philippe. História social da criança e da família. 2ed. Rio de Janeiro:
Guanabara, 1986.
BRASIL. MEC – Coordenação de educação Infantil – DPEIEF/SEB – Revista
CRIANÇA – do professor de educação infantil. Brasília, DF, nº 42, dez/2006.
BRASIL. Estatuto da Criança e do adolescente – Lei 8.069/1990. Brasília, DF, 1990.
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BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais.
Brasília, MEC/SEF, 1997.
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