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Este documento tem o intuito de demonstrar que não foi somente o plano real que estabilizou a economia brasileira
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Análise de conjuntura
Palestrante: Marco Flávio Rezende (CEDEPLAR/UFMG)
29/09/2015
A Economia Brasileira pós Plano Real
A economia brasileira durante e pós ditadura militar vivenciou um período de
grande inflação, chegando a bater os três dígitos no fim da década de 1980, início dos
anos 90, alcançando exorbitantes 764%. Toda esta inflação é fruto de políticas
macroeconômicas equivocadas, como o aumento expressivo do endividamento público,
especialmente a partir do governo JK. Essa política gera uma fuga em massa de dólares
no país depreciando a moeda brasileira, impactando diretamente na inflação, uma vez
que, muitos fatores empregados na produção são importados.
Em 1994 é lançado o Plano Real com inspiração nas ideias do economista clássico
John Maynard Keynes, pelo então ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardozo com
a orientação do Fundo Monetário Internacional - FMI e dos economistas do PSDB,
partido pelo qual viria a se candidatar à presidência mais e tarde e exerceria dois mandatos
consecutivos entre o período de 1995 e 2002. O Plano Real estava centrado no que os
economistas chamam de tripé macroeconômico composto pelo regime de metas de
inflação, fiscais e pelo câmbio flutuante.
O êxito do plano real trousse a inflação de volta a patamares aceitáveis, abaixo
dos dois dígitos. Somente em 2002 com a saída de FHC e o temor da eleição de Lula, que
a inflação voltou a ultrapassar os dois dígitos chegando a 12,53%. Muitos atribuem a
estabilização da economia e da inflação a Fernando Henrique Cardozo, mas o economista
e professor da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, Marco Flávio Rezende
discorda desta afirmação, dizendo que a estabilização da inflação que consequentemente
contribui para estabilização econômica, não só no Brasil, mas em toda América Latina
está diretamente ligada ao perdão da dívida externa pelo FMI, o que permite uma maior
entrada de capital estrangeiro, apreciando a moeda local, abaixando os níveis de inflação.
O Brasil no início da década do terceiro milênio viveu um período de grande
euforia, com os principais produtos que integram sua grade de exportação (commodities)
se valorizando enormemente e com a ascensão das classes C e D. Más era notório que o
crescimento não era sustentável, visto que, tínhamos um câmbio muito apreciado, e não
se fez investimento em aumento da produtividade e inovação o que quebrou a indústria
nacional, já que esta não podia competir com produtos importados. Como medida para
tentar conter esse efeito o governo lançou o programa de isenção de impostos, que
produziu um aumento na demanda por produtos nacionais, mas não fez com que o
empresariado investisse no aumento da produtividade.
Como resultado de políticas macroeconômicas desastrosas, vivencia-se hoje a
maior crise do país pós Plano Real, que foi agravada por medidas impopulares que não
foram tomadas no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, que provavelmente
caso fossem tomadas lhe custaria seu segundo mandato.
Cristhian Patrick Campos da silva 2015