A Economia do Açúcar

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  • 7/25/2019 A Economia do Acar

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    A ECONOMIA DO ACAR

    1. PERODO PR-COLONIAL :

    A concepo que orientou a estrutura da explorao econmica na

    colniaportuguesafoiclaramentemercantilista.Aoadotaressapolitica,o

    principal objetivo era gerar lucros cm grande escala para o comercio e a

    Coroa de Portugal. Por isso, desde o comeo a economia da colnia

    assumiucarterexportadorouagroexportador.Paramaior rentabilidade,

    aeconomiase baseava na monocultura de produtos tropicais, na grande

    propriedade da terra e no trabalho escravo. Com xito, essa politica

    definiria as caractersticas bsicas de toda a colonizao portuguesa na

    Amrica.

    Umprodutodeluxo.

    Antes desercultivadanaAmricaportuguesa,acana-de-acar

    fez um longo caminho desde que saiu dasia, de onde originaria.

    Trazida parao Ocidente pelosrabes, nosculo XIIIj eracultivada

    no sui da pennsula Itlica e na pennsula ibrica (regies sob

    domniomuulmano).Constaque,em1300,jsevendianaEuropao

    acar produzido na pennsula Ibrica. Produzido em pequena

    quantidade, era um artigo extremamente caro, considerado uma

    especiaria. Segundo o historiador Caio Prado Jnior, "o acar

    entravaatnosenxovaisderainhascomoumdotevalioso".

    Com o inicio das expedies martimas, os portugueses

    introduziramocultivodacananas ilhasdoAtlntico. Inicialmente,o

    acar fabricado nessa regio era distribudo por comerciantes da

    pennsula Ibrica, passando depois para as mos dos flamengos. O

    mercado consumidor se expandia rapidamente. Dessa forma, os

    portugueses puderam fazer nas ilhas doAtlntico um ensaio do que

    viria a ser o empreendimento aucareiro instalado em larga escala na

    colniaamericana.

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    Acarepovoamento .

    As primeiras mudas de caria foram trazidas para a Amrica por

    iniciativadeMartiniAfonsodeSousaeplantadasnoncleofundadopor

    ele em So Vicente. Com as mudas, vieram tambm alguns peritos nastcnicasdeproduodeacar.

    Emseguida,tentou-se,commaioroumenorsucesso, produzir acar

    em varias capitanias hereditrias. Quando a Coroa criou o cargo de

    governador-geral, era o desenvolvimento da lavoura canavieira que tinha

    emmira.OregimentodeTomdeSousapreviao incentivodessacultura

    por meio da concesso de vantagens aos colonos, como iseno

    temporriadeimpostos.

    Cond ies para o xit o da p ro duo.

    Plantada nas capitanias da Bahia e de Pernambuco, a cana-de-

    acar consolidaria a colonizao portuguesa na Amrica.

    Algumas circunstancias econmicas, histricas, geogrficas e ecolgicas

    secombinaram para que isso se tornasse possvel. Entre elas:

    A experincia portuguesa nas ilhas do Atlntico;

    A existncia, na Colnia, de condies ecolgicas apropriadas,

    sobretudo o clima tropical e o solo de massap (terra argilosa,

    especialmentefrtilparaaculturadacana-de-acar);

    A possibilidade de obteno de crditos de banqueiros holandeses

    dispostos a financiar a produo e o transporte do acar at portos

    europeus;

    OinteressedecapitalistasflamengosemrefinarnaHolanda a maiorpane do acar bruto que era produzido na Colnia portuguesa e

    comercializa-lo na Europa.

    Jemmeados dosculoXVI,Pernambuco e Bahia se tomaram os

    principais centros produtores de acar da Colnia. As duas capitanias

    contavamcomadequadoregimedechuvaseterrasdeboaqualidadeprximas

    dacosta ou de grandes rios. Essas caractersticas foram decisivas, pois assim

    no havia a necessidade de explorar o interior do continente dominado por

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    paisagem e povos hostis.Porvoltade1585,Pernambucodispunhade66

    engenhoseaBahia,de36,demtotalde120existentes na Colnia. Nessa

    poca a produo anual de acar chegava a 400 mil arrobas (ou 6 mil

    toneladas).

    O engenho .

    A unidade de produo do acar era o engenho. A palavra designava

    inicialmente apenas o moinho onde se fazia a moagem da cana. Com o tempo,

    passou a incluir tambm o canavial, as pastagens, as maquinas e o conjunto

    das edificaes, fossem elas destinadas ou no produo.

    Situada cm geral num local mais elevado das tetras do engenho, ficavaa casa-grande, residncia do proprietrio. Localizada nas proximidades, a

    senzala era a habitao coletiva dos escravizados. A capela, local dos cultos

    religiosos e de encontro dos moradores dos arredores, completava o cenrio

    do engenho. A produo do acar era uma operao complexa que passava

    por varias fases. Apos o cone, a caria era transportada para a moagem. O

    caldo extrado na moagem seguia para a casa de caldeiras, onde era fervido e

    transformado em melao. Depois de esfriar, passava para a casa de purgar. Ali

    se procedia "purga", isto e, a drenagem e a secagem do acar. Para isso, o

    melao era depositado em formas de barro.

    Monocul tura d a fome.

    A produo para a subsistncia constitua uma questo problemtica na

    vida colonial, pois a maior parte dos esforos concentrava-se na monocultura

    da cana-de acar. A consequncia disso foram s crises de fome queafetaram a colnia, como ocorreu na Bahia em 1638 e 1750, e no Rio de

    Janeiro, em 1660, 1666 e novamente de 1680 a 1682. O governo portugus

    foi obrigado a estabelecer uma lei obrigando os colonos a plantar mandioca e

    outros alimentos.

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    Presena ho land esa.

    No decorrer dos sculos XVI e XVII, o acar torna-se popular e

    indispensvel na dieta dos europeus. O aumento do consumo provocou

    tambm um aumento no preo do produto e a Amrica portuguesa era a

    grande fornecedora desse produto. Todo o processo de comercializao do

    produto, sob responsabilidade quase exclusiva dos holandeses, foi de grande

    importncia para a popularizao do acar no continente europeu.

    Os senhores de engenhos passou a investir maciamente na produo

    de acar, fazendo uso de mo de obra escrava para a realizao das tarefas

    que envolviam o corte da cana e a produo em larga escala do acar.

    Outras at iv idad es econmic as.

    Ao lado da produo de acar, outras atividades Foram desenvolvidas

    na colnia, entre as quais as lavouras de fumo e de algodo e a pecuria.

    Fumoealgodo.

    A exemplo do que aconteceu com a mandioca, o fumo foi outro produto

    incorporado da cultura indgena. Logo passou a ser produzido para exportao,

    embora tivesse menor importncia que o acar. O cultivo de fumo era vivel

    em pequena escala, o que permitiu que fosse praticado, tambm por pequenos

    proprietrios estabelecidos nas imediaes do Recncavo Baiano, logo

    convertido na maior regio produtora.

    No existem estatsticas sobre a exportao do fumo nos sculos XVI e

    XVII, mas sabemos da importncia do produto no trafico negreiro, quando era

    usado como mercadoria de troca para a obteno de escravos na costa

    africana. Da mesma forma que a mandioca e o fumo, o algodo j era

    conhecido dos indgenas. Ainda no sculo XVI, os colonos passaram a cultiv-

    lo e emprega-lo como matria-prima na produo de tecidos tursticos que

    vestiam os escravizados.

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    Pecuri a.

    A vasta rea que constitui o interior do Nordeste brasileiro de hoje, o

    chamado serto, foi ocupada pela pecuria. Ate o final do sculo XVI, essa

    atividade era praticada nos prprios engenhos, onde se empregava a fora dosanimais para fazer a moenda funcionar. O gado tambm era usado como

    transporte ate os portos de embarque do acar, e sua came, depois de

    salgada e secada ao sol, destinava-se a alimentao nos engenhos. Assim, as

    terras litorneas foram ocupadas gradativamente peta cana-de-acar, ao

    mesmo tempo em que os rebanhos aumentavam.

    Com o espago cada vez mais reduzido para a pastagem, a criao de

    gado acabou se deslocando para o interior do continente. O avano no foipacifico, pois os indgenas opuseram forte resistncia aos invasores. Na Bahia,

    por exemplo, o govenador chegou a recorrer a grupos armados de So Paulo,

    os sertanistas de contratos, para enfrentar os indgenas da regio. Os que

    sobreviviam aos conflitos eram transformados em mo de obra escrava nos

    engenhos e nas fazendas de gado.

    Apesar dos contratempos, porem, a pecuria se expandiu para todo o interior

    do Nordeste, acompanhando o curso dos rios, como o So Francisco, o

    Jaguaribe e o Parnaba, e garantindo a ocupao desse vasto trecho de terra.

    Diferentemente da regio produtora de acar, a sociedade que se formou em

    funo da criao de gado era mais flexvel. O peo era um trabalhador livre

    que, apos alguns anos de trabalho, tinha direito a uma participao no rebanho,

    recebendo, como pagamento uma cria cm cada quatro. Assim, com o tempo,

    ele conseguia formar sua prpria criao. A pecuria sertaneja tinha seu

    mercado na prpria Colnia. Nos sculos XVI e XVII, abastecia apenas os

    engenhos e os ncleos de povoamento do litoral. No entanto, no sculo XVIII,

    com o povoamento das reas de minerao, a criao de gado ganhou espao

    e acabou se transformando em importante atividade econmica do pas.

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    PARA SISTEMATIZA OS ESTUDOS1

    1. Portugal encontrou uma forma de utilizar economicamente as terras da

    colnia americana que no fosse extrao de metais preciosos. Por

    essa perspectiva, qual foi importncia da cana de acar nesse

    processo.

    2. Apesar de pretenderem exercer o monoplio sobre o comrcio do

    acar produzido no Brasil, os portugueses no estavam sozinhos nessa

    empresa. Que papel foi desempenhado pelos holandeses nos negcios

    do acar?

    3. Na Amrica ocupada pelos portugueses, nem tudo era acar. Enumere

    e comente outras atividades econmicas desenvolvidas na colnia

    portuguesa na Amrica.

    4. Vimos que a monocultura do acar causou a escassez de outros

    alimentos provocando um tempo de fome na colnia portuguesa.

    Comente sobre monocultura na atualidade e a escassez de alimentos.

    1Material elaborado pelo prof. Elicio Lima para sistematizar situaes de aprendizagem na sala de aula,

    a intertextualidade desse trabalho so entre as obras: Histria: Volume nico: Divalte Garcia Figueiredo.

    1. ed. So Paulo: tica, 2005. Histria global volume nico: Gilberto Cotrim. 8. ed. So Paulo: Saraiva,1995. (Feitas algumas adaptaes e grifos para facilidade o processo didtico ensino aprendizagem -2015). Sequencia didtica - Segundo ano do ensino mdio.

    A ECONOMIA DO ACARSituao de aprendizagem 7Histria - Prof. Elicio Lima

    N Srie Data

    NOME: