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A Educação Psicomotora e a Prática Pedagógica Dos Professores Da Educação Infantil – Interlocuções e Discussões Necessárias
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A EDUCAO PSICOMOTORA E A PRTICA PEDAGGICA DOS
PROFESSORES DA EDUCAO INFANTIL: INTERLOCUES E DISCUSSES
NECESSRIAS
Cristiane Aparecida Woytichoski de Santa Clara - UEPG
Silvia Christina Madrid Finck UEPG
Resumo:
Este artigo descreve a fase inicial da pesquisa desenvolvida no Programa de Ps-Graduao, Mestrado em
Educao, da UEPG/PR. A pesquisa qualitativa e tem como objeto as prticas pedaggicas psicomotoras
desenvolvidas na Educao Infantil (EF). A pesquisa tem por objetivos: analisar as prticas pedaggicas
psicomotoras das professoras de EI; verificar o nvel de conhecimento das professoras de EI sobre a educao
psicomotora; verificar o referencial terico cientfico utilizado pelas professoras de EI para subsidiar a prtica
pedaggica; identificar as concepes das professoras de EI sobre o desenvolvimento psicomotor das crianas.
Como procedimento metodolgico foi aplicado o questionrio para onze (11) professoras da rede particular e
pblica de ensino da cidade de Ponta Grossa-PR. Verificamos que a prtica psicomotora est presente na escola;
as professoras no apresentam clareza e embasamento terico cientifico sobre essa temtica. As professoras
veem o trabalho com o desenvolvimento psicomotor na EI como uma ao preventiva, que colocada em prtica
diminuiria de forma expressiva as intervenes relacionadas s dificuldades das crianas no processo de ensino
aprendizagem.
Palavras-chave: Educao Infantil. Corpo. Prticas Psicomotoras
Introduo
Este artigo apresenta a fase inicial da pesquisa desenvolvida no Programa de Ps-
Graduao, Mestrado em Educao, da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG/PR).
A pesquisa qualitativa e tem como objeto as prticas pedaggicas psicomotoras
desenvolvidas na Educao Infantil. A pesquisa tem os seguintes objetivos: analisar as
prticas pedaggicas psicomotoras das professoras de Educao Infantil; verificar o nvel de
conhecimento das professoras de Educao Infantil sobre a educao psicomotora; verificar
qual o referencial terico cientfico utilizado pelas professoras de Educao Infantil para
subsidiar a prtica pedaggica; identificar as concepes das professoras de Educao Infantil
sobre o desenvolvimento psicomotor das crianas.
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Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educao Infantil RCNEI (BRASIL, 1998, p. 13):
A expanso da educao infantil no Brasil e no mundo tem ocorrido de
forma crescente nas ltimas dcadas, acompanhando a intensificao da
urbanizao, a participao da mulher no mercado de trabalho e as mudanas
na organizao e estrutura das famlias. Por outro lado, a sociedade est mais
consciente da importncia das experincias na primeira infncia, o que
motiva demandas por uma educao institucional para crianas de zero a seis
anos.
Desta forma a Educao Infantil tem obtido certa valorizao, sendo objeto de
discusses realizadas pelos professores e demais profissionais interessados no
desenvolvimento infantil. Nesse sentido o RCNEI (BRASIL, 1998, p. 13) se manifesta
dizendo:
A conjuno desses fatores ensejou um movimento da sociedade civil e de
rgos governamentais para que o atendimento s crianas de zero a seis
anos fosse reconhecido na Constituio Federal de 1988. A partir de ento, a
educao infantil em creches e pr escolas passou a ser, ao menos do ponto
de vista legal, um dever do Estado e um direito da criana (artigo 208, inciso
IV). O Estatuto da Criana e do Adolescente, de 1990, destaca tambm o
direito da criana a este atendimento.
A Educao Infantil tem obtido certa valorizao e aparece com discusses e nova
identidade com uma preocupao de qualidade. Segundo o RCNEI (BRASIL, 1998, p. 23),
afirma:
Nas ltimas dcadas, os debates em nvel nacional e internacional apontam
para a necessidade de que as instituies de educao infantil incorporem de
maneira integrada as funes de educar e cuidar, no mais diferenciando
nem hierarquizando os profissionais e instituies que atuam com as
crianas pequenas e/ou aqueles que trabalham com as maiores. As novas
funes para a educao infantil devem estar associadas a padres de
qualidade. Essa qualidade advm de concepes de desenvolvimento que
consideram as crianas nos seus contextos sociais, ambientais, culturais e,
mais concretamente, nas interaes e prticas sociais que lhes fornecem
elementos relacionados s mais diversas linguagens e ao contato com os
mais variados conhecimentos para a construo de uma identidade
autnoma.
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Sendo assim, h necessidade de discusses sobre temticas que estejam presentes no
cotidiano das prticas dos professores, pois estas se tornam cada vez mais importantes, visto a
real necessidade sobre o conhecimento do desenvolvimento infantil.
Percebe-se ainda h uma grande preocupao com o desenvolvimento cognitivo na
Educao Infantil, prevalecendo idia, muitas vezes, de que este nvel da educao bsica
uma etapa preparatria para o ingresso da criana no ensino fundamental. Desta forma
algumas prticas pedaggicas de aprendizagem tm maior destaque e so mais desenvolvidas,
assim muitas vezes so deixados de lado aspectos primordiais no desenvolvimento da criana
como o movimento e a expressividade, aspectos estes que envolvem o corpo que se move se
expressa e se relaciona. Segundo Garanhani (2008, p. 128):
A escola da pequena infncia, ao proporcionar um meio favorvel ao
desenvolvimento infantil nos seus diversos domnios - a afetividade, a
cognio e o movimento, realiza a mediao entre a criana e o
conhecimento culturalmente construdo e traduzido em diferentes
linguagens: oral, corporal, musical, grfico-pictrica e plstica. Ao mesmo
tempo, desenvolve na criana habilidades para a expresso e comunicao.
Ainda dentro desse contexto, Garanhani (2008, p. 129) afirma que:
Para que o conhecimento e o desenvolvimento de diferentes linguagens
estejam presentes na educao da pequena infncia, necessrio estar atento
ao fazer pedaggico da Educao Infantil, que dever contemplar aes
pedaggicas que priviligiem diversas formas de interao e comunicao da
criana com o meio e com seu grupo. Essa condio est diretamente
atrelada formao da educadora responsvel pela escolarizao dessa
idade.
A psicomotricidade como cincia que estuda o movimento humano, considerando o
ser em sua totalidade um meio que auxilia para um melhor desenvolvimento. Wallon (2005)
pioneiro nos estudos da psicomotricidade ressalta sua importncia e relaciona o movimento ao
afeto e a emoo. Segundo Fonseca (2008, p. 22), para Wallon, a evoluo da criana
processa-se em uma dialtica de desenvolvimento na qual entram em jogo inmeros fatores:
metablicos, morfolgicos, psicotnicos, psicoemocionais, psicomotores e psicossociais.
A falta do desenvolvimento dos esquemas psicomotores vem se destacando de forma
recorrente como uma das causas das dificuldades de aprendizagem das crianas. Estudos de
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vrios pesquisadores (LE BOULCH, 1987, 1988, 2008; FONSECA, 2004, 2008; FREIRE,
1989; OLIVEIRA, 2008; WALLON, 2005; COSTA, 2007, entre outros), indicam que os
aspectos psicomotores interferem na aprendizagem escolar dos alunos, embora poucos
professores saibam realmente a verdadeira importncia sobre o desenvolvimento desses
pressupostos psicomotores, principalmente na Educao Infantil.
Uma proposta de educao psicomotora na Educao Infantil desenvolve uma postura
adequada para a aprendizagem da criana com carter preventivo em relao ao seu
desenvolvimento integral nas vrias etapas de crescimento.
Assim, surge a necessidade de que os professores que atuam na Educao Infantil
tenham a formao e o conhecimento sobre as prticas psicomotoras na escola. O educador
deve estar atento a qualquer alterao no desenvolvimento motor da criana, para que assim
ocorra um bom desenvolvimento cognitivo e integral. Dar incio nos primeiros anos de vida
s prticas psicomotoras fundamental para o desenvolvimento infantil.
Para Garanhani (2008, p. 124):
Wallon (1979) ressalta que, na pequena infncia, o ato mental se desenvolve
no ato motor, ou seja, a criana pensa quando est realizando a ao e isso
faz com que o movimento do corpo ganhe um papel de destaque nas fases
iniciais do desenvolvimento infantil.
A criana ao ingressar na escola, independentemente da idade em que se encontra, traz
consigo saberes sobre os movimentos que realiza com o seu corpo, os quais so apropriados e
construdos nos diferentes espaos e relaes em que vive (GARANHANI, 2008). Desse
modo, a escola poder sistematizar e ampliar o conhecimento da criana sobre o seu
movimentar.
Segundo Costa (2007, p. 22):
[...] at o fim do sculo XVIII o corpo foi visto sob a tica filosfica. S a
partir do sculo XIX passou a ser considerado como objeto, sujeito a estudos
sistemticos e profundos no mbito da experimentao. Como objeto de
estudo, o corpo despertava interesse nos diversos seguimentos da cincia. A
neuropsicologia e a neurologia foram as primeiras a estud-lo de forma
sistemtica e experimental, na tentativa de comprender a estrutura e
funcionamento cerebral, bem como suas patologias. Mais tarde, o corpo
passou a ser estudado pela Psicologia e pela Psicanlise a fim de
compreender a evoluo da inteligncia e suas pertubaes.
5
Os aspectos do movimento comeam ainda no tero, mesmo antes de qualquer outra
forma de comunicao, logo aps o nascimento e mesmo antes da criana adquirir a
linguagem propriamente dita, ela j se comunica tendo o movimento como uma resposta s
suas necessidades dirias, pois atravs destes consegue manifestar sentimentos e anseios, e se
relacionar com o meio em que vive.
Na concepo de Le Boulch (1988), a evoluo psicomotora se divide em trs
estgios: corpo vivido, corpo percebido ou descoberto e corpo representado.
A primeira etapa a do corpo vivido que compreende ao perodo sensrio motor
descrito por Piaget, seria a fase dos primeiros anos de vida (0 a 3 anos), nela a criana no tem
conscincia do eu confundindo-se com o espao que vive. Com seu amadurecimento e suas
experincias do cotidiano a criana passa aos poucos diferenciar-se de seu ambiente. Segundo
Fonseca (2008, p. 75):
A relao sujeito-objeto assume um papel oriundo no pensamento
Walloniano, exatamente porque ambos se tornam dialticamente necessrios
e complementares ao surgimento de sistemas funcionais fundamentais para o
desenvolvimento psicomotor. Ao manipular objetos, a criana atinge efeitos
que a excitam emocionalmente e a encantam como autodescoberta, fazendo
com que os mesmos gestos se repitam e se automatizem, porque geram
sensaes viscerais e musculares agradveis e arrebatadoras. Explora objetos
ao mesmo tempo em que se explora corporalmente a si prpria,
autoconhecendo-se.
Nesta etapa a criana descobre o mundo de objetos, evoluindo a preenso e comea a
manipul-los, adquirindo a posio de sentada, onde passa um objeto de uma mo para a
outra. A evoluo da locomoo tambm acontece multiplicando as possibilidades de
explorao no ambiente, sobretudo em relao ao objeto novo. Segundo Le Boulch (1988, p.
70):
[...] no fim do perodo sensrio motor, que Piaget situa entre 15 a 18 meses,
adquirida a permanncia do objeto. Depois da experincia tnico-
emocional frente s pessoas, vai desenvolver-se a experincia motora
intencional frente ao objeto. atravs da atividade prxica que a criana vai
descobrir sua existncia e como pessoa ela vai conquistar a sua unidade
atravs da experincia vivenciada com o corpo eficazmente.
Dessa forma a criana descobre e conquista o seu meio a cada dia. Estmulos externos
organizam o comportamento, principalmente na relao me e filho. Nesta fase a criana faz
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descobertas atravs de suas experincias da diversividade de pessoas que vivem em seu meio.
A etapa do corpo vivido termina na primeira imagem do corpo identificado pela criana como
seu prprio EU.
Na segunda etapa que engloba a idade entre os trs aos sete anos, inicia-se a etapa do
corpo percebido ou descoberto. Segundo Le Bouch, (1988, p. 86):
A emergncia da funo de interiorizao, contempornea do
reconhecimento de seu prprio Eu, vai permitir-lhe deslocar sua ateno
sobre seu prprio corpo e descobrir suas prprias caractersticas corporais. Comea o perodo de estruturao do esquema corporal, etapa importante na
evoluo da imagem do corpo, sendo este o instrumento de insero na
realidade.
Nesta fase a criana passa a ter uma maior coordenao, desta forma obtm
conscincia do seu corpo como referncia e inicia o conhecimento de conceitos relacionados a
espao e tempo tais como em cima, em baixo, adiante e atrs. Segundo Oliveira (2008, p. 59)
a criana:
[...] percebe as tomadas de posies e associa seu corpo aos objetos da vida
quotidiana. Ela chega representao mental dos elementos do espao e isto
possvel graas primeira fase de descoberta e experincias vividas pela
criana. Ela descobre sua dominncia e com ela seu eixo corporal. Passa a
ver seu corpo como um ponto de referncia para se situar e situar os objetos
em seu espao e tempo. Este o primeiro passo para que ela possa, mais
tarde, chegar estruturao espcio-temporal.
Segundo Le Boulch, (1988, p. 135), o perodo de trs a sete anos corresponde ao
estgio da estruturao perceptiva, o qual deve responder a dois grandes objetivos:
[...] permitir a criana alcanar seu desabrochamento no plano da vivncia
corporal alcanando com bem estar o exerccio da motricidade espontnea,
prolongada pela expresso verbal e grfica; assegurar a passagem escola
elementar tendo o papel de preveno, a fim de evitar que a criana se
depare, nessa poca, com dificuldades na aquisio das primeiras tarefas
escolares.
A terceira etapa refere-se a do corpo representado, a qual engloba a idade da criana
entre sete a doze anos, Oliveira, G. (2008, p. 60) menciona que:
7
Nesta etapa observa-se a estruturao do esquema corporal, at este
momento, a criana j adquiriu as noes do todo e das partes do seu corpo
(que percebido atravs da verbalizao e do desenho da figura humana), j
conhece as posies e consegue movimentar-se corretamente no meio
ambiente com um controle e domnio corporal maior. A partir da, ela amplia
e organiza seu esquema corporal.
Nesta fase de desenvolvimento da criana seus pontos de referncias no ficam mais
centrados no corpo prprio, desta forma ela cria os pontos que podem orient-las. Neste
momento a criana realiza por si as suas aes, com aperfeioamento dos seus movimentos e
coordenao.
Desta forma o conhecimento por parte dos professores sobre o desenvolvimento
psicomotor se torna primordial no desenvolvimento das prticas pedaggicas cotidianas
dentro da escola.
Segundo Garanhani (2008, p. 137):
Assim, ao ingressar na escola, independentemente da idade em que se
encontra, a criana traz consigo saberes sobre os movimentos que realiza
com seu corpo, apropriados e construdos nos diferentes espaos e relaes
em que vive. Desse modo, a escola poder sistematizar e ampliar o
conhecimento da criana sobre o seu movimentar.
Assim fundamental e necessrio que o professor tenha conhecimentos sobre
psicomotricidade e desenvolvimento infantil, bem como da importncia do desenvolvimento
de uma educao psicomotora na Educao Infantil.
Nesse sentido, enquanto pesquisadora, direcionamos o olhar para as prticas
pedaggicas psicomotoras desenvolvidas na Educao Infantil. Na sequncia deste artigo
relatamos sobre a fase inicial da pesquisa desenvolvida no Programa de Ps-Graduao,
Mestrado em Educao, da UEPG/PR.
Coleta de dados
A pesquisa de cunho qualitativo e para a coleta de dados foi aplicado um
questionrio com sete (7) perguntas para doze (12) professoras da modalidade de ensino da
Educao Infantil, as quais atuam na rede particular e municipal de ensino da cidade de Ponta
Grossa/PR. Todas as professoras respondentes apresentam grau superior em Licenciatura em
Pedagogia, sendo que destas dez (10) apresentam ps-graduao em alguma rea de
conhecimento.
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Segundo Ludke, Andr (1986, p. 20):
[...] a abordagem qualitativa uma forma adequada de compreender o
fenmeno social pesquisado, procura dar respostas aos aspectos da realidade
que no podem ser quantificados. Trabalha com o universo de significados,
motivos, aspiraes, crenas, valores e atitudes.
O questionrio foi aplicado a fim de verificar como as professoras veem as prticas
psicomotoras, como so realizadas e a relevncia que atribuem s mesmas. As questes do
questionrio so:
Como voc percebe a relevncia da educao psicomotora na Educao Infantil?
Quais so as funes da educao psicomotora? Quem trabalha com a psicomotricidade na
escola? A prtica psicomotora est inclusa no trabalho pedaggico dos professores e com qual
periodicidade desenvolvido? Quais so as possibilidades pedaggicas do trabalho com o
corpo e o movimento viveis para serem desenvolvidas na Educao Infantil? Qual o
embasamento terico cientfico utilizado por voc para desenvolver a educao psicomotora?
Como voc entende a educao psicomotora em relao ao preventiva referente s
dificuldades de aprendizagem das crianas?
Destacamos as respostas das professoras referentes questo sobre a percepo das
mesmas sobre a relevncia da educao psicomotora na Educao Infantil:
O trabalho na Educao Infantil deve ser voltado para a educao
psicomotora, a criana precisa conhecer seu corpo e descobrir que com ele
pode explorar inmeros movimentos, a escrita processo secundrio e quase
sempre desvinculada ao movimento, sendo que ela deveria iniciar muito
antes com jogos cantados, desenhos na areia, etc (Questionrio, Professora
1).
Eu diria que um dos aspectos mais importantes de todos. Pois as
brincadeiras, os jogos cantados, correr, pular, andar na ponta dos ps ajudam
a desenvolver a criana por inteiro desde o cognitivo, emocional e
psicolgico, etc (Questionrio, Professora 4).
A educaco psicomotora base do desenvolvimento infantil, a rea
cognitiva s poder explorar todo seu potencial tendo uma base bem
preparada para isso, nesse contexto entra uma forma de trabalho dos
educadores que inclua a educao psicomotora com clareza de atividades,
atitudes e aes que proporcionem. Ela tem como funes a compreenso,
pela criana, do corpo e de seus movimentos e o controle dos mesmos,
interagindo com o meio e os demais sujeitos desses meios (Questionrio,
Professora 9).
A educao psicomotora fundamental na Educao Infantil, pois sua
funo integrar o movimento, o intelecto e o afeto (Questionrio,
Professora 2).
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Os termos utilizados pelas professoras demonstram que a educao psicomotora
considerada por elas de grande relevncia, como tambm reconhecem a necessidade da
empregabilidade de prticas psicomotoras na Educao Infantil.
Na questo onde se pergunta quem trabalha com a psicomotricidade na escola, neste
aspecto aparece um novo profissional o qual o profissional da rea da Educao Fisca.
Dessa forma percebe-se que ainda o trabalho com o corpo e as prticas psicomotoras ainda
so atribudas como sendo de responsabilidade do professor de Educao Fsica.
Este trabalho na maioria das salas desenvolvido pelo professor de
Educao Fisca, mas deveria ser feito em parceria com as
professoras que ficam mais tempo com os alunos e deveriam
aproveitar para explorar (Questionrio, Professora 1).
Na maior parte do tempo os professores da Educao Fisca
(Questionrio, Professora 6).
Todos os profissionais, principalmente professores titulares e
especialistas como os de Educao Fisca (Questionrio, Professora
5).
Na pergunta em que se questiona se a prtica psicomotora est inclusa no trabalho
pedaggico dos professores, e com qual periodicidade desenvolvida, as professoras
responderam que essa prtica esta inclusa no cotidiano da Educao Infantil.
A prtica psicomotora est levemente inclusa nas atividades, mas
sem muitas vezes o profissional de durao ter tanta noo de suas
funes e importncia quanto deveria. Na Educao Infantil ela est
inclusa principalmente nas atividades ldicas, o que no deixa de ser
correto, mas sem a real compreenso de como ela pode ser
amplamente explorada pela falta de conhecimento dos professores
(Questionrio, Professora 9).
Sim, em nosso cotidiano (Questionrio, professora 3).
Como j mencionei depende de cada professor, mas no os coloco
como vises neste processo. Durante a faculdade pouco se aprende
sobre a importncia do trabalho com o corpo na Educao Infantil
(Questionrio, Professora 1).
Dentro desse contexto, Alves (2011, p. 24) destaca que:
10
A escola reconhece a necessidade do emprego das condutas psicomotoras na
Educao Infantil para a funo de preparar a criana para aprendizagens
futuras. A forma, porm, de como realizam os exerccios no permite que os
objetivos sejam alcanados. Os mesmos so aplicados para aperfeioamento
da mecnica motora. As relaes entre a construo desse domnio e as
dimenses afetivas, relacional e histrica so esquecidas. no processo da
autoconstruo que a criana chega escola. A funo do professor
trabalhar no aluno cada uma das dimenses, para lev-lo construo da
unidade corporal e afirmao da identidade. O educador no pode
continuar investindo apenas em seu intelecto e em seu corpo como
instrumento de aprendizagem. A psicomotricidade tem ao educativa e
preventiva.
Mas quando se pergunta sobre as possibilidades de desenvolvimento do trabalho com
o corpo e o movimento, as professoras relatam:
As possibilidades so inmeras e acontecem diariamente. Ressalto que o
trabalho com as crianas de 2 e 3 anos acontecem de forma ldica e
prazerosa visando o desenvolvimento integral (Questionrio, Professora 2).
As possibilidades so vrias, em todas as reas de conhecimento podemos
trabalhar o corpo e o movimento, atravs de histrias, msicas, jogos,
cantigas de roda, teatro, fantasias, etc (Questionrio, Professora 4).
Nesse sentido Oliveira, Z. (2002, p. 168) evidencia que:
A concretizao de boas propostas pedaggicas em creches e pr-escolas
inicia-se pela considerao de que os professores de educao infantil
apropriam-se de modelos pedaggicos e de representaes sociais aprendidos em programas de formao profissional ou vividos em suas
experincias pessoais- como elementos canalizadores das aes educativas,
mas no os revm criticamente nem os integram adequadamente ao seu
cotidiano profissional.
No que se refere ao embasamento terico cientfico utilizado para desenvolver a
educao psicomotora na Educao Infantil, as professoras no apresentam conhecimentos
relevantes e no citam nenhum autor.
Na verdade nunca estudei nada especfico, apenas adoro movimentar
meus pequenos alunos com atividades criativas e inventadas pelos
anos de formao pedaggica (Questionrio, Professora 1).
Nenhum (Questionrio, Professora 3).
No conheo (Questionrio, Professora 6).
11
Dessa maneira constatamos que as professoras apresentam um discurso sobre um
desenvolvimento integral, mas no detm um embasamento terico cientifico sobre educao
psicomotora. Segundo Oliveira, Z. (2002, p. 168):
[...] h que reconhecer que, se as instituies de educao infantil
enraizaram-se em uma cultura, contribuem para transformar o contexto
cultural. Da a importncia de avaliar a qualidade do trabalho por eles
realizado. Essa qualidade, sem dvida, depende do que pretendido para as
futuras geraes, ou seja, de um projeto poltico elaborado pelas
comunidades escolares.
As professoras reconhecem a importncia da educao psicomotora, mas tem uma
concepo relacionada a uma ao preventiva diante das dificuldades de aprendizagem das
crianas, porm faltam os conhecimentos necessrios para a efetivao dessa prtica,
conforme podemos perceber nas afirmaes das mesmas abaixo:
Entendo que de suma importncia, pois estimula para que a aprendizagem
ocorra de maneira espontnea e sem conflitos (Questionrio, professora 4).
A educao psicomotora precisa ser desenvolvida pouco a pouco, para
assim a criana ir adquirindo confiana em si mesma, conhecendo melhor
suas possibilidades e limites, para estabelecer condies necessrias para
uma boa relao com o mundo (Questionrio, professora 10).
Por meio da fala das professoras, podemos dizer que algumas, de certa maneira, se
apropriam de modelos pedaggicos sem analis-los, e muitas vezes deixam de utilizar
alternativas que poderiam contribuir para uma prtica pedaggica mais significativa, dessa
forma assim acabam repetindo aes que impossibilitam um desenvolvimento integral do
aluno.
Segundo Sanches, Martinez e Pealver (2003, p. 75):
Insistimos no termo preventivo, uma vez que pode ajudar a prevenir certo nmero de dificuldades de comportamento, de aprendizagem, por se tratar de
uma prtica no diretiva, em que o adulto que intervm pode observar, com
suas estratgias pedaggicas, as crianas em momentos de expresso intensa
e espontnea, vividos atravs do jogo em um ambiente que d segurana, a
partir da dimenso do prazer sensrio- motor, da expresso das emoes e da
dinmica fantasmtica e imaginria que a acompanha. A interveno, nesse
contexto, favorecer o tratamento das dificuldades e dos bloqueios, ajudando
a criana a se tornar um ser de comunicao.
12
A prtica psicomotora, por no ser diretiva, leva a criana a explorar o mundo exterior,
por meio de experincias concretas. Uma observao do professor de maneira atenta faz com
que muitas dificuldades no passem despercebidas, podendo, portanto ser amenizadas ou at
mesmo solucionadas.
Consideraes Finais
Na anlise das respostas das professoras percebe-se que a prtica psicomotora est
presente na escola, mas que esse tema foi tratado de forma fragilizada no processo de
formao inicial das educadoras. As professoras devem ter clareza das prticas psicomotoras
para que estas se efetivem dentro da escola de maneira assdua e com qualidade. Percebe-se
tambm que a fundamentao terica cientfica sobre a temtica exposta no est presente na
formao das professoras que participaram da pesquisa.
A escola um meio em que a criana pode e deve se desenvolver em muitos aspectos,
os professores devem aprofundar seus estudos sobre a infncia e no que diz respeito s
praticas psicomotoras, tornando esse perodo rico em possibilidades para trabalhar o corpo.
O conhecimento, por parte das professoras, sobre a importncia de se trabalhar o
desenvolvimento psicomotor se constitui em uma ao preventiva, que colocada em prtica
diminuiria de forma expressiva as intervenes remediadoras relacionadas s questes de
dificuldades de aprendizagem. Desta forma o desenvolvimento da educao psicomotora se
torna imprescindvel na Educao Infantil, cabendo a todo professor que trabalha nessa fase
de escolarizao efetivar um trabalho psicomotor com as crianas de maneira que atenda suas
necessidades a fim de tenham um desenvolvimento harmonioso e completo que considere o
corpo que se expressa, interage e se movimenta.
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Secretaria de Educao Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educao
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