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1 FACULDADE INTEGRADA DA GRANDE FORTALEZA – FGF PROGRAMA ESPECIAL DE FORMAÇÃO PEDAGÓGICA DE DOCENTES NA ÁREA DE LICENCIATURA EM BIOLOGIA A EDUCAÇÃO COMO FORMA DE MELHORAR A QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO JOSÉ ERANILDO TELES DO NASCIMENTO Crateús- CE 2011

A EDUCAÇÃO COMO FORMA DE MELHORAR A ......melhorar a sua qualidade de vida; observar algumas políticas públicas destinadas ao direito do idoso à educação e saúde. A pesquisa

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FACULDADE INTEGRADA DA GRANDE FORTALEZA – FGF

PROGRAMA ESPECIAL DE FORMAÇÃO PEDAGÓGICA DE DOCENTES NA

ÁREA DE LICENCIATURA EM BIOLOGIA

A EDUCAÇÃO COMO FORMA DE MELHORAR A QUALIDADE DE

VIDA DO IDOSO

JOSÉ ERANILDO TELES DO NASCIMENTO

Crateús- CE

2011

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JOSÉ ERANILDO TELES DO NASCIMENTO

A EDUCAÇÃO COMO FORMA DE MELHORAR A QUALIDADE DE VIDA

DO IDOSO

Monografia apresentada como requisito parcial para

obtenção do título de Licenciado em Biologia no

Programa Especial de Formações de Docentes da

Faculdade Integrada da Grande Fortaleza – FGF, sob

a orientação do Profº. Dsc. Jean Carlos de Araújo

Brilhante.

Crateús - CE

2011

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3 Monografia submetida ao Programa Especial de Formação Pedagógica de Docentes em

Biologia, como parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de Licenciado em

Biologia, outorgado pela Faculdade Integrada da Grande Fortaleza – FGF.

_______________________ José Eranildo Teles do Nascimento

______________________________ Prof. Dsc. Jean Carlos de Araújo Brilhante

Orientador

______________________________ Profª. Msc. Célia Diógenes

Coordenadora do Curso

Nota obtida: ______

Monografia aprovada em: ___ / ____ / ____

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Aos meus pais

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AGRADECIMENTOS

A Deus pelo dom da existência a força de superação em cada etapa da minha vida. Enfrentar desafios e

não desistir, mesmo as barreiras nos parecendo insuperáveis, somente tendo Jesus como nosso

salvador.

Ao meu orientador Prof. Dr. Jean Carlos de Araújo Brilhante pela dedicação e seus ensinamentos.

Aprendi muito com suas disciplinas. Além de muita dedicação, estar sempre presente e eliminando a

sensação ausência física do professor em um curso a distância. Aprendi mais com o professor Jean a

distância do que com muitos professores presenciais que tive ao longo de minha jornada.

A meus pais Francisco Alves do Nascimento e Onélia Teles do Nascimento (in memorian), encontrei

neles a fonte maior de viver com dignidade e mesmo encontrando decepções ao longo da vida, ainda

não perdi o a capacidade de acreditar em dias melhores e em pessoas.

A minha esposa Kelly Vieira Alves pela ajuda e parceria.

Aos meus irmãos, Maria Elieusa Teles do Nascimento, Antônio Edmar Teles do Nascimento,

Francisca Elizeuda Teles do Nascimento, Raimundo Edilson Teles do Nascimento e Maria Eliene

Teles do Nascimento, pela ajuda ao longo da minha vida e durante todos os momentos dos meus

estudos.

Aos professores do curso em especial a professora Paula Patrícia.

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“Formar é muito mais do que puramente

treinar o educando no desempenho de

destrezas”

Paulo Freire

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RESUMO Este trabalho destaca a importância da educação na terceira idade influenciando a sua qualidade de vida. Relata-se que quando o idoso volta-se para a educação e a esta é educação, à mesma apresenta grande contribuição na sua saúde e consequentemente em sua qualidade de vida. Programas de ressocialização incluindo grupos educacionais atuam contribuindo para o resgate da qualidade de vida e reconhecimento dos idosos na sociedade. O trabalho visa contribuir para a promoção da saúde física, mental e social das pessoas idosas, lançando mão dos diversos meios educacionais ampliando a participação social e a melhoria das condições de saúde, e qualidade de vida dos idosos. Dessa maneira, a presente pesquisa tem por objetivo identificar o papel da educação como possibilidade de mudanças para os idosos; analisar as diferentes formas de inserção e integração do idoso no contexto educativo e em busca de melhorar a sua qualidade de vida; observar algumas políticas públicas destinadas ao direito do idoso à educação e saúde. A pesquisa é quanti-qualitativa e utilizou a observação e aplicação de questionários aplicados em alunos da terceira idade do município de Crateus. Como resultados, foi possível observar que uma ação educacional bem aplicada, as aulas e um maior dinamismo a estas aulas acompanhadas de Novas Tecnologias auxiliando a educação permite mudanças e transformações na vida dos idosos, possibilitando uma melhor qualidade de vida. Também, as políticas públicas voltadas para esse segmento devem propiciar direitos nos diferentes âmbitos, como a saúde, lazer, esporte e a educação Palavras-Chaves: Educação – Idoso – Qualidade de vida

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Sexo dos Entrevistados p.26

Figura 2 Faixa etária p.27

Figura 3 Melhora na qualidade de vida p.27

Figura 4 Desempenho de sua aprendizagem. p.28

Figura 5 Quais os recursos pedagógicos que melhoram seu aprendizado p.29

Figura 6 Você tem necessidade de complementação para os conteúdos? p.29

Figura 7 Sente-se motivado nas aulas p. 30

Figura 8 Que dificuldade você encontra para desenvolver seus estudos? p.31

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 10

2 REFERENCIAL TEÓRICO .........................................................................................13

2.1 Conceitos Iniciais Sobre a Educação Para o Idoso.................................................13

2.2 O Idoso e o meio social...............................................................................................15

2.3 Aspectos biológicos e fisiológicos da velhice............................................................16

2.4 A Educação e a Renovação Existencial....................................................................17

2.5 Saúde na Terceira Idade............................................................................................22

3 METODOLOGIA............................................................................................................24

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO....................................................................................26

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................................32

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .........................................................................33

APÊNDICE 1....................................................................................................................36

APÊNDICE 2....................................................................................................................37

APÊNDICE 3....................................................................................................................38

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1 INTRODUÇÃO

Observa-se a busca de pessoas da terceira idade pela ciência e a motivação por

novos desafios, pois sendo uma etapa da vida que apresenta suas próprias características, essa

população de indivíduos almejam realizações acompanhadas de mudanças no âmbito pessoal

(AZAMBUJA, 2005). Para o pesquisador Rodrigues Junior (2007, pg.19) “a aprendizagem,

atua como um processo que ocorre internamente no indivíduo, gerando transformações que

afetarão sua forma de pensar e interagir no e com o mundo”.

Com essas mudanças ocorrendo com o indivíduo também se observa uma

mudança nas práticas educacionais, onde observamos um homem que almeja conhecimento e

aperfeiçoamento, porém possuidor de pouco tempo para ser disponibilizado e é justamente

este um dos empecilhos para que essa assunção aconteça, logo, o idoso também se faz

presente nessa nova abordagem. Fazendo com que esse novo envolvimento se dê de forma

similar como acontece em jovens.

Vivendo em um período onde as quebras de fronteiras informacionais estão

ocorrendo a todo instante, a velocidade com que as informações acontecem é algo vertiginoso

e para está dentro de uma sociedade que exige essa nova quebra de paradigma, procura-se

realmente, estar atento às novas práticas de ensino. Neste trabalho procurou-se descrever e

refletir criticamente sobre a educação voltada para o idoso lembra-se que os idosos possuem o

direito à educação, previsto no capítulo V, artigos 20 a 25, do Estatuto do Idoso (lei no

10741/2003).

Sendo o envelhecimento da população hoje uma das maiores preocupações no

campo da saúde pública o que gera a necessidade de implantações de políticas públicas bem

elaboradas e direcionadas a esse grupo populacional, principalmente em países em

desenvolvimento como é o caso do Brasil, porém vale ressaltar que essa população aumenta

em ambientes de pobrezas e com grande desigualdade social (ROUQUAYROL, 2003).

Franchi e Montenegro (2005) relatam o aumento no processo de envelhecimento da

população decorrente de uma elevação na expectativa de vida desse grupo populacional.

Em estudos feito pelo IBGE no ano de 2002, Rouquayrol (2003) mostra que a

população de pessoas maiores de 60 anos cresceu de 6,1% para 8,6% no período de 1980 e

2000 e para Pavarini et al (2005) é justamente a faixa etária populacional que mais cresce no

Brasil. Diante destes fatos observamos que o processo de envelhecimento da população está

acontecendo principalmente no interior do pais e é justamente onde se faz necessário uma

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implantação de políticas educacionais diferenciadas com o objetivo de melhorar a o nível

educacional da população.

Para Lebrao (2005) a população de 60 anos a mais, na América Latina e

Caribe, durante o período de 1980 a 2025 terá, em média, dobrado pelo menos uma vez e, em

mais da metade dos casos, triplicado antes do ano 2025, Rouquayrol (2003), afirma que em

2025 o Brasil estará na sexta colocação entre os países com maior número de idosos. Já para

FRANCHI e MONTENEGRO (2005) a população de idoso no Brasil em 2020 será de

dezesseis vezes o número observado em 1950. Os mesmos autores mostram que em estudos

epidemiológicos realizado no município de Fortaleza, o percentual de idoso é de 8% da

população, o que é superior a média nacional.

As transformações ocorridas na velhice tanto de origem biológica como

psicossocial, assim como a sensação de inutilidade, de solidão e de dependência leva ao

desenvolvimento de intensos sofrimentos por parte desse idoso (D'ALENCAR, 2008). O

pesquisador Rodrigues Junior (2007, pg. 26) expõe o fato de nos dias de hoje onde a

sociedade valoriza muito a produtividade diretamente e a força do trabalho, trata o

envelhecimento e a aposentadoria como algo que se mostra deteriorado e o idoso como uma

pessoa de inutilidade social evidente. Diante de todo este quadro o presente estudo tem a

intenção de mostrar uma relação direta dos grupos de idoso com a sua melhoria na qualidade

de vida, assim como uma repercussão no aprendizado com a volta do idoso a educação. Os

idosos possuem o direito à educação, previsto no capítulo V, artigos 20 a 25, do Estatuto do

Idoso (lei no 10741/2003).

A presente pesquisa visa avaliar o impacto gerado pela educação no processo

de envelhecimento na população na qualidade da vida do idoso. Este grupo populacional

desenvolve motivação por novos desafios, pois sendo uma etapa da vida que apresenta suas

próprias características, essa população de indivíduos almejam realizações acompanhadas de

mudanças no âmbito pessoal (AZAMBUJA, 2005). A pesquisa torna-se importante na medida

em que propõe mudança nas práticas educacionais, onde se observa um homem que almeja

conhecimento e aperfeiçoamento, porém possuidor de pouco tempo para ser disponibilizado e

é justamente este um dos empecilhos para que essa assunção aconteça. Tema importante na

aera educacional e no campo da saúde pública o que gera a necessidade de implantações de

políticas públicas bem elaboradas e direcionadas a esse grupo populacional.

Com o estudo analisa-se a necessidade de implantações de políticas educacionais

diferenciadas com o objetivo de melhorar a o nível educacional da população. Diante de todo

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este quadro este trabalho tem a intenção de mostrar uma relação direta dos grupos de idoso

com a sua melhoria na qualidade de vida, assim como uma repercussão no aprendizado com a

volta do idoso a educação.

Tem-se como objetivo geral investigar a melhoria da qualidade de vida do

idoso diante da sua interação com a educação e especificamente tem-se como objetivos

estimular o desenvolvimento de políticas públicas para a educação do idoso, favorecer

práticas educacionais com o idoso, melhorar a auto-estima do idoso com o interesse pela

educação, observar o comportamento dos indivíduos da terceira idade em relação a sua

participação no grupo de estudo em geral, observa o desempenho do idoso frente às novas

tecnologia de informação e analisar a se existe relação na qualidade de vida do idoso, quando

este volta a se relacionar usando a educação como meio social.

O trabalho está dividido em cinco capítulos, onde o primeiro encontra-se

justamente a introdução que aqui se segue. No segundo capítulo é explicitado todo o

referencial teórico onde foi retirado o embasamento para se retratar o referido trabalho. O

terceiro capítulo é a metodologia do trabalho, onde se aborda como o trabalho foi

desenvolvido. O quarto capítulo trás explicitando os resultados da pesquisa. No quinto

capítulo tem-se as considerações finais do trabalho.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Conceitos Iniciais Sobre a Educação Para o Idoso

O envelhecimento da população é uma característica dos países em

desenvolvimento graças ao melhoramento e avanço da qualidade da medicina implantado

junto com o desenvolvimento de um sistema social e previdenciário para amparar o idoso e

este ter uma boa qualidade de vida. (RODRIGUES JUNIOR, 2007). Também o mesmo autor

mostra que o termo terceira idade surgiu por volta da década de 1960, que servia justamente

para estabelecer uma representação social mais positiva dos idosos.

Para Zimerman (2000 apud Rodrigues Junior 2007, pg. 07) o “velho é aquele

que tem diversas idades: a idade do seu corpo, da sua história genética, da sua parte

psicológica e da sua ligação com a sociedade”. Observa-se, portanto uma heterogeneidade

aplicada ao grupo de idosos que procuram uma relação social na pós-aposentadoria. Para

Camarano, (1999) quanto menor o número de jovens e maior o número de adultos atingindo a

terceira idade, mais rápido é o envelhecimento da população como um todo, o Brasil está se

tornando um país com maior número de idosos, logo se faz necessário políticas públicas

voltados para essa gama da população.

Ao aposentarem-se, nos dias atuais, as pessoas da Terceira idade passam a ter pela frente muitos anos de vida, portanto, há sempre o risco de terminarem isoladas, deprimidas ou sem propósito. Para o autor os contatos sociais podem se tornar reduzidos em função de suas possibilidades, distâncias, vida agitada, falta de tempo, circunstâncias financeiras e a realidade da violência nas ruas Zimerman (2000 apud Rodrigues Junior 2007, pg. 17)

Para Oliveira (2001) o slogan sustentado pelo Brasil, de “País Jovem”, retrata

hoje uma realidade diferente, pois o que está envelhecendo. Encontra-se com frequência

pessoas com mais de oitenta anos e muitas vezes até mesmo com mais de cem anos. Em

níveis de estatísticas o IBGE (2002 apud Rodrigues Junior 2007, pg. 14) relata que a

população de idoso em 1950 era de cerca de 204 milhões, passando para 579 milhões em

1998. Um crescimento impressionante de pouco mais de 180% em quase cinco décadas. De

acordo também com o IBGE (2002), a maioria dos idosos no Brasil é do sexo feminino,

população que era de 5,7 milhões em 1991 e passou para 8,5 milhões em 2002, o que

representa um aumento relativo de cerca de 50% em onze anos.

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Conforme MOSQUERA (1978) apud Oliveira 2001 esclarece que a velhice

não pode ser vista como um acidente. Temos que envelhecer é um processo fisiológico do

organismo, porém queremos envelhecer sem dor ou patologias associadas.

Também, encontra-se um aumento no público idoso masculino, onde no mesmo período,

passou de 4,9 milhões para 6,5 milhões. Com esse aumento é de se esperar o desenvolvimento

de políticas públicas voltadas para essa determinada faixa etária o que justamente procura-se

propor com essa pesquisa a medida que os dados relacionados a educação a distância vão

aparecendo e surgindo resultados com a pesquisa.

No final da década de 1980, intensifica-se o movimento de valorização do

idoso em decorrências dos dados demográficos de expansão desse grupo populacional.

Autores se dedicaram a escrever sobre a velhice e o idoso (VERAS, 2004 pg. 16). Nas

legislações referenciais à terceira idade observa-se que a educação possui destaque. No art. 3o

da lei no 8842/1994, propõe-se a melhoria das condições de estudo para que os idosos possam

aprender com mais facilidade, materiais pedagógicos que contemplem essa gama da

população, criação de programas voltados ao idoso, além de educar a população para melhor

entender o processo de envelhecimento e assim reduzir o preconceito. Segundo o Estatuto do

Idoso, no cap. 5, art. 20, 21 e 25, o idoso tem direito à educação, respeitando a peculiar

condição de sua idade. O poder público criará oportunidades de acesso do idoso à educação,

havendo cursos especiais para que ele se integre à vida moderna, além de apoiar a criação de

universidades abertas para as pessoas idosas e publicações de livros e periódicos com

conteúdos adequados à população da terceira idade (OLIVEIRA; SCORTEGAGNA;

OLIVEIRA, 2009)

Na grande maioria dos países, o pagamento da aposentadoria começa aos 60

anos para as mulheres e aos 65 para os homens. Daí, sob o ponto de vista econômico, a

velhice, também chamada de Terceira Idade, inicia aos 60 anos (PONTAROLO, OLIVEIRA,

2008). A educação é uma forte ferramenta na mudança desse panorama que desprivilegia o

idoso. Indubitavelmente, a educação não é privilégio apenas das gerações mais jovens, ao

contrário, é um direito de todos, um instrumento maior no combate às barreiras sociais, na

promoção de uma verdadeira cidadania. Uma educação que prepare as gerações mais jovens

para bem conviver com os mais velhos e a informar sobre sua futura velhice. A aprendizagem

se realiza continuamente em todas as situações que se apresenta ao ser humano. Daí surgiu o

termo educação permanente que Barcia (1982, p. 63) define “como um processo de afirmação

do indivíduo através da tomada de consciência para um autodeterminismo na condução de

alternativas, a fim de dominar as diferentes situações em que será levado a viver”.

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2.2 O Idoso e o meio social

O idoso busca uma ressocialização e para isso ele precisa se sobrepor a alguns

paradigmas colocados pela sociedade e tudo isso é encarado como um desafio, pois o

sentimento de inutilidade perante sua família e seu meio social o faz se sentir diminuído e

excluso da sociedade. É importante destacar e divulgar a lei federal no 8.842/94, que

implantou a Política Nacional do Idoso e criou o Conselho Nacional do Idoso, como também

a lei no 10741/2003, que instituiu o Estatuto do Idoso (OLIVEIRA; SCORTEGAGNA;

OLIVEIRA, 2009). Segundo Saviani (2003), a educação deve evoluir enquanto reprodutora

das desigualdades sociais. Já Freire (2005), admite que seja necessário tornar a educação

acessível às camadas populares. Para ele a educação cumprirá caráter político e social na

medida em que possa criar o espaço de discussão e problematização da realidade, com vistas à

educação consciente, voltada para o exercício da cidadania por sujeitos comprometidos com a

transformação da realidade, envolvendo jovens, adultos e idosos nas mais diversas dimensões.

Oliveira; Scortegagna e Oliveira (2009) relatam que o problema do

envelhecimento é pouco contemplado na Constituição Federal e o assunto se faz presente no

artigo de número 30, da mesma Carta, onde se destaca a lei no 8.842, de 4 de janeiro de 1994,

que implantou a Política Nacional do Idoso. Os mesmos autores lembram que essa lei surgiu

em virtude de inúmeras pressões da sociedade brasileira e da influência do documento

“Política para Terceira Idade nos anos 90”, produzido pela Associação Nacional de

Gerontologia (ANG), que contemplou um rol de recomendações para essa faixa etária.

Fernandes (1999, p. 20), comenta que trata-se de uma lei especial que procura valorizar a

qualidade de vida e a longevidade, A Lei também estabelece recomendações para que as

pessoas idosas sejam entendidas em suas necessidades e desfrutem de vida plena e saudável,

segura e satisfatória, junto de suas famílias e na comunidade onde vivem.

Torna-se necessário, antes de compreender a inserção do idoso num contexto

educacional, refletir sobre o processo de envelhecimento e a velhice, pois Segundo Furter

(1976), o homem é um ser inacabado, que busca a perfeição; nesse sentido, a educação se

torna um processo contínuo que só termina com a morte. Sabendo-se que o envelhecimento

proporciona variedade e riqueza de experiências psico-sociais e reacionais. Aspectos

fisiológicos da velhice fazem-se presentes hoje me dia nas mais diversas linhas de pesquisas

de universidades renomadas. Esse assunto é justamente o que retrata o próximo subtópico

(MORAGAS, 1991, p. 124).

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2.3 Aspectos biológicos e fisiológicos da velhice

Biologicamente falando os aspectos da velhice se faz presente nos sentidos e

na capacidade motora com diminuição das características cinesio-funcionais e dos reflexos

neuromusculares. Em relação a fatores cognitivos observa-se que se este não for

constantemente estimulada por situações desafiadoras, tende à estagnação ou ao declínio

(RODRIGUES JUNIOR, 2007). As definições de velhice apresentam-se como resultantes da

diversidade de enfoques existentes e convergem em torno de denominadores comuns,

revestidos do entendimento de diferentes estudiosos sobre os fatores relevantes de tal

definição, entre os quais se podem citar os cronológicos, biológicos, psicológicos, sociais e

espirituais. Assim, torna-se indispensável a abordagem de múltiplos e diferentes critérios que

incidem sobre a caracterização do que é velhice.

Para Pontarolo, Oliveira (2008), sob o ponto de vista biológico, os geriatras

dividem as idades em:

Primeira idade: de 0 a 20 anos;

Segunda idade: de 21 a 49 anos;

Terceira idade: de 50 a 77 anos;

Quarta idade: de 78 a 105 anos.

O envelhecimento espelha uma série de fatores individuais, procedentes do

âmbito educacional, que é justamente o nosso objeto de pesquisa, das atividades laborativas,

bem como das experiências vividas e estas ao se relacionarem com seus aspectos educacionais

tornam-se importante para o aprendizado muitas vezes até com a necessidade de mudanças

conceituais (RODRIGUES JUNIOR, 2007, pg. 21).

Para Oliveira (2001),

As teorias biológicas do envelhecimento, retratam essa fase da vida como uma involução do organismo com o processo degenerativo, constituindo-se extremamente, na medida em que pela diminuição de algumas funções, atribuem ao idoso um quadro de incapacidade generalizada, com ênfase no declínio cognitivo (OLIVEIRA, 2001).

Estima-se que os avanços científicos e técnicos permitirão ao ser humano

alcançar de 110, 120 anos, uma expectativa de vida que corresponderia aos limites biológicos,

ainda neste século e dias atuais não é raro encontrar pessoas com mais de cem anos, ocorrem

mudanças fantásticas e muito próximas, que reclamam modelos inovadores e sintonizados

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com a contemporaneidade, que garantam vida com qualidade para este crescente contingente

populacional (VERAS, 2002).

Com a chegada da velhice, as alterações anatômicas são principalmente as mais

visíveis e manifestam-se em primeiro lugar. A pele que resseca, tornando-se mais quebradiça

e pálida, perdendo o brilho natural da jovialidade. Os cabelos que embranquecem e caem com

maior freqüência e facilidade não são mais naturalmente substituídos, principalmente nos

homens. O enfraquecimento do tônus muscular e da constituição óssea leva a mudanças na

postura do tronco e das pernas, acentuando ainda mais as curvaturas da coluna torácica e

lombar. As articulações tornam-se mais endurecidas, reduzindo assim a extensão dos

movimentos e produzindo alterações no equilíbrio e na marcha. Nas vísceras, produz-se uma

alteração causada pelos elementos glandulares do tecido conjuntivo e certa atrofia secundária,

como a perda de peso (MARCHI NETTO, 2004).

Quanto ao sistema cardiovascular, é próprio das fases adiantadas da velhice a

dilatação aórtica e a hipertrofia e dilatação do ventrículo esquerdo do coração, associados a

um ligeiro aumento da pressão arterial. Na parte fisiológica, as alterações, na maioria das

vezes, podem ser observadas pela lentidão do pulso, do ritmo respiratório, da digestão e

assimilação dos alimentos. Porém, acima de tudo, o próprio indivíduo sente a decadência de

sua capacidade de satisfação sexual. O organismo torna-se cada vez mais difícil para ambos

os sexos, contudo, a atividade sexual não desaparece, apenas torna-se menos intensa e

frequente (MARCHI NETTO, 2004).

2.4 A Educação e a Renovação Existencial

Encontra-se com o avanço da idade o aumento da disponibilidade do tempo

por causa de fatores como a aposentadoria, crescimento e independência dos filhos e muitas

vezes os netos, isto leva ao idoso a um sentimento de ociosidade e desestímulo pela a vida,

juntamente com a solidão (D'ALENCAR, 2008). A educação para o idoso não mais está se

identificando com políticas assistencialistas que antes acontecia e sim uma forma de

realmente desenvolver o aprendizado para essas pessoas e não apenas com atividades

recreativas como antes acontecia, isso é o que diz as pesquisadoras Oliveira, Scortegagna, e

Oliveira (2009).

Oliveira (2001) relata que a convivência e a interação social do idoso é

reduzida, por isso precisa-se eliminar o vazio existencial que o idoso vai encontrar na terceira

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idade e transformar esse momento em novas expectativas alegrias de viver, buscando

encontrar novos momentos de descoberta na ciência. A pesquisadora também infere que é

necessária uma valorização da velhice, atribuindo aos idosos novos papéis socialmente

valorizados. Por isso a necessidade de formação de políticas públicas na área de educação e

saúde para contemplar a população idosa que aumenta no país. O que se vê é uma

desvalorização financeira das pessoas mais velhas no mercado de trabalho e uma

marginalização na sociedade capitalista. A educação é um processo implantado pela

sociedade vigente, onde há sociedade há educação, e essa educação faz mudar ou formar o

comportamento do homem e transformá-lo no ser social, respeitando regras do seu meio.

A formação de um profissional voltado para as necessidades dos indivíduos

jovens e adultos nos últimos anos, tem se colocado como questão central nos debates sobre o

tema, haja vista que a educação para as pessoas da terceira idade está inserida nas políticas

para a educação de jovens e adultos e não especificamente – uma educação para o idoso, o

que se faz necessário viabilizar esse processo, pois tal população apresenta características

peculiares que precisam ser contempladas. Para Buarque (1991) a educação precisa ser

educada, principalmente no Brasil, pois ainda tem-se muito que melhorar, para atingir um

patamar de qualidade que contemple todas as idades de forma específica e vislumbrando as

características e qualidade própria da idade. A educação encarada como proposta prioritária

para os gestores e da sociedade, buscando quebrar barreiras sociais e mudar paradigmas. A

educação se coloca como forma de democratização do ser.

A educação do idoso acontece de forma inclusiva, isto é, colocando o idoso

junto com os mais jovens dividindo o mesmo espaço físico, porém o professor ou profissional

responsável deve se lembrar de oferecer um material didático que contemplem as duas faixas

etárias, principalmente levando em conta a trajetória da vida do idoso. Veras e Caldas, (s.d)

salienta que os cursos em que se contemple a educação dos idosos, tem que existir a

preocupação da qualificação e formação de recursos humanos capazes de lidar com este

segmento etário. Nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos

(parecer CEB no 11/2000), o idoso é citado, porém dentro da modalidade de Jovens e Adultos

e não como uma específica.

Vieira Pinto (1989, p29) relata que “a educação é o processo pelo qual a

sociedade forma seus membros à sua imagem e em função de seus interesses”. Oliveira;

Scortegagna e Oliveira (2009) também salientam que é apenas desta maneira que será

possível reverter muitos problemas sociais, em especial a exclusão e estereótipos negativos

atribuídos ao idoso na sociedade brasileira. Nesse aspecto, Freire (1996, p. 110) aponta que “a

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educação é uma forma de intervenção no mundo”. Dentro dessa afirmação novamente

Oliveira; Scortegagna e Oliveira (2009, p. 08) observam, que “as pessoas idosas estão

começando a ser percebidas como seres pensantes, que têm muito para nos ensinar, porém

ainda tem muito a aprender, demonstrando o quanto possuem a necessidade de sempre estar

em contato com novos conhecimentos e novas experiências”.

Também, segundo Freire (1979, p. 27), a educação é uma resposta da finitude

da infinitude”, pois o sujeito é incompleto, e encontra nos processos educacionais

pressupostos para suprir sua constituição pessoal inacabada, independentemente de sua idade

ou situação social. O indivíduo quando nasce é como um tábula rasa, em que a medida que vai

crescendo vai sendo completa com informações que servirá para sua constituição como ser

social.

Precisa-se salientar que a compreensão da educação ocorre como um processo

que se dá ao longo de toda a vida e o idoso vêm abraçar esta modalidade de educação como

algo para revitalização. À educação vem ser apresentada como uma condição oferecida para

permitir aos idosos viverem e acompanharem as constantes evoluções da sociedade,

adaptando-se e participando ativamente desse ritmo acelerado de mudanças. A educação é

inserida num contexto que permita dessa forma, reforçar a participação real e a integração dos

idosos na sociedade (OLIVEIRA 2001). Nesse sentido, a educação poderá ser útil e eficaz no

combate à negatividade estereotipada para a terceira idade.

Deve-se salientar que as Universidades podem assumir um papel importante no

desenvolvimento cognitivo, cultural e social do idoso, fazendo a integração desses indivíduos

e buscando os envolver em atividades lúdicas e educacionais levando-os a usufruir os bens

advindos com a proposta de educação na promoção da saúde. A universidade com essa prática

para o idoso, pode até mesmo diminuir o preconceito no que se relaciona com o idoso e

jovens, mostrando que aqueles são indivíduos capazes de aprender e a desenvolver atividades

de complexidade adequada para o meio social.

A educação é um importante meio de transformação e valorização do idoso, no

que tange sua melhora no cognitivo, autoestima, o seu meio social tornará mais amplo e este

passará a participar de decisões no convívio de seus familiares permitindo um melhora em seu

bem-estar, físico e mental. “Envelhecer não é só decair fisicamente. É crescer. É mais do que

o fato negativo de que se vai morrer, é também o fato positivo de que se compreende que se

vai morrer e que se pode viver melhor por causa disso”. (ALBOM, 1998, p. 117).

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Bacelar (2002), indica que a educação é o maior instrumento no processo

social e transformador da personalidade do homem, portanto, é vista como um meio de

libertação e mudanças na terceira idade e permite a reavaliação das características próprias,

além de propiciar um processo de análise e reflexão para essas pessoas. Os idosos têm a

capacidade de aprender, independentemente da sua idade. A partir do momento em que são

incentivados, o processo de aprendizagem ocorre de maneira significativa. Além da

capacidade de aprender, os idosos possuem o direito à educação, previsto no artigo 20 do

Estatuto do Idoso (lei número 10741/2003).

Em pesquisa realizada por Assis et al (2009) a satisfação com as atividades no

tempo livre para os idosos que participam de grupos sociais é elevada e o motivo mais comum

de insatisfação foi a falta de companhia, seguida de: falta de motivação, custo, vontade de

mudar a rotina, e "falta de um serviço social" - atividade voluntária entendida como

possibilidade de sentir-se bem por ser útil a outra pessoa. Para Oliveira 0(2001) essa idade é

vista como um período de características próprias. É a época em que muitos projetos e

atividades que até então não haviam sido realizados passam a se tornarem importantes e

passam a serem colocados em práticas buscando a satisfação pessoal, o crescimento e as

mudanças psicológicas.

Para Oliveira (2001, pg. 06) “o idoso é capaz de aprender, como também de se

adaptar às novas condições e exigências de vida. Apenas deve ser respeitado o seu ritmo

individual que, muitas vezes, pode evidenciar-se mais lento do que na juventude. Ritmo

diferenciado não se identifica com incapacidade”. Angulo (1991) salienta que a aprendizado

dos idosos são mais lentos que para os jovens e a apresentação rápida aos idosos de um

material novo a aprender, incomoda mais que aos jovens, Isso muitas vezes decorrente de

todo um processo social desenvolvido ao longo da vida pelo idoso. Material específico para

contemplar essa clientela é necessário, pois o aumento da idade está em evidência. Uma

postura inovadora pelo professor deverá ser assumida, para que este tenha condições de suprir

a necessidade do aluno idoso.

Para Oliveira (2001) o profissional que estar trabalhando com uma população

de idosos deverá assumir determinadas posturas e adquirir novas práticas como, por exemplo

se desvincular de modelos ultrapassados e tradicionalistas de ensino; utilizar uma linguagem

clara, objetiva e acessível; desfazer preconceitos que a sociedade atribui ao idoso, relacionar

todos os conhecimentos novos e informações com o cotidiano para que a relevância dos

mesmos seja percebida, criar um ambiente alegre, descontraído e afetivo, aceitar e respeitar o

ritmo do idoso no processo ensino-aprendizagem; reconhecer a velhice como mais uma etapa

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da vida, estimular a criatividade e o potencial dos idosos. Para seu aprendizado o idoso

depende de seu próprio espaço, reforçando que o idoso tem necessidades peculiares e devem

ser respeitadas, sob a condição de não haver aprendizado ou com deficiência se não for

respeitados tais limitações.

Encontra-se na atualidade uma grande heterogeneidade etárias em estudantes

em uma sala de aula e também em ambientes interativos, como as salas de Educação a

Distância (EaD) não só a nível de conhecimentos, mas também em relação a idades e isso faz

com que o professor ou o tutor tenha de se adaptar diante deste novo quadro, procurando

novas organizações e novas práticas de ensino, para facilitar o aprendizado desse aluno.

(VILLANI, PACCA, 1997).

Sabe-se que as políticas públicas voltadas para a educação se baseia no

processo ensino aprendizado para crianças e adolescentes e são raros os casos voltados para o

idoso dessa forma como já foi comentado estamos aumentando nossa expectativa de vida e

desejamos de novos incentivos para acompanhar a modernização dos meios que facilitam o

aprendizado (RODRIGUES JUNIOR, 2007). Inclui-se nesse papel as Novas Tecnologias de

Informação e Comunicação, pois não se pode esquecer que o advento da tecnologia trouxe

inicialmente um processo de exclusão digital para o grupo de adultos da Terceira Idade, atém

mesmo por ás pessoas ativamente econômicas não acreditarem na capacidade produtiva

economicamente falando de pessoas com mais idade (PAULO; TIJIBOY, 2005).

Belloni (2008) lembra o fato de que a educação é o principal instrumento para

a emancipação do indivíduo. Não se pode desconsiderar a educação como uma das formas

para a transformação da sociedade e a sua importância enquanto processo contínuo, como fato

existencial, cultural, intencional, social, do homem, pois o homem é produto da sociedade

vigente (PINTO, 1989). Vale ressaltar também que os idosos do século XXI têm maior nível

de escolaridade, inclusive muitos têm graduação, curso superior. Logo, suas necessidades e

anseios são outros e precisam ser supridos da melhor maneira possível. (OLIVEIRA,

SCORTEGAGNA, e OLIVEIRA, 2009).

Os autores Oliveira, Scortegagna, e Oliveira, (2009) afirmam que é preciso

ressaltar o papel democrático que a educação possui assim como todas as possibilidades de

mudança que podem ocorrer por seu intermédio. Para os mesmo autores embasados nas

mesmas considerações, percebe-se que a educação é o ponto culminante de toda a mudança

no pensamento presente, para que se possa sair de uma cultura excludente para um pensar

crítico e compatível com a atual realidade. Diante do exposto, é que se deseja a inclusão do

idoso na participação no meio educacional, na procura de também se inserir no meio social e

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aumentar ou voltar a ser participativo no mercado de trabalho. Saviani (2003, p. 21) ressalta

que “o processo educativo é a passagem da desigualdade à igualdade”.

Busca-se o entendimento da educação para a terceira idade como uma

realidade que precisa ser incrementada por diferentes programas oferecidos aos idosos,

possibilitando a aquisição de conhecimentos a instrumentalização desses indivíduos, a fim de

propicia-lhes uma participação mais ativa e integrada na sociedade. Precisa-se valorizar a

participação do idoso no meio educacional e ainda oferecendo aprendizados de novas

tecnologias envolvidos na aprendizagem e melhorando o processo ensino-aprendizagem.

Quando a educação se torna permanente na vida dos idosos, é possível encontrar um novo

sentido em viver, mesmo quando já se encontram desacreditados pela própria sociedade, pois

“a educação na terceira idade está inserida no processo de educação permanente”. (SCHONS;

PALMA, 2000, p. 160).

2.5 Saúde na Terceira Idade

Em dias atuais o idoso não quer mais ficar sempre em casa com um sentimento

de inutilidade, é necessário para que isto se torne prática no seu cotidiano, políticas públicas

que estimule o idoso a buscar participar com mais afinco o seu lugar perante a sociedade. Para

Oliveira, Scortegagna e Oliveira, (2009), os jovens e adultos tem que possuírem a

conscientização de que o idoso de décadas atrás não é o mesmo de hoje e esta informação

deverá ser captada por todos os indivíduos e favorecendo o processo de inclusão. O avanço da

idade não reprime qualquer capacidade do indivíduo, ocorre uma adaptação do idoso para

com suas limitações do cognitivo e corpo. A prática de exercícios físicos é cada vez mais

frequente no meio de pessoas com mais de sessenta anos, as academias procuram se

adaptarem para receberem essa gama da população. Os profissionais da área de saúde também

estão cada dia mais se capacitando com o objetivo de receber essa gama da população com

condições de lhe prestarem um excelente trabalho.

Oliveira, Scortegagna e Oliveira, (2009) também afirmam que a população

idosa tende a aumentar, sendo necessário investir em políticas públicas voltadas para uma

melhor qualidade de vida, além de propiciar uma educação permanente para essas pessoas,

com o objetivo de possibilitar um processo de atualização, interação e crescimento pessoal,

além de oferecer ao idoso a sensação de se sentirem útil para a família e a sociedade. Para a

ONU, a Terceira Idade começa aos 60 anos nos países subdesenvolvidos e aos 65 anos nos

países desenvolvidos. O envelhecimento ocorre em diferentes dimensões, concomitantes ou

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não: biológica, social, psicológica, econômica, jurídica, política, etc. O envelhecer depende de

muitos fatores ocorridos nas fases anteriores da vida, das experiências vividas na família, na

escola ou em outras instituições (PONTAROLO, OLIVEIRA 2008).

Uma vez que os avanços da ciência e da medicina contribuem para o

prolongamento da vida das pessoas, faz-se necessário repensar e colocar em prática formas

mais humanizadoras de convivência com as pessoas da Terceira Idade, tanto internamente nas

famílias como nos serviços de atendimento e população em geral (MARCHI NETTO, 2004).

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3 METODOLOGIA

Para este trabalho realizou-se uma pesquisa bibliográfica sobre a Educação

observando a presença de pessoas com mais de 60 anos na volta ao aprendizado e por novos

métodos de ensino. Esta pesquisa foi realizada também sob influência de livros, sites da

Internet relacionados com o assunto, como o Bireme, Scielo (http://www.scielo.com.br), site

de busca da USP- Universidade de São Paulo (http://www.usp.br), Sites de busca foi

analisado como o google, revistas científicas, assim como outros tipos de periódicos

abordando o conhecimento em pauta.

O critério selecionado das publicações abordará um período de dez anos, isto é

entre o ano de 2001 á 2011. Uma pesquisa de campo foi a pauta deste trabalho de pesquisa,

onde avaliou-se as condições sócio-culturais desse grupo populacional, isto é em pessoas

acima de sessenta anos de idade, que é a idade considerada na terceira idade, assim como a

necessidade do idoso de ir à busca de uma melhoria na sua qualidade de vida. Abordaram-se

grupos educacionais na cidade de Crateús no estado do Ceará. Um questionário auto-

respondido relativas à sua escolaridade, ao conhecimento do uso da informática e o impacto

na sua vida e uma relação direta com o aprendizado e seu bem-estar, será aplicado para este

grupo populacional.

Os dados serão comparados e exibidos em tabelas e gráficos. A pesquisa se

dará na Cidade de Crateús que apresenta uma distância de 350 Km de Fortaleza, a capital do

estado do Ceará. Crateús, como os estudos teóricos afirmaram está dentro do contexto entre as

cidades em que se aumenta a quantidade de idosos e não pode ser diferente, quando se fala em

que a mesma padece de políticas públicas que contemplem o idoso e suas necessidades.

A pesquisa foi realizada aleatoriamente entre grupos educacionais na cidade de Crateús. Esses

grupos funcionam em horário diferenciado, geralmente iniciando às cinco horas da tarde e

indo até oito horas da noite. Ocorre nesses encontros não apenas transmissão de

conhecimento, porém também dinâmicas, oficinas entre outras atividades.

É um estudo do tipo descritivo e de natureza investigativa, fundamentado em

princípios teórico-metodológicos em estudos que englobam a educação de idosos e sua

influência na qualidade de vida de tais pessoas. Um questionário auto-respondido foi aplicado

sobre a população de idosos que voltaram a estudar. O estudo contou com 20 participantes.

Perguntas relacionadas à escolaridade do entrevistado, a qualidade de seu aprendizado, ao

impacto na sua vida e uma relação direta com o aprendizado e seu bem-estar, foi aplicado

para este grupo populacional. O questionário contou com seis perguntas, sendo na sua grande

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maioria de forma objetiva. A observação de grupos de idosos que realizam cursos além de

participarmos da rotina desse grupo, onde se presenciou como já foi falado momentos de

aprendizagem e desafios.

Teve-se a preocupação em desenvolver um termo de consentimento

apresentados a todos os participantes da pesquisa, que assim o fizeram. Os dados serão

comparados e exibidos em tabelas e gráficos feitos na planilha do Excel Offíce 2007. Os

dados foram coletados no período de julho de 2010 a Outubro de 2011. Todos os participantes

foram esclarecidos quanto ao anonimato e tiveram acesso ao Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE). Logo, os procedimentos de coleta somente foram aplicados aos que

concordaram com os termos da pesquisa.

As respostas dos indivíduos foram colhidas e postadas com sua prévia

autorização para que se conheça a história individual de cada pessoa, onde mostra-se um

pouco da sua vivência e da sua experiência como aluno. Como procedimentos de coleta,

foram utilizadas: a entrevista semi-estruturada acompanhada de formulário e a observação

participante. O formulário de entrevista constituiu-se de questões referentes ao sexo do

entrevistado, sobre sua faixa-etária, a escolaridade. Também foi perguntado se habilidades

cognitivas e motoras melhoram com a participação em grupos de ressocialização.

Visitaram-se núcleos de assistências as pessoas da Terceira Idade, onde foi

feito também levantamentos de pesquisa em relação à condição de vida do idoso, não só no

que concerne a educação, mas também todo o processo fisiológico, psicológico e social do

idoso. Perguntou-se também se houve alguma mudança na qualidade de vida do entrevistado

com a volta a escolas e com os novos conhecimentos adquiridos, como é o caso do uso das

novas tecnologias. O questionário era entregue ao aluno onde ele respondia e depois

entregava ao pesquisador.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O questionário da pesquisa foi feito entre as pessoas da terceira idade que estão

estudando e foi composto com 08 perguntas objetivas e foi aplicado com 20 estudantes. A

primeira era sobre o sexo do entrevistado. Dos 20 entrevistados 7 eram do sexo masculino o

que correspondem a 35% e 13 era do sexo feminino, correspondendo um total de 65%. O

resultado está representado na figura 01 e demonstra ser o sexo feminino o que mais procura

voltar a estudar. Talvez por causa de ser o sexo feminino o que apresenta menos preconceitos

e muitas vezes acatam com mais facilidade opiniões dos seus familiares e amigos.

Figura 01: Sexo

A segunda pergunta se referia à faixa de idade e dos 20 entrevistados 09

pessoas possuem entre 60 e 65 anos, o que corresponde a um valor percentual de 45% 06

pessoas possuem entre 66 e 70 anos de idade, correspondendo um valor de 30%. Duas (2)

pessoas apresentam entre 71 e 75 anos (10%), três pessoas com idade entre 76 e 80 anos de

idade (15%), caracterizando assim o público idoso presente em salas presenciais de estudos.

Os dados estão representados na figura 02.

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Figura 02: Faixa etária

Na questão 03 foi perguntando aos participantes da pesquisa se ocorreu um

aumento na sua qualidade de vida após a sua volta aos estudos e da sua prática educacional,

18 pessoas responderam que sim, representando 90% das respostas e duas pessoas

responderam que não, o que corresponde a 10% dos entrevistados.

Figura 03: Melhora na qualidade de vida

Na quarta questão foi indagado aos alunos idosos como eles avaliavam o seu

aprendizado, dos vintes participantes 5 pessoas responderam que aprendem lentamente, com

uma certa dificuldade em seu aprendizado, o que representa um total em termos percentuais

de 25%. Cinco pessoas também apresentam uma velocidade de aprendizado médio, o que

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representa um valor de 25%. Seis pessoas, afirmaram ter um rápido aprendizado nas aulas,

representando 30% dos entrevistados. Por último 4 ou 20% dos entrevistados não sentir nem

aumento ne diminuição no ritmo de seu aprendizado. Os dados estão notificados na figura 3.

Figura 4: Desempenho de sua aprendizagem.

Na quinta pergunta foi questionado o tipo de meios pedagógicos que melhor se

adequava e melhorava o aprendizado dos alunos, entre os recursos apresentados citamos para

que eles respondessem: o quadro-negro, que 2 pessoas ou 10% dos entrevistados responderam

ser esse seu melhor meio de aprendizado. O data-show, que ainda é um recurso escasso nas

escolas do interior ficou com 6 pessoas afirmando ser esse o melhor recurso para o

aprendizado, representando um valor total de 30%. As aulas práticas foram as que os alunos

melhor se identificam, pois estes relatam que dessa forma facilita mais seu aprendizado, pois

tem a oportunidade de vivenciarem o que aprenderam em sala de aulas de forma teórica, 11

alunos ou 55% dos entrevistados responderam ser realmente as aulas práticas a melhor

maneira de aprenderem. Os dados estão representados na figura 4

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Figura 5: Quais os recursos pedagógicos que melhoram seu aprendizado

A figura 6 representa a resposta dos participantes da pesquisa no que se refere

se eles tem necessidade de complementar seus estudos, desses dezessete participantes

responderam que sim, representando um total de 85% dos participantes e 3 alunos afirmaram

que não necessitam de ajuda extra em seu aprendizado, representando um valor percentual de

15%.

Figura 6. Você tem necessidade de complementação para os conteúdos?

A questão de número 7, pergunta sobre a motivação do aluno com as aulas

que eles frequentam, na grande maioria, um total de 19 alunos responderam sim, estarem

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motivados com as aulas, representando um valor de 95% dos entrevistados e apenas 1 aluno

disse não se sentir motivado, um valor mínimo de 5% dos entrevistados. Os dados estão

mostrados na figura 6.

Figura 7. Sente-se motivado nas aulas

Foi perguntado na questão 8 que dificuldade eles apresentam para

desenvolverem seus estudos e as respostas foram catalogadas na figura 8, entre as repostas

temos que 4 pessoas ou 20% dos entrevistados responderam ser as dificuldade com as novas

tecnologias aplicadas em salas de aulas; Cinco pessoas afirmaram ser o estado de doenças em

seus lares, o que representa um valor de 25%. Seis pessoas ou 30% afirmaram ser o material

didático que eles não acham adequados para desenvolverem seus estudos e 5 pessoas ou 25%

afirmaram o motivo de não entenderem as aulas. Os dados estão postos na figura de número

8.

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Figura 8. Que dificuldade você encontra para desenvolver seus estudos?

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Foi analisado como o idoso está sendo contemplado e aceito na sociedade e

como está presenciando estas mudanças no espaço político-social e em sua própria vida. Será

que políticas públicas estão de acordo com suas peculiaridades? Como a educação está sendo

evidenciada nesse contexto. Para o autor dessa pesquisa a educação torna-se fundamental para

o desenvolvimento dos idosos perante a sociedade, tornando-o mais sociável e reduzindo seu

sentimento de inutilidade. É por meio da educação que as heranças culturais presentes em

nosso meio que se perpetua.

Analisando os dados obtidos, pode-se observar que há uma conformidade dos

resultados apresentados, entre as informações fornecidas pelos alunos da terceira idade Existe

dificuldade encontradas pelos alunos no que se refere ao material didático e quanto ao

aprendizado. Com os resultados pode-se confirmar uma melhoria na qualidade de vida dos

aprendentes da terceira idade com a volta a escola e contemplando a educação como um fator

que permeia e muda a sua vida. As vivências cotidianas são fatores imperiais na melhoria

dessas condições.

Portanto, políticas públicas devem ser criadas para auxiliar as pessoas idosas

nesta transformação, com a confecção e aplicação de políticas que valorizem a terceira idade

acredita-se ser possível reverter muitos problemas sociais no que tange a velhice e suas

peculiaridades, em especial a exclusão do idoso na sociedade. Torna-se imprescindível rever

as estruturas que permeiam a educação, discutindo a educação para o idoso de forma

diferenciada da educação para jovens e adultos, pois é nesse conjunto que a educação para o

idoso é difundida. Faz-se também necessário ressaltar o papel democrático que a educação

possui por todas as possibilidades de mudança que podem ocorrer por meio dela.

Com esta pesquisa sobre a importância da educação na terceira idade pretende-

se integrar cada vez mais o idoso a uma educação continuada, possibilitando uma maior

satisfação pessoal, além de proporcionar-lhe uma melhor qualidade de vida.

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VERAS R.P. A era dos idosos: os novos desafios. Oficina de trabalho sobre Desigualdades Sociais e de Gênero em Saúde de Idosos no Brasil, Ouro Preto, Minas Gerais. dez. 2002. VERAS, Renato Peixoto. UnATI/UERJ – 10 anos um modelo de cuidado integral para a população que envelhece. /Renato Veras, Célia Caldas. – Rio de Janeiro: UERJ, UnATI, 2004.

VERAS, Renato Peixoto; CALDAS, Célia Pereira; Promovendo a saúde e a cidadania do idoso: o movimento das universidades da terceira idade. s.d

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APÊNDICE 1

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Projeto

A EDUCAÇÃO COMO FORMA DE MELHORAR A QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO

Justificativa:

A necessidade de analisar o processo educacional implantado pelo sistema de Educação e o desenvolvimento da qualidade de vida do idoso.

Objetivos:

1. Analisar a implantação de educação na vida do idoso.

2. Investigar a relação entre educação e saúde

Benefícios e Riscos:

Uma vez que atende as exigências da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, que fornece as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos, este projeto assegura a geração mínima de riscos aos sujeitos da pesquisa.

Métodos:

Será aplicado um questionário aos estudantes, para identificar os benefícios encontrados entre os idosos que estão de volta aos estudos.

OBS: É dada a liberdade do sujeito se recusar a participar ou retirar seu consentimento deste projeto, em qualquer fase da pesquisa, sem penalização alguma e sem prejuízo. Todas as informações coletadas durante a realização desta pesquisa serão utilizadas garantindo a confidencialidade e a privacidade dos sujeitos dela participantes. Assim, os resultados que venham a ser publicados não farão referência ao nome de nenhum sujeito.

Responsável pelo projeto Nome: José Eranildo Teles do Nascimento

Licenciatura Plena em Ciências Biológicas da Faculdade da Grande Fortaleza

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APÊNDICE 2 - DECLARAÇÃO

Declaro, para os devidos fins que eu, _______________________________________, R.G._____________________ ciente da justificativa, dos objetivos e dos métodos do projeto A EDUCAÇÃO COMO FORMA DE MELHORAR A QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO, aceito atuar como participante das pesquisas, disponibilizando minhas contribuições, sob a garantia de confidencialidade e privacidade, e a não utilização das informações por mim cedidas, em meu prejuízo e/ou de minha comunidade.

______________________ ____________________________________

Estudante José Eranildo Teles do Nascimento

Crateus, ____ de Agosto de 2011.

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APÊNDICE 3

QUESTIONÁRIO AOS ALUNOS:

APÊNDICE 3 - QUESTIONÁRIO DA PESQUISA I

Prezado(a) Senhor(a), Estamos realizando uma pesquisa para verificar a viabilidade da EDUCAÇÃO COMO FORMA DE MELHORAR A QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO Para isso precisamos de sua colaboração. Desde já agradecemos.

PESQUISA: A EDUCAÇÃO COMO FORMA DE MELHORAR A QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO

1. Sexo

[ ] Masculino

[ ] Feminino

2. Qual sua idade

[ ] Entre 60 e 65

[ ] Entre 66 e 70

[ ] Entre 71 e 75

[ ] Entre 76 e 80

[ ] Entre 81 e 85

[ ] Entre 85 e 90

[ ] Mais de 90

3. Você considera que sua qualidade de vida melhorou com a sua volta ao estudos?

[ ] Sim

[ ] Não

4. Como você avalia seu aprendizado?

[ ] Lento

[ ] médio

[ ] Rápido

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[ ] Normal

5. Quais os recursos utilizados facilitam que melhor facilitam seu aprendizado:

( ) quadro-negro

( ) data show

( ) aulas práticas

( ) Aula expositiva

( ) outros

6. Você tem necessidade de complementação para os conteúdos?

( ) sim

( ) não

7. Sente-se motivado nas aulas

[ ] Sim

[ ] Não

8. Que dificuldade você encontra para desenvolver seus estudos?

[ ] Dificuldade com as novas tecnologias aplicadas;

[ ] Doenças;

[ ] Material didático não adequado

[ ] Dificuldade de entender as aulas.

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