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CENTRO TECNOLÓGICO DA ZONA LESTE FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE JANAINA DE SOUSA SILVA A EMPREGABILIDADE DA LOGÍSTICA À IDENTIFICAÇÃO CIVIL NO ESTADO DE SÃO PAULO ESTUDO DE CASO: PARCERIA IIRGD/POUPATEMPO PARA EMISSÃO DE CARTEIRAS DE IDENTIDADE

A EMPREGABILIDADE DA LOGÍSTICA À IDENTIFICAÇÃO …daroncho.com/tcc/tcc71-janaina.pdf · RESUMO Analisou-se a ... e os estudos da papiloscopia e datiloscopia, justificando a

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CENTRO TECNOLÓGICO DA ZONA LESTE

FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE

JANAINA DE SOUSA SILVA

A EMPREGABILIDADE DA LOGÍSTICA À IDENTIFICAÇÃO CIVIL NO ESTADO DE SÃO PAULO

ESTUDO DE CASO: PARCERIA IIRGD/POUPATEMPO PARA EMISSÃO DE

CARTEIRAS DE IDENTIDADE

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CENTRO TECNOLÓGICO DA ZONA LESTE FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE

JANAINA DE SOUSA SILVA

A EMPREGABILIDADE DA LOGÍSTICA À IDENTIFICAÇÃO CIVIL NO ESTADO DE SÃO PAULO

ESTUDO DE CASO: PARCERIA IIRGD/POUPATEMPO PARA EMISSÃO DE

CARTEIRAS DE IDENTIDADE Monografia apresentada no curso de Tecnologia em Logística com ênfase em Transporte na FATEC ZL como requisito parcial para obter o Título de Tecnólogo em Logística com ênfase em Transporte Orientador: Prof. Célio Daroncho

São Paulo

2007

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Silva, Janaina de Sousa

A Empregabilidade da Logística à Identificação Civil no Estado de São Paulo - Estudo de Caso: Parceria IIRGD/Poupatempo para Emissão de Carteiras de Identidade / Janaina de Sousa Silva - São Paulo, SP: [s.n], 2007.

89 f.

Orientador: Célio Daroncho. Monografia (Graduação) - FATEC - ZL. Bibliografia: 5 f.

1. Impressão Digital, Carteira de Identidade, IIRGD, Poupatempo. I. Daroncho, Célio. II. Faculdade de Tecnologia da Zona Leste. CDU

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CENTRO TECNOLÓGICO DA ZONA LESTE

FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE

JANAINA DE SOUSA SILVA

A EMPREGABILIDADE DA LOGÍSTICA À IDENTIFICAÇÃO CIVIL NO ESTADO DE SÃO PAULO

ESTUDO DE CASO: PARCERIA IIRGD/POUPATEMPO PARA EMISSÃO DE

CARTEIRAS DE IDENTIDADE Monografia apresentada no curso de Tecnologia em Logística com ênfase em Transporte na FATEC ZL como requisito parcial para obter o Título de Tecnólogo em Logística com ênfase em Transporte COMISSÃO EXAMINADORA

_____________________________ Prof. Célio Daroncho

Faculdade de Tecnologia da Zona Leste

_________________________________ Prof. Cláudio Antonio Gomes

Faculdade de Tecnologia da Zona Leste

_________________________________ Elena Mesa Márquez

SIEMENS - Tecnóloga em Logística

São Paulo, 20 de junho de 2007.

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Dedico este trabalho primeiramente a Deus, por me manter viva até hoje com muito caráter e por proporcionar-me condições e força para sempre batalhar e

alcançar meus interesses; Ao meu filho, Tadeo, que tem sido a maior fonte de inspiração para continuar

lutando pelos meus objetivos, mesmo porque, quero que sirva de exemplo para ele e desejo que ele vá muito além de um TCC;

Aos meus pais, Tadeo e Neuza, por todo o apoio, moral e financeiro e pelos incentivos no decorrer de toda a minha vida;

Ao meu namorado, Gabriel, pela admiração que tenho por tamanha inteligência, carinho, companheirismo e prestatividade.

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, pelo incentivo e apoio moral e financeiro;

Ao meu namorado, por toda a ajuda durante a execução desse trabalho;

Ao Luis Agune, gerente geral de atendimento do Poupatempo, pelo grande tempo e

atenção dispensada durante os meses de coleta de dados e elaboração desse

trabalho;

Ao Moisés, chefe do SECUI/IIRGD;

Ao senhor Zetto, diretor do SECIC/IIRGD;

Ao senhor Marco Aurélio, gerente operacional da TCI;

Ao meu professor orientador.

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"Para evitar críticas,

Não faça nada,

Não diga nada,

Não seja nada".

(Elbert Hubbard)

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SILVA, Janaina de Sousa. A Empregabilidade da Logística à Identificação Civil no Estado de São Paulo - Estudo de Caso: Parceria IIRGD/Poupatempo para Emissão de Carteiras de Identidade. 2007. Monografia - (Graduação em Tecnologia em Logística com ênfase em Transportes) Faculdade de Tecnologia da Zona Leste.

RESUMO

Analisou-se a empregabilidade da Logística aos processos de emissão de

carteiras de identidade no estado de São Paulo. Inicialmente foi definido o que é

Logística, sua empregabilidade e quais são seus benefícios. Foi apresentada a base

teórica da identificação, e os estudos da papiloscopia e datiloscopia, justificando a

relevância da impressão digital na composição da identidade humana. A carteira de

identidade caracterizou-se como o veículo essencial para identificação de um

indivíduo, respeitando as suas finalidades, públicas ou privadas. Foi também

apresentada no estudo a composição da carteira de identidade, confrontando o

antigo processo de emissão de carteira de identidade com a atual rotina, que

proporcionou grande redução de tempo nessas emissões. O órgão responsável

pelas emissões e cadastros dos RG's, IIRGD, foi apresentado, juntamente com

alguns procedimentos, adotados para auxílio na emissão dessas carteiras de

identidade e para melhoria e segurança nas emissões e cadastros dos mesmos.

Conta com o apoio da PRODESP, que é responsável pela parte de cadastro de

dados e informações que dizem respeito aos usuários/requerentes de carteiras de

identidade. Em seguida houve um estudo sobre o Poupatempo, que descentralizou o

processo de emissão de carteiras de identidade e que vem contribuindo para a

redução de tempo na emissão dessas mesmas. Para finalizar, o estudo de caso

sugere a ampliação desse serviço para outras cidades do estado utilizando métodos

similares aos adotados nos Poupatempos. Conclui-se que é possível oferecer um

serviço público de qualidade através de um bom planejamento e do uso eficiente de

recursos e procedimentos.

Palavras-chave: Impressão Digital, Carteira de Identidade, IIRGD, Poupatempo.

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SILVA, Janaina de Sousa. The Use of Logistics to Civil Identification in Sao Paulo State - Study of Case: IIRGD/Poupatempo Partnership for ID Cards Emission. 2007. Monografia - (Graduação em Tecnologia em Logística com ênfase em Transportes) Faculdade de Tecnologia da Zona Leste.

ABSTRACT

The present study analyzed the use of Logistics on the process of emission of

identity documents (ID cards) at Sao Paulo state. Initially it defined what is Logistics,

its use and who its benefits are. It presented the theoretician base of identification,

and the studies of papiloscopy and dactiloscopy, justifying the relevance of fingerprint

composing the human identity. The ID card was characterized as the essential

vehicle for identification of someone, respecting its purposes, public or private. The

composition of ID card was show too, collating the old process of ID emission with

the actual routine, which provided great time reduction on emission process. The

responsible agency for the emissions and registers of the ID's, IIRGD, was

presented, together with some procedures, adopted for aid in the emission of this

ID's and for improvement and security in the emissions and registers of the same

ones. Counting with the support of PRODESP, that is responsible for part of registers

in data and information related to the users/petitioning of ID. After that it had a study

about the Poupatempo, which decentralized the process of ID emission and have

been contributing for the time reduction in ID emission. To finish, the case study

suggests the extension of this service for other cities of the state using similar

methods to the adopted ones in Poupatempos. It concludes that it is possible to offer

a quality of public service through a good planning and the efficient use of resources

and procedures.

Key-words: Fingerprint, ID card, IIRGD, Poupatempo.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Comparação entre as características típicas da indústria e comércio....16

Figura 2: Classificação dos símbolos literais/numerais das Impressões Digitais ..22

Figura 3: Modelo de carteira de identidade digitalizada.........................................29

Figura 4: Fluxograma de atendimento nos Poupatempos - emissão de RG

sem digitalização ....................................................................................31

Figura 5: Fluxograma de atendimento nos Poupatempos - emissão de RG

com digitalização ....................................................................................32

Figura 6: Mapa das divisões das regiões das Delegacias Seccionais de Polícia

do interior de São Paulo. .......................................................................43

Figura 7: Simulação de fluxo de solicitação/entrega de carteira de identidade,

rota Marília/IIRGD...................................................................................44

Figura 8: Serviços mais utilizados nos Poupatempos de 1997 a 2006..................48

Figura 9: Estrutura Organizacional do Poupatempo..............................................55

Figura 10: Quadro de Recursos Humanos do IIRGD nos Poupatempos.................56

Figura 11: Divisão do estado de São Paulo em regiões administrativas

e metropolitanas e simulação das cidades do estado de São Paulo

que possuem e das que possuirão postos do Poupatempo ...................62

Figura 12: Custo por atendimento nos postos fixos em 2005 e 2006......................63

Figura 13: Custo por atendimento nos postos móveis em 2006..............................64

Figura 14: Serviços mais utilizados nos postos fixos do Poupatempo em 2006......65

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................13

1.1. Objetivo ..............................................................................................................14

1.2. Metodologia........................................................................................................14

2. LOGÍSTICA ...........................................................................................................15

2.1. Serviço ao Cliente ..............................................................................................17

2.2. Nível de Serviço Logístico ..................................................................................18

3. IDENTIFICAÇÃO...................................................................................................19

3.1. Identidade...........................................................................................................20

3.2. Impressão Digital................................................................................................21

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3.2.1. Classificação das Impressões Digitais ............................................................22

3.3. Papiloscopia .......................................................................................................22

3.3.1. Datiloscopia.....................................................................................................23

3.3.1.1. Perenidade ...................................................................................................24

3.3.1.2. Imutabilidade ................................................................................................24

3.3.1.3. Variedade .....................................................................................................25

3.3.1.4. Classificabilidade..........................................................................................25

3.4. Carteira de Identidade........................................................................................25

3.4.1. Composição da Carteira de Identidade Tradicional.........................................27

3.4.2. Composição da Carteira de Identidade Digitalizada........................................28

3.4.3. Rotina seguida para se obter uma Carteira de Identidade Tradicional............29

3.4.4. Rotina seguida para se obter uma Carteira de Identidade Digitalizada...........31

3.5. Órgãos Relacionados à Identificação.................................................................33

4. INSTITUTO DE IDENTIFICAÇÃO RICARDO GUMBLETON DAUNT - IIRGD .....34

4.1. Armazenagem ....................................................................................................35

4.2. Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo -

PRODESP..........................................................................................................36

4.3. Sistema Alpha ....................................................................................................37

4.4. Futuras Modernizações ......................................................................................39

4.5. Faixa Escolar......................................................................................................39

4.6. Procedimentos Tradicionais ...............................................................................41

4.6.1. Trajeto Percorrido............................................................................................42

4.7. Centros Emissores .............................................................................................44

4.8. Eventos ..............................................................................................................45

5. POUPATEMPO .....................................................................................................46

5.1. Histórico .............................................................................................................48

5.2. Benefícios...........................................................................................................51

5.3. Estrutura Organizacional ....................................................................................53

5.4. Recursos Humanos............................................................................................55

5.5. Qualidade no Atendimento .................................................................................57

5.5.1. Treinamento ....................................................................................................58

6. ESTUDO DE CASO ..............................................................................................59

6.1. Critérios na Escolha da Localização dos Postos................................................59

6.2. Estudo e Sugestão para Melhoria ......................................................................59

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6.3. Visitas aos Postos do Poupatempo....................................................................65

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................67

REFERÊNCIAS.........................................................................................................69

ANEXOS

ANEXO I....................................................................................................................74

ANEXO II...................................................................................................................76

ANEXO III..................................................................................................................77

ANEXO IV .................................................................................................................79

ANEXO V ..................................................................................................................84

ANEXO VI .................................................................................................................89

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1. INTRODUÇÃO

Até meados de 1986, o assunto identificação civil não recebia muita atenção

por parte do governo paulista, haja vista o prazo entre pedido e entrega das carteiras

de identidade, a armazenagem no IIRGD (Instituto de Identificação Ricardo

Gumbleton Daunt), órgão responsável pela emissão e armazenagem dos

respectivos prontuários e procedimentos que envolviam a emissão de carteiras de

identidade. A partir dessa data, gradativamente novos procedimentos e tecnologias

passaram a ser utilizados, contribuindo para uma melhor eficiência no assunto em

questão. Investimento e parceria foram fatores fundamentais para a melhora.

Através de uma carteira de identidade é possível identificar uma pessoa

através dos dados nela contidos, como nome, filiação, local e data de nascimento.

Nessa mesma carteira contém uma foto e a impressão digital da pessoa, impressão

essa que não há outra igual em todo o mundo.

Diante da importância que o documento carteira de identidade tem, no que se

refere à exigibilidade do mesmo em outros departamentos que expedem outros

documentos, em instituições de ensino, pública ou privada, na aquisição de

passagens aéreas, abertura de contas em instituições financeiras, prestação de

concursos etc., percebeu-se que o prazo de entrega desse documento não era

satisfatório. Uma pessoa não pode andar sem documentos; ela precisa ser

identificada e a maneira mais simples é portar sempre o seu RG - Registro Geral (ou

Carteira de Identidade).

Sendo assim, este trabalho divide-se em sete capítulos, que abordam na

seqüência desta introdução o que é a logística e sua funcionalidade, tanto em

serviços privados quanto em serviços públicos; o assunto Identificação, qual o seu

papel e a importância de se utilizar a impressão digital como método de

identificação; em seguida fala sobre o Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton

Daunt, suas responsabilidades, seus procedimentos e armazenagem; após, é falado

sobre o Poupatempo, que implantado há dez anos no estado de São Paulo, trouxe

algumas mudanças no assunto emissão de carteiras de identidade; em seguida, é

apresentado um estudo de caso que possibilita verificar quais foram as mudanças

propostas e adotadas pelo Poupatempo e, para finalizar, uma proposta para

melhoria no que diz respeito à emissão de carteira de identidade no estado de São

Paulo.

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1.1 Objetivo

O trabalho tem como objetivo analisar os procedimentos utilizados na

emissão e prazo de entrega de carteiras de identidade antes e após a transferência

de parte desse serviço para os Poupatempos.

1.2 Metodologia

Para a realização desse trabalho, foram utilizadas entrevistas com pessoas

que trabalham no ramo da identificação no IIRGD. Foram feitas cinco perguntas

semi-estruturadas para o senhor Vladimir Morgon Fracalacci, ex-chefe do Setor de

Fichamento, a respeito da armazenagem e dezesseis perguntas semi-estruturadas

para o senhor José Zetto de Salles Neto, diretor do SECIC - Serviço Central de

Identificação Civil, setor que emite as carteiras de identidade enviadas pelos postos

de identificação do interior do estado de São Paulo.

Foram também efetuadas cinco perguntas, mais as dezesseis que foram

feitas para o diretor do SECIC, totalizando vinte e uma perguntas semi-estruturadas

para o senhor Moisés Henrique Nascimento Lemus, chefe do SECUI - Serviço de

Controle das Unidades de Identificação, setor que controla o fluxo de envio e

emissão de carteiras de identidade em todos os PI's - Postos de Identificação, além

dos procedimentos adotados.

Houve entrevista com o senhor Marco Aurélio Augusto, gerente de operações

da empresa TCI, que é responsável pela implantação do Sistema Alpha e pela

digitalização dos prontuários no IIRGD e com o senhor Luis Agune, gerente geral de

atendimento do Poupatempo.

Foi utilizado estudo de caso na parceria IIRGD/Poupatempo, embasado em

visitas realizadas nos dias 23/02, 05/03, 14/03 e 22/03 nos postos do Poupatempo

Sé, Santo Amaro, Itaquera e São Bernardo, respectivamente, além do método de

pesquisa bibliográfica para revisão de literatura.

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2. LOGÍSTICA A primeira definição de logística foi apresentada pelo Barão Antoine Henri de

Jomini (1779-1869), general do exército francês sob o comando de Napoleão

Bonaparte, que a definiu como a arte prática de movimentar exércitos. Na opinião do

general, o termo francês logistique deriva de um posto no exército francês durante o

século XVII (Marechal des Logis), responsável pelas atividades de administração

relacionadas ao deslocamento, alojamento e acampamento das tropas. O Barão

Jomini chegou a afirmar ainda que a logística é quase tudo no campo das atividades

militares, com exceção do combate (RODRIGUES, 2005, p. 123).

Segundo Rodrigues (2005, p. 123), na Segunda Guerra Mundial, tida como a

maior operação logística jamais realizada pelo homem, o significado de logística

adquiriu uma amplitude ainda maior, em razão do número imensamente superior de

quantidades e variedades de suprimentos utilizados. Uniformizou-se a definição de

logística como o conjunto de atividades relacionadas à previsão e à provisão de

todos os meios necessários à realização de uma guerra.

Em tempos de paz, as atividades de compras, controle de estoque, patrimônio

e transporte são mais associadas à atividade industrial do que qualquer outro

segmento econômico. Atualmente, a conceituação de logística tem uma amplitude

muito mais dinâmica e global do que as definições supracitadas, abrangendo não

somente todas as tarefas pertinentes à gestão de materiais, como também a

coordenação dos processos de produção, embalagem, manuseio, processamento

de pedidos, distribuição e gerenciamento da informação (RODRIGUES, 2005, p.

124).

Segundo Ballou (1993, p. 23), logística empresarial não tem o mesmo

significado para todas as pessoas, inclusive para aquelas que estão ativamente

engajadas no assunto. Até o momento, o campo ainda não tem um título único para

identificá-lo, como fizeram os setores de marketing e produção. Apesar de

distribuição física ser o título mais popular, neste texto o assunto pode ser chamado

de logística empresarial, pois este é o título do futuro.

Nas palavras de Moura et al. (2003, p. 15), movimentar produtos, serviços e

informações é somente um aspecto da logística. Seu novo papel - mais amplo - é o

da integração e coordenação. A logística precisa gerenciar uma variedade de

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funções empresariais, como transporte, distribuição e tecnologias de informações,

de modo a aperfeiçoar a produção e a entrega de produtos.

Claramente, a logística tem papel primordial na movimentação mais veloz de

produtos para os seus destinos. Entretanto, essa velocidade (logística baseada no

tempo) envolve muito mais do que apenas entregas rápidas, mas sim a eliminação

de perdas em toda a cadeia de suprimentos, desde a tomada do pedido até a

disponibilização deste ao cliente (MOURA et al. 2003, p. 15).

Considerando-se que o escopo da logística é adquirir, manusear, transportar,

distribuir e controlar eficazmente os bens disponíveis pode-se concluir que seus

principais objetivos são: redução dos custos globais, altos giros de estoques,

continuidade do fornecimento, obtenção do nível de qualidade desejado, rapidez nas

entregas e registros, controles e transmissão de dados instantâneos e confiáveis

(RODRIGUES, 2005, p. 124-125).

Nos últimos vinte anos, a logística tornou-se lugar comum nas indústrias e no

comércio (MOURA et al. 2003, p. 36). Porém, para Silva (2004, p. 313), a produção

de bens/produtos físicos (indústria) e a provisão de serviços (comércio) apresentam

características distintas. Fabricantes de produtos normalmente necessitam de mais

investimentos em prédios e equipamentos para suas operações (capital intensivo),

enquanto provedores de serviços usualmente necessitam de mais empregados para

suas atividades (mão-de-obra intensiva).

Algumas características típicas da indústria e do comércio podem ser

comparadas na figura 1.

PRODUTOS SERVIÇOS Tangíveis, duráveis Intangíveis, não-duráveis Saídas controladas Saídas não controladas

Pouco contato com o cliente Muito contato com o cliente Longo tempo de resposta Curto tempo de resposta

Atividade de capital intensivo Atividade de mão-de-obra intensiva Figura 1: Comparação entre as características típicas da indústria e comércio Fonte: Adaptado de Silva (2004, p. 313)

Moura et al. (2003, p. 37) defende que uma das principais funções da logística

é explorar alternativas para minimizar os custos e maximizar a lucratividade da

empresa. Rodrigues (2005, p. 126) enfatiza uma definição de logística primando

mais pela satisfação do cliente: “Conjunto de atividades direcionadas a agregar

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valor, otimizando o fluxo de materiais, desde a fonte produtora até o consumidor

final, garantindo o suprimento na quantidade certa, de maneira adequada,

assegurando sua integridade, a um custo razoável, no menor tempo possível e

atendendo a todas as necessidades do cliente”.

A verdade é que um dos maiores dilemas enfrentados por profissionais de

logística atualmente é a dúvida entre reduzir os custos logísticos ou agregar maior

valor aos clientes (MOURA et al. 2003, p. 39).

"Nenhuma firma de produção ou serviços pode operar sem executar

atividades logísticas em algum grau" (BALLOU, 1993, p. 23).

2.1. Serviço ao Cliente

Segundo Moura et al. (2003, p. 47), se devidamente explorado, o

desempenho logístico pode auxiliar a ganhar e manter clientes lucrativos. A

qualidade do serviço ao cliente foi potencializada para gerar uma maior participação

de mercado e maiores ganhos de receita. Estudos realizados indicam que a

qualidade do serviço de uma empresa pode fazer com que a organização ganhe ou

perca cerca de 10% na receita de vendas.

Essa afirmação sugere que atender as necessidades do cliente ao invés de

simplesmente reduzir os custos logísticos acaba por, em médio prazo, compensar os

gastos obtidos ao agregar maior valor ao cliente. Para Rodrigues (2005, p. 133), o

tradicional perfil do cliente que escolhe seus fornecedores com base somente no

preço vem se adequando à nova realidade; onde o preço é apenas uma das

variáveis a ser confrontada com qualidade do produto, rapidez no atendimento e

com as demais vantagens oferecidas nos serviços.

Na prática, deve-se tentar identificar quais necessidades do cliente são os

elementos-chave para a definição do nível de serviço adequado ao fechamento do

negócio. Na maioria das vezes podem-se associar bons serviços a: rapidez entre o

recebimento e a entrega do pedido, oferecimento de lotes mínimos para venda,

adequação dos fornecimentos às exigências do pedido, não incidência de perdas ou

avarias, e oferecimento de Serviços de Atendimento ao Cliente - popularmente

conhecidos por SAC (RODRIGUES, 2005, p. 134).

Nas palavras de Moura et al. (2003, p. 9), o processo logístico cria "valor ao

cliente" com o objetivo de assegurar a satisfação do cliente. O conceito de oferecer

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ao cliente altos níveis de serviço se tornou uma meta do profissional de logística.

Portanto, serviço ao cliente se tornou um componente-chave de qualquer definição

de logística que sugere algum conceito.

2.2. Nível de Serviço Logístico

Nível de serviço logístico é a qualidade com que o fluxo de bens e serviços é

gerenciado. É o resultado líquido de todos os esforços logísticos da firma. É o

desempenho oferecido pelos fornecedores aos seus clientes no atendimento dos

pedidos (BALLOU, 1993, p. 73).

Ballou (1993, p. 76) afirma que o nível de serviço é importante elemento da

satisfação do consumidor. Medir o nível de serviço logístico não é de grande valia, a

menos que as necessidades de serviço do cliente possam ser estimadas (BALLOU,

1993, p. 84).

Como este trabalho abordará um serviço público, sempre que aparecer o

termo consumidor, o mesmo poderá ser entendido como cliente.

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3. IDENTIFICAÇÃO

Identificação é a determinação da identidade, ou seja, da individualidade. É a

demarcação da individualidade; e para fazê-la, ela se serve de um conjunto de

diligências, numa sucessão de atos sobre o vivo, o morto, animais e coisas (CROCE

e CROCE JR., 1996, p. 36).

A Polícia Civil do Estado de São Paulo (2002, p. 332) conceitua identificação

como a comprovação de que determinada pessoa física que está sendo objeto de

perícia é a mesma ou não que a pessoa física que fora anteriormente submetida a

idêntica perícia.

Para Croce e Croce Jr. (1996, p. 36), utilizam-se comumente dois processos

na identificação: um médico e outro policial. O primeiro, evidentemente, requer

conhecimentos de Medicina e demais ciências correlatas; o segundo, não sendo de

natureza médica, dispensa esses conhecimentos e diz respeito à Antropometria1 e à

Datiloscopia2.

Os autores Croce e Croce Jr. (1996, p. 36) definem a antropometria como o

conjunto de processos de mensuração do corpo humano ou de suas partes,

incluindo má formação e cicatrizes. O assinalamento antropométrico refere-se à

fixação definitiva da ossatura a partir dos 20 anos de idade; à variabilidade extrema

dos esqueletos humanos entre si e à relativa precisão e facilidade de tomadas das

medidas do esqueleto e de determinadas partes do corpo.

Croce e Croce Jr. (1996, p. 36) afirmam que a antropometria não se aplica

aos menores de 20 anos porque eles ainda têm a ossatura em desenvolvimento. As

medidas exatas, passíveis de erro por fator pessoal, nos velhos e nas mulheres, são

difíceis de ser tomadas. Esse processo tem o inconveniente de requerer tempo e

técnicos experimentados. Então, pelas freqüentes incorreções das medidas, naturais

ou dos técnicos, a bertilonagem - tem por base a antropometria, o retrato falado e as

impressões digitais e foi lançado por Alphonse Bertillon em 1882 - cedeu lugar à

dactiloscopia, que passou a ter um valor histórico.

Segundo Araújo (1960, p. 26), em 1891, Juan Vucetich Kovacevich

apresentou um sistema de identificação que foi denominado de datiloscopia, com 1 Conjunto de processos de mensuração do corpo humano ou de suas partes. 2 Estudo das impressões digitais com fins de identificação. Var: dactiloscopia.

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base na tomada de impressões digitais dos dedos das mãos. Tal sistema trouxe a

segurança necessária, pois determina a individualidade de cada pessoa com cem

por cento de certeza.

De acordo com Kehdy (1968, p. 32), a identificação datiloscópica foi

introduzida no Brasil, Rio de Janeiro, em 1903, através do Decreto número 4.764 de

5 de fevereiro. Em 1907, através do Decreto número 1533-A de 30 de novembro, a

identificação datiloscópica foi instituída em São Paulo.

3.1. Identidade

"A identidade é o conjunto de caracteres próprios e exclusivos das pessoas,

dos animais, das coisas e dos objetos. É a soma de sinais, marcas e caracteres

positivos ou negativos que, no conjunto, individualizam o ser humano ou uma coisa,

distinguindo-os dos demais" (CROCE e CROCE JR., 1996, p. 36).

Croce e Croce Jr. (1996, p. 36) também afirmam que, tratando-se do ser

humano, é a identidade o conjunto de característicos pessoais e peculiares que

diferencia o indivíduo dos outros e lhe confere uma situação temporoespacial3

específica e status social único.

A Polícia Civil do Estado de São Paulo (2002, p. 332) acrescenta que a

identidade, para a Medicina Forense, é definida pelo conjunto de caracteres

biológicos permanentes que permitem distinguir uma determinada pessoa física, viva

ou morta, de todas as demais, tanto durante a vida como depois da morte.

Os autores Croce e Croce Jr. (1996, p. 36) ainda definem que a identidade,

por passível de simulação e de dissimulação, reveste-se de importância tanto no

foro civil como no criminal, pois a responsabilidade somente pode ser atribuída após

prévia identificação. Desse modo, depreende-se haver um dever e um direito de

identidade, protegendo, a identificação, os interesses individuais e coletivos.

3 Têmporo designa ossos, músculos ou nervos relacionados com o osso temporal, ou com outro osso ou órgão

vizinhos: temporoccipital, temporoescamoso.

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3.2. Impressão Digital

"É reprodução do desenho digital em um suporte liso e limpo" (TAVARES JR.,

1991, p. 69). "O desenho digital é o conjunto de cristas papilares e sulcos

interpapilares que se encontram nas extremidades dos dedos (terceira falange dos

dedos e segunda falange dos polegares) formando arabescos variados" (KEHDY,

1968, p. 37).

Segundo Kehdy (1968, p. 37), a pele é recoberta por sulcos e cristas que

correm lado a lado: é evidente que, se houver cristas, forçosamente deverá haver

sulcos; é o mesmo princípio do alto e baixo relevo.

Kehdy (1968, p. 37) afirma ainda que nas impressões digitais são

encontrados os seguintes elementos:

• Linhas pretas, correspondentes às cristas papilares;

• Linhas brancas, correspondentes aos sulcos interpapilares;

• Poros, sobre as cristas;

• Pontos característicos (as linhas pretas correspondentes às cristas

papilares não são contínuas, formando inúmeros acidentes, que recebem

esse nome);

• Sistemas de linhas (as linhas de uma impressão digital não se encontram

isoladas; formam certos conjuntos que recebem esse nome. São

determinados pela presença ou ausência de Deltas. Nelas encontram-se

as Presilhas e os Verticilos (no Arco não há sistema de linhas porque não

há Delta);

• Espessuras das cristas papilares, que se correspondem às linhas pretas -

as mesmas não se apresentam com a mesma espessura; é variável de

dedo para dedo, de pessoa para pessoa.

"As impressões são formadas quando o ser humano ainda é um feto.

Apresentam pontos característicos que orientam a identificação confiável feita pelo

perito humano - o papiloscopista4" (LOMBARDI, 2006, p. 40).

4 Profissional que trabalha com a identificação humana, normalmente através das papilas dérmicas.

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3.2.1. Classificação das Impressões Digitais A figura 1 demonstra a classificação dos símbolos literais e numerais: ARCO-

A-1; PRESILHA INTERNA-I-2; PRESILHA EXTERNA-E-3; VERTICILO-V-4. Os

símbolos literais representam os dedos polegares e nos demais dedos são

empregados símbolos numerais.

Figura 2: Classificação dos símbolos literais/numerais das Impressões Digitais Fonte: Adaptado de Espaço da Perícia Criminalística (2007)

Observação: Pelo fato de não serem único alvo desse estudo, não serão

abordadas as formas de classificação de uma impressão digital de modo mais

aprofundado. Fica apenas ressaltada a sua importância.

3.3. Papiloscopia "A papiloscopia (do grego pappilos = papilas e skôpeis = examinar) é a

ciência que estuda as impressões papilares e a identificação por meio das mesmas"

(TAVARES JR., 1991, p. 69).

O termo foi criado pelo perito chileno Humberto Orrego Gautier para designar

a aplicação prática das impressões palmares e plantares na identificação a fim de

substituir as impressões digitais. A papiloscopia é dividida em datiloscopia,

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quiroscopia5 e podoscopia6 (POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2002, p.

333).

Segundo Guerra (2007, p. 22), a papiloscopia é um elemento fundamental e

insubstituível nas perícias, pois mesmo com o advento do DNA, há casos, a exemplo

de gêmeos univitelinos, em que a seqüência do DNA é a mesma e somente a

perícia de impressões papilares, principalmente digitais, soluciona dúvidas sobre a

identificação do autor num local de crime.

A fim de não se distanciar do foco desse trabalho, será abordada a fundo

apenas a datiloscopia, pela relevância no presente estudo e na compreensão da

utilização das impressões digitais no atual sistema de identificação civil e criminal.

3.3.1. Datiloscopia De acordo com Kehdy (1968, p. 36), a datiloscopia utiliza as papilas como

meio de identificação, mas restringe-se ao seu estudo unicamente nas extremidades

digitais. A datiloscopia não é nada mais do que um capítulo dentro da papiloscopia.

Nas definições mais antigas, a palavra aparece com a letra "c" entre as letras

a e t (dactiloscopia), pois se trata de um nome muito antigo, porém caiu em desuso.

Atualmente, a palavra é escrita sem a letra c, ou seja, datiloscopia.

Datiloscopia (do grego Daktylos - dedos, Skôpein - examinar) é o processo moderno de identificação humana por meio das impressões digitais. Tem como postulados a variabilidade dos desenhos digitais de dedo para dedo, de mão para mão e de pessoa para pessoa. Existe a imutabilidade dos desenhos digitais (nem mesmo gêmeos univitelinos possuem impressões digitais iguais). A datiloscopia é dividida em: Civil, Criminal e Clínica. A Civil é a que trata da identificação para a cédula de identidade, carteira profissional, etc. A Criminal tem três finalidades: 1) a identificação do indiciado em inquérito policial, não identificado anteriormente ou quando houver dúvida ou suspeita sobre sua identidade. 2) a expedição de documentos de idoneidade, que são os seguintes: Atestado de Antecedentes Criminais e Folha de Antecedentes Criminais. 3) a identificação de fragmentos de impressões digitais coletadas em local de crime. A Clínica é a que cuida dos estudos das perturbações que se verificam nos desenhos digitais em conseqüência de algumas doenças (hanseníase, eczema, etc.) ou do exercício de certas profissões (de um modo geral, todos os serviços braçais, destacando-se os de pedreiros, de lavadeiras, serviços domésticos etc. (TAVARES JR., 1991, p. 69).

5 Identificação através das papilas dérmicas contidas na palma da mão. 6 Identificação através das papilas dérmicas contidas na planta do pé.

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De acordo com Croce e Croce Jr. (1996, p. 81), a datiloscopia tem hoje

consagração universal. Ela estuda as impressões digitais, que são vestígios e

marcas deixadas pelas polpas dos dedos graças à substância gordurosa secretada

pelas glândulas sebáceas em quase todos os locais de crime e em objetos, os mais

variados, como a superfície lisa de vidros, espelhos, móveis, luvas etc. O método

baseia-se na existência, na polpa dos dedos, de desenhos característicos,

individuais, formados pelas cristas papilares na derme. São registradas três

propriedades altamente valorizantes dos desenhos papilares: Perenidade,

Imutabilidade e Variedade.

3.3.1.1. Perenidade Os arabescos (estilos de ornamentação) formados pelas cristas papilares na

polpa dos dedos, na palma das mãos e na planta dos pés surgem no sexto mês de

vida intra-uterina, conservando-se durante toda a vida e até depois da morte, pois

são destruídos apenas pela putrefação. As impressões não mudam com o passar

dos anos, são perenes, como ocorre com o organismo em geral, apresentando o

adulto e o velho os mesmos desenhos que tinham ao nascer (CROCE e CROCE

JR., 1996, p. 81).

3.3.1.2. Imutabilidade Segundo Croce e Croce Jr. (1996, p. 81), as impressões digitais são

indestrutíveis no vivo, não se modificando pela vontade, nem patologicamente,

reaparecendo sempre como eram, portanto são imutáveis. Queimaduras de 1º e 2º

graus, aplicação de acetona, formol e corrosivos, atritos da pele determinados por

profissões e limagem dos dedos, não destroem as cristas papilares, bastando 48

horas de repouso para que as impressões reapareçam, sem que tenham sofrido

qualquer alteração.

Há autores que asseguram que certas doenças como a paroníquia, ou

panarício de Morvan (infecções supurativas que se localizam no tecido subcutâneo

das falanges proximais, junto às unhas), e a lepra, são capazes de destruir

progressivamente as cristas papilares. Essas doenças alteram, mas não destroem

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os desenhos papilares, a sua forma primitiva, sendo, todavia, restaurada com a cura

(CROCE e CROCE JR., 1996, p. 81).

3.3.1.3. Variedade

Os desenhos das cristas papilares são individuais, não tendo sido

encontradas até hoje, em milhares de fichas dactiloscópicas, duas impressões

digitais idênticas. Nos dedos de um mesmo indivíduo, elas não são iguais. São a

individualidade e a imutabilidade que conferem estrondoso valor à dactiloscopia. Os

gêmeos univitelinos podem apresentar desenhos semelhantes, mas nunca

absolutamente iguais (CROCE e CROCE JR., 1996, p. 81).

Conforme Croce e Croce Jr. (1996, p. 81), o exame minucioso aponta

diferenças significativas, pois, se assim não fosse, o método perderia todo o

interesse prático. Semelhança não é sinônimo de identidade, havendo sempre

pontos característicos peculiares a cada desenho presentes em toda impressão

papilar (ilhotas, linhas cortadas, forquilhas, bifurcação e encerro), que permitem

fazer-se a distinção. Para estabelecer a identidade basta serem evidenciados de

doze a vinte desses acidentes nas cristas papilares, situados homologamente em

duas impressões digitais e sem nenhuma discrepância.

3.3.1.4. Classificabilidade

Kehdy (1968, p. 41) acrescenta outra propriedade altamente valorizante dos

desenhos papilares: a Classificabilidade, que é a propriedade que os desenhos

digitais têm de poderem ser classificados. Maiores noções quanto à

classificabilidade das impressões digitais podem ser adquiridas no item 3.2.1, citado

anteriormente.

3.4. Carteira de Identidade No Brasil, um dos principais documentos de identificação é a Carteira de

Identidade, que é também conhecida como RG (Registro Geral). É emitida pelas

Secretarias de Segurança Pública (SSP) dos estados e é válida em todo o território

nacional (NEV - NÚCLEO DE ESTUDOS DA VIOLÊNCIA, 2007).

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Para Lima e Sena (2001), não existe outro documento que resuma tão bem

as características próprias e exclusivas de uma pessoa como a carteira de

identidade: foto, nome, idade, local de nascimento, filiação, impressão digital.

O RG, ou carteira de identidade, é um documento de uso exclusivo para o

cidadão brasileiro. Seu número é único e não é reutilizado mesmo depois da morte

do portador. Estrangeiros e naturalizados portam outro documento, o Registro

Nacional de Estrangeiro (RNE), emitido pela Polícia Federal. A expedição da carteira

de identidade é gratuita para o cidadão carente e custa R$ 20 para os demais

(SILVEIRA, 2005).

De acordo com Araújo (1960, p. 65), em 1905, Vucetich apresentou à

conferência Internacional de Polícia, reunida em Buenos Aires, o projeto de

expedição da cédula de identidad, o que foi aceito. Foi essa a primeira providência

de ordem prática, no âmbito da identificação civil e foi ao mesmo tempo o ponto de

partida para as atuais carteiras de identidade.

Araújo (1960, p. 65), disse que a finalidade da Carteira de Identidade é

permitir a cada pessoa provar que ela é a própria, isto é, que o portador é a pessoa

mencionada na Carteira de Identidade. Em seu artigo 6º, a Lei Federal 7.116, de 29

de agosto de 1983 diz que a Carteira de Identidade fará prova de todos os dados

nela incluídos, dispensando a apresentação dos documentos que lhe deram origem

ou que nela tenham sido mencionados (BRASIL, 1983-a).

"A carteira de identidade surgiu da necessidade de buscar a fixação de uma

identidade única e individual para cada cidadão" (AGUNE, 2000, p. 103).

Historicamente, as primeiras necessidades de identificação estavam mais ligadas

aos fins cíveis, como propriedade de animais e escravos. Mais tarde, surgiu a

necessidade de se identificar as pessoas nocivas à sociedade, ou seja, de se aplicar

a identificação ligada aos fins criminais (KHEDY, 1960, p. 11).

Agune (2000, p. 103) afirma que o primeiro símbolo individualizador criado

para determinar a identidade foi o nome, que rapidamente mostrou-se inadequado

por não ter garantias e dificuldades de controle. Posteriormente, com o surgimento

da fotografia, esse método passou a ser utilizado para identificação dos criminosos,

mas também foi abandonado, pois não dava a segurança necessária, onde se podia

mudar a feição da pessoa através do cabelo, barba e até de cirurgias plásticas.

Segundo Lopes (2006), a carteira de identidade, fornecida pelo Serviço de

Identificação, teve sua primeira origem como “Ficha Passaporte” expedida pela

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Polícia de São Paulo na sua primeira versão em 29 de julho de 1904. A partir de

então várias pessoas passaram a solicitá-la voluntariamente quando pretendiam

viajar. Em 1906 surgiu o “Cartão de Identidade”. Na época era facultativa a sua

obtenção e quem o desejasse deveria requerer ao Secretário de Estado.

Lopes (2006) ainda afirma que no documento eram anotados à mão os dados

do identificado, além das marcas e cicatrizes, bem como afixadas fotografias de

frente e perfil. Em 1907 o “Cartão de Identidade” passou a apresentar as impressões

digitais dos cinco dedos da mão direita do identificado. A fotografia foi utilizada como

único elemento de identidade pela primeira vez em 1891. "A Carteira de Identidade

emitida por órgãos de Identificação dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios

tem fé pública e validade em todo o território nacional" (BRASIL, 1983-a).

Através de pesquisas junto a importantes instituições, como DETRAN,

Receita Federal, Cartório Eleitoral, Ministério do Trabalho e Emprego, a própria

Polícia Civil, instituições de ensino, tanto médio como superior, entidades

representativas, como União Nacional dos Estudantes (UNE) e União Brasileira dos

Estudantes Secundaristas (UBES), empresas privadas como instituições financeiras,

empresas aéreas etc., nota-se a exigência da carteira de identidade (ou RG) como

documento base para dar entrada em serviços como emissão de CNH (1ª via e

renovação); emissão de CPF; emissão de Titulo de Eleitor; emissão de Carteira de

Trabalho; emissão de Atestado de Antecedentes Criminais; emissão de Carteira

Estudantil; matrícula em Instituições de Ensino Médio e Superior; inscrição para

Bolsas de Iniciação Científica; abertura de Conta Corrente Bancária; embarque em

vôos domésticos, etc., respectivamente.

3.4.1. Composição da Carteira de Identidade Tradicional

Segundo Salles Neto, (2007), ainda hoje são emitidas carteiras de identidade

compostas por Espelho e Emissão (frente e verso, respectivamente); ambos

confeccionados em papel moeda, com seus respectivos elementos de segurança

(exemplificando-se, marca d'água7), de modo a evitar fraudes. Esse modelo é

plastificado no Posto de Identificação (PI). Faz-se saber que esse modelo é utilizado

7 Aplicação especial da esteganografia que consiste em camuflar informações a respeito da origem do documento (nome do autor, data, copyright, etc.) em uma imagem adicionada ao próprio documento.

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principalmente nos Postos de Identificação do interior do estado. Nesse sistema, a

foto é colada e o usuário pode plastificar o documento (SILVEIRA, 2005).

No espelho, parte da frente da carteira, deve conter as Armas da República e

inscrição "República Federativa do Brasil", nome da Unidade da Federação; a foto

(perfurada com as iniciais IIRGD), assinatura e a impressão digital do dedo polegar

direito da pessoa interessada e o carimbo do número do PI e órgão expedidor onde

foi solicitado o documento (BRASIL, 1983-b).

Na emissão, parte de trás da carteira, constam os dados da pessoa (extraídos

da certidão apresentada), como nome, filiação, local e data de nascimento da

pessoa, nome do cartório, número do livro e do termo do assento. Acima de todos

esses dados, é informado o número do Registro Geral da pessoa (RG). Essa

emissão contém a chancela com o nome do delegado divisionário, diretor do IIRGD

que estiver no cargo (BRASIL, 1983-b).

A Carteira de Identidade possui as dimensões 10,2 cm X 6,8 cm, com fundo

na cor verde claro e texto na cor verde e, caso o interessado solicite, conterá, além

dos elementos citados nos parágrafos acima, os números de inscrição do titular no

Programa de Integração Social - PIS ou no Programa de Formação do Patrimônio do

Servidor Público - PASEP e no Cadastro de Pessoas Físicas do Ministério da

Fazenda - CPF. (BRASIL, 1983-b).

3.4.2. Composição da Carteira de Identidade Digitalizada

A grande novidade do IIRGD tem sido a progressiva substituição da carteira

de identidade tradicional pelo modelo digital. O novo modelo é mais difícil de

falsificar, pois utiliza impressão a laser em alto-relevo do texto e da foto, padroniza o

papel-moeda como único permitido para a impressão, não pode ser plastificado e

tem obrigatoriedade de ser preservado em um envelope plástico transparente.

(SILVEIRA, 2005).

Salles Neto (2007) complementa que nesse modelo de carteira de identidade,

espelho e emissão estão em um único papel e estão contidas as mesmas

informações existentes na carteira de identidade tradicional. A foto e a assinatura

são digitalizadas (diferentemente do tradicional, onde a foto era colada e a pessoa

assinava direto no espelho) e a carteira não pode ser plastificada; há uma película

plástica sobre a carteira.

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A expedição da carteira de identidade digitalizada foi instituída pela Portaria

do IIRGD nº. 455/99, de 17 de novembro de 1999, em conformidade com o modelo

estabelecido no Decreto nº. 89.250 de 27/12/1983, que regulamenta a Lei 7.116/84.

Essa Portaria fala sobre a captura eletrônica de imagens do rosto do identificado e

das impressões digitais, bem como o escaneamento de sua assinatura. A figura 3

ilustra o modelo de carteira de identidade digitalizada.

Figura 3: Modelo de carteira de identidade digitalizada Fonte: Da autora

O sistema de expedição de carteira de identidade informa automaticamente

as bases de dados da PRODESP (Companhia de Processamento de Dados do

Estado de São Paulo) sobre a emissão do documento. Assim a consulta sobre o

número fica disponível rapidamente em qualquer local do território paulista. A

expedição de carteira de identidade é o serviço mais requerido nas agências do

Poupatempo (SILVEIRA, 2005).

3.4.3. Rotina seguida para se obter uma Carteira de Identidade Tradicional

Para dar entrada na 1ª via de carteira de identidade, a pessoa deve dirigir-se

a um PI (Posto de Identificação) munido de cópia da certidão de nascimento ou

casamento e duas fotos tamanho 3x4 (POUPATEMPO, 2002). Nesse posto é

preenchida uma Ficha de Identificação Civil (vide anexo ll) com os dados da certidão

apresentada (nome, filiação, data de nascimento, naturalidade, sexo, cartório de

registro civil onde foi feito o assento, data do assento e número, folha e livro desse

assento (BRASIL, 1983-a). Além desses, conterá também o endereço da pessoa,

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características físicas, estado civil, grau de instrução, profissão e data da

identificação.

Conforme Salles Neto (2007), diretor do SECIC (Serviço Central de

Identificação Civil), na FIC (Ficha de Identificação Civil) deverá estar especificado se

refere-se à 1ª ou 2ª via de carteira de identidade; caso a pessoa já possua um

número de RG em São Paulo, esse mesmo número deverá constar na FIC. Nessa

mesma ficha é colada uma foto, a pessoa assina na FIC e em seguida são coletadas

as impressões digitais.

Salles Neto (2007) diz que é fornecido um espelho contendo o carimbo do PI,

onde deverá ser assinado pela pessoa e a impressão digital do dedo polegar direito

é coletada. Quando se trata de pessoa menor de 16 anos, o pai, a mãe ou o

responsável pela pessoa deve assinar a autorização da emissão da carteira de

identidade na FIC (POUPATEMPO, 2002). O protocolo é destacado e entregue ao

requerente para posterior retirada do documento.

Salles Neto (2007) diz ainda que para dar entrada na 2ª via de carteira de

identidade, a pessoa deve dirigir-se a um PI e seguir os mesmos passos para

emissão da 1ª via.

"A requerente do sexo feminino apresentará obrigatoriamente a certidão de

casamento, caso seu nome de solteira tenha sido alterado em conseqüência do

matrimônio" (BRASIL, 1983-a).

A figura 4 mostra o fluxograma adotado pelo Poupatempo para instruir os

funcionários do IIRGD no que tange à forma de emissão de carteiras de identidade

não digitalizadas. Faz-se saber que a sigla AA refere-se ao Atestado de

Antecedentes Criminais, outro serviço prestado pelo IIRGD.

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Figura 4: Fluxograma de atendimento nos Poupatempos - emissão de RG sem digitalização Fonte: Adaptado de IIRGD (2007-a)

3.4.4. Rotina seguida para se obter uma Carteira de Identidade Digitalizada Segundo Salles Neto (2007), tanto nos casos de 1ª quanto nos de 2ª via de

uma carteira digitalizada, a pessoa segue os mesmos passos para se obter a

carteira tradicional, não digitalizada, com a diferença de que em vez de duas fotos é

necessário apresentar apenas uma, que será colada na FIC e posteriormente

digitalizada e emitida. Não há o fornecimento do espelho, uma vez que este e a

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emissão são impressos no mesmo papel. A figura 5 mostra o fluxograma de emissão

de carteiras de identidade digitalizadas.

Figura 5: Fluxograma de atendimento nos Poupatempos - emissão de RG com digitalização Fonte: Adaptado de IIRGD (2007-a)

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3.5. Órgãos Relacionados à Identificação Conforme Silveira (2005), a identificação civil e criminal no estado de São

Paulo é responsabilidade do Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt -

IIRGD; este utiliza os serviços de processamento de dados da PRODESP -

Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo.

Segundo Salles Neto (2007), para executar sua tarefa, o IIRGD recebe

pedidos de carteira de identidade das Delegacias Seccionais de Polícia, dos Distritos

Policiais e dos Postos de Identificação - PI, incluindo os Poupatempos, nos casos

em que é verificado algum problema ou impedimento para a emissão da carteira de

identidade. Os postos de identificação são os locais onde os requerentes dão

entrada nos pedidos de carteira de identidade.

Todos, com exceção dos Poupatempos e da PRODESP, são órgãos da

Polícia Civil, que está subordinada à Secretaria de Segurança Pública do Estado de

São Paulo - SSP-SP (SSP-SP, 2007-a).

Devido à sua importância, o Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton

Daunt - IIRGD será apresentado e melhor abordado no próximo capítulo.

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4. INSTITUTO DE IDENTIFICAÇÃO RICARDO GUMBLETON DAUNT - IIRGD

Criado no início do século XX, em 1904, o IIRGD é parte da Polícia Civil e

pertence à Secretaria Estadual da Segurança Pública (SSP). Em 2005 havia por

volta de mil funcionários lotados no Instituto e distribuídos pelo Estado. O IIRGD

preserva o maior arquivo datiloscópico da América Latina. A identificação é realizada

a partir da impressão, com tinta de imprensa, da superfície dos dedos das mãos de

cada indivíduo - impressão digital (SILVEIRA, 2005).

De acordo com Salles Neto (2007), o comando das atividades é centralizado

em um prédio no bairro Santa Ifigênia, próximo à estação Luz do Metrô (Companhia

do Metropolitano de São Paulo) e da CPTM (Companhia Paulista de Trens

Metropolitanos), na zona central da capital paulista.

Conforme o Organograma da Polícia Civil do Estado de São Paulo (2007), o

Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt é o órgão do DIRD

(Departamento de Identificação e Registros Diversos) responsável pela identificação

e os respectivos arquivamentos dos prontuários dos requerentes, civil e

criminalmente.

Segundo Silveira (2005), a identificação civil é a confecção da carteira de

identidade. A criminal é o atestado de antecedentes criminais. Estas atividades são

relacionadas entre si e, sob pedido judicial, o IIRGD expede também a chamada

folha de antecedentes. Este documento é diferente do atestado - informa todo o

histórico criminal do indivíduo, ou seja, se ele foi processado, absolvido ou cumpriu

pena em algum momento de sua vida.

Segundo Araújo (1960, p. 77), Ricardo Gumbleton Daunt foi chefe de serviço

de Identificação de São Paulo de 1928 a 1930 e de 1934 a 1947, quando foi

promovido a diretor da mesma repartição. Enquanto chefe e posteriormente diretor

dessa repartição, imprimiu-lhe novas diretrizes, introduzindo aperfeiçoamentos

diversos, principalmente de ordem técnica.

Pereira (2006) conta que nos seus 100 anos de existência, o Instituto de

Identificação já identificou mais de 40 milhões de pessoas em todo o Estado,

possuindo um arquivo único no mundo em seu gênero. Atualmente, o IIRGD emite

mais de 10 mil carteiras de identidade por dia, entre primeiras e segundas vias.

Segundo Agune (2007-a), a maior parte desses documentos é emitida nos onze

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postos Poupatempo, sendo quatro na Capital, dois na Grande São Paulo e cinco no

Interior do Estado.

Para fazer frente a esse crescente volume de trabalho, o Instituto conta,

desde 1986, com um moderno sistema informatizado implantado pela PRODESP -

Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo. Essa evolução

permite hoje a emissão de carteiras de identidade na hora ou, dependendo do caso,

em 72 horas, sendo que, anteriormente, o prazo era de até 60 dias (PEREIRA,

2006).

Tal prazo era considerado somente se não ocorresse nenhum problema,

como perda de FIC, divergência na impressão digital ou dúvidas quanto à

veracidade e/ou autenticidade da certidão.

4.1. Armazenagem De acordo com Fracalacci (2007), quando uma pessoa obtém uma carteira de

identidade e, consequentemente o número do RG, essa pessoa passa a ter seus

dados cadastrados no sistema da polícia e tem sua FIC, com foto e impressões

digitais, arquivada no IIRGD. As FIC's (ou prontuários civis) e os prontuários

criminais são arquivados em ordem numérica de RG. As FIC's ficam no arquivo civil

e os prontuários criminais no arquivo criminal.

O arquivo do IIRGD é uma ferramenta auxiliar do trabalho policial e fator

decisivo em certas investigações, como a identificação do criminoso que atirou em

Celso Daniel, ex-prefeito de Santo André (SILVEIRA, 2005).

Fracalacci (2007) afirma que a armazenagem no IIRGD era caótica. O IIRGD

não dispunha de um armazenamento eficiente. Os prontuários civis (FIC's)

chegavam a ser guardados em caixas de sapatos e posteriormente essas caixas

eram empilhadas e amontoadas umas nas outras. Não havia muita organização e

limpeza nesse ambiente. Não havia restrição de acesso aos arquivos; qualquer

pessoa podia entrar nos arquivos.

Eram comuns as perdas de prontuários. No prédio onde está situado o IIRGD

não trabalham apenas funcionários da carreira policial; há também funcionários de

empresas terceirizadas prestando serviços, como limpeza, copa, e alguns outros

que trabalham pela PRODESP ou por alguma outra empresa para a retaguarda do

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Poupatempo. Hoje em dia, apenas os funcionários que trabalham no Setor de

Fichamento Geral têm acesso aos arquivos (FRACALACCI, 2007).

Segundo Silveira (2005), a informatização do registro criminal começou em

1987 e já foi concluída. A reforma do arquivo civil recebeu investimento de R$ 5

milhões e foi concluída em 2003. Segundo o delegado Sequeira, a inspiração do

projeto foi uma biblioteca japonesa, que maximizava o espaço com o uso de estante

mecanizada e móvel. A reorganização espacial possibilitou colocar 50 gavetas

retráteis em um espaço que antes só acomodava 10 gavetas fixas.

Os novos ambientes, de acordo com Silveira (2005), facilitaram a

manipulação diária de seis mil registros no IIRGD. As novas instalações são

climatizadas, protegidas contra incêndio e enchente e periodicamente dedetizadas.

A medida contribuiu para retardar o processo natural de deterioração do papel, que

também sofria ataque de ratos e insetos. Além disso, a informatização diminuiu o

contato manual no arquivo - o computador indica a localização exata de cada ficha

nas caixas.

O arquivo inteligente é dividido em 40 estantes deslizantes de aço que

guardam as fichas de acordo com os dois dígitos iniciais do RG. A consulta dos

papiloscopistas nas prateleiras do acervo é feita em intervalos de 20 minutos. Neste

período de tempo o sistema controla o movimento de abertura e fechamento das

estantes, que tem acionamento elétrico e pesam 20 toneladas cada (SILVEIRA,

2005).

O papiloscopista Paulo Cruz, citado por Silveira (2005), explica que se alguém

permanecer no vão depois de as divisórias começarem a se fechar, um dispositivo

de segurança paralisa o movimento. E em caso de blecaute, uma manivela

possibilita o vai-e-vem dos armários. "Um desafio é conseguir armazenar fisicamente

todas as fichas. É um volume sempre crescente que nunca diminui, porque a Justiça

é baseada em provas documentais e elas são papéis", explica o profissional.

4.2. Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo - PRODESP

Segundo Carvalho (2007), a Companhia de Processamento de Dados do

Estado de São Paulo, PRODESP, é a empresa de informática do Governo do

Estado de São Paulo. Ela desenvolve e implementa, para os diferentes órgãos

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estaduais, soluções de governo eletrônico voltadas para a melhoria de processos

operacionais, da gestão do Estado e do atendimento ao cidadão.

Atuando tanto no Executivo, como no Legislativo e Judiciário, a PRODESP

desenvolve e integra sistemas em diferentes plataformas, oferece soluções Internet,

serviços de data center8, consultoria, assessoria e suporte técnico, elaboração de

projeto e instalação de redes e treinamento. A empresa também é responsável por

operacionalizar a implantação e administrar os postos Poupatempo (CARVALHO,

2007).

Vinculada à Secretaria de Gestão Pública do Governo do Estado de São

Paulo, a PRODESP é uma empresa de economia mista (Sociedade Anônima

Fechada). Seus principais acionistas são a Secretaria da Fazenda do Estado de São

Paulo e o Instituto de Previdência do Estado de São Paulo (IPESP). Além de sua

sede no município de Taboão da Serra, na região metropolitana de São Paulo, a

empresa possui unidades descentralizadas na Capital, que funcionam nas próprias

instalações dos clientes, proporcionando uma atuação e um atendimento mais

próximos e efetivos (PRODESP, 2007).

4.3. Sistema Alpha Segundo Fracalacci (2007), no sistema da Polícia Civil, no IIRGD, criado pela

PRODESP, existia apenas o cadastro de dados do requerente. Esse cadastro foi

colocado em uso a partir de meados do ano de 1986. Qualquer pessoa que

obtivesse sua carteira de identidade antes dessa data não tinha nenhum cadastro

eletrônico; tinha arquivado apenas seus dados na FIC armazenada no IIRGD. Tal

situação dava margem a erros.

Somente entre 2000 e 2006, foram registrados 954 casos de impressões

divergentes e uso de certidão alheia (IIRGD, 2007-b). Com o Sistema Alpha, tal

situação não será mais possível acontecer.

Conforme Fracalacci (2007), uma pessoa, agindo de má fé, poderia dar

entrada em uma 2ª via de RG de um terceiro. Ao ser solicitado o prontuário anterior,

algumas vezes o mesmo não se encontrava no local (Prontuário NEL - Não

Encontrado no Local), então era liberada a carteira de identidade como rotina NEL.

8 Edificação desenvolvida exclusivamente para hospedagem de sistemas de tecnologia para internet e telecomunicações.

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Uma vez que não tinha impressões digitais a serem confrontadas, não tinha como

provar que aquele RG não pertencia àquela pessoa. A liberação era feita baseada

apenas nos dados da certidão e/ou do cadastro.

De acordo com Augusto (2007), a partir de meados de 2004 foi implantado o

Sistema Alpha. Passou a ser feita a digitalização dos prontuários (tanto civis quanto

criminais); há uma junção de dados com imagem. Com o Sistema Alpha, mesmo que

um prontuário seja extraviado do arquivo, seus dados, foto e impressões digitais não

são perdidos. Basta fazer pesquisas no banco de dados com o código Alpha e a

imagem do prontuário aparecerá. Os dados são disponibilizados pela PRODESP e a

imagem pela TCI.

A empresa é a prestadora de serviços que está encarregada de realizar a

digitalização dos prontuários do IIRGD. Após atender a algumas exigências da

Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, SSP-SP, como tecnologia

e estrutura suficiente para fazer a digitalização de prontuários no IIRGD, DETRAN

(Departamento de Trânsito) e IML (Instituto Médico Legal) no Instituto de

Criminalística, a TCI passou a ter essa função e tem um prazo estimado em dois

anos em relação à digitalização dos prontuários do IIRGD (AUGUSTO, 2007).

Augusto (2007) diz que a empresa atua no ramo de Gerenciamento Eletrônico

de Dados (GED) e possui uma matriz no estado de Pernambuco e filiais em Brasília,

Rio de Janeiro e em São Paulo, na cidade de Cotia. Contando com dois gerentes de

operação em São Paulo, um no prédio do IIRGD e outro em Cotia, a TCI possui

como recurso para executar a tarefa de digitalização cinco servidores de grande

porte (com cinco terabytes9 cada), localizados no prédio do IIRGD, e mais um

servidor no galpão de Cotia (com sete terabytes), oito scanners10 de alta

performance, estando dois deles no IIRGD, quatro no-breaks11 e 19 computadores

de mesa com 512 megabytes de memória RAM12 e HD13 de 80 gigabytes.

9 Unidade de armazenagem de informação. A unidade de medida padrão é o byte (composto por 8 bits - ou caracteres). Um kilobyte equivale a 1.024 bytes, um megabyte equivale a 1.024 kilobytes, um gigabyte equivale a 1.024 megabytes e um terabyte equivale a 1.024 gigabytes. 10 Dispositivo que analisa uma imagem, texto impresso, escrito em geral ou um objeto e converte em uma imagem digital. 11 Sistema de alimentação elétrica que, caso haja uma quebra de corrente, entra em ação alimentando os dispositivos a ele ligados. 12 Sigla para Random Access Memory, tipo de memória que permite a leitura e a escrita, utilizada como memória primária em sistemas eletrônicos digitais. 13 Sigla para Hard Disk, ou disco rígido. É a parte do computador onde são armazenadas as informações, ou seja, é a "memória permanente" propriamente dita.

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A TCI possui software próprio, chamado de Capture. A margem de erro de

execução desse serviço até o momento é baixíssima, menos de 1%

(aproximadamente 0,7%) e o término da digitalização está previsto para o fim de

2007 (AUGUSTO, 2007).

4.4. Futuras Modernizações Segundo Pereira (2006), a Polícia Civil está realizando trabalhos de

modernização do I.I.R.G.D., que consistem na reforma e digitalização dos arquivos

do IIRGD, entre outras medidas. Com o Sistema Alpha está prevista a digitalização

de mais 60 milhões de imagens, entre fotos, impressões digitais e assinaturas,

encerrando até o final do ano a meta estabelecida. Salles Neto (2007) complementa

que todos os prontuários civis já estão totalmente digitalizados e que restam apenas

parte dos prontuários criminais.

Também está prevista a aquisição do Sistema Informatizado de Identificação

de Impressões Digitais, que realizará a comparação automática de impressões

digitais. Esse sistema permitirá às unidades da Polícia Civil a comparação de

impressões digitais, assinaturas e fotos de pessoas cadastradas (PEREIRA, 2006).

4.5. Faixa Escolar De acordo com Lemus (2007), no ano de 1996 foi colocada em uso uma faixa

numérica de RG's, que compreende desde o nº. 40.000.000 até o nº. 49.999.999,

denominada faixa escolar.

A idéia visava dar um número de RG para todas as pessoas na idade escolar,

já com cadastro no IIRGD, assim, quando a pessoa fosse fazer uma 1ª via de

carteira de identidade, a mesma já estaria cadastrada no sistema do IIRGD e os

procedimentos na emissão de uma carteira de identidade seriam mais rápidos, uma

vez que o atendente que tivesse a função de emitir a carteira de identidade teria à

sua disposição os dados gravados no sistema; teria o trabalho apenas de confirmar

os dados da pessoa e providenciar a emissão da carteira de identidade (LEMUS,

2007).

O IIRGD fez parceria com a Secretaria da Educação para que a idéia fosse

colocada em prática. O Instituto disponibilizava os números de RG para a Secretaria

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da Educação e esta repassava para as escolas, que tinham a função de anotar os

dados dos alunos matriculados (os mesmos dados que são informados para a

obtenção de uma carteira de identidade nos postos de identificação), e então era

oferecido ao aluno um documento chamado RG Escolar. Este documento era de

caráter provisório, uma vez que quando a pessoa, geralmente criança, fosse dar

entrada na carteira de identidade (RG) permanente, os dados seriam aproveitados e

o número do RG tornar-se-ia definitivo (LEMUS, 2007).

Lemus (2007) afirma que esse procedimento não surtiu bons efeitos. Os

dados não eram anotados corretamente, além de não serem tomadas algumas

precauções, como não destinar um número de RG escolar para as pessoas que já

tinham uma carteira de identidade comum e dar apenas um número de RG para

cada pessoa. Em alguns casos, tinha aluno com vários números de RG. Tais fatos

contribuíram para gerar muitas falhas na implantação do RG Escolar.

Lemus (2007) diz que nos casos que deram certo, ou seja, os dados foram

repassados corretamente, ao dar entrada em uma carteira de identidade, a pessoa

deveria apresentar o RG escolar e, ao serem feitas as pesquisas de praxe, era

constatado que aquela pessoa já tinha um cadastro escolar, sendo assim, aquele

cadastro perdia o caráter provisório e tornava-se definitivo; Em seguida era emitida

uma carteira de identidade.

Lemus (2007) ainda diz que os casos que não deram certo aconteceram

porque, uma vez que os dados não foram repassados corretamente, ao serem feitas

as pesquisas não se acusava nenhuma pessoa com os mesmos dados pesquisados

e então era fornecido um novo número de RG, como se fosse o primeiro cadastro

daquela pessoa.

Sendo assim, essa mesma pessoa ficava com dois cadastros

desnecessariamente no sistema do IIRGD, fato este que inclusive facilitava fraudes,

uma vez que o que se tinha cadastrado eram apenas dados de uma pessoa, ou

seja, não havia uma FIC armazenada com foto e impressões digitais para fazer um

confronto. Diante dessas falhas, chegou-se a conclusão que não seria mais

interessante fazer uso de uma segunda faixa escolar (LEMUS, 2007).

Segundo Moura et al. (2003, p. 7), o lado irreverente da revolução da

tecnologia da informação (TI) é que a qualidade dos dados alimentados nos

sistemas de administração logística frequentemente é desconhecida ou suspeita.

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Erros podem ser introduzidos nos sistemas através do lançamento impreciso ou

incompleto de dados.

Moura et al. (2003, p. 7) ainda diz que criar uma confiabilidade de

classificação dos dados também ajuda a desenvolver uma clara compreensão da

equação custo-benefício para diferentes métodos de coleta de dados e avaliar o

retorno de investimento em novas tecnologias.

4.6. Procedimentos Tradicionais

Os métodos e prazos utilizados anteriores ao Poupatempo causavam vários

transtornos ao cidadão, tais como imensa demora na entrega da carteira de

identidade e uso do documento de identidade por terceiros, dentre outros. Tal

situação era comum pelo fato de os recursos serem escassos e os métodos pouco

eficientes. Segundo Sequeira (2000), até meados de 1998, antes da criação do

Poupatempo, o cidadão que precisava de um documento de identidade (RG)

esperava em média de 60 a 90 dias para tê-lo.

Em meados de 1986, conforme já abordado no início deste capítulo, o IIRGD

passou a informatizar, através da PRODESP, as emissões das carteiras de

identidade e seu respectivo cadastro. Toda pessoa que obteve carteira de identidade

a partir dessa época já tem seus dados cadastrados no sistema da Polícia Civil (vale

frisar que eram apenas os dados; foto e impressões digitais não fazem parte desse

sistema) e, conseqüentemente, todas as pessoas que obtiveram carteiras de

identidade antes dessa época tinham um número de RG, porém seus dados não

eram cadastrados.

De acordo com Salles Neto (2007), todas as carteiras de identidade emitidas

antes de 1987 estão em fase final de digitação, ou seja, todos os RG's, mesmo os

que não eram informatizados, estarão inseridos no sistema da PRODESP para

consulta e pesquisa.

Segundo Salles Neto (2007), o cidadão que tenha o interesse em ter uma

carteira de identidade deve dirigir-se a um Posto de Identificação para fazer

solicitação/dar entrada no(s) documento(s). No ato, a pessoa deve, nos casos de

documento de identidade, entregar preenchida com seus dados uma Ficha de

Identificação Civil - F.I.C. (que pode ser adquirida em escritórios de despachantes ou

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papelarias mediante pagamento), cópia da certidão de nascimento ou casamento,

duas (02) fotos tamanho 3x4 e uma GARE14 com a taxa do documento paga.

Ao entregar os documentos, são tomadas as impressões digitais do cidadão

na FIC, as fotos são coladas, uma na FIC e a outra no Espelho. Os espelhos são

obtidos nos PI's com seus respectivos carimbos de posto e as emissões são feitas

no IIRGD. São recolhidos os demais documentos e encaminhados ao IIRGD para

confecção da carteira. Para isso, a foto do requerente colada no espelho é perfurada

com as iniciais IIRGD, é feita a conferência dos dados, pesquisas civis e criminais,

confronto de impressões digitais, emitido o verso da carteira de identidade e são

juntados emissão e espelho para ser feita a plastificação. Após tudo pronto, as

carteiras são devolvidas aos PI's (SALLES NETO, 2007).

Caso seja detectado algum problema como divergência nos dados ou

impressões digitais, dúvidas quanto à confiabilidade da certidão apresentada ou erro

no cadastro, o setor responsável pela confecção das carteiras de identidade

encaminha ao setor responsável para solucionar o problema. Se for possível

solucioná-lo, será feito num setor específico do IIRGD e se não for possível, é feita a

devolução do caso (FIC; espelho e certidão) ao PI com uma exigência a ser

cumprida (SALLES NETO, 2007).

4.6.1. Trajeto Percorrido

Ainda de acordo com Salles Neto (2007), quando se tratava de PI's da capital,

os postos enviavam os malotes diretamente ao IIRGD, porém quando os PI's eram

da região da Grande São Paulo (ABC Paulista, Guarulhos etc.) ou do interior, os

malotes eram encaminhados às Delegacias de Polícia Seccionais e essas eram

quem os encaminhavam ao IIRGD. A devolução era feita também por malotes para

as Seccionais e essas encaminhavam aos PI's para a entrega do documento aos

requerentes.

A figura 6 mostra o mapa do estado de São Paulo e a divisão por região das

Delegacias Seccionais da Capital - Decap, da Macro Região de São Paulo (também

conhecida como Grande São Paulo) - Demacro, e do Interior - Deinter.

14 Guia de Arrecadação Estadual. Serve para recolher o pagamento de taxas destinadas ao governo.

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Figura 6: Mapa das divisões das regiões das Delegacias Seccionais de Polícia do interior de São Paulo Fonte: Adaptado de SSP-SP, (2007-b)

Conforme citado no item 4.6, todo o percurso entre entrada/solicitação e

entrega do documento demorava entre 60 e 90 dias. A figura 7 apresenta um mapa

do estado de São Paulo, com o fluxo de movimentação de carteiras de identidade,

simulando o percurso envolvendo uma solicitação de uma delegacia de Marília

(Deinter 4). Esse trajeto é percorrido por todas as seccionais do Interior, resultando

em uma enorme perda logística no que tange aos custos envolvendo transporte,

movimentação e tempo.

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Figura 7: Simulação de fluxo de solicitação/entrega de carteira de identidade, rota Marília/IIRGD Fonte: Da autora

"Para entender a importância do transporte na economia mundial, faz-se

saber que o frete costuma absorver dois terços do custo logístico e, entre 09 e 10%

do produto nacional bruto para a economia americana como um todo" (BALLOU,

1993, p. 113).

4.7. Centros Emissores Para diminuir o tempo e os custos gastos com o transporte dos pedidos e

entregas das carteiras de identidade, foram implantados oito Centros Emissores,

locais onde são emitidas essas carteiras.

Esses Centros Emissores estão espalhados pelo interior do estado de São

Paulo. Eles são bastante úteis porque "fazem o papel" de uma gráfica, ou seja, os

postos de identificação, em vez de enviarem os pedidos de carteiras de identidade

para emissão no IIRGD em São Paulo, emitem suas carteiras de identidade,

previamente pesquisadas e cadastradas pelos postos de identificação, nesses

Centros Emissores em cidades próximas dos postos de identificação onde foi feito o

pedido da carteira, fazendo assim com que se economize tempo no trânsito de

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pedido e entrega das carteiras de identidade, além de combustível e manutenção do

veículo utilizado para o transporte desses pedidos. Os Centros Emissores estão

localizados em Sorocaba, Santos, Bauru, Campinas, Piracicaba, S. José do Rio

Preto, Ribeirão Preto e Araçatuba, mesmo assim, o tempo de entrega ainda é

considerado grande, de aproximadamente 30 dias.

4.8. Eventos O IIRGD realiza esporadicamente eventos denominados "Ação da Cidadania",

solicitados pelas mais variadas organizações; "Ação Global", promovida pela Rede

Globo e SESI (Serviço Social da Indústria) e "Jornada da Cidadania", promovida

pela Secretaria da Justiça. Nesses eventos, as pessoas dão entrada em suas

carteiras de identidade - num esquema parecido com os Poupatempos Móveis - e é

agendado um dia para os requerentes retirarem a carteira pronta. Normalmente vai

um grupo de funcionários do próprio IIRGD para trabalhar no local previamente

agendado. Quando realizados em cidades do interior, é mobilizado um número

maior de funcionários para trabalhar. Esses gastos ficam por parte do solicitante,

menos o transporte, quando são realizados em apenas um dia, a exemplo da "Ação

da Cidadania". Eventos de grande escala, a exemplo da "Ação Global" e "Jornada

da Cidadania" são pagos pelo solicitante (transporte, alimentação e estadia dos

funcionários). Esses dois últimos têm uma programação anual e, quanto ao primeiro

item, são feitos quando solicitados e estão sujeitos a disponibilidade.

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5. POUPATEMPO Segundo Paulics (2003, p. 7-8), atualmente, no Poupatempo, são oferecidas

centenas de serviços e informações de órgãos públicos, da iniciativa privada, de

concessionárias de serviços públicos, de associações e entidades da sociedade

civil. São órgãos parceiros do Poupatempo (embora nem todos estejam presentes

em todas as unidades e a parceria com uma prefeitura somente ocorreu na unidade

de São Bernardo do Campo):

• Banco Nossa Caixa S/A;

• Caixa Econômica Federal;

• Comissão de Serviços Públicos de Energia;

• Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São

Paulo (CDHU);

• Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP);

• Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP);

• Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (DEIC): Divisão

de Investigações sobre Furtos e Roubos de Veículos e de Cargas

(DIVECAR);

• Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN);

• Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos;

• Empresa Metropolitana de Planejamento da Grande São Paulo

(EMPLASA);

• Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE);

• Imprensa Oficial do Estado de São Paulo;

• Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt (IIRGD)

• Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo (IPEM);

• Instituto Nacional do Seguro Social (INSS);

• Junta Comercial do Estado de São Paulo (JUCESP);

• Prefeitura do Município de São Bernardo do Campo - todas as

Secretarias.

• Secretaria da Fazenda;

• Secretaria de Estado da Cultura;

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• Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho (SERT): Programa Jovem

Cidadão/Meu Primeiro Trabalho;

• Secretaria do Meio Ambiente;

• SOS Criança/FEBEM;

• Tribunal de Justiça - Juizado Especial Cível.

O objetivo desse capítulo é verificar os procedimentos de prestação de

serviços após a implantação do Projeto Poupatempo, no que diz respeito à

qualidade de serviços, procurando demonstrar os principais motivos que levaram o

Projeto Poupatempo a ser reconhecido e aprovado por mais de 90% dos usuários

que freqüentam seus Postos.

Serão apresentadas as rotinas seguidas e as tecnologias utilizadas para

proporcionar a rapidez na aquisição dos documentos. Pelo fato de ser o foco desse

trabalho, atenção maior será dada à emissão de carteiras de identidade, mesmo

porque, a emissão dessas é o serviço de maior demanda em todos os Postos

Poupatempo.

"A concepção logística de agrupar conjuntamente as atividades relacionadas

ao fluxo de produtos e serviços para administrá-las de forma coletiva é uma

evolução natural do pensamento administrativo" (BALLOU, 1993, p. 18).

Analisando a figura 8, nota-se que os serviços atrelados ao IIRGD (emissão

de primeira e segunda vias de carteiras de identidade e de atestado de

antecedentes criminais) somam quase metade do total dos serviços mais utilizados.

Isso reafirma a importância do Poupatempo na agilização das atividades

anteriormente desempenhadas somente pelo IIRGD.

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SERVIÇOS MAIS UTILIZADOS NOS POSTOS POUPATEMPO - 1997 A 2006 Órgão Serviços Total Porcentagem IIRGD Emissão de 1ª Via de RG 5.501.452 12,31% IIRGD Emissão de 2ª Via de RG 7.974.977 17,84% IIRGD Emissão de Atestado de Antecedentes 7.820.483 17,50% SERT Emissão de Carteira de Trabalho 3.973.341 8,89% SERT Solicitação de Seguro Desemprego 2.719.520 6,09% SERT Intermediação de Mão de Obra (IMO) 3.679.398 8,23% SERT Retorno de IMO 2.504.428 5,60%

NOSSA CAIXA Recebimento de Taxas de Tributos N/D* N/D* DETRAN Licenciamento de Veículos 5.040.474 11,28% DETRAN CNH (Renovação, 2ª Via e Substituição) 5.477.167 12,26%

Total (dos serviços mais utilizados) 44.691.240 100,00% Total Geral** 125.455.582 35,62%

* Não disponível (por se tratar de instituição financeira) ** Dos mais de 300 serviços prestados

Figura 8: Serviços mais utilizados nos Poupatempos de 1997 a 2006 Fonte: Adaptado de Agune (2007-a)

5.1. Histórico A idéia inicial de vários serviços num único espaço físico não é recente. Hélio

Beltrão, secretário de Interior e Justiça do estado da Guanabara, nos anos 60, já

tinha a idéia de implantar centrais de serviços relativamente parecidas com o

Poupatempo. Hélio Beltrão, durante toda a sua vida profissional, sempre defendeu a

idéia de desburocratização (IHB - INSTITUTO HÉLIO BELTRÃO, 2007).

A proposta do Poupatempo surgiu no ano de 1994, quando o então candidato

a governador, Mário Covas, sugeriu a implantação de uma espécie de shopping de

serviços públicos. A idéia central era, em vez de alterar internamente o Estado para

então mudar o atendimento ao cidadão, buscar uma forma inovadora de atender as

demandas do cidadão e, a partir disto, pressionar por mudanças internas ao Estado.

Em 1995, Covas assumiu o governo (PAULICS, 2003, p. 3).

Em 02 de setembro de 1996, a Secretaria de Governo e Gestão Estratégica,

através da Resolução SGG-21, constituiu o Comitê Executivo para implantação da

Central de Atendimento à População, cujo objetivo era desenvolver estudos e

apresentar projeto para a implantação da Central de Atendimento à População na

cidade de São Paulo (DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO, 1996).

Conforme Agune (2000, p. 87), em 30 de abril de 1997, o governador Mário

Covas aprovou o Decreto n.º 41.761, que regulamentava a coordenação e o

gerenciamento do Projeto “Centrais de Atendimento à População" CAP´s e outras

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providências correlatas. O artigo 1º dessa resolução diz: “A Secretaria do Governo e

Gestão Estratégica fica incumbida da coordenação e do gerenciamento do Projeto.”

O artigo 2º fala sobre os objetivos das Centrais de Atendimento à População, que se

resumem em:

• Concentrar em um único espaço físico, a prestação de diversos serviços

públicos;

• Dar atendimento proporcionando diminuição de tempo e de custos para o

cidadão;

• Propiciar ao cidadão alto padrão de atendimento com qualidade e

eficiência;

• Acolher, orientar e informar a população sobre os procedimentos

necessários para o acesso aos serviços disponíveis.

O artigo 3º diz que poderá contar com Postos, na quantidade necessária à

adequada prestação de serviços e o artigo 4º diz que poderá contar com servidores

públicos estaduais para atender uma das propostas de campanha, que era resgatar

a imagem do servidor público.

Em 16 de julho de 1997, através da Resolução SGGE-11 é alterada a

redação da Resolução SGGE-21 de 02/09/96, que constituiu o Comitê Executivo

para implantação da "Central de Atendimento à População" para "Projeto

Poupatempo - Central de Atendimento ao Cidadão" (DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO,

1997).

Agune (2000, p. 88) diz que, em 13 de outubro de 1997, o Decreto n.º 42.334,

artigo 1º, define que o atendimento nos Postos do Projeto Poupatempo, será

individual e direto ao cidadão. O artigo 2º diz que “os despachantes continuarão a

ser atendidos nos diversos órgãos e entidades da Administração Direta e Indireta

Estadual, de conformidade com a legislação pertinente em vigor”. Tal decreto

institucionalizou que um dos objetivos do Projeto era beneficiar o cidadão,

principalmente aqueles mais necessitados que tivessem dificuldades de acesso aos

serviços públicos e também aproximar a relação estado-cidadão.

A primeira unidade do Poupatempo foi inaugurada em 1997, na Praça da Sé,

no centro de São Paulo, por representar uma confluência de linhas de metrô, ônibus

e outros serviços públicos e privados. Estava dado o primeiro passo. Mas, apesar do

sucesso da unidade Sé, o desafio para a equipe de implantação era avançar na

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proposta, ir além da reunião física de alguns órgãos e estabelecer um novo padrão

de qualidade (PAULICS, 2003, p. 5). Segundo Agune (2000, p. 88), em 26 de fevereiro de 1998 foi aprovado o

Decreto n.º 42.886 que dispõe sobre a implantação e a administração do

“Poupatempo - Centrais de Atendimento ao Cidadão”. Através desse Decreto a

Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo - PRODESP fica

sendo a executora do Projeto Poupatempo incumbida da implantação, instalação,

operação e adequado funcionamento dos Postos de Serviços respectivos, podendo

ainda exercer sua administração e gestão dos recursos necessários ao atendimento

das finalidades do Projeto. Isto significa que a PRODESP deverá ficar com todas as

atividades e responsabilidades da operacionalização e manutenção do Projeto

Poupatempo, entre as quais se destacam:

• Celebrar contratos de obras civis e de serviços terceirizados como

manutenção, limpeza, segurança e outros;

• Adquirir equipamentos de informática, telecomunicações, mobiliário,

uniformes e outros;

• Explorar comercialmente as áreas destinadas à prestação de serviços de

apoio como papelaria, fotografia, fotocopiadora, lanchonete etc.;

• Definir os serviços a serem fornecidos nos Postos Poupatempo;

• Identificar em quais áreas serão instalados os Postos Poupatempo;

• Celebrar os convênios com os órgãos da Administração Federal, Estadual

e Municipal, que irão participar do Projeto Poupatempo.

Em 16 de julho de 1998, foi aprovada a Lei Complementar nº. 847, instituindo

o Poupatempo – Centrais de Atendimento ao Cidadão. Nessa lei foi acrescido mais

um objetivo em complementação àqueles estabelecidos no Decreto n.º. 41.761 de

30/04/97 que foi: “Acolher, orientar e informar a população sobre os procedimentos

necessários para o acesso aos serviços disponíveis" (SÃO PAULO, 1998).

Estabelece também os critérios de seleção e remuneração dos servidores

públicos que vierem a ser selecionados e treinados para trabalhar no Projeto

Poupatempo, sendo que todo servidor aprovado ganhará uma gratificação pelo

Desempenho de Atividades, que será incorporado 1/10 (um décimo) do valor da

vantagem por ano de sua percepção, até o total de 10/10 (dez décimos) (SÃO

PAULO, 1998).

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Tal gratificação é um importante instrumento de reconhecimento e valorização

do servidor público para desempenhar suas novas atividades com maior

desempenho e eficiência (AGUNE, 2000, p. 89).

5.2. Benefícios Ter acesso a informações ou serviços públicos ainda é, para muitos, sinônimo

de peregrinação por diversas repartições, enfrentando grandes filas e funcionários

mal humorados, esperas intermináveis em ambientes quase abandonados, bem

como a imagem de mesas entulhadas de papéis a serem lentamente carimbados

(PAULICS, 2003, p. 3).

O Programa Poupatempo foi implementado para mudar essa imagem, que em

muitos casos era reflexo da realidade, e garantir aos cidadãos o acesso a

informações e documentos, de maneira simplificada e ágil. Os funcionários são

especialmente treinados para o atendimento e os procedimentos são simplificados,

garantindo qualidade, rapidez e difusão das informações (PAULICS, 2003, p. 3).

Segundo Agune (2000, p. 90), o Projeto Poupatempo trouxe várias inovações

na prestação de serviços públicos, entre as quais se destacam:

• Disponibilização de serviços, informações e orientações num único

espaço, o que facilita sobremaneira a vida do cidadão, que perde vários

documentos de uma só vez. No sistema antigo, teria que ir a vários locais,

perder vários dias, sem falar nos custos de transporte e tempo. No

Poupatempo, poderá de uma só vez, tirar vários documentos tais como

carteira de identidade, carteira de trabalho, carteira de habilitação, CPF e

outros, trazendo economia de tempo e custos para o cidadão.

• Acesso a serviços sem intermediários. É proibido o atendimento a

despachantes ou terceiros. Somente o próprio interessado, ou seu

procurador legítimo, poderá ser atendido. Vale à pena lembrar que até

alguns anos atrás, a grande maioria dos cidadãos utilizavam-se de

serviços de despachantes, pois não arriscavam fazer alguns serviços no

DETRAN, onde perderiam várias horas. Hoje, poderá fazer tais serviços

em pouco tempo num Posto Poupatempo.

• Redução significativa do tempo para recebimento do documento, pela

racionalização no fluxo de trabalho nos órgãos com maior demanda. Todo

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serviço antes de ser disponibilizado num Posto Poupatempo, passa por

um estudo de O&M (organização e métodos), procurando simplificar

procedimentos e informatizar o máximo possível, pois além de minimizar o

tempo de atendimento e entrega dos documentos, dá uma maior

segurança e confiabilidade no sistema.

• Economia de tempo e custos para o cidadão.

Além das vantagens já mencionadas, o cidadão tem outras, como:

• Aquisição e preenchimento de formulários: a grande maioria é gratuita e

preenchida através do computador;

• Informações e orientações pelo Disque Poupatempo: o cidadão, antes de

dirigir-se a um Posto, poderá ligar para essa Central de Atendimento que,

além de informar quais os documentos necessários para realizar

determinado serviço, também informa possíveis problemas de

contingências (quedas de energia, sistemas e outros). Ainda é muito

comum precisar de um serviço público e, chegando ao local, o cidadão

que não levou a documentação necessária é obrigado a voltar para sua

casa. No Projeto Poupatempo basta ligar para a Central de Atendimento,

que obterá todas as informações a respeito do serviço solicitado.

• Guia de serviços públicos via Internet: todos os serviços disponíveis no

Projeto estão cadastrados num banco de dados e disponibilizados ao

cidadão através de um site na Internet. Com isso a informação sobre

serviços públicos, que outrora estava concentrada na mão de poucas

pessoas e órgãos, torna-se pública e todos têm acesso a ela, dando maior

transparência e democratizando-a.

• Integração de atividades de diferentes órgãos: por estar num mesmo

espaço físico, a integração de órgãos diferentes tornou-se mais fácil e ágil,

em benefício da qualidade do atendimento.

• Serviço de triagem: nos serviços de maior demanda, existe uma triagem

prévia para verificar se o cidadão trouxe os documentos necessários. Com

isso, o atendimento é agilizado e aqueles que não têm toda a

documentação, não precisam esperar muito tempo para receber tal

informação. Ainda é comum em alguns órgãos públicos, a pessoa ficar

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esperando horas para ser atendido e, quando chega a sua vez, é

informado que falta alguma documentação.

• Orientadores volantes: são funcionários treinados para dar informações

dos serviços executados, bem como encaminhar o cidadão ao órgão em

que vai realizar seu serviço e outras informações. É muito comum nas

empresas públicas, não terem esse tipo de funcionário e o cidadão vai tirar

suas dúvidas com alguém não treinado, geralmente o guarda de

segurança, ou vai numa mesa de atendimento, atrapalhando o serviço de

quem está sendo atendido.

• Horário de atendimento: foi ampliado para permitir ao cidadão que

trabalha ter condições de usufruir sem perder seu dia. Nos postos o

horário de atendimento é das 7 às 19 horas, de segunda a sexta, e aos

sábados, das 7 às 13 horas.

• Facilidade de acesso a serviços de apoio - para facilitar a vida do cidadão,

existem serviços que estão disponibilizados dentro dos Postos

Poupatempo e servem de apoio, tais como fotos, papelaria, fotocópia,

lanchonete, telefones públicos e bancos eletrônicos.

• Conforto no atendimento: o espaço público dos Postos Poupatempo foi

projetado buscando dar o maior conforto possível aos cidadãos e

funcionários, através de instalações modernas, ambiente agradável, limpo,

áreas apropriadas de espera e espaços multifuncionais.

• Canais de participação para a população: além da ouvidoria, os Postos

Poupatempo, têm fichas de avaliação/sugestões/críticas, que poderão ser

preenchidas pela população e um site na Internet também para

avaliação/sugestões/críticas.

"O que uma firma oferece ao cliente com seu produto é a satisfação. Se o

produto for algum tipo de serviço, ele será composto de inatingíveis como

conveniência, distinção e qualidade" (BALLOU, 1993, p. 94).

5.3. Estrutura Organizacional A PRODESP, como dito anteriormente, é responsável pela operacionalização

e manutenção do Projeto Poupatempo. Dentro da PRODESP foi criada a

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Superintendência Poupatempo, em nível de Diretoria e respondendo diretamente

com o Presidente, com a incumbência de propor diretrizes e estratégias, planejar,

implantar e acompanhar a execução e gestão dos Postos e acompanhar as

atividades dos Postos de modo a garantir a qualidade dos serviços prestados. Nessa

Superintendência, além dos assessores, conta com vários técnicos para cuidar dos

diversos assuntos pertinentes, tais como Informática, Arquitetura, O&M, Financeiro e

Recursos Humanos. (AGUNE, 2000, p. 92).

Segundo Agune (2000, p. 93), o Gerente do Posto é responsável por gerir,

planejar e administrar as atividades do Poupatempo, visando manter a qualidade do

atendimento ao cidadão; aferir o nível de satisfação do cidadão, analisando os

indicadores obtidos através de instrumentos adequados e atuar como interface com

os supervisores das Entidades prestadoras de serviço e integrantes do Poupatempo.

O supervisor do órgão tem dupla subordinação no Posto. Tem que prestar

contas ao Gerente do Posto a respeito do trabalho executado pelos atendentes no

que diz respeito à qualidade do atendimento e prestar contas ao Representante

Institucional, fazendo com que os serviços executados sejam de acordo com o

estabelecido pelo órgão. (AGUNE, 2000, p. 95).

Agune (2000, p. 95) ressalta que a Coordenação de Atendimento fica

subordinada ao Gerente do Posto e é responsável pela coordenação e

acompanhamento de todas as atividades de atendimento ao cidadão, bem como

avaliar o nível de satisfação do atendimento prestado. Sua atuação é muito

importante para fazer com que os supervisores dos diversos órgãos e seus

respectivos funcionários, trabalhem de forma integrada em busca da melhoria

contínua na qualidade do atendimento. Além disso, supervisiona o trabalho de todos

os orientadores do Posto, na coordenação de filas, triagem de documentos,

recebimento e encaminhamento dos cidadãos e informações diversas para o público

em geral.

A Coordenação de Recursos Internos, também está subordinada ao Gerente

do Posto e é responsável pela supervisão de todos os serviços terceirizados

(limpeza, segurança, copa, lanchonete e outros), do almoxarifado e a administração

de recursos humanos. Sua principal tarefa é cuidar do bem estar dos funcionários

para que trabalhem motivados e felizes. (AGUNE, 2000, p. 95).

Todas as pessoas que trabalham no Poupatempo ficam subordinadas

administrativamente à coordenação da Unidade, embora sigam subordinadas

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tecnicamente aos supervisores dos órgãos e empresas nos quais trabalham

(PAULICS, 2003, p. 9). A figura 9 ilustra a Estrutura Organizacional do Poupatempo.

Figura 9: Estrutura Organizacional do Poupatempo Fonte: Adaptado de Agune (2000, p. 94) 5.4. Recursos Humanos A visão que se tem dos funcionários públicos que atendem a população é

que, em sua maioria, são descorteses, mal humorados, desinformados e

desinteressados. Não raro privilegiam amigos ou quem os suborna. A equipe do

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Poupatempo, ao olhar para essa realidade, ao invés de concluir que seria preciso

começar do zero, contratando pessoas que nunca tivessem sido funcionários

públicos, decidiu apostar num processo de valorização do funcionalismo, oferecendo

treinamento específico, mobiliário e equipamentos adequados, além de um ambiente

agradável de trabalhar (PAULICS, 2003, p. 8-9).

O quadro de RH mostra a quantidade de funcionários que trabalham nos

órgãos do IIRGD no Poupatempo.

QUADRO DE RH DO IIRGD NOS POUPATEMPOS 31/AGOSTO/2006 SERVIDOR PÚBLICO FUNC. PRODESP

UNIDADE ADM. POLICIAL

TERCEI - RIZADO AUX.

ADM. TÉC. ADM.

SUB-TOTAL SUPER - VISÃO TOTAL

SÉ 136 46 33 1 5 221 6 227 SANTO AMARO 74 37 118 12 241 6 247

LUZ 67 51 47 9 174 11 185 CAMPINAS CENTRO 34 6 24 64 3 67

CAMPINAS SHOPPING 13 8 8 13 42 3 45 SÃO J. DOS CAMPOS 19 12 13 44 3 47

ITAQUERA 94 36 61 1 8 200 6 206 SÃO B. DO CAMPO 31 27 59 2 14 133 6 139

GUARULHOS 37 33 9 3 13 95 5 100 RIBEIRÃO PRETO 20 33 53 3 56

BAURU 8 31 39 3 42 UNID. MÓVEL 1 8 10 18 7 25 UNID. MÓVEL 2 4 4 UNID. MÓVEL 3 4 4

UNID. MÓVEL REGISTRO 3 3 UNID. MÓVEL MARÍLIA 4 4

UNID. MÓVEL SOROCABA 4 4 UNID. MÓVEL ARAÇATUBA 4 4

TOTAL IIRGD 807 403 114 1.324 85 1.409 TOTAL GERAL 1.415 1.590 561 5.353 418 5.774

PORCENTAGEM 57% 25% 20% 25% 20% 24%

Figura 10: Quadro de Recursos Humanos do IIRGD nos Poupatempos Fonte: Adaptado de Agune (2007-a) Para Paulics (2003, p. 9), com o tempo e a inauguração de diversas unidades

do Poupatempo, já não havia de onde tirar pessoas de dentro do próprio quadro de

funcionários do Estado. Passou-se, então, para a contratação de terceirizados,

especialmente para recepção e orientação do cidadão que procura informações nos

postos. Além disso, há os funcionários que os próprios órgãos integrantes do

Programa deslocam para trabalhar nas unidades do Poupatempo e os contratados

por autarquias ou empresas privadas que integram o sistema.

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5.5. Qualidade no Atendimento

A qualidade do atendimento nos Postos Poupatempo é avaliada

constantemente. No início, dentro de cada Posto existiam totens onde o cidadão

poderia avaliar a qualidade de atendimento dos serviços de maior demanda e de

alguns itens, tais como limpeza, estrutura e outros (AGUNE, 2000, p. 95).

Paulics (2003, p. 16), constatou que os totens, além de muito caros, não

funcionavam. Por meio do tele-atendimento, das fichas de manifestações e da

Internet chegam atualmente reclamações, manifestações, sugestões. As avaliações

do público são em geral de elogio e sugestão. Chegam mais ou menos duas mil

manifestações por mês, sendo todas respondidas.

Cada Posto Poupatempo disponibiliza um recurso de sistema de

gerenciamento de filas nos serviços de maior demanda, onde o cidadão, ao receber

sua senha, já fica informado do seu tempo de espera. Além disso, esse sistema

permite abrir e fechar mesas de trabalho de acordo com a demanda existente,

controlando tempos de atendimento, tempos de espera, mesas abertas,

produtividade por funcionários e outros relatórios (AGUNE, 2000, p. 100).

Também o horário de funcionamento auxilia o quesito qualidade no

atendimento. Diferentemente das repartições públicas, as unidades do Poupatempo

funcionam das 7 às 19 horas, de segunda a sexta-feira, não fechando na hora do

almoço; e das 7 às 13 horas aos sábados. Os funcionários se organizam por turnos

intermediários para garantir o padrão de atendimento em horários de maior procura

(PAULICS, 2003, p. 12).

De acordo com pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública

e Estatística - IBOPE (2006), entre 27 de novembro e 2 de dezembro de 2006, o

índice de aprovação dos usuários dos serviços prestados pelos Poupatempos é

deveras elevado. Foram realizadas 1.700 entrevistas com perguntas estruturadas

em todos os Poupatempos do estado e 99% dos entrevistados aprovam seus

serviços.

O IBOPE confirma que essa estatística vem sendo mantida desde 2001,

sendo que nos quesitos "funcionários bem treinados", "bom atendimento",

"funcionários atenciosos", "respeito ao cidadão", "boa organização" e "orgulho para

São Paulo" mais de 90% concordam com os enunciados nos últimos seis anos. A

média é mantida em 94%, 97%, 94%, 97%, 96%, 97%, para os respectivos quesitos.

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5.5.1. Treinamento

Para evitar a desmotivação e criar espaços de resgate da importância de se

atender bem o cidadão, a equipe do Poupatempo constatou que seria fundamental

oferecer, além de um processo de capacitação e treinamento no momento da

seleção, momentos de capacitação continuados (PAULICS, 2003, p. 9).

Além do treinamento anual que o Projeto dá para todos os funcionários,

sempre que possível, são feitas palestras gratuitas sobre os mais variados temas.

Quando alguma atividade e/ou serviço do Posto não está com a qualidade desejada,

é feito um treinamento específico, utilizando os próprios funcionários envolvidos.

(AGUNE, 2000, p. 98).

Agune (2000, p. 100) explica que há também o treinamento de funcionários

"multitarefeiros". Esse treinamento ajudou a reduzir bastante o tempo de

atendimento em vários órgãos e serviços, porque existem diversos órgãos num

mesmo local e cada um tem uma concentração de demanda alta em dias e horários

alternados, fazendo com que, em alguns horários, tenham órgãos com grande

demanda e, consequentemente, um tempo de espera maior, enquanto que em

outros órgãos havia uma grande ociosidade, onde muitos funcionários ficavam

parados.

Inicialmente, foram treinados os funcionários dos órgãos com baixa demanda

para executarem serviços nos órgãos de grande demanda. Cada vez que há um

problema de alta demanda num órgão, busca-se reforço nos demais com baixa

demanda e que tenham funcionários “multitarefa”, treinados, para agilizar o

atendimento, sem prejudicar a estrutura existente. (AGUNE, 2000, p. 100).

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6. ESTUDO DE CASO Esse estudo de caso visa abordar os meios empregados na identificação civil

da população, a emissão de carteira de identidade, e sugerir alternativas para

melhorar a eficiência no processo de emissão de carteiras de identidade.

6.1. Critérios na Escolha da Localização dos Postos

A primeira unidade do Poupatempo foi instalada num prédio que pertencia ao

Governo do Estado de São Paulo. Os critérios para escolha eram que fosse num

local de fácil acesso, que permitisse acolher diversos serviços e que fosse um

ambiente agradável (PAULICS, 2003, p. 10).

O critério atual para escolha de um Posto Poupatempo depende

primeiramente de ser uma Região Administrativa - determinada pelo Governo - e da

densidade demográfica - número de habitantes por km2 (AGUNE-a, 2007).

Para seguir esse critério, nem todas as unidades do Poupatempo puderam

ser instaladas em prédios públicos. Em alguns lugares paga-se aluguel, por

exemplo, no Shopping Center de São José dos Campos; em outros, como São

Bernardo, estabeleceu-se uma parceria com a prefeitura (PAULICS, 2003, p. 10).

De acordo com Paulics (2003, p. 10), a vantagem de se instalar a unidade

dentro de um Shopping Center, mesmo não sendo a localização ideal, é o fato de o

próprio shopping fazer as reformas necessárias para a instalação da unidade,

poupando recursos do Estado, e como a unidade do Poupatempo atrai milhares de

pessoas a cada dia, dinamiza economicamente os negócios do Shopping,

permitindo negociar a redução do aluguel.

Para o ano de 2007 estão programadas, já com as implantações em

andamento, unidades em Santos, Osasco, São José do Rio Preto e Presidente

Prudente, além de mais um Posto na capital, no bairro da Lapa (POUPATEMPO,

2007).

6.2. Estudo e Sugestão para Melhoria Na capital e Grande São Paulo existem seis postos do Poupatempo: na Praça

da Sé e na Praça Alfredo Issa (nesta última, somente serviços do IIRGD - emissão

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carteira de identidade e atestado de antecedentes criminais), ambas na região

Central; em Itaquera, zona leste; em Santo Amaro, zona sul e em São Bernardo do

Campo e em Guarulhos, ambos na Grande São Paulo. Todos em pontos

estratégicos da cidade. Existem cinco postos no interior, estando dois localizados na

cidade de Campinas, um em São José dos Campos, um em Ribeirão Preto e um em

Bauru. Há também três postos móveis e um Centro Emissor operando no prédio do

IIRGD, para a demanda dos Poupatempos móveis da capital e Grande São Paulo.

Os Poupatempos móveis são caminhões ou ônibus que ficam

temporariamente em um bairro, geralmente uma semana, onde as pessoas podem

dar entrada em suas carteiras de identidade e as retiram posteriormente, num local e

data apontados pelos funcionários desse caminhão.

Costumam ter em média quatro funcionários trabalhando em turnos médios

de 8 horas por dia. Nesse intervalo de tempo, os requerentes dão entrada na

carteira de identidade, como se fosse em um posto fixo do Poupatempo, levando

toda a documentação exigida. Esses documentos são enviados ao Centro Emissor

situado no prédio do IIRGD para emissão dessas carteiras e, depois de emitidas,

são encaminhadas ao local de retirada (indicado pelo Poupatempo móvel). O prazo

estimado para a retirada é de 8 dias quando se trata de pontos na capital e grande

São Paulo e de 25 dias quando se trata de pontos situados no interior de São Paulo.

A constituição de uma unidade móvel é uma boa forma de se aproximar das

comunidades e alcançar todos os bairros, mas o custo elevado de manutenção do

equipamento e da equipe ainda não permitiu sua efetivação em todas as regiões

(PAULICS, 2003, p. 16).

Com as unidades de Poupatempo já existentes, mais as unidades que estão

previstas para inauguração até o final de 2007 em Presidente Prudente e Santos,

algumas cidades ainda estarão sem o atendimento desses serviços. O que se

sugere é que sejam instaladas novas unidades de Poupatempo em algumas cidades

do interior.

O IGC - Instituto Geográfico de Cartografia (2007) divide o estado de São

Paulo em quatorze regiões administrativas - RA e três regiões metropolitanas - RM.

Dessas regiões, foram localizadas as cidades mais populosas, de acordo com dados

do IBGE (2006), publicados no Diário Oficial da União (D.O.U.) em 1° de julho de

2006, em cumprimento ao disposto no art. 102 da Lei n. 8.443, de 16 de julho de

1992:

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• RM São Paulo - São Paulo (11.016.703 habitantes) - Já possui

Poupatempos, implantados e previstos.

• RM Baixada Santista - Santos (418.375 habitantes) - Prevista implantação

de Poupatempo.

• RM Campinas - Campinas (1.059.420 habitantes) - Já possui

Poupatempos.

• RA 01 - Registro (57.299 habitantes) - Já possui Poupatempo Móvel.

• RA 03 - São José dos Campos (610.965 habitantes) - Já possui

Poupatempo.

• RA 04 - Sorocaba (578.068 habitantes) - Já possui Poupatempo Móvel.

• RA 04 - Itapeva (89.743 habitantes) - Não possui Poupatempo.

• RA 05 - Piracicaba (366.442 habitantes) - Não possui Poupatempo.

• RA 06 - Ribeirão Preto (559.650 habitantes) - Já possui Poupatempo.

• RA 07 - Bauru (356.680 habitantes) - Já possui Poupatempo.

• RA 08 - São José do Rio Preto (415.508 habitantes) - Prevista

implantação de Poupatempo.

• RA 08 - Catanduva (116.984 habitantes) - Não possui Poupatempo.

• RA 09 - Araçatuba (181.598 habitantes) - Já possui Poupatempo Móvel.

• RA 10 - Presidente Prudente (206.704 habitantes) - Prevista implantação

de Poupatempo.

• RA 11 - Marília (224.093 habitantes) - Já possui Poupatempo Móvel.

• RA 12 - São Carlos (218.702 habitantes) - Não possui Poupatempo.

• RA 13 - Barretos (110.195 habitantes) - Não possui Poupatempo.

• RA 14 - Franca (328.121 habitantes) - Não possui Poupatempo.

Baseando-se na população e na distância entre as cidades em que já existe

um posto do Poupatempo, conclui-se crucial a implantação de Poupatempos nas

cidades de:

• Itapeva

• Piracicaba

• Catanduva

• São Carlos

• Barretos

• Franca

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A figura 11 mostra a simulação da disposição das cidades do Estado de São

Paulo que possuem e das que possuirão postos do Poupatempo. Os círculos verdes

ilustram as cidades com unidades fixas do Poupatempo já implantadas. Os círculos

azuis ilustram cidades com unidades móveis do Poupatempo já implantadas. Os

círculos marrons ilustram cidades cuja implantação de unidade do Poupatempo já

está planejada. Finalmente, os círculos vermelhos apontam os municípios cuja

implantação de unidade do Poupatempo é sugerida no presente estudo de caso.

Figura 11: Divisão do estado de São Paulo em regiões administrativas e metropolitanas e simulação das cidades do estado de São Paulo que possuem e das que possuirão postos do Poupatempo Fonte: Instituto Geográfico e Cartográfico (1998)

Faz-se saber que as extremidades de algumas regiões administrativas do

mapa da figura 11 apresentam cidades com baixo índice demográfico (menos de

50.000 habitantes), não justificando a implantação de unidades do Poupatempo

nestas regiões.

A implantação de novas unidades do Poupatempo envolve uma infinidade de

custos, cujo acompanhamento fica a cargo das gerências das unidades. É realizado

um rateio dos gastos com água, luz, telefonia, manutenção, copa e limpeza,

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considerando a metragem ocupada pelos postos prestadores de serviço. Os órgãos

federais, as autarquias e as empresas privadas repassam esse valor para o Tesouro

do Estado. Os custos não incluem ainda a remuneração do funcionalismo

(PAULICS, 2003, p. 13).

Na avaliação de Paulics (2003, p. 13-14), em média, cada serviço prestado

nos Poupatempos custa R$ 3,00 para os cofres públicos. Considerando-se que são

realizados cerca de 55 mil atendimentos diários e que as unidades ficam abertas

300 dias no ano, isto implica em cerca de 16,5 milhões de atendimentos ao ano. O

gasto orçamentário com custeio, operação e investimentos para as unidades do

Poupatempo está previsto em, aproximadamente, R$ 47,5 milhões.

Segundo relatórios de custos do Poupatempo (vide figura 12), a média

mensal de atendimentos nos Poupatempos fixos em 2005 foi de 1.901.969. A média

mensal de custos nos Poupatempos fixos em 2005 foi de R$ 4.742.779. Chega-se,

assim, a uma média de R$ 2,49 por atendimento. Para 2006, os dados foram,

respectivamente, 1.729.479 atendimentos e R$ 5.729.645 de custo. Chega-se a uma

média de R$ 3,31 por atendimento remetendo ao ano de 2006. A média de custo por

atendimento considerando os últimos dois anos foi de R$ 2,90 - confirmando os

cálculos feitos por Paulics em 2003 (AGUNE, 2007-b).

Custo por Atendimento - Gestão Própria Consolidado 2005 Vs 2006

1,001,502,002,503,003,504,004,505,00

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov

Cus

to -

R$

Ano 2005Ano 2006

Figura 12: Custo por atendimento nos postos fixos em 2005 e 2006 Fonte: AGUNE (2007-b)

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64

Quanto aos Poupatempos Móveis, houve uma média mensal de atendimentos

de 45.515 em 2006, e um custo médio mensal de R$ 731.363 (vide figura 13). Os

custos médios por atendimento foram de R$ 16,07 considerando o último ano

(AGUNE, 2007-b).

Custo por Atendimento Consolidado 2006

1,00

6,00

11,00

16,00

21,00

26,00

31,00

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov

Cus

to -

R$

Ano 2006

Figura 13: Custo por atendimento nos postos móveis em 2006 Fonte: AGUNE (2007-b)

É certo que a implantação de uma unidade fixa do Poupatempo acarreta

gastos de grande magnitude para os cofres públicos estaduais. Os custos na

implantação de uma unidade móvel não são tão altos, porém o custo de cada

atendimento chega quase ao quíntuplo do custo de uma unidade fixa. A figura 14

ilustra os serviços de maior demanda nos postos fixos do Poupatempo no ano

passado (2006).

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SERVIÇOS MAIS UTILIZADOS NOS POSTOS FIXOS POUPATEMPO - ANO 2006Órgão Serviços Total Porcentagem IIRGD Emissão de 1ª Via de RG 632.762 4% IIRGD Emissão de 2ª Via de RG 1.267.441 9% IIRGD Emissão de Atestado de Antecedentes 1.027.445 7%

Total (IIRGD) 2.927.648 21% DETRAN Licenciamento de Veículos 1.109.325 8% DETRAN CNH (Renovação, 2ª Via e Substituição) 871.346 6%

Total (DETRAN) 1.980.671 14% SERT Emissão de Carteira de Trabalho 580.783 4% SERT Solicitação de Seguro Desemprego 490.166 3% SERT Intermediação de Mão de Obra 521.666 4%

Total (SERT) 1.592.615 11% Total dos serviços de maior demanda 6.500.934 46%

Total dos demais serviços (menor demanda) 7.560.707 54% Total geral dos serviços 14.061.641 100%

Figura 14: Serviços mais utilizados nos postos fixos do Poupatempo em 2006 Fonte: Adaptado de Poupatempo (2006)

Percebe-se que os serviços mais utilizados nos postos fixos do Poupatempo

em 2006 também aparecem na figura 8 (serviços mais utilizados em todos os

Poupatempos de 1997 a 2006), inserida no capítulo 5. Ambos os quadros ressaltam

que três órgãos são responsáveis pela maior parte da demanda dos Poupatempos

desde a sua implantação - IIRGD, SERT e DETRAN. Observação: Pode ser

considerada também entre os órgãos de maior demanda a Nossa Caixa, que não

divulga seus dados de serviços prestados em razão de ser uma instituição

financeira.

6.3. Visitas aos Postos do Poupatempo Foram feitas visitas nos dias 23/02, 05/03, 14/03 e 22/03 aos postos dos

Poupatempos Sé, Santo Amaro, Itaquera e São Bernardo, respectivamente. Todas

as visitas foram feitas no período da tarde, entre 17h e 18h. Nota-se ociosidade dos

funcionários por falta de demanda em alguns órgãos, a exemplo da Fazenda,

Tribunal de Justiça, CDHU e inclusive o SERT, órgão que responde pela segunda

maior demanda de todos os poupatempos, situação bastante diferente nos órgãos

como IIRGD e DETRAN. Mesmo dispondo de alguns funcionários para prestarem

serviços em outros órgãos em horários críticos - os chamados funcionários

"multitarefeiros" - conforme explanado no item 5.5.1, esses órgãos de menores

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demandas devem ter funcionários atendendo até o fim do expediente, pois a

estrutura não pode ser prejudicada. Em conversa com Luis Agune, gerente geral de

atendimento dos postos do Poupatempo, durante uma das visitas, o mesmo afirmou

que tal situação não é diferente nos demais postos.

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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS Através desse estudo pôde-se avaliar que um planejamento logístico melhora

a eficiência no que se refere à emissão de carteira de identidade. Conforme já

mencionado no decorrer desse trabalho, a carteira de identidade, popularmente

conhecida domo RG é um documento de extrema necessidade. Ele utiliza-se dos

dados e da impressão digital das pessoas. Esse trabalho esclareceu a importância

do estudo das impressões digitais, que mostra que ninguém, nem mesmo gêmeos

univitelinos, possui impressões digitais iguais nesse mundo.

A carteira de identidade serve como base para a identificação civil e é exigido

para a obtenção do resto da documentação que uma pessoa deve portar, além de

outras finalidades também já mencionadas, portanto a demora de 60 a 90 dias para

sua emissão era uma situação inaceitável. Sem a carteira de identidade uma pessoa

não pode ao menos ter uma licença para dirigir.

A logística deve estar presente em todos os tipos de serviço, tanto públicos

quanto privados, pois cada vez mais é provada sua eficiência e eficácia no que diz

respeito à redução de tempo, redução de custos, redução de espaço físico, o que

contribui para o aumento de produtividade e, consequentemente, da lucratividade.

Nesse caso, no serviço da emissão de carteira de identidade, o "lucro" quem tem é a

população através de um serviço público de qualidade.

A redução de tempo na entrega da carteira de identidade é o retrato de um

planejamento logístico eficiente e trouxe benefícios para a população paulista. O

emprego de tecnologia, tanto de equipamentos quanto da informação, funcionário

trabalhando motivado e com melhor remuneração, e a descentralização, entre

outros, são fatores que contribuem para essa eficiência, a qualidade de um serviço

público fundamental, que é a emissão de carteiras de identidade.

Considerando custos de um posto móvel aproximado em R$ 16,00 por

atendimento e de um posto fixo aproximado em R$ 3,00 por atendimento, percebe-

se que o benefício de um posto móvel é apenas social, pois é muito caro para os

cofres públicos.

Analisando-se a relação custo/benefício, a proposta do estudo de caso é

implantar Mini-Poupatempos nas cidades de Santos, São José do Rio Preto e

Presidente Prudente (onde as implantações de novos postos do Poupatempo já são

previstas) e Piracicaba, São Carlos, Barretos, Franca e Catanduva (onde o estudo

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de caso sugere a implantação dos Poupatempos). Com relação à cidade de Itapeva,

é proposto que se implante um Poupatempo móvel, uma vez que a região apresenta

baixo índice populacional. Sugere-se apenas no interior porque a capital de São

Paulo e a região da Grande São Paulo têm diversas unidades já implantadas, além

de mais duas novas unidades previstas para o fim de 2007 (Osasco e São Paulo -

Lapa).

Os Mini-Poupatempos funcionariam apenas com os quatro órgãos de maior

demanda, IIRGD, SERT, Nossa Caixa e DETRAN para evitar a ociosidade de

funcionários nos demais órgãos e diminuir o custo com a manutenção de um maior

espaço físico para alocá-los. Com isso, essas cidades seriam beneficiadas com

qualidade de atendimento e prazo seguindo os padrões do Poupatempo, ou seja, em

vez de esperarem os prazos anteriores à implantação dos Poupatempos (de até 60

dias, caso não ocorresse nenhum dos problemas já citados no capítulo 4) ou de

Centros Emissores, onde os pedidos das carteiras são feitos em um local e a

emissão em outro, sendo a demora por volta de 30 dias, esperarão em média 48

horas para retirarem suas carteiras de identidade, pois todo o serviço é realizado em

um único local.

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REFERÊNCIAS

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DOE - Diário Oficial do Estado de São Paulo. Resolução SGGE-11, de 16/07/1997.

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ANEXO I

ADVERTÊNCIA Informamos que os textos das normas deste sítio são digitados ou digitalizados, não sendo, portanto, "textos oficiais". São

reproduções digitais de textos originais, publicados sem atualização ou consolidação, úteis apenas para pesquisa.

Senado Federal

Subsecretaria de Informações

LEI Nº. 7.116, de 29 de agosto de 1983.

Assegura validade nacional às Carteiras de Identidade regula sua expedição e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º - A Carteira de Identidade emitida por órgãos de Identificação dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios tem fé pública e validade em todo o território nacional.

Art. 2º - Para a expedição da Carteira de Identidade de que trata esta Lei não será exigida do interessado a apresentação de qualquer outro documento, além da certidão de nascimento ou de casamento.

§ 1º - A requerente do sexo feminino apresentará obrigatoriamente a certidão de casamento, caso seu nome de solteira tenha sido alterado em conseqüência do matrimônio.

§ 2º - O brasileiro naturalizado apresentará o Certificado de Naturalização.

Art. 3º - A Carteira de Identidade conterá os seguintes elementos:

a) Armas da República e inscrição "República Federativa do Brasil";

b) nome da Unidade da Federação;

c) identificação do órgão expedidor;

d) registro geral no órgão emitente, local e data da expedição;

e) nome, filiação, local e data de nascimento do identificado, bem como, de forma resumida, a comarca, cartório, livro, folha e número do registro de nascimento;

f) fotografia, no formato 3 x 4 cm, assinatura e impressão digital do polegar direito do identificado;

g) assinatura do dirigente do órgão expedidor.

Art. 4º - Desde que o interessado o solicite, a Carteira de Identidade conterá, além dos elementos referidos no art. 3º desta Lei, os números de inscrição do titular no Programa de Integração Social - PIS ou no Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público - PASEP e no Cadastro de Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda.

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§ 1º - O Poder Executivo Federal poderá aprovar a inclusão de outros dados opcionais na Carteira de Identidade.

§ 2º - A inclusão na Carteira de Identidade dos dados referidos neste artigo poderá ser parcial e dependerá exclusivamente da apresentação dos respectivos documentos comprobatórios.

Art. 5º - A Carteira de Identidade do português beneficiado pelo Estatuto da Igualdade será expedida consoante o disposto nesta Lei, devendo dela constar referência a sua nacionalidade e à Convenção promulgada pelo Decreto nº. 70.391, de 12 de abril de 1972.

Art. 6º - A Carteira de Identidade fará prova de todos os dados nela incluídos, dispensando a apresentação dos documentos que lhe deram origem ou que nela tenham sido mencionados.

Art. 7º - A expedição de segunda via da Carteira de Identidade será efetuada mediante simples solicitação do interessado, vedada qualquer outra exigência, além daquela prevista no art. 2º desta Lei.

Art. 8º - A Carteira de Identidade de que trata esta Lei será expedida com base no processo de identificação datiloscópica.

Art. 9º - A apresentação dos documentos a que se refere o art. 2º desta Lei poderá ser feita por cópia regularmente autenticada.

Art. 10 - O Poder Executivo Federal aprovará o modelo da Carteira de Identidade e expedirá as normas complementares que se fizerem necessárias ao cumprimento desta Lei.

Art. 11 - As Carteiras de Identidade emitidas anteriormente à vigência desta Lei continuarão válidas em todo o território nacional.

Art. 12 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 13 - Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, em 29 de agosto de 1983; 162º da Independência e 95º da República.

JOÃO FIGUEIREDO

Ibrahim Abi-Ackel

Hélio Beltrão

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ANEXO II

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ANEXO III

PERGUNTAS PARA A ENTREVISTA

SECIC/SECUI

• Qual a composição de uma carteira de identidade, tanto digitalizada como

não digitalizada?

• O fato de ser implantado um novo modelo de RG obriga pessoas a trocarem

os modelos antigos?

• Quais os órgãos envolvidos na identificação?

• Qual a posição hierárquica do IIRGD em relação à SSP?

• O que é um Posto de Identificação?

• O RG era emitido no próprio Posto de Identificação ou em outro local?

• Além da certidão de nascimento ou casamento, o que uma pessoa deve

portar para dar entrada num RG?

• Quais os procedimentos adotados pelo funcionário do Posto de Identificação

após a entrega desses documentos pelo requerente?

• Como é o preenchimento de uma Ficha de Identificação Civil?

• Os procedimentos são os mesmos para adultos e crianças?

• Caso se trate de 2ª via, o modelo de preenchimento é o mesmo?

• Quando a pessoa muda o estado civil, há alguma exigência diferente das

feitas na 1ª via?

• Todos os RG's são cadastrados no Sistema do IIRGD?

• Foi citado por todos os entrevistados que o prazo para entrega da carteira de

identidade variava entre 40 e 90 dias, caso não ocorresse nenhum

impedimento. Que tipos de impedimentos são esses?

• Que tipo de transtorno pode ser causado a uma pessoa que não possui RG?

• Qual a contribuição a demora na emissão dá a esse transtorno?

FICHAMENTO GERAL

• Como era a armazenagem no IIRGD antes da implantação do novo arquivo?

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• Qualquer pessoa possui acesso livre ao arquivo no IIRGD?

• Como é possível uma pessoa ter um RG no lugar de outra?

• O que é o Sistema Alpha? Qual a diferença entre ele e o sistema da

PRODESP?

• Há algum documento que defina o Sistema Alpha?

SECUI

• O que é o RG Escolar? Qual a sua finalidade?

• Como e quando o RG Escolar foi colocado em uso?

• O número de RG Escolar é definitivo?

• Quais foram os resultados, do RG Escolar entre benefícios e malefícios?

• O RG Escolar ainda é utilizado?

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ANEXO IV

ENTREVISTA COM O SR. CARLOS ANTONIO GUIMARÃES DE SEQUEIRA,

DIRETOR DO IIRGD, ÓRGÃO RESPONSÁVEL PELA EMISSÃO DA CARTEIRA DE

IDENTIDADE EM SÃO PAULO, FEITA PELO SR. LUIS AGUNE, GERENTE DE

ATENDIMENTO GERAL DO POUPATEMPO (no ano 2000).

1) Quais as principais diretrizes formuladas de 1995 à 2.000, que contribuíram para a melhoria da qualidade nos serviços de emissão da carteira de identidade? Até assumir o cargo de diretoria do IIRGD, em janeiro de 1998, logo após a

implantação do Poupatempo, juntamente com você falava com a Maria Aparecida

Faim que chefiava o posto um e que foi responsável pela implantação estratégica do

Poupatempo. Em relação ao Poupatempo, nós começamos com algumas medidas

em todos os aspectos dando maior segurança a carteira de identidade e a segunda,

desburocratizando a emissão de modo a facilitar para o cidadão e aí agilizar o

serviço. Para a carteira de identidade, a primeira medida tomada a partir de 98, foi o

rigor na conferência das 2as. vias das carteiras de modo que a 2ª via representasse

sempre exatamente a 1ª. Se a primeira fosse falsa, a 2ª seria também, não resta a

menor dúvida, então é obvio que devemos tomar cuidado na 1ªvia, mas 99,9% das

carteiras são verdadeiras e até mais do que isso, então o que temos que fazer é

verificar se a 2ª corresponde à 1ª, até para evitar a carteira do João não servir para o

José, não na má fé, mas as pessoas podem confundir o nº. da carteira. A

conferência com o prontuário pode ser feita fisicamente direto no Instituto, pode ser

feita a distância no Poupatempo, por meio de escaneamento dos prontuários. Essa

medida evidentemente buscou segurança, talvez teve o aspecto de prender um

pouco o processo, que estava muito solto antes, você pode verificar que vai ter um

atraso maior, ela foi acoplada a outra de modo que o mesmo objetivo fez de uma

maneira rápida, foi a conferência da 1a via. A grande maioria das pessoas que vão

tirar a 2ª via tem a 1ª via. Está estragada às vezes, mudou um dado, um nome, a

mulher casou, mas se tem a 1ª via, tem que valorizá-la, pois lá tem a impressão

digital do cidadão e se fizer a conferência com a 2ª via, a segurança dá garantia ao

processo. Então hoje não só no Poupatempo, mas também em qualquer posto do

estado de São Paulo, onde há um papiloscopista ou auxiliar de papiloscopista ou

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qualquer pessoa que consiga ler a impressão digital (poderia ser outro policial); a

portaria fala em papi ou auxiliar de papi, mas tanto um quanto outro podem fazer a

verificação da digital, e o cidadão que está requerendo é o mesmo que fez a 1ª via,

ele vai liberar a carteira de modo extremamente ágil. É só o tempo de confeccionar

essa carteira. Outra medida também mais recente que visou agilizar o processo e

particularmente desburocratizou para o cidadão, foi o fim da exigência do cidadão

quando ele vai tirar a 2ª via traga de novo tudo que trouxe para tirar a 1ª via. Isso foi

uma sugestão do Poupatempo, acho que foi até sua Agune. Houve certa resistência

do Instituto no começo. Alguns papis achavam que isso iria tirar a segurança do

processo. Foi ultra-analisado e percebemos que não tem perigo algum porque o que

a portaria diz: se a pessoa não mudou nada, é o mesmo nome, os dados de

qualificação são os mesmos, para que trazer toda a documentação que vai dizer

exatamente isso? Quanto à 1ª via, ele confirma que não mudou nada, vai tirar a 2ª

via sem apresentar qualquer documento, só o cadastro anterior que ele já tem,

porque é meio maluco: não mudei nada e tive que trazer a certidão que,

teoricamente estava guardada no Instituto. Só tem uma restrição quanto a isso, uma

restrição lógica: se a pessoa tem alteração desse dado, a mulher casa e descasa e

troca de nome. A mulher não gosta muito disso. Futuramente o novo código civil vai

permitir isso, mas por enquanto estamos aguardando. Isso é uma medida que

realmente agilizou o processo. Ainda de carteira de identidade, a chegada do

Poupatempo foi um momento decisivo e foi muito sensível. No 1º Poupatempo, no

final de 97, existia uma demanda cada vez maior e tinha uma coisa curiosa porque

por um lado o serviço era melhor e de repente começou a cair a qualidade, as filas

aumentando o que tirava até um pouco o aspecto do Poupatempo. Logo em seguida

foram inaugurados mais 02 postos, o de Alfredo Issa e o de Santo Amaro, que

começaram a distribuir essa demanda. O 1º impacto que o Poupatempo trás e

imediato é a queda no prazo de entrega da carteira. A carteira demorava de 60 a 90

dias, sem contar alguns casos que, por falha do processo, ficava embaixo das

demais e chegava a demorar até 01 ano. Hoje o prazo é no dia e no máximo 5 dias,

para alguns casos. O sistema permite que a carteira seja entregue no mesmo dia, no

Poupatempo, mas teve impacto no restante. O Poupatempo aqui na capital

responde por 85% das carteiras emitidas, trazendo uma queda na demanda dos

demais postos. A queda da demanda resultou em agilidade no atendimento dos

demais postos. O Poupatempo não deu um reflexo só nele, mas sim na rede inteira.

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Temos hoje 03 na capital e 02 no interior e o Poupatempo representa 50% de todo

movimento, sem contar Itaquera que por ser recente, ainda não tenho estatísticas.

Outra medida mais recente, uma portaria proposta do IIRGD para delegacias em

geral: quem teve o bloqueio da carteira de identidade furtada, perdida ou roubada,

só poderá emitir a 2a via se for o próprio cidadão para conferir a impressão digital e

evitar que a pessoa que foi roubada, não seja incriminada por má fé, quando o

ladrão usou a sua identidade roubada.

2) Quais as dificuldades encontradas para a descentralização desses serviços? Não tanto a descentralização, mas eu diria mais participação da mão-de-obra

externa à policia provocou a resistência cultural de alguns funcionários a isso. O

serviço de identificação envolve um atendimento inicial que é a verificação do

documento, envolve depois uma pesquisa no banco de dados, o cadastramento, a

impressão digital e, por derradeiro, a conferência da impressão digital. Se você

analisar talvez a única dessas atividades que seja, em tese, privativa da policia é o

de conferência da impressão digital. Eu falo em tese porque amanhã ou depois, é

possível que uma pessoa seja treinada para isso, mas hoje só tem policial e por isso

não podemos abrir mão. À medida que formos abrindo o atendimento inicial que é a

conferência de documentos, houve uma resistência muito forte do policial como se

ele tivesse o monopólio do conhecimento, quando na verdade é uma mera instrução,

pois não é uma gama de documentos grande, a lei diz que são de 2 a 4 documentos

na verdade, basta verificar o padrão de qualidade aceitável. O que é um padrão de

qualidade aceitável? Se não der para ler, se não parece que foi montado, se alguém

enxertou algum dado; isso é visível a olho nu e a mesma visão que tem um policial,

um leigo tem desde que tenha sido orientado e tenha contato com o documento. O

policial tem certa dificuldade em aceitar isso como está tendo agora, num segundo

momento, quando nós liberamos também a tomada da impressão digital que é um

processo extremamente simples: é jogar tinta no dedo e passar o dedo no papel.

Alguns policiais achavam que era uma atividade exclusiva da polícia e nós

demonstramos que não era e podia ser feito por leigos, sem nenhum problema e até

com ganhos de qualidade, seguramente. Temos ainda 02 pontos que não foram

descentralizados: um é o acesso ao cadastro e o outro a conferência da impressão

digital. A conferência, ainda acho, nesse momento, por falta de outro tipo de mão-

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de-obra treinada, dever ser uma atividade policial, mas talvez seja o momento de

abrir o acesso ao cadastro para o não policial. O argumento que os policiais usam,

como se fossem os donos da honestidade, e isso é algo duvidoso, é que só eles

podem acessar o cadastro criminal de alguém e só eles podem alterar o cadastro

civil de alguém. Vamos pensar um pouco; o acesso ao cadastro é informação

sigilosa por força da Constituição, e o que pode acontecer é um funcionário

terceirizado ou um estagiário, divulgar a informação. Isso também pode acontecer

com um policial. Não vejo algum inconveniente que futuramente se possa abrir

também o acesso ao cadastro, à pesquisa do cadastro, por pessoas que não sejam

policiais. Se houver infração, a medida administrativa e criminal seria tomada contra

um ou outro, e até hoje, toda a divulgação de cadastro que tenho conhecimento foi

feita por um policial. Então é difícil argumentar que dá mais segurança ao sistema

tendo somente policiais acessando ao cadastro. Eu acho que temos que vencer

essa resistência que é resultado de uma cultura de anos, e é uma questão de lógica

que mais pessoas sejam habilitadas para acessar ao sistema de modo que

possamos até a um custo mais baixo, fazer o serviço de emissão de carteira e

vamos colocar em paralelo e aí você libera um policial para que ele faça um trabalho

tipicamente policial, que é o que a população quer.

3) Dá para melhorar ainda mais a prestação desses serviços? O que é preciso fazer? Sempre todo serviço dá para melhorar. Às vezes não sabemos o que é preciso fazer

para melhorar, mas nós do Instituto temos algumas medidas em andamento que vão

ser implementadas. Uma delas é a partir do ano que vem com certeza, e as demais

já estão no orçamento. É uma questão só de caixa do governo e a decisão de fazer

ou não. A primeira medida que está aprovada e já está em licitação. Vamos dizer

que é uma medida até mais cosmética, mas tem um aspecto que torna mais

amigável com o público, nós vamos deixar de "tintar" o dedo do cidadão e vamos

escanear a impressão digital. Vou ser bem franco, no aspecto policial isso não tem

ganhado qualidade; só muda o sistema de tomada, mas para o cidadão é melhor e

para o próprio ambiente é melhor, porque a tinta gera sujeira e pode ter aquele

cidadão não cuidadoso que vai sujar a parede, vai ter mais gasto de limpar a parede,

envolve pia, papel e tudo cria um ambiente mais degradável. Essa medida já está

em licitação, que é a tomada eletrônica de impressão digital que tira aquele impacto

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que na gíria policial chama de “tocar piano”, pois a impressão vai ser colhida

eletronicamente. Num primeiro momento vai ter um impacto bom porque as pessoas

vão achar aquilo bonito e interessante e vai servir por outro lado porque vamos

guardar as impressões digitais eletronicamente, ou seja, não é só o lado cosmético

que é o mais visível, mas vamos ter as impressões armazenadas no sistema. Além

dessas medidas têm 02 outras que estão propostas no orçamento, com apoio total

da Secretaria de Segurança, aguardando disponibilidade, pois são caras. Todas

essas medidas dão um pulo tecnológico muito grande. Uma delas é a digitalização

de todo o acervo de prontuários do IIRGD. Isso traz uma vantagem clara, pois hoje

se faz a conferência do prontuário buscando fisicamente ou escaneando como no

caso dos Postos Poupatempo. Se você tiver a impressão digital na tela, nada

impede que na própria mesa de atendimento seja liberada, e também facilita criar

Poupatempo no estado inteiro; na verdade qualquer posto policial poderá utilizar

porque a impressão vai estar ali, vai ter um papi ou alguém que entenda de

impressão digital e futuramente nem será necessário, pois a comparação será feita

eletronicamente. Vamos digitalizar todas as 1ªvias de cada cidadão. Na área que diz

respeito a policia civil, nós vamos digitalizar num primeiro momento o criminal que é

perigoso, para comparação automática das impressões digitais, ou seja, vamos dar

um passo tecnológico muito grande e vamos chegar ao nível das outras polícias do

mundo, mais avançadas. Quem tem interesse em inventar um nome falso é quem

tem uma ação criminal e você ganhando tempo na comparação digital vai agilizar

para todo mundo. Isso são medidas que já estão em andamento. Além disso, vamos

começar e o gabinete do Secretário já está estudando junto com a Superintendência

do Poupatempo, ampliar o uso da Internet. Uma das idéias, por exemplo, é a pessoa

requisitar o Atestado de Antecedentes via Internet e aí ele vai somente retirar no

Poupatempo mais próximo ou numa central de atendimento. Nada impede que a

própria carteira seja assim também, agilizando o atendimento e reduzindo filas.

Essas são idéias que estão em andamento, mas devem ter muitas outras que não

tenhamos pensado. A idéia do Atestado via Internet, foi de um cidadão que, apesar

de simples, foi brilhante. Outras coisas poderão surgir. É só alguém ter idéia melhor

e o que não pode no serviço público e até na empresa privada, é parar. Temos que

romper barreiras, não se conformar. O conformismo é o pior problema que o serviço

público pode enfrentar. Você tem que achar que o que está fazendo está bom, mas

ter certeza de que pode ficar melhor ainda. Temos que tentar descobrir como.

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ANEXO V

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