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A EMPRESA ESTATAL E O CONTROLE EXTERNO VIA PLANEJAMENTO ORCAMENTÁRIO: O CASO DA COMPANHIA SIDERúRGICA NACIONAL. SALLES MUNIZ TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO INSTITUTO DE P6S-GRADUACIO E PESQUISA EM ADMINISTRACIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENCIO DO GRAU DE MESTRE EM CIÊNCIAS (M. Sc.) APROVADA PROF. ORLANDO NUNES COSSENZA PRESIDENTE , ---_. __ ._-_'-:::.. -._-------_._._------- . __ ._._--- . PROF. JOSIR SIMEONE GOMES COPP EAD/UFR ,J PROF. BETI-ILEM RIO DE JANEIRO • RJ - BRASIL FEVEREIRO DE 1993

A EMPRESA ESTATAL E O CONTROLE EXTERNO VIA … · amizade exercitados ao longo de todo o curso. incentivo e Ao Racine, pela colabora~io inestim'vel na elabo~a; io deste ... O CASO

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A EMPRESA ESTATAL E O CONTROLE EXTERNO VIA PLANEJAMENTO

ORCAMENTÁRIO: O CASO DA COMPANHIA SIDERúRGICA NACIONAL.

S~RGIO SALLES MUNIZ

TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO INSTITUTO DE P6S-GRADUACIO E

PESQUISA EM ADMINISTRACIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE

JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENCIO DO

GRAU DE MESTRE EM CIÊNCIAS (M. Sc.)

APROVADA POR~

PROF. ORLANDO NUNES COSSENZA

PRESIDENTE

, ---_. __ ._-_'-:::.. -._-------_._._------- . __ ._._---~ .

PROF. JOSIR SIMEONE GOMES

COPP EAD/UFR ,J

PROF. BETI-ILEM

RIO DE JANEIRO • RJ - BRASIL

FEVEREIRO DE 1993

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UFRJ - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

CENTRO DE CIiNCIAS JURiDICAS E ECONôMICAS

COPPEAD

A EMPRESA ESTATAL E O CONTROLE EXTERNO VIA PLANEJAMENTO

ORCAMENTÁRIO : O CASO DA COMPANHIA SIDERúRGICA NACIONAL.

SiRGIO SALLES MUNIZ

GRAU DE MESTRE EM CIINCIAS ( M. Se.)

ORIENTADOR: PROF. ORLANDO NUNES COSSENZA

RIO DE JANEIRO , RJ - BRASIL

FEVEREIRO DE 1993

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: MUNIZ, S~rgio Salles

" · A Empresa Estatal e o Controle

: Externo via Planejamento Orçament~ria :

: " ·

-:

: O Caso da Companhia Sider~r9ica Nacio- " :

: na1. Rio de Janeiro:COPPEAD, 1993.

: ix, 156p. 29,7 em • :

Tese - Universidade Federal do

:Rio de Janeiro- - Mestrado em Administra-~

:ção - COPPEAD. :

i. Planejamento Orçament~rio.

:2. Empresa Estatal.

: :

· · :

I. UFRJ/COPPEAD

11. Titulo (siriel.

:

:

· ·

i i

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iv

À Irany minha qUE

dividiu comigo todas as alegrias,

tristezas e ~reocupa~ies ocorridas~

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v

AGRADECIMENTOS

~ Companhia Sider~rgica Nacional, por tornar

possivel a execu~io deste trabalho.

Ao Professor Orlando Cossenza, pela

orienta~io, empenho e

objetivo.

interesse dedicados ~ consecu~io deste

Aos PFo"essores Josir Simeone Gomes

Agricola de Souza Bethlem pelas sugesties fornecidas.

Ao Alexandre Henriques Leal Filho, POI~

fornecer a oportunidade para a concretiza~io de um sonho do autor~

fazer o mestrado !

~ Lurdes Marlene, pelo apOio,

amizade exercitados ao longo de todo o curso.

incentivo e

Ao Racine, pela colabora~io inestim'vel na

elabo~a;io deste trabalho.

Ao Ademir , Edith e Guerra pela ajUda

prestada.

Finalmente. a todos os colegas da Funda~io

Edmundo de Macedo Soares e Silva (FUGEMSSI pelo apoio recebido.

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RESUMO DA TESE APRESENTADA

REGUISITOS NECESS'RIOS PARA

CIINCIAS (M. Se.)

A COPPEAD/UFRJ COMO

A OBTENÇAO DO GRAU DE

PARTE

MESTRE

vi

DOS

EM

A EMPRESA ESTATAL E O CONTROLE EXTERNO VIA PLANEJAMENTO

ORÇAMENTÁRIO: O CASO DA COMPANHIA SIDERúRGICA NACIONAL.

SÉRGIO SALLES MUNIZ

FEVEREIRO DE 1993

ORIENTADOR: PROF. ORLANDO NUNES COSSENZA

PROGRAMA: ADMINISTRAÇAO

o objetivo principal deste estudo ~ analisar como

é feito o gerenciamento externo de uma empresa estatal, via

planejamento or;ament~rio.

Subsidiariamente, tenta-se estabelecer uma

compara;io entre o sistema or;ament'rio utilizado na Companhia

Sider0rgica Nacional (CSN) e os sistemas comentados na literatura

pertinente. Objet ivando fornecer a fundamenta;io técnica para

a compara;io citada, busca-se relatar os mecanismos de controle

empregados. Foi utilizada a metodologia de estudo de caso

conforme mencionado no Capitulo IV.

A descri;io do sistema or;ament'rio da CSN foi

baseada em slJcessivas entrevistas com executivos da e~presa, alim

de an'lise da documenta;io envolvida.

Ao final do trabalho,com base nas conclusSes

e~etuadaST sio ~eitas recomEnda~ies ao Governo e ~ CSN visando o

aprimoramento do sistema~

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v i i

ABSTRACT OF THESIS PRESENTEO TO COPPEAO/UFRJ AS A PARTIAL

FULFILLMENT FOR THE DEGREE OF MASTER OF SCIENCES (M. Sc.)

A EMPRESA ESTATAL E O CONTROLE EXTERNO VIA PLANEJAMENTO

ORCAMENTÁRIO: O CASO DA COMPANHIA SIDERúRGICA NACIONAL.

SÉRGIO SALLES MUNIZ

FEVEREIRO DE 1993

CHAIRMAN~ PROF. ORLANDO NUNES COSSENZA

DEPARTMENT: ADMINISTRATION

The principal goal of this study is to analyze how

the externaI management of a state-owned enterpri.e i. performed

Budgetary Planning_

In addition. we try to draw a comparison between

National Steel Company Budgetary System and the commented systems

in the concerning literature.

Aiming at the supply of a technical basis for the

mentioned comparison, we look for reporting the appliect control

mf,'C han i sms.

lhe methodology of st~dy of case was used as

mentioned in the chapter IV.

lhe description of the CSN's Budgetary System was

based on sucEssive meetings with managers of the companY7 beside13

analysis of the concerning documentation.

At the end of the work. and based on the

conclusions brought about we have made recommendations to

Government and CSN aiming at the improvement of the system.

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vi i i

ÍNDICE

PÁGINA

Capitulo I - INTRODUÇIO j,

1.1 A Importlncia do Estudo 1

1.2 Objetivos do Estudo 1 í2

1.3 Organiza~io do Estudo 12

Capitulo 11 - REVISlo DA LITERATURA

;~.1 Introdu~io 13

2.2 Abordagem sobre Controle Gerencial (Geral) 14

2.2.1 Flamholtz. Anthony. Hofstede 14

~!.2 .. 2 Enr iquez 15

;,~.2.3 Ackoff 17

2.2.4 Ishikawa

~:.~ .. 2 .. 5 Nakagawa 30

2 .. 2.6 Campos 42

2.3 Abordagens sobre Controle Gerencial nas

Empresas Estatais Brasileiras 49

;,'.3.1 Werneck 49

2.3 .. 2 Gomes 58

;~.3.3 Faria 62

2.3.4 SP i ler 63

2.4 Abordagens sobre Or~amento 65

2.4.1 Welsch 65

;;~ lO 4 .. 2 G i ac omon i 75

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I'v "

Capítulo 111 METODOLOGIA DA PESQUISA 93

3.1 Introduçio 93

3.2 Delimitaçio da Pesquisa 94

3.3 Coleta e An~lise dos Dados 97

Capítulo IV DESCRICIO DO PROCESSO ORCAMENT'RIO

DA COMPANHIA SIDER0RGICA NACIONAL 98

4.1 Companhia Sider~rgica Nacional

(Histdrico) 98

4.2 Descri~io do sistema - CSN 103

Capitulo V ANÁLISE DO CASO 115

5.1 Comparaçio CSN x Bibliografia 115

5.2 O controle exercido pela SEST 120

Capitulo VI CONCLUSBES E RECOMENDACBES

6.1 ConclusSes

6.2 Recomenda~Ses 124

BIBLIOGRAFIA 128

ANEXO I Estimativa de horas consumidas na elaboraçio

do orçamento das Estatais. 132

ANEXO 11 Programa de Displndios Globais - Relatdrios

Enviados. SIDERBRÁS/SEST. 153

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CAPiTULO I - INTRODUÇ~O

1.1 - A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO

NO Sistema de controle central. através da SEST. foi um desastre. Introduzindo todos 05

germes da ineficiinciaHu

:I.

Esta f.rase. en'lOC i ada pelo então Ministro da

.Infra-Estrutura, Ozlres Silva. durante depoimento na Comissã()

····de. Infra-Estrutura do Senado Federal. no dia 17.05.90 (Jornal

do Brasil, 18.05.90. pg. 13) dá bem uma Idéia sO'bre o 9rand~~

debate acerca da eficilncia/ineficilncia das empresas estatais e

suas formas de controle.

Dentro deste debate, alguns aspectos merecem

destaque, quais sejam:

a) as interferlncias externas sofridas pelas

empresas estatais visando o seu controle, e

b) o processo de privatiza;ão ora em andamento.

Estes aspectos também podem ser observados pela

dtica da intervenção do Estado na economia com a utilização, pelo

Governo. das empresas estatajs.

Em todo este trabalho, o termo Nempresas estatalsN

será utilizado para designar o conjunto compreendido pelas

empresas p~blicas e pelas sociedades de economia mista.

1.1.1 - CONTROLE EXTERNO

A figura inserida na página seguinte, tenta por

si s6, mostrar o nível de controle externo exercido sobre uma

empresa estatal, no caso a CSN.

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CSN

I

L

INTENSIDADE DO GRAU DE CONTROLE

© O

FORTE

MODERADO! FRACO fiJ

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SIGLAS 3 -----------

- Companhia Siderúrgica Nacional

- Conselho Monetário Nacional

- Banco Interamericano de Desenvolvimento

CSN

CMN

BID

BIRD

BNDES

INPI

SNE

IPEA

FINEP

SCT

- Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento

- Eanco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

Instituto Nacional de Propriedade Industrial

- Secretaria Nacional de Economia

- Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

- Financiadora de Estudos e Projetos

Secretaria de Ciência e Tecnologia

FIUAME - Agência Especial de Financiamento

ABINEE - Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica

ABDIB

CDE

MTAF

MPAS

AGAI

CF

AG

CA

ABIQUIM

ABPC

FIRJAN

- Associação Brasileira Indústrias de Base

- Conselho de Desenvolvimento Econômico

- Ministério do Trabalho e Administração Federal

- Ministério da Previdência e Assistência Social

Assessoria Geral de Auditoria Interna

- Conselho Fiscal

Assembléia Geral

- Conselho de Administração

Associação Brasileira de Indústrias Químicas

Associação Brasileira de Pesquisa e Cultura

- Federação das Indústrias do Rio de Janeiro

FGV - Fundação Getúlio Vargas

DNPM - Departamento Nacional de Pesos e Medidas

DECEX - Departamento de Comércio Exterior

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

SEI Secretaria Especial de Informática

FEEMA Fundação Estadual de Meio Ambiente

IRB - Instituto de Resseguros do Brasil

SUSEP Superintendência de Seguros Privados

IBS Instituto Brasileiro de Siderurgia

CVM Conselho de Valores Mobiliários

GEIPOT - Empresa Brasileira de Planejamento de Transportes

DNTA'

CNPQ

ILAFA

ICZ

SINDICEL

Departamento NaCional de Transportes Aquaviários

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tec

nolôgico

- Instituto Latino Americano de Ferro e Aço

- Instituto de Inform. do Chumbo, Níquel e Zinco Sindicato das Indústrias de Condutores Elêtricos, Tre filação e Laminação de Metais N.Ferrosos do Est.S.Paül(

DOU - Departamento de Orçamento da União

(Secretaria Nacional de Planejamento do Min. Economia)

CEST - Coordenação de Empresas Estatais , da Secretaria Nacio­

nal de Planejamento, do Ministério da Economia.

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4

ci evidente que a necessidade de controle ~oi, ao

longo do tempo, gerando uma situa,~o bastante complicada para as

empresas estatais, que precisam atender a este emaranhado de

controles externos a ela impostos.

Em rela,~o ao controle or,amentárlo exercido pela

SEST e pela SIDERBR'S e seus sucessores c Departamento de

Orçamento da Uni~o (DOU), Coordena,~o de Empresas Estatais (CEST)

e Departamento Nacional de Minas e Metalurgia (ONMM), este

trabalho abordará mais adiante.

1.1.2 - PRIVATIZAÇ!O

A OESESTATIZAç~O EM OUTROS PAiSES

Nos países desenvolvidos, a privatiza,lo ~ uma das

inova,Ses mais recentes na histdria da política econ8mica. O

início da privatlza,~o na Grã-Bretanha ocorreu há muito

tempo, atingindo logo a inddstria siderdrgica britlnlca, que

passou ser ora privada ora pdblica dependendo do governo

conservador ou trabalhista. O programa de privatiza,lo foi

iniciado lenta e moderadamente a partir de 1979, com o governo de

Margareth Thatcher. Assim, a Rolls Royce, a British Gas

Corporation, a British Airways e diversos aeroportos foram

privatizados.

Na Fran,a, a privatiza,~o foi lan,ada em novembro

de 1986. O projeto começou pela empresa Saint Gobain. fabricante

de vidros e materiais especiais.

A exemplo da Grl-Bretanha. a Itália abriu seu

mercado financeiro: A CONSOB (Bolsa de Valores Italiana' exigiu

que.as companhias estatais vendessem no mínimo 251 de suas açSes

ao pdblico, como condi,lo para serem cotadas na Bolsa de Valores.

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No Chile. o governo vem-se empenhando na

privatizaçio. Em 1980. a maioria das empresas estatais chilenas

foram vendidas ao setor privado. assim como o sistema de ensino.

No México e na Argentina. os governos também se

empenham neste processo.

A ESTATIZAÇ~O NO BRASIL

• Conforme relatado por Gomes* em sua 'tese de

doutorado. observou-se uma crescente intervençio do estado na

economia de pós-guerra com a criaçio de empresas estatais que

passaram a ser utilizadas como instrumentos de polltica econBmica

e social.

No caso do Brasil. este per lodo é caracterizado

por um forte sentimento nacionalista que ensejou a criaçio

~mpresas como a Companhia Vale do Rio Doce e Companhia

Sider~r9ica Nacional. entre outras. Além da criaçio de

empresas. o Estado assumiu o controle de diversas empresas.

normalmente às portas da falência. Esse processo levou a

uma situaçlo caracterizada por:

I) a descaracterizaçio do papel do

Estado. carreando-se recursos p~blicos para

final idades outras;

2) o maior comprometimento do governo. agora um

grande empresário. com relaçio ás politicas

econ8mica e trabalhista; e

3) a dramatizaçio das contas p~blicas.

(.) GOMES. Josir Simeone - UM ESTUDO EXPLORATciRIO SOBRE CONTROLE

GERENCIAL EM EMPRESAS ESTATAIS BRASILEIRAS Rio de Janeiro.

-1993 - Tese. UFRJ. Doutorado em Administraçlo. COPPEAO

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6

Segundo Baer*. além de se conhecer muito pouco a

respeito do processo de tomada de decisio nas firmas e bancos

estatais. os estudos realizados nlo tlm se preocupado em enfocar

as rela~ies entre as empresas estatais e os orgios aos quais elas

estio supostamente subordinadas. Este i um tópico complexo que

Bst' a demandar futuros estudos. Outro grande aspecto a

destacar diz respeito .s grande. ci~ras envolvidas. A revista

norte-americana Fortune International mostra na edi~lo de

julho/89. que a SIDERBRdS (Hholding H da siderurgia brasileira)

foi campel absoluta de prejuizos. em uma rela~io que considera

as 500 maiores empresas fora dos Estados Unidos. Este prejuizo.

da ordem de USI 7.2 bilhies. i bastante superior ao segundo

colocado: Bristish CoaI, com USI 920 milhies de perdas.

A DESESTATIZAC~O NO BRASIL

Se por um lado, como citado anteriormente, foi

observado até aqui todo um processo de estatiza~io de empresas.

hoje observa-se o procedimento inverso. adotado pelo governo que

assumiu em mar~o de 1990.

À revelia de o fato da estmtiza~ão, na época

uma oportunidade estratégica .polrtica econ8rnicã 7

ter-se transformado em uma ameaça. da mesma natureza. O processo •

de desestatiza~lo pode ser entendido no contexto da reformula~iD

do estado brasileiro. como indutor do desenvolvimento sdcio-

econ8mico para viabilizar a retomada do crescimento do pais.

(*) BAER, W. & Figueiroa, A. STATE ENTERPRISE AND THE

DISTRIBUTION OF INCOME: BRAZIL'S CONTEMPORANY ECONOMIC ANO

POLITICAL DEVELOPMENT. Westview Press. Colorado, USA ago/i981

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7

A situação de clara estagnaçlo do produto, a crise

f,' i nance I ra se abateu sobre o setor p~blico nos anos

80, o estágio de desenvolvimento das forças produtivas e o

õ\gravament o dos problemas sociais, tornaram necessária a

redefinição das prioridades da aparato estatal e suas formas de

insel"ção e atuação na estrutura produt iva. 'Para tanto, a aç~{o do

estado, enquanto administrador da produção de bens e prestação de

serviços, teve de ser revista.

A concepção teórica e as justificativas práticas

que emolduraram a intervenção estatal no processo produt ivo,

tinham por referência um contexto social, político e econômico

bastante distinto do vivido pela sociedade brasileira nos dia~>

atuais. Essa distintividade está ainda mais realçada na classe

política, que na ipoca nao foi consultada a respeito e que hoje,

em grande parte. não tem compromisso de conivência.

As atividades desenvolvidas pelas empresas estatais

caracterizam a falta de sintonia da inte~vençlo p~blica para

promover um novo estágio de desenvolvimento. Em que pese a

partlcjpa~ão das empresas estatais na estrutura industr i a'l

brasileira, • cada vez mais evidente, em alguns setores. a

defasagem tecnoldgica das mesmas. bem como a sua perda de

importlncia estrat.gica para induzir o processo industrial •• sua

contínua e crescente partiCipação.

Com base nesses argumentos, tomou-se a decisão

política de privatizar as estatais que podem ser absorvidas pela

Iniciativa privada, evitando-se assim que haja beneficiários dos

preços abaixo dos custos. quando praticados por estas empresas.

Os grupos privados deixariam de contar com este tipo de

subs{dio. Da mesma ~ormaT a desestatizaç~o dessas empresas

......... .,. .. .....

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8

viabilizaria uma aç~o distributiva por parte do Estado que, ao

deixar de subvencionar a acumulaçio privada. disporia de recursos

para fornecer e melhorar serviços de interesse da populaç~o em

geral. tais como: alimentação. educação.

habitaçio. transporte e outros.

o primeiro programa de em

1981. restringiu a criação de estatais e estabeleceu diretrizes

para a transferência de estatais para o setor privado. Na Nova

Rep~blica. a privatização foi dificultada pelo quadro recessivo e

pelo fracasso dos planos econômicos.

No dia 12 de abril de 1990. foi instituldo o

Programa Nacional de Desestatização. com os seguintes objetivos

fundamentais:

1) Reordenar a posiçio estratégica do Estado na

Economia. transferindo à Iniciativa privada atividades

indevidamente exploradas pelos setor pdbl ico.

2) Contribuir para a reduç~o da divida pdblica.

concorrendo para o saneamento das finanças no setor pdblico;

3) Permitir a retomada de investimentos nas

empresas e atividade que vierem a ser transferidas à

privada~

iniciativa

4) Contribuir para a modernizaç~o do parque

industrial do Pais. ampliando sua competitividade e reforçando a

capacidade empresarial nos diversos setores da Economia;

5) Permitir que a administração pdbllica concentre

seus esforços nas atividades em que a presença do Estado seja

fundamental para a consecução das prioridades nacionais;

6) Contribuir para o fortalecimento do mercado de

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9

capitais, através do acréscimo da oferta de valores mobili'rios e

da democratizaçio da propriedade do capital das empresas que

integrarem o Programa.

Foi Institu(da nesta mesma ocasiio a comissio de

desestatização, composta por ii membros, que deverio ser

S~I..lbetllt i dos à aprovaç:ão do Con 9 r €"f.3 so nacional. O BNDES foi

designado como gestor do Fundo Nacional de Oel;;estat ização.

O ~ venda de 25 30 programa preve a a empre$a~) com

previsão de arrecadação de 17 bilhões de dólares. As Vendii\1:;

dependerio do desempenho de cada empresa de consultoria e da sua

participaçio no processo de alienação. O Programa prioriza _

partir de 1991 os setores petroqu(mico, de fertilizantes e

siderürgicos.

DESESTATIZAçÃO DO SETOR SIDERúRGICO

Iniciada pela USIMINAS, a desestatização do setor

siderürgico prossegue devendo em breve serem privatizadas a CST,

COSIPA, AÇOMINAS al~m, • claro, a CSN.

A privatização da CSN foi definida pelo edital

}tNO/13/92, conforme det a 1 hado aba i xo =

_. A CSN fo I inclu(da no PROGRAMA, pelo Decreto

nQ 426/92 de 16 de janeiro de 1992.

_. O obJet i vo do edital • a alienação de

71.502.439.525 ações ordin'rias da CSN, que

representam 90,75% de seu capital.

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1.0

- O processo est' dividido em 3 fases~

12 fase ...... = oferta de 20% do capital social

aos empregados.

;!ª fase .. ",.: of&'rt a em le i I ão de 65% do

capital total da CSN.

3 a , - fase ..... : oferta ao pl.Íblico de 5 .. 75% do

cap i tal total da CSN.

- A CSN foi avaliada em Cr$ 8.857.941.360.000,00,

correspondente a aproximadamente 1,6 bilhies d.

d6lares, em 11/09/92.

- Cronograma de Eventos

26/09/92 - Divulga~ão do edital

04/11/92 - Início da oferta aos empregados

15/12/92 - Término da oferta aos empregados

22/12/92 - Leilão

28/12/92 - Divulga~ão do Resultado do Leilão

06/01/93 - Liquida~ão financeira do Leillo

18/01/93 - Liquida~ão da oferta aos

empregados

25/01/93 - Início da oferta ao pl.Íblico

12/02/93 - Término da oferta ao pl.Íblico

19/02/93 - Liquida~ão financeira da oferta ao

pl.Íblic()

15/03/93 - Início da negociação das a~ies em

bolsa

14/06/93 - Anl.Íncio de encerramento do

processo, acompanhado

relat6rio externo do processo.

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11

Logo no inCcio do governo Itamar surge a

informa~io de que haveriam mudan~as no processo de privatiza~io.

Com Isto, surgiu uma nova proposta de composi~io do controle

acion~rio da empresa, onde os empregadas teriam uma maior

participa~io. Esta proposta partiu do governador do Rio de

Janeiro, Leonel Brizola e foi enviada ao Presidente em exercCcio,

Itamar Franco.

Resumo da Proposta:

Oferta aos funcion~rios -) 33r.

- Fundo de Pensio dos Empregados (CBS) -) 9%

BanerJ -) 10r.

Total 52/.

Um acordo de acionistas entre o Clube de

Investimento CSN (Representando os Empregados). o Fundo de Pensia

dos Empregados e o Banerj garantiria o controle da CSN.

Os empregados, representados pelo Clube de

Investimento CSN. seriam financiados diretamente pelo BNDES e

teriam um des~gio no pre~o das açBes de 35%.

édlªm~DtQ de Lell~e

Com a posse do Presidente da Repdblica Itamar

Franco~ várias alteraç3es se processaram no Programa

Privatiza~io iniciado no governo Collor.

A primeira delas foi o cancelamento do 1eilio da

CSN previsto para 22 de dezembro de 1992. Uma nova data foi

marcada. 05 de abril de 1993. Por.m. para que o leilio venha

ocorrer nesta data. h~ que Se realizar em tempo h~bil uma s.rie

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de procedimentos previstos no novo decreto de privatiza;lo

(Decreto nQ 724, de 19 de Janeiro de 1993).

~ luz deste contexto, Justifica-se a importância

desta tese, pelo que ela possa contribuir para o conhecimento do

funcionamento de ~ma empresa estatal, uma vez que i not6ria a

carlncia de estudos especificas sobre este tipo de empresa.

1.2 OBJETIVOS DO ESTUDO

O objetivo primordial deste estudo é, em primeiro

lugar, procurar explicitar o controle externo exercido, via

planejamento or;ament~rio, sobre uma empresa estatal.

Em segundo lugar, o estudo visa, estabelecer uma

compara;lo entre o sistema or;ament~rio praticado na CSN e

aqueles considerados eficazes pela literatura especifica.

1.3 ORGANIZAÇ~O DO ESTUDO

Alim deste Capitulo ( Introdu;ao )

abrange mais cinco capitulas.

, o estudo

No Capitulo 11 i feita a NRevislo da Literatura",

subdividida em quatro tipos de abordagens~ controle gerencial

(geral), controle gerenCial em empresas estatais, aspectos

comportamentals e orçamento.

O Capitulo 111 trata da metodologia de pesquisa

utilizada neste ~studo.

O Capitulo IV fornece alguns dados sobre a empresa

pesqulsada e descreve o seu processo or;ament~rio atual.

No Capitulo V é feita a an~lise do estudo de caso

e, finalmente, no Capitulo VI estio colocadas entao, as

conclusSes do presente estudo.

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CAPÍTULO 11 - REVISÃO DA LITERATURA

2.1 - INTRODUÇÃO:

Neste capItulo' apresentada a revisio da litera_

tura enfocando o Controle Gerencial nio sd em seu aspecto geral

(item 2.3), como tamb'm de maneira especifica em empresas esta -

t a i 5 ( I t em 2.4).

Al'm disso comp8e a revisio uma abordagem sobre

aspectos comportamentais de grupo (item 2.5) e, finalmente, lite-

ratura especIfica sobre or;amento. (item 2.6).

A sele;io desta literatura visa mostrar o arcabou;o

tedrico que foi utilizado neste estudo de caso.

Já no inIcio deste s'culo, encontramos referências

a Ucontrole gerencial u nos escritos de Taylor e Fayol, dentre ou_

tros. Para estes autores, expoentes da Hescola clássica u de admi_

nistra;io de empresas, controle gerencial' a id'ia central da ci_

ência da administra;io, abstraindo-se de todos os aspectos " ri nao

cientlficosU, COmO a motiva;io, por exemplo.

Estudos mais recentes, influenciados pela análise

comportamental humana no contexto das organiza;8es, geraram novas

defini;Ses no campo do controle gerencial.

Dentre estes estudos, merecem destaque, enquanto

formadores da teoria moderna de controle gerencial. os seguinte.

autores: Anthony, Flamholtz, Hofstede, Enrlquez e Ackoff.

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J,4

2.2 - ABORDAGENS SOBRE CONTROLE GERENCIAL CGERAL)

2.2.1 - Flamholtz C.), Anthony C •• ) e Hofstede C ••• )

As consideraç:ões efetuadas pelos

supramencionados podem ser encontradas nas teses de doutorado do

prof. Gomes e de mestrado de Faria ( •••• ) e de Spiller C ••••• ,.

conforme quadro abaixo:

AUTOR

Anthony

Hofstede

Flamholtz

· · : :

· · : :

· " :

· ·

GOMES

pags.

35/38

41/53

53/60

· · : : : :

· · : · · :

FARIA

pags.

42/47

63/70

50/55

: SPILLER

: pags. · · • 39/43 :

· 62/67 · · · · 49/52 · · ·

Flamholtz, Eric - Organizacional Control System as a

Managerial Tool, California Management Review, 1979.

C •• ) Anthony, Robert N. et alli - Management control: Cases in

Reading Homewood. R. D. Irwin, 1972.

C ••• , Hofstede, Geert - Accounting. Organization and Society -

Great Britain Management Control of Public and Not-for-Profit

Ativities, 1981.

( •••• ) Faria, Eduardo Collares - Controle gerencial em empresas

estatais brasileiras: o estudo do caso da CSN - Rio de Janeiro,

i 990.

( ••••• ) Spiller, Eduardo Santiago - O controle gerencial em

empresas estatais brasileiras: o estudo do caso da CBTU. Rio de

Janeiro - COPPEAD/UFRJ - 1990.

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:1.5

2.2.2 .... Enriquez

Enriquez destaca que durante todo o per iodo de

expansio do sistema Taylorlsta de Nadministraçio cientificaN. as

organizaç8es modernas foram consideradas como sistemas racionais

ou tendendo. racionalidade. de produçio de bens e serviços.

Com o desenvolvimento da psicologia social e da so_

ciologia organizacional. estas empresas passaram a ser analisadas

como sistemas humanos e sociais. ou seja. como sistemas nos quais

os problemas sio da ordem de ligaç8es sociais. decisio. participa_

;io nas estruturas de poder. controle das atividades. relaclona_

mento entre pessoas e grupos. em suma. fen8menos nio redutrveis

• considera;8es t~cnicas.

Hoje. estamos assistindo a uma evolu;io nas

organizaç8es em direçio • forma institucional gerando slst.mas

que sio. simultlneamente. culturais. simb6licos e imagin'rios.

As organizaç8es estio se transformando como

consequencia deste processo. em lugares onde a consecuçio dos

objetivos tende a ser resultado de uma ideologia <expIrcita p

comum a todos os membros' e de processos controlados de

idealizaç:ão.

Uma inst ituição. prossegue Enrlquez. procura defi_

nir uma maneira de regulaç:io. e se propoe entre seus objetivos

manter um determinado estado. de maneira que ele perdure e que se

garanta a transmissio de sua substlncia no futuro.

Enriquez. Eugene - Ideologia. Ideal izadío e Efic'cla

Universidade de Paris VII

. - -. . .... --.

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A tendlncia das organiza;;es d tentar se tornar ele_

mento de regula;lo na estrutura social global, uma vez que no mun_

do moderno todos nds nascemos, vivemos e morremos dentro das orga_

As organiza;;es assumiram um papel preponderante na

nossa sociedade e nlo mais se satisfazem em perseguir metas espe_

cificas mas, ao invds disso, procuram influenciar a evolu;lo da

sociedade atrav~s d. participa;lo social e pol{tica. Como

exemplo,pode ser citado o caso dos ho~pitais que nlo se limitam a

ter como ~nico objetivo o cuidado com os doentes, mas tambdm a

difuslo de uma concep;io própria do conceito de ~adde. Com apoio

pOlltico e sindical, eles treinam mddlcos e outros profissionais

de sadde • sua maneira e proclamam-se organiza;8es exemplares.

Neste aspecto, a moderna companhia industrial est'

se tornando o principal modelo de referlncia para o comportamento

social geral. A razio para Isso ~ que as empresas slo um exemplo

singular de institui;io econ8mica que conseguiu para si um papel,

dentro das sociedade. ocidentais, maior do qUe o da famllia e o

das institui;8es educacionais. Os relacionamentos sociais slo mo_

delados pelos econ8micos: ~ pos.lvel que um individuo possa se des_

I igar totalmente de sua famllia, ou que nlo receba uma educa;lo

formal, ele nlo pode, entretanto. deixar de ser um agente econ8mi_

co a menos que pague o custo de se transformar em um HmarginalU

cujo perigo potencial deve ser minimizado pela a;lo dos assisten_

tes sociais.

o modo de opera;lo e os ideais de uma emPresa

(padroniza;lo. efetividade de custos. dinamismo. etc) tamb~m

afetam outro. setores da sociedade. Um livro nlo e vendido só em

fun;lo do seu conteddo, mas depende de considera;ies sobre

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fabrica~io e sobre fatores ligados. campanha de seu lan~amento

no mercado.

Enriquez afirma que a empresa est~ rapidamente se

tornando em nosso modelo de referlncia. e. pela mesma razio. est~

virando Um elemento que. cada vez mais. tem um papel essencial na

cena social geral. De fato. as decis8es internas da empresa. sua

pol{tica de investimentos. seu lugar no mercado. suas pol(ticas

de pessoal. tlm hoje repercussSes diretas na sociedade (enquanto

no passado essas repercuss8es eram sempre indiretas'. Gra~as ao

poder que ela tende a exercer e as pressSes no sistema pol{tico.

a empresa se constitui em um lugar onde os mecanismos de

regula~io globais estio em jogo. Na medida em que ela se torna

uma institui~io central. desenvolve uma tendlncia a se considerar

uma institui;io divina. apresentando-se como a ~nica que pode

prometer salva~io e reden;io para os que dela fazem parte.

2.2.3- Ackoff

Ackoff diz que sabedoria é a capacidade de prever

as consequlncias a longo prazo de a;8es atuais. a disponibilidade

de sacrificar ganhos a curto prazo em favor de benef{cios a

longo prazo e a habilidade de controlar o que • control~vel e de

nio se afligir com o que nio o é.

Planejamento é:

a' a defini;io de um futuro desejado e de meios

eficazes de alcan;~-lo;

b) uma das atividades intelectuais mais complexas e

dif{ceis na qual um homem pode se envolver. Nio fazl-Io bem nio

Ackoff. Russel L. - Planejamento Empresarial - Livros Técnicos e

Científicos Editora S/A. Rio de Janeiro. 1981.

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é um pecado. mais contentar-se em fazl-Io pior do que seria

poss{vel. é imperdo.vel;

c) •• n{tidamente. um processo de tomadas de deci-

são;

d) algo que fazemos antes de agir;

antecipada de decisão;

isto I. tomada

e) um processo de decidir o que fazer. e como fa-

zl-lo. antes que se requeira uma a,io.

f) necess.rio. quando a consecu,io de estado futuro

que desejamos envolve um conjunto de decisSes interdependentes,

isto é, um sistema de decis8es;

g) um processo que se destina a produzir um ou mais

estados futuros desejados e que nio deverio ocorrer, a menos que

algo seja feito. O planejamento se preocupa não s6 em evitar

a,Ses incorretas, como em reduzir a frequlncla de processo.

O planejamento tlm dois componentes: um ot imista e

um pessimista.

O pessimismo esti na cren,a de que, se nio fizer na­

da, o estado futuro desejado nio dever. ocorrer. O otimismo est.

na cren,a de que alguma coisa deve ser feita para aumentar a pos­

sibilidade de que o estado futuro desejado venha a ocorrer.

PLANEJAMENTO T&TICO E ESTRAT~GICO

Quanto mais demorado o efeito de um plano e quanto

mais dif{cil for alter'-lo, mais estratlgico ele ser •• O PlaneJa­

mento estratégico é para longo prazo. O Planejamento t.tico é pa­

ra prazo mais curto. Em geral, o planejamento estratégico preocu­

pa-se com o per{odo de tempo mais longo com que valha a pena se

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j,9

preocupar. enquanto o t~tlco preocupa-se com o periodo de tempo

mais curto com que valha a pena também se preocupar. Eles se com­

p l!;:t am.

o planejamento estratégico é amplo. O planejamento

t~tico é mais restrito. O planejamento t~tico se destina a esco-

I her os meios pelos quais se tentar~ atingir objetivos

especificados. Os objetivos são.

hier~rqulcos mais altos da

geralmente, ditados pelos niveis

organização. o planejamento

estratégico destina-se tanto. formulação dos objetivos quanto •

escolha dos meios para atingi-los. Planejamento estratégico é

planejamento empresarial a longo prazo.

O planejamento se compie das seguintes partes:

1- Fins - especificação de objetivos e metas.

2- Meios - escolha de politicas, programas, proce-

dimentos e pr~ticas através dos quais se tentar~ atingir os obje-

t i vos. 3- Recursos - determinação dos tipos e quantidades de

recursos necess~rios, como eles devem ser gerados ou obtidos e

como devem ser alocados nas suas atividades.

4- Implantação - determinação dos procedimentos pa­

ra tomada de decisão e de uma maneira de organiz~-los para que o

plano possa ser executado.

5- Controle - determinação de procedimentos para

antecipar ou detetar erros no plano ou falhas na sua execuçio e

para prevenir ou corrigir continuamente estes erros e estas fa­

lhas.

OBJETIVOS E METAS

O planejamento se baseia na crença de que o futuro

pode ser melhorado por uma intervenção ativa no presente. Esta-

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dos futuros ou resultados de comportamento pretendidos slo obje-

t ; vos.

EH.: uma parcela dominante do mercado.

As metas slo objetivos a serem conseguidos em pra­

zo certo. dentro do per lodo coberto pelo plano.

Ex.: aumentar participa~lo no mercado em 10% até 1992.

Um objetivo que 010 pode nunca ser atingido. mas

do qual se pode aproximar sem limite. é chamado de um IDEAL.

Cen'rio é a descri~lo do que a empresa poderia ser

em determinada época. no futuro.

Situ.~8es ou resultados desejados slo objetivos.

Metas slo objetivos designados para serem atingidos durante o

per lodo para o qual se planeja.

Meios ou Fins podem ser formulados. Estes meios

são: A~lo - determinado ato de uma pessoa ou grupo;

repetida em circunstlncias

semelhantes;

Procedimentos - sequlncia de a~8es dirigidas a uma

unica meta que se tenta atingir repetidas vezes.

Programa - conjunto de a~8es inter-relacionadas ge­

ralmente mais complexas que um procedimento. suposto para se

atingir a um objetivo específico que se deseja apenas uma vez;

Polltica - regra para se escolher uma alternativa

de a~8es; uma regra para decis8es.

A maneira m~is eficaz de rever. sistematicamente~

as restri~8es auto-impostas (somos frequentemente impedidos). de

perceber

virtude

alternat ivas de a~lo novas e melhores pollticas em

de nossa excessiva 'amiliaridade com o si stem<:\

eHistente e quest ionar sua participa~lo. consiste em fazer o

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exerclcio de REINVENTAR o sistema para o qual se planeja.

Até mesmo pequenas medidas corretivas nlo podem

ser avaliadas corretivamente. a menos que se tenha um conceito

de como a organlza;lo deveria ser. como um todo e de maneira

ideal.

Uma vez elaborada esta forma ideal. é posslvel

determinar até que ponto podemos nos aproximar dela. a fim de

planejar sistematicamente a transi;lo para o ideal.

Ainda. segundo Ackoff. Planejar é tomar decisies.

Controlar é avaliar decisies. inclusive. aquelas de nlo fazer

nada. desde que tenham sido implantadas. O processo de controlar

envolve quatro etapas!

i- Prever os resultados;

2- Reunir informa;ies sobre desempenho ideal;

3- Comparar o ideal com o previsto;

4- Verificar quando uma decislo for question~vel e

corrigir o procedimento que a produziu e suas consequ'ncias.

quando posslvel.

O nlo envolvimento dos administradores de linha e

mesmo dos diretores na atividade de planejamento diminiu a

probabilidade de êxito de um trabalho de planejamento. A

assessoria de planejamento nlo pode ter a responsabilidade

exclusiva pelo planejamento. Os administradores nlo envolvidos no

planejamento e outras pessoas substancialmente afetadas pelo

planejamento. deveriam ser mantidos informados sobre o que est~

acontecendo. Eles deveriam conhecer a filosofia. a estratégia e

a metodologia do planejamento. assim como as suposi;Bes básicas

e os procedimentos de coleta e análise de informa;ies.

"---

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2.2.4 - Ishikawa

") '"') t:M r...

Segundo lshikawa o TGC - Total Quality ContraI, no

est i 10 Japonês, uma revolu~ão dentro da mentalidade

administrativa, e caso seja conduzido por toda a empresa, poder'

contribuir para a melhoria do cariter e da sadde organizacional.

Ele aponta as seguintes diferenças com o ocidente

baseadas nos aspectos sdcio-culturais:

A - Profissionalismo =

Uma caracter,Ística marcante no Oc: idente, o

profissionalismo faz com que as pessoas se fixem em determinadas

atividades tornando-se especialistas com campo de visão restrito.

No Japão, incentiva-se um programa de rotação funcional visando

dar ao empregado maiores experiências e a visão da empresa como

um todo.

"8 - Sociedade Verticalizada :

Sendo o Japão uma sociedade verticalizada, as

empresas tendem a ter o mesmo comportamento nos

departamentos, fazendo com que as ordens emanadas pelos

superiores diretos sejam plenamente atendidas. As 'reas de

Ustaff N são menos pOderosas" que no Ocidente, fazendo com que as

recomendaçSes nem sempre sejam devidamente consideradas.

c - Sindicato dos Trabalhadores:

No Ocidente, os sindicatos são geralmente

estruturados por classes profissionais, significa que se parte

Ishikawa, KaorlJ - NTQC - Total Qual ity ContraI: Estratégia e

Administração da GualidadeN - IMC International Sistemas

Educativos - são Paulo - 1986.

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dos trabalhadores entrar em greve, mesmo que os outros n~o

concordem, a empresa deixa de operar.

No Jap~o, os sindicatos Se constituem por empresas

e tambim se formam operários polivalentes, ou seja, uma mesma

pessoa pode desempenhar m~ltiplas tarefas de modo que, se parte

dos profissionais faltarem os outros podem substituir.

D - Sistema Taylorista & Abstencionismo:

O Sistema de Taylor pode ser enfocado como o da

gest~0 especializada, com normas, especificaç8es e roteiros que

devem ser obedecidos pelos operários. N~o considera o potencial

do operário, a sua natureza humana. Os operários ocidentais

sentem-se forçados a comparecer ao trabalho.

abstençio i elevado nas fábricas.

O índice de

No Jap~o hoje, o nível educacional i extremamente

elevado e o nível de coscientizaç~o aguçado. i Impossível impor

para estas pessoas.

E - Elitizaç~o dos Universitários:

Na Europa, os oriundos das universidades

especializadas possuem uma consciincia de elite tal qual a

existente nas castas sociais. Praticamente nenhum encarregado ou

supervisor ascende a postos de Gerincia.

No Jap~o de pds-guerra, este espírito de elite

deixou de ser algo preponderante.

F - Sistema de Remuneraç~o :

A remuneraç~o no Ocidente i em funç~o da

produtividade. Isto faz com que, independente da faixa etária,

aquele que produzir mais receberá um salário maior. No Jap~o,

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algumas empresas começam a utilizar critérios semelhantes, mas de

uma maneira geral, a remunera;io ainda i em fun;io da idade.

Ishikawa reluta em aceitar o principio de que as

pessoas trabalham unicamente em fun;io do dinheiro. Recomenda o

atendimento a outros tdpicos quais seJam=

a) necessidade econ8mica e satisfa;io material;

b) satisfa;lo pela realiza;io do trabalhol

c) a possibilidade da coopera;io com os outros;

d) satisfa;io da auto-evolu;io (desenvolvimento da

prdpria capacidade mental).

G - Rotatividade, Emprego Vitallcio :

A rotatividade da mio-de-obra no Ocidente

elevada. No caso japonês, muitas empresas consideram os

funciondrios como membros familiares e o emprego i vitallcio.

H' desvantagens em ambos os casos. Uma alta

rotat ividade pode ser prejudicial em empresas onde se faz

necessdria uma experilncia acumulada para poder exercer um

trabalho. Por exemplo, numa siderdrgica, a operaçio de um alto­

fOI'no ..

No s i s; t ema v i t a I I c i o , podem

permanecer no emprego por acomodaçlo, sem Inimo e desgostosos com

a administra;lo sem optar por novas alternativas para a

realizaçlo do trabalho, comprometendo a qualidade (':\

produtividade da empresa.

Porém, Ishikawa considera o sistema vitallcio

(desde que bem administrado) um sistema adequado dentro do ponto

de vista da pessoa humana, da administra;io e da liberdade

democl"t ica.

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H - Diferen~a de Ortografia & Educa~lo ~

No Japlo o indice de ingresso nos cursos colegiais,

escolas técnicas nas univeFsidad~s elevado. Kanj i

provavelmente' a ortografia de mais complexidade existente no

mundo. Deriva da sintetiza~lo simbólica, talvez sendo esta a

razlo da grande dedica~lo dos orientais. A lingua Japonesa

adota também a representa~lo fonética. A febre educativa Japonesa

passou a contagiar os pais japoneses ap6s o término da 11 Guerra

Mundial. Isto influencia as empresas que possuem funcionários que

sabem ler e escrever, além de possuirem capacidade de raciocinio

e cálculo.

No Ocidente, notadamente em alguns paises em

desenvolvimento, a educa~lo e o aprendizado passou a ocupar o seu

devido lugar de primazia embora seja sério problema apenas 30 a

70% da popula~lo receberem ensinamento. Os paises ocidentais

esbarram também no problema de trabalhadores estrangeiros fazendo

com que as normas de trabalho muitas vezes slo constituidas de

c:roq'J i s vislJaiS'), fato esse que constitui uma dificuldade

adicional para a sua elabora~lo.

I - Fornecedores Externos =

A introdu~lo de componentes externos como parte

integrante do produto si9ni~ica que, se houver uma deficianci~

qualitat iva, o produto final será deficiente. No Japlo, a

educaç:lo o treinamento em Controle de Qualidade

fornecedores a partir da segunda metade da década de 1950,

melhorou o desempenho dos fornecedores de autopeças e de

componentes eletr8nicos.

. ............. ,-...

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Enfrentando as mesmas dificuldade. as empresa.

ocidentais bancaram a sua pr6pria verticaliza;io. Nos EUA o

Indice de dependlncia externa est' em torno de 50%. no Japio •

usual a aquisi;io de at~ 70% do valor das necessidades nas

empresas montadoras.

J - Democratiza;io do Capital:

Nas empresas ocidentais. o controle. feito por um

n~mero reduzido de pessoas. em muitos casos. administradores

profissionais. no velho est ilo capitalista.

Os empres'rios das grandes corpora;ies japonesa.

procuram encarar com naturalidade a sua responsabilidade junto.

soci€dade~ aos funcionarios e aos respectivos familiares.

Visualizam o planeJa~ento a longo prazo (sem imediatismo da

lucratividade a curto prazo) e tamb~m dio primazia para a

qualidade pensando no consumidor final e mesmo na Na;lo.

K - Postura Governamental ~

Na maioria dos as autoridades

governamentais parecem gostar da efetivaçio do controle sob a sua

tutela. No Japio. desde o inicio da d~cada de 60. foi buscada a

liberdade gradativa do com~reio internacional. A postura adotada

foi de estimular. sem controlar. A eondiçlo era de que fossem

gerados produtos de qualidade e custo razo'veis. Esse estimulo

fez com que muitas empresas se dedicassem integralmente em prol

da qualidade e passassem a disputar o mereedo interno.

obtendo competitividade internacional.

L - Controle da Gualidade ,

inclusive

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Segundo Ishikawa. Controle de Qualidade • o

Ndesenvolvimento. projeto. produ~lo e asslstlncia de um produto

Oll servi~o que seja o mais econ8mlco e o mais út i 1 •

proporcionando satisfaçlo ao usuirio N•

Para que este objetivo seja cllmpr i do, há

necessidade de que todos os integrantes de uma empresa participem

deste programa global.

Quatro pontos sio ressaltados dentro da descriçio

simplificada do Controle de Qualidade:

1. SATISFAÇAO DO CONSUMIDOR

A empresa deve produzir algo que venha a atender

.s expectat ivas do consumidor. Nio basta atender .s normas

nacionais ou internacionais. Um produto adequado. norma nlo

significa a garantia da obtençlo da satisfaçlo do usuirio.

2. PRIMAZIA PARA O CONSUMIDOR

No passado, as empresas faziam a impo!;-,l~lo pelo

fab." i cante do seu produto Junto ao mercado (Product-Outl,

todavia, atualmente. o mundo se direciona para o atendimento .s

aspira~Ses do consumidor em primeiro lugar (Market-Inl. Para tal.

é necessirio desenvolver uma pesquisa de modo a captar as

opiniSes e e:·:pectat i vas do conSIJm i dor e transfer í-tal"

adequadamente ao projeto. produ~io e distribui~lo.

3. DEFINIÇAO DA QUALIDADE

Classicamente. qualidade correspondia a qual idade

intrínseca do produto. Hoje. todavia. o enfoque b'sico • o do

controle de tudo que se relaciona com a qualidade. Qualidade da

informa~io. do processo. das pessoas. do sistema, da pr6pria

empresa. da sua diretriz •••

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4. PREÇO, LUCRO & O CONTROLE DO CUSTO

imposs(vel considerar a qualidade sem o

respectivo preço. Se o preço for excessivo, apesar da boa

qualidade nio se obter' a satisfaçio do consumidor. Se no mercado

nlo for oferecida a quantidade necess'ria na oportunidade certa,

estaremos causando transtornos ao consumidor que deseja adquirl-

la. Por outro lado, um excesso de oferta constitui um desperdlcia

dc força de trabalho, da mat~ria-prima e da energia incorporada.

Assim, visualiza-se a inter1iga;io entre a administraçio do custo

e da qualidade. O processo deve ser integrado de tal forma que

deve produzir para suprir o mercado com a qualidade adequada, a

preço apropriado e em quantidade necess'ria.

Em slntese, conduzir o controle da qualidade

significa: dada a qualidade. buscar o controle do custo, do

preço. do lucro. da quantidade produzida. vendida e em estoque e

prazo de entrega.

, M - Filosofia da Controle:

o conceito de controle tem sua administraçio

diflcil por parte dos administradores. H' divergincias no tocante

h sua interpretaçio, como tamb~m existem termos de conotaçio

similar: administrar. gerenciar. coordenar etc. Tais termos

possuem muitos pontos comuns por~m cont~m detalhes que Ar ~

distinguem.

O sistema de controle de qualidade Japonês foi

originalmente importado tanto dos Estados Unidos como da Europa,

por~m sofreu modificaçSes e recebeu ingredientes japoneses.

No passado, Taylor tinha recomendado: Planejar,

Executar e Ver. Atualmente, Ishikawa recomenda: Planejar,

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Desenvolver. Executar-Verificar. Adota a a;lo. i o denominado

Ciclo PDCA ou Ciclo do controle. que deve ser revisado de forma

continua e implementado em seis etapas:

(P) - i. definir os objetivos e metas;

2. estabelecer os meios que possibilitaria o

cumprimento das metas;

(D) - 3. efetuar educa;lo e treinamento;

4. realizar as tarefas;

CC) - 5. certificar-se dos resultados e compar'-los

com as metas estabelecidas;

CA) - 6. adot~-las.

Os problemas referentes ao controle clássico

decorriam da forma e do cumprimento dos objetivos. Normalmente em

apenas uma ordem: "Reduzam os custos" ou "Busquem uma

Tornava-se entio uma mera transferlncia em

cascata. passando pelo diretor. gerente. chefe de seçlo. até

atingir o elo final junto ao oper~rio. Uma ordem unicamente

• ssentada em palavras. Ishikawa chama de Controle Psicológico e •

desta forma. nlo se consegue controlar permanentemente uma

conjuntura apenas sob um impacto emocional. O grande mal é.

justamente. o seu impacto Junto. linha final. pela transferlncia

sucessiva de responsabilidades. Existem outros problemas. tais

como=

1. Tanto as metas como as etapas intermedi~rias a

serem vencidas nlo eram analisadas por toclos.

Desconhecimento das metodologlas estatisticas e

de outras técnicas de controle.

3. Inexistlncia d. educaçlo e treinamento para

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30

todo!; os integrantes da empresa. em termos de qualidade e de

controle.

4. As diretrizes eram decorrentes do impulso do

momento. sendo ~or isso ati conflitantes ou ilógicas.

5. Existlncia de especialistas que se fecharam nas

suas respectivas 'reas de atua~ão. não disseminando um enfoque

global e amplo.

2.2.5 Nakagawa C-,

Nakagawa afirma que. a melhoria de produtividade e

da qualidade e a redu~ão de custos através da elimina~lo de todas

as formas de desperdício para vencer a competi~lo global.

entretanto. vim exigindo a gera~lo de dados e i nforma~õe!i".

precisas e atualizadas. que auxiliem os gestores a tomarem

decisões corretas. tanto em nível de atividades relacionadas com

suas 'reas funcionais, como em nível de investimentos.

Embora os gestores J' tenham come~ado a dominar

satisfatoriamente as tecnologias avan~adas de produ~ão e, na

maioria dos casos. com muito sucesso. a Controladoria ainda nlo

tem sido capaz de colocar a sua disposi~ão um sistema de gestlo e

mensura~ão de custos igualmente eficiente e eficaz.

Dentre os problemas que preocupam os gestores de

empresas que estio buscando transformar-se em NManufaturadoras de

Classe Mundial N, destacam-se os seguintes. no estudo do autor:

c., Nakagawa. Masayuki - NGestlo Estratégica de Custos N - Editora

f>,p,as S. A. 510 Paulo - SI' 1991 ..

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31

1. os sistemas tradicionais de custeio tlm

gerado distorçSes no custo dos produtos ao alocarem os custos

indiretos de fabricaç~o (CIF) utilizando critérios de rateio

geralmente arbitr'rios, além de um ndmero muito limitado de bases

de apropriaç~o, que usualmente tlm sido horas de m~o-de-obra­

direta ou horas-m'quina;

2. enquanto os custos indiretos de fabricaç~o

(CIF) vim crescendo, as bases utilizadas para sua apropriaç~o vim

diminuindo sensivelmente, n~o s6 elevando as taxas de aplicaç~o

desses custos, como também aumentando o risco de erros na

apuraç~o do custo dos produtos;

permitem a

3. os sistemas tradicionais de custeio n~o

identificaç~o e eliminaç~o de atividades que nio

adicionam valor ao produto, além de induzirem a produç~o em larga

escala para a diluiç~o de custos fixos, gerando, assim, estoques

Excessivos;

falhas

4. os custos da qualidade, em termos de

internas e externas, prevençlo e avaliaç~o. n~o sio

identificados e mensurados pelos sistemas atuais;

5. os sistemas atuais concentram-se mais no.

custos correntes de produç~o, em preju{zo da an'lise do impacto

do custo no ciclo de vida dos produtos, deixando, assim, de levar

em conta o custo-meta do qual se anal isa a viabilidade do produto

no mercado~

6. pelos sistemas atuais os gestores n~o

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32

obtim dados e informa~Be. sobre as oportunidades de eliminar

desperdicios e promover o continuo aperfei~oamento de atividade.

dificultando. assim. importantes decisBes de investimentos em

tecnologias avan~adas de produ~ao1

7. as mensura~ies de desempenho feitas pelos

atuais sistemas. frequentemente. sao at~ mesmo conflitantes com

os obJet ivos estratégicos da empresa;

8. finalmente. não avaliam adequadamente

desempenhos operacionais. nao mensur~veis financeiramente. tais

como~ qualidade. flexibilidade. ciclo de produ~ao e atendimento

de ordens.

Prlncipios de custos.

o obJet ivo do CMS CCost Management System) ~ o de

mensurar o custo dos recursos consumidos pelas atividades

relevantes da empresa. Seus relatórios devem ser suficientes para

satisfazer .s eXiglncias internas e externas. tais como tomada de

decisies estratégicas. planejamento e controle de opera~ies

rotineiras. e demonstra~ao de resultados econ8mico-financeiros da

organizaçãOa

Diversos principias. prossegue Nakagawa. orientam

o CMS e podem contribuir para o aperfei~oamento de gestao

estratégica de custos:

a. Ident ifica;ao dos custos das atividades que

adicionam valor. para melhorar o uso de recursos ~

Os custos das atividades de produ~ao e de suporte

que nao adicionam valor devem ser identificados de forma visivel

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33

e tomados como base para sua reduçlo e ati mesmo eliminaçlo

total.

b. Reconhecimento dos custos de manutençlo de

ativos como uma atividade que nlo adiciona valor

diretamente ao produto:

apropriável

A manutençio de ativos representa importante custo

que nlo adiciona valor. Estes ativos tim significativo custo que

• financiado pelos recursos internos da própria empresa, com

impacto no caixa ou no patrim8nia liquido, ou por

externos de terceiros. Tradicionalmente, o custo associado à

manutençlo de ativos tem sido embutido sob a forma de custos

indiretos, ou ati mesmo ignorado naS demonstra,Ses financeiras.

Em alguns casos r ele. um custo imputado e considerado apenas

para as finalidades dos relatórios gerenciais.

apropriáveis,

gerenciais R

c. Os custos relevantes devem ser diretamente

tendo em vista os objetivos dos relatÓrios

A utilidade das informaçBes sobre custos est.

diretamente relacionada com a preclslo com que os mesmos slo

apropriados, tendo em vista os relatórios gerenciais. O que se

pretende • vinculá-lo diretamente aos projetos, processos R

produtos com 0$ quais estio associados. Esta apropriaçlo precisa

e direta requer que todos os custos fixos e variáveis sejam

considerados simultaneamente. A separaçlo de custos em fixos e

variáveis • algo nlo assimilável pelos gestores em suas decisBes

rotineiras, no contexto de CMS.

d • Centros de custos independentes devem ser

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34

estabelecidos. com base em cada grupo homogineo de atividades

consistente com a responsabilidade organizacional:

Todos os custos devem ser coletados com base em

atividades relevantes e devem estar associados com cada um dos

centros de custos identificados. Os centros de custos devem ser

definidos de tal maneira que todos os custos ap~esentem uma

rela~lo de causa e efeito bastante compreens(vel.

e. A acumulaçlo e o relato de custos com base no

sistema de custeio por atividades CABe) dever. melhorar o

processo de apropriaçlo :

As atividades releventes podem ser identificadas e

separadas de acordo com as unidades organizacionais que as

desempenham. Uma mesma atividade pode ser desenvolvida em

diversos centros de custos. mas as transa~8es relacionadas com a

atividade dever lo ser identificadas e coletadas por cada centro

de custo especifico que executa o trabalho.

f. Devem ser desenvolvidas bases independentes

alocaçSes que reflitam adequadamente as rela~Ses causais entre

de

O p • custos das atividades e os objetivos dos relatórios gerenciais:

Em todos os casos em que a atribui~lo de custos se

torna imposs(vel ou nlo econ8mica. devem-se estabelecer centros

de custo (cost pools) que acumulem os custos homogineos e Os

aloquem aOS objetivos desejados pelos relatórios gerenciais. A

aloca~lo deve ter como base regras sadias, que enfatizem as mais

adequadas rela~8e. de causa e efeito. A

conceito pode acabar resultando no uso de m~ltiplas bases de

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35

alocaçio (Isto é, bases que nio sejam apenas as de mio-de-obra

direta). Toda vez que se observarem alteraiSes nas relaiSes de

causa e efeito, deverá haver a possibilidade de mudar as bases de

t:\ 1 oc ae; ão a

g. Os custos devem ser consistentes com as

necessidades de se suportar a gestio do ciclo de vida =

O CMS deve dar suporte ao sistema de custeio por

ciclo de vida, que consiste na acumulaçio de custos por

atividades ocorridas durante o ciclo de vida total de produto.

Isto inclui nio s6 custos repetitivos de produiio, mas também

aqueles que ocorrem apenas uma vez, tais como os que ocorrem

durante a fase de desenvolvimento do produto e nas de suporte

logí~>t ico.

h. Os custos de tecnologia devem ser atriburdos

diretamente aos produtos:

Os custos de tecnologia tornam-se um elemento de

custo e devem ser tratados ao mesmo nível da mio-de-obra direta R

materiais diretos. A crescente importlncia e material idade destes

custos, no atual ambiente de tecnologias avançadas de produ;io.

exige que sejam apropriados diretamente aos produtos, processos e

projetos que usam tais tecnologias. O uso de tecnologias pode ser

mensurado através do n~mero de horas-m'qulna ou pelo tempo total

que um produto consome dentro de fábrica ati ficar pronto

(throughput time), ao Invés do mitodo tradicional de se calcular

a depreclaiio durante determinado n~mero de anos •

• O custo real do produto deve ser mensurado

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36

contra o custo meta, afim de dar suporte ao processo d.

elimina;lo de desperdícios:

A empresa deve medir o progresso de como está

atingindo o custo meta estabelecido. Esta informa;io é crucial,

se a empresa espera reduzir custos durante determinado per(odo de

tempo previamente determinado para chegar ao custo meta.

j. O controle interno deve ser desenvolvido e

aperfei;oado • medida que a empresa se automatiza, mas segundo

abordagens eficazes em termos de custo:

Um adequado sistema de controle interno & de

fundamental importincia para qualquer sistema contábil. ~ medida

que uma empresa se automatiza, migrando para um sistema

operacional desburocratizado, as verifica;!es e balan;os

intermediários necessários para uma gestlo eficiente e eficaz de

cada área de responsabilidade devem evoluir e refletir as

mudan;as que ocorram no processo de manufatura.

Princípios de mensura;io de desempenho:

Os objetivos da mensura;io de desempenho. de

acordo com Nakagawa, s~o=

1 • mensurar o nível de acerto com que as

atividades da empresa estio sendo executadas, em rela;io .s metas

e objet ivos discut idos e aprovados durante a fase do processo do

planejamento estratégico;

oferecer adequado suporte ao processo de

elimina;io de desperdícios.

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A empresa necessita nSo s6 de inForma;Se.

Tinanceiras, como também de informa;8es nlo-Tinanceiras para

mensurar seu desempenho. Para serem compreens(veis y tais

informa;ies devem ser consistentes. Qualquer melhoria de

desempenho (por exemplo: redu;So no prazo de atendimento de uma

ordem) deve ser também compreensivel e mensur~vel em termos

financeiros. Para atingir os objetivos desejados de mensura;lo de

desempenho, tlm-se identiTicado os seguintes principios:

a. As mensura;Ses de desempenho devem assegurar •

congruência dos objetivos da empresa:

As mensura;Ses de desempenho devem assegurar que

haja uma conexlo entre as atividades da empresa e seu processo de

planejamento estratigico. Portanto, as mensura;8es devem ser

consistentes com os objetivos da empresa, levando em conta tanto

os fatores internos como externos, requeridos para atingir tais

objjtivos. i interessante relembrar aqui o axioma nsd se consegue

obter aquilo que for possível mensurar"~

Os padries de mensura;lo de desempenho devem ser

totalmente compativeis com a aplica;lo do principio de

accountability ls pessoas que estejam executando a atividade

mensúrada. Isto requer

ampl itude da responsabilidade de uma atividade sem sobrepor-se .s

responsabi] idades de outras atividades.

A metodologia utilizada para quantificar o

desempenhO e o prop6sito de cada forma de mensura;So deve ser

comunicada a todos os niveis gerenciais da empresa,

responsabilidade. DEvem Tica~ claras e evidentes as relações

entre as metas individuais e as metas da empresa. Os resultados

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313

de todas as mensura;8es de desempenho devem ser vis{veis ao maior

nl.Ímer-o possível de pF.ssoaS 7 de modo a Tacilitar-lhes a

concentra;ão da aten;ão dos problemas emergentes e encorajá-los a

entender .s mensura;8es para melhorar seus desempenhos Tuturos.

b. As mensura;8es de desempenho ser

estabelecidas para as at ividades relevantes:

A contabilidade ~ responsável pela mensura;ão dos

insumos CeTicilncia) utilizados para executar uma atividade, ao

passo que a mensura;ão de desempenho preocupa-se com o resultado

CeTicácia) da atividade.

Para todas as atividades relevantes devem ser

estabelecidas mensura;8es espec(Ticas. embora nem sempre os

mesmos dados estatlstlcos sejam necessários para cada uma delas.

c. As mensura;8es de desempenho devem sei"

estabelecidas para melhorar a visibilidadE dos dirEcionadorEs de

custos :

As mensura;8es dE dEsempenho devem permitir ao

analista o reconhecimento dos direcionadores de custos. Sd uma

adequada compreenslo e a visibilidade de tais direcionadores

auxiliarlo os gestores a terem acesso e uso desta inTorma;lo para

Tins de controle de custos.

d. Tanto as atividades mensuráveis financeiramente

como aquelas que nlo slo devem ser

mensura;lo de desempenho :

incluldas no sistema dE

Desde que as at ividades relevantes já tenham sido

identiTicadas. as mensura;8es a elas pertinentes devRm ser

poucas, quantiTicáveis e de fácil entendimento. As mensura;8es

devem ser deTinidas e expressas em termos de unidades relevantes

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de mensura;io. Muitas mensura;Ses sio mais bem expressas quando

estabelecidas em termos f(sicos (por exemplo: tempo, transa;8es

etc.). Todavia, mesmo estas mensura;Ses deveriam ser converslveis

em termos financeiros. Isto significa que em palses com elevado

n(vel de infla;lo os sistemas de mensuraçlo de desempenho devem

incorporar as ticnicas J' desenvolvidas no Brasil de correçlo

integral de dados e informações contábeis nos relatórios

gerenciais.

Principias de sestio de investimentos.

Para Nakagawa, o Objetivo da gestlo de

investimentos i identificar o conjunto ótimo de recursos e

atividades que permitiria. empresa a realizaçlo de suas metas e

objetivos com o m(nimo de desperd(cios. Para tanto, diversos

principias foram desenvolvidos:

a. A gestlo de investimentos i mais do que um

processo de orçamento de capitaln

Ela deve ser vista como algo necessário para

identificar, avaliar e implementar novas atividades ou abordasens

alternativas para as já existentes, mas sempre tendo em vista o

melhor desempenho da empresa no futuro.

por as fun;Ses d€"

desenvolvimento de produto/processo e de manuten;lo de uma

E,mpresa. Em muitos casos, os custos associados com essas fun;8es

slo vistos como despesas de per iodo, e 510 controladas em nlve]

do orçamento operacional. Entretando, considerando-se o impacto

que essas fun;Ses tlm a longo prazo em termos de estrutura de

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custos e desempenho operacional. sugere-se que esses gastos sejam

c.onsiderados

operacionais.

investimentos de capital não despesas

b. As decis8es da gestlo de investimentos devem

ser consistentes com as metas da empresa:

o ponto de partida destas decis8es deve ser o

plano estrat~gico da empresa. Os investimentos em tecnologias

ava;adas de produ;lo devem ser direcionados pelos progn6sticos a

respeito de produtos e pelas estrat~gias da empresa, em termos de

como ela ir' en~rentar os problemas de mudanças tecnol6gicas.

c. Crit~rios mdltiplos devem suportar a avalia;la

das decis8es de investimentos:

Índices indicadores de desempenho de gestao

financeira e de custo, como ~ o caso da taxa de retorno sobre o

investimento (ROI), representam apenas um aspecto da questlo

maior que ~ a da gestlo de investimentos.

Os benef{cios que decorrem de uma adequada gestlo

de investimentos, tais como qualidade, volume total de produ;lo e

flexibilidade, podem ser de grande importlncia estrat~gica. Dessa

maneira, ao se avaliarem projetos de investimentos, recomenda-se

que sejam levados em consideraçao crit~rios financeiros e nlo­

~inanceiros de natureza estrat~gica.

d. Os investimentos e os riscos a ela associados

devem ser considerados elementos indissoci'veis de uma estrat~gia

de investimentos:

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41

Os beneficios de muitas das tecnologias avançadas

de produçio tornam-se visrveis quando diversas atividades de

manufatura estio ligadas entre si. A soma dos beneficios de

Pl'Oj et os individuais pode N nao ser a m€'sma de um grupo de

projetos. devido ls dependlncias e sinergias que podem existir

entre os mesmos.

Cada investimento deve ser analisado tendo em

vista seu risco tecnoldgico e econ8mico. O risco tecnológico

depende da certeza ou nio de a tecnologia j' estar disponlvel em

escala comercial. ou. se ela ainda precisa ser desenvolvida. Ela

i influenciada tamb~m pela vida estimada da nova tecnologia e sua

compatibilidade com a tecnologia j' existente na empresa. J' a

risca econ8mico ~ representado pela probabilidade de a tecnologia

considerada conseguir ou nio atingir os resultados econ8micos

elela esperados.

e. Os dados relativos ~s atividades devem ser

atribulveis ls oportunidades especificas de investimentos~

A partir do momento em que a tecnologia for

implementada. o CMS deve registrar e relatar o desempenho das

novas atividades ou daquelas que forem revistas. e monitorar os

seus resultados reais. A contabilidade por atividade melhorar' o

processo de registro e relato dos dados necess'rios para

justificar novos investimentos. bem como acompanhar os beneficios

dos investimentos em cursoa

f. As decis8es de gestio de investimentos devem

dar suporte l reduçio ou eliminaçio de atividades que nio

adicionam valor:

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42

~ ponto cent~al da gestlo de investimentos ~ o de

identifica~ e avalia~ novas atividades ou abo~dagens alte~nativas

pa~a as Já existentes, com o objetivo de melhorar o desempenho

global de uma empresa. Os p~oJetos de investimentos em estudo

devem se~ analisados, no sentido de se dete~mina~em seus impactos

no que diz ~espeito • elimina~lo de despe~drclos, du~ante os

pe~(odos estabelecidos pelo planejamento estratégico.

9. As decisSes de gestio de invest imentos devem

da~ suporte para o atingimento do custo meta:

As decisSes de investimentos, finaliza Nakagawa,

devem se~ consistentes com o conjunto de exigAncias estabelecidas

pa~a os nlveis de custos e de desempenhos, at~av~s dos quais se

espe~a atingi~ o custo meta global desejado.

2.2.6 - Campos

Campos, ao tecer coment'rios sobre a fase de

mudan~as muito ripidas pelos quais o mundo está passando, a'i~ma

que a p~eocupa~lo atual da alta administraclo das emp~esas em

todo mundo tem sido desenvolver sistemas administrativos

(software) suficientemente fortes e ágeis de forma a garant i~ a

sobrevivincia das emp~esas.

Pa~a o autor o TQC tem as seguintes caracterrsticas

bisicas'

a) É um sistema gerencial que parte do

reconhecimento das necessidades das pessoas e estabelece padrSes

pa~a o atendimento destas necessidades;

Campos, Vicente Falconi - TQC - Controle da Qualidade Total

(no estilo japonAs) - UFMG - FCO - 1992.

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b) i um sistema gerencial que

padries que atendem as necessidades das pessoas;

visa manter

43

Ar •

c) i um sistema gerencial que visa melhorar

(cont inuamente) os padrBes que atendam as necessidades das

pessoas, a partir de uma vislo estrat.gica e com abordagem

humanista.

CONCEITO DE CONTROLE

Controlar, na vislo de Campos, significa"

- planejar o processo, que inclui metas

procedimentos-padrlo~

cumprir o procedimento-padrlo;

- localizar problemas (resultados indesejáveis);

procurar causas dos problemas via análise do

processo~

localizar a causa fundamental;

- padronizar novo procedimento;

estabelecer {tens de controle.

Assim, o verdadeiro sucesso comercial

japoneses, nos dltimos 15 anos, i fruto do gerenciamento metódico

e praticado por todos na empresa: o controle pelo Ciclo POCA

(Plan, Do, Check, Action).

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Este Ciclo consiste emU

(Planejamento)

a) Estabelecer metas sobre os itens de controle;

b) Estabelecer o caminho para se atingir as metas

propostas;

(E)·:ecução)

Execução das tarefas como prevista no plano.

(Verii'icação)

do resultado alcançado com a meta

planejada ..

(Atuação Corretiva)

Detectar desvios e atuar no sentido de fazer

correç8es dei'initivas.

A i'igura abaixo mostra o Ciclo PDCA:

ATUAR CORRETIVAMENTE

VERIFICAR OS RESULTADOS DA

TAREFA EXECUTADA

DEFINIR AS METAS

DEFINIR OS MÉTODOS

QUE PERMITIRÃO ATINGIR AS METAS

PROPOSTAS

EDUCAR E TREINAR

EXECUTAR A TAREFA (COLETAR DADOS)

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GERENCIAMENTO PELAS DIRETRIZES

Campos diz que o Gerenciamento pelas Diretrizes

(HOSHIN KANRI, no Japio) é um sistema administrativo, praticado

por todas as pessoas da empresa, que visa garantir a

sobrevivlncia da empresa • competi~lo internacional:

a) Através da vislo estratégica estabelecida com

base na anilise do sistema empresa-ambiente e nas cren~as e

valores da empresa e que fornece o rumo para o estabelecimento

das diretrizes.

b) Através do direcionamento da pritica do controle

de qualidade por todas as pessoas da empresa, segundo a visla

estratégica.

PLANEJAMENTO ESTRATiGICO

Planejar consta sempre, prossegue Campos, de duas

partes insepariveis :

a) Definir metas (FINS)

b) Definir os métodos (MEIOS) necessirios para

atingir a meta.

Planejamento estratégico é o conjunto de atividades

necessirias para se determinar as metas (vislo), os métodos

(estratégia) e o desdobramento destas metas e métodos.

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46

M i Yê\,uch i o estabelecimento

diretrizes e metas da alta administra;lo faz-se de acordo com a

figura:

ANÁLISE DO SISTEMA

EMPRESNAMBIENTE

MUDANÇAS DO --. -.. AMBIENTE

(MERCADO)

TECNOLOGIA E ECONOMIA DOS CONCORRENTES

VALORES E CRENÇAS_ DA ALTA ADMINISTRAÇAO

VISÃO DA EMPRESA

ESTRATÉGIA DA EMPRESA

DIRETRIZES E METAS DE LONGO E MÉDIO

PRAZOS

DIRETRIZES E METAS DE CURTO PRAZO

DIRETRIZES E METAS ANUAIS

~

RESULTADOS E AVALIAÇÕES

• I I

- I I I I I

! , I I I

L _______________ _

Miyauchi, I. - Uma vislo Global da Implementa;io do CWQC no Japio

Segundo o Ponto de Vista do Ocidente, Seminário Internacional de

TQC, Slo Paulo, 31-07-86.

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47

OBJETIVOS DO GERENCIAMENTO PELAS DIRETRIZES :

Campos destaca que o objetivo do Gerenciamento

pelas Diretrizes (G~DI , garantir a sobrevivlncia da empresa.

Para tal, alguns outros objetivos internos se

aI Alcan;ar as metas da administra;lo comprometidas

pela alta direçlo.

bl Melhorar continuamente as opera;ies da Rot Ina do

Trabalho do Dia-a-dia.

cl Permitir que cada empregado compreenda seu

posicionamento na empresa, suas

responsabilidades, como cooperar com seus

companheiros, al'm de melhorar a comunica;lo na

empl"esa.

GERENCIAMENTO DO CRESCIMENTO DO SER HUMANO

Para Campos, os empres'rios do mundo ocidental nlo

se aprofundam o suficiente para entender o que i realmente b'sico

e ·fundamental para mudar o curso de urua empresa eM d i .... eç:f.~o , a

corupetit ivjdade~ Esses aspectos sio os seguintes:

aI O TGC, na abordagem japonesa, • a conjuga;lo de

mcitodos gerenciais que slo difundidos a todas as

pessoas .da empresa com o desenvolvimento de um

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clima que conduza. emo;~o pelo trabalho. O

resultado do trabalho de cada homem deve

significar muito para sua vida.

b) O TGC é essencialmente um programa de educa;lo e

treinamento através do qual toda. as pessoa. da

empresa devem mudar sua maneira de pensar.

c) O TGC é um programa gerencial centrado na.

pessoas e, portanto, é importante:

c.i) Aprimorar o recrutamento/sele;~o.

c.2) Educar e treinar as pessoas de forma a

transform'-las nas umelhore. do mundou •

c.3) Reter essas pessoas nos quadros da

empresa, de tal forma que a empresa

faça parte do projeto de vida de cada

um.

c.4) Criar condi;8es para que cada empregado

tenha orgulho de sua empresa.

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49

2.3 - ABORDAGENS SOBRE CONTROLE GERENCIAL EM EMPRESAS ESTATAIS

BRASILEIRAS

2.3.i,- Wer'neck

De acordo com Werneck, o esforço do governo no sen_

tido de aumentar o grau de controle sobre as empresas estatais fe_

derais,_ surge desde o final dos anos 70. Esta tendlncia veio re_

verter uma tradi;lo histdrica de descentraliza;lo do setor pdbli_

co do pais, cujo inicio se deu na d~cada de 30 e que sofreu gran_

de acelera;lo com a reforma administrativa de 1965.

Esta reversio se deveu a uma multiplicidade de valo_

res, mas a motiva;lo maior decorreu da preocupa;lo em assegurar,

de forma direta, o enquadramento das empresas estatais com os

objetivos da polltica de estabiliza;lo macroeconômica.

Este enquadramE.'nto foi insp irado pela percep;io de

que o sucesso da polltica de estabiliza;lo macroeconômica estaria

fortemente vinculado. capacidade de se conseguir alinhar as decl_

s&.s tomadas pelas empresas estatais com os objetivos maiores da

paI It ica global.

Em part iCIJlar, foi insp irado pela per'cepçlo dE.' qlJe

o uso do dispêndio pdblico como instrumento de controle da deman_

da agregada poderia gerar resultados mais efet ivos,caso se pudes_

se controlar totalmente nlo s6 o displndio da unilo como também

o das empresas do governo.

o aspecto central desta experiência foi a

;10 de um rlgido controle do dispêndio das estatais, com o obJeti_

WE.'rneck, r~og~r i o L.F. -- Empl'esas Est at a i s polltica

Macroeconôm i ca

-.. _-

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vo de aumentar a e~etividade das politicas fiscal, monetária e

erediticia. Neste context~, desempenhou um papel da maior impor_

tlncia a ~ixaçlo de tetos de investimento para o conjunto, e para

cada uma das empresas estatais. acarretando bruscas redu,Ses na

~ormaçlo bruta de capital ~ixo do setor produtivo estatal. AI~m

do controle de investimentos fixaram-se tetos para as despesas de

custeio e espeCialmente, para as de custo mlo-de-obra. O respeito

a esses tetos ~oi assegurado pela implanta,lo de um sistema de

controle da politica de ~inanciamento seguida por cada empresa.

Esta paI itica de corte drástico da demanda agregada

constitui o cerne de uma estrat~gia ortodoxa de estabiliza;lo do

balanço de pagamentos e combate • in~laçlo. mormente a partir do

~inal de 1982, quando da op;lo do recurso ao Fundo Monetário In

t ernac i onal.

Em rela,lo • pol itica anti in~lacionária, houve uma

tendlncia ao reajuste de preços e tarifas a taxas sistemáticas e

.igni~ieativamente menores do que o razo'vel. considerando-se os

custos de produ;lo.

Werneck en~atiza que: "Há razSes para se afirmar

que os impactos negativos desta pol(tica ~oram dificilmente justi_

f'icáveis pelo que ".e ganh-ou em termos de queda ou, mais ~reqilente_

mente, redu;lo da acelera;lo da inflaçlo.N

o sistema de controle do setor pdblico descentrali_

zado foi montado aos poucos e passou a ser gerido desde o final

de 1979 pela SEST - Secretaria de Controle de Empresas Estatais,

vinculada. Secretaria de Planejamento da Presidincia da Repdbli_

ca. Este sistema evidenciou a clara preval'ncia da preocupaçlo

com o alinhamento das empresas estatais aos objetivos da politica

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de estabilizaçlo macroecon8mica, sobre quaisquer outras preocupa_

~6€s que, em outros países, tem sido manifestados em sistemas

análogos de contl'ole. o acompanhamento mais estreito

e1esempenho das empresas estatais seja para a fi:·:açt~o de cl'itérios

gerais para determinaçlo de preços seja para avaliaçlo de

investimentos, tem merecido pouca atençlo.

Considerando os objetivos maiores de sua criaçlo, a

BEBT conseguiu, em curto prazo, avançar na elaboraçlo de um

sistema de controle das empresas estatais.

Contudo, a concentraçlo da atençlo na tentativa de

obtençlo de um controle efetivo sobre algumas decisies chave

tomadas no Imbito destas empresas, nlo permitiu que este controle

fosse exercido de forma mais sofisticada como seria de se desejar.

A pedra angular do sistema de controle montado pela

SEST é o orçamento de displndios globais.

Werneck destaca que foi sobre o setor p~blico como

um todo que recaiu o 8nus do ajuste interno por que passou a econo_

mia brasileira no inicio dos anos 80,como conseqUlncia das dificul_

dades advindas do setor externo. Destaca ainda, que a crise finan_

ceira que se estabeleceu no Imbito do setor p~blico, decorreu sim_

plesmente do fato de que os novos encargos envolvidos na sociali_

zaçlo do 8nus do ajuste interno tiveram que ser precariamente

acomodados, i custa da desarticulaçlo de funçSes tradicionais que

o Estado tem desempenhado na economia brasileira.

o controle sobre as empresas estatais adquiriu con_

tornos mais nltidos com a criaçio da SEST, no final de outubro de

1979.

Neste aspecto, caberia i SEST:

H ••• elaborar anualmente, com base nas informac;:ões

, .. )

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fornecidas pelas empresas estatais, a proposta de fixa;lo de limi_

tes m'ximos de displndios globais dessas entidades para a aprova_

;10 da Presidlncla da Repdblica no Imblto do Conselho de Desenvol_

vlmento Econ8mico - CDE".

o orçamento de dlsplndios globais das empresas esta_

tais se constitui assim na peça chave de controle da a;lo das em_

presas.

Atrav.s deste orçamento, estendeu-se is empresas es_

tatais uma forma de controle que, se bem pode ser adequada a enti_

dades governamentais propriamente ditas, • completamente despropo_

sitada para o seguimento empresarial do setor pdbl ico.

Buscando consolidar aS contas do setor pdblico

federal, foram tratadas Indiscriminadamente receitas

despesas, N nao importando sua natureza. Desta forma, um

displndio ocorrido na compra de carvlo pala Cia. Siderdrgica

Nacional. tratado da mesma forma que outro displndio de pessoal

ocorrido no Ministério da Justi;a. Ambos Implicam no mesmo

lmpacto sobre o orçamento consolidado do setor pdblico federal.

Este tipo de distor;lo deu lugar a uma vislo

deformada das reais propor;ies do setor pdbllco descentral izado

na economia brasileira F contribuindo para realimentar a

preocupa;lo com o controle do dlsplndio global.

Este procedimento ocasiona uma grave confuslo entre

valor agregado e valor bruto da produ;lo. Em uma economia moder

na, a simples soma dos displndios globais das unidades produtivas

supera, em muito, o produto internp bruto. O valor dos displndios

globais de qualquer empresa inclui transa;ies

que o torna nlo compar'vel a medidas de valor adicionado, como o

PIB.

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i lrcito que se compare com o PIS, o valor do dis_

plndio com bens e servi;os finais do governo, a 'im de se estimar

a propor;io do comando de poder de compra do governo sobre o PIS.

No entanto, a compara;io com o PIa a partir da soma dos

displndios globais das empresas estatais nio pode ser efetuada

uma vez que elas estio em geral engajadas em atividades

produtivas implicam displndios com matérias-primas,

produtos intermedi~rios, etc •••

Embora as estimat ivas recentes da SEST para os dis_

plndios globais tenham sido feitas consolidando-se previamente os

dados de €mpr~sas referentes a um mesmo grupo, n~o SE fez uma con_

sOlida;io dos dados referentes a empresas pertencentes a grupos

distintos. H~, portanto, dupla contagem do valor dos bens e servi_

;os envolvidos na transa;8es entre as empresas. O valor da energi_

a elétrica utilizada nas empresas do Grupo Biderbr~s est~

do nas despesas destas empresas, mas est~ também inclurdo nos dis_

plndios do Grupo Eletrobr~s pelo lado dos custos. i f~cil

nar uma série de outros exemplos que também envolvem dupla conta_

gem de valores extremamente significativos.

Conclui-se, portanto, que o valor dos displndios

globais das empresas estatais, considerado no or;amento BE8T, re

presenta um agregado que nio se sabe bem o que significa ou o que

mede, sendo totalmente destiturdo de sentido macroeconamico. i

surpreendente, portanto, a central idade que se atribui exatamente

ao controle deste agregado pela SESTa

Esta centraliza;lo parece decorrer da simples exten

sio da aplica;io do instrumento or;ament'rio cl'ssico de controle

de entidades governamentais ao segmento empresarial do setor pd_

blico. Esta interpretaçio ganha força quando se constata que o

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controle envolveu nio s6 o estabelecimento de tetos para os dis_

pindios globais, como tamb~m tetos para as v~rias rubricas que

compSem estes dispêndios, tais, como pessoal e encargos sociais.

encargos financeiros e outros custeios. Esta pr'tica tem sido jus_

tificada pela SEST como necess~ria para assegurar a redu;io de

custos. Trata-se de fato,de uma forma usual de se conseguir tal

redu;io em re~arti;8es p~blicas; mas ~. contudo, totalmente

descab(vel em empresas, onde constitui um mdtodo rudimentar de

consecu;io deste objetivo, interferindo ineficientemente com a

necess'ria autonomia com que deve contar a dire;io destas

empresas. O controle de pre;os, aliado ~ exigincia de que sejam

atingidas determinadas metas de desempenho financeiro, pode

assegurar, de forma muito mais eficiente a redu;io almejada.

Poder-se-ia alegar que o controle dos dispindios

globais representa apenas uma forma indireta de se controlar

dispindios nio custeados com recursos pr6prios, e que nio estaria

~avéndo preocupa;io em se controlar os displndios globais em

si. Esta interpreta .. io ~ todavia claramente infundada. De fato,

na Exposi;io de Motivos, que submete o or;amento SEST referente a

1984 ~ aprova;io do Presidente da Rep~blica, d feito o seguinte

esclarecimento:

NCabe ter presente que uma vez estimada a receita

prdpria, com base nos parlmetros de pre;os adotados para o exercl_

cio or;ament~rio, quaisquer acr~scimcis de recursos dai advindos

somente poderio ser utilizados pelas empresas com aprova;io de

Vossa Excelincia, ap6s exame e parecer da Seplan N•

A importlncia que se atribui ao controle de

dispindios globais em si nio poderia ficar mais clara. Na mesma

exposi;io de motivos, h' outra passagem na qual este ponto ,

e

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reenf.tiz.do. Est. p.ss.gem bem revel., .dem.is, • preocup.~lo

com • fix.~lo de tetos por rubric.s, mencion.d. acima:

rem.nej.mento de limites de dispindio entre a-•

diversas rubrica. d. Orç.m.nto SEST/Displndios Glob.i. - 1984,

que nlo envolva .1ter.;lo do teto glob.l, depender~ de privia

• .xpr ••••• utoriz.~lo d. S.pl.n, devendo o .to .probat6rio

ser comunic.do .0. interessados".

A po.sibilid.de de m.n.j.r ••• mpr •••• estat.i. co_

mo instrumentos de política m.croecon8mic. de curto pr.zo, d. for_

ma •• um.nt.r • efic~ci. d.sta polític., foi o que in.pirou a cri_

.~Io da SEST e tem inspir.do sua atua~lo. Naturalm.nte, pode-se

discutir se a. empresa •• st.tai. dev.m ou nlo ser manejad.s desta

form., e ati que ponto isto poderia ser feito sem ac.rretar con_

.eqUlnci.s indesejad.s. Mas mesmo que se aceite que tal manejo é

.dmisslvel, e se ex.mine a questlo do ponto de vista de sua racio_

nalid.d. intern., nio h~ por que, operacionalmente, centrar o con_

trole sobre o valor dos displndios glob.is destas empresas.

o cham.do or~am.nto das H.mpresas estat.isH abr.nge

a. contas de centen.s de entidades distint.s que comp8em o setor

p~blico feder.l d.sc.ntralizado. Pr.t.ndi.-••• l.bor.r um orç.m.n_

to consolidado de s.tor p~blico fed.ral que fosse .lém do simples

or~.m.nto da Uniio, o que inclui, d. um l.do, • r.c.ita do Tesou_

ro e, do outro, a. d.sp.sas efetu.d.s pelos 6rglos d. administra_

;10 direta d. Unilo. b.m como a. tr.nsf.rincias do T.souro.s au_

torid.des monetári.s e .s entidades que compiem o .etor p~blico

desc.ntralizado.

Percebi.-se que o orçamento d. Unilo, por si s6,

era clar.mente um instrumento pouco eficaz de controle financeiro

do setor p~blico f.der.l como um todo, n. m.dida .m que nio

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inclula uma ~raç~o ponder'vel da despesa p~blica federal. Como

parte desta despesa tem sido feita através das próprias

autoridades monet'rias. procurou-se exercer sobre ela um maior

grau de controle através do aprimoramento do c8mputo e do

acompanhamento das contas ~iscais no orçamento monet'rio. que

j~ era, h' muito. a chave de manejo da pol(tica

monet'ria. Contudo. isto ainda deixava fora de controle a parte

importante da despesa p~bl ica que tem sido ~eita através das

entidades que compiem o setor p~blico federal descentralizado.

Surgiu dai a idéia de mais um or,amento, e apenas

um. para controlar toda a despesa p~blica ~ederal que nlo estives_

se sendo feita diretamente pela Uni~o ou através das autoridades

monet'rias. Isto deu origem ao orçamento SEST que ficou. portanto.

com uma abranglncia residual. incluindo toda a variada gama de en_

tidades que compiem o setor p~blico descentralizado: autarquias.

drgios aut8nomos, funda~g~sr empresas pdblicas, sociedades de eco_

nomia mista e sociedades civis e limitadas. Para assegurar a a_

branglncia pretendida. todas estas entidades foram rotuladas de

Hempresas estataisH para efeito do controle a ser exercido pela

SEST.

Isto significou colocar entidades totalmente distin_

tas sobre um mesmo tipo de controle ~inanceiro" As empresas pro_

priamente ditas foram submetidas. camisa de for,a de uma orçamen_

ta~~o que, se bem de~ensivel para o controle de agincias governa_

mentais descentralizadas, é totalmente Inadequada para o controle

financeiro de empresas.

O displndio global de uma ent idade descentralizada

do governo, que geralmente tem receita própria desprez(vel, repre_

senta um gasto indireto de recursos advindos do Tesouro e tem um

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impacto fiscal semelhante a qualquer outra forma de dispindio p~_

blico, sendo natural o seu controle. Ji o dispêndio global de uma

estatal, capaz de financiar seu custeio com receita prdpria, nio

tem normalmente qualquer impacto fiscal, e quando o tem, pode ser

medido pelo montante de recursos do Tesouro transferido. empresa.

Do ponto de vista exclusivamente fiscal, o que im_

porta, no que tange .s empresas estatais, ~ o volume de recursos

do Tesouro que direta e indiretamente a elas se transfere, enio

seus gastos globais.

A abrangência do or,amento SEST somente contribui

para a subsistência destas visies distorcidas. i bem verdade que,

mais recentemente, a SEST passou a dividir e a tratar separadamen_

te as entidades sob seu controle em cinco conjuntos distintos,

que foram definidos da seguinte forma:

aI Empresas do setor produtivo estatal - Nsio as (234)

empresas que produzem bens e serviços, quase sempre de forma mono_

polista ou oligopolista ••• Normalmente, essas empresas sio regi_ a

das pela Lei N • 6.404/76, que regula a atua;io das sociedades

por a;ies e, em geral. somente dependem de aportes do Tesouro nas

fases de implanta;lo ou de ampliaçio de seus projetos de investi_

menta. Os gastos operacionais sio atendidos atrav~s de recursos

pr6prios salvo poucas exceçies •.. "

bl Entidades t(picas de governo - Nsio as (190)

tui,Ses regidas em geral pela Lei No. 4.320/64 (drgios aut6nomos,

autarquias e fundaçies. entre outrosl. que possuem objetivos t(pi_

cos da atividade governamental

normalizaçlol e dependem basicamente de recursos de Tesouro N;

c) Previdência Social - "slo as 7 ent idade1s

que compiem o Sistema Nacional de Previdência e Assistência

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Social (Sinpas), cuja fonte básica de ~ recursos sao

contribui~Bes legais feitas por empregados e empregadores R;

d) Bancos oficiais federais - Hsio as (14) institui_ C)

~Bes financeiras oficiais regidas pela Lei N • 4.595/64, cujas a_

e) Concessionárias - Hsio as (26) empresas [dos Esta_

dos] que operam no setor de energia elétrica por autoriza;io do

.Governo Federal [e que sio inclu{das no cadastro SEST] dado o

grau de dependincia de decis8es na área federal no que diz respei_

to ao programa de investimentosH~

Contudo, apesar da separa;io, todas estas enti-

dades continuam sendo inapropriadamente rotuladas de Hempresas

Embora os orçamentos e os relatdrios SEST apresentem

os dados separados, eles continuam sendo também agregados e é por

este expediente que tim sido mais freqUentemente as HestataisH

analisadas no debate econ8mico nacional, o que permanece dando

lugar a todo tipo de equivoco. Ademais, a separa;io em conjuntos

distintos nio significou uma mudan;a no problemático tratamento

orçamentário homogineo de entidades fundamentalmente

heteroglneas.

2.3.2- Gomes

Em sua tese de doutorado, Josir Simeone Gomes

estudou uma amostra de nove empresas, das quais sete eram de

de economia mista e duas p~blicas.

Concluiu o prof. Gomes que a grande maioria das

empresas, incluindo-se a CSN (Companhia Sider~rgica Nacional),

adota modelos de controle gerencial afastados dos modelos

Gomes, J. S. - Um Estudo Exploratdrio sobre Controle Gerencial em

Empr.sas Estatais - Tese - COPPEAD/UFRJ - Rio de Janeiro, 1983.

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considerados eficazes pela I itel'atura pert inente, sendo "uf."~

apenas duas empresas tentam se aproximar, enquanto quatro outras,

inclusive a CSN, estio bastante afastadas.

o referido estudo destacou ter encontrado uma

~nica empresa com grande preocupa;io em rela;io ao processo or;a­

ment'rio, refletindo-se esse zelo em trls pontos essenciais:

(1) a integra;io entre a diretoria e o corpo de

~:J€t"€l1t€5'~.,

(2) o envolvimentd da diretoria em todas as fa.e.

do processo e,

(3) o fato dos gerentes se sentirem bem

a respeito do processo.

Nas demais empresas.,

informados

orç:amento imposto pela diretoria,

acata-se passivamente o

como no caso da CSN onde

nenhum dos trls pontos acima é verificado.

Com excessio de trl. empresas, afirma o prof.

Gomes a total incapacidade das demais de ajustarem seus planos

orç:ament'rios e todas reconhecem como negativos os efeitos do

controle da SEST sobre seus processos de planejamento e controle.

Concluiu tamb~m o prof. Gomes que, ao central izal'

C)s processos decisdrios na SEST, o governo provocou o

deslocamento da autoridade administrativa dessas empresas de

dentr"o para fora, esvaziando as gest8es que até 1979 eram

bastante aut8nomas e passlveis de responsabilizaç:io.

Outro aspecto levantado foi que a adoç:io do fluxo de

caixa como instrumento de controle gerou administraç:8es voltadas

para valores e prazos curtos, com preJuizo de aspectos fisicos,

comportamentais e de longo prazo, al~m de linearizar as empresas

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controladas. revelia dos seus diversos graus de eVicilncia.

Segundo o proVo Gomes, o processo de controle

gerencial ~ ainda prejudicado pela a;lo externa da SEST na medida

em que ao limitar os objetivos organizacionais, atravis da res­

tri;lo da autonomia, ela impede a melhor identiVica;lo e avalia­

;10 de desvios, assim como a absor;lo do Nfeedback N•

Foi identificada uma outra caracter{stica

relevante: a sobrecarga de informa;Bes pois,segundo o autor, esse

fato tem eVeitos negativos, que se manifestam, principalmente,

das seguintes formas:

(1) relaxamento dos critérios de classiVicaçlo de

valores.

(2) arbitrariedades nas classifica;Bes e ,

(3) duplicidade conflitante de informa;;e ••

Ressalta-se, ainda, que a SEST nio d~ o retorno das

sua. avalia;;es para as empresas correspondentes salvo quando,

anualmente, torna p~blico os dados consolidados da execu;lo

or;ament~ria.

o prof. Gomes detecta fatores de

sistema de controle da SEST, destacando~

fragilidade do

(1) In fase no controle de gastos com preju{zos

para as pol{ticas de pessoal, de qualidade, de manuten;lo, etc.,

(2) In fase nas medidas financeiras implicando em

paraliza;lo ou retardamento de programas priorit~rios a

(3) como o or;amento é controlado em termos

financeiros, os atrasos nos pagamentos ou nos cronogramas fisicos

alo distorcidos, porque nlo slo controlados.

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i relevante tamb~m a utiliza~.o de parlmetros ir-

reais, medidas financeiras com alcance de curto prazo que

desconsideram aspectos f(sicos e longo prazo de matura~io dos

programas. Dessa forma, a SEST prejudicou o controle gerencial

das empresas, priorizando os mecanismos e generalizando o

descr~dito gerado pelo irrealismo dos parlmetros.

Em contrapartida, observa a respeito da SEST'

(1) a sua cria~io pode ser interpretada como uma

tentativa de alcan~ar congruence 'l a nível macro-

econBmico e,

(2) a SEST, em si, representa a primeira tentativa

concreta de estancar o processo de estatiza;io que alcan~ou

o auge na d~cada de 70.

Ao terminar, o prof. Gomes faz recomenda;Ses ao

governo, • SEST e às estatais'

Ao Governo

a) levar em conta objetivos especificas das

empresas. distintos dos objetivos do governo, na

parlmetros de avalia;io de desempenho;

formula~ão

b) separar, nessa avalia~ão. os efeitos da inter-

'erlncia deliberado do governo;

c) tornar transparente o plano governamental, de

modo a permitir que as empresas desenvolvam o controle gerencial

usando-o como base e referlncia; e

d) repensar centraliza;ão administrativa,

desenvolvendo alternativas de descentraliza;ão levando em conta a

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e),peri~ncia de outros países, como por exemplo a Inglaterra, ond~

a m' administra;lo nlo pode ser atribulda ao governo.

~ BEST

a) reformular o projeto do sistema de controle,

principalmente quanto ao modelo de controle~

b) utilizar auditores independentes para garant ir

an'lises nlo impactadas por procedimentos cont'beis~

c) promover o ·feedback· necess'rio para que as em-

presas absorvam desvios, corrijam procedimentos e se adaptem di-

namicamente.

Defende0 autor neste ponto que os parlmetros de

avalia;lo seriam mais adequados e haveria maior liberdade

gerencial se a SEST. desvinculada do executivo e buscando o

consenso do legislativo, agisse como o ·controller· encontrado

Em Israel ou o "ombudsman" nos pa{ses ndrdicos.

~s Estatais

a) reformular o sistema de controle gerencial, des-

locando para a motiva;lo a importlncia que lhe ~ devida~

b) atribuir ao mesmo sistema o alcance da congruln-

cia de objetivos com vistas a compatibilizar os interesses p

procedimentos dos elementos que colaboram com a empresa (os acio-

nistas, usu'rios e empregados).

2.3.3 - Faria

Conforme relatado em sua tese de mestrado, Faria

detetou, na CSN, que o planejamento nlo era voltado para

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políticas de longo prazo, tendo sua aten;io dirigida para o

cotidiano da empresa.

Em r'ela;io l congrulncia de objetivos, Faria

afirma que o mesmo é dificultado devido, entre outros fatores, ~

interven;io d~ agentes externos no processo reforçando a

ambiguidade de objetivos, restringindo a autonomia administrativa

e empresarial da equipe dirigente.

Outro ponto destacado por Faria é que o orçamento,

ao ser imposto de fora para dentro da organlza;io, N nao era

aprovado em tempo h'bil pelo controlador externo, inexistindo

"feedback U ~ empresaq

Concluiu Faria que, os agentes externos, ao

fixarem os parlmetros e diretrizes or;ament'rios, exercem

forte influincia sobre os aspectos motivacionais do orçamento,

gerando a percep;io para o pessoal da organização, de nio ser o

orçamento v'l ido e legítimo.

Ainda em rela;io ao impacto do controle externo,

Faria coloca que parece haver liga;io entre a redu;io

significativa da autonomia administrativa e empresarial da equipe

dirigente com os resultados negativos que a empresa apresenta

desde 1982.

Neste aspecto, lembra Faria, o controle rotineiro

exdgeno • empresa, é na realidade, um Npseudo-controleN como

descrito por Hofstede (1981) j' que o equilíbrio é aparente, nio

sendo o processo controlado, pela quase total auslncia de

"feedback"M

2.3.4 - Spiller

Spiller diz que os agentes de controle externo

exercem infuincia significativa sobre os aspectos motivacionais

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do orçamento, no que tange. validade e legitimidade dos padr8es

arçamentirios estabelecidos para a Companhia, no caso a CBTU.

Outro ponto destacado por Spiller é o de que os

executivos da CBTU entendem que o controle or;ament'rio externo

provocou consider'vel eleva;lo do esfor;o de trabalho da Empresa.

destacando ainda que a falta de integra;lo entre os diversos

controles acentua o aumento do trabalho, nao sendo, no entanto.

percebidos os propósitos para os quais os relatórios sao gerados.

Sp i 11 er também comenta a ine>:istência

"feedback" por parte dos agentes de coMtrole externo.

Destaca Spiller que o volume de i nfOl'maç8es

exigidas provoca um consider'vel esforço de trabalho da Empresa,

a ponto de ser criado na 'rea de or;amento, um setor espec{fica

para atendimento aos agentes externos.

Spiller afirma que a coexistência de diversos

sistemas de controle na administra;ao p~blica federal, por nao

serem integrados, levam a disfun;8es tais como: J?uperposi;ao d(;,

o\t ivi dades, . " Invasao de competência, controles m,llt iplos

ineficazes, obrigando as empresas a dispêndios de tempo •

recursos para a coleta de informaç8es nem sempre representativas.

A multiplicidade de atribuiçies e objetivos a

cargo dos agentes externos e a ausência de parlmetros adequados

prejudicam a avalia;ao de desempenho das Empresas até mesmo pela

·falta de metas claras e precisas que possam permitir a

estrutura;ao e o preparo prévio das informa;ies, refor;ando, em

consequênc i a ~ a dificuldade de essas entidades cumprirem seu

papel"

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65

2.4- ABORDAGENS SOBRE ORCAMENTO

2.4.1.- WELSCH

2.4.1.1.- ADMINISTRAC~O E O PLANEJAMENTO E CONTROLE

DE RESULTADOS

o autor sugere a administra;io, no seu conceito

mais sintético, como a persegui;io de objetivos empresariais

através da coordena;io de esfor;os, ou seja, do uso de um

complexo de recursos, com clara inclina;io para os humanos.

Defendendo o que prefere chamar de planejamento e

controle de resultados, em detrimento de setores comuns que

usualmente se referem. or;amenta;io e controle, Welsch afirma a

sua cren;a em que uma administra;io competente pode planejar,

manipUlar e controlar vari~veis relevantes. vida da empresa.

Segundo o autor, planejamento e controle de

resultados constitui um sistema administrativo. e nio cont~bil,

embora reconhe;a que a grande disponibilidade de registros

cont'beis (dados sintéticos) e a pré-existlncia de sistemas

contábeis (procedimentos) facilitam um estreito relacionamento

entre esses sistemas.

As decisões mais importantes devem visar

fundamentalmente o longo prazo. Para que isto ocorra, toda a

estrutura funcional da empresa ter' de buscar esse horizonte, e

as pessoas serlo induzidas a variáveis nlo control~veis na medida

em que puder identificá-las. distingui-las e est imar a sua

capacidade de a;lo sobre elas.

Em um bom sistema de planejamento e controle de

Welsch, G. H. - Or;amento Empresarial - Livros Técnicos e

Cientificas Editora S/A. Rio de Janeiro, 1981.

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66

resultados, as unidades funcionais da empresa sio sutilmente

desagregadas, de modo que cada uma conheça e exerça as suas

medidas de autoridade e responsabilidade, formando-se o que se

chama de estrutura organizacional. Como esse sistema se pressupSe

auto-realiment'vel em termos de a;io administrativa, corretiva ou

nio, ele nio pode prescindir da exata ~esponsabilidade individual

de cada unidade em determinado resultado, e a responsabilidade

nio ser' legitimamente exiglvel sem a correspondente outorga de

autoridade. Entretanto, ressalta o autor~ a estrutura

organizacional nlo dever' ser considerada um fim em si mesma, mas

um modelo estrutural de funcionalidade destinado ao alcance dos

grandes objetivos empresariais, esses sim, o verdadeiro fim.

O gerenCiamento do nlvel de motiva;io dos recursos

humanos ~ essencial. efic'cia administrativa de planejamento e

controle de resultados.

Encontra-se com frequlncia nos meios empresariais

pessoas que se orientam com firmeza para objetivos seus. Mas,

para que haja um bom nlvel de motivação pessoal, é n€cEss~ria a

harmoniza;io dos objetivos pessoais e empresariais. Welsch

defende o envolvimento das pessoas no processo de estabelecimento

dos objetivos empresariais, como a melhor maneira de se reduzir

aO mlnimo o conflito de objetivos.

o autor levanta uma relação da maior importância

para a eficicia administrativa: a do controle com o momento da

Os efeitos das a;Ses j' efetivadas, raramente podem ser

completamente acumulados e, portanto, o controle nio deve OCOrrer

depois da ação • Naturalmente, podem vir a ocorrer situa;Ses que

não o permitam mas nas empresas onde o controle

sistematicamente exercido no momento da a;ão, cada passo ~ mais

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consciente e congruente. alim do que, o diagndstico dos efeitos

de tais a~Ses nio fica HmascaradoH pela a~io do tempo nem pela

sobreposiçio de a~Ses diversas.

2.4.1.2.- PRINCiPIOS FUNDAMENTAIS DO PLANEJAMENTO

E CONTROLE DE RESULTADOS

Nos ~ltimos anos verifica-se uma tendlncia a se

considerar o planejamento e controle de resultados como um modelo

matemático. Embora esse processo induza ao salutar refinamento de

critirios e ao fortalecimento do mirito da informaçlo. ele induz

a que o administrador descuidado seja seduzido pelo efeito. pelo

produto. em detrimento dos fatores causadores. especialmente os

comportamentais. que nlo raro sio os principais agentes dos

resultados e sobre os quais deve assentar-se a principal parcela

do mérito administrativo.

Os princípios que Welsch relaciona referem-se •

condu~io do processo administrat Ivo em empresas pelo menos

razoavelmente complexas. e const ituem condi~Ses ambientais com a.

quais a administracio deve estar firmemente comprometidas.

ENVOLVIMENTO ADMINISTRATIVO

Significa apoio. participa~lo

orientaçlo administrativa. permeados aos diversos n{veis

hierárqUicos e funcionais. Prescinde de uma boa compreeniio do

modelo e do conceito. de modo que todos tenham Hespa~o em cenaH•

sem que o administrador perca o domlnio dos resultados.

ADAPTAÇÃO ORGANIZACIONAL

Normalmente. o planejamento pressupSe a atividade

da empresa. Entretanto. essa atividade é na realidade a

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resultante de uma série de subatividades. exercidas por unidades

Funcionais. distintas em muitos aspectos.Nem o planejamento nem o

controle serio eficazes se o mecanismo nio for absorvido como um

todo. Para que a empresa alcance seus objet ivos. por mérito

administrativo. todo o plano de açio deve estar estruturalmente

adaptado ~ tencionalldade. de modo a que nio haja duplicação de

esforços. diluição de autoridade edescaracterizaçio

responsabilidades individuais.

CONTABILIZAÇZO POR ÁREA DE RESPONSABILIDADE

Como foi dito anteriormente. o sistema controller •

estreitamente relacionado ao planejamento e controle de

resultados. Todavia. a eficicia desse dltimo depende de que a

contabilização ocorra por centro de responsabil idade. de vez que.

neste modelo. nio se pode dissociar os resultados dos seus

responsiveis.Para tanto. a aplicaçlo deste principio seri

baseada na do anterior. utilizando-se a mesma estruturaçio

Funcional que desenvolveu o planejamento. tendo em vista que

sejam compariveis dados reais e previstos. A respeito da pritica

contábil, Welsch assevera:

HEmbora essencial. um sistema contábil ajustado

apenas para as necessidades externas e aos principias contábeis

geralmente aceitos é inadequado.s necessidades internas do

planejamento e controle. u

ORIENTAÇZO PARA OBJETIVOS

Independentemente do seu envolvimento no processo.

a implanta;io eficaz do planejamento e controle de resultados

exige que a administração da empresa assuma formal

definitivamente o modelo de administração por objetivos,

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promovendo condi~Bes para que as pessoas se certifiquem dos

efeitos de uma decisio no momento de efetiv'-la e, paralelamente,

estabelecendo padrBes compar'veis que permitam a posterior

.valia~io da sua efic'cia, corno forma de garantir a congrulncia,

mesmo nas pequenas decisBes.

COMUNICAGIO INTEGRAL

A efic'cia do sistema exposto pelo autor impoe

tambim a elimina~lo de NruldosN de comunica~lo, o domlnio dos

crit~rios de forma~lo e a NestabilidadeN do conte~do dos dados. O

mirito da informaçlo deve ser protegido, por urna rela~lo na qual

s~uperiOF subordinado partilham a mesma no~ão de

responsabilidades e objetivos.

EXPECTATIVAS REALISTAS

Ser' sempre inevit'vel a utiliza~lo de estimat ivas

em processos de planejamento.

A finalidade da previslo ~ resultante direta da

sensibilidade do planeJador para fatores a~bientais, internos e

externos, capazes de provocar resultados. Todavia, na medida em

que houver um envolvimento abrangente de pessoas, o administrador

provar' a sua competência se conseguir equalizar a medida de

aud'cia embutida nas previsBes. Essa atividade i muito importante

para efeito da compara~lo dos diversos desempenhos entre si e,

por extenslo, da avalia~lo da performance da empresa corno um

todo. Nlo havendo essa preocupa~lo o resultado previsto para a

empresa contemplar' urna aud'cia midia intanglvel. que exclui o

m~rito administrativo em planejar e que permite diversos truques

de desempenho e riscos consideriveis •

. .

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70

OPORTUNIDADE

A faculdade de realimentacio administrativa, um dos

principais sustent~culos desse sistema, somente ser~ consistente

eficaz se os meios flsicos desse subprocesso forem

temporalmente oportunos. A efic~cia de uma açio corretiva, por

exemplo, pode depender muito do tempo necess~rio para que se

efetive a correçio. A oportunidade temporal das informaç8es deve

ser mant ida em duas vertentes: (1) a disponibilidade da

informaçlo no momento em que for necess~ria e (2) o zelo com as

informaç8es cujo conte~do • sujeito. açio do tempo.

APLICAC~O FLEXiVEL

Trata-se de um outro indicador da competlncia

administrativa: o grau de permissividade de flexibilizaçio que é

aplicado • execuçio do plano. A empresa nio pode N pertencer N

ao seu mecanismo de planejamento mas, por outro lado, nlo se

deve permitir o desvio de recursos sem uma detida aval iaçio que

leve em conta pelo menos dois aspectos: (1) a vantagem para a

empresa e (2) o impacto que a alteraçio provocar~ no planejamento

de outros setores da empresa. O replanejamento, normal em

qualquer sistema,

resultados.

nio pode promover perda do dom(nio sobre os

RECONHECIMENTO DO ESFORCO INDIVIDUAL E DE GRUPO

A inclusio desse principio visa garantir que o

sistema tenha sensibilidade para os esforços individuais, em

razão do que isso representa para efeito do domínio

administrativo no campo comportamental.

Considerando-se a importlncia dos recursos humanos

como agentes dos resultados, e que o sacriflcio da

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Individualidade nio ocorre no mesmo grau para todas as pessoas, a

cltica grupal pode nio ser suficiente em muitos casos.

ACOMPANHAMENTO

Através da aplicaçio desse principio, Welsch

pretende que tanto os desvios favordveis quanto os desfavordveis

mereçam a mesma atençio, objetivando: (i) ação corretiva no caso

de desvio desfavorável, (2) reconhecimento e transferincia de

no caso de desvio favorável e (3) avalia~io

permanente do mecanismo em si.

VANTAGENS E DESVANTAGENS DO PLANEJAMENTO E CONTROLE

DE RESULTADOS

Admit indo a inexistlncia do sistema perfeito, o

autor relaciona diversos aspectos de acordo com a sua natureza

vantajosa ou desvantajosa. Dentre todos os gue foram

relacionados, os seguintes s~o os mais caracter(sticos ~

VANTAGENS

1) Perseguiçlo do realismo na elaboração de

objetivos e padrões,

2) Domlnio da flexibilizaçio na execucão do

plano;

3) Incentivo • avaliação do meio externo •

empresa;

DESVANTAGENS

I) Utilização de estimativas;

2) Exigencia de permanente atual iza;ão;

3) Necessidade de induzir a sua ut ilizacão;

4) Risco de o mecanismo ser colocado acima da

administra;io.

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ALGUMAS IMPLICAÇõES EM TERMOS DE COMPORTAMENTO

Ao longo de todo o seu trabalho, Welsch aborda a

qUestao compol'tamental. Por melhores que sejam,as técnicas e 0 <:· .. ,

recursos materiais nao podem. por si sd. assegurar o atingimento

de objetivo. As pessoas que os utilizam é que detel'minam •

qualidade da administra;ao Sao as pessoas que erram e que

acel'tam. ~ claro. o principal ~ator do processo administrativo é

o de compol'tamento, inter-relacionada de

individuas e grupos de indivlduos.

Na tentativa de resumir o assunto, o aut 0\'

relaciona as seguintes áreas C\' It icas,

merecedoras da aten;lo e do envOlvimento da'administra~lo'

i - O Sistema

O relacionamento entre o sistema e as

pessoas está implicaç:ôe$

comportamentais. o que normalmente exige a

dedica~ao. a orienta;lo e a lideran~a dos

administradorES:

2 Orienta~ies em Termos de Objetivos

H~ objet.ivos diversos que co-existem na

atividade empresarial. O administrador

ser capaz de harmonizar os da

(')S seus e os dos seus

subordinados.

3 - At i t I.Id e l"

As atitudes dos administradores slo sempre

in~luentes, exercem e~eitos claros desde o

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nlvel mais alto. O bom administrador

mant~m sob domlnio esses efeitos, como

forma de obter resultados.

4 - Participa~ão

foi dito repetidamente que a

participa~ão UM ~ator grande

importincia. Entretanto, não basta que

ocorra em determinados momentos do

processo, de modo oportunista. Para ser

efetiva, a participação deve ser continua

e planejada, ou seja, sistem'tica.

5 - Linha VErsus Assessoria

Outro aspecto que merece a atenção da

administracio r são os conflitos entre

assessores e os gerentes de linha. Este

tipo de problema é normalmente bastante

reduzido pela definição clar'. dos papéis

e, claro, pela

obedilncia a essa definição, a come~ar

pela alta admlnistra;ão.

6 - Nlvel de Aspiração

o conjunto de ixitos e insucessos

históricos, principalmente os recentes.

também constitui fator comportamental

relevante e é estreitamente relacionado ao

nlvel de aspira~ão das pessoas. A

administração é respons'vel pelo nlvel de

aspiração da empresa como um todo.

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7 - PressKa

As pessoas e os grupos reagem de modo

diferente a pressBes e cobran~as. Embora

a administrador nKo possa abrir mio do seu

domínio administrativo, deve buscar o

domínio comportamental do grupo através de

uma atuaElo sutil e profícua.

8 - Resistlneia a Mudan~as

Este comportamento tem grande poder de

penetra~Ko nos grupos e, normalmente, se

relaciona

informa~io

à incerteza,

e eon'ian~a

~ falta de

na lideran~a.

Estes r sio r portanto r os pontos a serem

atacados para a solu~lo deste tipo de

problema.

9 - Aferi~io de Desempenhos

Essa atividade exige a conscientiza~lo do

que signi'iea um desempenho bom ou mal.

Além disso, o aspecto comportamBntal

é muito sensível às medidas de Justiça,

eOBrlncia .relevineia e recompensa.

10 - "Cozinhar" o Or~amento

Esse problema é atribuído com frequlncia •

necessidade de antiprote~io. Entretanto.

deve ter raízes rEais profundas nas

rela~Bes humanas e na eondi~io menos

evoluida da administra~io or~ament~ria.

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11 - Aprova~io de Or;amentos

o m&todo utilizado, para a aprova~io de

or~amentos est' cheio de possibilidades de

~otiva~io positiva e negativa.

12 - Tomada de medidas corretivas em rela~io a

vaI" i to\C;:ÕE's.

Pol(t icas e medidas da administra~io, em

envolvem muitas implicac&es em termos de

comportamento.

2.4.2 - GIACOMONI

2.4.2.1. - EVOLUÇ~O CONCEITUAL DO ORÇAMENTO PúBLICO

Caracterizado pela multiplicidade de aspectos

(pol(tico, jur(dico, econômico y financeiro,

administrativo, etc) o conceito de orçamento pdblico tem sofrido

f:;ignificativas mudanças, em decorrlncia da evolucio da sua

finalidade. A compr'eensio dq,,'c.conceito atual pode ser facilitada

se separarmos o seu histórico ~m duas fases: or~ament()

tradicional e orçamento moderno.

1 - Or;amento Tradicional

O or~amento surgiu como instrumento formalmente

acabado na Inglaterra por volta de 1822, em um contexto de

liberalismo e desenvolvimento econ6mico, preocupa~io com ()

crescimento das despesas pdblicas e da carga tribut'ria. Nesse

Gi.comoni, James - Orcamento Pdblico, Editora Atlas S.A., 1989.

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berço, o orçamento p~blico foi criado para po •• ibilitar ao.

órgãos de repre.entação, um controle polltico sobre os

executivos, de tal modo que o seu .entido cont'bil e fin.nceiro

não p •••• va de um corol'rio do controle polltico. Duas er.m .S

cl.ssific.ções tr.dicionais: (1) por unidade. admini.trativas _

(2) por objeto ou item de despesa. De.sa forma, o orçamento é um

"invent~rio de meios" ou "lei de meios ff, como ~ dito no jargio

Jurldico.

2 - Orçamento Moderno

Ainda antes do final do século XIX, os Estados

Unidos iniciaram a sua e.calada como interventores dos .istemas

econômicos e propulsores dos programas de desenvolvimento. Então,

o mero demonstrativo de autorizações legislativas J' nlo atendia

.s necessidades da açio governamental.

A partir dai, o orçamento p~blico pa.sou a assumir

o car'ter administrativo, de modo que ele conferisse a chancela

da representação social aos atos governamentai., que estavam

assim pré-autorizados e qu.ntificados em .eus limites.

Embora o reconhecimento da importincia do. gastos

p~blicos para0 si.tema econômico fo.se bem anterior, a part ir da

década de 30 o orçamento p~blico passou a .er utilizado para

r'espaldar a. ações e.tabilizadoras e ampliadora. dos executivos

sobre o nlvel da atividade econômica.

O emprego sistem'tico do planejamento nos programa.

militares desde a Segunda Grande Guerra, contribuiu .obremodo

para que •• empre ••• o utilizassem no e.forço de pós-guerra.

Houve então • aproximação entre orçamento e planejamento que

ficou cri.talizada na década de 60, quando surgiu o "PPBS

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Planning, Programming and Budgeting System U (Sistema de

Planejamento , Programa~io e Orçamento).

A integra~io sistematizada de diagndsticos

progndsticos, objetivos, an'lise de alternativas, recursos,

avaliação e controle, era ambicionada pela nova concepçio de

orçamento. O planejamento seria o principal uveiou , sendo vi'vel

e prof(cua a utilização de modernas técnicas de informa;io para

conferir agilidade aos processos decisdrios.

Mas, apesar da sua riqueza, o PPBS fracassou em

meio ~ crise econ6mica, escassez de recursos para novos

empreendimentos, centenas de técnicos especializados e até

dificuldades pol(ticas geradas por desconfiança entre os poderes.

Entretanto, o fracasso da implantaçio do PPBS nio

arrastou o orçamento de volta para o conceito tradicional, ele

continuou sendo aplicado como um instrumento básico de

administração embora as suas mdltiplas funçSes tenham sido

modificadas ao sabor de novas conjecturas. De qualquer modo, em

conjuntura expansionista cresce a importlncia do planejamento,

enquanto em situação contracionista reforça-se a fun~io de

controle. Ainda no campo conceitual, existem alguns prlnclpios

orçament'rios mais estáveis que outros e que, em razão disso,

podem ser claramente distinguidos na maioria dos orçamentos

pdblicos.

(i) Principio da Unidade

O orçamento deve ser uno, isto é, cada unidade

governamental deve ter apenas um orçamento. Os autores clássicos

pretendiam também a unidade de caixa, visando tornar mais eficaz

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o controle parlamentar. Mas a descentraliza,lo do aparelho

estatal gerou a pr~tica de or,amentos paralelos.

Sepultado o ide.l clissico da unidade, vieram

esfor,os para re-conceituar o or,amento, no que resultou o

principio da totalidade que permitia a coexistlncia de or,amentos

mdltiplos, mas consolidados.

A legisl.;lo or,ament~ria pede, desde 1964, lei n.

4320, que o principio de unidade seja observado, por~m nem mesmo

o principio da totalidade tem sido cumprido.

Durante os anos 80, muito se discutiu a respeito

dos orEamentos fiscal, monet~rio e das estatais. Considerando que

or,amento fiscal ~ tradicionalmente mais equilibrado, a questlo

do ddficit pdbl ico localizava-se nos outros dois que, ali~s, nlo

passavam pelas casas legislativas antes de aprovados.

o or;amento das estatais nlb passa de um quadro

onde se consolidam as grandes contas de receitas e despesas

(custeio e investimentos) da enorme estrutura da administra,lo

indireta. Elaborado a part ir de 1980 como ferramenta de

controle, chegou-se ao exagero de envolver certos organismos que,

por receberem recursos do Tesouro, j~ estio controlados pelo

orEamento fiscal.

Guanto ao orEamento monet~rio, tornado obrigatório

pela lei da reforma banc~ria, lei 4.595 de 31/12/64, constituiu-

se na fixa,So de tetos para as contas das chamadas Autoridades

Monet~rias ( Banco Central e Banco do Brasil) e dos bancos

comerciais, com o objet ivo de controlar a oferta monet~ria.

Desde o inicio era distorcido o funcionamento desse

j~ que o Banco Central acumulava as 'un;Ses de

autoridade monet~ria e de alocador de recursos pdblicos. Encargos

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tipicos de fomenta, como subsidias, eram contemplados por este

or~amento quando a sua natureza era claramente fiscal.

o modelo or;ament'rio adotada pela Constitui;io de

1988, segue a concep;ia da totalidade or~ament'ria, compondo o

or;amento p~blico de: (a) or;amento fiscal, englobando receitas e

despesas das administra;ies direta e indireta; (b) or~amento de

investimentos das empresas estatais e Cc) or;amento das entidade.

de seguridade social.

(i i) PrincipiO de Universalidade

Segundo este principiO, todas as receitas e

despeSas do Estado devem estar contidas no Or;amento, ,

o que e

considerado essencial ao controle parlamentar sobre as finan;a.

p~blicas. Embora a legisla;io incorporasse esse principiO desde

1964 a Emenda Constitucional n. 1/69 reeditava essa regra. mas

fazia uma excessio que evidenciava um equivoco conceitual: as

entidades pdblicas financeiramente auto-suficientes ficavam

excluidas da centraliza;io or;ament'ria. Levando-se em conta que

a situa;io das finan;as pdblicas deve estar representada no

or~amento e que este deve demonstrar a origem e a destina;io dos

recursos pdblicos. a questio fundamental nio ~ a auto-suficilncia

ou nio da ent idade, mas se ela utiliza ou nio recursos pdblicos.

o tratamento flexlvel dada pela Constitui;io de

1969 gerou sérias distor;ies. especialmente pela auslncia de

controles sobre compromissos e encargos e do pr6prio déficit

pdblico. A retdrica oficial desde 1981 prometia reverter esse

quadra. come;ando pela retirada das atividades de fomenta do

Banco Central. A administra;io iniciada em mar;o de 1985, come;ou

a obter resultados positivos aO colocar o orçamento fiscal como o

principal instrumento de programa~io e controle das finan;as

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p~blicas. A Constitui;io de 1988 acabou instituindo de ~orma

precisa o principio da universalidade. corrigindo a falha de

1969.

o caso das contribuiçBes previdenciárias ,

e

particular. Embora nio constituam um tributo. nos termos da

caracterizaçio Jurldica consagrada. nio deixam de ser receitas

p~blicas. Justi~icando-se assim a sua inclusio. Além do que. o

de recursos do orçamento para cobrir dé~icits da

previdência. ~ato comum nos ~lt imos tempos. caracteriza a sua

parafiscal idade.

( i i i) P r i n c I p i o do Or ç amen to B r 'Jt o

A exigência de que todas as parcelas do orçamento

apare~am na sua expressio bruta~ visa impedir o uso de saldos

para evitar o florescimento de atividades empresariais do Estado

nio compativeis com a regra. Mas os empreendimentos ~ . econom 1 CC)S

estatais cl'esceram vertiginosamente o principio foi

repet idamente violado. pregou-se que seria impossivel detalhar o

tratamento centralizado a todas as receitas e despesas de tantos

empreendimentos. Os valores liquidos dessas organizaç:ôes

(estradas de ferro. mineraçBes. correios e telegráfos, etc)

passaram a integrar o orçamento governamental.

(iv) Principio da Anualidade ou da Periodicidade.

Mesmo antes do aparecimento do orçamento p~blico.

Já se praticava na Inglaterra o principio da anualidade do

imposto. Mais tarde. nas primeiras formas orçamentárias esse

principio foi mant ido.

A periodicidade anual do orçamento Já tinha

desde o início r para pl'ogramas plurianuais,.

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especialmente na plano militar. Foi porém. com a gradual

altera;io do papel do Estado que a anualidade passou a ser

questionada. O car'ter intervencionista do Estado Moderna nio se

pOderia manter pelo imediatismo e a necessidade de trabalhar

sobre o médio e o longo prazos induziu ao questionamento.

Na maioria dos países se faz coincidir o ano

financeiro com o ano civil. entretanto h' casos particulares coma

dos paises cuja economia é preponderantemente agricola. onde a

época das safras (colheita. comercializa;io e arrecadaçio) ~

determinante. Como o or;amento p~blico constitui uma outorga por

parte do Legislativo. naturalmente nlo poderia ser formalizado

durante recesso parlamenfar. o que faz do período de

funcionamento das casas legislativas outro fator determinante na

maioria dos países.

No caso do Brasil. a anualidade sempre foi

consagrada. constante inclusive do condicionamento legal. Porém,

desde 1964 (lei 4320). exige-se que o orçamento anual seja

complementado por projeções plurianuais no 5mbito dos

investimentos. A atual Constituiçio Federal manteve a anualidade,

mas substituiu a figura do or;amento plurianual pelo chamado

"Plano Plurianual". De qualquer forma, estes documentos nlo

chegam a constituir instrumentos efetivos de programaçlo

orçamentária. sendo elaborados para atender exigÊnCias legais.

(v) Principio da Nlo-A'etaçlo das Receitas

Esse principio visa impedir a Administra,io de

negociar compromissos com a afeta;io de receitas e a sua

aplica,lo foi sempre problemática. Foram comuns as parcelas de

recursos do Tesouro vinculadas a transferÊncia aos Estados e

Municipios, fundos. 6rgios aut8nomos e entidades da administraçio

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8 " t.

ind ireta. No imbito das finanças municipais, foi corriqueiro nos

~inanciamentos, a pre~st aç:ão de garantias com base no

comprometimento de receitas, especialmente aquelas transferidas

de outros niveis de governo. Mas, a Nova Constituiç:ão fechou

todas as portas do Executivo, inclusive vedando a Ninstituiç:ão de

fundos de qualquer natureza, sem prévia autorizaç:ão legislativa N

e tornando extintos os fundos atuais que não fossem ratificados

no prazo de dois anos.

As operaç:8es de crédito por antecipaç:ão de receita

eram autorizadas por lei, dentro do limite de 25% da receita

total estimada, entretanto a Constituiç:ão de 1988 preferiu

remeter o assunto. Lei Complementar.

(v i ) Principio da Discriminação ou da

Especial izaç:ão ..

Mais um principiO que visa assegurar a capacidade

de controle parlamentar. A sua aplicaç:ão obriga o detalhamento

minucioso de receitas e despesas~ origens e destinos, de modo a

permitir o controle pormenorizado. Entretanto, essa exigência

leva a outra não menos importante, qual seja o plano de

classi-ficação,. que deve permit ir o uso do orç:amento para

avaliaç:8es diversificadas, levando em conta necessidades internas

e externas, administrativas, econ8micas, contábeis, etc con~orme

os diversos papéis do orç:amento p~bl ico. Tal detalhamento é

exigido por lei desde 1964.

(vi i) Pr inc (pio da E:·:clusividade

Este principio nasceu justificado pel õ\

c: onven i Inc i a parlamentar de não permitir a util izaç:ão do

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83

or~amento pdblico como meio de aprova~io de matérias outras, que

nada tlm a ver com as questies financeiras, o que é induzido pela

relativa celeridade da tramita~io do or~amento no Legislativo,

além da vantajosa chancela da representa;io social.

No B,'asil, durante a Primeira Repdblica, por

auslncia de condicionamento legal, os orç:amentos incluiam

frequentemente um grande ndmero de "causas or~ament'rias" como

chamadas, o que levou Rui Barbosa a cham'-las de

.... rab i lengas", mas esse principio passou a ser regra desde a

reforma de 1926. A Lei Orç:ament'ria de 1964, tratando do asunto,

previ a autoriza;io para abertura de créditos suplementares,

ainda que por antecipa~io de receitas,

1 e i ..

desde que nos termos da

(viii) Princípio do Eq'Jilíbrio

o equilíbrio receita versus

d ta"sPE:'sas, Esti rElacionado ao papel do Governo e ao crescimento

do Intervenclonlsmo, estando sintetizado na seguinte convlc~io:

nio i a economia que deVE Equilibrar o orç:amento, mas o

or~amento i que deve equilibrar a economia" , que se baseia na

(·~sslnc i a conceitual intervEncionista E na E'Nigênc:ia de

compatibiliza;io Entre prRtensies governamentais R as dota~i€s

previstas no or~amento.

Vale Entretanto lEmbrar que" o dEseq'J i I íbr i o

or~amentirio i fruto de outros fatores importantes, destacando-se

entre ElES' (1) as trocas entrE Economias dEsenvolvidas e

subdesenvolvidas geralmente impiem prejuízos ls dltimas, o que se

FEfl.tE no or~amEnto pdblico E (2) enquanto as reCEitas tlm alto

grau dE inflExibilidade, devido ao baixo grau dE desenvolvimentD

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84

das suas forças produtivas, as despesas p~blicas sio altamente

u e listicas U e o seu crescimento ocorre sempre em propor~ies

maiores que o da renda interna.

No Brasil, as ~ltimas constituiçSes tim tratado o

assunto de modo inconstante. A de 1967 foi direta e objet iva,

impondo gastos limitados .s receitas.A Emenda Const itucional n. 1

de 1969, retirou 05 dispositivos de cena e autorizou a coloca;io

e resgate de tltulos do Tesouro, em opera;Ses registradas no

orçamento monet'rio, que era, de fato, o mecanismo usado para

equilibrar o orçamento p~blico. J' a Constitui;io de 1988,

decidiu encarar de modo realista o déficit p~blico. Pela

.istem'tica brasileira, o déficit aparece na rubrica Opera;Ses de

Crédito, que contempla financiamentos de Longo Prazo, outros d.

curto prazo que se transformam nos anteriores por força das

sucessivas rolagens e ainda a prdpria receita resultante da

coloca;io de tltulos p~blicos por parte do Tesouro. A

Constitui;io em vigor simplesmente veda a realiza;io de opera;Ses

de crédito que excedam o montante das despesas de capital. Com

isso, a regra pretende que cada unidade governamental tenha seu

endividamento vinculado apenas. realiza;io de invest imentos e

nio • manuten;io da m'quina administrativa e demais serviços.

(ix) Principio da clareza.

Em razio das SUas diversas fun;Ses o orçamento é

visualmente expresso em uma linguagem somente compreenslvel, em

profundidade, por especialistas. A clareza aos nlvei. mais baixos

i de diflcil aplica,io no caso do orçamento p~blico, quer pela

abrangincia, quer pela própria complexidade; mas, a soluçio pode

estar em melhorar os atuais anexos sintét icos, transformando-os

em peças comentadas.

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B5

(},) Princípio da Publ icidadf,~

Em princípio, o or;amento é de domínio p~blico de

vez que, assim como qualquer lei, ~ divulgado através do Di'rio

Oficial. Mas, a publicidade ideal exige mais do que a formalidade

oficial. Os resumos comentados da proposta or;ament'ria deveriam

ser amplamente difundidos, como meio de incentivar o envolvimento

dos agentes e das pessoas com o que vem a ser

pretendida pelos administradores da coisa pdblica.

a ,real i zação

Cxi) Princípio da Exatidão

A exatidão das informa;ies deve ser exigida desde o

início do processo de elaboração da proposta or;ament'ria.

Constitui clara violação a este princípio o superdimensionamento

das necessidades baseado na inevitabilidade dos cortes.

preocupa;ão com a realidade e com a efetiva capacidade do~-

setor pdblico d. nela intervir de forma posit iva.

A evolu;ão do. papéis do Estado e do .eu Or;amento

propiciou o aparecimento de um princípio novo: o"da programação.

O estreitamento da relação entre encargos C cada vez maiore.) e

recursos Ceada vez mais e.cassos diante das necessidades) têm

induzido a concep~So de que o orçamento deva ser encarado corno

uma t'cnica que aproxima a função de planejamento e

gerenciamento. Nesse ponto da sua evolução, o or;amento

incorporou essas fun;ies • concep;ão original: a de ser (:)

instrumento da autoriza;ão e do controle parlamentar.

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2.4.2.3- Cla.sificaçio da Despesa

A cla.sificação da de.pe.a é a chave estrutural

para a organiza;io con.ciente e racional do

orçamento do Governo. H <*)

A diversidade de el.mentos, r.sponsabilidad •••

fun;8es que constituem o orçamento p~blico é bastante grande. A

cOdifica;io d •••••• l.mentos é fundamentalmente impo,'tante pele\

sua capacidade de estruturaçio 7 de s(ntese, decomposição e

hlerarquiza;ão da. classificaç8es. A elaboração de Planos de

Contas exige, entretanto, a consideração de critérios que

contemplam as fun;8es que 510 pretendidas e a diver.idade dos

crit~rios poss(veis imp8em cuidados na escolha. Os critérios

adotados pelo modelo brasileiro são~

I - Classificaçlo Funcional

O critério institucional ( ou departamental) talvez

seja o mais antigo critério de classificação, sendo a S'la

finalidade associar dotaç8es e despe.as com .eus respectivos

centros de responsabilidade.

Vantag.ns "

a) Permite comparar os dr9~os entre si atravis das

respectivas dotaç8.s~

b) Perm i t e ident ificar o agente respons~vel pela

dotação a.sim como o s.u programa~

Burkhead, Jesse - ORÇAMENTO PúBLICO - Fundação Get~lio Vargas,

1974 - pg. 145.

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87

c) Serve como base para a contabiliza;io de custos;

d) Quando combinado com a classifica;io funcional.

permite focalizar em um dnico ponto a responsabilidade pela

execu;io de determinado programa.

Desvantagens:

a) Se utilizado de forma predominante.

visio global das finalidades dos gastos do governo~

impede a

b) Tende a gerar rivalidades

pela competi;io por dota;io~

interorganizacionais

ç) A limita;io dos gastos de um 6rgio nio contribui

para a melhoria das decisSes or;ament'rias.

11 - Classifica;io Funcional-Program'tica

Trata-se da mais moderna das classifica;Ses e a su.

final idade b'sica é a de mostrar as realiza;Ses do Estado. A

hierarquiza;io das suas pretensSes é feita da seguinte forma: (1)

fun;lo. (2) programa. (3) sub-programa e (4) projetos/atividades.

111 - Classifica;io Econ8mica

Esse critério nio revela aspectos administrativos

ou gerenciais das unidades orçament~rias~ mas permite identifica~

o reflexo dos gastos p~blicos na economia (participa;ão do

governo na renda nacional. na forma;lo de capital. na presslo

inflacion'ria. etc). A classificação é feita em duas categorias e

cinco subcategorias~

(i) DESPESAS CORRENTES

- Despesas de Custeio.

Transferlncia Correntes.

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(i il DESPESAS DE CAPITAL

- Investimentos;

- InversSes Financeiras.

Transferências de Capital.

IV - Classifica;lo por Elementos

Outro critério muito antigo, a classifica;lo por

identifica;lo do objeto imediato de cada

empresa. i a mais analitica das classifica;Ses e a sua finalidade

básica é propiciar o controle dos gastos.

2.4.2.4 - Classifica;lo da Receita

Ao contrário da despesa, que em termos

orçamentários é programada, autorizada e controlada, a receita é

apenas estimada. Os demais procedimentos vinculados. receita slo

tratados em outras legislaçSes principalmente na tributária. Até

1967. exigia-se que o tributo fosse previsto na lei Orçamentária

para que fosse cobrado. A Emenda Constitucional n. 1/69

substituiu essa condi;lo ao exigir que o tributo seja aprovado

antes do inicio do exercicio. o que inclui alteraçlo de um mesmo

tributo. A Constitui;lo de 1988 manteve esse condicionamento.

I - Classifica;lo por Categorias Econ8micas

Assim como as despesas, as receitas são

classificadas em Correntes e de Capital. Dessa forma. a

consolida;lo de Receitas e Despesas Correntes, e também Receitas

e DespeSas de Capital, propicia a análise sobre a origem dos

recursos para ~inanciar as vari~veis macroecon8micas consumo e

investimento p~blico.

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já se

Capital.

1:19

11 - Classifica;io por Fontes

A classifica;io da Receita segundo as suas fontes

inicia no desdobramento das Receitas Correntes e de

As principais fontes sio' (i) Receita Tribut'ria. (2 )

Receita de Contribui;;es. (3) Receita Patrimonial.

Agropecl..tária 7 (S) Receita Industrial. (6) Receita de Serviços.

(7) Transferência Correntes. (8) Outras Receitas Correntes. (9)

Opera;;es de Crédito. (10) Aliena;io de Elens. (1,1> Amol'tizc\çio de

Empréstimos.(12) Transferlncias de Capital e (13) Outras Receitas

ele Capital.

111 - Classifica;io pela Origem

A finalidade desse critério é evidenciar as

parcelas de recursos próprios e de recursos transferidos

necess'rios para cobrir os programas de cada entidade. Como a

Const ituiçio de 1988 reconceitua a universalidade or;ament'rla.

obrigando que todas as entidades pdblicas exponham as suas

finanças no processo da Lei Or;ament'ria. a classifica;io pela

origem assumir' importSncia bastante destacada.

IV - Classifica;io Segundo a Existlncia ou Nio de

Esse critério n.o advém de condiconamento legal.

mas da necessidade pr'tica de se saber o montante de recursos

comprometidos e o montante poss{vel de aloca;io e realoca;;es a

cada el abor adío. A forma ma i s aguda de v i ncu I a;io sa'o os fundos

CPJ.€ , no Imbito federal. evoluiram a tal ponto que. a partir de

1988. passaram a constituir anexo próprio da Lei Or;ament'ria~

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2.4.2.5 - Fundamentos do Or~amento-Program.

A compreenslo desse sistema pode sei' muito

facilitada por uma distinção constante em documento da ONU, em

1959: o que nlo fica claro nos sistemas orçament~rios i esta

relação entre as coisas que o governo adquire e as coisas que

real iza". slo os seguintes os elementos essenciais do orçamento-

<\\) Objet i vos

Propdsitos perseguidos e para cuja consecuçlo slo

ut ilizados os recursos orçament'rios.

b) Programas

Inst rument oS". d~' integração dos esforc;:os

governamentais, no sentido da concretizac;:âo de seus objetivos.

c) Custos

Meios ou insumos necessirios para a obtenc;:lo dos

resultados, expressos em moeda.

d) Medidas de Desempenho

Parâmetros destinados à comparaçlo com

realizaçies (es'orEos despendidos).

As principais diferenc;:as em comparac;:lo com o

orc;:amento tradicional são~

(i) O orc;:amento-programa i o elo de ligac;:ão entre

as funçaes de planejamento e de execuçlo, enquanto no modele

tradicional. o proc€sso or,ament~rio ~ dissociado dos processos

de planejamento e programac;:âo;

(i i) No primeiro, a alocac;:âo de recursos ocorre em

funçlo de objetivos e metas, enquanto no segundo ela visa apenas

a aquisi~io de meios;

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( i i i ) As decisies oriament~rias baseiam-se na

an'lise de alternativas no oriamento-programa,

tradicional baseiam-se em necessidades.

enquanto no

( i v) No primeiro, a elaboração do orçamento

considera todos os custos dos programas, inclusive os que

extrapolam o €xerc{cio r enquanto no segundo, consideram-se as

necessidades financeiras das unidades funcionais;

(v) A estrutura, no oriamento-programa, é voltada

para aspectos administrativos e de planejamento, enquanto n()

tradicional é voltada para aspectos cont'beis de gestão;

(v i ) No primeiro, o principal critlkio

classificação é funclonal-program'tlco,

unidades administrativas e elementos,

enquanto no segundo, sao

(vi i) No oriamento programa, medem-se os esfor~os e

resultados sistem'ticamente, através de padries, enquanto no

tradicional ineNistem mecanismos de avaliaç:ão comPé\rativa;

(v I I i ) No prlmell'o, o controle visa a eflc'cla

90vernamental, enquanto no segundo, visa a honestidade dos

agentes governamentais e a legalidade no cumprimento do oriamenta

aprovado pelo parlamento.

Est' claro que o oriamento-programa mostra-se mais

evoluído. Entretanto, as tentativas de implantaç:ão dessa

concepção foram dificultadas pela resistincia ls mudanç:as e pelo

fato de afrontar princípios de uma 'rea cheia de tradiçBes.

Nessas tentativas, verificou-se ainda um outro

obst'culo de grande importância. qual seja a adoção de padr8es de

espeCialmente a essencial definiç:ão de produtos finais.

A necessidade de identificar produtos finais, fez com qUf~

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produtos intermedi'rios e finais se confundissem. Ocorre ainda

qUE, certas atividades do Estado 510 realmente UintangiveisU e

seus resultados nlo se prestam a medi;Ses. alim do que, i sempre

dificil manter sob controle a motiva;lo politica que envolve o

processo de or;amenta;lo pdbl ica.

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CAPiTULO 111 - METODOLOGIA DA PESQUISA

INTRODUÇÃO

O presente trabalho caracterizou-se por ser uma

pesquisa exploratdria. tendo se optado por adotar o mitodo de

estudos de casos.

Para Si mon C*I, o estudo de casos deve ser

utilizado quando se deseja obter riqueza de detalhes sobre a

assunto pesquisadOa Normalmente deseja-se este detalhamento

quando nio se conhece exatamente o que se est~ procurando, mas se

est~ tentando achar indícios e idiias para futuras pesquisas.

A vantagem de se estudar v~rios casos i a

possibilidade de identifica,io de vari~veis contextuais ou

situacionais permitindo a elabora,io de compara,;es com a teoria,

alim de, eventualmente, provocar a cria,io de tipologias. Por

isso, os estudos de caso podem ser enquadrados em alguma teoria

que especifica rela,;es entre estrutura e processo ou entre

v~rias etapas do processo. i um mitodo que torna possível ampliar

desta com um ideal preconizado na literatura C**I.

I importante ressaltar que a escolha da CSN nio

foi fortuita, deveu-se apenas. facilidade de pesquisa, pelo fato

de o relator do trabalho pertencer ao seu quadro de funcion~rios.

Si mon, J .. L - Hasic Research Methods in Social Science

Random House - New York - 1969.

Normam. Richard - A Personal Quest for Methodology - SIAR

Dokumentation AS - Stockholm - 1975.

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Por outro lado, assumiu-se que a CSN

representativa do contexto que se pretende enfocar, altm do que a

sua magnitude • inquestionável nos meios estatal e nacional.

Basta citar, a revista EXAME, de agosto/90, abordando o tema

NMelhores e MaioresN do Brasil em 89, que relacionou a CSN como a

oitava maior em PatrimBnio Liquido, a d.cima quarta em Receita

Bruta e a primeira em Prejulzo Liquido.

Em momento algum pretendeu-se esgotar o assunto,

mesmo porque. f'cil verificar a existlncia de limita~Ses que, ~

revelia do es'or~o da pesquisa e do volume de

potencialmente inibidoras, sobretudo no Imbito da interpreta~io.

Assim considerando, foi julgado relevante destacar que. uma vez

que o pesquisador nio ignora o assunto, o questionamento pode ter

sido orientado e esse fato pode ter reduzido a sua sensibilidade

para informa~Ses novas.

3.2 - DELIMITAÇAO DA PESQUISA

A presente pesquisa procura respostas para duas

perguntas b'sicas, quais sejam:

a - qual o hiato existente entre o sistema de

controle gerencial praticado pela C.S.N. € os sistemas

considerados eficazes pela teoria pertinente?

Neste aspecto as segUintes etapas deveria ser

executadas:

1 - Coleta de dados relativos ao sist€ma

or;amentário praticado pela CSN •

2 - Aval ia~io e an'lise dos dados coletados. Esta

avalia~io dos dados se nortear' pela an'lise dos fatos principais

citados na literatura pertinente;

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95

3 Escolha de variáveis Nesta etapa N serao

escolhidas as caracteristicas essenciais citadas pela

bibliografia consultada, como imprescindiveis a um bom sistema

or~amentário ;

4 - Confronto de dados coletados (prática) com as

características escolhidas na etapa 3 (teoria)~

5 - Estabelecimento de concluslo a respeito do

confronto realizado na etapa 4, e elabora~lo de eventuais

recomenda~ges caso se verifique a existlncia de distanciamentos

teoria X prática.

b - como é feito o gerenciamento externo pela SEST

e pela SIDERBRÁS sobre as empresas estatais?

Com relaçio ao mérito do gerenciamento externo

espera-se avaliar a profundidade da ingerência nesta açlo bem

como verificar os impactos desta a~~o sobre a empresa-caso, uma

vez que é fundamental a necessidade de este controle externo

estar voltado prioritáriamente para a motivaçlo da organizaçio

controlada.

Subsidiariamente tentar-se-á aferir se há

desperdicio de recursos em todo o processo, visando dar suporte à

resposta da pergunta da pesquisa. Para tal, a seguinte

metodologia deverá ser perseguida:

1 - Dimensionar a quantidade de empresas Estatais

envolvidas no processo,

2 - Separá-las em produtivas (*> e nlo produtivas;

Segundo classificaçio da BEST, empresas produtivas N sao

aquelas que faturam contra terceiros através da venda de produtos

ou de s€rvi~os.

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r

96

3 - Classific'-las em empresas de grande. média

e pequeno porte~

4 - Aval iar. na CSN. o ndmero de pessoas

envolvidas em cada atividade destinada. confecçio de dados para

atendimento ao Sistema,

5 - Estimar a quantidade de horas necess'rias.

execuçio das atividades citadas em 4~

6 - Determinar com bas€ nas horas consumidas pela

CSN (empresa produtiva e de grande porte) a quantidade de horas

gastms pelos outros tipos de empresas (nio produtivas.

médio/pequeno porte).

Esta determinaçlo se far' com base no tipo de

informaç8es especrficas exigidas de cada grupo de empresas.

Assim. por exemplo. informaç8es de vendas e de produçlo nio seria

computadas para as empresas nffo produtivaSM

7 - Calcular as horas gastas pela SEST no

-acompanhamento do Sistema~

8 - Efetuar a soma geral das horas estimadas.

Espera-se. através de entrevistas cam o pessoal da

CSN envolvido no processo. montar um referencial que possa servir

de base para a an'lise do Hstatus-quo·.

As respostas a estas perguntas poderio ser

importantes para efeito da avaliaçio do grau de desenvolvimento

do planejamento or;ament'rio nas empresas estatais. bem como

poderio revelar a amplitude da interferlncia externa que é

exercido sobre essas empresas.

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r

97

3.3 - COLETA E AN'LISE DE DADOS

Os dados foram coletados diretamente Junto aos

drgios emissores, principalmente na Gerincia de Orçamento da CSN.

Pelo fato de o pesquisador ser funcion~rio da

empresa-caso e considerando haver disponibilidade para se

conversar repet idamente, sobre o mesmo assunto e com a mesma

pessoa, optou-se por fazer concomitantemente a coleta e análise

dos dados.

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CAPiTULO IV - DESCRIClo DO PROCESSO ORCAMENT'RIO DA COMPANHIA

SIDERúRGICA NACIONAL.

4.1 COMPANHIA SIDERúRGICA NACIONAL - HISTóRICO

OS PRIMEIROS PASSOS

Os economistas e as elites pollt icas e militares

da década de 30, estavam convencidos de que a soluçio dos

problemas da economia brasileira nio poderia mais ser acalentada

através da manutençio dos ciclos agro-pecuirios.

NessE~s idos, o crescimento econômico fazia

parte das maiores aspiraçies nacionalistas, anteriores ao

confl ito mundial. Além do que, constitula-se obviamente em

uma oportunidade polltica,

nossas dificuldades ê\pont avam para a diversificaçio

sobretudo, a industrializaçio em grande escala.

Em janeiro de 39 foi instituído o Plano

Especial de Obras Pdblicas Aparelhamento da Defes<~

Nacional, que pretendia, entre outras coisas, reestruturar a

economia, modernizar os sistemas de transportes e cr i ai'"

inddstrias de base.

Dentro dessa linha de atuaçlo o Governo

Federal criou, por decreto de 5 de agosto, a Comissio

Pn,'pê\rat ór i a do Plano Siderdrgico para, com

técnicos da United States Steel Corporation,

em conjunto

comandados pai'

Mr. Herman Greenwood, elaborar os'primeiros estudos. Faziam

parte dessa comissiol

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- Major Edmundo de Macedo Soares e Silva (presidente)

Engenheiro Joaquim Miguel Arrojado Lisboa

- Engenheiro Joio Batista da Costa Pinta

Atu'ria Plínio Reis de Catanhede e Almeida

''19

Entregue em 27 de outubro, o trabalho

consistia

brasilei,'a,

de um estudo completo sobre a siderurgia

sua

desenvolvimento,

Em

situa~io atual e suas possibilidades

imediatas e para o futuro.

janeiro do ano seguinte, 1940, a u.S"

Steel Corpo decidiu interromper seus projetos no e:·:t er i ar

po,' motivos de seguran~a e estratégicos,

russos haviam tomado sua jazida de níquel

visto que os

nõl Finlândia e

que,. inteFnamente,. os amer~canos necessitavam concentrar SEUS

recursos,. para fazer frente ~s exig~ncias da guerra.

A PRIMEIRA DÍVIDA

Por decret o--le i de 4 de mar~o de 1940, o

Governo Fede,'al instituiu a Comissao E>:ecutiva do Plano

Sider~rgico Nacional e, por decreto de 7 de mar~o, nomeou os seus

membros~

DI'. Guilherme Guinle (presidente)

- Dr. Oscar Weinschenk

Dr. Ari Frederico Torres

Dr. Heitor Freire de Carvalho

Ten. Cel. Edmundo de Macedo Soares e Silva

- Capo Ten. Adolpho Martins de Noronha Torrezao.

Em setembro foi ace~tado o crédito inicial do

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100

projeto, no valor de 20 nlÍ lhões de dólares, conced i de)

pelo Banco de Importação e de Washington

(El·; i mbank), USA, com aval do Banco do Bras i I e,

naturalmente, garantia do Tesouro Nacional brasileiro.

Ainda segundo os termos do acordo, esse valor

dever i a ser reembolsado em vinte prestações semestrais,.

vencendo a pr~meira no prazo de tris anosw Nas mesmas datas~

venceriam juros de 41 a.a., contados da data de cada aporte.

A CONSTITUICIO DA CSN

o decreto-lei 3.002, de 30 de janeiro de

1941, criou a Companhia Si derúrg i ca Nacional, ocorrendo

ê:\ cerimônia de formalização no salão nobrE~ da câmara

Sindical de Corretores de Fundos Públicos, no Rio de Janeiro, em

9 de ab." i I •

o capital social inicial de 500.000 contos

de riis foi representado por metade em aç5es ordin'rias,

()ferec i das ao pÚblico e metade por ações

subscri;io das Biies ~icou da seguinte forma:

... Pr€~ferenc i a i s

Instituto dos Industri'rios

Instituto dos Comerci'rios

• Instituto dos Banc'rios

Caixa Econômica Federal - SP

Caixa Econômica Federal - RJ

75.000

55.000

20.000

70.000

30.000

~!.50. 000

preferenciais. A

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101

- Ordin~ria$

Tesouro Nacional 220.000

Iniciativa Privada 30.000

250.000

RESUMO HISTóRICO DA PRODUC!O

Nos três primeiros séculos da história

brasileira r a siderurgia evoluiu muito lentamente, com a

util iza;io de fornos primitivos.

No século XIX, a redu;io direta foi algo

aperfei;oada e os primeiros altos-fornos foram construidos.

Na década de 40, com a constru~5o da

Nacional foi assumida a busca de Companhia Siderúrgica

uma solu;lo definitiva, através de um alto-forno cl~ssico,

com dimensies e capacidade compativeis com as utilizadas pelos

EUA.

Dai por diante ocorreu uma em

cadeia. Do primeiro forno de menos de 100 t/dia de gusa,

anterior à Primeira Guerra Mundial, aos equipamentos

alguns capazes de produzir mais de 10.000 t/dia,

foram dados diversos saltos tecnológicos.

A CSN foi projetada para operar de modo

integrado. ou processando desde a extra;io

beneficiamento de minérios até a laminação de produtos de

a;o, passando pelo reaproveitamento de derivados e rejeitas.

Essa caracteriza;ão induziu a que a empresa

assumisse a responsabilidade sobre a minera;lo de ferro e

manganês, ao sul do chamado Quadril~tero Ferrifero de Minas

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102

Gerais, de jazidas de calcário e dolomita (fundentesl.

tamb~m em MG. e da bacia carbon(fera de Santa Catarina.

Em iniCiou-se o aquecimento das

suas baterias de coqu.ifica;~o •• logo em seguida. do alto-

forno. obtendo-se a primeira junho

promovendo-se a inaugura;~o pdblica da Usina

Presidente Vargas em 12 de outubro de 1946. Das 4.3 mil/t

de laminados produzidas ainda nesse ano, foram atingidas

94.3 mil/t no ano seguinte e 310.0 mil/t em mais quatro anos.

o surto de desenvolvimento industrial.

posterior a Segunda Grande Guerra. alavancou a demanda p

induziu a amplia;~o da capacidade instalada.

RESUMO DA SITUAÇ.O ATUAL

Atualmente. a CSN ~ a maior siderdrgica integrada

do pa(s. com capacidade instalada de 4.6 milhSes de toneladas

anuais de a;o l(quido.

Seu principal produto. a folha estanhada (folha­

de-flandresl sendo tamb'm a dnica produtora. no pa(s. desse

produto.

Em 1990. a CSN produziu 2.919 mil toneladas de a;o

l(quido. vendendo um total de 2.711 mil toneladas de produtos.

sendo 51% para o mercado interno e 49% para o mercado externo.

Em 1991. foram vendidas 3.130 mil toneladas de

produtos. sendo 52% para o mercado externo e 48% para o interno.

gerando um faturamento bruto de 1.6 bilhSes de d61ares.

A industrializa;~o siderdrgica arrastou. sem

d~vida alguma, diversas atividades para a modernizaçio r abriu

espa;os estratégicos para os capitais. gerou empregos e impostos.

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103

e contribuiu de modo bastante destacado para a evolu~io

econSmica. pol(tica e social do nosso pais. E durante todo esse

processo, a CSN foi a pioneira dentre os protagonistas do cen~rio

industrial.

4.2 - DESCRIÇ~O SUCINTA DO PROCESSO ORÇAMENTARIO

Os dados da CSN relativos ao PROGRAMA DE DISPINDIOS

GLOBAIS (PDG) sio elaborados geralmente no ~ltimo trimestre de

cada ano, para serem aplicados no ano seguinte.

As instru;8es. originárias da SEST. orientam e

determinam premissas na elaboraçio dos orçamentos. tais como:

a) pre;os-base das proje;8es~

b) nlvei. de infla;io a serem utilizados;

c) taxas d€ juros nacionais e internacionais;

d) 1 imites de ~ecursos do Tesouro Nacional~

e) limites de recursos vinculados a investimentos;

f) limites de investimentos;

g) regras para endividamento - longo prazo e para

h) regras e limita;8es para dispêndios com pessoal

e com serviços contratados.

Tais premissas nio sio particularizadas por empresa

ou setor, ao contr~rio, as instru~oes $;0 gerais e destinadas nio

sd a todas as empresas do governo como tambim aos drgios

p~blicos.

Apds' o processo de discussio e revisSo destas

premissas tem inicio a parte interna (. empresa) de confec;io do

orçamento.

(.) Levantamento de dados realizado em 1990.

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104

Esta sistem~tica pode ser assim dividida:

ETAPA i- elabora;io de Circular destinada às

diversas ~reas da empresa, contendo além de instru;Bes gerais,

aquelas pertinentes a cada ~rea especIfica de acordo com as

instru;oes da SEST; (prazo para elabora;io/aprova;io: 3 dias)

E~TAPA 2- Distribuiçio ~s 'reas respectivas das

Circulares descritas acima com a fixaçio de prazo para devoluçio

dos dados; (prazo: 1 dia)

As principais ~reas envolvidas são aquelas

respons~veis pelas seguintes informaçBes' Produ;io, Vendas,

Abastecimento, Custos, Compra de Carvio Importado, Investimentos,

Serviço da Olvida e Empréstimos.

ETAPA 3- As diversas ireas, após receberem as

instru;ies, confeccionam entio suas propostas; (prazo: 20 dias)

ETAPA 4- A irea de or;amento procede à anil ise das

propostas setoriais recebidas; (prazo: 5 dias)

ETAPA 5- Após esta etapa, é 'eito o trabalho de

consolida;io pela irea de orçamento; (prazo: 5 dias)

ETAPA 6- Em seguida sio elaborados os seguintes

documentos para encaminhamento à Diretoria: (prazo: 5 dias)

~ Demonstrativo de Resultados

Custo da Produ;io

Despesas com Pessoal

Serviço da Olvida

• Balan;os Projetados

• Investimentos

• Fluxo de Caixa

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105

ETAPA 7- Apds a aprova;io da Diretoria, sia

preenchidos e encaminhados os formul'rios-SEST (cerca de 40);

(prazo' 5 dias)

ETAPA 8- A 'rea de or;amento da SIDERBR'S de posse

de todos os or;amentos das empresas do grupo, consolida-os e

encaminha para avaliaçio de sua Diretoria; (prazo: 10 dias)

ETAPA 9- A Diretoria da SIDERBR'S encaminha ~ SEST

o orçamento consolidado da nholding n ; (prazo: 1 dia)

ETAPA 10- A SEST apds analisados os orçamentos,

e'etua os cortes determinados pelo Governo, consolida-os por

Minist~rio (incluindo a Administra;io Direta) e submete-os ~

aprova;io do Presidente da Repdbllca, atrav~s Exposi;io de

Motivos dos Ministros da 'rea Econ5mica; (prazo' 15 dias)

ETAPA 11- As empresas recebem seus orçamentos em

três a quatro meses apds o envio da nproposta" orçament'ria. Em

sEguida iria enquadrar-se aos limites estabelecidos pela SEST;

ETAPA 12- No decorrer do ano, as empresas enviam

para controle da SEST, atrav~s formul'rios especificos, dados

relativos aos seguintes ftensn

• Investimentos

· Pessoal

• Servi;os Contratados

• Empr~stimos e Financiamentos

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As etapas 1.3 e 5 podem ser assim detalhadas~

ETAPA 1 : INSTRUCBES ORCAMENT&RIAS

Referem-se a::

Moeda

Pl'eç:os

.. Preç:os de Venda de Aç:o

..

..

Pessoal próprio - política salarial

Pessoal de Tel'" c E.' i ros

Capital de G irD

Aumento de Cap i t a I

Serv i 1;0 da Dívid<~

Financiamento no País

Financiamento no Exterior

Investimentos

ETAPA 3 : INFORMAC5ES DAS DIVERSAS &REAS

INFORMACBES DE VENDAS

Premissas de mercado

Plano de vendas (quantidade)

no Pa{~:;

.. no Exterior

BlJb p ," od 1.1 t o~:;.

106

Estoques de Produtos Acabados (quantidade)

.. Preç:os do Mercado InternD

Preç:os do Mercado Externo

ICMS e IPI

Fretes de escoamento

Despesas financeiras (vendas a prazo)

.. Comissoes

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INFORMAÇBES DE PRODUCIO

Plano de Produ~lo

- Equipamentos~

Coquerias

Sinteriza~aes

• Altos Fornos

Aciaria

Corrida Continua

Laminador de Trilhos e rerfis

Laminador de Tiras a Quente

Laminador de Tiras a Frio

Linhas de Zincagem Continua

• Linhas de Estanhamento Eletrolitico

Entrega às Vendas

- Previslo de novos equipamentos

Principais indicadores:

- Rendimentos

"Fuel Rate U

"Coke Rate'l

Rendimento Met'lico

Util iza~lo da Corrida Continua

Principais matérias-primas

INFORMAÇBES DE INVESTIMENTOS

Projetos

Obras

Equipamentos

No rais

No Exterior

107

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Grandes Reformas

Material Permanente

Importa~&es

Equipamentos

Mat~rias Primas

Saldos

INFORMACBES DE ABASTECIMENTO

.Matérias-Primas pr6prias

.Matérias-Primas adquiridas

.Suprimentos

.Material de Manmuten~io

.Refrat~rios

.Despesas Portu~rias

.Fretes e Seguros

~Preços

.Recupera~lo de Impostos

.indices de Rota~lo

.Estoques

INFORMACBES DE RECURSOS HUMANOS

- Efetivo pr6prio

Opera~io

Administra~io

Vendas

• Investim*ntos

Social

108

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- Vencimentos

• Salário

Adicionais por Tempo de Serviço

FunçKo de Confiança

Horas E>:tl'as

• Insalubridadf~

Per i c1..lI os idade

Fé,'ias

• 139 Salário

Gratificação Especial

- Encargos Sociais

lAPAS

• FGTS

Caixa Beneficente dos Empregados da CSN

AI.l>~ { 1 i or:~

• Assistincia Social

INFORMACOES DE CUSTO DA PRODUCAO

Matérias Primas

• Suprimentos

• Materiais

Energia Elétrica

• Serviços Contratados

Dep,'ec i ação

.. Pr'ovísôa-s

• Reforma,;

Custo dos Serviços

• Valor dos Estoques

• Custo dos Produtos Vendidos

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110

INFORMAÇOES DE DESPESAS ADMI~ISTRATIVAS E DE VENDAS

Diárias

Passagens

Material de Expediente

Telefones

Correios

Uniformes

Alugu~is e Condomfnios

Material Hospitalar

Serviços Contratados

INFORMAÇBES DE SALDOS ANTERIORES (BALANÇO DE PARTIDA)

• Estoques

Contas a Receber

Imobil izado

• Contas a Pagar

• Patrim8nio Lfquido

INFORMAÇBES DE SERVIÇO DA DiVIDA

• Taxas de Encargos (Libor, Prime Rate,etc)

• Pagamento do Principal e de Encargos

• No País

No Exterior

A Longo Prazo

• A Curto Prazo

Provisões

Saldos

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111

INFORMACõES DE CAPTACIO DE RECURSOS

Financiamentos e Empristimos

Longo Prazo

Curto Prazo

a No País ~.

No Exterior

Condi;8es

NRollover N (Divida Externa)

Vinculados a Investimentos

Financiamento de Carvio e Importa;8es

Adiantamentos de Contratos de Cambio (ACC)

• Capital de Giro

ETAPA 5: CONSOLIDACIO

Recebidos os dados mencionados, sio os mesmos

agrupados em quatro grandes mddulos~

a) mddulo de Abastecimento

b) mddulo de Faturamento

c) mddulo da Divida

d) diversos

o Mddulo NDiversos· recebe cerca de 800 INPUTS

relativos a dois grandes grupos: DADOS CONSTANTES (saldos,

valores vincendos, condi;8es comerciais, etc .•• ) e DADOS MENSAIS

(pagamento dos saldos do balan;o de partida, invest imentos y

reformas, etc .•• ).

quatro mddulos citados alimentam então o

NSistema de Proje;8es Financeiras da Siderbr~sN, mais conhecido

como COSIPIO, que i utilizado pela SIDERBR'S, pela SEST e por

todas as empresas do grupo.

Este Sistema (Mddulo de Consolida;io) gera cerca de

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112

70 relatdrios, alguns de uso interno. empresa e outros de uso

externo dest inados a SIDERBRdS, SEST, Auditores, etc.o.

As propostas enviadas • SIDERBRdS cont~m as

seguintes proJeç8es e orçamentos, entre outras de menor expressio

monet~ria. em regime de caixa e competlncia~

Receita operacional de vendas;

Recursos para aumento do patrim8mio liquido;

Recursos de empréstimos e financiamentos de

longo prazo, classificados quanto. origem (internos, externos) e

quanto • forma (moeda. financiamento de bens e serviços.

reempréstimos / relendin9, roll-over);

- Investimentos em m~quinas e equipamentos. em

serviços empreitados, em pessoal; detalhados a nlvel de grande

projeto. com os displndios previstos no exerclcio orçament~rio e

em exeFc{cios ~uturDS; percentuais prov'veis de execuçio flsica,

etc.

- Pessoal e Encargos Sociais. classificados em

horas extras, comiss8es por fun;io. participa;io

em encargos sociais, encargos regulamentares,

indeniza;8es trabalhistas e outros;

Outros Displndios Correntes. desmembrados em:

matérias-primas e componentes nacionais; idem

material de consumo 7 combustlveis e lubrificantes;

importados;

serviços de

terceiros vinculados a produçio; idem nio-vinculados; manu~en;io

e conservaçio de m~quinas e equipamentos; serviços t~cnicos

administrativos e operacionais; transporte de volume; tributos e

encargos separados em IPI. ICMS. PIS/PASEP, FINSOCIAL e outros;

- Amortizaçio do principal, separados quanto a

operaç8es internas. externas. resolu;io 63 e outras, desmembrados

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113

por grupos de agentes financeiros e por moeda de origem,

ano anterior, corrente e futuros;

Encargos financeiros~ idem i tem ant er i OI",

acrescidos de encargos vinculados .s vendas

(desconto de duplicatas, ACC's - Adicional de

Contrato de CAmbio, ACE's - Adiantamentos de Contrato

ENPortaç:ão); aos ECC's -Empréstimos em Conta Corrente para giro;

t-\os déb i tos vencidos e não pagos com fornecedores

empreiteiros, etc.

- Empréstimos de curto prazo para equilibrio do

fluNo de caiNa, informando quanto. caracteristica: se de agente.

f i nancei 1'"05, se variaç:Bes de contas a pagar ou outros créditos

prdprios do passivo circulante.

- Programa de importa;Bes, abertos em importa;Bes

dil"etas, compras e locaç:ão de produtos estrangeiros no mercado

interno. informados também quanto às guias emitidas pela CACEX e

os saldos a utilizar, no eNerclcio anterior, presente e futuro,

quanto .s entradas efetivas e previsão de entradas.

São informados também, em formul'rios especificas.

elementos caracterlsticos das premissas adotadas pela empresa ,

para elaboraç:ão dos seus orç:amentos:

a) quantidade e valor de produtos a serem vendidos

no pa(s € no exterior, no ano corrente e ano anterior ao

exerc{cio Qr~ament~rio;

b) premissas de reajustes e aumentos dos pre,os de

vendas, nos meses em que ocorreriam;

c: ) hipdteses consideradas para aUnlent C) da

rEmunera~io de pessoal, informando o percentual e o tipo de

r"eajuste: se progressão salarial, se acordo colet ivo, se

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114

produtividade, se reslduos de anos anteriores; se vegetativos.

d ) efetivo ,Isico e displndio com pessoal

encargos no ano anterior e exerclcio or~ament~rio, mês a mês,

desmembrado quanto .s fun~ies,

de investimentos.

se operacional, administrativo ou

Todas as in'orma~ies sio posteriormente objeto de

acompanhamento em diversos 'ormul~rios especificos, praticamente

com a mesma forma da proposta e bimestralmente enviados. SEST,

em papel ou em disquetes de microcomputador.

Embora as propostas sejam encaminhadas. SEST em

base anual, a SIDERBRdS exige das empresas as informa~ies em base

mensal, acrescidas de in~merai outras in'orma~8es referentes •

porodu~io da usina, .s vendas flsicas dos produtos, dos custos da

produ~io, aos agentes financeiros, aos balan~os patrimoniais

detalhados e a Itens db capital circulante, além de textos

expl icativos.

A SIDERBR'S determina também o envio das

informa~8es de acompanhamento em nlvel mensal, com os componentes

fisicos de produ~io, vendas, etc, com coment~rios explicat ivos.

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115

CAPiTULO U - AN'lISE DO CASO

5.1 - Compara~io CSN X Bibliografia

Conforme mencionado no Capitulo 111 (Metodologia)

sio as seguintes as observa~8es realizadas visando a compara~io

entre o Sistema Or~amentirio da Companhia Sider~rgica Nacional

(pr'tica) e a teoria, ~epresentada pelas obras consultadas

(Objeto do Capitulo 11 - Revisio Bibliogrifica):

independente.

a) Com rela~io. existlncia de deslocamento da

autoridade administrativa

A CSN nio possui sistema or~am€nt~Fio

Ela utiliza, internarnente F os mesmos valores

informados. Brasllia (Siderbris, SEST anteriormente e DNMM, CEST

e DOU atualmente).

Este or~amento, como citado no Capitulo tu,

utiliza premissas ditadas externamente. com pouca ou nenhuma

part icipa~io da empresa. Assim, as proje~8es inflacion'rias, por

exemplo. sempre ficaram aquém da realidade. pois, segundo o ponto

de vista da SEST, o objetivo é evitar a gera~io de expectativas

desfavor'veis na economia.

O equillbrio entre as entradas e sardas de

recursos ~r na maioria das vezes y feito através de pleitos de

recursos ao Tesouro Nacional, tendo em vista a limita~io de

reajuste dos pre~os do a~o, política utilizada tendo como

just ificativa o fato de ser o a~o forte propagador de infla~io.

Por ocasi~D da eXEcu~~O or;ament~ria , como os

nlveis previstos de infla~io sio sempre inferiores aos real izados,

o problema do desequilíbrio agrava-se e,

déficit j' existente cresce dramaticamente.

Em consequincia , o

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1.16

A solu~io para a empresa passa entio pelo aumente

do endividamento a curto prazo, seja desviando recursos de

cap i tal dE giro (nlo honrando, por EHemplo, seus compromissos

Junte a fornecedores' seja nio eHecutando os i nVE~>t i ment os

necessirios • manuten~io da qualidade dos seus produtos,

rolando sua divida eHterna de longo prazo.

seja

~ luz do eHPosto, verifica-se claramente o

deslocamento da autoridade administrativa de dentro para fora da

face às

acompanhamento do or~amento da CSN.

b) Com rela;lo à atividade formal de planejamento

A atividade de planejamento na CSN é i nte i rament(;~

divergente da encontrada na literatura pert inente. Nio eHiste nem

mesmo um drgio ou setor de planejamento na empresa, e>:ist ind()

planejamentos setoriais em algumas ~un~ges como no

planejamento da produ~io, mas que, na verdade, consiste mais em

programa;io do que em planejamento propriamente dito.

estratégico,

obedecido,

Desta forma a hierarquiza~io entre planejamento

controle gerencial e controle operacional não fi:

até mesmo pela ine>:istência de p I anej ament (J

estratégico formal.

Como consequlncia, temos o nio envolvimento dos

administradores da empresa na atividade de planejamento,

menos na discussio e formula;io de diretrizes.

mu i t ()

c) Com relaçio a aspectos comportamentais

Um dos aspectos mais vantajosos na utlliza;lo de

um sistema or~arnEntário~ conforme a opini~o un~nime dos autores

c: onsul t c\dos ? diz respeito ia possibilidade de se poder canalizar

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117

todo o esfor;o individual em prol de objetivos/metas da empresa.

Essa congrulncia porim sd se torna posslvel, na medida em qUE

todos (da Diretoria ao peio ) se sintam envolvidos no processo ,

cientes de que o sistema pode ati mesmo influenciar o

comportamento das pessoas.

A CSN perde todo este processo de sinergia e

integra;io , ao nio promover o envolvimento de todos no processo

de planejamento em geral

or;amentirio.

e em particular, no planejamento

d) Com rela;io a ireas de responsabilidade

A CSN possui , com detalhamento bem grande, um

plano de centros de responsabilidade,

custo (cerca de 650).

denominados centros de

A diferen;a bisica para a tipologia defendida pela

literatura diz respeito ao fato de que na CSN estes centros de

responsabil idade se destinam apenas l aloca;io de despesas. Todo

o sistema de acompanhamento or;amentirio tem o enfoque dnico da

de despesa; em nenhum momento sio introduzidos

conceitos que possam se aproximar dos chamados centros de lucro

ou centros de resultados.

Este fato decorre fatalmente da filosofia do

or;amento SEST cujo prdprio nome, PROGRAMA DE DISPÊNDIOS GLOBAIS

(PDG), J' evidencia a prioriza;io da despesa em detrimento da

receita. A consequlncia mais grave a nlvel comportamental, é a de

que o or;amento na CSN se reveste apenas do aspecto de mera

previsio nio gerando nenhuma forma de compromisso do gerente para

com SEU superior imediato E assim sucessivamente.

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118

Outro aspecto divergente diz respeito

Contabilidade Gerencial. A contabilidade usada pela CSN destina­

se ao atendimento do fisco. N~o existe a preocupa~~o com a

Contabilidade Gerencial. uma vez que todo o processo contibil é

voltado somente para o atendimento da legislaç~o fiscal _

societ~riaa

o quadro- resumo a seguir. constitu{do de 16

aspectos selecionados de acordo com o item 3.2 do capítulo 111

(parte aI. procura mostrar as principais características que um

sistema or~ament'rio deve ter de acordo com os autores

relacionados na coluna 2a

A coluna NA CSN N evidencia a ou

ausência 7 na CSN, da caracter{stica mencionada"

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No. CARACTERÍSTICA

1

3

4

Hierarquiza~ão entre planeja­mento estratigico. controle gerencial e controle operacio­nal.

Envolvimento dos administrado­res na atividade de planejamento.

Inicia,io do processo com a formu­la~ão de diretrizes"

Envolvimento da Diretoria em todas as fasesu

5 Influencia o comportamento das pes­soas n

6 Orienta~io para metas/objetivos.

7 Decisies administrativas compatí­veis com os objetivos.

8 Ut iliza~io em empresas de grande porte.

9 Comprometimento de todos com orça­mentos aprovados.

10 Promo~io de INTEGRAÇ~O

11 Inclusão de aspectos de motivação • sat isfa~ão das pessoas.

12 Avaliaçio em unidades monet~rias

13 Contabiliza~io por ~reas de res­ponsabilidade

14 Centros de lucro (resultado) alim dos centros ~e despesa.

15 Contabilidade Gerencial aliro da fiscal.

16 Não deslocamento da autoridade administrativa de dentro para fora.

119

AUTOR (ES) NA CSN

Anthony Ausente

Welsc.h Ausente Ackoff

Anthony Ausente

Gomes Ausente

Flamholtz Ausente

Flamholtz Ausente Welsch

Anthony Ausente

Anthony Presente

Anthony Ausente

Flamholtz Ausente Gomes

Flamholtz Ausente Anthony Gomes Welsch

Anthony Presente

Welsch Presente

Hofstede Ausente

Welsch Ausente

Gomes Ausente Werneck

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120

5~2 - O controle exercido pela SESTu

5.2.1 - Cria;io e funcionamento da SEST.

Tendo como principal justificativa a pressio

negativa que as estatais imprimiam ao deficit pdblico, foi criada

através do Decreto 84.128 de 29-10-79 a Secretaria de Controle

das Estatais (SEST) subordinada ~ entio Secretaria de

Planejamento da Presidlncia da Repdbl ica.

o referido Decreto conferiu ~ SEST as seguintes

atribui;Bes, entre outras~

a) Coordenar as atividades das empresas Estatais y

pollticas e diretrizes da

governo federal~

b) Elaborar propostas de fixa;io de limites de

displndios a serem aprovados pelo Presidente da Repdbl ica.

c) Acompanhar a gestio das empresas estatais,

particularmente no que se refere ~ eficilncia , desempenha

operaCional, rentabilidade, etc ...

Para o cumprimento desta tarefa a SEST inst ituiu

entio o PDG (Programa de Dispêndios Globais) a fim de que

empresas estatais jn~ormassem suas previsSes € realiza~8es de

despesas para o exerclcio or;ament'rio.

Dentre outros detalhamentos o PDG passou a ser

composto dos demonstrativos denominados DICAR (Demonstrativo de

Aplica;ia de Recursos), DICOR (Demonstrat ivo das Origens dos

Recursos), DEFLUX (Demonstrativo do Fluxo de Caixa), FEFCX

(Fechamento do Fluxo de Caixa) e proje;Bes de Balan;o

Patrimonial e do Capital Circulante.

Todos os orçamentos sio aprovados, em ~ltima

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121

instância pelo Presidente da Repdblica, exceto o

Investimentos que é aprovado pelo Congresso Nacional.

5.2.2 - Coment'rios sobre o controle exercido pela

SEST.

A atuaçio da SEST é vista com muitas ressalvas

pela CSN, destacando-se alguns pontos~

a) As instruçaes oFçament~rias determinaram

proje~ies inflacion'rias muito aquém da realidade:

b) Como a CSN vivia sob a égide do controle de

preços exercido pelo CIP, o equillbrio entre entradas e saldas

de caixa era proposto através da utilizaçio de pleitos de

recursos ao Tesouro Nacional. No entanto, a SEST, quando submetia

a or~amento ~ instincia superior, efetuava reduçies neste pleito

€, arbitrariamente, aumentava receitas e reduzia custos,

"fechando" artificialmente a equaçio.

Ficou , entio a imagem de uma BEST arbitr'ria e

centralizadora, facilitando em conjunto com a polltica do CIP,

uma violenta transferlncia de recursos do setor produtivo estatal

para o setor privado.

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122

CAPiTULO VI - CONClUSSES E RECOMENDACSES

6.1 CONClUSBEB

A grande pergunta que se impBe ~ a seguinte: a

atua;lo da SEST (e hoje da CEST - Coordena;lo das Empresas

Estatais) privilegia o MiRITO GERENCIAL das empresas sob seu

controle?

A resposta claramente ~ nio.

O m~rito gerencial se torna totalmente exilado no

contexto SEST e essa marginaliza;io do gerencial abriu espa;os

enormes para o exagero do controle. A necessidade de justificar

tarefas claramente favorece a cria;lo o

desmembramento de numerosos mecanismos de controle. alimentados

por informa;Bes minuciosas em fluxos regulares. Diflcil imaginar

que sejam regularmente analisadas, €y muito menos y que o se~l

custo seja compensado por benef{cios nio escusos.

A fim de que se possa ter uma id~ia deste

desperdlcio estimou-se em quase 2 milhBes (vide Anexo I) o

n~mero de horas dispendidas neste sistema de controle lento e

o que vaI. dizer: cerca de 930 pessoas (total de horas

gastas divididas pela quantidade de horas /ano de uma pessoa)

poderiam estar sendo recicladas e treinadas par'a executar outras

tarefas mais ~teis ~ pr6pria empresa"

Nlo repousa. todavia. propriamente no volume de

dados a maior critica ao sistema de informa;Bes do controle

maS sobre a ineficilncia do trabalho de manter-se

informada. em micro-detalhes. uma institui;lo que nlo gere. ou

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123

que mantém um nlvel de gerenciamento que nlo justifica tamanho

detalhamento de informaçSes.

Uma an~lise mais acurada permitiria, no m(nimo, a

concluslo de que, ji que o Estado quer controlar suas empresas.

uma gama enorme de informaçSes de menor expresslo e/ou de curta

periodicidade deveria ser solicitada esporadicamente, na medida

do necess~rio e apenas de determinadas empresas. s6 isso j~

reduziria substancialmente o tr~fego de dados e em consequincia o

custo do sistema.

~ realmente baixo o nlvel de gerenciamento das

empresas estatais e alta a inclinaçlo p~ra a atividade d.

controle.

o caso do PDG i ilust~ativo. Como afirma Hofstede,

Norçamentos slo o maior veiculo para o controle gerencial N• Todo

orçamento. todavia, deve pressupor um plano de açlo. eleito entre

outros alternativos. como essincia mais significativa do

gerenciamento como meio de serem atingidos objetivos

estratégicos. Com o decorrer dos anos o trabalho de montagem das

informaçSes pertinente. ao PDG, assumiu o car~ter imediatista e

repetitivo, com forte inclinaçlo para o figurativo, ao sabor das

pollt icas de emerglncia que impactam sobremodo as previsSes de

custeio e tornam rarefeitas, ou mesmo inexistentes, as ga~antias

de recursos p~blicos para investimento e de colaboraçlo dos

pod€res do governo nos condicionamentos fiscal, cambial,

trabalhista, etc •••

h guisa de ilustraçlo, em anexo, um

conjunto de informaçSes solicitadas pela CEST Cex-SEST) às

empresas integrantes do Sistema CAnexo 11).

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~ luz do exposto, as respostas .s

Formuladas no Capitulo 111 podem ser assim resumidas:

124

perguntas

a) i grande o hiato existente entre o Sistema de

Planejamento praticado na CSN aqueles

referenciados na literatura pertinente. Basta que se verifique

que das 16 varliveis seleclonadas y em apenas 3 y ou seja, cerca de

19%, a CSN se enquadra na teoria consultada, P

b) O gerenciamento da SEST (atualmente CEST) em

rela~io .s empresas estatais é praticamente inexistente, já que

ao longo do tempo. se transformou em mera centralizadora de

os quais pela sua prdpria magnitude tornaram-se diflceis

de serem analisados.

6.2 RECOMENDAÇõES

6.2.1 Ao Governo

O modelo de gestio/controle exercido pela CEST

encontra-se completamente esgotado. Urge que seja substituldo por

um novo modelo que,

seguintes:

dentre outros aspectos,

a) Aspectos comportamentais

contemple os

i necess'rio Explicitar para todas as emPF€SaS

estatais, como resultado do Planejamento Estratégico feito pelo

Governo, os objetivos que se pretendem alcan~ar a curto. médio e

longo prazos e como o or~amento do exerclcio vindouro pode

viabilizar o alcance destes objetivos. É necessário que haja

conscient iza~io por parte do Governo, de que ao se promover amplo

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conhecimento daquilo que se pretende atingir, será

obter o engajamento de todos, caracteristica primordial para o

sucesso deste tipo de sistema.

b) Avalia~io e corre~io

o novo Sistema tem que permitir,

bastante transparente, que se conhe~a quais empresas estio sendo

bem administradas.

Critérios ~e avalia~lo bem definidos e discutidos

sio fundamentais para a consecu~lo deste objetivo. Por outro

lado, açSes corret ivas tlm que ser efetivadas nas admjnistra~8es

que se encontram abaixo do n(vel desejado •

• importante que o modelo de avalia~lo tenha um

certo grau de flexibilidade, pois há necessidade de serem

consideradas as peculiaridades de cada conjunto de empresas.

Assim r os critérios de avalia~lo de uma empresa produtiva

precisam obrigatoriamente ser diferentes de uma entidade

tipicamente governamental.

c) Amplitude de controle

o novo sistema precisa privilegiar o mérito

gerencial em detrimento da quantidade de informaç8es. O volume de

dados a serem manuseados precisa ser de reduzida quantidade e d.

máxima qualidade (macroindicadores).

As empresas necessitam se sentir controladas,

porém a elas tem que ser concedido um certo grau de autonomia a

fim de que possam até mesmo remanejar/alterar itens de displndios

desde que atinjam objetivos maiores traçados u a priori"ü

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126

6.2.2 -h CSN

A CSN poderia envidar esfor~os no sentido de

reduzir o fosso que atualmente separa a empresa dos modelos de

ar~amento preconizados pela literatura.

Num ambiente extremamente competitivo onde hoje a

CBN convive. prescindir do planejamento estratigico pode vir a

comprometer sua prdpria sobrevivlncia.

Seria pois 1 importante que e.for~o. sejam

dispendidos no sentido de dotar a empresa de ferramentas de

planejamento que permitam gerar orçamentos que. diferentemente

dos até entio utilizados. possam privilegiar os seguintes

pontos:

a) O orçamento precisa ser para a CSN enio

da CSN Em outras palavras y as premissas 7 ,objetivos, etcn.u

devem surgir como consequincia de ampla discus.io interna ~ nio

como imposiçao de drgaos externos (CEST. por exemplo). Isso nao

quer dizer que nao se atenda .s eXiglncias de Brasllia ••• trata-

se tao somente de ter o seu orçamento que pode até mesmo servir

de base para a gera;ao dos dados a serem enviados. BEST. ao DOU

e a outros drg~os ~

b) Os valores estipulados pelos diversos centros

de responsabilidade. apds consolidados e compatibilizados com

diretrizes previamente fixadas. devem se transformar em

compromissos de cada gerente com seu superior. perdendo a partir

dai o cariter de mera previsao;

c) A maximiza;ao do lucro tem que ter prioridade

sobre a minimiza;ao do custo. Desta forma. a grande variivel a

ser trabalhada é a MARGEM DE CONTRIBUICAO. Aumentos de

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127

faturamento e/ou redu;Bes de custo s6 podem ser validados caso

gerem, em consequincia, aumentos de MARGEM.

d) Aos atuais centros de responsabilidade (todos

centros s6 de despesas) precisa ser acrescido o conceito de

RESULTADO O novo sistema necessita tratar ambos os lados da

qu€stio - r€ceita e desPEsa, buscando sua otimiza,ioa

e) O planejamento or;ament'rio pode ser utilizado

como pe;a fundamental de integra;io entre as diversas 'reas da

empresa, procurando canalizar 0$ esforços de todos para o

atingimento de objetivos que ~oram tra;ados como consequincia de

discussBes em que eles também se sentiram de certa forma,

envolvidos.

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l.31

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A N E X O s:

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ANEXO I

ESTIMATIVA DE HORAS CONSUMIDAS NA ELABORAC~O DOS

ORCAMENTOS DAS ESTATAIS

Para .stimativa das horas consumidas

133

pelas

empresas estatais na elabora;lo do Programa de Dispindios Globais

da CEST, i necess'rio classific'-las em empresas produtivas enio

produtivas, uma vez que as primeiras evidentemente necessitam d.

mais tempo, pelas suas caracterrsticas de transforma;lo de

matérias-primas e servi;os em produtos vend'veis.

Assim, empresas estatais PRODUTIVAS , aqui

estio entendidas como aquelas que faturam contra terceiros

através da venda de produtos ou de serviços, tais como a CSN y

LIGHT, PETROBR'S, ELETROBR'S, VALE DO RIO DOCE, RFFSA, TELEBR'S,

COSIPA, etc, transformam matérias-primas em produtos e/ou vendem

servi;os de grande porte, em geral de natureza industrial.

Empresas estatais NZO-PRODUTIVAS slo as demais, ou

melhor, as que nlo se enquadram como vendedoras de produtos. Slo

.s Centrais de Abastecimento, as Escolas T~cnicas7 o BNDES,

a CVM,

o

FINAME, o IBGE, a ECT, as Funda;ies, a CEF,

Superintendincias de Desenvolvimento, as empresas vinculadas •

Previdincia Social, a LBA, os Conselhos do Ministério do Trabalho

e de outros 6rg~os, EntrE os demais da mesma natureza.

Por outro lado, como também a CEST determina que

somente .s estatais de grande porte encaminhem or;amentos

completas, cria-se a necessidade de diferenci~-las dentro desta

caracterrstica:

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a) Empresas de grande porte sio aqui definidas

como as que devem encaminhar. CEST todos os demonstrat ivos

finan(:eiros exigidos nas instru~i€s, com infase aos detalhamentos

de invest imento ( Orçamentos Completos );

b) Empresas de médio e pequeno porte não

necessitam encaminhar detalhamentos de investimentos, nem

demonstrativos de I"esu I t ados, balanç:os patrimoniais

demonstrativos de importa;Bes (Or;amentos Parciais).

Pesquisando a relaç:lo de empresas controladas pela

CEST, (v~~r Quadro 11 e Ane){o A), dentro d05 critérios <\cima, tem-

se o seguinte perfil~

Tabela I - Perfil das Empresas

D i ser' i m i naç:lo No. de Empl"esas

EMPRESAS PRODUTIVAS

Grande Porte (Or;amentos completos' 76

Médio e Pequeno Porte (Or;am. Parciais) 89

EMPRESAS NÃO-PRODUTIVAS 214

Grande Porte (Or;amentos completos' 35

Médio e Pequeno Porte (Or;am. Parciais) 179

TOTAL GERAL 379

F>ara estimar o n~mero de horas que as Empresas

consomem na elaboraç:lo dos orç:amentos, os seguintes critérios

foram adotados e arbitrados:

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135

a) Todas as empresas possuem seus próprios

procedimentos orçament'rios, ou melhor, elaboram seus orçamentos

independentemente da solicita~io da CESTo

J' estio estruturadas. Portanto, os pedidos da

CEST sio atendidos através de adapta~8es dos Seus sistemas e de

seus prdprios proceSSOSn

b) Dentro do critério acima, aval ic)u-se o nJmEro

médio de pessoas envolvidas em cada atividade de natureza

or~ament'ria exigida pela CEST, bem como o ndmero de dias

necessirios para a conclusio daquela atividad€r já analisada"

Admitiu-se ainda, jornada di'ria de 8 horas de servi~o.

Por este método, determinou-se o ndmero de horas

consumidas nas propostas originais.

d) De acordo com a classifica~io dada a cada

empresa, determinou-se o ndmero de horas que cada grupo consome~

- Empresas de grande porte, produtivas, com

or;amento completo, consomem a totalidade de horas determinadas

dentro do critério exposto.

2 - Empresas de médio porte, com

orçamento parciais, tiveram deduzidas as horas dispendidas com

orçamentos de inv€st imentos r balan~o patrimonial

demonstrativos de resultados.

3 - Empresas de grande porte, n~o produtivas 7 com

or~amentos completos, tiveram deduzidas as atividades com

orçamentos de vendas, produçio, custos e importaç8es.

4 - Empresas de médio e pequeno porte, nio

produtivas, com orçamento parcial, tiveram deduzidas também as

atividades referentes a investimentos, balan~os e resultados.

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136

5 As quantidades de horas assim determinadas

Foram acrescidas ls horas dispendidas pela CESr durante o ano.

6 - O n~mEro de horas consumidas pelas estatais

durante cada ciclo or;ament~rio, dentro dos critérios e premissas

aqui adotados, est~ estimado em 1.935.000, conforme Quadro I a

7 - Cabe observar que, embora algumas das empresas

estatais e ministérios no Anexo A tenham sido extintos ou

absorvidos, o maior nlvel de infla;io dos dltimos anos obriga a

maior displndio de tempo nas an'li~e dos or;amentos, em virtude

da necessidade de homogeneiza;io de valores e compara;io de

dados.

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137

--AflEXO )l

FORNULÀRIOS A SEREN PREEHCK'OOS EM P RESA

01 A 11 01 l'< OS E li PRES I DEIK IA DA REPÚBLICA

Hospi tal das Forças f\rmadas - HFA x

Secretarill Especial de Informática-SEI x

SECRETARIA DE P LANEJ/l.MENTO /PR Centro Bras i iei ro de Apoio a Pequena e Med i a Empresa -

-CEBRAE x C i ;nt í f i co

. ----Conselho Nacional de Desenvolvimento e Tecno-

lógico-CNPq x -Empresa Di q i ta I Brasileira-DIGIBRAS x

COBRA-Compu_tadores e S i stema~"B_r~s il~i,ros S/":.....___ t x

x Financiadora de Estudos e ProJe~s-FINEP ____ ,_

Fundação I nst i tuto Brasileiro de Cieoaraf i a e Estatística -IBGE x

Instituto oe Planejarnento Econôm i co e Social-IPEA x

Suoerintendencia Nacional do Abastecimenro-SUNAB x - , __ RETAR I A DE COMUN I CAC)'íO SOéIAL--

Emoresa Brasi lei ra de Noticias-EBN x

Empresa Brasileira de Radiodifusão-RADIOBRAS x

DEPARTAMENTO ADMINISTRATIVO DO SERVICO PUBLI CO

Superintendência de Construção e Administração Imobi-

I ;; r i ~ C .• SUCAO. x

MIMI<T~RIO DA A "IITI rA

roix~ ri~ FiMnri~monr" Im"nil;;"'· ri, nO'''";'''; ,,(FIA .. , x

r"mMnh;" n~,r"mo,;"'," _ r.o "A x C, 'o R, 'Ielr" no. - , ,_ c I. _ OUAOHD

c, a Brasileira de Infra-Ferr .. , .. ro A~.", '. iria- I I NFRACRO I x

n~ ri, o' ". , . " _ .n .. I x

T~ I o~"m,,"' '" '':;0< A, - ,.' ., C I. _ 'l'.C. x

MINISTtRIO DA JlGR I CUL TURA

R~n~" N~~ I ""~ I n~ e ~". r~ ,r'"" _ A"rr

ro","" N,~'" oi ", o • -• " _ enIo. I

Com i ssão Execut i va do·Plan" da L~vn"ra C~c~u"ira-~EPLAC x

C .... m I «;;" Mo ". ,"" 'ri D, ~. - _ ~"o Comnanhia Brasileira de A I i ,< : rnRa, x

Centrais de Abastecimento de Alanoas - CEASA'AL x Centrais de Abastecimento do Amazonas - CEASA/AM " -Centrais de ';basrprlmont" ri~ r~mnln~<-rFA~A,r,-",n'na<

Centrai. ri .. Ah~e.~~lmo"'" n~ ro~r; _ rl'a'A/ro x r, 'rale no Ahoc_o,' .onr" ri, o, • '._ C,n' __ rl'.'./F~

ron""' < ri, Oh '. ~ . - _ r .. '.n/r.n "

r, ,;e n~ Oh"c"o, ' ,. ri, oh ,_ •• - __ ro ••• I~. y

rnn'.,;c Mo H',"o~;mpn'" M" r ~ " < ,I _r~o<t.I' '

rp"'., i e ri~ Ahoch" ,p"r" ri, p,.= _ ro_c. '0' v

Centrais de Abasrecimenro da P~caíb~-Ç~As8/ea x Centr~;< CP Abásrecimenrn riP .'" ____ ro.c_,po v

Centrais de Abastecimento do P i alJ í - C El-lSMP I x

Centrais de Abastecimento do Rio Gr~nno d" Nnrte-CEASA/f:J x Ccr.rr:li~ de /I.Q:i:!st~ci;nc!1~:") ej::l f\ i (I '. ,"ú '" " 1·'-'" ,"_I " U ~tM~M ~." ;.

('-'üttai::i rI c: Oh,'c, rc;: .... j .... ..:., ....... ~" D; '" ,.' ~. I., ....... : __ - r""=~1~8l~ I I ,

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138

ANEXO il _'RIOS l SERE" PRU"CHIOOS

EMPRESA O 1 A 11 i 01 A 05 E li

Centrais de Abastecimento de Ser i " x Com anhia BrClsi lei ra e Arma

Conselho Nacional de CooperativislDo - çr~c

Coordenacão de Assu.ntos Internacionais de Aari.~ultu-._-+ ______ + _____ _

~~WÀ~~~.ER--------__ ----------------t---~--4--------1-_--<..Emmll.L=;LP.Lil s.Lt~ir ª- . .!lIL.l:.e..sQJ.Ii sa_ Ag rQ~a:la..-=-.-l:."tlIi!!AEA_!--__ ..l<.. __ +-. ____ _

Executivo de Eletrificacão Rural de Coooerati-

vas - GEER Instituto Brasi leiro de De5en~º_ULiID~~Lo~~~~Jll~~ ______ !--__ ~ __ In5 i uto Nacion ~~lJllLLzação e Ref~crn~gr~ãur~i~a~~.~ ______ !--____ _ INCRA x nStltuto Naclona e Hetereo caia - M x -

I I Suoerintendência de Desenvolvimento da .p~~.ça - SUDE·PE x MINISTtRIO DAS COMUNICACÕES I

I d IN ET

Emnresa Brasi leira di: Correies e JeJégrafc o-l'rT x

Telecomunicarões Br-<!si ltireo ,IA _ T'" "oa~<

Comoanhia de Telefones do Rio de Janeiro - CETEL x Empresa Brasileira de TeJecomunlca~ões S;1A-EMBRATEL x Companhia Telefõnica Melhoramentos e Re o i <tênc i a-CTMR x Telecomunicacões do Acre S/A - TELEACRE x Telecomunicacões d", Ala{]"~o ~/d - TFld~d • Telecomunic~es do Amapá S/A - TELEAMAP/I x Telecomunicacões ·do Amazonas S/A - TELEAMAZON x Telecomunicacões da Bahi a S/A - TELEBAHIA x Telecomunicacões de Flrasília - TELEBRAS rL I A x Telecomunicacões do Ceará S/A - TEIFrl'dRIi x Telecomunicações do Espírito Santo S/A - TELEST x Telecomunicações de Gpiás S/A - TELEGOI/lS x Telecomunicações do Maranhão S/A - TELMA x Telecomunicacões de Mato Grosso S/A - TELEMAT x Telecomunicacões de Minas Gerais S/A - TEl EM I r. x Télecomunicacões do Pará S/A - TELEPAR/I x Telecomunicacões da Paraíb ~/d - TFI Pd X

Telecomunicacões ri" P~"n" S/A -. TFI FPAR ---"--Telecomunicações de Pernambuco S/A - TELPE x Telecomunicacões do Piauí S/A - TELEP I SA x Telecomunica~ões do RiQ yt~nd~ de ~Q(t~ S/A-TFI FRN x Telecomunicacões do Rio de Janeiro S/A-TELERJ x Telecomunicacoes d~ Rondônia S/A-TELERON x Telecomunicacões de Roraima S/A-TELAIMA x Telecomunicacões de Santa CAtarina S I!I-TEI ESC x Telecomunicacões de Seraipe S/A - TELERGIPE x Telecomunicacões de são Palll" S/d - TFII'<O x r;~ Tp 1 efôn i co de Bnrrl~ ~" r omnn _ CTRr ,

MINISTERIO DA EDUCAC~O E CULTURA Centro Bra 5 i i e i ro de: 'Construcoes e Eauioamentos E-- -coiares-CESrJ\C!::

"

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EMPRESA

Centro de Educacao I ecno lõg j"ca da Bahia.- C ENTEC/BA Centro Federal de Educacão Tecnolónica de Min~c r.~.~i<

- c~~nT/"r.

Centrn Fodo'" 1 de Educacão Tecnol';Mi~a do Pa ranáo(ENTEC Cenr.n ,"orloro I do Edur~r;n Tocnnlnnic~ rin Rin ri~ lonoi_ ro - CENTEC/RJ Centro Nac i ona I de Educacão ESDecial - CENESP Coléoio Pedro 11

~.Coordenarão do ADerfeicoamento de Pessoal de Nível Suoerior - CAPES Coordenacão Nacional do Ensino Ag ropecuá r i o - COAGRI Coordenacão de Desenv;) 1 v i men to das Instalacões do En-si nn Sum>r i or - PREMESU Emoresa Brasi lei ra de Fi lmes S/A - EMBRAFILME Escola de Farmácia e Odontoloaia de Alfenas - EFOA Escola Federal de Enoenharia de I ta iubá-EFE I Escola Paulista de Medicina - EPM Eccnla < '"erior de Aoricultura de Lav.a. - ~SAL

E<c"la ,,,nerior de Anricultura do Moce".'; - "<AM

Esco I a Técnica Federal de Alaooas - ETFAL Ec:cola Técnica Federal do Amazonas - ErFAM Escola Técnica Federal da Bahia - ETFBA Escoia Técnic,; Federal de Camoos - ETFC "-· ... b T';~"'~~ F' .. ri .. r~1 rin r .. ~ ... - FT.rF Escola Técnica Federal do Esoírito Santo- ETFES Escola Técnica Federal de Goiás - ETFGO Escola Técnica Federal do Maranhão - ETFMA Escola Técnica Federal de Mato Grosso - ETFME Escola Té""ica Federal de Ouro Preto - ETFOP "<.Mla Técnica Federal do Pará - ETFPA <_.n' T';.n' •• ~_ri_ .. l ri_ o ___ r~_ - .T.PR ,"<~Ml, Térnica "edér~l de Pelota. -"""'a Técnica Federal de Pernambuco - ETFPE Eccnla Técnica Federal do Piauí - ETFPI "_·"oI a Técnica Federal de ouímica do E-tado do Rio de 'aneiro - ETFORJ Escola Técnica Federal do Rio Grande do Norte-ETFRN Escola Técnica Federal de Santa Catarina - ETFSC Escola Técnica Federal de são Paulo - ETFSP < ... .,,~ T';._'., " .. rl .. r~1 rl:' < .. rnin .. _ "TI'~I' Faculdade de Ciencias Aorárfas do Pará - FCPA Faculdade Federal de Odontolooia de Diamantina -FFOD .. , •. , 1 rl~rio rio MQ.j i c i na no T. i ;;no" 1 n M i np i r" -!'MTM Fundacão Casa de Rui Barbosa - FCRB Fundacão Centro Brasileiro de TV Educativa - FUNTEVE

- r __ >-. ,,~~inn~l ri~ A~~~~~" .>~ ~M O~c<no 1 nara F~rmacão Profissional-CENAFOR Fundacão Movimento Brasileiro de Alfabetizacão-MOBRAL Fundarão Joacuim Nabuco - FUNOAJ 1 Fundacãu Naci~nal de A.rte - FUNARTE Fundacilo IJaci ona I do ~·íaterial Escolar - FEI,AME

I

139

Fl.3

ANEXO .9.. FORII\I.ÂRIOS l SEREII PREEHOUDOS

01 A 11 01 AOS EU x

x

PR x

x

x

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x I I x .! x I x I x

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-_ •• oo.o _"_'0 • ____ _

EMP RESA

r lares taTKi OCe I I Ltda. Ri oce II Tradino G M B H Banco Centra i do ti ras i 1 - BACEN Caixa Econômica Fede ra I - CEF DATAMEC S/A - Engenha r i a de Sistemas e Processamento de Dados DATAMEC Educac i ona i Hotel da Praia SASSE - C i a. Naci ona 1 de Seguros Gerais Casa da Moeda do Bras i 1 - CMB Coordenador i a das Emp resas Incorporadas ao Patrimônio Nacional - CEIPN Comoanh i a Brasi lei ra de Cimento Portland Perus C i a. Melhoram~ntos de Blumenau - Grande Hotel Blumenau

C i a. Paul ista de Celulose. COPASE Estrada de Ferro Corcovado :.strada de Ferro Perus P i rapo:-a

Indústria Brasi lei ra de Pape i - INBP.APEL Comissão de Va lares Mobiliãrios - CVM Escola de Administração Fazendã r i a - ESAF Func:acno Get'~ I i o V.,roas - FGV Insti tutO de Resseguros do Bras i I - I RB Servico Federa I de P roces 5 amen to de Dados - SERPRO Super i ntendênc j a de Seguros Privados - SUSEP

MINIST.RIO DA INDOSTRIA E DO COM.RCIO Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico - BNDE Agência Especial de Financiamento I ndus t r i a I - FINAME ela. Edi tora Nacional

Cia. I ncenci vadora de Atividades Aarícolas e Indústriai-s Livrari a José Olvmoio Editora S/A Insumos Básicos S/A - Financiamento e Particioacões-- FIBASE Caralbils Metais S/A - I ndus tri a e Comercio Cia Brdsileira de Cobre Cia. Brasileira de zinco Investimentos erasi leiro S/A - I BRASA Mater; a I Ferroviário S/A - 11AFERSA Mec:ân i ca Brasileira S/A - EMBRAMEC Salgerna Indu:tria Química S/A Salgema Mineraçao Usiminas Mecan ica S/A - USIMEC Ci a. Nacional de Álcalis S/A Alca I is do Rio Grande do Norte - ALCANORTE Cia. Usinas Naci ona i 5 - CUN Ref inar-j () R.am i ro S/A Empresa Brasi leira de Turismo - EMBRATUR Fundação Brasileira para a Qual idade I ndustria I-FEQI Grupe Execurivo ae kac i ona I i zacao da Cafeicultura-GERCAI Inc;ti tuto CiO J.r.r:ucar e do Alcool - IM Insti ~ut(\ 8rEsi ie.i ro do Café - ISC ln5tituto Nacion21 de Pronriedade Indu-,trial - I !'!?I 1

I

I

I

140 ._. __ -·--0 ._._._. _____ _

~-.!Ul';RI05 •

01 A 11

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F!. 4

ANEXO /! SEREI! PREENCHID~S

101 A 05 -::. li x

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EM P RESA

Siderurgia Bras: lei ra S/A - SIDERBRAS Acos Finos Pi r<Jti ni S/A - AFP Aco 11 i nas Ge ra i 5 S/A - ACOHINAS C i a. de Ferro e Aço de Vi tória S/A - COFAVI C i a. 5 i de rú ra i CêI de Moa i das Cruzes - COS I M C i a. Siderúrgica t~aciona I - CSN Ca rbon í fe ra Barão do Rio Branco UA C i a. Brasileira de Projetos Industr,iais - COBRAPI Emi ssao e Planejilr.1ento de Seguros S/A - E?LAN Empresa Carbon ífe ra Próspera S/A ... _-" Força e Luz Criciúma S/A _. Fãbricc1 de Estrutura Metál icas - FEM Irmbi j iária San ta Cecíl ia S/A - CEC I SA -lavador Cao i va r i S/A Oleos de Palma S/A _:.~.!:.~--Industrial - OPALMA

- -S d d T Ad C d Dele a e ecnlca oe minlstracao e orretaaens e Seguros Ltda - SOTECMA Ci a. Siderúrgica Paulista - COS I PA COSIPA - Processamen to de Dados SC Ltda. Mineração Ferro e Manganês S/A C i a. Si derürgi ca de Tubarão - CST Usina Siderúrgica da 8ahia S/A - US I BA Usinas 5 i derúrg i cas de Minas Gerais S/A - USIMINAS Suoerintendência da Borrácha - SUDHEVEA

MINIST~RIO 00 INTERIOR Banco da Amnzôn i a - S/A - BASA Banco Nacional de Habi tacão - BNH Banco do Nordcs te do Bras i 1 - BNB Banco de Roraima Centrais Eletricas de Rondônia S/A - CERON Centra i s El.etricas de Roraima S/A - CER Cia. de Aguas e Esgotos- do Amapa - CAESA Cia. de Aguas e Esgotos de Rondônia - CAERD Cia. de Acuas e Esqctos de D~",;m" - fAFR Cia. de Artesanato do Nordes te S/A - ARTENE Cia. de Colonização do Nordeste - COLONE Cia. de Desenvolvim~nto do Vale do São Franc isca - CODEVI\SF Cia. de Eletricidade do Amapá - CEA Cia No rdes t i na de Servicos Ge ra i s - CONES G Cia.Nordestina de Sondagens e Pe rfu rações - CONESP Cia. Si derúrg i ca da Amazônia - SIDERAMA

. Departamento Nacional de Obrils contra as· Secas - ONOCS Dapartamento Nacional de Ob ras de Saneamento - DNOS Fundacão Naci cna 1 do rnd ia - FUNAI Fundacão Proieto Rondon - PRORONDON Secretê:lria Esoecial do Meio Ambiente - SEHA Suoerintendência de Desenvolvimento da Amazônia - S UD.AM SUDerintendencia CO Desenvolvimento 00 !;oro:s te -SUDENE I Suoerintendência do D~senvoivimento da Reo i DO (;entro -O"sta - SUDECO

FORI(ULARIOS A SEREI!

01 A 11 jOl x I x

I x

I x

I x ..

I

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I I

f x I

I x

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x I I i

141

F' I. 5 ANEXO )J -

PREENOilOO5

A 05 E i.l

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EMPRESA

Suoerintendência do Desenvoivimento da Reaião Su I-SUDESUL Suoerintendência da Zona Franca de Manaus - SUFRAMA

MINISTtRIO DA JUSTI CA Deoa r ta men to de Imorensa Nacional - DIN

MI N I STtRI O DAS 1''\ NAS E EI·1ERGIA Centrais Elétricas Srasileiras S/A - ELETROSP,ÁS Centra i 5 Elêtricas do Norte do S ras i I - ELETRONORTE Centrais Elétricas do Su I do Sras i I S/A - E LETROSUL Cen t ro de Pesou i sa de Eneroia Elétrica - CEPEL Cia. de EletrilOidade de Manaus - CEM e i a. Hidroeletrica do são Francisco - CHESF Esoíri to San to Cenrrais Elétricas - ESCELSA Furnas Centrais Eletricas S/A - FURNAS Serviços de Eletricidade S/A LIGHT C i a. Auxiiiar de Emoresas Elétricas Brasi lei ras - CAEES Centrais Elêtricas do AmClzonas S/A - CELETRAMAZON I Centrais Elétricas de Goiãs S/A - eELG Cen t ra i 5 Elétricas do tIa ranhão S IA - CEMAR Centrais Elétricas Ma tOÇl rossense S/A - CEMAT Centrais Eletricas de Mi nas Gera i 5 S/A - CEMIG Centrais Elétricas do Pará S/A - CELPA Centrais Elétricas do P i au í S/A - CEPISA ro~ ... ;< Fl';".;.c..a..:;.k.5.arua...caLaLina.~A - rFI"r Centrais Elêtricas de são Paulo - CESP Cia. de Eletricidade do Acre - ELETROACRE Cia. de Eletri ci dade de Alagoas - CEAL C i a. de Eletricidade da Bahia - COE LBA Cia. de Eletricidade de Brasíl ia - CES C j a. de Eletri ci àade do Cearâ - COELCE C i a. de Eletricidade do Estado do Rio de Janeiro - CERJ

I- Cia. de Eletricidade de Pernambuco - CELPE Ci a, Es tadua I de Energ i a E létri ca - CEEE eia. Paranaense de Energia Elétri ca - COPEL Cia. Pau I i s ta de Força e Luz - CPFl Cia. de Serviços Eletricos do Rio Grande do Norte-- COSERN Empresa Brasi lei ra de Energia em Sergipe S/A-ENERGIPE Em;:> res a de Energia Eletrica de Mato Grosso do Sui-ENERSUL ,

S/A de Eletrificacão da Pa ra íba - SAELPA Comissão Nacional de Eneroia Nuclp~r - ""FI>! /

Companhia de PesQuisas de Recursos Mine ra i 5 - CPRM Comoanhia Vale do Rio Doce - CVRD Amazon i a Mi ne racão S/A - AMZA Celulose ~ipo 8rasi leirã. S/A - CEN I BRA Companhia HisfJano - Brasileira de Pe lot i zarão - f! I SPANOBRAS • COiTIoanh i a I ta lo - eras i le i r-a de P,.I,,·;., ·;n-IT/\R~A~rn Companhia Nioo - Bras i le ira de Pe I ot i zucâo-N I B RJl.S CO Emp reend i nten tos Florestai 5 S/A - FL(I~" BRr •. I Flores ta Rio Doce S/A - Fpn<lI I.

fORNUllRIOS A

01 A 11

x x x

x

x x

x

x

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x

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x

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I

142

F I . 6 A PEr.O A

SEREII PREE~C>:lOOS

101 f.. 05 "- li

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EMPRESA

Fundacao Vale do Rio Doce - FVRD

Minas d~ Se r ra Gera I S/A - MSGSA

Míneracuo Vale do Pa rana íba - VALEP

Vale do Rio Doce Naveaacão S/A - DDCEIIAVE

~Javecacão Rio Doce Loda - NRD Seamar Shiopin~ Co rpo r a t i on - SEAMAR

VALENORTE - Alumínio Ltda

Alumínio do Ijorre do B ías i I S/A - ALUNORTE

Alumínio Brasileiro S/A - ALBRAs VALESUL - Alumí'nio S/A

Rio Doce .Améri ca Inc. ROA Rio Doce Ltda - ROL

Rio Doce turcoa - RDE

Rio Doce Geoloºia e Mi neracão S/A - DOCEGEO

Rio Doce I n terna t i cna I Fi nanC'.e Ltd, - RDIF

Emoresas Nuc I ea res Brasileiras S/A - NUCLEBR/lS

N c I b U e ras A UXI la -r a M neracao S/A NUCLAN e I -Nuc I eb rãs EnQenha ri a S/A - NUCLEN Nuclebrás Enriauecimento Isorõoico S/A - NUCLEI

Nuclebrás Eauipamentos Pesados St.A - NUCL~E

Nuc lebrás de Honazita e Associados Ltda, NUCLEI'.ON I ta i ou Binacional - ITillPU Petr61eo Brasi leiro S/A - PETROBRAS Petrobrás Comérci o Internacional S/A - I NTERBRAs

I nterbrás Cavman Co'!'panv

I nterbrás S/A - RL I n te rno r T rade Inc, Seagu II Trading Company

Petrobrás Distrib. S/A - BR Pdrticioacãu em E~~reendimentos e Transoortes S/A - PETRASA

Pe trob rás Ferti 1 i zantes S/A - PETROFERTIL

Ferti 1 i zantes Nitrooenados do Nordeste S/A - N I TROFERTI L Indústria Carboauímica Catarinense - ICC I ndús t r i a " Comercio de Ferti 1 i zantes - ULTRAFERTIL

Pet robrás Internacional S/A - BRASPETRO Braspetro Algerie S/A Braspetro Oi I Serv i ce Company - BRASO I L Petrobrás Mineração S/A - PETROMI5A

Petrobrás Química S/A - PETROQUISA Companhia Pernambucana de Borracha Sintética-COPERBO

Ci.a. 'Petronuímica do Sul S/A - COPE~III

Companhia Química do Reconcãvo - CQR N i t r i f I ex S/A Indústria e Comêrc ia PETROFLEX - Indústria e Comercio S/A

Pc t roa u í mica União S/A MINISTERIO DA PREI>IDEIJCIA E ~SSISTtNCIA SOCIAL

CentraT de Medicamentos - CME I r Empresa de Processamento de Dados da Previdência

Sacja I - DATAPREV

Federa I de Securas S/li Fur.dacào Ab r i 00 ao Cri Sito Redentor - FilCR I

I

I

I I

I I

i FOI!IM.ÂRIOS A

I 01 A 11 , I I I x

x

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x

x x

x

x

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143

FI.7

ANEXO A. SEREN PREENCHIDOS

101 A OS E 11 , x

x

x x x

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x x

x

x

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EMPRESA

Fundacao Leo i ao Brasileira de ·Assist~ncia·- LBA Fundacão Nacional do Bem E S ta r do Menor - FUNABEM

Hosoi t~1 C r i 5 to P,eden to r S/A Hosoi ta I Fêmi na S/A Hospi tal N. S ra. da Conceicao S/A

Instituto de Administracao Financei rêl da Previdência e As 5 i 5 tene i a Social - lAPAS

Instituto Nacional de As 5 i 5 tênc i a Méd i ca da Previdência Soci~1 - I NA'~PS Insti tuto Nacional de Previ dência Social - IliPS

MINISTERIO DA SAÚDE Fundaçao 05\ ... a ido Cruz - FIOCRUZ Fundaçao das Pioneiras Sociais - FPS

Fundacão Servicos de Saúde Públ i ca - FSESP

Fundaciio Nacional de A 1 i men ta cão e Nutricão - INAN Suoerintendência de Camoanhas de Saúde Pública - SUCMI'

MINISTéRIO DO TRABALHO Conselho Fede ra i ae Assistencia Sociais - CFAS Conselho Fede ra I de Biblioteconomia - CFS Conse lho Fede ra I de Con tab i I idade - CFC

Conse lho Fede ra I de Corretores de I rOOve i 5 - COFEC I Conselho Fede ra I de Economia - COFECON Conselho Federal de Enfe rmaaem - COFEN Conselho Fede ra I de Enoenha r i a Aroui tetura e Aaronomi a - CONFEA

Conselho Federa I de Estatística - CONFE Conselho Federal de Farmâci a - CFF Conselho Federa I de Fisioteraoia e Terãoia Ocuoacional - CFFTO Conselho Federal de Medicina - CFM Conselho Fede ra I de Medicina Vete ri ná ri a - CFMV rnnselho Fede ra I de -Odnn rn I nn i ~ - rFO Conselho Fede ra I da Ordem dos tlúsicos do Brasi 1 - CFOMB Con,elho Federa I de Psicologia - CFP Conselho Fede ra I dos Profi 55 ionai s de Re I aç,ões Públicas - CFPRP Conselho Federal de Química - CFQ

Conselho Federal dos Reore5entantes Comerciais - CFRC Conse lho Federal dos Técn i ce5 de Administração - CFTA Fundac:ão JOr:Q.e Duorat Fi ou·e i rede de SeoLJranc:a e Medicina do Trabalho - FUNDA CENTRO ;

Serviço Esoecial de 80 I sas de Es tudos - PESE Servico Nacional de Aorendizaoem Comercial - SENAC -Servico N,1C i ona I de Ao rend i zaaem I ndus t r i a I - SENAI Serviço Nacional de Fo rmação P refi ss i ona I Rural - SENAR Serviço Sacia I da ComerCio - SESC Servi co Social da Indústria - SESI

MINISTERIO DOS TRANS PO RTES Cia. ae NavE'-oacao Liovd Drasileiro S/A - L LOYDBPÃS Cia. da Ilaveoac~;; ri" C',~':;n Ll:~nci,cn - FBA!JA\!~·

Deotlrtümento Ni1cionn I c~ Estr""~s d~ P",;~~.- - n"F R

-I

I

144 __ ,_

FI.8 ANEXO P..

fORUUllRIOS A SERE~ PREEHClIDOS

01. A 11 101 A 05 E li

x x

x

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x x

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x

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145 . --.-. -, ------- ..... _-------- ----_.-

EMPRESA

Emoresa Brasiieira de Planejamento de Transoortes-GEIPOTI

Emoresa Brasi lei ra de Transoorres Urbanos - ::BTU Emp resa de Enaennarl a e Construcao de Obras Esoeciais - ECEX Ema resa de Navcaacão da Amazôni a SLA - ~NASA

Emoresa de Portos do Bras i I S/A - PORTOBRAS C i a. Brélsilc;ra de Draaaaem - CSD I C i a. Docas do Cea rã - CDe Ci a. Docas do Estado da Bahia - CODESA Cia. Docas do Ma ranhão - CODOMAR Ci a. Docas do Pa rá - CDP C i a. Docas do· Rio Grande do Norte - CODERN Ci a. Docas do Rio de Jane i ro - CDRJ Porto Esoeci a I i zado de Barra do Ri acho S/A - PORTOCEL Rede Ferrovi âri a Federal S/A - RFFSA Emo resa de Enaenna r i a Ferroviária S/A - ENGEFER Emoresa de Trens Urbanos de Porto A I ec re S/A - TRENSURB I Rede Fede ra I de ,tl,rmazéns Gerais Ferroviários S/A-AGEF Servico de Navenacão da Sacia do P ra ta S/A - SNBP Suoerintendência Nacional de Mar i nha Mercante -SUNAMAM

,

;

FI. 9 ANEXO A.

FORlruÚRIOS l SEREM PREENCHIDOS

01 A 11 101 A 05 EU x

x

x

x

x x

x x -x

x

x

x

x

x

x x x

x x

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146

(WADRO I

ESTATAIS

HORAS CONSUMIDAS NA ELABORAÇAO DOS ORÇAMENTOS

ESTIMATIVA

QUANTIDADE HORAS/ANO I HORAS EMPRESA DE TOTAIS

EMPRESAS

1> I'RODUTI'JA --GRANDE PORTE ORÇAMENTO COMPLETO 76 5.820 442.320

2) PRODUTI~'A -MÉDIO E PEQUENO PORTE-ORÇAMENTO PARCIAL 89 4.728 420.792

3) NAO PRODUTIVA - GRANDE PORTE ORÇAMENTO COMPLETO 35 4.560 159.600

NÃO ,

4) I' 1< ODIJT !\,iA -MEDIO E PEQUE---NO I' OR TE --o)RÇAMENTO PARCIAL 179 3.468 620. /7:'~

5) SEST/CEST (*) 291.200 (*)

TOTAL GERAL 379 1. 934.684 =========== =========

(*) 140 homens. trabalhando 8 horas/dia. em 260 dias/ano.

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147

QUADRO 11

EMPRESAS CONTROLADAS PELA SEST

UNIDADE PRODUTIVAS I NÃO PRODUTIVAS

MINISTÉRIOS ORÇAMENTO I ORÇAMENTO TOTAL I COMPLETO PARCIAL ! COMPLETO PARCIAL I

I I PRESIDEi~CI,;

I - - 3 i0 13

AEt""onál.lt i ca. - - " 4 6 ~

Ag r I c 1.11 t l.lr a - - 7 26 83

Comunicações 11 19 - - 30

Educação '" Cultura - - 5 64 ,-39

Int E'F i (),'" 2 6 4 14 26

.JIJst i ~;i\ - - - i 1-

Minas lO Energia I 39 40 - 9 C3B

I I PrevidÊncia S()cial

1

- - 5 7 i" . ~

Sa'ld e -I

- i " I;;· .J

Trabalho - - 2 24 26

TransportEs 7 15 - - 22

IndlÍstt""ia ., Comércio 17 9 6 16 48

TOTAL 76 1

89 3S 179 379 - - - -- --I

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148

QUADRO I II

ESTATAIS DE GRANDE PORTE - PRODUTIVAS

ESTIMATIVA DE HORAS CONSUMIDAS PARA A ELABORACÃO

DE PROPOSTAS À CEST/SEST

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ATIVIDADE ORÇAMENTÁRIA

Econ6mico/Financeiro/ Canso i i dacão

1.5)OPEracÕes dE C~~dito

ContratadoS ~ a Contratar

I N2 DE

k PESSOAS NVQLVIDAS

I a

I 1 I ,

N2 DE N2

DIAS/ANO DA PROPOSTA ORIGINAL

b c= CIo X b X

10 80

240

-levantamento 80 .. ,

'Jalor total da contrato -levantul\\ltl1to

Valor libErado E ~\ libE­

r"cu'" - prev I s.ão

1.ó>EndividamEnto

Contrataoos E a Cantrata~ -lEvântC\rnento

Valor total do prinCipal

Valor total dos Encar~Qs - PrEvisão

1.7) InlPortaçõES

Valor das Entradas if~i­

cas

Valor dos dispêndios

r(1ntl~;-,t'ados € ,,,. C()ntr3t~,i~ I

1.B>OEsPEsas Gerais E Admi­n i strat i vas

1.9>InvEstimentos A iniciar Valor

Cronograma F{sico

Levantamento an05 ante­L~ lores

,. .~

2 ~~ .~

1" 10

2 li'

1 ~~.

.~

:5

,

1 0 :3

10 2

.J

80

80

·l80

1ó0

160

1.20

40

40

400

616

160

160

24

149

DE HORAS DA REVISÃO TOTAL

8 t d- c X 0.50 e= c + a

120 260

240 7~0

60 \80

200 600

308 'l24

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150

l N' DE N' DE N' DE HORAS ATIVIDADE ORÇAMENTÁRIA PESSOAS DIAS/ANO DA PROPOSTA DA REVISÃO TOTAL

NVOLVIDAS ORIGINAL I a b c= a X b X 8 d= c X 0.50 E= c • d

LevC\nt<?rn€nto CompF.t X Cai I ;::.\

I i :J 24

Carac:tEl""i=acão Em p,.InCl- ! pais. orOJEtos

Proj et os Específicos

Nab.1I~€=i:\ (Novo.amo L lação.

ModEl""nl=ação) <3

Início.PL~EV1São dE t i I~;;) 1 --

no i0 i 80

DetalhamEnto cl""onograma '.1505

DisPE:ndlO5 Em moeda n. clonal < Est ... angelra i0 i 80

Valor origina}

Ao} icacoEs anos anterio-r" .. :s i 40

V .... 1 ar'" toti:\l Estimado i i lJ

Cronograma finanCEiro i B

Cronograma físico por '.HlliJao€ ,'o prO,JEto , ., U

Si t IJaç:5:o ,üual ClIlan t a '" unidade E ao r i tmo 1 1 8

Pl""inCIP~"S metas do Pro-jE'to i 1 B

Valor do produto i i 8

2)Oa,s UnidadES Próprias de: OrçanlentQ 1.144 572- 1.716

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ATIVIDADE ORÇAMENTÁRIA

2.1.)L€ltl!t'"a lO: IntErpret~,ç~()

das instruçÕES da SEST/CEST

2.2)Prepê\r~çâo E divulgação

,ias In'5trl.lçi3€~:. lotF.r-

nas

2.3)Consolidacão 2.3.UAnid ISES Pr-ÉVlê\S

2.3.2)Inputs nos 5ist.

2.3.3)An~lisE das Saí­das E pl'"€Ench,­

mEnta dos formlJ-

l;.:\rias

2.3.3.i)Orçarnento Con­

:olidado

2.3.J.21DEtalh.dos r~­C'J.r"SOS com QPEI'".

cr-édito

2.3.3.4)Formulários EX­

tras

Balanço Patr;mo

" i a 1

I N' DE

PESSOAS ENVOLVIDAS

I •

I "

,

I I

2

5

5

2

1

Programa d(~ Im- ,

N' DE N' DIAS/ANO DA PROPOSTA

ORIGINAL b ! ce. • X b X

\ 2 'l

:] 4(3

:5 200

5 200

672

400

5 80

112

,1 24

3

portaç6es 24 1 :3

Inf'ormações Di­v€rsas

D~tê.\lh.dos In···

vest Imentos

1

1

,> 24

". 16

151

DE HORAS DA REVISÃO TOTAL

8 d= c X 0.50 \ ::= c + d

336 1.008

56 168

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3) TOTAL GERAL

EMPRESA PRODUTIVA-GRANDE PORTE -ORÇAMENTO COMPLETO (1+2)

4) EMPRESA PRODUTIVA-MÉDIO E PEGUENO PORTE ORÇAMENTO PARCIAL 3-(1.9 + 2.3.3.4)

5) EMPRESA NÃO PRODUTIVA-GRANDE PORTE -ORCAMENTO COMPLETO

3-(1.1 + 1.2 + 1.3 + 1.7)

6) EMPRESA NÃO PRODUTIVA-MÉDIO E PEGUENO PORTE ORÇAMENTO PARCIAL 5-(1.9 + 2.3.3.4)

152

5

3.880 1.940 5.820

4.728

4.560

3.468

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i5~3

A N E X O :n::n:

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ANEXO 11

PROGRAMA DE DISPÊNDIOS GLOBAIS

RELATóRIOS ENVIADOS À SIDERBRÁS/SEST

QUANTIDADE DE INFORMAÇBES

Durante o exercício

154

várias

inForma,Ses mensais e anuais sio encaminhadas • SEBT e •

SIDERBRÁS com o objetivo de compor propostas da elabora,io dos

Programas de Dispindios Globais e suas revisSes, ou paara

acompanhamento da execu;io orçament~ria.

A quant idade de inForma;Ses enviadas varia de ano

conForme as opiniSes dos diversos dirigentes p

assessores daqueles drgios, uma vez que h~

administrativas Frequentes.

as inForma~Se5 b~5icas enviadas sia

compostas de cerca de 30 quadros, com

total izadas por ano quando For o caso.

O n~mero de b~sicas Enviadas

anualmente pela empresa para a BIDERBRÁS e SEST está avaliado no

quadro anexo, que Foi montado a partir das seguintes premissas l

a) a coluna "Relat6rios Solicitados" cliscrimina o

tipo de inForma;io pedida rotineiramente por aquelas entidades,

repassadas atravis de quadros ou tabelas, por computador de

grande porte, disquetes de micro ou listagens.

b) contou-se o n~mero de inForma;Ses (mensais e

anuais) constantes em cada relatório, quadro ou tabela enviado

por ocasiio da Proposta Original.

c) Foi admitida Uma revisio do ano orçamentário,

que normalmente ocorre em abril, com base nos dados conhecidos em

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mar~o. Admitiu-se que a revisao contivesse somente 75% das

informa~ies, uma vez que o per lodo abrangido era abril/dezembro.

d) como nem todas as informaçies solicitadas na

ipoca do or~amento sao efetivamente acompanhadas, foi considerado

acompanhamento de 50% dor or~amentos.

A soma das diversas informa~ies constantes da

Proposta Original, das Revisies e do Acompanhamento totaliza

cerca de 17.500 dados, que pode ser considerado um ndmero

conservador, em virtude das descont~nuidades administrativas p

dos sucessivos planos governamentais de combate ~ infla~ão. que

via de regra geravam revisies extras nas propostas originais e

rlas prdprias revisies.

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PROGRAMAS DE DISPINDIOS GLOBAIS

RELATóRIOS ENVIADOS SEST/SIDERBRÁS

Relatórios solicitados

Balan;o de Part ida Balanço Patrimonial-Consolidado Balanço Patrimonial-In~. Adie. Origens e Aplicações - Consolidado Origens e Aplica;oes - In~. Adie. Fluxo de Caixa - Consolidado Fluxo de Caixa - In~. Adie. Oemonst. Resultados - CansaI. Oemonst. Resultados - In~. Adie. Faturamento Bruto - FOB Custo dos Produtos Vendidos Venda de Laminados - ME - Cr$ Venda de Laminados - MI - Cr$ Venda de Laminados - ME - t Venda de Laminados - MI - t Venda de Laminados (MI+ME) - t Compras Nacionais - CIF Compras Importadas - CIF Compras Nacionais - t Compras Importadas - t Estoque Vinal Mat. primas - t e Cr$ Compras - Pre;os Unit. - CrS/t Or;amento de Importa;oes e Cambial Amortiza;So do Principal Pagamentos de Encargos Pagamento de Imp. Renda 51 remessa Recursos de Empreit. e Financ. Investimentos

In~orma;oes Adiconais Embarque e Vendas MI e ME - t e Cr$ Produ;So Oemonst. numero de Empregados Indices relato a Orçam. pessoal Formul'rios Opera;ies Crédito

A) Total da Proposta Original

S) Revisoes (75%)

C) Acompanhamentos (50%)

D) Total de In~ormações no Ano (A+B+C)

Gdade. de Informações

53 559 390 482 429 546 377 273 390 182 481

78 104

713 104 182 130 104 104

78 440 156 164 234 234

65 104 390

442 156 120 116

61

7.806

3.903

17.564 _._-----------------------------------------------------~-------

156