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A ESPECIALIZAÇÃO ESPORTIVA PRECOCE E SEUS EFEITOS NOS ASPECTOS PSICOLÓGICOS DAS ATLETAS DE GINÁSTICA ARTÍSTICA
FEMININA NA FAIXA ETARIA DE 9 A 11 ANOS DO CENTRO DE GINÁSTICA DO PARÁ
Cynthia Gabriela Monteiro Pires
Discente concluinte do CEDF/UEPA
Maria Eduarda de Souza Brandão Discente concluinte do CEDF/UEPA
Drª Maria Francisca de Souza Bordalo
Professora orientadora do CEDF/UEPA
RESUMO
A Ginástica Artística é uma modalidade que se destaca pela complexidade dos movimentos realizados, exigindo de seus praticantes uma considerável aptidão física, gerando preocupações quanto aos riscos nos aspectos psicológicos provocados pelo treinamento intensivo em jovens atletas. Esta pesquisa teve como objetivo identificar os efeitos causados pela especialização precoce nos aspectos psicológicos das atletas de Ginástica Artística Feminina na faixa etária de 9 a 11 anos do Centro de Ginástica do Pará, por meio de um estudo descritivo de natureza quanti-quali. Caracterizado por ter uma metodologia de estudo de caso, cujo levantamento foi feito através de questionários, na qual se fez a análise, a interpretação e identificação dos dados coletados. Palavras-chave: Ginástica artística. Especialização Precoce. Aspectos
Psicológicos.
INTRODUÇÃO
A Ginástica Artística (GA) é uma modalidade individual composta por
exercícios de força, flexibilidade, equilíbrio, agilidade, coordenação e potência
(STRINGHINI, 2010, p. 28). Esses exercícios são realizados em quatro
aparelhos na categoria feminina: salto sobre a mesa, trave de equilíbrio, barras
paralelas assimétricas e solo. (BROCHADO, BROCHADO, 2005, p. 141).
De acordo com Lima (2002, p. 182), a GA consiste em: “Um conjunto de
exercícios corporais sistematizados, com fins competitivos em que se combinam
força, agilidade, equilíbrio e outras modalidades motoras”. Nunomura e Nista-
Piccolo (2005, p. 29) consideram que:
“A GA é conhecida como uma modalidade esportiva competitiva, acessível a poucas pessoas face à sua enorme complexidade de
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execução. Para algumas crianças, as exigências das difíceis habilidades motoras que compõem uma série acrobática transformam o sonho de se tornar um ginasta em uma grande utopia”
De acordo com Sierra (2015, p. 6):
“A Ginástica Artística Feminina (GAF) é um esporte que passou por mudanças ao longo de sua história e nos últimos anos tem apresentado uma grande evolução no Brasil. É uma modalidade que chama a atenção pela elevada complexidade dos movimentos executados, desenvolvendo em seus praticantes uma destacável aptidão física, porém geram preocupações quanto aos riscos do treinamento intensivo as quais as ginastas são submetidas em uma idade pré-púbere.”
De acordo com a regulamentação de 2016 da Federação Internacional de
Ginástica (FIG), as atletas de Ginástica Artística Feminina (GAF) podem
participar dos Jogos Olímpicos a partir dos 16 anos. Já nos campeonatos
Brasileiros e Torneios Nacionais, de acordo com o regulamento de 2016 da
Confederação Brasileira de Ginástica (CBG), as atletas podem começar a
competir a partir dos 9 anos de idade.
Podemos concluir que a preparação dessas atletas para essas
competições começa muito cedo, pois, necessita-se de muita preparação para
chegar no nível que tais campeonatos exigem.
Assim, entra em discussão o caso da especialização esportiva precoce.
Para Kunz (2001, p. 49):
“O treinamento especializado precoce no esporte acontece quando crianças são introduzidas, antes da fase pubertária, a um processo de treinamento planejado e organizado de longo prazo e que se efetiva em um mínimo de três sessões semanais, com o objetivo do gradual aumento do rendimento, além da participação periódica em competições esportivas”
Este trabalho tem como secções teóricas: Evolução histórica da GA, A
relação da especialização esportiva precoce com a carga de treinamento da GA
e Caracterizando a relação dos aspectos psicológicos e os impactos na vida das
atletas de GA.
A presente pesquisa justifica-se pela contribuição para que essa temática
seja conhecida e discutida pelos envolvidos no processo de formação das
pequenas ginastas, ampliando seus conhecimentos sobre os efeitos da
especialização esportiva precoce e possibilitando a realização de futuros
trabalhos que discutam a especialização precoce dentro no ambiente desportivo,
principalmente na Ginástica Artística.
3
Tendo como objetivo geral analisar os efeitos da especialização esportiva
precoce nos aspectos psicológicos das atletas de 9 a 11 anos da equipe feminina
de GA do Centro de Ginástica do Pará (CGP).
E como objetivos específicos Identificar quais os efeitos psicológicos
causados pela especialização esportiva precoce nas atletas de 9 a 11 anos da
equipe paraense de GAF e como esses efeitos psicológicos atingem as atletas.
1. METODOLOGIA
Esta pesquisa trata-se de um estudo de caso, pois é caracterizado pelo
estudo profundo de um ou poucos objetos, de maneira que permita o seu amplo
e detalhado conhecimento. (GIL, 1996). Segundo Fonseca (2002, p. 33, apud
GERHARDT e SILVEIRA, 2009, p. 39)
“Um estudo de caso pode ser caracterizado como um estudo de uma entidade bem definida como um programa, uma instituição, um sistema educativo, uma pessoa, ou uma unidade social. Visa conhecer em profundidade o como e o porquê de uma determinada situação que se supõe ser única em muitos aspectos, procurando descobrir o que há nela de mais essencial e característico.”
A abordagem utilizada foi a pesquisa quantitativa-qualitativa pois segundo
Minayo (2001, p. 22):
“O conjunto de dados quantitativos e qualitativos não se opõem. Ao contrário, se complementam, pois a realidade abrangida por eles interage dinamicamente, excluindo qualquer dicotomia.”
Considerando a temática do presente trabalho, esta pesquisa apresenta
um caráter descritivo, baseado em Gil (1996, p. 46):
“As pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre as variáveis.”
Para a realização da coleta de dados desta pesquisa, utilizamos
questionários aplicados à dez atletas na faixa etária de 9 a 11 anos da equipe
feminina de GA do CGP no ano de 2017, com o consentimento dos pais ou
responsáveis pelas atletas em questão através de um termo de consentimento.
4
2. A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA GINÁSTICA ARTÍSTICA.
De acordo com Sierra (2015, p. 23), a GA nasceu da ginástica alemã
desenvolvida por Friedrich Ludwig Jahn frente à necessidade de preparar
fisicamente o povo alemão para lutar pela nação frente à invasão francesa da
época. Os alunos de Jahn montavam os aparelhos de ginástica e realizavam
suas atividades em um parque chamado Hasenheide. Para ele, a GA deveria
abranger e envolver o homem como um todo, atribuindo importância ao corpo e
resgatando a regularidade da formação humana. (BROCHADO; BROCHADO,
2005, p. 2).
Em 1819, Jahn foi considerado um revolucionário e acusado de
conspiração por lutar pela construção da unidade alemã após o congresso de
Viena. Assim, as atividades em Hasenheide foram proibidas, porém muitos
jovens ainda queriam continuar a prática da ginástica e, para isso, tiveram que
modificar os aparelhos para se adaptar a locais fechados e particulares. Nesse
contexto, a Ginástica foi crescendo na Europa e, em 1820, começou a tomar
forma a GA que conhecemos atualmente. (BROCHADO; BROCHADO, 2005, p.
5)
Em 1881, nasce a Federação Europeia de Ginástica (FEG), com o objetivo
de criar um fórum único responsável por definir e resolver os temas gímnicos. É
então que, por meio da participação oficial nos Jogos Olímpicos, em 1908, que
a FEG se torna uma federação internacional e, em 1921, passou a se denominar
Federação Internacional de Ginástica (FIG) (SIERRA, 2015, p. 21). Hoje, a sede
da FIG encontra-se na Suíça e é responsável por seis modalidades ginásticas,
incluindo a GA feminina e masculina. (BROCHADO; BROCHADO, 2005, p. 6).
No Brasil, a GA foi difundida pelos imigrantes alemães, por volta de 1824,
no estado do Rio Grande do Sul. Estes imigrantes formaram sociedades
ginásticas com o objetivo inicial de apoiar os imigrantes, desenvolvendo
atividades de lazer e, posteriormente, atividades gímnicas em si. Em 1942, surge
a primeira federação no Rio Grande do Sul, seguida das federações paulista e
carioca, em 1948 e em 1950, respectivamente. (BROCHADO; BROCHADO,
2005, p. 6).
Essas federações se filiaram à Confederação Brasileira de Desportos
(CBD), que, posteriormente, foi desmembrada, fundando assim, a Confederação
5
Brasileira de Ginástica (CBG), em 1978. Sierra (2015, p. 22) define a CBG como
“Uma associação sem fins lucrativos, filiada a FIG, com o objetivo de gerir,
difundir, promover, organizar e aperfeiçoar as modalidades Ginásticas no
território nacional”. Sua sede encontra-se em Curitiba (PR) e é responsável por
24 federações estaduais filiadas.
Em 1999, treinadores estrangeiros passaram a fazer parte do corpo
técnico da seleção brasileira. Responsáveis por direcionar o caminho para a
abordagem de treinamento centralizado. Em 2001, as melhores ginastas
brasileiras passaram a treinar juntas em regime de concentração no Centro de
Treinamento de GA, em Curitiba, com a intenção de uniformizar a equipe, o que
contribuiu para a rápida ascensão da GA no Brasil, principalmente, na categoria
feminina. Além disso, as atletas contam com uma equipe multidisciplinar formada
por treinadores especialistas nacionais e internacionais, médicos,
fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas, coreógrafos e coordenadores.
De acordo com o estudo realizado por Nunomura e Oliveira (2012), é
perceptível que a ascensão da GA brasileira neste período está ligada a
infraestrutura física e humana, aos recursos financeiros, à melhora na
representatividade do país no panorama internacional, ao interesse da mídia e
ao crescimento qualitativo dos resultados competitivos da modalidade nos
últimos anos no alto rendimento.
No Pará, a GA está diretamente relacionada com a fundação da Escola
Superior de Educação Física do Pará (ESEFPA), atual Curso de Educação
Física (CEDF) da Universidade do Estado do Pará (UEPA), pois o professor
Nagib Matni, já com a intenção de desenvolver a ESEFPA, necessitava de
professores qualificados, assim, conseguiu bolsas para que estudantes
interessados ingressassem na Escola Nacional de Educação Física da
Universidade do Brasil. Nesta instituição, os estudantes tiveram contato com a
disciplina Ginástica de Aparelhos, hoje em dia denominada de Ginástica
Artística. (SILVA, s/d)
Em 1970, com a inauguração da ESEFPA, o estudante Osvaldo
Magalhães começou a ganhar destaque nas aulas da disciplina Ginástica de solo
devido ao conhecimento apreendido por ele por meio dos circos que vinham se
apresentar em Belém (PA). Muitas vezes, sua habilidade superava a dos seus
professores e isso garantiu para ele o encargo de formar um grupo para
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desenvolver a ginástica de solo, e assim começou a ser desenvolvida a GA no
Pará. (SILVA, s/d).
Hoje em dia, a Equipe do CGP utiliza o ginásio da Universidade do Estado
do Pará, Campus III (CEDF) como espaço de treinamento, sendo regida pela
Federação Paraense de Ginástica (FEPAGIN), participando de campeonatos
paraenses e nacionais. A equipe feminina do CGP será o foco da presente
pesquisa que buscará enfatizar os efeitos da especialização esportiva precoce
dentro desse ambiente.
3. A RELAÇÃO DA ESPECIALIZAÇÃO ESPORTIVA PRECOCE COM A
CARGA DE TREINAMENTO DA GINÁSTICA
Para PAES et al. (2008, p.51) a especialização esportiva precoce
consiste:
“Na prematura exigência feita às crianças de que as mesmas realizem os gestos técnicos da modalidade em questão com perfeição e eficiência antecipando fases do processo de aprendizagem esportiva e, importando-se mais com que a criança execute as tarefas do que levá-la a compreender o esporte e ter prazer em sua prática. Em síntese, não respeita uma sequência que permite ao aluno usufruir do esporte em sua pluralidade”.
Além disso, o universo do esporte transforma a vida de um atleta em uma
rotina árdua de treinos, compromisso e responsabilidade, desse modo são
comparadas como a vida de um adulto. Para as crianças que praticam a GA, as
brincadeiras já não fazem parte de suas tardes, o caráter lúdico de suas
vivencias são perdidos por uma agenda regrada por técnica, precisão e disciplina
constante, reduzindo a oportunidade de descobrimento de cada fase essencial
para seu desenvolvimento como criança.
Do mesmo modo, diante da grande exigência e pouca maturidade da
criança, à execução dos movimentos representam apenas reflexos de um
conjunto de repetições que tem como objetivo atingir a execução mais perfeita
possível para satisfazer o técnico e os pais. Assim como, enquadram-se nos
moldes dos adultos, comprometendo as fases de desenvolvimento motor, da
maturação e do psicológico de cada atleta, ou seja, interferindo em todos os
aspectos de desenvolvimento da criança.
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Ainda elucidando sobre a especialização esportiva precoce segundo,
Sierra, (2015, apud Baker et al., 2009) há 4 parâmetros específicos para
caracterizar a especialização esportiva precoce: idade prematura de introdução
ao esporte; especialização antecipada em um único esporte; envolvimento
precoce em um treinamento de alta intensidade; e o envolvimento prematuro em
competições esportivas.
Com a finalidade de compreender de modo objetivo sobre causas que
levam os técnicos submeterem as crianças em uma prática precoce na ginástica
artística, Nunomura et al (2010), identificaram a partir de entrevistas com
técnicos brasileiros de base da GA, que os argumentos utilizados para explicar
a especialização precoce esportiva são: o regulamento das federações e
confederações que estimulam a especialização precoce; pressão das
instituições para a obtenção de resultados; e a detecção de talentos, vendo a
necessidade de especializar e desenvolver esses atletas para o sucesso
esportivo.
Em contraste para Galdino e Machado (2008, p. 130), os treinadores são
a favor da competição precoce, devido permitir as crianças superarem suas
próprias dificuldades e obstáculos externos. Na verdade, submeter essas
crianças a uma competição desde cedo, representa uma tentativa de transformar
em um atleta de alto nível. Mostrar a competência profissional e pessoal do
técnico, por meio do alcance dos resultados desejados e desse modo ganhar
“status” dentro do cenário esportivo em uma sociedade que valoriza a vitória e o
sucesso em ascensão.
Considerando as definições apresentadas por alguns autores sobre a
especialização esportiva precoce, evidencia que todos consentem sob mesmo
ponto de vista na qual ocorre um prematuro desenvolvimento da criança
submetida à prática da ginástica artística. Para tanto é primordial compreender
como ocorre os treinamento dessas atletas que ainda estão em níveis de
preparação para tornarem-se grandes campeãs.
O conjunto de componentes que caracterizam a GA consiste pela
preparação técnica, física, artística, psicológica e o tempo consumido durante os
treinos, afirma a complexidade dessa modalidade. As inúmeras repetições
demonstram que o processo de aprendizagem e assimilação são lentos,
8
dependem do trabalho realizado para alcançar resultados ideais na competição
(LOPES, NUNOMURA, 2007, p. 87).
Conforme elucida Schiavon, (2004, apud Sierra, 2015) essa metodologia
de treino predominante em vários países, dificulta a realização dos exercícios
considerando o nível de qualidade necessária, aumentando os riscos de lesões,
pois na literatura afirma-se que deve haver momentos de pausas para respiração
durante a transição de um aparelho para o outro, todavia não é considerada essa
pausa durante o treinamento, devido considerar o alto rendimento como
superação dos limites.
Arkev e Suchilin (2004 apud Nunomura et al, p.27, 2009), afirmam que
uma sessão de GA normalmente é dividida em três etapas: o aquecimento, a
parte básica do trabalho em aparelhos, e a preparação física específica. Para
atingir os resultados de níveis internacionais são necessários por volta de 8 a 10
anos de treinamento para a categoria feminina. Os mesmos autores relatam que
a duração da sessão deve-se considerar a quantidade de movimentos e as
séries realizadas ao total, enquanto a intensidade é definida em função do
tempo.
No Brasil o volume dos treinos do alto rendimento varia entre 20 a 30
horas semanais, dividida em duas sessões diárias de 5 a 6 vezes por semana
(CAMPINAS, 2015, apud SCHIAVON et al. 2011). A tabela abaixo mostra o
volume de treino de acordo com os técnicos entrevistados por Nunomura et al
(2009):
TABELA 1: Duração e frequência semanal de treino na formação base da
GAF
Categorias Duração de
sessão (hora) Frequência semanal
(dias/semana) Duração semanal
(horas)
Mínimo /
Máximo
Média ± DP
Mínimo / Máximo
Média ± DP
Mínimo /
Máximo
Média ± DP
Pré Infantil 1 a 4
2.7 ± 0.9
2 a 6 3.4 ± 1.5 2 a 24 12 ± 7
Infantil 3 a 6.5
3.8 ± 0.91
2 a 6 4.9 ± 1.1 6 a 32 18.9 ±
7.9
Juvenil 3 a 6.5
4.7 ± 1.2
4 a 6 5.5 ± 0.7 12a 32 24.0 ±
5.1
Fonte: Nunomura et al. (2009, p.34).
9
Analisando a tabela, verifica-se que há um aumento da duração em horas
e da frequência semanal de acordo com as categorias, e por serem crianças já
apresentam responsabilidade, disciplina e compromisso com essa modalidade.
O treinamento precoce é considerado uma atividade esportiva realizado por
crianças menores de 12 anos de idade, com periodização superior a três sessões
semanais, com uma carga exaustiva maior que duas horas por sessão. Além das
competições representarem algo frequente na infância do indivíduo a
metodologia deve ser voltada para melhoria sistemática de alto rendimento
(GALDINO; MACHADO, 2008, p.132).
Comparada a outras modalidades esportivas o período de maturação da
GA ocorre muito cedo. Considerando o processo de crescimento e as faixas
etárias em questão, deve-se considerar a cada etapa evolutiva, o máximo de
cuidado com relação à carga excessiva de treinamento para evitar o
esgotamento físico e possível abandono precoce do desporto (MAKARENKO,
2001 apud STRINGHINI, 2010 p. 20).
De acordo com Coelho (1998 apud LONGO, 2015, p. 21) considerando a
fragilidade da criança em relação ao processo de aprendizagem a
especialização precoce resulta em inúmeras desvantagens tais como: ênfase na
vitória em detrimento do caráter lúdico; modelos de treinamentos como de
adultos; abandono do esporte; perda ou redução da vivência infantil e
treinamentos intensos. Logo, conhecer os pontos e contras pontos da
problemática em questão permite considerar alguns aspectos que merecem
atenção especial e adequação para um processo metodológico de treinamento.
Abaixo está ilustrado um quadro sobres os tipos de riscos à prática
intensiva realizada por Vagas Neto (1999 apud GALDINO e MACHADO,
2008, p. 137).
Riscos de tipo físico
Lesões ósseas
Lesões articulares
Lesões musculares
Lesões cardíacas
Riscos de tipo psicológico
Níveis de altos de ansiedade e estresse
Sofrimento psíquico por fracasso e desilusões
Infância não vivida e formação escolar deficiente
Ricos de tipo motriz “Pobreza motriz”
“Automatismo motores rígidos”
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Riscos de tipo esportivo
A especialização sem as condições exigidas
Do futuro, pelo esporte escolhido
4. CARACTERIZANDO A RELAÇÃO DOS ASPECTOS PSICOLÓGICOS E
OS IMPACTOS NA VIDA DAS ATLETAS DE GINÁSTICA ARTÍSTICA
4.1. Níveis Altos de Ansiedade e Estresse:
No esporte competitivo considerando o equilíbrio emocional dos atletas
pode-se estimular diversos sentimentos tanto positivos como negativos
influenciando o desempenho dos atletas associados à prática esportiva. A
maioria dos esportistas sofre com elevados níveis de ansiedade e estresse
decorrente da grande exigência e pela cobrança por parte do técnico, família,
torcida e pela equipe (NASCIMENTO et al, 2012, p. 74-75).
Para Nascimento et al, 2012, p. 74:
“[...] a ansiedade consistiu numa emoção típica do fenômeno estresse.
Ela poderia ser considerada um estado emocional negativo caracterizado pelo nervosismo, preocupação e apreensão associada com ativação ou agitação do corpo. A ansiedade é um sentimento de apreensão desagradável, vago, acompanhado de sensações físicas como vazio (ou frio) no estômago ou na espinha, opressão no peito, estremecimentos, transpiração, dor de cabeça, entre outros sintomas”.
Enquanto isso, “o estresse é o resultado de um desequilíbrio que ocorre
quando a criança percebe o seu nível de aptidão e as exigências do meio
ambiente (BECKER JUNIOR; TELOKEN, 2008, p. 21)”. Essas exigências do
meio ambiente geralmente são determinadas por pressões internas e externas
que na maioria dos casos impõem situações de extremo estresse, os quais
podem produzir novas condutas nessas crianças.
Por ser um esporte de alto rendimento e de grande exigência, além das
exaustivas horas de treinamento, o corpo das ginastas devem apresentar grande
força muscular, peso e estatura baixa (CALDERONE et al., 1986, p. 263). Em
relação às capacidades físicas devem apresentar coordenação, flexibilidade,
potência, força e capacidade aeróbica. Considerando os aspectos psicológicos
devem ter autoconfiança, disciplina e perseverança (BOMPA, 2002,). Logo,
essas exigências não somente familiar, mas também física provocam situações
extremas de estresse e ansiedade seja por não conseguir um corpo dito como
11
ideal para apresentação ou até mesmo não alcançar resultados esperáveis para
uma classificação em algum campeonato levam há mudanças de humores
constantes.
4.2. Sofrimento Psíquico por Fracasso e Desilusões:
O sofrimento psicológico relacionado com o fracasso e desilusões é
resultado da relação entre as emoções que as ginastas sentem durante os
treinamentos e quando participam de alguma competição. No momento em que
as mesmas se sentem confiantes, aumentam a probabilidade de um bom
desempenho. E desse modo distanciam as emoções negativas, devido o grande
controle mental apresentado pela atleta. Portanto, o enfretamento dessa emoção
ocorre à ativação psicológica e fisiológica que interfere seu desempenho
(BRANDAO, 2005 apud MACHADO, 2008 p. 166).
Conforme elucida, Brandão, s/d, p.110:
“Cada êxito ou fracasso, cada vitória ou derrota converte-se em um objeto de vivências intensas e variadas. As competições esportivas exigem dos ginastas tensões físicas e psíquicas extremas e sempre acontecem com a rivalidade entre atletas de uma mesma equipe ou, ainda, entres as equipes. Assim, não existe competição sem pressão e sem estresse (BRANDÃO, s/d, p. 110).”
Para elucidar sobre as emoções vivenciadas durante e após as
competições, de acordo com Miguel et al. (2008, p.165), após seu estudo sobre
as emoções vivenciadas por atletas da Ginástica Artística no momento pré-
competitivo. Avaliaram que 73% estão relacionados por emoções negativas
(ansiedade, medo, tensão, nervosismo, apreensão, impaciência, preocupação e
receio), e 27% relacionados para emoções positivas (Calma, tranquilidade,
concentração, seriedade e pensamentos).
Não somente a pressão sofrida durantes e após as competições
interferem no desempenho das ginastas, a relação entre os pais e os filhos
caracteriza-se por um momento conflituoso de identificação e a soma de
resultados entre os mesmos, todavia essa constante interação coloca os pais na
situação de vencedores ou perdedores dependendo do desempenho de seu filho
podem provocar o sucesso ou insucesso. Com isso, o atleta começa a se sentir
cobrado e/ou obrigado a vencer, pois a auto-imagem dos pais também encontra
- se em jogo.
12
Segundo, Becker Junior e Teloken (2008, p. 26), após seu estudo com
crianças que praticam esporte individual e com equipe verificou que muitas se
sentiam apoiadas com a presença dos pais, outras não importavam – se com a
presença ou ausência de seus progenitores, mas outras ainda preferiam que
seus pais não comparecessem à competição. Por motivos de aumento dos níveis
de ansiedade e perda do equilíbrio emocional.
Portanto, deve haver incentivo por parte dos pais para a prática ao esporte
desde que a escolha seja feita pelo próprio filho, os pais devem ensinar que os
resultados do esporte nem sempre representam o valor de esforço e dedicação
da criança, jamais castigar, brigar, ridicularizar a criança e lembrar que a escolha
da prática partiu da vontade própria do atleta (LAVOURA; PRESOTO;
MACHADO 2008, p. 89 apud BARBANTI, 2005).
Além disso, analisando a relação entre pais e técnicos na maioria dos
casos podem caracterizar por divergência sobre pensamentos e postura, pois os
pais, mesmo não apresentando experiência na área opinam sobre o trabalho
desenvolvido pelo treinador. A fim de julgar e criticar o trabalho desenvolvido do
técnico frente às derrotas, e aos insucessos dos resultados, logo gerando
comentários negativos dos pais (BECKER JUNIOR; TELOKEN, 2008, p. 29).
Quando, são resultados de fracassos e derrotas na maioria das vezes a
postura do treinador transforma-se, devido não refletir aquilo que esperava, mas
é nesse momento que o mesmo deve apoiar o atleta e a equipe, visualizar os
detalhes que necessitam haver mudanças, além de trabalhar a confiança e auto-
estima das ginastas (BECKER JUNIOR & TELOKEN, 2008, p. 28-29).
Por ser uma modalidade esportiva, com alto grau de exigência esses são
alguns dos elementos que devem elencar a conduta e disciplina de cada atleta.
É fundamental para alcance dos resultados, a preparação de uma equipe
formada por profissionais que dê suporte para essas ginástas, pois para executar
movimentos precisos necessita que haja um trabalho planejado e sistematizado
com acompanhamento psicológico. No entanto, a maioria das equipes
espalhadas pelo país não são beneficiadas com auxílio de psicólogos como no
caso da equipe paraense de ginástica artística.
Devido à grande exigência do alto rendimento e com acúmulo excessivo
de treinamento, pode ocasionar elevados níveis de estresse, “overtraining”
(sobrecarga), “burnout” (esgotamento) e abandono precoce da modalidade,
13
causado pelos inúmeros fracassos e derrotas no decorrer da carreira esportiva,
levando a um possível trauma na sua vida pessoal.
4.3. Infância não vivida e formação escolar deficiente:
De acordo com o quadro apresentado acima, este é outro risco do tipo
psicológico que as crianças submetidas a um treinamento precoce podem sofrer.
Como vimos anteriormente, o volume dos treinos do alto rendimento na
GA varia entre 20 a 30 horas semanais, tomando grande parte do tempo do
atleta, assim o universo do esporte transforma a vida de um atleta em uma rotina
árdua de treinos, compromisso e responsabilidade, desse modo são
comparadas como a vida de um adulto. Para a maioria das crianças que praticam
a GA, as brincadeiras já não fazem parte de suas tardes, o caráter lúdico de suas
vivências acabam sendo perdidos por uma agenda regrada por técnica, precisão
e disciplina constante, reduzindo a oportunidade de descobrimento de cada fase
essencial para seu desenvolvimento como criança.
Essa rotina intensa de treinamento pode também afetar a vida escolar
dessas atletas como alegam Barbieri, Benites e Machado (2008, p. 211):
“A criança se entrega demasiadamente às exigências do treinamento especializado deixando estudo em segundo plano e muitas vezes interrompendo a formação antes do término (...) No entanto, existem alguns casos diferenciados, onde a criança e adolescentes se dedicam tão bem ao desporto assim como em seus estudos.”
No capítulo seguinte, iremos analisar os resultados do questionário
aplicado às atletas, relacionando as respostas das mesmas com os tópicos
apresentados acima.
21
5.1. Diálogo com os gráficos:
De acordo com as respostas apresentadas nos gráficos acima, obtidas
através dos questionários aplicados às atletas de 9 a 11 anos da equipe feminina
do CGP, foi possível concluir que as atletas tem como objetivo a participação em
22
pelo menos uma competição por semestre (gráfico 6). O treinamento para estas
competições é dividido em 5 sessões de treinamento por semana, tendo a
duração de mais de 4 horas por dia (gráficos 2 e 3). A partir desses dados, é
possível identificar a especialização esportiva precoce na equipe, onde as atletas
são introduzidas em um treinamento que objetiva o alto rendimento antes da fase
da puberdade.
Avaliando os níveis altos de ansiedade e estresse das atletas em algumas
ocasiões as entrevistadas sentem-se pressionadas pelos seus familiares (gráfico
10), além de demonstrarem sintomas como insônia e febre antes de competir
(gráfico 14), isso é reflexo da grande cobrança feita dentro da modalidade para
obterem resultados positivos. Entretanto, quando perguntado sobre a pressão
das companheiras de equipe metade das entrevistadas acreditam não haver
cobrança entre elas (gráfico 11). Constatamos que grande parte das atletas
entrevistadas escolheu praticar a GA e todas as elas afirmam gostar de praticar
a modalidade (gráficos 4 e 5).
Em relação as suas sensações no período pré-competitivo, a resposta da
grande maioria das atletas causou surpresa, pois diversos autores afirmam que
é unânime o nervosismo entre as ginastas, todavia de acordo com as atletas
entrevistadas, as mesmas se sentem confiantes em relação ao período pré-
competitivo (gráfico 13). A confiança caracteriza-se como uma emoção positiva
que acaba desempenhando um papel facilitativo no desempenho do atleta,
proporcionando um bem estar físico e mental (MIGUEL et al. 2008, p.170), por
esse motivo as atletas acreditam que os sentimentos negativos não interferem
no seu desempenho.
Observando o sofrimento psíquico por fracasso e desilusões, por ser um
esporte de alto rendimento, há uma grande exigência durante os treinamentos e
que em algumas situações podem ocorrer lesões em alguma parte do corpo, por
esse motivo é comum que as ginastas treinem machucadas e isso foi constatado
no resultado do questionário, o qual a grande maioria das entrevistadas, afirmam
já ter acontecido esse fato em algum momento da sua vida como atleta (gráfico
12).
Por ser uma modalidade que busca perfeição e na procura constante dos
movimentos precisos, muitos atletas pensam na possibilidade de abandono do
esporte, nem todos conseguem vivenciar uma rotina árdua de treinamento,
23
contudo considerando as entrevistadas em questão, detectamos que em
nenhum momento pensam na possibilidade de abandono do esporte (gráfico 16).
Outro ponto destacado na literatura é a formação escolar e a infância não
vivida dos atletas que passam pela especialização esportiva precoce, muitos
autores acreditam que os estudos desses atletas podem ser prejudicados por
conta do treinamento intenso, entretanto, todas as atletas participantes da
presente pesquisa afirmam que não costumam perder aulas por causa dos
treinos e que têm tempo para estudar para as provas da escola (gráficos 7 e 8).
Assim, constatamos que o rendimento escolar das atletas não é prejudicado pelo
treinamento. Quanto a infância não vivida, foi possível perceber que as atletas
não são prejudicadas pela especialização esportiva precoce, pois a maioria das
entrevistadas afirmou ter momentos de lazer mesmo participando dos
treinamentos (gráfico 9).
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com esta pesquisa pretendeu-se mostrar como os efeitos da
especialização esportiva precoce interferem nos aspectos psicológicos das
atletas de 9 a 11 anos do CGP. De acordo com os efeitos psicológicos
apresentados na literatura e com os dados coletados durante esta pesquisa,
constatou-se que as ginastas entrevistadas apresentaram elevados níveis de
ansiedade e estresse e consequentemente seu psicológico foi acometido por
seus fracassos e desilusões, resultantes do treinamento intensivo precoce.
A GA, como esporte de alto rendimento, é uma modalidade que exige
perfeição de seus praticantes, dessa forma, é natural que existam cobranças
entre os envolvidos (treinadores, atletas e familiares), aspectos que também
foram observados no nosso objeto de estudo. As atletas apresentaram sintomas
de ansiedade no período de competição, sofreram cobranças dos familiares,
além de treinarem machucadas em algumas ocasiões. Outro aspecto verificado,
foi a falta de incentivos financeiros por parte do governo do estado do Pará,
recursos esses que são de extrema importância para a manutenção dos
equipamentos utilizados e que ocasionam na falta de profissionais
especializados para trabalhar com o psicológico dessas atletas.
Todavia, apesar dos efeitos negativos apresentados acima, as atletas
mostram-se confiantes e afirmaram gostar da modalidade que praticam, além de
24
não cogitarem o abandono do esporte em nenhuma situação podendo ser
caracterizados como pontos positivos encontrados no centro de treinamento da
ginástica do Pará.
Logo, é necessário que existam discussões sobre essa temática para que
os efeitos negativos da especialização esportiva precoce sejam amenizados
dentro do ambiente esportivo de alto rendimento. Para isso, se faz necessário
que existam pesquisas sobre este assunto e que haja um acompanhamento
psicológico dentro dos centros de treinamento, visando o bem estar dos atletas
e, consequentemente, melhorando a performance dos mesmos.
ABSTRACT
The Artistic Gymnastics is a modality that stands out for the complexity of the movements performed, demanding of its practitioners a considerable physical aptitude, generating worries about the risks in the psychological aspects provoked by the intensive training in young athletes. This study aimed to identify the effects of precocious specialization on the psychological aspects of Female Artistic Gymnastics athletes in the age group of 9 to 11 years of the Gymnastics Center of Pará, through a descriptive study of quanti-quali nature. Characterized by having a methodology of case study, whose survey was done through questionnaires, in which the analysis, interpretation and identification of the collected data were done. Keywords: Artistic gymnastics. Early Specialization. Psychological aspects
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ANEXO 1
Universidade do Estado do Pará
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde Curso de Educação Física
ARTIGO: A especialização esportiva precoce e seus efeitos nos aspectos psicológicos das atletas de ginástica artística na faixa etária de 9 a 11 anos do Centro de Ginástica do Pará. ORIENTADORA: Maria Francisca Bordalo.
QUESTIONÁRIO APLICADO ÀS ATLETAS
Idade:
1- Há quanto tempo você pratica esta modalidade?
a) 1-2 anos
b) 2-3 anos
c) 3-4 anos
d) Mais de 4 anos
2- Quantas vezes na semana você treina?
a) Menos de 2 vezes
b) 2-3 vezes
c) 3-5 vezes
d) 5 vezes
3- Quanto tempo dura uma sessão de treinamento?
a) 1-2 horas
b) 2-3 horas
c) 3-4 horas
d) Mais de 4 horas
4- Você gosta de praticar a Ginástica Artística?
( ) Sim
( ) Não
5- Você que escolheu esta modalidade?
( ) Sim
( ) Não
Por que?
28
__________________________________________________________
6- Em média, de quantas competições você participa por semestre?
a) Uma
b) De 1 a 2
c) 2 a 3
d) Mais de 3
7- Você costuma perder aulas por causa dos treinos?
( ) Sim
( ) Não
8- Você tem tempo para estudar para as provas da escola?
( ) Sim
( ) Não
9- Você tem momentos de lazer (brincar em casa, na rua, no parque, ir no
cinema, shopping)?
( ) Sim
( ) Não
( ) Raramente
( ) Nunca
10- Sua família costuma cobrar resultados seus nas competições?
( ) Sim
( ) Não
( ) Ás vezes
11- Você se sente pressionada pelas suas companheiras da equipe?
( ) Sim
( ) Não
( ) Ás vezes
12- Você já competiu ou treinou machucada?
( ) Sim
( ) Não
13- Como você se sente no período de pré-competição?
( ) Nervosa
( ) Tranquila
( ) Confiante
( ) Estressada
29
( ) Agressiva
14- Você já sentiu algum desses sintomas no período de pré-competição?
( ) Vomito
( ) Diarréia
( ) Febre
( ) Insônia
15- Você acha que seus sentimento interferem nos seus resultados nas
competições?
( ) Sim
( ) Não
Por quê?
__________________________________________________________
__________________________________________________________
16- Você pensa em desistir da modalidade quando fracassa em alguma
competição?
( ) Sim
( ) Não
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ANEXO 2
AUTORIZAÇÃO DE PAIS OU RESPONSÁVEIS PARA GINASTAS MENORES
DE IDADE
Termo de Consentimento Livre Esclarecido (para menores de idade)
Título da pesquisa: A especialização esportiva precoce e seus efeitos nos
aspectos psicológicos das atletas de ginástica artística feminina na faixa
etária de 9 a 11 anos do Centro de Ginástica do Pará.
Sua filha está sendo convidada, como voluntária, a participar desta pesquisa de
Trabalho de Conclusão de Curso da Universidade do Estado do Pará (UEPA),
por apresentar o perfil da população para o desenvolvimento do estudo se
realize. O objetivo do presente trabalho é analisar os efeitos da especialização
esportiva precoce nos aspectos psicológicos das atletas de 9 a 11 anos da
equipe feminina de GA do Centro de Ginástica do Pará.
Este trabalho contribui de forma significativa para que os efeitos da
especialização esportiva precoce sejam conhecidos pelos envolvidos no
processo de formação de pequenas ginastas, ampliando as discussões sobre a
temática e ampliando o campo de estudo para futuros trabalhos que discutam a
especialização esportiva precoce dentro no ambiente desportivo, principalmente
na Ginástica Artística.
O procedimento da coleta de dados consiste em responder um questionário
contendo dezesseis perguntas sobre a temática em questão.
Os pesquisadores envolvidos nessa pesquisa tratarão a identidade da sua filha
com sigilo. Os dados serão confidenciais. O nome ou material não serão
liberados sob hipótese alguma. A participação é voluntária e você, é livre para
recusar a participação da sua filha ou retirar seu consentimento a qualquer
momento sem prévio aviso. A recusa ou abandono da pesquisa em qualquer
momento não acarretará qualquer tipo de penalidade. Durante o decorrer dessa
pesquisa, informações e esclarecimentos estarão a disposição dos participantes.
Eu _____________________________________________________________
responsável pela ginasta ___________________________________________
li e entendi as informações precedentes e aceito que minha filha menor de idade
participe da pesquisa intitulada: “A ESPECIALIZAÇÃO ESPORTIVA PRECOCE
E SEUS EFEITOS NOS ASPECTOS PSICOLÓGICOS DAS ATLETAS DE
GINÁSTICA ARTÍSTICA FEMININA NA FAIXA ETARIA DE 9 A 11 ANOS DO
CENTRO DE GINÁSTICA DO PARÁ” realizada por pesquisadores do Curso de
Educação Física da Universidade do Estado do Pará. Portanto, concordo com
tudo que foi acima citado e livremente dou meu consentimento.