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1 A ESPECIALIZAÇÃO ESPORTIVA PRECOCE E SEUS EFEITOS NOS ASPECTOS PSICOLÓGICOS DAS ATLETAS DE GINÁSTICA ARTÍSTICA FEMININA NA FAIXA ETARIA DE 9 A 11 ANOS DO CENTRO DE GINÁSTICA DO PARÁ Cynthia Gabriela Monteiro Pires Discente concluinte do CEDF/UEPA [email protected] Maria Eduarda de Souza Brandão Discente concluinte do CEDF/UEPA [email protected] Drª Maria Francisca de Souza Bordalo Professora orientadora do CEDF/UEPA [email protected] RESUMO A Ginástica Artística é uma modalidade que se destaca pela complexidade dos movimentos realizados, exigindo de seus praticantes uma considerável aptidão física, gerando preocupações quanto aos riscos nos aspectos psicológicos provocados pelo treinamento intensivo em jovens atletas. Esta pesquisa teve como objetivo identificar os efeitos causados pela especialização precoce nos aspectos psicológicos das atletas de Ginástica Artística Feminina na faixa etária de 9 a 11 anos do Centro de Ginástica do Pará, por meio de um estudo descritivo de natureza quanti-quali. Caracterizado por ter uma metodologia de estudo de caso, cujo levantamento foi feito através de questionários, na qual se fez a análise, a interpretação e identificação dos dados coletados. Palavras-chave: Ginástica artística. Especialização Precoce. Aspectos Psicológicos. INTRODUÇÃO A Ginástica Artística (GA) é uma modalidade individual composta por exercícios de força, flexibilidade, equilíbrio, agilidade, coordenação e potência (STRINGHINI, 2010, p. 28). Esses exercícios são realizados em quatro aparelhos na categoria feminina: salto sobre a mesa, trave de equilíbrio, barras paralelas assimétricas e solo. (BROCHADO, BROCHADO, 2005, p. 141). De acordo com Lima (2002, p. 182), a GA consiste em: “Um conjunto de exercícios corporais sistematizados, com fins competitivos em que se combinam força, agil idade, equilíbrio e outras modalidades motoras”. Nunomura e Nista - Piccolo (2005, p. 29) consideram que: A GA é conhecida como uma modalidade esportiva competitiva, acessível a poucas pessoas face à sua enorme complexidade de

A ESPECIALIZAÇÃO ESPORTIVA PRECOCE E SEUS … · participar dos Jogos Olímpicos a partir dos 16 anos. Já nos campeonatos Brasileiros e Torneios Nacionais, de acordo com o regulamento

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A ESPECIALIZAÇÃO ESPORTIVA PRECOCE E SEUS EFEITOS NOS ASPECTOS PSICOLÓGICOS DAS ATLETAS DE GINÁSTICA ARTÍSTICA

FEMININA NA FAIXA ETARIA DE 9 A 11 ANOS DO CENTRO DE GINÁSTICA DO PARÁ

Cynthia Gabriela Monteiro Pires

Discente concluinte do CEDF/UEPA

[email protected]

Maria Eduarda de Souza Brandão Discente concluinte do CEDF/UEPA

[email protected]

Drª Maria Francisca de Souza Bordalo

Professora orientadora do CEDF/UEPA

[email protected]

RESUMO

A Ginástica Artística é uma modalidade que se destaca pela complexidade dos movimentos realizados, exigindo de seus praticantes uma considerável aptidão física, gerando preocupações quanto aos riscos nos aspectos psicológicos provocados pelo treinamento intensivo em jovens atletas. Esta pesquisa teve como objetivo identificar os efeitos causados pela especialização precoce nos aspectos psicológicos das atletas de Ginástica Artística Feminina na faixa etária de 9 a 11 anos do Centro de Ginástica do Pará, por meio de um estudo descritivo de natureza quanti-quali. Caracterizado por ter uma metodologia de estudo de caso, cujo levantamento foi feito através de questionários, na qual se fez a análise, a interpretação e identificação dos dados coletados. Palavras-chave: Ginástica artística. Especialização Precoce. Aspectos

Psicológicos.

INTRODUÇÃO

A Ginástica Artística (GA) é uma modalidade individual composta por

exercícios de força, flexibilidade, equilíbrio, agilidade, coordenação e potência

(STRINGHINI, 2010, p. 28). Esses exercícios são realizados em quatro

aparelhos na categoria feminina: salto sobre a mesa, trave de equilíbrio, barras

paralelas assimétricas e solo. (BROCHADO, BROCHADO, 2005, p. 141).

De acordo com Lima (2002, p. 182), a GA consiste em: “Um conjunto de

exercícios corporais sistematizados, com fins competitivos em que se combinam

força, agilidade, equilíbrio e outras modalidades motoras”. Nunomura e Nista-

Piccolo (2005, p. 29) consideram que:

“A GA é conhecida como uma modalidade esportiva competitiva, acessível a poucas pessoas face à sua enorme complexidade de

2

execução. Para algumas crianças, as exigências das difíceis habilidades motoras que compõem uma série acrobática transformam o sonho de se tornar um ginasta em uma grande utopia”

De acordo com Sierra (2015, p. 6):

“A Ginástica Artística Feminina (GAF) é um esporte que passou por mudanças ao longo de sua história e nos últimos anos tem apresentado uma grande evolução no Brasil. É uma modalidade que chama a atenção pela elevada complexidade dos movimentos executados, desenvolvendo em seus praticantes uma destacável aptidão física, porém geram preocupações quanto aos riscos do treinamento intensivo as quais as ginastas são submetidas em uma idade pré-púbere.”

De acordo com a regulamentação de 2016 da Federação Internacional de

Ginástica (FIG), as atletas de Ginástica Artística Feminina (GAF) podem

participar dos Jogos Olímpicos a partir dos 16 anos. Já nos campeonatos

Brasileiros e Torneios Nacionais, de acordo com o regulamento de 2016 da

Confederação Brasileira de Ginástica (CBG), as atletas podem começar a

competir a partir dos 9 anos de idade.

Podemos concluir que a preparação dessas atletas para essas

competições começa muito cedo, pois, necessita-se de muita preparação para

chegar no nível que tais campeonatos exigem.

Assim, entra em discussão o caso da especialização esportiva precoce.

Para Kunz (2001, p. 49):

“O treinamento especializado precoce no esporte acontece quando crianças são introduzidas, antes da fase pubertária, a um processo de treinamento planejado e organizado de longo prazo e que se efetiva em um mínimo de três sessões semanais, com o objetivo do gradual aumento do rendimento, além da participação periódica em competições esportivas”

Este trabalho tem como secções teóricas: Evolução histórica da GA, A

relação da especialização esportiva precoce com a carga de treinamento da GA

e Caracterizando a relação dos aspectos psicológicos e os impactos na vida das

atletas de GA.

A presente pesquisa justifica-se pela contribuição para que essa temática

seja conhecida e discutida pelos envolvidos no processo de formação das

pequenas ginastas, ampliando seus conhecimentos sobre os efeitos da

especialização esportiva precoce e possibilitando a realização de futuros

trabalhos que discutam a especialização precoce dentro no ambiente desportivo,

principalmente na Ginástica Artística.

3

Tendo como objetivo geral analisar os efeitos da especialização esportiva

precoce nos aspectos psicológicos das atletas de 9 a 11 anos da equipe feminina

de GA do Centro de Ginástica do Pará (CGP).

E como objetivos específicos Identificar quais os efeitos psicológicos

causados pela especialização esportiva precoce nas atletas de 9 a 11 anos da

equipe paraense de GAF e como esses efeitos psicológicos atingem as atletas.

1. METODOLOGIA

Esta pesquisa trata-se de um estudo de caso, pois é caracterizado pelo

estudo profundo de um ou poucos objetos, de maneira que permita o seu amplo

e detalhado conhecimento. (GIL, 1996). Segundo Fonseca (2002, p. 33, apud

GERHARDT e SILVEIRA, 2009, p. 39)

“Um estudo de caso pode ser caracterizado como um estudo de uma entidade bem definida como um programa, uma instituição, um sistema educativo, uma pessoa, ou uma unidade social. Visa conhecer em profundidade o como e o porquê de uma determinada situação que se supõe ser única em muitos aspectos, procurando descobrir o que há nela de mais essencial e característico.”

A abordagem utilizada foi a pesquisa quantitativa-qualitativa pois segundo

Minayo (2001, p. 22):

“O conjunto de dados quantitativos e qualitativos não se opõem. Ao contrário, se complementam, pois a realidade abrangida por eles interage dinamicamente, excluindo qualquer dicotomia.”

Considerando a temática do presente trabalho, esta pesquisa apresenta

um caráter descritivo, baseado em Gil (1996, p. 46):

“As pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre as variáveis.”

Para a realização da coleta de dados desta pesquisa, utilizamos

questionários aplicados à dez atletas na faixa etária de 9 a 11 anos da equipe

feminina de GA do CGP no ano de 2017, com o consentimento dos pais ou

responsáveis pelas atletas em questão através de um termo de consentimento.

4

2. A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA GINÁSTICA ARTÍSTICA.

De acordo com Sierra (2015, p. 23), a GA nasceu da ginástica alemã

desenvolvida por Friedrich Ludwig Jahn frente à necessidade de preparar

fisicamente o povo alemão para lutar pela nação frente à invasão francesa da

época. Os alunos de Jahn montavam os aparelhos de ginástica e realizavam

suas atividades em um parque chamado Hasenheide. Para ele, a GA deveria

abranger e envolver o homem como um todo, atribuindo importância ao corpo e

resgatando a regularidade da formação humana. (BROCHADO; BROCHADO,

2005, p. 2).

Em 1819, Jahn foi considerado um revolucionário e acusado de

conspiração por lutar pela construção da unidade alemã após o congresso de

Viena. Assim, as atividades em Hasenheide foram proibidas, porém muitos

jovens ainda queriam continuar a prática da ginástica e, para isso, tiveram que

modificar os aparelhos para se adaptar a locais fechados e particulares. Nesse

contexto, a Ginástica foi crescendo na Europa e, em 1820, começou a tomar

forma a GA que conhecemos atualmente. (BROCHADO; BROCHADO, 2005, p.

5)

Em 1881, nasce a Federação Europeia de Ginástica (FEG), com o objetivo

de criar um fórum único responsável por definir e resolver os temas gímnicos. É

então que, por meio da participação oficial nos Jogos Olímpicos, em 1908, que

a FEG se torna uma federação internacional e, em 1921, passou a se denominar

Federação Internacional de Ginástica (FIG) (SIERRA, 2015, p. 21). Hoje, a sede

da FIG encontra-se na Suíça e é responsável por seis modalidades ginásticas,

incluindo a GA feminina e masculina. (BROCHADO; BROCHADO, 2005, p. 6).

No Brasil, a GA foi difundida pelos imigrantes alemães, por volta de 1824,

no estado do Rio Grande do Sul. Estes imigrantes formaram sociedades

ginásticas com o objetivo inicial de apoiar os imigrantes, desenvolvendo

atividades de lazer e, posteriormente, atividades gímnicas em si. Em 1942, surge

a primeira federação no Rio Grande do Sul, seguida das federações paulista e

carioca, em 1948 e em 1950, respectivamente. (BROCHADO; BROCHADO,

2005, p. 6).

Essas federações se filiaram à Confederação Brasileira de Desportos

(CBD), que, posteriormente, foi desmembrada, fundando assim, a Confederação

5

Brasileira de Ginástica (CBG), em 1978. Sierra (2015, p. 22) define a CBG como

“Uma associação sem fins lucrativos, filiada a FIG, com o objetivo de gerir,

difundir, promover, organizar e aperfeiçoar as modalidades Ginásticas no

território nacional”. Sua sede encontra-se em Curitiba (PR) e é responsável por

24 federações estaduais filiadas.

Em 1999, treinadores estrangeiros passaram a fazer parte do corpo

técnico da seleção brasileira. Responsáveis por direcionar o caminho para a

abordagem de treinamento centralizado. Em 2001, as melhores ginastas

brasileiras passaram a treinar juntas em regime de concentração no Centro de

Treinamento de GA, em Curitiba, com a intenção de uniformizar a equipe, o que

contribuiu para a rápida ascensão da GA no Brasil, principalmente, na categoria

feminina. Além disso, as atletas contam com uma equipe multidisciplinar formada

por treinadores especialistas nacionais e internacionais, médicos,

fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas, coreógrafos e coordenadores.

De acordo com o estudo realizado por Nunomura e Oliveira (2012), é

perceptível que a ascensão da GA brasileira neste período está ligada a

infraestrutura física e humana, aos recursos financeiros, à melhora na

representatividade do país no panorama internacional, ao interesse da mídia e

ao crescimento qualitativo dos resultados competitivos da modalidade nos

últimos anos no alto rendimento.

No Pará, a GA está diretamente relacionada com a fundação da Escola

Superior de Educação Física do Pará (ESEFPA), atual Curso de Educação

Física (CEDF) da Universidade do Estado do Pará (UEPA), pois o professor

Nagib Matni, já com a intenção de desenvolver a ESEFPA, necessitava de

professores qualificados, assim, conseguiu bolsas para que estudantes

interessados ingressassem na Escola Nacional de Educação Física da

Universidade do Brasil. Nesta instituição, os estudantes tiveram contato com a

disciplina Ginástica de Aparelhos, hoje em dia denominada de Ginástica

Artística. (SILVA, s/d)

Em 1970, com a inauguração da ESEFPA, o estudante Osvaldo

Magalhães começou a ganhar destaque nas aulas da disciplina Ginástica de solo

devido ao conhecimento apreendido por ele por meio dos circos que vinham se

apresentar em Belém (PA). Muitas vezes, sua habilidade superava a dos seus

professores e isso garantiu para ele o encargo de formar um grupo para

6

desenvolver a ginástica de solo, e assim começou a ser desenvolvida a GA no

Pará. (SILVA, s/d).

Hoje em dia, a Equipe do CGP utiliza o ginásio da Universidade do Estado

do Pará, Campus III (CEDF) como espaço de treinamento, sendo regida pela

Federação Paraense de Ginástica (FEPAGIN), participando de campeonatos

paraenses e nacionais. A equipe feminina do CGP será o foco da presente

pesquisa que buscará enfatizar os efeitos da especialização esportiva precoce

dentro desse ambiente.

3. A RELAÇÃO DA ESPECIALIZAÇÃO ESPORTIVA PRECOCE COM A

CARGA DE TREINAMENTO DA GINÁSTICA

Para PAES et al. (2008, p.51) a especialização esportiva precoce

consiste:

“Na prematura exigência feita às crianças de que as mesmas realizem os gestos técnicos da modalidade em questão com perfeição e eficiência antecipando fases do processo de aprendizagem esportiva e, importando-se mais com que a criança execute as tarefas do que levá-la a compreender o esporte e ter prazer em sua prática. Em síntese, não respeita uma sequência que permite ao aluno usufruir do esporte em sua pluralidade”.

Além disso, o universo do esporte transforma a vida de um atleta em uma

rotina árdua de treinos, compromisso e responsabilidade, desse modo são

comparadas como a vida de um adulto. Para as crianças que praticam a GA, as

brincadeiras já não fazem parte de suas tardes, o caráter lúdico de suas

vivencias são perdidos por uma agenda regrada por técnica, precisão e disciplina

constante, reduzindo a oportunidade de descobrimento de cada fase essencial

para seu desenvolvimento como criança.

Do mesmo modo, diante da grande exigência e pouca maturidade da

criança, à execução dos movimentos representam apenas reflexos de um

conjunto de repetições que tem como objetivo atingir a execução mais perfeita

possível para satisfazer o técnico e os pais. Assim como, enquadram-se nos

moldes dos adultos, comprometendo as fases de desenvolvimento motor, da

maturação e do psicológico de cada atleta, ou seja, interferindo em todos os

aspectos de desenvolvimento da criança.

7

Ainda elucidando sobre a especialização esportiva precoce segundo,

Sierra, (2015, apud Baker et al., 2009) há 4 parâmetros específicos para

caracterizar a especialização esportiva precoce: idade prematura de introdução

ao esporte; especialização antecipada em um único esporte; envolvimento

precoce em um treinamento de alta intensidade; e o envolvimento prematuro em

competições esportivas.

Com a finalidade de compreender de modo objetivo sobre causas que

levam os técnicos submeterem as crianças em uma prática precoce na ginástica

artística, Nunomura et al (2010), identificaram a partir de entrevistas com

técnicos brasileiros de base da GA, que os argumentos utilizados para explicar

a especialização precoce esportiva são: o regulamento das federações e

confederações que estimulam a especialização precoce; pressão das

instituições para a obtenção de resultados; e a detecção de talentos, vendo a

necessidade de especializar e desenvolver esses atletas para o sucesso

esportivo.

Em contraste para Galdino e Machado (2008, p. 130), os treinadores são

a favor da competição precoce, devido permitir as crianças superarem suas

próprias dificuldades e obstáculos externos. Na verdade, submeter essas

crianças a uma competição desde cedo, representa uma tentativa de transformar

em um atleta de alto nível. Mostrar a competência profissional e pessoal do

técnico, por meio do alcance dos resultados desejados e desse modo ganhar

“status” dentro do cenário esportivo em uma sociedade que valoriza a vitória e o

sucesso em ascensão.

Considerando as definições apresentadas por alguns autores sobre a

especialização esportiva precoce, evidencia que todos consentem sob mesmo

ponto de vista na qual ocorre um prematuro desenvolvimento da criança

submetida à prática da ginástica artística. Para tanto é primordial compreender

como ocorre os treinamento dessas atletas que ainda estão em níveis de

preparação para tornarem-se grandes campeãs.

O conjunto de componentes que caracterizam a GA consiste pela

preparação técnica, física, artística, psicológica e o tempo consumido durante os

treinos, afirma a complexidade dessa modalidade. As inúmeras repetições

demonstram que o processo de aprendizagem e assimilação são lentos,

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dependem do trabalho realizado para alcançar resultados ideais na competição

(LOPES, NUNOMURA, 2007, p. 87).

Conforme elucida Schiavon, (2004, apud Sierra, 2015) essa metodologia

de treino predominante em vários países, dificulta a realização dos exercícios

considerando o nível de qualidade necessária, aumentando os riscos de lesões,

pois na literatura afirma-se que deve haver momentos de pausas para respiração

durante a transição de um aparelho para o outro, todavia não é considerada essa

pausa durante o treinamento, devido considerar o alto rendimento como

superação dos limites.

Arkev e Suchilin (2004 apud Nunomura et al, p.27, 2009), afirmam que

uma sessão de GA normalmente é dividida em três etapas: o aquecimento, a

parte básica do trabalho em aparelhos, e a preparação física específica. Para

atingir os resultados de níveis internacionais são necessários por volta de 8 a 10

anos de treinamento para a categoria feminina. Os mesmos autores relatam que

a duração da sessão deve-se considerar a quantidade de movimentos e as

séries realizadas ao total, enquanto a intensidade é definida em função do

tempo.

No Brasil o volume dos treinos do alto rendimento varia entre 20 a 30

horas semanais, dividida em duas sessões diárias de 5 a 6 vezes por semana

(CAMPINAS, 2015, apud SCHIAVON et al. 2011). A tabela abaixo mostra o

volume de treino de acordo com os técnicos entrevistados por Nunomura et al

(2009):

TABELA 1: Duração e frequência semanal de treino na formação base da

GAF

Categorias Duração de

sessão (hora) Frequência semanal

(dias/semana) Duração semanal

(horas)

Mínimo /

Máximo

Média ± DP

Mínimo / Máximo

Média ± DP

Mínimo /

Máximo

Média ± DP

Pré Infantil 1 a 4

2.7 ± 0.9

2 a 6 3.4 ± 1.5 2 a 24 12 ± 7

Infantil 3 a 6.5

3.8 ± 0.91

2 a 6 4.9 ± 1.1 6 a 32 18.9 ±

7.9

Juvenil 3 a 6.5

4.7 ± 1.2

4 a 6 5.5 ± 0.7 12a 32 24.0 ±

5.1

Fonte: Nunomura et al. (2009, p.34).

9

Analisando a tabela, verifica-se que há um aumento da duração em horas

e da frequência semanal de acordo com as categorias, e por serem crianças já

apresentam responsabilidade, disciplina e compromisso com essa modalidade.

O treinamento precoce é considerado uma atividade esportiva realizado por

crianças menores de 12 anos de idade, com periodização superior a três sessões

semanais, com uma carga exaustiva maior que duas horas por sessão. Além das

competições representarem algo frequente na infância do indivíduo a

metodologia deve ser voltada para melhoria sistemática de alto rendimento

(GALDINO; MACHADO, 2008, p.132).

Comparada a outras modalidades esportivas o período de maturação da

GA ocorre muito cedo. Considerando o processo de crescimento e as faixas

etárias em questão, deve-se considerar a cada etapa evolutiva, o máximo de

cuidado com relação à carga excessiva de treinamento para evitar o

esgotamento físico e possível abandono precoce do desporto (MAKARENKO,

2001 apud STRINGHINI, 2010 p. 20).

De acordo com Coelho (1998 apud LONGO, 2015, p. 21) considerando a

fragilidade da criança em relação ao processo de aprendizagem a

especialização precoce resulta em inúmeras desvantagens tais como: ênfase na

vitória em detrimento do caráter lúdico; modelos de treinamentos como de

adultos; abandono do esporte; perda ou redução da vivência infantil e

treinamentos intensos. Logo, conhecer os pontos e contras pontos da

problemática em questão permite considerar alguns aspectos que merecem

atenção especial e adequação para um processo metodológico de treinamento.

Abaixo está ilustrado um quadro sobres os tipos de riscos à prática

intensiva realizada por Vagas Neto (1999 apud GALDINO e MACHADO,

2008, p. 137).

Riscos de tipo físico

Lesões ósseas

Lesões articulares

Lesões musculares

Lesões cardíacas

Riscos de tipo psicológico

Níveis de altos de ansiedade e estresse

Sofrimento psíquico por fracasso e desilusões

Infância não vivida e formação escolar deficiente

Ricos de tipo motriz “Pobreza motriz”

“Automatismo motores rígidos”

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Riscos de tipo esportivo

A especialização sem as condições exigidas

Do futuro, pelo esporte escolhido

4. CARACTERIZANDO A RELAÇÃO DOS ASPECTOS PSICOLÓGICOS E

OS IMPACTOS NA VIDA DAS ATLETAS DE GINÁSTICA ARTÍSTICA

4.1. Níveis Altos de Ansiedade e Estresse:

No esporte competitivo considerando o equilíbrio emocional dos atletas

pode-se estimular diversos sentimentos tanto positivos como negativos

influenciando o desempenho dos atletas associados à prática esportiva. A

maioria dos esportistas sofre com elevados níveis de ansiedade e estresse

decorrente da grande exigência e pela cobrança por parte do técnico, família,

torcida e pela equipe (NASCIMENTO et al, 2012, p. 74-75).

Para Nascimento et al, 2012, p. 74:

“[...] a ansiedade consistiu numa emoção típica do fenômeno estresse.

Ela poderia ser considerada um estado emocional negativo caracterizado pelo nervosismo, preocupação e apreensão associada com ativação ou agitação do corpo. A ansiedade é um sentimento de apreensão desagradável, vago, acompanhado de sensações físicas como vazio (ou frio) no estômago ou na espinha, opressão no peito, estremecimentos, transpiração, dor de cabeça, entre outros sintomas”.

Enquanto isso, “o estresse é o resultado de um desequilíbrio que ocorre

quando a criança percebe o seu nível de aptidão e as exigências do meio

ambiente (BECKER JUNIOR; TELOKEN, 2008, p. 21)”. Essas exigências do

meio ambiente geralmente são determinadas por pressões internas e externas

que na maioria dos casos impõem situações de extremo estresse, os quais

podem produzir novas condutas nessas crianças.

Por ser um esporte de alto rendimento e de grande exigência, além das

exaustivas horas de treinamento, o corpo das ginastas devem apresentar grande

força muscular, peso e estatura baixa (CALDERONE et al., 1986, p. 263). Em

relação às capacidades físicas devem apresentar coordenação, flexibilidade,

potência, força e capacidade aeróbica. Considerando os aspectos psicológicos

devem ter autoconfiança, disciplina e perseverança (BOMPA, 2002,). Logo,

essas exigências não somente familiar, mas também física provocam situações

extremas de estresse e ansiedade seja por não conseguir um corpo dito como

11

ideal para apresentação ou até mesmo não alcançar resultados esperáveis para

uma classificação em algum campeonato levam há mudanças de humores

constantes.

4.2. Sofrimento Psíquico por Fracasso e Desilusões:

O sofrimento psicológico relacionado com o fracasso e desilusões é

resultado da relação entre as emoções que as ginastas sentem durante os

treinamentos e quando participam de alguma competição. No momento em que

as mesmas se sentem confiantes, aumentam a probabilidade de um bom

desempenho. E desse modo distanciam as emoções negativas, devido o grande

controle mental apresentado pela atleta. Portanto, o enfretamento dessa emoção

ocorre à ativação psicológica e fisiológica que interfere seu desempenho

(BRANDAO, 2005 apud MACHADO, 2008 p. 166).

Conforme elucida, Brandão, s/d, p.110:

“Cada êxito ou fracasso, cada vitória ou derrota converte-se em um objeto de vivências intensas e variadas. As competições esportivas exigem dos ginastas tensões físicas e psíquicas extremas e sempre acontecem com a rivalidade entre atletas de uma mesma equipe ou, ainda, entres as equipes. Assim, não existe competição sem pressão e sem estresse (BRANDÃO, s/d, p. 110).”

Para elucidar sobre as emoções vivenciadas durante e após as

competições, de acordo com Miguel et al. (2008, p.165), após seu estudo sobre

as emoções vivenciadas por atletas da Ginástica Artística no momento pré-

competitivo. Avaliaram que 73% estão relacionados por emoções negativas

(ansiedade, medo, tensão, nervosismo, apreensão, impaciência, preocupação e

receio), e 27% relacionados para emoções positivas (Calma, tranquilidade,

concentração, seriedade e pensamentos).

Não somente a pressão sofrida durantes e após as competições

interferem no desempenho das ginastas, a relação entre os pais e os filhos

caracteriza-se por um momento conflituoso de identificação e a soma de

resultados entre os mesmos, todavia essa constante interação coloca os pais na

situação de vencedores ou perdedores dependendo do desempenho de seu filho

podem provocar o sucesso ou insucesso. Com isso, o atleta começa a se sentir

cobrado e/ou obrigado a vencer, pois a auto-imagem dos pais também encontra

- se em jogo.

12

Segundo, Becker Junior e Teloken (2008, p. 26), após seu estudo com

crianças que praticam esporte individual e com equipe verificou que muitas se

sentiam apoiadas com a presença dos pais, outras não importavam – se com a

presença ou ausência de seus progenitores, mas outras ainda preferiam que

seus pais não comparecessem à competição. Por motivos de aumento dos níveis

de ansiedade e perda do equilíbrio emocional.

Portanto, deve haver incentivo por parte dos pais para a prática ao esporte

desde que a escolha seja feita pelo próprio filho, os pais devem ensinar que os

resultados do esporte nem sempre representam o valor de esforço e dedicação

da criança, jamais castigar, brigar, ridicularizar a criança e lembrar que a escolha

da prática partiu da vontade própria do atleta (LAVOURA; PRESOTO;

MACHADO 2008, p. 89 apud BARBANTI, 2005).

Além disso, analisando a relação entre pais e técnicos na maioria dos

casos podem caracterizar por divergência sobre pensamentos e postura, pois os

pais, mesmo não apresentando experiência na área opinam sobre o trabalho

desenvolvido pelo treinador. A fim de julgar e criticar o trabalho desenvolvido do

técnico frente às derrotas, e aos insucessos dos resultados, logo gerando

comentários negativos dos pais (BECKER JUNIOR; TELOKEN, 2008, p. 29).

Quando, são resultados de fracassos e derrotas na maioria das vezes a

postura do treinador transforma-se, devido não refletir aquilo que esperava, mas

é nesse momento que o mesmo deve apoiar o atleta e a equipe, visualizar os

detalhes que necessitam haver mudanças, além de trabalhar a confiança e auto-

estima das ginastas (BECKER JUNIOR & TELOKEN, 2008, p. 28-29).

Por ser uma modalidade esportiva, com alto grau de exigência esses são

alguns dos elementos que devem elencar a conduta e disciplina de cada atleta.

É fundamental para alcance dos resultados, a preparação de uma equipe

formada por profissionais que dê suporte para essas ginástas, pois para executar

movimentos precisos necessita que haja um trabalho planejado e sistematizado

com acompanhamento psicológico. No entanto, a maioria das equipes

espalhadas pelo país não são beneficiadas com auxílio de psicólogos como no

caso da equipe paraense de ginástica artística.

Devido à grande exigência do alto rendimento e com acúmulo excessivo

de treinamento, pode ocasionar elevados níveis de estresse, “overtraining”

(sobrecarga), “burnout” (esgotamento) e abandono precoce da modalidade,

13

causado pelos inúmeros fracassos e derrotas no decorrer da carreira esportiva,

levando a um possível trauma na sua vida pessoal.

4.3. Infância não vivida e formação escolar deficiente:

De acordo com o quadro apresentado acima, este é outro risco do tipo

psicológico que as crianças submetidas a um treinamento precoce podem sofrer.

Como vimos anteriormente, o volume dos treinos do alto rendimento na

GA varia entre 20 a 30 horas semanais, tomando grande parte do tempo do

atleta, assim o universo do esporte transforma a vida de um atleta em uma rotina

árdua de treinos, compromisso e responsabilidade, desse modo são

comparadas como a vida de um adulto. Para a maioria das crianças que praticam

a GA, as brincadeiras já não fazem parte de suas tardes, o caráter lúdico de suas

vivências acabam sendo perdidos por uma agenda regrada por técnica, precisão

e disciplina constante, reduzindo a oportunidade de descobrimento de cada fase

essencial para seu desenvolvimento como criança.

Essa rotina intensa de treinamento pode também afetar a vida escolar

dessas atletas como alegam Barbieri, Benites e Machado (2008, p. 211):

“A criança se entrega demasiadamente às exigências do treinamento especializado deixando estudo em segundo plano e muitas vezes interrompendo a formação antes do término (...) No entanto, existem alguns casos diferenciados, onde a criança e adolescentes se dedicam tão bem ao desporto assim como em seus estudos.”

No capítulo seguinte, iremos analisar os resultados do questionário

aplicado às atletas, relacionando as respostas das mesmas com os tópicos

apresentados acima.

14

5. ANÁLISE DOS DADOS:

15

16

17

18

19

20

21

5.1. Diálogo com os gráficos:

De acordo com as respostas apresentadas nos gráficos acima, obtidas

através dos questionários aplicados às atletas de 9 a 11 anos da equipe feminina

do CGP, foi possível concluir que as atletas tem como objetivo a participação em

22

pelo menos uma competição por semestre (gráfico 6). O treinamento para estas

competições é dividido em 5 sessões de treinamento por semana, tendo a

duração de mais de 4 horas por dia (gráficos 2 e 3). A partir desses dados, é

possível identificar a especialização esportiva precoce na equipe, onde as atletas

são introduzidas em um treinamento que objetiva o alto rendimento antes da fase

da puberdade.

Avaliando os níveis altos de ansiedade e estresse das atletas em algumas

ocasiões as entrevistadas sentem-se pressionadas pelos seus familiares (gráfico

10), além de demonstrarem sintomas como insônia e febre antes de competir

(gráfico 14), isso é reflexo da grande cobrança feita dentro da modalidade para

obterem resultados positivos. Entretanto, quando perguntado sobre a pressão

das companheiras de equipe metade das entrevistadas acreditam não haver

cobrança entre elas (gráfico 11). Constatamos que grande parte das atletas

entrevistadas escolheu praticar a GA e todas as elas afirmam gostar de praticar

a modalidade (gráficos 4 e 5).

Em relação as suas sensações no período pré-competitivo, a resposta da

grande maioria das atletas causou surpresa, pois diversos autores afirmam que

é unânime o nervosismo entre as ginastas, todavia de acordo com as atletas

entrevistadas, as mesmas se sentem confiantes em relação ao período pré-

competitivo (gráfico 13). A confiança caracteriza-se como uma emoção positiva

que acaba desempenhando um papel facilitativo no desempenho do atleta,

proporcionando um bem estar físico e mental (MIGUEL et al. 2008, p.170), por

esse motivo as atletas acreditam que os sentimentos negativos não interferem

no seu desempenho.

Observando o sofrimento psíquico por fracasso e desilusões, por ser um

esporte de alto rendimento, há uma grande exigência durante os treinamentos e

que em algumas situações podem ocorrer lesões em alguma parte do corpo, por

esse motivo é comum que as ginastas treinem machucadas e isso foi constatado

no resultado do questionário, o qual a grande maioria das entrevistadas, afirmam

já ter acontecido esse fato em algum momento da sua vida como atleta (gráfico

12).

Por ser uma modalidade que busca perfeição e na procura constante dos

movimentos precisos, muitos atletas pensam na possibilidade de abandono do

esporte, nem todos conseguem vivenciar uma rotina árdua de treinamento,

23

contudo considerando as entrevistadas em questão, detectamos que em

nenhum momento pensam na possibilidade de abandono do esporte (gráfico 16).

Outro ponto destacado na literatura é a formação escolar e a infância não

vivida dos atletas que passam pela especialização esportiva precoce, muitos

autores acreditam que os estudos desses atletas podem ser prejudicados por

conta do treinamento intenso, entretanto, todas as atletas participantes da

presente pesquisa afirmam que não costumam perder aulas por causa dos

treinos e que têm tempo para estudar para as provas da escola (gráficos 7 e 8).

Assim, constatamos que o rendimento escolar das atletas não é prejudicado pelo

treinamento. Quanto a infância não vivida, foi possível perceber que as atletas

não são prejudicadas pela especialização esportiva precoce, pois a maioria das

entrevistadas afirmou ter momentos de lazer mesmo participando dos

treinamentos (gráfico 9).

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com esta pesquisa pretendeu-se mostrar como os efeitos da

especialização esportiva precoce interferem nos aspectos psicológicos das

atletas de 9 a 11 anos do CGP. De acordo com os efeitos psicológicos

apresentados na literatura e com os dados coletados durante esta pesquisa,

constatou-se que as ginastas entrevistadas apresentaram elevados níveis de

ansiedade e estresse e consequentemente seu psicológico foi acometido por

seus fracassos e desilusões, resultantes do treinamento intensivo precoce.

A GA, como esporte de alto rendimento, é uma modalidade que exige

perfeição de seus praticantes, dessa forma, é natural que existam cobranças

entre os envolvidos (treinadores, atletas e familiares), aspectos que também

foram observados no nosso objeto de estudo. As atletas apresentaram sintomas

de ansiedade no período de competição, sofreram cobranças dos familiares,

além de treinarem machucadas em algumas ocasiões. Outro aspecto verificado,

foi a falta de incentivos financeiros por parte do governo do estado do Pará,

recursos esses que são de extrema importância para a manutenção dos

equipamentos utilizados e que ocasionam na falta de profissionais

especializados para trabalhar com o psicológico dessas atletas.

Todavia, apesar dos efeitos negativos apresentados acima, as atletas

mostram-se confiantes e afirmaram gostar da modalidade que praticam, além de

24

não cogitarem o abandono do esporte em nenhuma situação podendo ser

caracterizados como pontos positivos encontrados no centro de treinamento da

ginástica do Pará.

Logo, é necessário que existam discussões sobre essa temática para que

os efeitos negativos da especialização esportiva precoce sejam amenizados

dentro do ambiente esportivo de alto rendimento. Para isso, se faz necessário

que existam pesquisas sobre este assunto e que haja um acompanhamento

psicológico dentro dos centros de treinamento, visando o bem estar dos atletas

e, consequentemente, melhorando a performance dos mesmos.

ABSTRACT

The Artistic Gymnastics is a modality that stands out for the complexity of the movements performed, demanding of its practitioners a considerable physical aptitude, generating worries about the risks in the psychological aspects provoked by the intensive training in young athletes. This study aimed to identify the effects of precocious specialization on the psychological aspects of Female Artistic Gymnastics athletes in the age group of 9 to 11 years of the Gymnastics Center of Pará, through a descriptive study of quanti-quali nature. Characterized by having a methodology of case study, whose survey was done through questionnaires, in which the analysis, interpretation and identification of the collected data were done. Keywords: Artistic gymnastics. Early Specialization. Psychological aspects

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http://paginas.uepa.br/ccbs/edfisica/files/2011.2/ELIS_SILVA.pdf. Aceso em: 19 julho, 2016. STRINGHINI, Sérgio. Razões da desistência da prática da ginástica artística de atletas de alto rendimento do sexo feminino no Rio Grande do Sul. 2010.

27

ANEXO 1

Universidade do Estado do Pará

Centro de Ciências Biológicas e da Saúde Curso de Educação Física

ARTIGO: A especialização esportiva precoce e seus efeitos nos aspectos psicológicos das atletas de ginástica artística na faixa etária de 9 a 11 anos do Centro de Ginástica do Pará. ORIENTADORA: Maria Francisca Bordalo.

QUESTIONÁRIO APLICADO ÀS ATLETAS

Idade:

1- Há quanto tempo você pratica esta modalidade?

a) 1-2 anos

b) 2-3 anos

c) 3-4 anos

d) Mais de 4 anos

2- Quantas vezes na semana você treina?

a) Menos de 2 vezes

b) 2-3 vezes

c) 3-5 vezes

d) 5 vezes

3- Quanto tempo dura uma sessão de treinamento?

a) 1-2 horas

b) 2-3 horas

c) 3-4 horas

d) Mais de 4 horas

4- Você gosta de praticar a Ginástica Artística?

( ) Sim

( ) Não

5- Você que escolheu esta modalidade?

( ) Sim

( ) Não

Por que?

28

__________________________________________________________

6- Em média, de quantas competições você participa por semestre?

a) Uma

b) De 1 a 2

c) 2 a 3

d) Mais de 3

7- Você costuma perder aulas por causa dos treinos?

( ) Sim

( ) Não

8- Você tem tempo para estudar para as provas da escola?

( ) Sim

( ) Não

9- Você tem momentos de lazer (brincar em casa, na rua, no parque, ir no

cinema, shopping)?

( ) Sim

( ) Não

( ) Raramente

( ) Nunca

10- Sua família costuma cobrar resultados seus nas competições?

( ) Sim

( ) Não

( ) Ás vezes

11- Você se sente pressionada pelas suas companheiras da equipe?

( ) Sim

( ) Não

( ) Ás vezes

12- Você já competiu ou treinou machucada?

( ) Sim

( ) Não

13- Como você se sente no período de pré-competição?

( ) Nervosa

( ) Tranquila

( ) Confiante

( ) Estressada

29

( ) Agressiva

14- Você já sentiu algum desses sintomas no período de pré-competição?

( ) Vomito

( ) Diarréia

( ) Febre

( ) Insônia

15- Você acha que seus sentimento interferem nos seus resultados nas

competições?

( ) Sim

( ) Não

Por quê?

__________________________________________________________

__________________________________________________________

16- Você pensa em desistir da modalidade quando fracassa em alguma

competição?

( ) Sim

( ) Não

30

ANEXO 2

AUTORIZAÇÃO DE PAIS OU RESPONSÁVEIS PARA GINASTAS MENORES

DE IDADE

Termo de Consentimento Livre Esclarecido (para menores de idade)

Título da pesquisa: A especialização esportiva precoce e seus efeitos nos

aspectos psicológicos das atletas de ginástica artística feminina na faixa

etária de 9 a 11 anos do Centro de Ginástica do Pará.

Sua filha está sendo convidada, como voluntária, a participar desta pesquisa de

Trabalho de Conclusão de Curso da Universidade do Estado do Pará (UEPA),

por apresentar o perfil da população para o desenvolvimento do estudo se

realize. O objetivo do presente trabalho é analisar os efeitos da especialização

esportiva precoce nos aspectos psicológicos das atletas de 9 a 11 anos da

equipe feminina de GA do Centro de Ginástica do Pará.

Este trabalho contribui de forma significativa para que os efeitos da

especialização esportiva precoce sejam conhecidos pelos envolvidos no

processo de formação de pequenas ginastas, ampliando as discussões sobre a

temática e ampliando o campo de estudo para futuros trabalhos que discutam a

especialização esportiva precoce dentro no ambiente desportivo, principalmente

na Ginástica Artística.

O procedimento da coleta de dados consiste em responder um questionário

contendo dezesseis perguntas sobre a temática em questão.

Os pesquisadores envolvidos nessa pesquisa tratarão a identidade da sua filha

com sigilo. Os dados serão confidenciais. O nome ou material não serão

liberados sob hipótese alguma. A participação é voluntária e você, é livre para

recusar a participação da sua filha ou retirar seu consentimento a qualquer

momento sem prévio aviso. A recusa ou abandono da pesquisa em qualquer

momento não acarretará qualquer tipo de penalidade. Durante o decorrer dessa

pesquisa, informações e esclarecimentos estarão a disposição dos participantes.

Eu _____________________________________________________________

responsável pela ginasta ___________________________________________

li e entendi as informações precedentes e aceito que minha filha menor de idade

participe da pesquisa intitulada: “A ESPECIALIZAÇÃO ESPORTIVA PRECOCE

E SEUS EFEITOS NOS ASPECTOS PSICOLÓGICOS DAS ATLETAS DE

GINÁSTICA ARTÍSTICA FEMININA NA FAIXA ETARIA DE 9 A 11 ANOS DO

CENTRO DE GINÁSTICA DO PARÁ” realizada por pesquisadores do Curso de

Educação Física da Universidade do Estado do Pará. Portanto, concordo com

tudo que foi acima citado e livremente dou meu consentimento.