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JORNAL-LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO DO CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL UNINTER – ANO IV – NÚMERO 22 – CURITIBA, SETEMBRO DE 2012 Foto Claudia Bilobran A eterna diva do cinema Mesmo 50 anos após sua morte, Marilyn ainda encanta os jovens. página 4 Campanha pede a descriminalização das drogas Viciados em drogas e traficantes devem ter tratamentos iguais? Saiba por que não. páginas 6 e 7 É proibido fumar! A lei antifumo agrada a maioria da população, mas alguns insistem em desobedecê-la. página 3 Claudia Bilobran Divulgação Chega de demora Atrasos diários no transporte coletivo prejudicam motoristas e passageiros. páginas 8 e 9 Claudia Bilobran

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JORNAL-LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO DO CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL UNINTER – ANO IV – NÚMERO 22 – CURITIBA, SETEMBRO DE 2012

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A eterna diva do cinemaMesmo 50 anos após sua morte, Marilyn ainda encanta os jovens. página 4

Campanha pede a descriminalização das drogas

Viciados em drogas e trafi cantes devem ter tratamentos iguais? Saiba por que não.

páginas 6 e 7

É proibido fumar!

A lei antifumo agrada a maioria da população, mas alguns insistem em desobedecê-la. página 3

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Chega de demora

Atrasos diários no transporte coletivo prejudicam motoristas e passageiros. páginas 8 e 9

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Número 22 – Setembro de 20122 MARCO ZERO

A repórter Claudia Bilobran foi às ruas perguntar à população de Curitiba o que acha da propaganda política no centro da capital.Confira o resultado.

OPINIÃOAo Leitor

Nesta 22ª edição, o jornal Marco Zero relembra todo o glamour da diva Marilyn Monroe com uma matéria so-bre a atriz que morreu aos 36 anos em decorrência de uma overdose de bar-bitúricos. E por falar em drogas, o MZ aborda também a lei antifumo, sobre a qual muitas pessoas concordam e outras não, inclusive desrespeitando a legisla-ção em vigor. Outra questão polêmica que merece destaque nesta edição é a campanha que visa à descriminalização da drogas, cujo projeto deverá ser apre-ciado no Congresso Nacional.

Na seção “Boca no Trombone”, questionamos a população de Curitiba sobre as propagandas políticas na Rua XV. Para completar, um ensaio fotográ-fico mostra a movimentação dos candi-dados também no centro da cidade.

Na área do jornalismo investigativo, repórter da Gazeta do Povo revela ao Marco Zero como descobriu “os segre-dinhos sórdidos” da Assembleia Legis-lativa do Paraná que culminaram com uma série de denúncias. E os motoristas de ônibus têm trabalhado muito insa-tisfeitos. Para saber mais sobre essas e outras notícias, leia esta edição, que está bombando. Boa leitura!

ExpedienteO jornal Marco Zero é uma publicação feita pelos alunos do Curso de Jornalismo do Centro Universitário Internacional Uninter

Coordenador do Curso de Jornalismo: Tomás Barreiros

Professores responsáveis:Roberto Nicolato e Tomás Barreiros

O jornal Marco Zero foi premiado como melhor jornal-laboratório do Paraná no 16º Prêmio Sangue Novo, promovido pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná.

Edição

•Ana Cordeiro

•Cassia Tavares

•Claudia Bilobran

•Cristina Marin

•Fernanda Fogaça

•Heloisa Miranda

•Lucas Queiroz

•Pedro Hey

•Priscila Lopes

Diagramação final

•Cíntia Silva

•Letícia Ferreira

Uninter

Rua do Rosário, 147

CEP 80010-110 – Curitiba-PR

E-mail

[email protected]

Telefones 2102-7953 e 2102-7954.

E se fosse verdade?

Não faz muito tempo que a primavera árabe bom-bou. Milhares de pesso-

as foram às ruas a partir de uma revolução iniciada em âmbito virtual para apelar pela justiça e a instalação de um governo de-mocrático. Afinal, tal fato se deu de forma tão significativa graças ao poder e à motivação gerada pela rede mundial de computa-dores. E sim, das mais diversas atribuições vindas com a inter-net, entre elas está a mobilização popular.

Se trouxermos para a nos-sa realidade, descobrimos que somos a quinta maior potência virtual no mundo, com cerca de 79 milhões de usuários conecta-dos, segundo pesquisa do Ibope NetRatings. Seriam quase oiten-ta milhões de pessoas gerando mudanças.

Aliado a esse número repre-sentativo, o Brasil é o segundo país em relação ao tempo gasto em frente à televisão, perden-do apenas para o Reino Unido. Desse tempo destinado à TV, grande parte é dedicada ao con-sumo de telenovelas.

O segundo colocado em produção e exportação de no-

velas somos nós, atrás apenas do México, com suas famosas tramas carregadas de tragédias e sofrimento. Já no Brasil, temos aspectos um tanto diferentes em nossas produções. Ou vai dizer que o brasileiro não adora um barraco?

Retrato dessa realidade é a repercussão nas redes sociais do embate entre as já lendárias Carminha e Rita, da novela das nove. Enquanto o país passa pelo julgamento dos envolvidos no caso do mensalão e investi-gações a respeito de outros ca-sos de corrupção, a população virtual incomoda-se com a riva-lidade entre duas personagens ficcionais. O envolvimento com tal fato, se assim podemos cha-má-lo, foi tanto que os assuntos de real interesse do povo foram deixados de lado, a população fechou os olhos, ou no caso da internet, foi mais uma janela mi-nimizada.

Tal alienação, já enraizada na cultura popular, não é de se es-tranhar. Neste país de consumo televisivo gigantesco, até Jesus já ficou para trás. Sim, em 1989, no dia 24 de dezembro, nem o filho de Deus sabia quem era

o assassino de Odete Roitman, mas o país todo queria saber. Mais uma vez, o povo parou para observar o mundo em fren-te às câmeras. Enquanto isso, Naji Nahas colocava em risco as bolsas de São Paulo e do Rio de Janeiro. Coincidência ou não, em 1989 surgia o primeiro con-ceito de world wide web.

Pelo visto, aqui, já é comum abrirmos mão das discussões sociais e políticas para prosear sobre a “vida” alheia, mas não sobre a vida pública. Aqui, faz--se normal o fato de deixarmos as decisões nas mãos de uns poucos, apesar da ferramenta gigantesca de mobilização à nossa disposição.

Ora, já que fechamos nos-sos olhos para as injustiças escancaradas, seria mais con-veniente que fôssemos nós os julgados e condenados. Sim, seríamos apontados por sermos assassinos diários do “poder do povo”. Ou então, por simplesmente bloquear-mos nossos direitos que nos solicitam amizade em vez de selecionarmos somente as atualizações importantes do nosso país.

Rafael Giuvanusi

Ferramenta de mobilização social, a internet é

mais usada para discussões fúteis e bisbilhoticesClaudia Bilobran

“Para mim, atrapalha bas-tante, incomoda os alunos quando estão em aula e atrapalha meu trabalho quando preciso dar infor-mações para pessoas que vêm na faculdade”.

“A propaganda política na rua XV só tem uma definição: poluição visual e sonora. As bandeiras incomodam, o barulho é excessivo, enfim, uma grande falta de respeito com o ser humano”.

“A propaganda política na rua só polui as cidades. Nesta época de eleição, fica feio até, de tanto lixo eleitoral que encontramos pelas ruas. O desespero dos candidatos atrás de votos é impressionante, pois apelam de todas as maneiras possíveis. E quando vai chegando o dia de votar, é pior ainda. A propaganda nas ruas é

desnecessária, já temos que aguentar no rádio e na televisão.”

“Propaganda política nas ruas é só sujeira, porcaria. Os políticos aparecem apenas neste período de eleição, depois somem e não precisam mais da gente... Isso para mim não é válido. Pela televisão, a gente já sabe se vale a pena ou não votar no

candidato. A gente analisa pelo caráter e não pelas bandeiras e cartazes”.

“A propaganda política é algo natural em países democráticos, como o Brasil. Não tem nada de mais, pois os políticos têm esta liberdade para usufruírem em benefício próprio”.

Jackson Luiz Perpé-tuo/32 anos, porteiro

Maria Turin, 38 anos, professora e turismóloga

Marcio Vala-dares de Je-sus, 35 anos, enfermeiro

Geraldo Rodrigue Pereira, 62 anos, zelador

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A vida dos personagens de novelas, como Nina, é mais discutida que a realidade nacional

Ahmad Aki, 83 anos, comerciante aposentado

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Número 22 – Setembro de 2012 3MARCO ZERO

Heloisa Miranda

Lei existe, e a fiscalização?

Mulher desrespeita a lei e fuma em local proibido

Em 1874, quando o cigarro surgiu no Brasil, não foi bem recebido. Os preferidos na

época eram o charuto e o cachim-bo. Com o passar dos anos, os in-teresses públicos e a publicidade mudaram esse quadro. Anos mais tarde, a indústria do cigarro se tor-nou intocável. A publicidade exal-tava o prazer e o poder oferecidos pelo consumo, gerava empregos, e lucro com os impostos arreca-dados. Ninguém poderia imaginar que, no futuro, a situação seria exatamente oposta à realidade da-queles dias.

Após 135 anos, surgiu a lei anti-fumo no Paraná. No mês de setem-bro, completam-se três anos que entrou em vigor a Lei Estadual nº 16.239, que proíbe o uso de cigar-ros, charutos, cachimbos e outros produtos que produzam fumaça em ambientes de trabalho, estudo, cultura, lazer, esporte, entreteni-mento e áreas comuns e a dispo-nibilização de fumódromos – área destinada a fumantes em bares, restaurantes, shoppings, transporte coletivo, entre outros. Em caso de

minuir os gastos com tratamentos de câncer ocasionados pelo taba-gismo, que chegam a custar anual-mente R$ 338 milhões aos cofres públicos.

A fiscalização é feita pela Vi-gilância Sanitária e conta com o apoio da população denunciando diretamente para o órgão ou para a Secretaria de Saúde do Estado. No entanto, ela não é tão rigorosa. Como denunciar alguém que você não conhece? Já viu fumando em local proibido? Nos terminais, é onde mais acontecem as abordagens já que os funcionários são orienta-dos a frisar a proibição. Nesse caso, a multa vai para a Urbs. Mesmo com os cartazes sobre a lei, algumas pessoas arriscam.

Em dias de chuva, é quando mais se vê a lei sendo desobede-cida. Nos terminais, nas marqui-ses e portarias, sempre há alguém fumando. A fiscalização não é tão rígida, o que os deixa mais à vontade. “É comum encontrar cinzas e bitucas do pessoal que fuma nas escadas de emergência aqui, a gente não sabe quem é, não tem nem o que fazer”, conta a auxiliar de limpeza Zilma Mul-ler, que trabalha há cinco anos em um prédio comercial no cen-tro de Curitiba.

A recepcionista Aline Vaz, de 24 anos, conta que começou a fumar aos 13 anos. Todo mundo fuma na casa dela, mas ela não se sente influenciada por isso. Sentiu vontade por ver os amigos fuman-do e quis experimentar. Não apro-va a lei, já que tem o hábito de fumar enquanto bebe, que agora é proibido dentro dos estabeleci-mentos.

Diz que, diversas vezes, ouviu reclamações por causa da fumaça na rua, no ponto de ônibus. “O ci-garro é a única coisa que eu faço pra mim. Tudo é para o meu futu-ro: trabalho, faculdade. É meu úni-co prazer momentâneo. Eu gosto muito de fumar. Morrer eu vou de qualquer jeito.”

Em contrapartida, a secretária e não fumante Tatiana Maia, 33 , de-fende: “A lei surgiu, para respeitar o espaço de quem não fuma. Eu gostei porque demonstra respeito por nós (não fumantes). Lógico que melho-rou, é só ver na balada. A melhor coisa é você ir e não ficar fedendo cigarro.”

“Antes você andava pelo ter-minal de ônibus e soltavam fuma-ça na sua cara, agora não. Você não é obrigado a ficar inalando aquilo de que não gosta.”

Vania Correia, recepcionista

“Uma coisa positiva, mas fal-ta colaboração da população. Um passo na direção certa.” Ana Maria, 50, contadora

“A lei surgiu para se respeitar o espaço de quem não fuma. Gostei porque demonstra respeito por nós (não-fumantes)”

Tatiane Maia, secretária

O cigarro é a única coisa que eu faço pra mim,é meu único prazer momentâneo.- Aline Vaz

A recepcionista Vania Correia, 29, lembra que o desrespeito já foi maior: “Antes, você andava pelo terminal e soltavam fumaça na sua cara, agora não. Você não é obrigado a ficar inalando fumaça, já que não gosta. Antigamente , quando era separado o espaço para fumantes e não-fumantes, não era tão eficaz. Acho que ficou muito melhor com essa lei.”

O que determina a lei• Ficaproibidofumaremlugares

públicos cobertos;

• Emveículosdetransportecoletivo;

• Emveículoparticularcomcrianças;

• Está liberado em caso deculto religioso e tratamento médico;

• O descumprimento incideem multa que pode chegar a 5,8 mil.

A legislação antifumo entrou em vigor há três anos, mas há quem ainda não a respeite

CIDADANIA

ServiçoOs telefones para denúncia: (41) 3330 4537 – Vigilância Sanitária(41) 3350-8484 – Secretaria Municipal de Saúde

LEI ESTADUALN°8852/88

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FUMAR

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descumprimento da lei, o fumante pode ser multado, e se houver rein-cidência o valor dobra. Em relação aos bares e restaurantes, a multa fica por conta do proprietário do estabelecimento.

O governo visa proteger os ci-dadãos não fumantes da exposi-ção ao fumo, colaborar para que os fumantes se dediquem a largar o vício e promover a conscienti-zação para que os jovens não se interessem pelo hábito. Tanto que, juntamente com a lei, surgiram campanhas nas unidades de saúde da cidade, distribuição de material informativo sobre a nocividade do cigarro, em todo o estado.

Há grupos de apoio na luta con-tra o tabagismo e distribuição de remédios de auxílio no combate ao vício. O governo quer também di-

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Número 22 – Setembro de 20124 MARCO ZERO

PERFIL

conhecer o pai e convivendo com o desequilíbrio mental de sua mãe, Norma Jane transitou entre orfa-natos e casas de famílias durante a juventude. Casou-se jovem para, finalmente, pertencer a um lar, até ter sua beleza incomum descober-ta pela lente da câmera e dar-se conta de que pertencia ao mundo da fama. “Eu sei que eu pertenço ao público e ao mundo, não por ser talentosa ou mesmo bonita, mas porque eu nunca pertenci a nada e a ninguém”, disse Marilyn Mon-roe em uma entrevista sobre sua infância e carreira.

Norma Jane, a menina de per-sonalidade frágil e incrivelmente insegura, adota o nome artístico, e lançou-se na busca por assumir a mulher amada e de forte perso-nalidade que era Marilyn Monroe. Incapaz de ser pontual, fosse num jantar com amigos ou numa festa de aniversário do presidente Ken-nedy, oscilando entre crises de de-pressão profunda, acompanhadas de doses diárias de barbitúricos e álcool, Marilyn ainda desperta-va a compaixão do público e das pessoas próximas. Depoimentos de personalidades que encenaram com ela indicam que toda a sensu-alidade se dava diante as câmeras, mas que pessoalmente Marilyn era uma criança perturbada que neces-sitava de cuidados.

Hollywood nunca deixou que

Marilyn Monroe estampa o pôster do 65º Festival de Cannes (2012)

Loira, sexy, atriz, celebridade, imprevisível, a menina dos olhos da década de 20. Assim

era Marilyn Monroe. Personifica-ção da sensualidade e ícone de be-leza, Marilyn, que neste ano com-pletaria 86 anos, deixou seu nome na calçada da fama e na história mundial.

No aniversário de 50 anos de sua morte, o mundo relembra Nor-ma Jane, a menina que nasceu de olhos e cabelos castanhos e, mais tarde, se tornaria Marilyn Monroe, uma das mulheres mais desejadas da época, protagonista de uma história enigmática e dona de uma personalidade controversa. “Sou admiradora de quem ela é e foi. São 50 anos sem ela, mas todos sa-bemos um pouco sobre sua histó-ria. Marilyn é um clássico”, afirma a estudante Carolina Senna, 16, fã da atriz.

Pacto inocente

Inocentemente sensual e in-segura, a atriz foi um paradigma feminino para a época. Ao tempo em que transpirava carência e fra-gilidade (características de Norma Jane), encarnava Marilyn Monroe, corajosa, sedutora, apaixonante e ousada. Críticos de cinema diver-gem quando o assunto é o papel de Marilyn Monroe no cinema. Alguns acreditam que o talento da loira era a comédia, outros desta-cam que sua vida conturbada e seu estado depressivo podiam ser grandes aliados para interpreta-ções excepcionais em filmes dra-máticos e que só lhe faltava um professor que conseguisse extrair seu lado mais profundo. Segundo o crítico de cinema, Marden Ma-chado, a atriz era “um símbolo de libertação feminina. Ela era natu-ralmente sensual e passava inocên-cia e naturalidade que encantavam as pessoas e quebravam barreiras. A câmera tinha paixão por Mari-lyn, e sua presença em cena era sempre magnética. Ninguém con-seguia tirar os olhos dela”.

Marilyn teve uma vida contur-bada, cheia de altos e baixos. Sem

o mundo abraçasse Marilyn, a vida conturbada da atriz, nunca deixou que ela abraçasse o mun-do. Em 1962, segundo alguns bi-ógrafos, no auge de sua carreira, Monroe foi encontrada morta em seu apartamento, por uma over-dose de barbitúricos misturados ao álcool. Nua e com o telefone próximo à orelha, aos 36 anos, a loira deixou um legado de fãs incrédulos com sua morte, além da dúvida que ronda o aconteci-mento e até hoje levanta especu-lações: Marilyn foi assassinada, cometeu suicídio ou foi um aci-dente?

O que ficou de Monroe, segundo Marden Machado, foi a conotação de sexy simbol e ícone do cinema. Mas seus fãs a veem como muito mais do que a loira sensual de vestido bran-co esvoaçante da fotografia do fil-me O Pecado Mora ao Lado (1955), que tornou-se uma das mais famosas imagens de Monroe e ícone cinema-tográfico. “Por trás de todo aquele mulherão, como Norma Jane, ela era carente, triste e simples. Em jantares com amigos mais próximos, ela lava-va seu próprio prato. No fim, ela só queria que a vissem com a alma”, diz Carolina Senna.

Hoje, Marilyn Monroe conse-guiu se fixar historicamente com a personalidade de Monroe e alcan-çou todo o amor e admiração que buscou como Norma Jane. Parte do cinema, parte da história, a loira ainda carrega o título de menina dos olhos das câmeras.

A eternidade dos 36 anosApós os 50 anos da morte da atriz Marilyn Monroe, o mundo celebra e eterniza a diva do cinema holywoodiano

Ana Cordeiro

Nunca pertenci a nada e a ninguém

No fim, ela só queria que a vissem com a alma

A Marilyn das câmeras

Ainda como Norma Jeane, aos 18 anos, a futura sexy simbol posa nua por U$ 50,00.

A atriz estampou a capa primeira da Playboy, em 1953.

Em 1963, Marilyn cantou uma versão única de “Parabéns a você” no aniversário do presi-dente Kennedy.

“Por trás de todo aque-le mulherão, como Norma Jane, ela era carente, tris-te e simples. Em jantares com amigos mais próxi-mos, ela lavava seu pró-prio prato”.

Marilyn Monroe ilustrao pôster do 65º Festivalde Cannes (2012).

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Número 22 – Setembro de 2012 5MARCO ZERO

José Luiz Rodrigues, mais conhecido como Snoop, e sua companheira Ader-

li Dircéia Coitinho, conhecida como Madona, encontraram-se pela primeira vez em agosto de 2006, quando começaram a trei-nar juntos. Não demorou muito para que o esporte unisse o casal. Logo no ano seguinte, nascia um relacionamento que dura quase seis anos, e eles pensam em se casar oficialmente em breve.

Snoop tem um currículo de respeito no boxe brasileiro. Con-quistou vários títulos, entre eles, dois mais importantes: campeão brasileiro e campeão amador brasileiro, pela Confederação Brasileira de Boxe, ambos em 1996. Fez muitas lutas no exte-rior, tendo alcançado sucesso e representado o Brasil no esporte,

Boxe e amor em família

Gilberto Garcia

Snoop e a companheira Madona, um casal bom de briga

chegando ao topo dos lutadores de Boxe no país.

Madona, sempre ao lado de seu companheiro, também con-quistou vários títulos em sua carreira. Foi Campeã Brasileira de Muay Thai pela Confedera-ção Brasileira de Muay Tahai e vice-campeã de boxe pela Con-federação Brasileira de Boxe, em 2001. No mesmo ano, disputou o MMA promovido pela Confe-deração Brasileira de Pugilistas, chegando à terceira colocação no torneio que contava com atletas de todo o país. Madona divide seu tempo dando aulas de boxe e Muay Thai, além de cuidar da casa e de seu filho de oito anos.

“Resolvi fazer o boxe já com 27 anos de idade, quando um médico me orientou a fazer uma atividade esportiva. Fico muito feliz quando o Snoop me convida para treinar, já que, além de meu companheiro, ele ainda me ajuda nos treinos”, diz Madona.

O amor pelo esporte

Madona treina constantemente, pois em ou-tubro representará o Paraná em mais uma luta em

Curitiba, promovida pela Confederação Brasileira de Boxe. Ela é a atleta profissional mais velha do boxe brasileiro. Hoje, com 42 anos de idade, ainda desperta muita atenção entre os atletas e admirado-res do esporte.

Para Snoop, a grande paixão pelo boxe nasceu quando ele tinha 18 anos. Frequentemente, esta-va na Praça Osvaldo Cruz, em Curitiba, sempre

acompanhado de alguns amigos, observando jovens que praticavam capoeira. Buscou in-

formações para treinar junto a outros jovens, mas não conseguiu uma vaga no grupo Abadá, que treinava ali. Mas encontrou na praça o treinador de boxe Ruben Sam, que

lhe fez um convite para treinar boxe. Pron-tamente, ele começou a treinar e em quatro

meses já disputava sua primeira luta, chegando ao empate. Com o novato se destacando, Ruben marcou uma nova luta alguns meses depois. Foi

Resolvi fazer o boxe já com 27 anos de idade, quando um médico me orientou a fazer uma atividade esportiva. - Madona

quando Snoop venceu sua primei-ra luta profissional por nocaute, pela Confederação Brasileira de Boxe.

Entre 2001 e 2003, ficou em Las Vegas disputando algumas lu-tas. Encerrou sua carreira de luta-dor aos 33 anos de idade em Curi-tiba, no Paraná Clube, em uma disputa com um atleta paulista, da qual saiu vencedor.

“É muito importante o boxe na minha vida. Foi através desse es-porte que formei minha família e me tornei um atleta reconhecido no Brasil e até mesmo no exterior. O boxe me trouxe muitas alegrias, posso ajudar crianças em projetos sociais. Trabalhar junto com mi-nha esposa é de grande satisfação. Fazermos o que gostamos não tem preço”, comenta Snoop.

Snoop, hoje com 41 anos, trei-na alguns alunos que disputam tor-neios em todo o Brasil e no exte-

Foi através desse esporte que formei minha família.- Snoop

rior, além de atuar como manager dos atletas e organizar torneios em Curitiba.

O proprietário da academia Killer Bees, onde o casal dá au-las, mestre Rodrigo Vidal, exalta a atuação dos dois: “O Snoop é um grande atleta e professor, é muito gratificante e importante ter um boxeador como ele dando aulas aqui na minha academia. Desde que ele chegou, o número de alu-nos tem aumentado, além de po-dermos contar também com a Ma-dona, que dá exemplo como atleta representando a Killer Bees”.

Snoop (à esquerda) em Las Vegas, no Estados Unidos

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Número 22 – Setembro de 20126 MARCO ZERO

ESPECIAL

Lei de drogas no Brasil, é preciso mudar? Projeto de lei está recolhendo um milhão de assinaturas para mudar a norma atual sobre os entorpecentes

Sou usuário de droga. Por causa de uma denúncia foram na minha casa e acharam um pó branco. Fiquei preso porque a lei de drogas não deixa esperar julgamento solto. Quando descobriram que era fermento, eu já estava há quatro meses na cadeia. E agora? Quem vai dar emprego para um acusado de tráfico?

A afirmação ao lado com-preende uma das várias histórias que fazem parte

da campanha “É preciso mudar”, que tem como objetivo recolher um milhão de assinaturas a serem apresentadas ao Congresso Na-cional para mudar a atual legis-lação sobre drogas. Segundo os idealizadores, a lei atual não faz distinção entre traficante e usuá-rio, o que contribui com a super-lotação nas penitenciárias. Ainda de acordo com eles, a maioria das pessoas detidas nunca teve envol-vimento com o crime organizado e nem cometeu outros delitos, mas ainda assim permanece presa até o julgamento.

Conforme o gráfico abaixo, de 2005 a 2010, o número de presos acusados de tráfico no Brasil cres-ceu de 30 mil para 104 mil. Nesse sentido, algumas propostas foram apresentadas ao projeto, como deslo-car a questão das drogas da área da segurança pública para a saúde e a assistência social; descriminalizar o consumo; estabelecer diferenças cla-ras entre usuário e traficante, além de garantir tratamento de qualidade para dependentes químicos, envolvendo as redes de apoio e as famílias para oferecer a eles uma atenção integral.

Depois de recolhidas as assina-turas, as propostas serão encami-nhadas para o Congresso Nacional em 2013.

Para saber a opinião de quem usa drogas e que de alguma for-ma será afetado por essa lei, caso seja aprovada, conversa-mos com um grupo de jovens que fumavam maconha no Largo da Ordem, em Curitiba. Fomos bem recebidas pelos meninos, que estavam “se divertindo”. Nem todos queriam conversar, mas depois de nos aproximar-mos e sentarmos na grama, eles se sentiram mais à vontade para

falar sobre o uso de drogas.Apenas o publicitário Rodri-

go Buchner, 22, revelou o seu o nome. Ele usa maconha eventu-almente desde os 18 anos e que não utiliza nenhum outro tipo de entorpecente. Para ele, o certo se-ria legalizar a maconha e haver um lugar específico onde as pessoas pudessem comprar o produto, usar outras drogas e, se quisessem, po-deriam tratar-se também. “Se aca-bar trabalho do traficante, eu sei que não vai terminar com o tráfi-co, mas isso iria ajudar a diminuir. O traficante vai procurar outra coisa pra fazer, entende? O publi-

citário afirma que se a pessoa pode comprar drogas e se tratar em um mesmo lugar, isso irá trazer uma maior confiança para ela. “Porque quando essa pessoa decidir, vai se sentir bem e vai saber que será bem tratada ”, completa.

O estudante ,J.A, 17, começou a usar maconha e outras drogas, inclusive o “raio” (cocaína) aos 13 anos, mas não se considera vi-ciado. “Maconha eu sempre uso, mas maconha não vicia. E dou uma ‘raiada’ às vezes”, conta.

Para outro jovem de 17 anos, que não quis se identificar nem com as iniciais, o maior

problema é a abordagem dos po-liciais. “Eles chegam armados, dando chute, alguns pedem o ‘ba-seado’ e pegam pra eles”. Todos concordam com o projeto “É preciso mudar” e acreditam que, se realmente entrar em vigor, irá alterar muita coisa para os viciados, mas para aqueles que fazem pouco consumo não mo-difica em nada, pois não causam problema algum.

O operário W.R.S,19, ex-de-pendente químico e traficante, que hoje está em tratamento, concedeu entrevista por e-mail . Sobre a nova lei das drogas, diz que, caso seja aprovada, pode trazer alguma melhoria por um lado e por outro não. Para ele, “é difícil as pessoas que estão fora disso distinguir quem são os traficantes e quem são os usu-ários. Mas quando eu só usava algumas vezes, eles queriam me levar preso. É meio complicado distinguir isso. Sinceramente, não sei se será bom.”

A campanha “É preciso mu-dar” defende os principais en-volvidos, os usuários, que vão presos, provavelmente, porque as autoridades acreditam que essa seja a solução para o pro-blema. Mas não cita a quanti-dade e a natureza para definir quem é o usuário e quem é o traficante.

Para o professor de Direito Penal e Criminologia do Centro Universitário Uninter e doutor em Direito Penal, Fabio Silva Bozza, 31, o direito penal é feito para punir os pobres e não para os culpados, como deveria ser. “O sistema penal está aí para prender os pobres e se for feito um mapa carcerário, não deve ter um que seja uma pessoa de alto poder aquisitivo, porque o direito penal não é para eles”,

O número de presos por tráfi-co de drogas no Brasil aumentou muito nos últimos anos. Em 2005, cerca de 30 mil. Em 2006, eram 45 mil encarcerados por esse tipo de crime. No fim de 2009, já eram 86 mil, e em 2010 esse número saltou para mais de 104 mil. Em agosto de 2006, foi criada a Lei Antidrogas para acabar com pena de prisão para usuários de maco-nha. Antes disso, eram menos de 40 mil presos por tráfico nas ca-deias brasileiras.

Eles chegam armados, dando chute. Alguns pedem o ‘baseado’ e pegam pra eles.

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Bozza: punição aos pobres

Cassia Tavares

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Número 22 – Setembro de 2012 7MARCO ZERO

Lei de drogas no Brasil, é preciso mudar? Projeto de lei está recolhendo um milhão de assinaturas para mudar a norma atual sobre os entorpecentes

Comunidade Emaús

A equipe do Marco Zero visitou a Comunidade Emaús, localizada no bairro do Atuba em Curitiba (PR), para conhecer o trabalho da instituição que reabilita pessoas com dependência química e que possui uma ideologia que a difere das demais. A comunidade, hoje, abriga 18 pacientes, não cobra es-tadia durante a recuperação e con-ta somente com ajuda de doações.

O programa de recuperação segue os 12 passos da “Bíblia de Estudo Despertar” de modo que a mesma palavra dali é usada pelas diversas etnias religiosas, repassa-da por líderes de diferentes religi-ões, respeitando a crença de cada um que está em tratamento. Psicó-logos e terapeutas também ajudam durante toda a recuperação.

Nos 30 primeiros dias da re-cuperação, o paciente não pode receber visitas de familiares e ami-gos, pois isso é necessário para que aprendam a dar valor para a

família. “Por exemplo, a mãe que vem lá de São José dos Pinhais, de ônibus, só pra trazer um chinelo ou outra coisa que estão precisando. Para a família, esse é o momento feliz, por saber que a pessoa está em tratamento, em momento de reflexão”, diz, Luciano Cândido Forte Ferraz, 57 anos, coordena-dor e terapeuta da comunidade.

Ferraz acredita que se uma nova legislação for aprovada pode ajudar na recuperação das pessoas

viciadas em drogas. “Os depen-dentes químicos são reconhecidos como doentes pela Organização Mundial da Saúde. Mas ainda prendem os viciados. Isso não tem lógica. Uma pessoa não pode ser detida porque é doente. Uma pes-soa com problemas mentais vai presa por sua doença?” Ele diz que estamos perdendo cidadãos de bem, que poderiam estar estu-dando, trabalhando. “Lá dentro da prisão, eles aprendem a ser traficantes e ,quando ganham a li-berdade, vão trabalhar para o Co-mando Vermelho ou PCC. Assim, o número de presos só cresce”, en-fatiza o terapeuta.

Questionado sobre qual seria a saída para a situação, ele es-clarece: “a dependência é uma doença que precisa ser tratada. O governo precisa investir em clínicas para tratar os usuários e de um programa que incentive e torne mais fácil a reabilitação”. E acrescenta: “É preciso dar au-toridade de magistratura para o delegado, para que os casos de prisão com pequeno porte de drogas sejam resolvidos ali mes-

mo, na delegacia, sem precisar esperar o julgamento”.

Samuel Reis de Oliveira, 46 anos, pintor, está na comunidade Emaús há duas semanas. Esta é a terceira vez que tenta se recuperar,

sendo ele mesmo quem procurou ajuda em uma Igreja Adventista, e a instituição o encaminhou para a comunidade. NaturaI de Itapeva, São Paulo, o maior incentivo dele é voltar para sua cidade natal e rever a filha de 22 anos e conhecer seu neto. “Minha filha nem imagina que estou aqui. Quero reconstruir

Atualmente: Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter

em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena – reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e qui-nhentos) dias-multa.

Se o projeto for aprovado:Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, vender, expor à venda, oferecer ou

fornecer drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena – reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e qui-

nhentos) dias-multa.

Atualmente: Art. 21.Constituem atividades de reinserção social do usuário ou do dependente de drogas e respectivos

familiares, para efeito desta Lei, aquelas direcionadas para sua integração ou reintegração em redes sociais.

Se o projeto for aprovado:Art. 21. São direitos fundamentais dos usuários e dependentes de drogas: I – garantia de não exclusão de escolas, centros esportivos e outros próprios públicos, pela sua condição

de usuário de drogas; II – não sofrer discriminação em campanhas contra o uso de drogas; III – o acesso a tratamentos que respeitem sua dignidade, permitindo sua reinserção social; IV – ser informado, de todas as formas, estratégias, tipos e etapas de tratamentos, incluindo os desconfortos,

riscos, efeitos colaterais e benefícios do tratamento; V – apoio psicológico durante e após o tratamento, sempre que necessário.

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Quero reconstruir minha vida, ver minha família”-Samuel Reis

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“Todas as leis que foram feitas até hoje contra as drogas não são aplicadas efetivamente. A maconha, por exemplo. É proibida, mas algumas pessoas fumam pelas ruas. As autoridades responsáveis por punir es-sas pessoas simplesmente passam e fingem que não veem. Então, do que adianta mudar essa lei se talvez ela seja desrespeitada como as outras?

Nenhuma lei vai ser boa o bastante enquanto as autoridades não respeitarem também. Acredito que esse ponto do projeto aonde o traficante vai pra cadeia e o usuário recebe um tratamento, é bom. Mas como eu já disse, as autoridades têm que fazer valer, o que não está acontecendo”.

André Asaf Camilo, 19 anos, estudante de Administração.

“Os usuários são presos e pagam o preço como sendo traficantes. Os traficantes destroem vidas, os usuários não, porque eles usam pra eles. Sou a favor de que a lei atual mude”.

Erick de Oliveira, 25 anos, desempregado.

“Tem que mudar educação, saúde, esporte, fazer mais PROERD nas escolas, conscientizar. Vai muito mais além do que mudar uma lei. O usuário de drogas é uma pessoa doente”.

Angélica Fernandes, 21 anos, secretária.

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minha vida, ver minha família” conta.

Ele não tem moradia fixa, mas quando terminar o tratamento pla-neja morar em albergues até se es-tabilizar financeiramente. E com ajuda do RH Nossa, todos que es-tão em tratamento têm a chance de sair com um trabalho garantido.

Samuel Reis já foi preso e até mesmo ficou foragido por peque-nos crimes: em 2003 foi pego com uma bucha de maconha. Ele diz com certo orgulho que nunca ven-deu, apenas usava. Ficou detido por uma semana e hoje responde em liberdade pelos crimes que co-meteu anteriormente.

A recuperação só é possível com a vontade própria do vicia-do, com a compreensão da famí-lia e apoio psicológico. O projeto que será apreciado no Congresso Nacional visa mudar a atual lei, reformular alguns pontos no sen-tido de apoiar os usuários e fa-miliares .

Para a família, esse é o momento feliz, por saber que a pessoa está em tratamento, em momento de reflexão”- Luciano Cândido A lei deve ou não ser alterada?

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Número 22 – Setembro de 20128 MARCO ZERO

CIDADANIA

População reclama dos constantes atrasos dos ônibus em Curitiba. Remuneração dos profi ssionais também causa descontentamento

Uma rotina de muitos atrasos

A demora dos ônibus em Curitiba é motivo de mui-ta reclamação. Mesmo

com tantas mudanças e obras para melhorar o fluxo dos veí-culos, os usuários ainda encon-tram dificuldades na hora de voltar para casa, chegando a es-perar cerca de 40 minutos pelo coletivo.

O motorista de ônibus Alfeu Soares da Silva, que trabalha na empresa Marechal na linha de ônibus Higienópolis, diz que quando está atrasado em seu percurso chega a demorar de 40 minutos a uma hora, enquanto em horário normal leva 30 mi-nutos. Ele relata que as recla-mações dos usuários são sempre as mesmas, e que deveria ha-ver mais ônibus circulando em Curitiba.

Quanto ao monitoramento dos ônibus (os GPS estão em testes nos ônibus novos), Alfeu Soares diz que vai ser bom para evitar algumas irregularidades cometidas por alguns motoris-tas, mas por outro lado sente que vai trabalhar sob pressão. “Isso não será bom porque a cobrança

vai aumentar e nós vamos ter que trabalhar no limite”, reclama. Ele afirma não ter nenhum problema de saúde em relação à profissão, mas que já viu vários casos de co-legas que chegaram a sofrer amea-ça de infarto no percurso, e muitos acabaram se afastando do trabalho por estresse.

Atrasos contínuos

Edna Porte s Machado, ge-rente de uma loja no centro de Curitiba, reside no bairro Pe-trópolis e utiliza um alimenta-dor que tem como ponto final a Praça Rui Barbosa. Ela diz que está cada vez mais difícil lidar com atraso dos ônibus”, sendo complicado chegar no horário ao trabalho.

Ela relata ter aberto este ano, pela primeira vez, uma reclama-ção na Central de Atendimento e Informações da Urbs. Edna re-clama das obras que estão acon-tecendo no seu percurso e tam-bém mostra insatisfação quanto à quantidade de ônibus disponí-veis nos horários de pico.

A operadora de caixa, Isabele Cristini Morais de Andrade, re-side no bairro São Braz e tam-bém reclama dos atrasos dos ônibus. “Já cheguei a esperar uma hora pelo ônibus para vol-

Cristina Marin

Já cheguei a esperar uma hora pelo ônibus para voltar para casa-Isabele Cristina

tar para casa”. Ela relata que o percurso que seu ônibus realiza é cheio de picos de congestiona-mento, e somente quatro veícu-los realizarmo itinerário.

Ao anoitecer, os passageiros enfrentam fi la e precisam de muita paciência para poderem se deslocar

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Alfeu Soares: “Deveria haver mais ônibus circulando na cidade de Curitiba”

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Urbs responde às queixas dos usuários

A Área de Relacionamento e Informações Corporativas da Urbs informa que recebe reclamações referentes aos atrasos diariamen-te, e que este número é variável, porém não divulga o número de queixas e nem se houve aumen-to ou não nos últimos meses. As reclamações são registradas pela Central 156 e, logo após analisa-das, são respondidas em um curto espaço de tempo.

A Urbs relata não fazer o moni-toramento dos atrasos dos ônibus por bairros. Mas declara que todas as linhas que operam na cidade são monitoradas, para modificar a tabela do veículo, quando há a necessidade para atenderem a de-manda evitando longas esperas nos pontos e terminais de ônibus. Nos trechos que estão em obras pela cidade, informa disponibilizar mais veículos, chegando a inter-romper as obras, para não colocar a vida de motoristas, passageiros e

pedestres em perigo. A orientação passada para os motoristas é que a circulação nesses trechos seja mais lenta e cuidadosa, e logo que as obras estiverem concluídas o trânsito fluirá melhor.

A empresa explica que traba-lha para que não ocorram atra-sos, mesmo nas horas de maior movimento. Alega que nos horá-rios de “pico”, ida para o traba-lho e a volta para casa, o número de veículos comerciais e particu-lares aumenta nas ruas, e dificul-tam a circulação dos ônibus que possuem vias compartilhadas.

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Número 22 – Setembro de 2012 9MARCO ZERO

Passageiros que utilizam to-dos os dias o transporte coletivo costumam ouvir reclamações tanto dos motoristas quanto dos usuários que necessitam desse meio de transporte público. É o caso da auxiliar administrati-va Sandra Silva, que já passou por essa situação: “Já escutei algumas vezes o motorista re-clamando com o cobrador sobre como é difícil trabalhar, pois o trânsito está cada vez pior. Tam-bém já reclamei da demora dos ônibus com pessoas que esta-vam esperando no ponto”.

Cumprir horário nem sempre é possível, o que acaba deixan-do passageiros insatisfeitos e motoristas estressados. Sandra, que mora em Colombo e traba-lha em Curitiba, diz que é muito difícil depender dos horários de ônibus para trabalhar. “Eu nun-ca posso sair no horário de casa, tenho sempre que me adiantar, porque geralmente os ônibus atrasam e com isso chego atra-sada no trabalho”, lamenta.

Trânsito complicado

Motorista há 22 anos, Louri-val Cardoso afirma que a profis-são está muito desgastante em razão do alto tráfego de veículos em Curitiba e região metropoli-tana. “O trânsito está bem com-plicado. Hoje, é possível dizer que não existe mais horário de pico, pois a qualquer hora está difícil, mas é preciso ter paciên-cia e se adequar a ele”. O mo-torista também reclama que a profissão não compensa. “Só o salário normal é muito pouco, por isso fazemos extra na em-presa para poder completar o orçamento”, explica.

São seis horas diárias percor-rendo o itinerário, com atenção redobrada em razão do movi-mento nas vias, dos outros mo-toristas, motociclistas e pedes-tres. Há horários para cumprir,

sem contar que os motoristas estão expostos a assaltos e aci-dentes, o que faz com que mui-tos desistam do trabalho. Foi o que aconteceu com Clayton de Lima, de 33 anos, que trabalhou durante cinco anos com ônibus biarticulados e desistiu. “A exi-gência e a responsabilidade são muito grandes, principalmente porque transportamos vidas e devemos garantir a segurança delas, mas o stress que passa-mos para que isso aconteça é muito maior”, queixa-se.

Cardoso também já pensou em desistir da profissão, porém, alega que não consegue se ver trabalhando em outro lugar. “Já pensei em sair da empresa, tra-balhar com outra coisa, mas não tive coragem, porque aqui estou fazendo o que gosto, não penso em trabalhar com outra coisa”. Para Lima, sair da empresa foi produtivo. Hoje, ele trabalha como mecânico em sua própria empresa. “Estou bem melhor assim, faço o que gosto e não tenho aquela mesma pressão de antes. Além disso, financeira-mente, é bem melhor”.

Tanto Lima quanto Cardo-so informam que as empresas fazem cursos de capacitação e palestras motivacionais, o que ajuda muito, pois é o momento em que podem desabafar e re-latar as principais reclamações, que muitas vezes são as mesmas entre todos os motoristas.

Motoristas trabalham insatisfeitos

Só o salário normal é muito pouco, por isso fazemos extra na empresa.- Lourival Cardoso

Foto: Silvana Maia

Falta de policiamento na Riachuelo aindaé preocupante

Há cerca de dois anos, eram iniciadas as obras para revitalização da Rua Ria-

chuelo, no centro de Curitiba. Fo-ram investidos 800 mil reais nas reformas das calçadas, que foram ampliadas, e em iluminação mais moderna. Os comerciantes e mo-radores da região reclamavam da falta de luz e da ausência de pai-sagismo para dar uma aparência mais bonita ao local. Além disso, cobravam a promessa da retirada das pessoas que consumiam dro-gas na região.

A Rua Riachuelo faz parte do centro histórico de Curitiba, lo-cal complicado de ser reformado por ter várias casas consideradas monumentos históricos. Elas não podem ser demolidas ou moderni-zadas, apenas pintadas novamente. A maioria apresenta infraestrutura deteriorada, sem condições de ha-bitação, e são abandonadas por falta de investimento.

O comerciante Osvaldo Matter Filho, dono da Alfaitaria Riachue-lo Militar, que existe há mais de 80 anos, diz que a rua melhorou bastante com as reformas. O movi-mento cresceu, e ele percebeu que os usuários de droga realmente não estão mais pelas redondezas. Porém, há algo ainda o incomoda: as Kombis de frete que ficam pa-radas o dia inteiro em vagas que poderiam ser de clientes, o que atrapalha muito sua loja.

O dono da loja Roupas e Calça-dos Marcinho, Halin Drgham, que está no mesmo local há 40 anos, diz que não teve prejuízos com a reforma, pois o período de obras foi rápido. Entretanto, chama a atenção para um detalhe que tem percebido: a falta de policiamento. Ele afirma que o número de usuá-rios de drogas diminuiu, mas ain-da existem justamente pela falta de

um policiamento mais presente.O comerciante Hanna Assad,

varejista de roupas e calçados, que está no local há dois anos, conta que houve aumento no número de pessoas andando pelas ruas. Ele acredita que o motivo para esse movimento crescer foi a boa ilu-minação instalada.

O dono da Brexó Veste Bem, José Ferreira Costa, que tem sua loja há seis anos, conta que du-rante as obras teve certo prejuízo com a poeira levantada pelos car-ros que passavam pela rua. Em alguns momentos do dia, ele tinha que baixar as portas para que suas mercadorias não ficassem prejudi-cadas para a venda. Mas mesmo com esse detalhe negativo durante a reforma, José afirma que o mo-vimento aumentou, os usuários de droga foram removidos, e a prosti-tuição caiu. Porém, o policiamen-to também diminuiu drasticamente com o término da revitalização.

Pelos depoimentos dos comer-ciantes, é possível constatar que a revitalização da Rua Riachue-lo, localizada em uma das áreas mais tradicionais do Centro de Curitiba, foi um benefício para os lojistas como também para os consumidores e pedestres que fre-quentam a região. A boa ilumina-

ção e o espaço extra nas calçadas aumentaram o movimento duran-te o dia e à noite, o que antes era incomum, pela falta de segurança que o ambiente proporcionava e a consequente presença de usuá-rios de drogas. Entretanto, a falta de policiamento causa apreensão nos comerciantes, pela a possibi-lidade de retorno dos dependentes químicos e da prostituição.

Comerciantes afi rmam que o número de viciados diminuiue a segurança também

Antonio Araújo

O número de usuários de drogas diminuiu, mas ainda existem justamente pela falta de um policiamento mais presente- Halin Drgham

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Rua Riachuelo após revitalização

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Hanna Assad aprova a nova iluminação da rua

sem contar que os motoristas estão expostos a assaltos e aci-dentes, o que faz com que mui-tos desistam do trabalho. Foi o que aconteceu com Clayton de Lima, de 33 anos, que trabalhou

Motoristas trabalham insatisfeitos Falta de policiamento na Riachuelo aindaé preocupante

Silvana Maia

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Número 22 – Setembro de 201210 MARCO ZERO

CULTURA

Pedro Hey

Tiziu e o novo disco Ectoplasma assombram plateias do mundo

Show de lançamento do disco Ectoplasma, realizado no teatro Paiol em novembro de 2011

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Tiziu no lançamento do disco “Ectoplasma”

Bate-bola1) Como foi lançar este pri-meiro disco autoral?

“Foi bom. Um registro da mi-nha história de composições.”

2) Quais foram suas fontes de inspiração? “A vivência no choro e a música afro-brasileira.”

3) Como você define sua música?

“Afro-choro é um nome que define bem minha música” 4) Quais são seus planos no momento?

“Finalizar meu DVD ao vivo e dois discos já quase prontos.”

Tiziu apresenta Show ECTOPLASMA em CuritibaData: 22 e 23 de setembro

Horário: 20h no Sábado 18h no Domingo

Local: Teatro Antônio Car-los Kraide (Portão Cultural)

Informações:(41)3229-4458

“A energia que é colocada na execução das músicas é positiva, otimista e alegre”

Ectoplasma é o nome do novo disco inédito e independente do músico curitibano Fabiano

Silveira, “o Tiziu”. Este CD autoral é o primeiro trabalho solo do violo-nista e conta com a participação de músicos já consagrados no cenário curitibano. São 15 faixas que unem a experiência de vida e a criativida-de do músico. Lançado em novem-bro de 2011, no Teatro Paiol, em Curitiba, o Ectoplasma não contava com nenhum apoio ou incentivo do governo. O show de lançamento foi feito integralmente com recursos angariados de forma independente pelo artista e sua produção.Por se basear em tendências da MPB como o samba de raiz, o afro-samba e o chorinho e por apresentar composi-ções contemporâneas de vanguarda instrumental, o gênero musical deste novo projeto já foi denominado de “afro-choro” por alguns críticos. “O Ectoplasma tem cunho regionalista e valoriza as raízes musicais brasi-leiras. A proposta é enaltecer a cul-tura e o folclore e ainda enriquecer a cena musical nacional com um trabalho de influência paranaense”, explica Tiziu.

Rico em detalhes instrumentais e músicas com presença vocal mar-cante do cantor, “o disco se revela pela mistura do samba de raiz com a instrumentalidade própria do choro para criar um sentimento único no ouvinte”, conta o autor. “A energia colocada na execução das músicas é positiva, otimista e alegre”. Com uma linguagem musical bastante sofisticada, o resultado não poderia ser outro: um disco com energia, força e ritmo.

Ectoplasma é um projeto novo e promissor que já mostrou seu valor. Segundo Tiziu, “o disco foi bem recebido pelo público e con-seguimos alguns apoios após o lançamento oficial”.

No final de 2011, Tiziu concor-reu com a música “Vento”, oitava faixa do novo CD, no Festival de canções de Araucária - XV Fest-car - e conquistou o terceiro lugar. Também foi classificado em edital público para realizar show no Con-servatório de Música Popular Bra-sileira de Curitiba e, mais recente-mente, pela Fundação Cultural de Curitiba, foi selecionado no projeto “Portão Cultural”.

O disco ganhou tamanha re-percussão pelo seu ineditismo e originalidade que está pronto para cruzar fronteiras além-mar. Nos dias 22 e 23 de setembro, no Teatro Antônio Carlos Kraide em Curi-tiba, será iniciada a nova turnê do disco Ectoplasma, que passará por São Paulo, Rio de Janeiro, Fortale-za, Lisboa, Porto e Madri. “Quando soube que a viagem para Portugal e Espanha estavam marcadas, fiquei muito feliz. O público europeu va-loriza a música brasileira, apesar de que os brasileiros também são mui-to receptivos com meu trabalho”, comemorou o músico.

No momento, o artista concen-tra esforços para o show dos dias 22 e 23 de setembro no “Portão Cultural”, que abre a nova turnê. O músico convoca os fãs e avi-sa: “provavelmente será o último show do disco Ectoplasma em Curitiba e quero oferecer o melhor para o público de casa”.

Fabiano Silveira, “o Tiziu”, é um artista com uma rica história na música. Professor do Conservatório de MPB de Curitiba, o músico tem inúmeros trabalhos, com grupos musicais variados, seja como compositor, como arranjador ou como instrumentista. Em seu trabalho mais conhecido, o Trio Quintina, já gravou cinco discos e 2 DVDs. Apresenta-se em casas de shows de Curitiba desde 1997. Participou de turnês pela Europa e América Latina. Dedica-se à pesquisa da Música Popular Brasileira nas suas mais variadas linguagens. Neste momento de sua carreira, Tiziu apresenta seu primeiro trabalho solo, o Ectoplasma, e finaliza seu segundo disco que será lançado em breve, além de um DVD ao vivo, registrado no lançamento do Ectoplasma no Teatro Paiol.

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Mais de Tiziu

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O músico curitibano Fabiano Silveira, “o Tiziu”, inicia turnê de disco autoral que passará pelo Brasil e Europa

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Número 22 – Setembro de 2012 11MARCO ZERO

CULTURA

Protagonizado por Nathalia Dill, Erika é uma grande DJ que participou do Festival

de arte e Cultura Alternativa que aconteceu no Nordeste brasileiro. Amiga de Lara (Lívia de Bueno), juntas elas conhecem Nando (Luca Bianchi). Eles vivem momentos intensos, e o espectador testemu-nha a viagem psicodélica de Erika e sua companheira.

“Paraísos Artificiais” é o pri-meiro longa-metragem dirigido por Marcos Prado (que também assina “Estamira”, documentário comovente que ganhou 22 prê-mios, nacionais e internacionais). Foi produzido por José Padilha, que dirigiu grandes filmes como “Tropa de Elite 1 e 2”, e tem Lula Carvalho como diretor de fotogra-fia.

Passado no inicio do século XXI, “Paraísos Artificiais” é ba-seado em uma narrativa de idas e vindas, e assim já sabemos desde o início que Nando irá ser preso por tráfico de drogas. O filme é conta-do em três atos: o primeiro se passa em Amsterdã, onde Nando conhece Erika. O segundo, anos antes numa rave no Nordeste. E o terceiro se passa no Rio de Janeiro, onde Nan-do enfrenta problemas familiares.

A história leva aos cinemas o universo jovem embalado pela mú-sica eletrônica, com festas cada vez mais frequentes e populares. Abor-da um assunto delicado que, além de mostrar o envolvimento de pes-soas de classe média com o tráfico internacional de drogas, também retrata o consumo delas, como ecs-tasy, mescalina, GHB e cocaína. Contudo, o longa não faz apologia a essas drogas, nem as julga. Com cenas bastante ousadas de sexo he-terossexual e homossexual, a clas-sificação indicativa é de 16 anos.

Em busca de argumentos reais para desenvolver o filme, Prado fez estudo de campo durante qua-tro anos, participando de festas rave e entrevistando policiais e tra-ficantes. É um longa que quando foca a fuga imprevisível do mun-do das drogas e as escolhas que atormentam Nando se torna muito interessante, valendo a pena con-ferir. Para quem já gostou do pri-meiro é só aguardar que vem mais por aí, mas sem previsão de lança-mento ainda. “Paraísos Artificiais” é o primeiro de uma trilogia que pretende mostrar ainda mais do comportamento atual dos jovens que vão aos bailes rave. E já está nas locadoras. Confira!

Fernanda Fogaça

Uma hitória de amor e êcstasyO filme “Paraísos Artificiais” não faz apologia nem é moralista, afirma o diretor Marcos Prado

Nathalia Dill, que interpreta a DJ Érika;

Marcelinho é sucesso no Youtube

Ao lado, fantoche Marcelinho e seu criador Erik Gustavo

Criado por Erik Gustavo, Marcelinho é um fantoche que representa uma criança. Erik busca contos eróticos na internet, e quando acha faz vídeos lendo de forma engraçada e satirizando os erros de português, fazendo com que o público caia na gargalhada.

Visita virtual a museus do mundo

O Art Project é um novo serviço da Google, que permite que os internautas visitem até 17 museus espalhados pelo mundo através de uma ferramenta do Google Maps. O serviço disponibiliza ainda uma ferramenta que permite ao internauta criar coleções. A tecnologia usada no Art Project é similar ao recurso Street View. Camêras fotografam em 360 graus e em seguida remontam o ambiente digital. A novidade oferece mais de mil obras em alta resolução aos apreciadores de arte e por volta de 400 artistas.

www.youtube.com/watch?v=hDk84fbKMd0&feature=youtu.be

http://www.googleartproject.com/pt-br/

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Número 22 – Setembro de 201212 MARCO ZERO

Claudia Bilobran

ENSAIO FOTOGRÁFICO

De longe já se ouve aquela musiquinha que gruda na cabeça e as faixas impedem

que se tenha uma visão ampla do calçadão. E os cavaletes? Por to-das as esquinas, topamos com eles. Época de eleição não significa apenas a escolha de um candidato a vereador, deputado, prefeito ou seja lá o que for. Significa propa-ganda política, muita propaganda, não só pelo rádio e televisão, pois nas ruas vê-se uma quantidade enorme de placas, bandeiras, car-rinhos, bicicletas adaptadas com caixas de som e placas e pesso-as fantasiadas dos mais variados personagens. Como ficamos nós, cidadãos, diante de tanta poluição sonora e visual? Sem contar com a mobilidade que fica bastante di-ficultada.

Poluição políticaPoluição política

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