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A EXPANSÃO DO AGRONEGÓCIO E A RELAÇÃO CAMPO E CIDADE: O CASO DE SAPEZAL/MT José Antonio Lopes da Silva Junior Escola Estadual João Magiano Pinto - [email protected] Rosemeire Aparecida de Almeida Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - [email protected] Alicerçados no debate teórico acerca da formação das chamadas “cidades do agronegócio” (FREDERICO, 2011), objetivamos identificar e entender as contradições que a expansão do agronegócio produziu no município de Sapezal/MT. A escolha deste município se deve as características de sua estrutura fundiária que aponta para uma extrema concentração, uma vez que o município tem uma área total de mais de 500 mil ha e, tão somente, três estabelecimentos com menos de 200 ha num universo de 89 estabelecimentos. Soma-se a isso a forma de uso da terra, com predomínio e destaque estadual para a produção de soja, milho e algodão. Situações que conjugadas evidenciam a existência de um processo de formação da “cidade do agronegócio”. Objetivou-se identificar e entender as mudanças socioespaciais que a expansão do agronegócio produziu no município de Sapezal/MT. Foi caracterizado por meio de levantamento de dados no IBGE-SIDRA a posse e o uso da terra em Sapezal, com destaque para as cadeias produtivas de soja, milho e algodão. Identificou-se por meio de levantamento de dados na SEPLAN-MT e IBGE o comportamento do setor de serviços, indústria e comércio na última década. A pesquisa possuiu duas abordagens: a primeira privilegiou a construção do referencial teórico-metodológico por meio de levantamento de livros, teses e dissertações que se relacionam à temática em estudo. A segunda abordagem se referiu à coleta de dados e se divide em dois instrumentos: o primeiro foi uma pesquisa secundária em órgãos que dispõem de sites com informações a respeito do comportamento produtivo da área urbana e rural de Sapezal, a exemplo da SEPLAN e IBGE. Já o segundo instrumento, foi uma pesquisa para obtenção de dados primários por meio da aplicação de questionário semi- estruturado (entrevista) junto à associação comercial, sindicato, estabelecimento comercial, representante de órgãos públicos, etc.

A EXPANSÃO DO AGRONEGÓCIO E A RELAÇÃO CAMPO E … · Milho em grão 171.000 ha Soja em grão 372. 000 ha Feijão 15.500 ha Arroz 1.800 ha Total 650.500 ha Fonte: Sec. Desenvolvimento

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A EXPANSÃO DO AGRONEGÓCIO E A RELAÇÃO CAMPO E CIDADE: O

CASO DE SAPEZAL/MT

José Antonio Lopes da Silva Junior

Escola Estadual João Magiano Pinto - [email protected]

Rosemeire Aparecida de Almeida

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - [email protected]

Alicerçados no debate teórico acerca da formação das chamadas “cidades do

agronegócio” (FREDERICO, 2011), objetivamos identificar e entender as contradições

que a expansão do agronegócio produziu no município de Sapezal/MT. A escolha deste

município se deve as características de sua estrutura fundiária que aponta para uma

extrema concentração, uma vez que o município tem uma área total de mais de 500 mil

ha e, tão somente, três estabelecimentos com menos de 200 ha num universo de 89

estabelecimentos.

Soma-se a isso a forma de uso da terra, com predomínio e destaque estadual

para a produção de soja, milho e algodão. Situações que conjugadas evidenciam a

existência de um processo de formação da “cidade do agronegócio”.

Objetivou-se identificar e entender as mudanças socioespaciais que a expansão

do agronegócio produziu no município de Sapezal/MT. Foi caracterizado por meio de

levantamento de dados no IBGE-SIDRA a posse e o uso da terra em Sapezal, com

destaque para as cadeias produtivas de soja, milho e algodão.

Identificou-se por meio de levantamento de dados na SEPLAN-MT e IBGE o

comportamento do setor de serviços, indústria e comércio na última década.

A pesquisa possuiu duas abordagens: a primeira privilegiou a construção do

referencial teórico-metodológico por meio de levantamento de livros, teses e

dissertações que se relacionam à temática em estudo.

A segunda abordagem se referiu à coleta de dados e se divide em dois

instrumentos: o primeiro foi uma pesquisa secundária em órgãos que dispõem de sites

com informações a respeito do comportamento produtivo da área urbana e rural de

Sapezal, a exemplo da SEPLAN e IBGE. Já o segundo instrumento, foi uma pesquisa

para obtenção de dados primários por meio da aplicação de questionário semi-

estruturado (entrevista) junto à associação comercial, sindicato, estabelecimento

comercial, representante de órgãos públicos, etc.

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A CIDADE DE SAPEZAL

O município de Sapezal/MT localizado no Centro-Oeste brasileiro tem uma

área geográfica de 13.597,51 km² e localiza-se na mesorregião norte de Mato Grosso,

especificamente na microrregião de Parecis. De acordo com o Censo demográfico,

2010, Sapezal contava com uma população total de 18.094, sendo 15.124 urbana e

2.970 rural. É ainda importante destacar que 35,41% da área total do município de

Sapezal, pertencem a reservas indígenas Enawenê-Nawê, Tirecatinga e Utiariti

(BARBOSA, 2011).

Figura 1: Localização do município de Sapezal/MT Fonte: Google Imagens, 2014.

O processo de ocupação das terras do atual município de Sapezal precisa ser

contextualizado no âmbito estadual - para sua melhor compreensão, pois a ocupação do

Estado de Mato Grosso, de modo particular, na sua região Norte, é muito recente. Ela se

deu principalmente em função da política desenvolvimentista dos governos militares

dos anos de 1960 e 1970, desencadeada pelos Planos de Integração Nacional (PIN) e

materializada nas políticas de ocupação do cerrado do POLOCENTRO1.

Este processo fazia parte da lógica de expansão capitalista para o campo

brasileiro, modernizando-o com a aplicação das novas tecnologias da chamada

“Revolução Verde”. Neste sentido grupos econômicos expandiram seus negócios para o

interior do Brasil, especificamente para o Centro-Oeste brasileiro via os projetos de

1 Um plano do governo para o crescimento agrícola e econômico da região centro-oeste, incentivando a migração nordestina para a região.

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colonização. Este movimento atraiu trabalhadores de todos os estados brasileiros para a

região norte de Mato Grosso, destacando-se os agricultores sulistas, como descreve

Barbosa (2011):

Na década de 70 e 80, atraídos pela propaganda, alguns agricultores gaúchos, catarinenses e de outras regiões adquiriram terras em Sapezal. Os primeiros colonos foram sulistas, a maior parte vinda do Norte do Rio Grande do Sul, Oeste de Santa Catarina e Sudoeste do Paraná. Todas as colonizações tinham como objetivo comum desenvolver pontos de fixação de agricultores, controle do mercado de terras, da produção agrícola e de atividades correlatas (p.23).

Ainda segundo Barbosa (2011, p. 23), os parcelamentos dos lotes para a venda

seguiam um tamanho médio de 1.000 hectares de terra. Como neste período as terras de

Mato Grosso não eram tão valorizadas, era possível que um pequeno proprietário de

terras, dos estados do sul do Brasil, vender 50 ha de terra para comprar 1.000 ha em

Sapezal.

Outro fato importante a ser mencionado é em relação à participação do Grupo

Amaggi no processo de colonização do município, inclusive, para a criação da Cidade

de Sapezal. Segundo Barbosa (2011, p. 24), Sapezal é um caso emblemático de criação

de um município para promover a urbanização dentro de uma lógica de expansão do

agronegócio.

Isto explica, em grande parte, o fato do município de Sapezal ser o município

de maior concentração fundiária do Brasil. Segundo dados do Censo Agropecuário do

IBGE de 2006, 98,28% das terras do município são de domínio de estabelecimentos

com área acima de 1000 ha, como pode ser verificado na tabela a seguir.

Tabela 1 - Área total e número dos estabelecimentos agropecuários em Sapezal/ MT - 2006. Menos 200

ha De 200 a menos de 1000 ha

Acima de 1000 ha

Total

Área Total ________ 9.103 531.818 541.113

Número de estabelecimentos

3 14 72 89

Fonte: Censo Agropecuário do IBGE 2006.

Como demonstram os dados do IBGE, este município se caracteriza pela quase

inexistência da pequena propriedade. Ou seja, um município com uma área total de mais

de 500 mil ha, e tão somente três estabelecimentos com menos de 200 ha num universo

de 89 estabelecimentos é evidência de que a propriedade da terra é altamente

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concentrada. Por exemplo, tomando por base a área total e o número total de

estabelecimentos se obtém uma média de 6.079 ha por estabelecimento. Barbosa (2011),

citando SILVA (2003), assevera que este processo de concentração fundiária se agrava

na:

[...] segunda etapa de ocupação de Sapezal, semelhante em todo o Estado de Mato Grosso, ocorreu a partir da falta de recursos financeiros, de infraestrutura e de tecnologia, bem como, pela dificuldade imposta pelas grandes distâncias das propriedades aos grandes centros urbanos, o que levou muitos agricultores à falência, causando a venda das terras em regime falimentar para grandes empresas que chegavam à Chapada dos Parecis. Nesta segunda etapa de ocupação, mais uma vez, os grandes beneficiários foram os latifúndios, aumentando ainda mais a concentração de renda (p.26).

A CIDADE DO AGRONEGÓCIO

A produção agrícola do município é voltada para a exportação, sobressaindo-se

a área cultivada com soja, milho e algodão e algumas pequenas propriedades com

colheitas de arroz e feijão, segundo os dados da Prefeitura do município organizados na

tabela 2.

Tabela 2 - Área colhida com produtos da lavoura temporária em Sapezal/MT – 2012/2013. Algodão herbáceo 90.200 ha

Milho em grão 171.000 ha

Soja em grão 372. 000 ha

Feijão 15.500 ha

Arroz 1.800 ha

Total 650.500 ha

Fonte: Sec. Desenvolvimento Econômico de Sapezal, 2013.

O município também tem investido em formas de produção de energia, já

foram construídas 3 PCH’s e 5 estão em construção e outros projetos já foram

aprovados, transformando o município em um dos maiores produtores e fornecedores de

energia elétrica do estado.

Essa quantidade de energia se faz necessária, do ponto de vista administrativo

da cidade, quando analisamos a quantidade de indústrias localizadas na cidade. São 31

indústrias funcionando e em sua maioria por um período de 24 horas por dia; sendo

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essas empresas, principalmente de beneficiamento dos produtos agrícolas produzidos

pelo mercado do agronegócio da cidade.

Figura 2: Indústria “Grupo Scheffer”. Figura 3: Indústria “Louis Dreyfus”. Fonte: SILVA JUNIOR, J. A. L., 2013. Fonte: SILVA JUNIOR, J. A. L., 2013.

Figura 4: Indústria “Bunge”. Figura 5: Indústria “Cargill”. Fonte: SILVA JUNIOR, J. A. L., 2013. Fonte: SILVA JUNIOR, J. A. L., 2013.

Figura 6: Indústria “Grupo Bom Futuro”. Figura 7: Indústria “Grupo Amaggi”. Fonte: SILVA JUNIOR, J. A. L., 2013. Fonte: SILVA JUNIOR, J. A. L., 2013.

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Em relação à produção pecuária do município, dados do IBGE 2006,

verificamos que não é tão significativa do ponto de vista da quantidade se comparado

com a caracterização geral do Mato Grosso que possui um total de 19.807.559 cabeças.

Tabela 3 - Efetivo de Animais em Sapezal/MT - 2006.

Efetivo Menos de 200ha

De 200 a menos de 1000 ha

Acima de 1000 ha

Total

Bovinos ______ _____ 18.605 20.561

Equinos ______ _____ 65 75

Ovinos ______ _____ 982 1.022

Suínos ______ 1.080 467 1.566

Aves ______ _____ 2.283 2.283

Fonte: Censo Agropecuário, 2006.

A circulação de grãos e o projeto de criação de um eixo de exportação foram às

condições básicas para a fundação da cidade de Sapezal.

Já para Samuel Frederico (2011), o Sapezal é uma das cidades do agronegócio

na fronteira agrícola moderna brasileira. Nas palavras do autor,

A especialização dos núcleos urbanos, provocada pelas demandas do campo moderno, transformou a antiga relação campo-cidade, baseada na regulação local e nos nexos de complementaridade. Na nova fase, a cidade tornou-se o lócus principal da produção, pois é nesta que se concentram os principais serviços, produtos e agentes (trabalhadores agrícolas, produtores, consultores, empresas, bancos) necessários à produção. (FREDERICO, 2011, p.07).

Este processo de modernização das atividades agrícolas exige das cidades a

redefinição das funções com uma dinâmica planejada para dar suporte às necessidades

do agronegócio, daí a denominação do autor de “As Cidades do Agronegócio”. Entre os

diversos serviços que a moderna agricultura exige das cidades, Frederico (2011)

destaca:

[...] a revenda de insumos químicos, mecânicos e biológicos; a prestação de consultorias agronômicas, logística, financeira e de mercado; o beneficiamento e processamento agroindustrial dos grãos; o armazenamento e transporte de insumos e produtos agrícolas; o fornecimento do crédito de investimento e custeio (via bancos e empresas privadas); e a comercialização dos grãos (via corretores e tradings). (p.09).

Assim como as chamadas Cidades do Agronegócio, Sapezal possui uma

infraestrutura especializada para atender a produção agrícola com comércio, serviços e

trabalhadores especializados. São 433 empresas de comércios e 560 empresas na

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prestação de serviços e 5 instituições financeiras (Banco do Brasil, HSBC, Bradesco,

Caixa Econômica e SICREDI).

Figura 8: Empresa “Maxxicase”. Figura 9: Empresa “Agro Fort”. Fonte: SILVA JUNIOR, J. A. L., 2013. Fonte: SILVA JUNIOR, J. A. L., 2013.

Figura 10: Empresa “Andrémaq”. Figura 11: Empresa “John Deere” Fonte: SILVA JUNIOR, J. A. L., 2013. Fonte: SILVA JUNIOR, J. A. L., 2013.

Figura 12: Empresa “Agro Amazônia”. Figura 13: Empresa “JP Cereais”. Fonte: SILVA JUNIOR, J. A. L., 2013. Fonte: SILVA JUNIOR, J. A. L., 2013.

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Figura 14: Usina de Bebida de Soja. Figura 15: Empresa “Guimag”. Fonte: SILVA JUNIOR, J. A. L., 2013. Fonte: SILVA JUNIOR, J. A. L., 2013.

Destaca também o referido autor que ao mesmo tempo em que o agronegócio,

via exportação de seus produtos, aumenta o PIB destas “cidades do agronegócio”,

concentra mais a riqueza ampliando as desigualdades sociais. Neste sentido cita o

município de Sorriso/MT:

[...] maior PIB agropecuário do país, com uma produção de grãos superior a dois milhões de toneladas (IBGE, 2007) -, é um exemplo da desigualdade produzida pela disseminação do campo moderno. O município possui uma taxa de 10% de desempregados e, entre os ocupados, 41% recebem menos de dois salários mínimos, apesar do PIB per capita anual ser de aproximadamente US$ 25 mil. (FREDERICO, 2011, p.21).

Toda essa superestrutura possibilita números expressivos na produção de soja e

algodão resultando em um PIB per capita segundo dados do IBGE (2009) de R$ 67.202,

enquanto o de todo o estado de Mato Grosso é de R$ 19.087. Porém mesmo gerando

grandes riquezas econômicas, podemos perceber contrastes desse “desenvolvimento” da

cidade.

As habitações populares são de baixa qualidade, são apenas alguns metros

quadrados. A infraestrutura da cidade também apresenta problemas, alagamentos e lixo

urbano jogado nas ruas.

Esses aspectos mostram que de certa forma toda essa riqueza não está sendo

distribuída de forma igual na cidade, uma vez que sendo um município considerado

pequeno, as desigualdades sociais da cidade então bem estampadas. De um lado

podemos observar imensos Casarões com alta qualidade, e de outro as moradias comuns

com estrutura precária.

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Figura 16: Moradia Popular Figura 16: Moradia Popular Figura 17: Casarão de luxo Fonte: SILVA JUNIOR, J. A. L., 2013. Fonte: SILVA JUNIOR, J. A. L., 2013.

Figura 18: Lixo jogado em terrenos Figura 19: Alagamento de ruas em dia de próximo a reserva florestal. chuva. Fonte: SILVA JUNIOR, J. A. L., 2013. Fonte: SILVA JUNIOR, J. A. L., 2013. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Dessa forma, concluímos que apesar de todo o discurso densevolvimentista do

agronegócio e suas cidades especializadas, este modelo produtivo é responsável por

intensas contradições sociais, concentrando riqueza e generalizando os problemas. Entre

os problemas está a insegurança alimentar, pois como vimos Sapezal não é

autossuficiente e depende de outras cidades para seu abastecimento.

Mesmo com PIB elevado percebe-se a pobreza nos bairros afastados sem

pavimentação com pequenas casas sem revestimento. Neste sentido também é nítido a

segregação socioespacial da cidade, com casas de elevado padrão e ruas bem iluminadas

e planejadas em contrapartida aos bairros operários.

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BIBLIOGRAFIA

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