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A força da Qualidade em Sementes Mogno Swietenia macrophylla: Este é o mogno que cresce em toda América do Sul e Central. O mais comum entre os muitos nomes comuns para esta espécie é mogno hondurenho, mas também é chamado, em muitos casos pelo seu país de origem como a Nicarágua, México, etc. Como Swietenia Macrophylla. tende a ser ligeiramente mais laranja do que Swietenai mahogoni, mas a cor e a densidade são afetadas por condições específicas na área de crescimento, portanto, não são absolutos. Swietenia mahogoni: Este é o mogno que cresce na Flórida, Cuba, e as Caraíbas (área em geral). O mais comum dos nomes comuns desta madeira é Mogno Cubano. Swietenia mahogoni tende a ser mais escura do que Swietenia macrophylla marrom avermelhada, mas a cor e a densidade são afetadas por condições específicas na área de crescimento, portanto, não são absolutos. Khaya spp.: A espécie Khaya vendidas como Mogno Africano fazem parte da família, mas que são separados do Swietenia, espécies das Américas. O Khaya tendem a ser mais leves em cores, geralmente mais de um salmão / rosa na matiz, que o Swietenia, mas a cor e a densidade são afetadas por condições específicas na área de crescimento, de modo que não há certezas absolutas Confundir mogno termos, "verdadeiro" e "verdadeiro" O termo "verdadeiro mogno" é usado em dois modos contraditórios: por um lado, e de longe as mais comuns de utilização, é a distinguishe Swietenia de Khaya, o que para mim é uma distinção razoável, mesmo se não for bastante precisa, na sua implicação Kyaya que não é um mogno verdadeiro, mas em segundo lugar, é por vezes usa para designar especificamente Swietenia macrophylla. Porque este é, não sei. A boa notícia é que este segundo uso é raro. O termo "verdadeiro mogno" também é usado em dois modos conflitantes, com o primeiro, e de longe o mais comum, pertence à família (e isso inclui tanto Swietenia Khaya), mas a segunda é a de distinguir Swietenia (como "verdadeiro") de Khaya, que a meu ver não é útil na sua terminologia Khaya implicitamente que não é um verdadeiro Há uma série de madeiras em mogno que têm os seus nomes, mas que geralmente não têm nada a ver com o mogno. Alguns dos mais amplamente conhecidos, tais nomes são: (1) "Philippine mogno": Utilizado para dezenas de espécies (principalmente Shoria espécies como Meranti), nenhum dos quais estão relacionados com a família mogno (2) "Santos Mogno": Esta é Myroxylong Balsamum da família Leguminosae (legume da família), totalmente alheios a mogno. (3) "Royal Mogno": Esta é uma indústria pavimentação prazo para a comercialização de madeira que não tem nada a ver com o mogno (este tipo de desonestidade é típica da pavimentação da indústria, que também apela curupay pelo grandioso nome "Patagónia palorosa "Embora seja totalmente alheios a rosa) acariquara (Minquartia guianensis Aubl.) e o mogno (Swietenia macrophylla King.) são espécies florestais da Amazônia de grande valor econômico em virtude da qualidade de suas madeiras. Devido ao www.sementescaicara.com.br

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A força da Qualidade em Sementes Mogno

Swietenia macrophylla: Este é o mogno que cresce em toda América do Sul e Central. O mais comum entre os muitos nomes comuns para esta espécie é mogno hondurenho, mas também é chamado, em muitos casos pelo seu país de origem como a Nicarágua, México, etc. Como Swietenia Macrophylla. tende a ser ligeiramente mais laranja do que Swietenai mahogoni, mas a cor e a densidade são afetadas por condições específicas na área de crescimento, portanto, não são absolutos. Swietenia mahogoni: Este é o mogno que cresce na Flórida, Cuba, e as Caraíbas (área em geral). O mais comum dos nomes comuns desta madeira é Mogno Cubano. Swietenia mahogoni tende a ser mais escura do que Swietenia macrophylla marrom avermelhada, mas a cor e a densidade são afetadas por condições específicas na área de crescimento, portanto, não são absolutos. Khaya spp.: A espécie Khaya vendidas como Mogno Africano fazem parte da família, mas que são separados do Swietenia, espécies das Américas. O Khaya tendem a ser mais leves em cores, geralmente mais de um salmão / rosa na matiz, que o Swietenia, mas a cor e a densidade são afetadas por condições específicas na área de crescimento, de modo que não há certezas absolutas

Confundir mogno termos, "verdadeiro" e "verdadeiro" O termo "verdadeiro mogno" é usado em dois modos contraditórios: por um lado, e de longe as mais comuns de utilização, é a distinguishe Swietenia de Khaya, o que para mim é uma distinção razoável, mesmo se não for bastante precisa, na sua implicação Kyaya que não é um mogno verdadeiro, mas em segundo lugar, é por vezes usa para designar especificamente Swietenia macrophylla. Porque este é, não sei. A boa notícia é que este segundo uso é raro. O termo "verdadeiro mogno" também é usado em dois modos conflitantes, com o primeiro, e de longe o mais comum, pertence à família (e isso inclui tanto Swietenia Khaya), mas a segunda é a de distinguir Swietenia (como "verdadeiro") de Khaya, que a meu ver não é útil na sua terminologia Khaya implicitamente que não é um verdadeiro

Há uma série de madeiras em mogno que têm os seus nomes, mas que geralmente não têm nada a ver com o mogno. Alguns dos mais amplamente conhecidos, tais nomes são: (1) "Philippine mogno": Utilizado para dezenas de espécies (principalmente Shoria espécies como Meranti), nenhum dos quais estão relacionados com a família mogno (2) "Santos Mogno": Esta é Myroxylong Balsamum da família Leguminosae (legume da família), totalmente alheios a mogno. (3) "Royal Mogno": Esta é uma indústria pavimentação prazo para a comercialização de madeira que não tem nada a ver com o mogno (este tipo de desonestidade é típica da pavimentação da indústria, que também apela curupay pelo grandioso nome "Patagónia palorosa "Embora seja totalmente alheios a rosa) acariquara (Minquartia guianensis Aubl.) e o mogno (Swietenia macrophylla King.) são espécies florestais da Amazônia de grande valor econômico em virtude da qualidade de suas madeiras. Devido ao

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A força da Qualidade em Sementes processo intensivo de exploração florestal, essas espécies correm o risco de extinção. Replantios com essas árvores passam a ser uma solução para evitar seusdesaparecimentos em áreas florestais que sofrem impactos antropogênicos e nesses casos, a introdução de mudas vigorosas pode ser um fator considerável para o sucesso do empreendimento. Investimentos com a produção de mudas de espécies florestais de crescimento lento, acaba sendo um fator a ser considerado, e a adubação das mudas visa assim, produzir plantas sadias no menor espaço de tempo. Dessa forma, minimizam-se os custos em viveiros e ao mesmo tempo, colocam-se mudas nutricionalmente melhores no campo, isto é, com teores de nutrientes internos em níveis satisfatórios ou adequados ao seu desenvolvimento. Com esse objetivo, foram realizados dois experimentos em casa-de-vegetação com mudas de acariquara e com mudas de mogno, visando avaliar o efeito de adubações no solo e nas folhas. Os resultados indicaram que a acariquara não respondeu à adubação foliar e à calagem do solo, mas respondeu à calagem aliada à adubação do solo. Omogno também não respondeu à adubação foliar. Portanto, são necessários mais experimentos, para se conhecer em quais condições de solo, clima e luminosidade as mudas de Mogno e Acariquara respondem à adubação foliar, visando obter mudas mais vigorosas para serem levadas a campo em um espaço de tempo mais curto.

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A força da Qualidade em Sementes Essa Madeira Vale Ouro!

O mogno brasileiro da Floresta Amazônica é uma das melhores madeiras para fabricação de móveis de luxo e detalhes de decoração. É também super resistente ao ataque de fungos e cupins.

O mogno aparece principalmente na região da Amazônia, no sul do Estado do Pará, onde existem muitas fazendas de extração e reservas indígenas repletas dessa árvore. Em cidades como Redenção, Tucumã, Ourilândia do Norte, Xinguara e São Félix do Xingu (todas no Estado do Pará) a extração, o transporte e o comércio de mogno são as principais atividades econômicas. É nessas cidades que ficam as principais madeireiras da Amazônia, que cortam as árvores e vendem a madeira.

Por ser tão valioso e resistente, o mogno é a madeira mais cobiçada da Amazônia. Grandes áreas foram desmatadas e hoje o mogno é uma das árvores brasileiras seriamente ameaçadas de extinção. Em 1998, o governo brasileiro proibiu por dois anos o corte de mogno no país. As árvores só podem ser derrubadas em áreas especiais, com autorização do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente).

Além do Pará, o mogno (Swietenia macrophylla) é uma árvore comum também nos estados do Maranhão, Tocantins, Mato Grosso, Rondônia, Acre e no sul do Amazonas. A altura da árvore pode alcançar de 25 a 30 metros.

O tronco do mogno não é muito grosso. Geralmente fica com 80 centímetros de diâmetro. As árvores mais velhas, porém, têm troncos de até 2 metros de largura. O mogno recebe outros nomes populares como aguano, araputanga, cedro-i e mogno-brasileiro.

Mogno - produtor investe no plantio comercial O investimento na cultura do mogno leva algum tempo para dar retorno, mas é uma prática de renda praticamente garantida. O médico e produtor rural Evaristo David do Amaral aposta no mogno como cultura ecologicamente correta e economicamente viável. A meta do produtor é atingir 20 mil árvores até o ano 2002, com o plantio de 4 mil mudas por ano. No cultivo da sua Fazenda, Evaristo fez aração e gradagens numa área de braquiária, correção de acidez e aplicação de herbicidas. O produtor faz também irrigação quando há déficit hídrico. A plantação de Evaristo tem servido de estímulo a outros produtores. Evaristo acredita que Goiás tem todas as condições para tornar-se um grande produtor de mogno. Considerando que o mogno proporciona corte comercial a partir dos 15 anos,em média, será que é vantajoso cultivar essa espécie ou qualquer outra que demore tanto para dar retorno? A resposta positiva é dada pelo médico e produtor rural Evaristo David do Amaral, que aposta no mogno como cultura ecologicamente correta e economicamente viável, ainda que para isso tenha de fazer investimentos por alguns anos. Dono da Fazenda Dourados, no município de Professor Jamil, Evaristo Amaral tomou a decisão de plantar mogno em 1997, mas somente no ano passado fez o primeiro cultivo comercial em área contínua. São 2 mil plantas que ocupam cerca de 7 hectares, com estande de 280 pés, em média, por hectare. Atualmente, elas estão

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A força da Qualidade em Sementes com cerca de 2 metros de altura e tronco com diâmetro de 5 cm. A meta do produtor é atingir 20 mil árvores até o ano 2002, com o plantio de 4 mil mudas por ano. Para cobrir a gleba deste ano, 4,5 mil mudar, já estão em fase de formação desde o mês de 'novembro do~ ano passado, na própria fazenda. Porém, elas só irão para à campo no início do período chuvoso, no final do ano, época em que o pagamento e o crescimento são melhores. Experiência Evaristo Amaral. diz não ter conhecimento científico, sobre o cultivo de espécies florestais, mas já acumula alguma experiência com o mogno. Ele possui algumas árvores plantadas há dois anos que estão com 6 metros de altura e tronco com diâmetro médio de 10 cm. Comparando as plantas de um ano com essas, o produtor conclui que a final de oito anos terá árvores com tronco de 40 cm de diâmetro, prontas para corte comercial. Evaristo faz as próprias mudas colhendo sementes em plantas adultas. A maturação delas ocorre no mês de outubro e a semeadura, em sementeira forrada de plástico, é feita no mês de novembro. As sementes são colocadas numa camada com 10 cm de terra, a uma profundidade de 1cm. O produtor usa área sombreada e a germinação ocorre de 15 a 25 dias após a semeadura. Quando as plantinhas estão com 5 cm, são transportadas para sacos plásticos de 15cm X 30 cm, enchidos com terra fértil, mas sem adubo, já que não há interesse em que a muda cresça demais no saco. Tratos culturais Para plantar as mudas, Evaristo fez aração e gradagens normais numa área de braquiária. Após análise de solo, houve correção de acidez e aplicação de herbicidas para controle de folhas largas e estreitas. As covas, de 40X40X40cm, receberam adubo (NPK) conforme as necessidades do solo, além de cupinicida. Os plantios foram feitos em dias chuvosos e, na seqüência de dias ensolarados, foi feita irrigação. As mudas que morreram foram substituídas. Para facilitar as capinas, o terreno deve ser livre de pedras. No cultivo da Fazenda Dourados, as plantas recebem adubação de cobertura (sulfato de amônia) a cada três ou quatro meses (50 gramas por planta). O produtor faz também irrigação sempre que há déficit hídrico. Nos primeiros anos a área pode ser utilizada para o plantio de culturas semi-perenes como mamão e abacaxi ou culturas anuais como feijão, milho, amendoim e outras. Como pastagem, o local só deve ser usado após dois anos, que é quando os animais já não conseguem alcançar os brotos. Além dos cupins e formigas, o mogno em área contínua é atacado pela broca de ponteiros das meliáceas (Hypsiphylla grandela). Na forma de mariposa, esse lepidóptero põe o ovo na gema apical. Ele se transforma em larva e ela entra no tecido da planta, destruindo o broto principal. A árvore não se perde totalmente, mas tem seu crescimento retardado. Nesse caso, é preciso esperar novas brotações, eliminando-se as laterais e preservando a mais forte e reta. Evaristo tem conseguido bom resultado no combate à mariposa fazendo pulverizações com piretróide de 20 em 20 dias, no início do período chuvoso. Na seca não ocorre o inseto. Resultados Evaristo Amaral aposta na cultura do mogno como fonte de renda a longo prazo. Ele acredita que aos oito anos já terá árvores prontas para corte comercial. A espécie não tem tendência a perfilhar, crescendo até 6 metros ou mais sem emitir galhos. É justamente aí que reside seu valor comercial, porque, além de retilíneo, o fuste (tronco) fornece madeira de qualidade, com mercado garantido no Brasil e no exterior. Amaral argumenta que o preço também é bom. O metro cúbico do tronco (na forma in natura) vale de R$ 500,00 a R$ 700,00. O metro cúbico de madeira serrada vale entre R$ 1 mil e R$ 1,5 mil, dependendo da qualidade. Já o metro cúbico do produto tipo

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A força da Qualidade em Sementes exportação, de alta qualidade, pode chegar a R$ 3 mil. No caso do produtor Evaristo Amaral, o custo de produção, sem considerar o valor da terra, deverá girar em tomo de R$ 20,00 por planta, ao final de oito anos. A plantação e Amaral tem servido de estímulo a outros proprietários rurais. Tanto que ele recebe na fazenda várias pessoas interessadas em conhecer seu trabalho. O médico acredita que Goiás tem todas as condições para tornar-se um pólo produtor de mogno nos próximos anos. "Se o Estado tiver quantidade e qualidade, além da entrada de divisas, com certeza atrairá novos investimentos industriais nas áreas de serraria e mobiliário. Em Goiás, Amaral não é o único a apostar no mogno. Há plantios comerciais em alguns municípios do Estado, em geral com 2 a 3 anos de idade. Em Nova Veneza, o produtor Josival Vitor Faquim possui um pequeno plantio de cerca de 100 árvores, atualmente com 33 anos. Trata-se de um plantio adensando, onde muitas árvores se tomaram raquíticas, mas outras se sobressaíram e estão em ponto de corte. Em Goiânia, José Joaquim da Silva Barra possui 12 árvores em um terreno no Setor Santa Genoveva, com idade média de 28 anos. Colhe melhor quem espera mais O engenheiro florestal Romeu Davi Benvenutti explica que para chegar à fase de maturação ideal e permitir cortes comerciais com bom rendimento, o mogno demora um pouco mais de tempo que o previsto por Evaristo Amaral. O técnico admite até que as árvores possam chegar a 40 centímetros de diâmetro aos 8 anos, mas nessa idade elas são consideradas 'adolescentes', com pouco cerne (parte que tem valor) e muita madeira branca. De acordo com Romeu Benvenutti, o ideal é cortar o mogno a partir dos 15 ou 16 anos, que é quando o tronco terá de 50 cm. a 70 cm de diâmetro e 314 de cerne. A lavoura de Evaristo Amaral tem algumas vantagens comparativas que podem apressar esse processo: as irrigações no período seco, a adubação e a qualidade da terra. Nesse caso, conforme o engenheiro florestal, as plantas podem chegar à idade adulta a partir dos 12 anos. Benvenutti diz que o mogno apresenta desenvolvimento do diâmetro mais intenso nos primeiros anos e tende a diminuir o crescimento do tronco ao longo dos anos, mesmo tendo uma produção de madeira maior até a maturação. A questão, segundo o técnico, não é apenas atingir o diâmetro que possibilite corte. É necessário também obter melhor aproveitamento da madeira. Quando colhe árvores adolescentes, o produtor perde dinheiro. Daí ser recomendável esperar um pouco mais e contar com maior volume de cerne, que é o que interessa comercialmente. Um aspecto que precisa ser levado em conta, conforme o técnico, são as condições do ambiente. Em regiões favoráveis, onde o solo tem boa fertilidade, umidade adequada e menor incidência de ventos, o processo de maturação da madeira é mais lento. Ao contrário, em áreas de solos pobres e condições menos favoráveis, o processo de maturação da árvore é mais rápido, já que há o encurtamento do ciclo da cultura. Romeu Benvenutti argumenta que os plantios comerciais de mogno são fundamentais do ponto de vista econômico e mesmo de propagação da espécie, porque nas áreas de ocorrência nativa o processo de regeneração natural é deficiente que as sementes caem no solo, em geral sobre folhas secas. Algumas permanecem aí e outras vão para debaixo da camada de folhas. Nesses locais, geralmente muito sombreados, há umidade, mas falta calor para a germinação. Rapidamente os fungos atacam a semente e ela perde seu poder germinativo. Além disso, os plantios comerciais por fazendeiros e madeireiros têm sido pouco explorados. Mesmo as pessoas que vivem de colher o mogno nativo não fazem a reposição exigida por lei. De acordo com Romeu Benvenutti, o mogno é uma planta típica da floresta tropical, mas que tem se adaptado muito bem às condições do

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A força da Qualidade em Sementes Centro-Oeste. Prova disso são os plantios mais antigos, ainda que poucos, hoje apresentando bom desenvolvimento e grande volume de madeira. o problema, segundo o técnico, é que as pessoas estão despertando tarde demais para a importância dos florestamentos e para o filão econômico que eles representam. O engenheiro florestal ressalta que a iniciativa de Evaristo Amaral é muito valiosa e que seu exemplo deve ser seguido por outros produtores rurais. Ainda que o retomo seja demorado, plantando ou não, o tempo vai passar. Quem planta, com certeza terá no futuro uma fonte alternativa de renda. Além do mogno, Benvenutti diz que há uma série de outras espécies que podem ser cultivadas comercialmente, entre elas a teca (Tectona grande) que alcança preço até melhor que o mogno no mercado internacional.

Mogno e a Futura Ministra

O engenheiro agrônomo Adalberto Veríssimo costuma dizer que Deus entregou diretamente ao homem as sementes de mogno. A hipótese procede. O mogno é uma árvore bonita de se ver na mata, destacando-se por seu porte esbelto, sua altura (de 30 a 40 metros) e sua cor. Impressiona tanto ou mais ainda quando se transforma num móvel ou num painel: é leve e ao mesmo tempo resistente, sólida e maleável, pode durar séculos, indiferentemente aos insetos e aos maus tratos do homem, e cativar por sua cor natural, melhor do que qualquer outra cor que o computador imaginar como sucedâneo. Os presidentes dos Estados Unidos têm utilizado, há várias décadas, móveis de mogno na Casa Branca, em Washington. A marinha inglesa, uma das mais eficientes de todos os tempos, também se beneficiou das qualidades físicas e químicas da madeira. Qualquer autor de thriller sabe que, se descrever como sendo de mogno aquela escrivaninha sobre a qual o personagem se debruça, dar-lhe-á uma aparência de nobreza. Em algumas décadas mais, entretanto, o mogno poderá se confinar ao terreno da ficção. É provável que Beto Veríssimo, um jovem agrônomo nordestino que se apaixonou pela floresta amazônica, antes mesmo de se aposentar já terá dificuldades para localizar árvores de mogno nas suas constantes excursões pelo mato. O mogno, a mais bela e mais valiosa madeira da Amazônia, região que concentra 56% das florestas tropicais do planeta, está acabando. Já acabou no sul do Pará, onde sua presença era de 5 a 10 vezes maior do que nas áreas onde a madeira está sendo agora caçada, cortada e vendida como se fosse ouro (na verdade, o ouro verde vale atualmente mais do que o ouro amarelo). Beto fica feliz quando, nas suas excursões ao Acre, encontra uma árvore de mogno por hectare. Na área de influência de Rio Maria, no sul do Pará, a densidade podia chegar a 11 árvores por hectare. Hoje, mogno é conversa para boi dormir ou para choro nessa região. No princípio da sua ocupação, muito mogno deve ter sido destruído nas queimadas. O que os pioneiros queriam mesmo era formar pastagens para seu gado, incumbido de, ao menor custo (monetariamente falando), "amansar a terra", na tal filosofia ditada pela pata bovina (em sentido literal e figurado). Depois, quando a madeira foi usada como reforço de capital para a execução do empreendimento ainda prioritário, o "projeto agropecuário" subsidiado pelo governo federal, muito mogno foi extraído, mas à custa da destruição de muitas outras árvores de menor valor. Por um ou outro caminho, dos anos 60 aos 80, o vale do Araguaia-Tocantins, na busca de um "modelo de ocupação", destruiu uma fabulosa mina de madeira. Ainda há alguma iniciativa de plantio da árvore, mas quem a conhece

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A força da Qualidade em Sementes intimamente descrê dos resultados. Como na longa farra da Sudam, extinta no ano passado numa lama de corrupção, é mais uma placa para agradar inglês. Segundo o Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente Amazônico), ao qual Veríssimo pertence, entre 1971 e 2001 o Brasil produziu aproximadamente 5,7 milhões de metros cúbicos serrados de mogno. Pelo menos quatro milhões foram exportados, uns 75% do total para os Estados Unidos e a Inglaterra. Essa exploração representou algo bem perto de 4 bilhões de dólares em faturamento, considerando-se o preço médio histórico, de US$ 700 o metro cúbico. Atualmente, os valores variam entre US$ 1,6 mil o m3, no mercado interno, e US$ 2,5 mil, no exterior, segundo a tabela do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Beneficiado, porém, cada m3 pode ir parar em US$ 8 mil. Ouro passa a ser produto de segunda grandeza nessa pauta de valores. A febre do mogno é uma variedade vegetal da obsessão que provocou as incríveis ondas de garimpagem. Por serem mais convencionais, epopéias como a de Serra Pelada atraíram mais atenção - e espanto - da opinião pública. O que está acontecendo em tão pouco tempo com o mogno, uma das mais valiosas madeiras da história da humanidade, tem significado ainda mais profundo do que a maioria dos booms auríferos. Só não tem o mesmo impacto. Impacto Só não tinha, aliás. Duas semanas atrás a TV Globo exibiu para todo país as imagens e as informações sobre o que foi classificado como "a maior apreensão de madeira da história do Brasil". Provavelmente por ser neófita no assunto, a Globo não sustentou a reportagem em informações checadas ou corretas, mas as imagens supriram essa deficiência. Ao seu modo, a televisão desempenhou mais satisfatoriamente uma função que milhares de artigos escritos até então não haviam realizado: provocar o interesse da nação para um drama muito grave, que começou e poderá se consumar antes que a geração de Beto Veríssimo encerre seu período de vida ativa. Seremos contemporâneos da extinção do mogno, impotentes para reverter o mal que temos causado, a partir de uma presumível dádiva divina, na forma das sementes dessa árvore excepcional? Em escala menor de utilização, os parentes do mesmo gênero da árvore brasileira na América Central e Caribe já não existem mais. A pressão sobre as últimas concentrações, na Amazônia latino-americana, mas sobretudo na área predominante do Brasil, se tornou um autêntico caso de polícia. Os extratores de mogno se multiplicaram e sua audácia resultou em imagens patéticas, como as enormes jangadas, formadas por milhares de toras de madeira, que a TV Globo captou e que já se tornaram rotineiras na área mais rica depois (e já bem abaixo) do Araguaia, a da Terra do Meio, entre os rios Xingu e Iriri, no Pará. O Ibama diz ter apreendido madeira no valor de 300 milhões de reais. Não disse o número de toras ou a quantidade de metros cúbicos. Em qualquer hipótese, o valor deve ser tratado em milhares. A esmagadora maioria dessas árvores foi extraída dentro de reservas indígenas, principalmente na dos famosos Kayapós. Desta vez, não através de invasão das reservas: agora, foi com a ajuda dos próprios índios. O que eles provavelmente ganharam com sua colaboração representa 150 vezes menos do que fatura o agente na ponta da linha de comercialização. Os índios alegam, em sua defesa, que não têm outra fonte de renda com a ruína da Funai e a evaporação da política indigenista pública, que se desmancha no ar como restos de uma categoria primitiva a ser colocada sob a lápide da história, no

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A força da Qualidade em Sementes entendimento de um sociólogo da modernização (e com poder de transformar em fatos suas idéias, como nosso ainda presidente Fernando Henrique Cardoso). E que precisam se vestir, comer e beber - em amplo sentido neste último item. Com muitas boas razões pode-se construir uma tragédia, como a do mogno. Ninguém vai para o inferno, mas nem assim o mal deixa de se consumar. Gênio, Dante colocou mais gente no purgatório do que no inferno e no paraíso da sua Divina Comédia. Contra a posição do Brasil, o mogno foi incluído, quatro meses atrás, num encontro de amplitude mundial realizado em Santiago do Chile, no anexo II da convenção da Cites. Isto significa que a exploração e a comercialização da espécie estarão sujeitas ao controle não apenas do governo nacional, mas também dos outros países que integram o colegiado, de exportadores e importadores, com a aplicação das normas existentes a respeito. O governo brasileiro, o mais interessado no assunto por ser o maior produtor e vendedor de mogno no mundo, considerou dispensável apertar o controle sobre a espécie, que, na próxima abordagem, pode passar para o Anexo III, das espécies em extinção. Garante que tem feito tudo que é possível para acabar com a exploração ilegal e predatória da madeira, o que não é verdade, ainda que possa ser reconhecido o decidido esforço oficial a respeito. Ou a intenção, dantescamente falando. Enquanto o Ibama e a Polícia Federal apreendem alguns milhares de toras de mogno transportadas em jangadas pelo rio Xingu (a grande avenida aquática para a qual essas lúgubres embarcações convergem de todos os pontos de drenagem da bacia que possuem a espécie às suas margens), acredita-se que no sul do país, com destaque para São Paulo, haja 35 mil metros cúbicos estocados. É madeira em ponto de bala para seguir para o exterior, se possível (com ganhos melhores), ou ter comercialização interna, se os mecanismos de controle de embarque internacional estiverem realmente azeitados e o contrabando for inviável. Resposta eficaz O esforço endógeno, portanto, já não é mais suficiente. Ou não é o bastante a tempo de poder dar conta da selvageria da predação da espécie, em função do preço e da exaustão de outras fontes de abastecimento do ouro verde. Um controle internacional efetivo seria a última chance de sobrevivência para o mogno? Muitos nem querem fazer essa pergunta, mas ela precisa ser formulada e, acima de tudo, necessita de uma resposta eficaz e urgente. O debate irá se intensificar e se radicalizar quando a senadora acreana Marina Silva assumir o Ministério do Meio Ambiente, em 1º de janeiro. Sua indicação foi saudada ao mesmo tempo com entusiasmo e preocupação, como uma enorme vitória e uma inquietante dúvida. É claro que Marina tentará transformar em política federal a experiência que se tornou a razão da sua vida e a explicação para o seu sucesso, tanto no seu Acre natal quanto nas praças mundiais que a tomaram como aliada e parceira. Não foi exatamente por acaso que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva deixou para confirmar em Washington, na semana passada, uma indicação que já se tinha como certa desde alguns dias antes no Brasil. O governador do Acre, Jorge Viana, conterrâneo e correligionário da futura ministra, observou que a decisão de Lula de confirmar Marina como ministra nos Estados Unidos tinha um simbolismo muito grande: foi justamente nos EUA que o sindicalista Chico Mendes se fortaleceu politicamente para lutar em favor do desenvolvimento sustentável do Acre e da Amazônia. Essa aliança teve um resultado inegavelmente positivo: projetou mundialmente o antigo seringalista, criando eco para sua pregação em defesa do uso preferencial da

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A força da Qualidade em Sementes floresta na Amazônia, e de um uso múltiplo, não apenas pelas formas convencionais, como a produção de madeira sólida. É esse entendimento que está por trás da "Florestania", uma concepção de desenvolvimento distinta da que se encontra em vigor ou predomina. Mas essa aliança também superestimou o significado de experiências localizadas e de difícil disseminação, ignorando as especificidades do Acre. No Estado da futura ministra o uso dos recursos naturais é mais "sustentável" do que nas demais unidades federativas da região, mas o Estado continua a ser também o mais pobre da Amazônia. A agenda ambiental dos próximos meses vai estar carregada: de temas, de impasses, de personagens, de conflitos. Espera-se que, tendo o mérito de espantar a calmaria conveniente, o debate não se torne um desperdício de vitalidade ao se desviar pelas rotas rígidas dos dogmatismos e das verdades eternas. Brava mulher do mais recôndito sertão amazônico, a nova ministra pode cumprir seu papel se abrir todas as portas ao debate e arejar todos os ambientes com perguntas que buscam resposta e um autor à procura do seu grande enredo: a salvação da madeira que Deus legou aos homens e os homens, demasiadamente humanos, estão destruindo numa velocidade digna de inferno.

Experiências vêm sendo realizadas no interior do Estado para produção da cobiçada madeira.

Alfredo Homma reafirma que o aumento do valor das exportações de madeira pelo Pará - que atingiram quase US$ 550 milhões ano passado -, com a manutenção e a verticalização da indústria madeireira, vai depender da garantia do fornecimento contínuo e crescente de madeira a preços competitivos. Ele ressalta que o crescimento da oferta de madeira extrativa dependerá do acesso a novas áreas, cada vez mais difíceis no contexto das políticas ambientais. Além disso, existem as guseiras instaladas ao longo da Estrada de Ferro de Carajás com uma demanda potencial de 120.000 hectares por ano de eucalipto para a produção de carvão vegetal e que não podem mais ficar dependendo das florestas nativas. Homma cita que grandes plantações de teca, madeira de origem asiática, estão sendo desenvolvidas, principalmente em Mato Grosso. Ele destaca ainda o plantio de mogno em Paragominas, onde o japonês Hiroshi Okajima, radicado no Brasil desde a década de 1950, realiza uma experiência vitoriosa com a Swietenia macrofilla, o nome científico do mogno, uma das mais nobres e cobiçadas árvores da Amazônia, mas que vem encontrando dificuldades na legislação ambiental para explorar comercialmente seu trabalho. Existe também uma experiência em Medicilândia, de um produtor gaúcho, que por iniciativa própria resolveu plantar o mogno consorciado com cacau. Ao fazer um exercício hipotético, Homma ressalta a importância do reflorestamento com madeiras nobres, cujos estoques naturais têm seus dias contados. Como as exportações de mogno serrado no Brasil já atingiram 250.000 metros cúbicos, considerando que uma árvore de mogno poderia produzir 1,5 metro cúbico de madeira depois de 40 anos, adotando-se um espaçamento 6m x 6m, o que daria 277 árvores por hectare, indicaria que seriam necessários apenas 40.000 hectares de plantio, com corte anual de 1.000 hectares. “Essa área, na Amazônia, poderia ser conduzida com toda facilidade por 40 empresários que se dispusessem a plantar cada um mil hectares. Se considerar a adoção de sistemas agroflorestais, na perspectiva de sua difusão para pequenos produtores, com menor densidade de árvores de mogno, essa área poderia ser triplicada ou quadruplicada, em torno de 120.000 a 160.000 hectares, envolver um público de 60.000 a 80.000 pequenos produtores, que seriam estimulados a plantar dois hectares de mogno ou outra espécie madeireira nobre em suas propriedades”,

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A força da Qualidade em Sementes analisa Homma. Há, sem dúvida, na sua opinião, desafios tecnológicos relativos à domesticação, que precisam ser vencidos, para que o reflorestamento torne uma nova atividade na Amazônia. “Além dos estímulos financeiros apropriados, a convivência com a prática da agricultura de derruba e queima, constitui um grande risco de incêndio para o reflorestamento que precisa ser eliminado. As prefeituras deveriam tomar a frente de iniciativas no sentido de fornecer mudas de espécies florestais para os pequenos produtores, pela sua facilidade e da oportunidade de recuperação de áreas degradadas. O baixo custo de programas dessa natureza, podem fazer com que depois de 20 a 30 anos, os municípios passem a contar com inestimável riqueza florestal”. Outra experiência interessante com o mogno é a dos índios panará, que há cerca de dez anos voltaram a ocupar suas terras no limite do Pará com Mato Grosso. Eles investem na identificação de árvores, levantamento de recursos naturais e obtém uma produção crescente de sementes, utilizadas em reflorestamento e recuperação de áreas degradadas. Desenvolvido em parceria com o Instituto Socioambiental (ISA), o Projeto de Manejo de Recursos Florestais procura aliar o conhecimento dos recursos naturais da terra indígena - cuja área de 500 mil hectares é praticamente toda coberta por densas florestas - com a sustentabilidade das atividades econômicas dos índios, que somam hoje cerca de 250 indivíduos. A mais recente conquista desse projeto foi a colheita e o beneficiamento de 12 quilos de sementes de mogno. Depois as sementes serão comercializadas, com qualidade certificada, no mercado de empresas de reflorestamento e com governos que fomentem a recuperação de áreas degradadas, como destaca o pessoal do ISA. “A colheita das sementes de mogno se realiza a cada dois anos e a de maio passado - de 12 quilos - foi recorde. Em 2003, os panará colheram 4 quilos. Para triplicar o número de sementes, os panará coletaram mais de 700 frutos de mogno e identificaram, numeraram, mensuraram e localizaram em mapas 59 árvores da espécie. As sementes de mogno beneficiadas (prontas para o plantio) estão cotadas a R$ 250,00 o quilo”, informa o ISA.

Estratégia importantíssima

Apesar da grande cobertura florestal nativa existente na Amazônia, o diretor executivo da Associação das Indústrias Exportadoras de Madeira do Pará (Aimex), Justiniano Netto, acredita que o reflorestamento constitui, para o setor florestal, além de uma necessidade, “uma estratégia importantíssima, pois precisamos ter uma base florestal alternativa”. Além disso, ele acha que o reflorestamento possibilita a oferta de matéria-prima com um custo bem mais baixo e maior produtividade por hectare que a floresta nativa, “o que nos torna mais competitivos”. O engenheiro florestal e administrador de empresas Evaristo Terezo, responsável pela área técnica de reflorestamento na Aimex, confirma que a elevada produtividade média dos reflorestamentos, que hoje atinge 30 metros cúbicos por hectare, anualmente, supera a produtividade da floresta nativa, que é de um metro cúbico por hectare, de acordo com pesquisa da Embrapa Amazônia Oriental. “Isto significa que um hectare reflorestado resulta na proteção, em média, de 30 hectares de floresta nativa”, diz Terezo. Justiniano Netto afirma ainda “é perfeitamente possível e desejável” conciliar a exploração de floresta nativa com a plantada. “Muitos projetos de manejo já fazem enriquecimentos pós-exploratório com reflorestamento, principalmente nas áreas de cipó, nas explanadas e arrastes. A indústria pode se abastecer das duas fontes, a nativa e a plantada. Cremos que a melhor estratégia é fazer a exploração nativa das espécies de maior valor, como ipê, jatobá e massaranduba, e utilizar o reflorestamento para o mercado de espécies de baixo valor, as madeiras brancas de compensado, lâminas, tábuas para construção civil. Além disso, o reflorestamento é estratégico

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A força da Qualidade em Sementes para a indústria moveleira, para o polo siderúrgico e de papel e celulose, visto que esses setores só conseguirão se desenvolver e sustentar seu crescimento se tiverem uma base florestal plantada. E nosso Estado, que possui bom volume de áreas alteradas, oferece condições excepcionais para isso”. Um ponto importante que Justiniano destaca em relação ao reflorestamento é a indefinição do marco legal da atividade na Amazônia, especialmente quanto à reserva legal. Segundo ele, muitos plantadores adquiriram áreas alteradas em 50%, que era a reserva legal anterior, e hoje não conseguem fazer a colheita final do seu plantio porque o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) entende que o plantio feito em 80% da área caracteriza a recomposição da reserva legal, que não pode ser suprimida. “Mesmo levando em conta que o corte final se dá por talhões e nunca fica menos que 80% de cobertura florestal, o órgão não autoriza o corte final. Além disso, vale lembrar que após o corte final a área é novamente replantada para um novo ciclo de produção. Os produtores estão encontrando dificuldade inclusive para fazer o desbaste”, diz ele. O diretor da Aimex garante que essa situação está limitando o plantio no Pará e desestimulando muitos produtores e empresários. Esse é um dos problemas que atingem, por exemplo, Hiroshi Okajima e seu plantio de mogno em Paragominas. O assunto deverá ser discutido na Câmara Técnica do Ibama, no próximo dia 13. “Vamos ver se é possível normatizar essa questão imediatamente, sob pena de impedirmos o avanço do reflorestamento Estado”, acrescenta Justiniano. Para reforçar a importância do reflorestamento, Evaristo Terezo destaca que se trata de uma atividade altamente empregadora, com a geração de um emprego para cada dez hectares em implantação; um emprego para cada 20 hectares em manutenção; e um emprego na fábrica para cada dois empregos na floresta. “A produção de madeira através do fomento florestal, com pequenos e médios proprietários, nas áreas de influência das indústrias consumidoras deve ser reconhecida como estratégica e como política operacional de muitas empresas orientadas, principalmente, para minimizar a imobilização de recursos de investimento no fator terra. Assim, as empresas garantem parte da matéria-prima para abastecer as suas fábricas, ao mesmo tempo em que garantem renda adicional ao produtor”, conclui Terezo. de

Mogno

Árvore de mogno

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A força da Qualidade em Sementes Se a exploração descontrolada e predatória do mogno continuar do jeito que está, muito em breve essa árvore estará extinta. O mogno já desapareceu de extensas áreas do Pará, Mato Grosso e Rondônia, e há indícios de que sua diversidade e quantidade atuais podem não garantir a sobrevivência da espécie a longo prazo.

A diversidade é um elemento fundamental na sobrevivência de qualquer ser vivo. Sem ela, perde-se a capacidade de adaptação ao ambiente, que muda tanto por interferência humana como por causas naturais.

Além disso, a exploração e comércio ilegais de mogno demonstram que a atual legislação florestal, a estrutura inadequada de monitoramento e os mecanismos de controle do mercado são insuficientes para garantir o respeito à lei, a preservação comercial da espécie e o manejo ecologicamente correto do mogno. É preciso mudar urgentemente esse quadro de desrespeito à lei e destruição ambiental.

A inclusão do mogno no Anexo II da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas (Cites) é o primeiro passo para proteger a espécie da extinção. O Anexo II, aliado a novas normas de manejo, ao fortalecimento do papel indutor e fiscalizador do Estado, à atração de um novo tipo de empresário e à certificação independente, são garantias suficientes para que o Brasil possa explorar o chamado "ouro verde da floresta" sem que isso represente um saque ao futuro da Amazônia e das cerca de 20 milhões de pessoas que nela vivem.

Enquanto o mercado não se mostrar capaz de oferecer produtos de mogno certificados pelo FSC, é importante que os consumidores não comprem esses produtos. A certificação é, atualmente, a melhor forma de atestar que o manejo de florestas nativas ou de plantações é realizado de maneira eficaz, ambientalmente adequado, transparente e economicamente viável. Também conhecido como selo verde, o FSC assegura transparência em todo o processo - desde a extração da madeira na floresta, passando pelo processamento na indústria até chegar ao consumidor final.

Mogno ressurge no cerrado de Minas Estado de Minas 16/12/2007

Agricultores da região de Pirapora, no Norte de Minas, depositam no cultivo da árvore nativa das florestas tropicais a esperança de uma velhice tranqüila.

Pirapora - Principal árvore devastada pelos contrabandistas de madeira em áreas indígenas da floresta amazônica, o mogno está brotando no cerrado de Minas Gerais. Conhecida como "ouro verde", devido ao seu alto preço no mercado internacional, essa madeira tropical tornou-se a maior esperança de uma aposentadoria tranqüila para agricultores dos arredores do município de Pirapora, às margens do Rio São Francisco - tradicional região produtora de uvas do Norte do Estado.

Mas, ao contrário da Amazônia, de onde grande parte da madeira nobre sai do país contrabandeada, o mogno está sendo plantado em Minas sob a tutela do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA) e do Instituto Estadual de Florestas (IEF) em áreas de reflorestamento. A autorização dos órgãos governamentais permite o corte legal e a exportação da madeira para a Europa e Ásia.

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A força da Qualidade em Sementes "Se estimarmos, por baixo, o preço do mogno no mercado internacional em R$ 5 mil o metro cúbico, plantando apenas 625 árvores em um hectare teremos, em apenas 10 anos, um lucro de R$ 5 milhões. É uma verdadeira aposentadoria verde", comemora o agricultor de Pirapora Antônio Serrati Massine, de 54 anos, que desenvolveu a técnica para o cultivo da madeira no cerrado de Minas Gerais.

Um dos principais produtores de uva da região, Serati conta que resolveu plantar o primeiro exemplar de mogno ao ganhar de presente, há oito anos, uma semente da árvore, durante uma campanha pela preservação da floresta amazônica promovida por uma revista de circulação nacional. Ao perceber o crescimento rápido da árvore, ele resolveu aplicar a tecnologia desenvolvida em suas parreiras para produzir as primeiras mudas de mogno do estado.

Em 2005, o agricultor conseguiu aprovar no IEF um projeto para cultivar 25 hectares da espécie tropical. Metade das árvores nativas da Amazônia substituiu antigas parreiras. O restante foi plantado em consórcio com a uva niagara. Além da uva, o mogno também está sendo cultivado em Minas junto com outras frutas, cereais e até mesmo em áreas de pastagem.

Na Fazenda Buriti Agropecuária, no município de Buritizeiro, o mogno está sendo cultivado em meio aos bananais. "O mogno está crescendo aqui o dobro do que cresce na Amazônia", comemora o gerente da fazenda, José Humberto Braga, ao mostrar que, em dois anos, a maioria das árvores plantadas na fazenda já ultrapassou 1,50m de altura. Principal produtor de mudas de mogno, Serati afirma que a espécie se adaptou ao clima quente do Norte de Minas. Segundo ele, o problema da seca foi solucionado com a tecnologia de irrigação usado no cultivo da uva.

O agricultor se emociona ao abraçar a primeiro pé de mogno, plantado há oito anos. A árvore já atingiu 16 metros de altura. "Essa árvore sozinha já vale R$ 10 mil. Todo mundo falou que eu era louco. Mas daqui a 10 anos as minhas plantações de mogno já estarão valendo R$ 70 milhões. Será a herança e o exemplo ecológico que deixo para os meus netos", comemora Serati. O agricultor só não sabe se terá coragem de cortar a primeira árvore que plantou ao resolver participar da campanha de motivação ecológica.

Plantio de árvores atrai migrantes

Agricultores do Norte e do Sul do país migram para o norte de minas em busca do mogno.

Buritizeiro - Sócio de uma das maiores empresas de reflorestamento do país, o empresário catarinense Darci Petkov não hesitou em deixar, em 2005, Santa Catarina, sua terra natal, para se dedicar ao cultivo de mogno em sua propriedade no município de Buritizeiro, no Norte de Minas Gerais. A madeira tropical já ocupa 75 hectares da fazenda, que, até pouco tempo, se dedicava exclusivamente ao plantio de pinhos e eucaliptos. O empresário catarinense se diz surpreso com o desenvolvimento do mogno no Norte do estado.

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A força da Qualidade em Sementes "A plantação está uma maravilha. As árvores já estão com mais de dois metros de altura. Estamos conseguindo vencer todos os desafios", afirma o empresário, sócio da Petkov Reflorestamentos.

Casos como o de Darci Petkov estão se tornando rotina em Minas. O cultivo do mogno está atraindo para o cerrado mineiro agricultores de várias partes do país. Maior produtor de mudas, o agricultor Antônio Serati diz que a espécie já se espalhou por cerca de 200 propriedades rurais em vários municípios do estado. "Está havendo uma verdadeira corrida por mudas de mogno, que virou o ouro verde do cerrado mineiro", afirma.

Tradicional criador de gado nelore, o pecuarista Flávio Rezende é um dos mais entusiasmados com a febre do mogno no cerrado. A madeira tropical ocupou 12 hectares de uma antiga lavoura de milho da propriedade do fazendeiro, no município de Sete Lagoas, a 70 quilômetros de Belo Horizonte. "Hoje, penso em mogno o dia inteiro. Com muito estudo e dedicação, estou conseguindo dominar o cultivo dessa árvore na marra", diz Rezende.

O desenvolvimento do mogno em Minas está surpreendendo até mesmo os agricultores da região amazônia. Técnico ambiental especializado na elaboração de projetos de reflorestamento de madeiras tropicais, o paraense José Rodrigues Lima garante que o desenvolvimento do mogno no cerrado de Minas é superior ao alcançado pela árvore tropical em seu hábitat. "Enquanto na Amazônia o corte do mogno ocorre somente depois de 15 anos de plantio, em Minas, a árvore está pronta para o primeiro corte a partir de oito anos de plantio", afirma Lima, que trabalha atualmente no plantio de mogno no município de Buritizeiro.

Lima acredita que o sucesso do cultivo da árvore tropical no estado se deve, principalmente, ao uso de técnicas sofisticadas de plantio, implantadas por produtores de uva da região de Pirapora.

"Ao contrário dos amazonenses, que cultivam o mogno meio instintivamente, os agricultores de Minas estão usando técnicas sofisticadas de cultivo usadas em suas parreiras", conta.

Segundo Lima, o cultivo de mogno é financiado pelo Banco Mundial, que vê no plantio da árvore tropical uma política correta de preservação da floresta amazônica. O Banco Mundial está distribuindo gratuitamente para os agricultores R$ 5 (o dobro do preço da muda) por árvore plantada. Para Lima, o preço do mogno está em crescente alta. "Na Amazônia, devido ao preço, as áreas de reflorestamento estão protegidas por jagunços", diz.

Combate à Lagarta é Indispensável

Os agricultores são unânimes em dizer que o sucesso do cultivo do mogno está diretamente associado ao combate eficaz à lagarta Hypilla gramdela abroca, conhecida como abroca. A lagarta ataca os ramos e as folha da árvore, principalmente nos primeiros dois anos depois do plantio.

"Se não for controlada nesse período, com fungicidas e com uma prática correta de manejo, a praga pode dizimar uma área inteira de reflorestamento", garante o produtor Flávio Rezende, que diz ter desenvolvido uma fórmula secreta para combater a lagarta. Segundo ele, somente depois de atingir a altura de três metros o mogno está livre de ser liquidado pela praga.

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A força da Qualidade em Sementes O produtor de mudas Antônio Serrati Massine tem a mesma opinião. Ele sugere, além do uso correto de inseticidas, o acompanhamento intensivo do crescimento do mogno nos primeiros dois anos.

"Durante esse período crítico, todas as árvores atingidas pela abroca têm de ser eliminadas. Depois de dois anos, a lagarta, em vez de atrapalhar, passa a ajudar na condução das copas das árvores", assegura Serrati.

CUIDADO O agricultor explica que na região de Pirapora a lagarta, que no período de colheita de uva costuma atacar as parreiras, é combatida naturalmente pelo anu, ave comedora de insetos.

"Pode se dizer que a abroca, uma praga típica da região amazônica, ainda não atingiu as lavouras de Minas. Mesmo assim, todo o cuidado é indispensável", acrescenta.

De acordo com levantamento de entidades ambientalistas, 4 milhões de metros cúbicos de mogno do cerrado foram exportados pelo Brasil nos últimos 10 anos. Os Estados Unidos e a Inglaterra são os principais compradores da madeira tropical. Outros 1,7 milhão de metros cúbicos foram comercializados no mercado interno. De acordo com as mesmas entidades, embora seja comercializada por R$ 5 mil o metro cúbico no mercado externo, a grande maioria da madeira é comprada ilegalmente dos índios pelo preço irrisório de R$ 125 o metro cúbico. Esses valores estão distantes de Londres, na Inglaterra, onde uma mesa de mogno é vendida por cerca de R$ 20 mil.

16 metros. Essa é altura alcançada aos oito anos de idade pela primeira árvore cultivada pelo agricultor Antônio Serrati, em Pirapora.

625 mudas de mogno podem ser plantadas em uma área de 10 mil metros quadrados, que corresponde a um hectare.

R$ 5 mil é o preço do metro cúbico da madeira tropical no mercado externo.

R$ 20 mil é o preço médio de uma mesa de mogno nas principais lojas de Londres.

4 milhões de metros cúbicos de mogno foram exportados pelo Brasil nos últimos 10 anos, de acordo com entidades ambientalistas.

*O governo do Estado do Acre contratou há dois anos o maior especialista em mogno do mundo para assessorar a implantação do Projeto Piloto de Manejo Florestal e Capacitação Técnica no Município de Sena Madureira (Promatec). James Grogan, mais conhecido com Jimmy, é americano e tem doutorado em engenharia florestal. Sua tese de doutorado teve a espécie mogno como tema central. Ele estudou a cadeia de reprodução da árvore em três continentes onde a madeira se desenvolve com variações dentro da qualidade mais cobiçada e cara entre as outras espécies. O trabalho acadêmico lhe conferiu respeito e credibilidade junto aos organismos que defendem a preservação das florestas e das instituições que pregam a exploração com baixo impacto no meio ambiente.

Tímido e bastante concentrado, Grougan fala português perfeito e se diz um amante da floresta. Para iniciar o projeto no Acre percorreu quase todo o Estado à procura de uma região que concentrasse o maior número possível de indivíduos da espécie e ao mesmo tempo em que tivesse o acesso necessário por terra. Com a sabedoria e

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A força da Qualidade em Sementes experiência de quem já catalogou a espécie em toda a América Latina, farejava a árvore mais nobre do mercado como quem procura por um velho amigo, não como um caçador sedento em ver a presa cair vencida. Visitou vinte municípios em regiões de mata densa e acabou encontrando em Sena Madureira o local ideal. Fica na fazenda São Jorge, a 22 quilômetros de Sena Madureira e 120 km de Rio Branco, de propriedade de um casal de madeireiros, Ciro e Fátima.

Modelo - Os proprietários, então, receberam o convite para entrar no projeto que, para Grogan, será um possível modelo de exemplo de manejo de mogno para todo o mundo. A princípio, depois do convite, o casal ficou desconfiado. Mas logo abraçaram a idéia e começaram realizar as operações numa área inicial de 500 hectares. O projeto total pretende desenvolver o Promatec em 8.000 hectares da fazenda.

Grogan conta que o local foi escolhido por conter a maior diversidade de descendentes de ancestrais diferentes. "Para que o manejo tenha sucesso é preciso que numa grande área haja várias matrizes sem parentesco, isso garante que o processo de reprodução ocorra com mais probabilidade de dar certo", orienta.

Equipe - O primeiro passo do especialista foi reunir uma equipe de técnicos, estudantes e profissionais da floresta para, por meio do GPS, identificar e localizar todas as espécies da área em um mapa. Em seguida, aproveitando os ramais já abertos e abrindo novos de forma estratégica para fazer a demarcação. Na sede do acampamento, a Secretaria Executiva de Floresta e Extrativismo (Sefe) está construindo uma escola para repasse dos conhecimento e um viveiro para plantil de novas mudas de mogno e outras espécies.

Para retirar a madeira nobre, dentro do projeto de manejo, é preciso ter muita técnica e seguir aos padrões estabelecidos. Por exemplo, para que haja a fecundação na época da floragem é preciso que o mogno macho e a fêmea não estejam muito distantes. Quem faz a polenização são os insetos e se as árvores estão muito distantes não entra no raio de alcance do agente transportador do pólen de cada flor. Mas, quando fecundada, a árvore do mogno produz sementes em abundância. A semente tem aerodinâmica semelhante com uma asa de avião. Isso é para que consiga se distanciar ao máximo e garantir uma nova geração. Mas tem que cair no lugar certo. Se não, nada acontece.

No projeto do Promatec as clareiras abertas com a derrubada de de outras árvores vão servir para o plantil dessas sementes colhidas e das mudas produzidas na escola. Cada semente leva no mínimo 30 anos para atingir uma copa de 45 centímetros. Mas o diâmetro melhor para o abate é de 55 centímetros. Um mogno adulto chega a valer até mais que 10 mil reais. Um metro cúbico da madeira serrada vale no mercado internacional, 1.400 dólares.

Mas a exploração depredatória extinguiu a espécie em várias áreas nativas como em países da América Central. Existe atualmente no Pará uma área muito grande de mogno destruída. O Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia) desenvolve no Pará um projeto de baixo impacto ambiental. De acordo com o especialista Grougan, a forma de extrair madeira em padrões de baixo impacto ambiental torna o processo mais econômico e confere ao produto final mais valor agregado, por tratar-se de madeira extraída sem causar danos ao meio ambiente.

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A força da Qualidade em Sementes O mogno é o ouro verde da Amazônia

Em 2001, um metro cúbico de mogno serrado de qualidade superior era vendido por cerca de US$ 1,2 mil. É a espécie de maior valor madeireiro do mundo. Por causa dessa importância, o mogno vinha sendo intensamente extraído nas últimas décadas em sua área de ocorrência natural na América tropical, desde o México até o Brasil. Entre 1971 e 2002, o Brasil exportou aproximadamente quatro milhões de metros cúbicos de mogno serrado. A maioria (75%) foi exportada para os Estados Unidos e Inglaterra. O valor bruto estimado dessa produção é estimado em US$ 3,9 bilhões.

Polêmica - A elevada importância comercial do mogno e sua vulnerabilidade ecológica têm sido objetos de intensa polêmica sobre como garantir a conservação e o uso sustentado dessa espécie. De acordo com o americano especialista em mogno, Jimmy Grogan, um passo importante para a solução desse dilema é conhecer a história natural do mogno, e principalmente, o padrão de proliferação das unidades ao longo de sua área de ocorrência.

Grogan conta que estudos realizados na América Central e Bolívia revelaram que o mogno tende a regenerar-se depois de grandes perturbações da floresta, como incêndio, furacões e inundações. Outras pesquisas na Amazônia Brasileira indicam que a regeneração do mogno ocorre sob condições de distúrbios moderados tais como a abertura de clareiras naturais na floresta.

Nas palavras de Jimmy Grogan, "a exploração do mogno foi uma das questões de conservação mais polêmicas dos anos 90, principalmente no âmbito da Convenção Internacional sobre Espécies Ameaçadas de Extinção. Alguns países e grupos ambientalistas têm defendido a inclusão do mogno como espécie ameaçada de extinção, o que poderia coibir a exploração predatória dessa madeira. Por outro lado, países produtores e madeireiros argumentam que não há informação conclusiva sobre o risco de extinção da espécie".

Controle - No Brasil, a exploração de mogno tem sido freqüentemente associada a práticas predatórias e ilegais. O governo federal tem tentado controlar a exploração de mogno desde 1996, quando proibiu a entrada de novos planos de manejo desde 1996, quando proibiu a entrada de novos planos de manejo. Além disso, o país estabeleceu contas decrescentes de volume para exportação desde 1990. Finalmente, em 2001, após uma avaliação no campo, o Ibama suspendeu todos os planos de manejo de mogno por considerá-los tecnicamente inadequados ou fraudulentos. O Ibama também suspendeu a exportação de madeira já explorada.

No entanto os organismos responsáveis pela fiscalização dessa espécie liberaram o Acre a desenvolver pesquisas nessa área com a orientação do americano Grogan. Para ele, Jimmy Grogan, "na medida em que os madeireiros exploram os últimos estoques de mogno existentes no Brasil, na Bolívia e no Peru, é necessário entender a situação dessa espécie e as possibilidades para o seu manejo e conservação."

Válber Lima

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